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Uma evangelização para o aprofundamento do querigma

A falarmos da evangelização no aprofundamento do querigma, o mandato


missionário de Jesus Cristo também implica no apelo de um aprofundamento de nossa
fé ao dizer: “ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” (Mt 28,20). Não
podemos nos contentar com o pouco na evangelização, mas devemos sim sempre estar
em busca daquele que nos move na ação evangelizadora onde possamos dizer: “não sou
eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20)1.
Assumir a missão evangelizadora não podemos dizer que se dá em um cunho
de uma certa formação doutrinária, mas sim em “cumpri aquilo que o Senhor nos
indicou como resposta ao seu amor, sobressaindo, junto com todas as virtudes, aquele
mandamento novo que é o primeiro, o maior, o que melhor nos identifica como
discípulos”2. Temos que o Novo testamento faz a síntese da lei com a questão do amor,
pois é no amor que se encontra o pleno cumprimento da lei.
Essa perspectiva do cumprimento da lei pelo amor gera um crescimento, seja
na comunidade do Novo Testamento ou na vivencia cotidiana das comunidades hoje, e
sempre será procedido por um dom, que antecede o mandato missionário de Jesus, esse
dom é o batismo, onde na gratuidade do Pai nos tornamos filhos por iniciativa de sua
graça, sendo assim possível a constante santificação, para que com o Espírito Santo,
sejamos transformados pela graça3.
A comunidade em seu processo de formação inicia-se com uma catequese
querigmática de um primeiro anúncio de quem é Jesus Cristo e a manifestação do amor
de Deus por meio de seu filho, esse anúncio basilar é fundamental para o início do
processo catequético, pois o seu lugar se encontra no centro da atividade renovadora da
vida eclesial. Por mais que temos nessa catequese do querigma o anúncio do amor de
Deus com base o entendimento da Trindade, se faz necessário entender que ela parte do
processo de conhecimento e vivência do cristão que se encontra no caminho do
seguimento de Cristo. Pois vivenciar o querigma é saber que estamos expressando e
vivenciando o amor de em ordem com as condutas morais e religiosas, sendo um ato
livre sem nenhuma imposição.
Mas a evangelização catequética não acontecerá somente de forma
querigmática, mas também de forma mistagógica. O mistagogo na cultura grega é
aquele que é o responsável de introduzir aos saberes da cultura o jovem, acompanha-o
na educação e no crescimento. Não é diferente para o catequista, que tem a missão de
introduzir o cristão ao mistério da trindade que se manifesta na Igreja.
Não Podemos achar que o querigma é algo inicial e posterior mente vem a
mistagogia, mas devemos de entender que o querigma deve ser contínuo na vida do
cristão acontecendo de diversas formas. Desta maneira o sacerdote também é chamado
não somente a anunciar, mas ser evangelizado junto com toda Igreja, sendo essa uma
ação interna e externa do anúncio e vivência querigmática e mistagógica4.
Na forma de aplicabilidade catequética da Igreja encontramos a valorização
dos sinais litúrgicos da iniciação a vida cristã, que se dará na comunidade eclesial. Esse
encontro com Cristo Palavra que se dá na catequese não pode ser feito de qualquer
maneira, mas sempre precisamos encontrar nas bases a alegria daquele que proclama o
amor de Deus aos demais, a ambientação do lugar do encontro, sempre em vista de um

1
EG 160.
2
EG 161.
3
Cf. EG 162.
4
Cf. EG 164
processo que possa ajudar a levar aquele que escolhe por Jesus a crescer cada vez mais
em todas as dimensões pessoais, na escuta e resposta ao Senhor5.
A transmissão catequética se dá na beleza da criação de Deus, sendo essa
beleza que toca o coração do homem, deve nos encaminhar ao mistério de Deus,
ajudando no processo da transmissão de fé, ou se usando das artes, para que se leve
Cristo para todos os lugares, sendo a Imagem de Deus que atrai os outros irmãos para
Deus6.
A vida moral no ensinamento catequético, sempre convidará a crescer na
fidelidade da vivência evangélica, na maturidade, fecundidade e realização,
denunciando os males que podem escurecer o cristão na vida em Cristo. Principalmente
fazendo com que a obscuridade do pessimismo apocalíptico que tenta obscurecer a luz
de Cristo, seja revertida na Alegria que somente Ele pode nos proporcionar, sempre
guardando o bem e o belo que sempre será dons na vida daquele que professa a fé em
Cristo7.

5
Cf. EG 166.
6
Cf. EG 167.
7
Cf. EG 168.

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