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Princípios de Funcionamento

Motores quatro tempos:

Motores de ignição por faísca (MIF)

Em 1862 Beau de Rochas propôs uma sequência de operação em 4 tempos,


que é, até hoje, típica dos motores de ignição por faísca. Em 1876 Nikolaus
August Otto, construiu um motor utilizando as idéias de Beau de Rochas,
funcionou perfeitamente. Desde então essa sequência passou a ser conhecida
como ciclo de Otto e é mostrada a seguir.

1- Admissão:

Válvula de admissão aberta.


Válvula de escape fechada.
O Pistão se desloca do PMS ao PMI admitindo para
dentro do cilindro a mistura combustível/ar.

2- Compressão:

Válvula de admissão fechada.


Válvula de escape fechada.
O pistão se desloca do PMI ao PMS comprimindo a
mistura.
Antes de o pistão atingir o PMS, ocorre a faísca,
dando origem à combustão.
3- Expansão:

Válvula de admissão fechada.


Válvula de escape fechada.
A combustão provoca a expansão dos gases que
empurram o pistão, fazendo-o se deslocar do PMS ao
PMI.

4- Escapamento:

Válvula de admissão fechada.


Válvula de escape aberta.
O pistão se desloca ao PMI ao PMS, empurrando para
fora os gases queimados.

OBS. Para se completar um ciclo motor de 4 tempos são necessárias duas


voltas completas da árvore de manivelas.

Aplicações: Veículos de passeio, pequenos veículos de carga, pequenos


aviões e pequenas embarcações.
Motores de Ignição espontânea (MIE)

Em 1892 Rudolph Diesel idealizou um novo motor com ignição espontânea,


chamado até hoje de Diesel, cuja sequência de operação é mostrada a
seguir.

1- Admissão:

Válvula de admissão aberta.


Válvula de escape fechada.
O pistão se desloca do PMS ao PMI admitindo para dentro
do cilindro apenas ar.

2- Compressão:

Válvula de admissão fechada.


Válvula de escape fechada.
O pistão se desloca do PMI ao PMS, comprimindo o ar.
Antes do pistão, atingir o PMS, ocorre a injeção do
combustível, que se mistura com o ar, que está aquecido
devido à compressão, dando origem à combustão.
3- Expansão:

Válvula de admissão fechada.


Válvula de escape fechada.
A combustão provoca a expansão dos fases que
empurram o pistão, fazendo-o se deslocar do PMS ao
PMI.

4- Escapamento:

Válvula de admissão fechada.


Válvula de escape fechada.
O pistão se desloca do PMI ao PMS, empurrando para
fora os gases queimados.

Aplicações: Veículos para transporte terrestre, embarcações de médio e


pequeno porte e instalações industriais.
Motores de 2 tempos:

Em 1878 Dugald Clerk idealizou o ciclo motor em dois tempos, sendo utilizado
tanto para motores de ignição por faísca quanto para motores de ignição
espontânea.

Motores de ignição por faísca (MIF)

Quando o pistão se desloca do PMI ao PMS,


simultaneamente, ele comprime a mistura (combustível +
ar + óleo lubrificante) que está no cilindro, e admite nova
quantidade de mistura no carter. Antes do pistão atingir o
PMS, ocorre à faísca que da origem à combustão e
consequentemente a expansão.

Com a expansão, o pistão se desloca do PMS para o PMI,


liberando as janelas de escape. Ao mesmo tempo ele
comprime a mistura que está no carter, fazendo com que
a mesma, passe para o cilindro através da janela de
transferência. Esta nova mistura ao entrar no cilindro
auxilia na expulsão dos gases queimados.

OBS. Para se completar um ciclo motor de 2 tempos é necessária apenas uma


volta completa da árvore de manivelas.

Aplicações: Motocicletas, cortadores de grama, pequenas bombas, pequenos


motores de popa, etc.
Motores de ignição espontânea (MIE)

Quando o pistão se encontra no PMI, estão abertas as janelas de admissão e a


válvula de escape. Ar é empurrado para dentro do cilindro por uma bomba,
chamada de “bomba de lavagem”, auxiliando no escapamento dos fases
queimados. Fecha-se a válvula de escape e o ar fica retido no cilindro. O pistão
se desloca do PMI ao PMS comprimindo o ar e antes dele atingir o PMS ocorre
a injeção do combustível, que dá origem à combustão e consequentemente a
expansão, deslocando o pistão do PMS ao PMI, quando será feita uma nova
lavagem do cilindro.

Aplicações: Navios de grande porte e instalações estacionárias de grande


porte.

Motores rotativos

No grupo dos motores rotativos estão incluídos, as turbinas a gás e os motores


Wankel.

Turbina a gás – O seu princípio de funcionamento está baseado no ciclo


termodinâmico criado em 1873 pro Brayton. Seus componentes básicos estão
indicados na figura.

O ar é aspirado pelo compressor que o comprime no interior da câmara de


combustão, onde o combustível é injetado e queimado. Devido ao aumento da
temperatura causado pela combustão, os fases expandem através da turbina,
provocando rotação da mesma e produzindo trabalho útil.

Motor Wankel – Idealizado por Felix Wankel, em 1957, aperfeiçoado com a


ajuda do físico Dr. Froede foi mostrado em 1960. Em 1963 a N.S.U. apresentou
um veiculo equipado com esse motor e a partir de 1964 foi iniciada a venda
desses veículos. O motor Wankel tem seu princípio de funcionamento descrito
abaixo.
Como é mostrado na figura abaixo, o motor Wankel possui uma carcaça fixa
(estator) e um rotor girando em seu interior (movimento epitrocoide), que além
do movimento de rotação sofre também um movimento de translação,
mantendo os seus três vértices em permanente contato com o estator, mas
permitindo que as faces do rotor se afastem e se aproximem do estator. A cada
volta, cada face do rotor, realiza um ciclo motor.

A- Inicio da admissão;
B- Admissão;
C- Início da compressão;
D- Máxima compressão e combustão;
E- Inicio da expansão;
F- Expansão;
G- Inicio do escapamento;
H- Fim de escapamento.

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