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Ficha de Trabalho – Leitura e compreensão

Graça e desgraça de Mestre Gil

1. As duas únicas afirmações verdadeiras são as alíneas b e f.


1.1 –
A) José Saramago faz referência a Fernão de Magalhães e
compara-o com Gil Vicente, que “nasce já na segunda metade
do século XV”e quando se refere a expressão “não passa de
uma tranquila mediocridade”, está a referir-se à “estatura dos
“contemporâneos”.

C) No terceiro parágrafo, José Saramago defende que não seria


nenhum favor, que a obra de Gil Vicente tivesse palco próprio e
público acessível, ou seja, que Gil Vicente merecia ser bem
representado nos palcos.

D) Através do provérbio “quem não tem cão caça com gato.”, o


autor pretende realçar que Gil Vicente não é igual a
Shakespeare ou a Molière, talvez porque no seu entender, não
seria tão bom quanto eles, mas não esquecendo que há falta de
melhor, este dramaturgo também era muito bom para a sua
época.

E) A comparação de Gil Vicente com um gato deve-se à


maneira como o autor escrevia, pois ele, no seu tempo, tanto
escrevia bem como mal. Também os gatos podem dar carinho
aos seus donos e de repente arranhá-los. A sua escrita
baseava-se numa personagem que não era individual, ou seja,
era uma personagem tipo, que representava um grupo ou uma
profissão e que servia para criticar ou sintetizar os defeitos
duma determinada classe social da sua época.
2. “Gil Vicente foi o seu génio, mais a terra e o tempo em que viveu.”
No meu entender, esta frase evidencia que Gil Vicente foi um
génio português, do seu tempo, ou seja da época em que viveu,
tendo sido a sua obra, considerada um importante marco de
transição entre a Idade Média e o Renascentismo. Ao todo
conhecem-se cerca de 44 obras, em português e castelhano, que
foram compiladas por seu filho, após a sua morte.

3. A expressão “fundador do teatro português” encontra-se entre


aspas, pois pouco ou nada existe de obras anteriores à sua,
permitindo então que seja ele o fundador do teatro. O seu
primeiro trabalho foi uma peça em castelhano chamada “Monólogo
do Vaqueiro”, que foi representada nos aposentos da rainha D.
Maria, consorte de Manuel I, tendo sido esta representação o
arranque da história do teatro português, embora já existissem
algumas peças de outros autores, mas pouco notórias. O sucesso
das suas obras foi tão grande que os reis para os quais Gil Vicente
desenvolvia as suas peças, convidaram-no a tornar-se responsável
pela organização dos eventos palacianos. No entanto, o escritor
não se limitava a escrever as peças. Ele próprio encenava-as e
representava-as.

4. Analisando o título da crónica de José Saramago, identifico o uso


do recurso estilístico: Antítese, pois “Graça e desgraça” são suas
palavras que se opõem no seu sentido.
Na verdade, eu acho que se adequa perfeitamente ao texto, uma
vez que o autor evidencia a importância do dramaturgo para a
literatura e para o teatro português, mas ao mesmo tempo, o
desinteresse e o desconhecimento do povo português por este
escritor que é considerado o “fundador do teatro português”.

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