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ENVELHECIMENTO E

PERSONALIDADE
Personalidade:
trata-se do nosso modo de pensar, de sentir, de
agir ou de reagir nas situações do dia-a-dia.
Permite-nos predizer que determinado indivíduo
reagirá de certa maneira, porque possui tal ou
tais traços de personalidade.

Dupla face: individual e social.

ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE
Nós possuímos uma
representação daquilo que
somos e possuímos uma
representação daquilo que
julgamos que os outros
pensam de nós.
ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE

Personalidade:
é uma estrutura, uma organização, ou
ainda um integrador de
comportamentos. A integração funciona
ao nível de um conjunto de
representações, facto que leva o
indivíduo a adotar comportamentos
relativamente previsíveis pelos que o
rodeiam.

ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE

A personalidade sofre
modificações ao longo do
processo de
envelhecimento?
O idoso não comprometido
psicologicamente é aquele que ainda “vive”
e quer continuar a viver a vida na sua
plenitude, usufruído daquilo que ela ainda lhe
pode oferecer e para a qual ele pode
responder.

O idoso que não vive à sombra das perdas


ou á sombra do que não pode atingir, em
razão da sua idade, ainda tem, mesmo
com medo, desejos de realização pessoal.
A história está repleta de casos de homens
e mulheres que “não envelheceram
psicologicamente”, conservando quase ou
todos as suas caraterísticas psicológicas de
forma viva e brilhante.

“Muitos problemas psicológicos dos anciãos…


provêm de conflitos afetivos e frustrações
correspondentes a épocas da sua vida. As
dificuldades psicológicas que se acumulam na
velhice das pessoas não satisfeitas e inadaptadas.

Uma vida adequadamente vivida constituí, pelo


contrário, um magnífico escudo contra os riscos
psicológicos que a velhice comporta.”

Alonzo-Fernandes
Gaiarsa defende a ideia de que a
manutenção da jovialidade na
velhice depende basicamente da
rigidez de caráter.

“As pessoas muito contidas e


controladas são velhas desde o
começo.”

ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE

Estudos de Havighurst, Neugarten &


Tobin (1968): primeiros dados sobre a
personalidade nos idosos. Estes
autores descobriram 4 grandes tipos de
personalidade presentes em indivíduos
entre os 50 e os 90 anos.
ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE
Integrado:
pessoas apresentando um bom funcionamento
psicológico geral, com uma “vida cheia”, interesses
variados, com as suas competências cognitivas
intactas e retirando um elevado nível de satisfação
dos papéis desempenhados;

ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE

Defensivo-combativo:
pessoas orientadas para a realização,
lutadoras e controladas,
experimentando níveis de satisfação
entre o moderado e o elevado;
ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE
Passivo-dependente: dependendo do
tipo de funcionamento ao longo da vida,
assim estas pessoas apresentam na
velhice uma orientação passiva ou
dependente, mostrando graus de
satisfação muito variados;

ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE

Desintegrado: pessoas com lacunas no


funcionamento psicológico, pouca
atividade, controlo pobre de emoções e
deterioração dos processos cognitivos,
com baixa satisfação de vida.
ENVELHECIMENTO E
PERSONALIDADE
Para estes autores, as pessoas diferem
muito na forma como vivem os últimos anos
das suas vidas, acabando a sua
personalidade por ser influenciada e
modelada por fatores em linha com aquilo
que sempre foram as reações e os
comportamentos ao longo da vida.

MCCRAE E
COSTA, 1986
MODELO BIG FIVE
Fatores Traços Correspondentes
Calmo v s. Ansioso
Estabilidade em ocional Tranquilo v s. Inquieto
ou nervosismo
Autossatisfeito v s. Amargurado com a sua sorte
Sociáv el vs. Fechado
Extroversão Div ertido v s. Sisudo
Caloroso v s. Reservado
Imaginativ o v s. Prático
Abertura de espírito Gosto pela v ariedade v s. Gosto pela rotina
Independente v s. conformista
Meigo v s. Rude
Am abilidade ou
Confiante v s. Desconfiado
am enidade
Prestáv el v s. Não cooperante
Organizado v s. Desorganizado
Consciência ou carácter
Cuidadoso v s. Negligente
consciencioso
Disciplinado v s. impulsivo

Costa e McCrae concluíram que os cinco


fatores do modelo Big Five se encontram em
todos os sujeitos, qualquer que seja a idade
considerada, e se mantêm estáveis durante a
vida. Os autores concluem que a velhice não
tem efeitos sobre a personalidade.
Segundo Hétu (1988), a personalidade
construída pelo indivíduo durante a infância
e juventude é o melhor fator de predição da
adaptação à velhice. Ela representa o eu, a
personalidade, ou o ego que, ao longo de toda
a sua vida, será o integrador dos seus
comportamentos.

Certas investigações conferem algumas diferenças:


Neugarten (1964) através dos seus trabalhos
demonstrou que existe uma forte estabilidade, mas há
presença de mudanças que não são de negligenciar.
Podemos apontar no homem um sentimento de perda do
controlo, facto que se traduz por uma passagem,
especialmente após os 60 anos, de uma atitude ativa
para uma atitude passiva face aos acontecimentos e para
uma maior introspeção.
Jung (1933)
• Segundo Jung, a personalidade organiza-se em
redor de 2 orientações fundamentais:
extroversão/introversão
• Extroversão: atitude para com o mundo exterior
• Introversão: atitude para com o mundo interior e para
com as experiências mentais subjetivas
• Estas duas orientações equilibram-se para
permitir que o indivíduo integre as limitações do
ambiente e os desejos e fantasmas do seu
inconsciente.

Estas 2 tendências determinarão a evolução do


indivíduo no decorrer da vida adulta:
Extroversão-introversão: segundo Jung
produzir-se-ia uma inversão por altura do meio
da vida, que conduziria o indivíduo a um novo
equilíbrio.

Na juventude: haveria a predominância da extroversão


(traduzida pela necessidade de afirmação do eu e de
realização pessoal e profissional)

Na 2ª metade da vida: haveria um forte aumento da


introversão; a pessoa volta-se para a análise dos seus
sentimentos pessoais, para o balanço da vida e para a
tomada de consciência do seu encontro inevitável com a
morte.
J ung descreve o desenvolvimento da personalidade como um fenómeno
que se desenrola durante toda a vida.
Neugarten defendia existir uma forte estabilidade ao nível da
personalidade ao longo da vida, mas há presença de mudanças que não
são de negligenciar.
Costa e McCrae concluíram que a velhice não tem efeitos sobre a
personalidade.
Hétu defendia que a personalidade construída pelo indivíduo durante a
infância e juventude seria o melhor fator de predição da adaptação à
velhice.
Havighurst, Neugarten & Tobin defendiam que as pessoas diferiam
muito na forma como viviam os últimos anos das suas vidas.

CINCO DIFERENTES TIPOS


DE CARACTERÍSTICAS
NOS IDOSOS
1. CONSTRUTIVOS:
Bem integrados tanto no campo pessoal, familiar e no social. As
suas vidas foram feitas de responsabilidades e estabilidades,
sofrendo poucas tensões.

Apresentam uma personalidade de auto controlo, porém


conscientes das suas realizações, frustrações e limitações.

São otimistas e aceitam a reforma sem conflitos. Não lamentam o


que se passou e querem continuar a construir, pretendendo ainda
grandes realizações.

2. DEPENDENTES:

Passivos, não são ambiciosos, mas vivem uma vida


com um padrão acima das suas possibilidades. São
cautelosos com contactos novos, mostrando-se
desconfiados.

Extremamente otimistas e pouco realistas. A


aposentação livra-os da responsabilidade e não
sentem nenhuma disposição para qualquer tipo de
atividade.
3. DEFENSIVOS:

Apresentam alguns traços de neuroticismo,


descontrolados emocionalmente, conv encionais no
social e apresentam um comportamento fechado. São
preconceituosos e tentam passar uma imagem de auto
suficientes. São pessimistas quanto à v elhice e inv ejam
frequentemente a juv entude. Ev itam reformar-se para
não entrarem em contacto com o env elhecimento.

4. HOSTIS:

Alto índice de neuroticismo.

Pouco ambiciosos, pouco competentes, com


constantes sentimentos de fracasso. São rígidos,
inflexíveis no modo de pensar, agressivos, competitivos,
preconceituosos, culpam os outros pelo seu insucesso.
Têm medo de envelhecer, criticam os mais jovens pelas
suas posturas e agarram-se desesperadamente ao seu
trabalho. Tendem frequentemente à introspeção.
5. PESSIMISTAS:

São sempre vitimas das circunstancias, vivendo em


constante conflito. São hostis consigo mesmo e não se
interessam pelos outros. Consideram a velhice uma
triste etapa da vida, não se revoltam contra ela, mas
também nada realizam para mudar ou construir de
novo. Não apresentam medo da morte porque ela
representa a possibilidade de se libertarem dessa vida
tão insatisfatória.

QUATRO
CATEGORIAS:
- Os poucos que governam o mundo – bem mais
poderosos do que sábios;

- Os poucos que estão próximos da imagem de avô


ideal e do velho sábio;

- Os muitos que se vão fazendo cada vez mais azedos,


irritadiços e intolerantes;

- Os que vão parando e tornando-se apáticos e


indiferentes.

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