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ANATOMIA

HUMANA DA
LOCOMOÇÃO
1. CABEÇA ÓSSEA
A cabeça óssea pode ser dividida em duas partes: o crânio e a face.

(A face é constituída por um maciço ósseo, anteriormente à base do crânio, e limitando com
este um conjunto de cavidades que alojam a maior parte dos órgãos dos sentidos)

Crânio – osteologia
Por sua vez, o crânio pode ser dividido em duas partes: uma superior, a calvária, e uma inferior,
a base do crânio.

- Frontal
É um osso impar, largo, que se localiza na porção anterior e superior da cabeça óssea.

Articula-se com os dois parietais, com o etmóide, com o esfenóide, com as maxilas, com os
lacrimais, com os nasais e com os dois zigomáticos.

Sugestão de orientação
A fase convexa é anterior; a margem que apresenta duas cavidades circulares separadas por
uma porção óssea é inferior.

Descrição:
O osso frontal apresenta três faces. Duas delas fazem parte de uma porção superior e vertical,
a escama, sendo, uma anterior ou exocraniana e uma posterior ou endocraniana, e uma outra
face inferior e horizontal, constituída pela face órbito-nasal. Consideram-se ainda três margens.
Face exocraniana – relaciona-se com a pele; apresenta, medianamente, a sutura metópica
(embriologia – união dos dois pontos de ossificação) e acima desta, a glabela (provocado pelos
seios frontais). De cada lado da glabela, encontram-se as tuberosidades frontais (cornos
resquícios evolucionários; lobos cerebrais), e inferiormente a estas, os arcos superciliares (onde
se insere o músculo supraciliar). Lateralmente, encontram-se as linhas temporais. São a
continuação das linhas curvas temporais superiores dos parietais, e limitam anteriormente a
face temporal do frontal (que faz parte da fossa temporal).
Face endocraniana – relaciona-se com o lobo frontal do cérebro; na linha mediana desta face,
observa-se, de anterior para posterior: forame cego (onde passa, AO LADO ocasionalmente, uma
veia emissária, para o seio sagital superior ou um prolongamento da duramáter), crista frontal,
e o sulco do seio sagital superior (onde passa o seio com o mesmo nome); de cada lado da linha
mediana, superiormente, observam-se as fossas frontais, que se relacionam com os polos
frontais dos hemisférios cerebrais e inferiormente, a parte orbital, que se relaciona com a
cavidade orbital. Nesta face, possui numerosas saliências, as eminências mamilares, separadas
entre si pelas impressões digitais, determinadas pelo cérebro.
Face orbital – na porção mediana, existe a incisura etmoidal. Anteriormente, destaca-se a
espinha nasal (triangular – face anterior; margem posterior). Esta incisura está ladeada por duas
superfícies (uma de cada lado), ântero-posteriores, que apresentam cavidades. Destas
cavidades, a mais anterior é escavada pela abertura dos seios frontais. As seguintes, são as
hemicélulas frontais (que completadas com as hemicélulas do etmóide, forma as células
etmoidais. Entre as hemicélulas, existem dois sulcos transversais, um anterior e outro posterior,
que com os outros existentes no labirinto etmoidal, formam os canais etmoidais. Lateralmente
a estas superfícies, existem as fossas orbitais. Ântero-lateralmente a estas fossas, existe a fossa
da glândula lacrimal. Ântero-medialmente, existem a fóvea troclear, onde se insere a tróclea de
reflexão do musculo oblíquo superior do bulbo ocular. Por vezes, esta fóvea é substituída por
uma espinha, de maiores dimensões.
Margem anterior – medianamente, apresenta-se a incisura nasal. Esta tem a forma de um V
invertido, com abertura para inferior, e articula-se com os dois nasais e com os processos
frontais da maxila. Lateralmente a esta incisura, existem as margens supraorbitais. Cada uma
destas margens termina medialmente, no processo orbital medial, onde se articulam com os
processos frontais da maxila e com os lacrimais, e lateralmente no processo zigomático, onde
se articulam com o zigomático. Estas margens podem apresentar, ao nível do seu terço médio,
o forame ou incisura supraorbital (onde passam os vasos e nervo supraorbitais), e medialmente
a este, o forame ou incisura frontal, onde passam o nervo frontal interno. ESTIMULO À DOR
Margem supero-posterior – articula-se com os dois parietais, superiormente, e com as asas
menores do esfenóide, inferiormente – sutura sagital; no centro – BREGMA (craniométrico);
margem em forma de bisel (um osso que se encaixa por baixo de outro – “à custa de” – o que
está por baixo)
Margem infero-posterior – articula-se com as asas do esfenóide e com o etmóide, na sua porção
mediana, onde apresenta uma concavidade que aponta para posterior.

Seios nasais – no interior deste osso, existem duas cavidades pneumáticas, que se abrem nas
cavidades nasais pelas aberturas do seio frontal. No interior do osso, encontram-se separadas
pelo septo dos seios frontais.

- Parietal
É um osso par, largo, que se situa na parte supero-lateral do crânio.

Articula-se com o parietal oposto, com o frontal, com o occipital, com o esfenóide e com o
temporal.

Sugestão de orientação
Dos quatro ângulos, aquele que é o resultado da união das duas margens mais retas e que
apresenta uma amplitude aproximada de 90º é superior, anterior e medial.

Descrição:
O parietal apresenta duas faces, uma endocraniana e outra exocraniana, quatro margens e
quatro ângulos.
Face exocraniana – é convexa. Apresenta na sua porção média a tuberosidade parietal, e
inferiormente a esta duas linhas: uma linha temporal superior, onde se insere a fáscia temporal,
e uma linha temporal inferior, onde se insere (no interstício) m. temporal. Considera-se o
“início” da fossa temporal numa linha intermédia a estas linhas. Na sua porção supero-postero-
medial, existe o forame parietal, que dá passagem à veia emissária parietal de Santorini.
Face endocraniana – é concava. Existe na porção média, a fossa parietal. Podem ver-se nesta
face vários sulcos, por onde passam os ramos da artéria meníngea média, sendo que o conjunto
destes sulcos é chamado de folha de figueira. Perto da margem superior, existem as fovéolas
granulares de Pacchioni, que se desenvolvem nas meninges.
Margem superior – apresenta um hemisulco que, quando completado pelo do outro parietal,
forma o sulco do seio sagital superior.
Margem anterior – articula-se com o frontal
Margem inferior – articula-se com a porção escamosa do temporal
Margem posterior – articula-se com o occipital
Ângulo frontal – é antero-superior; articula-se com o frontal e com o parietal oposto
Angulo esfenoidal – é antero-inferior; articula-se com a asa maior do esfenóide
Angulo occipital – postero-superior; articula-se com o occipital e parietal oposto
Angulo mastoideu – postero-inferior; articula-se com a parte mastoide e com a parte escamosa
do temporal

- Occipital
É um osso ímpar, largo, que se localiza na porção postero-inferior do crânio.

Articula-se com os dois parietais, com os dois temporais, com o esfenóide e com a primeira
vertebra cervical (atlas).

Sugestão de orientação
A face convexa é posterior. As suas saliências perto do orifício deste osso olham para inferior,
sendo que o orifício está contido num plano horizontal.

Descrição:
Este osso tem uma forma losângica irregular. Apresenta o forame magno, de forma ovalar, que
permite a comunicação entre a cavidade craniana e o canal vertebral, dando passagem à medula
oblonga, as artérias vertebrais, e relacionando-se com os nervos espinhais.
A volta deste forame, consideram-se 4 porções: uma anterior, a porção basilar, uma posterior,
a escama occipital, e duas laterais, as partes laterais.
• Porção basilar – 2 faces e 4 margens
Face exocraniana – tubérculo faríngeo (inserção da rafe da faringe) e, anteriormente a este
tubérculo, a fóssula navicular (que pode ter, no fundo, a fossa faríngea)
Face endocraniana – apresenta o clivo, uma estrutura esculpida em forma de canal, com
obliquidade postero-inferior, e que se relaciona com a artéria basilar, a medula oblonga e a
ponte;
Margem anterior – articula-se com o corpo do esfenóide; os seus limites laterais e a porção
anterior das laterais fazem parte da porção occipital do forame lacerado;
Margens laterais – articulam-se com parte petrosa do temporal;
Margem posterior – limita anteriormente o forame magno;
• Escama occipital – 2 faces e 4 margens
Face exocraniana – apresenta na sua porção media, a protuberância occipital externa.
Superiormente, uma porção lisa que corresponde a tegumentos; inferiormente e
transversalmente à protuberância, encontra-se a crista occipital externa. De cada lado desta
crista, existem duas linhas curvas: uma linha nucal superior e outra inferior, onde se inserem
vários músculos
Face endocraniana – apresenta quatro depressões – fossas occipitais: as superiores são as fossas
cerebrais (alojam os lobos occipitais do cérebro), as inferiores são cerebelosas (alojam o
cerebelo). No ponto de reunião das quatro fossas, encontra-se a protuberância occipital interna.
As duas fossas cerebrais estão separadas pelo sulco do seio sagital superior; as cerebelosas,
estão separadas pela crista occipital interna. Existe ainda, transversalmente a estas linhas, o
sulco do seio transverso (que aloja este sulco). O ponto de reunião de todas estas estruturas
chama-se eminência cruciforme.
Margens superiores – articulam-se com os parietais;
Margens inferiores – articulam-se com a parte mastoideia do temporal
• Partes laterais – 2 faces e 2 margens
Face exocraniana – côndilos do occipital (articulam-se com as faces articulares superiores do
atlas); antero-medialmente aos côndilos, existe o forame medial do canal do nervo hipoglosso,
por onde passa o nervo com este nome. Lateralmente ao condilo, encontra-se o forame lateral
do canal condilar, por onde passa uma veia emissária do seio sigmoideu.
Face endocraniana – forame lateral do canal do nervo do hipoglosso; e posteriormente; forame
medial do canal condilar. Anteriormente, túberculo jugular
Margem medial – limita o forame magno
Margem lateral – esta dividida em duas partes, pelo processo jugular: anteriormente, incisura
jugular, que limita medialmente o forame jugular; posteriormente, esta margem articula-se com
o processo mastóide do temporal. O forame jugular (parte petrosa do temporal e occipital) é
dividido em duas partes pelos processos intrajugulares (um no occipital e outro na parte petrosa
do temporal), estando unidos por um feixe fibroso. Na porção posterior – bulbo superior da veia
jugular; porção anterior – nervo glosso-faríngeo e seio petroso interior (anteriormente) e nervo
acessório e vago (posteriormente).

- Etmóide
É um osso ímpar, curto, que se localiza no crânio, inferiormente à face orbito-nasal do osso
frontal.

Articula-se com o frontal, o esfenóide, os palatinos, os nasais, os lacrimais, as maxilas e o vómer.

Sugestão de orientação
Ao lado da lâmina lisa que se destaca, existem duas saliências (uma de cada lado) com forma de
chifre, que apresentam uma ligeira concavidade que aponta para lateral, e um bico que é
posterior.

Descrição:
O etmóide pode dividir-se em três porções: a lâmina vertical, que se situa na linha mediana; a
lâmina horizontal, que corta perpendicularmente a primeira; e o labirinto etmoidal, que se
destaca da lâmina horizontal.
• Lâmina vertical
Está dividida em duas porções, pela lâmina horizontal: uma superior, constituída por um
processo de forma triangular, a crista etmoidal, cuja base está unida à lâmina horizontal, e a
margem anterior se articula com o frontal através das asas da crista etmoidal, que completa o
forame cego do frontal; uma inferior, a lâmina perpendicular, que é fina, e contribui para formar
o septo das cavidades nasais. Tem uma forma aproximadamente pentagonal. A margem anterior
articula-se com a espinha nasal do frontal e com os dois ossos nasais; A margem posterior
articula-se com o segmento anterior da crista esfenoidal; A margem superior articula-se com a
lâmina horizontal do etmóide; a margem ântero-inferior une-se à cartilagem do septo nasal; a
margem póstero-inferior articula-se com a margem anterior do vómer. ENCSNMAVSACELHE
• Lâmina horizontal (ou cribriforme)
Tem uma forma quadrilátera, estendendo-se de um labirinto etmoidal ao outro. A face superior
é dividida ao meio pela crista etmoidal. De cada lado, existem os sulcos olfactivos, paralelos à
crista etmoidal. Estes sulcos apresentam os forâmenes da lâmina cribriforme, com dimensões
variáveis, mas dispostos em fileiras paralelas entre si. Estes forâmenes dão passagem aos ramos
do nervo olfactivo. Anteriormente, existem dois forâmenes especiais: a fenda etmoidal
(prolongamento da duramáter) e o forame etmoidal anterior (que está ligado ao canal etmoidal
anterior através do sulco etmoidal, e dá passagem ao nervo etmoidal anterior). A face inferior
desta lâmina faz parte da abóbada das cavidades nasais.
• Labirinto etmoidal
Estes labirintos encontram-se suspensos das margens laterais da lâmina cribriforme.
Distinguem-se 6 faces:
-Face superior: hemicélulas irregulares, que completam as hemicélulas frontais, constituindo as
células etmoidais. A mais desenvolvida tem o nome de infundíbulo etmoidal, e situa-se
anteriormente e abre-se no meato nasal médio; esta face apresenta dois sulcos transversais,
que completam os sulcos existentes na face orbito-nasal do frontal, formando os canais
etmoidais. O anterior dá passagem ao nervo e artéria etmoidal anterior, e o posterior dá
passagem à artéria e nervo posterior. Abrem-se na cavidade orbital e nasais.
-Face medial: constitui a maior parte da parede lateral das cavidades nasais. Destacam-se dois
processos, a concha nasal superior e a concha nasal média. Entre a face lateral das conchas e a
medial do labirinto, encontram-se espaços conhecidos como meatos nasais, sendo que o
superior se relaciona com a concha superior, e o médio com a concha media. No meato nasal
superior, abrem-se as células etmoidais posteriores e o seio esfenoidal, e no meato médio
abrem-se as células etmoidais anteriores e o seio frontal e o seio maxilar. Superiormente à
concha nasal superior, existe a concha nasal suprema de Santorini e uma estrutura inconstante,
a concha nasal de Zuckerkandl, que condicionam mais dois meatos. Na extremidade anterior do
meato nasal médio, destaca-se uma lâmina óssea muito fina, o processo uncinado, que se dirige
com obliquidade postero-inferior e se bifurca em duas lâminas, uma inferior (que se articula
com o processo etmoidal da concha nasal inferior) e outra posterior, que também se subdivide
em duas lâminas, uma para o palatino, outra para a bolha etmoidal. A porção superior do
processo uncinado relaciona-se com uma saliência condicionada por uma célula etmoidal, o ager
nasal (ou eminência nasal), e posteriormente ao processo uncinado, a parede lateral do meato
nasal médio apresenta a bolha etmoidal, que se separa da linha de implantação da concha nasal
média pelo sulco retrobolhar, e do processo uncinado pelo sulco unci-bolhar.
-Face inferior: apresenta, de medial para lateral, a concha nasal média, o meato nasal médio,
uma superfície rugosa para se articular com a maxila e o processo uncinado.
-Face lateral: faz parte da parede medial da cavidade orbital e constitui a lâmina orbital
-Face anterior: apresenta hemicélulas, que se completam com as hemicélulas existentes na face
medial do lacrimal e no processo frontal da maxila, formando as células etmoidais anteriores.
-Face posterior: articula-se com a face anterior do corpo do esfenóide e com o processo orbital
do palatino. Encontram-se também aqui hemicélulas, que se completam com as existentes no
esfenóide, formando as células etmoidais posteriores.
- Esfenóide

É um osso impar, curto, que se localiza no crânio, numa posição ântero-mediana, póstero-
inferiormente ao frontal.

Articula-se com o frontal, os parietais, os temporais, o occipital, o etmóide, os zigomáticos, os


palatinos e o vómer.

Sugestão de orientação
As estruturas em forma de asa apresentam duas concavidades, sendo que a maior será
posterior, e o bico desta estrutura será superior.
Descrição
Neste osso, distingue-se uma porção central, o corpo, de onde se destacam as asas menores, as
asas maiores, e os processos pterigóides.
• Corpo – 6 faces
o Superior – porção anterior, linha mediana: jugo esfenoidal. De cada lado, sulcos
olfativos (continuam os do etmóide); a porção mais saliente do jugo articula-se
com a crista etmoidal e com a lâmina cribriforme do etmóide, através do
prolongamento etmoidal do esfenoide. Posteriormente, o jugo é limitado pelo
limbo esfenoidal. Posteriormente a este limbo, existe o sulco pré-quiasmático,
que tem disposição transversal e une os canais ópticos. Posteriormente a este
sulco, encontra-se a sela turca, ou fossa hipofisária, onde se encontra a hipófise.
Na porção anterior desta fossa (posteriormente ao sulco) existe o tubérculo da
sela e ainda o sulco do seio intervenoso (para o seio intervenoso anterior). Este
sulco é limitado posteriormente por uma crista sinostósica que termina pelos
processos clinoides médios. A sela turca é limitada posteriormente pelo dorso
da sela. Ao nível dos seus ângulos livres, encontram-se os processos clinoides
posteriores. SpqSTSCP
o Anterior – linha mediana: crista esfenoidal anterior; de cada lado, aberturas do
seio esfenoidal, e ainda hemicélulas, que em conjunto com as do etmoide,
formam as células etmoidais posteriores.
o Inferior – porção inferior da crista esfenoidal, sendo que a porção anterior, mais
saliente, é o rostro esfenoidal. Esta crista vai articular-se com o sulco entre as
asas do vómer. Como esta adaptação não é perfeita, forma-se o canal esfeno-
vomeriano mediano
o Posterior – apresenta uma superfície quadrilátera rugosa, que une o esfenoide
ao occipital. Corresponde à face oposta da sela turca.
o Faces laterais – dão inserção às asas maiores do esfenóide. Apresentam ainda o
sulco carótico, onde se situam o seio cavernoso, a artéria carótida interna e
alguns nervos cranianos.
Asas menores – são triangulares, de base medial. Destacam-se da face superior do corpo do
esfenóide por duas lâminas, que depois se juntam: uma superior, achatada supero-
inferiormente, e uma inferior, achatada póstero-inferiormente. Circunscrevem, então com o
corpo do esfenóide, o canal óptico, por onde passa a artéria oftálmica e o nervo óptico. A sua
face superior relaciona-se com o cérebro, e a face inferior faz parte da abóbada da orbita. A
margem anterior articula-se com o etmóide e com o frontal, e a posterior contribui para
separa as fossas anterior e média da base interna do crânio. Termina postero-medialmente
nos processos clinoides anterior. O ápice estende-se até à extremidade lateral da fissura
orbital superior, e termina no processo xifóide.

• Asas maiores – 3 faces e 3 margens


o Face posterior – relaciona-se com a porção do cérebro que se situa na fossa
média da base interna do crânio
o Face anterior – faz parte da parede lateral da órbita – face orbital
o Face lateral – dividida em duas porções (pela crista infratemporal), sendo que a
superior pertence à fossa temporal, e a inferior à fossa infratemporal
o Margem anterior – articula-se com o zigomático
o Margem lateral – articula-se com a parte escamosa do temporal
o Margem medial – na porção média, está soldada ao corpo. Anteriormente,
relaciona-se com o ápice da órbita, e posteriormente articula-se com a parte
petrosa do temporal. Encontram-se, nesta margem, vários forâmenes, sendo
eles (de anterior para posterior) - ORVOEP
▪ Fissura orbital superior VER ESPAÇOS– nervos motores do olho
(oculomotor e troclear), veia oftálmica superior e três ramos terminais
do nervo oftálmico (lacrimal, frontal e nasociliar) e nervo abducente;
▪ Forame redondo – nervo maxilar;
▪ Forame venoso de Vesalius (inconstante) – pequena veia emissária;
▪ Forame oval – nervo mandibular, artéria meníngea acessória
▪ Forame espinhoso – artéria e veia meníngea média; ramo meníngeo do
nervo mandibular;
▪ Forame petroso – nervo petroso menor
Posteriormente, origina-se uma saliência achatada transversalmente e dirigida
postero-lateralmente, a língua esfenoidal, que contribui para a formação do
forame jugular. As margens posterior e medial da asa maior unem-se, formando
a espinha do escafoide, que se articula com o temporal entre a porção petrosa
e escamosa e onde se insere o ligamento esfeno-mandibular
• Processos pterigóides – originam-se a partir de duas raízes: uma medial (face inferior do
corpo do esfenóide) e outra lateral (margem medial da asa maior). Apresenta o canal
pterigóideu, onde passam os vasos e nervo do canal pterigoideu. As duas raízes continuam-
-se inferiormente por duas lâminas ósseas, que se unem anteriormente, formando um canal
com abertura para posterior, a fossa pterigoideia. Na porção inferior, separam-se sendo este
espaço ocupado pelo processo piramidal do palatino.
o Face anterior – faz parte da parede posterior da fossa infratemporal;
o Face medial – articula-se com a lâmina perpendicular do palatino. Na sua
extremidade medial origina-se o processo vaginal, que se dirige medialmente e se
separa da face inferior do corpo do esfenóide por um sulco, que a margem da asa
do vómer transforma no canal vomero-vaginal. A porção inferior desta face termina
num gancho, o hâmulo pterigoideu, em cuja concavidade se reflete o tendão do m.
levantador do véu palatino
o Face lateral – inserção do m. pterigoideu lateral
o Face posterior – constitui a fossa pterigoideia (inserção do m. pterigoideu medial).
Na sua porção supero medial, encontra-se a fossa escafoideia (inserção do tensor
do véu palatino. A margem posterior da lâmina lateral apresenta, superiormente à
porção média, o processo ptérigo-espinhoso (inserção do ligamento com este
nome)
- Palatino
É um osso par, largo, que se localiza na porção postero-mediana da face.

Articula-se com o maxilar, com o esfenóide, o etmóide, o palatino oposto, concha nasal
inferior e vómer.

Sugestão de orientação
O osso possui duas lâminas. A mais pequena, apresenta uma curvatura cuja concavidade aponta
para posterior. Na outra lâmina, existe uma estrutura em forma de pirâmide que é inferior e
lateral relativamente à outra lâmina.
Descrição
Este osso pode dividir-se em duas porções: uma lâmina horizontal e outra vertical, ou
perpendicular.
• Lâmina horizontal: distinguem-se duas faces e quatro margens:
-Face superior: pavimento das cavidades nasais;
-Face inferior: palato duro
-Margem posterior: articula-se com o processo palatino da maxila;
-Margem medial: articula-se com o palatino oposto;
-Margem anterior: apresenta uma concavidade que olha para posterior, e ao juntar-se com a
do palatino oposto formam a espinha nasal posterior:
-Margem lateral: corresponde ao ponto de união das duas lâminas.
• Lâmina vertical: distinguem-se duas faces e quatro margens:
- Face lateral: apresenta, de anterior para posterior: o segmento sinusal, que se relaciona com o
hiato do seio maxilar, cobrindo o parcialmente, o segmento maxilar, que se articula com a maxila
e que apresenta, no seu quarto posterior o sulco palatino maior (que em conjunto com o sulco
existente na maxila, forma o canal palatino maior; o segmento interptérigomaxilar,
superiormente ao sulco palatino maior, que limita medialmente a fossa infratemporal; o
segmento pterigoide, que vai articular-se com a lâmina medial do processo pterigoideu do
esfenoide.
-Face medial: apresenta duas cristas: a crista etmoidal, no seu quinto superior, que se articula
com a concha nasal média do etmoide; a crista conchal, que se articula com a concha nasal
inferior.
-Margem superior: destacam-se várias estruturas. Na porção mais anterior, o processo orbital,
que se destaca antero-lateralmente do plano que contem a lamina perpendicular, e que tem a
forma de uma pirâmide triangular. apresenta cinco faces, duas não articulares e três articulares.
Uma face inferior, a face palatina, que se articula com o trígono palatino da maxila; uma face
antero superior, a face etmoidal, que se articula com o labirinto etmoidal; uma postero superior,
a face esfenoidal, que se articula com o corpo do esfenóide; uma face supero-lateral, a face
orbital, que vai fazer parte do pavimento da orbita; uma face infero-lateral, a face pterigo
maxilar, que vai fazer parte da fossa infratemporal. Destaca-se ainda a incisura esfeno palatina,
posteriormente a este processo, que, com o corpo do esfenoide, vai formar o forame esfeno-
palatino, por onde passam os vasos e nervo esfenopalatinos. Posteriormente, existe o processo
esfenoidal, que vai articular-se com o processo vaginal da lâmina medial do processo pterigoide,
formando o canal palato-vaginal.
-Margem anterior: relaciona-se com o hiato do seio maxilar, destacando-se inferiormente o
processo maxilar, que se relaciona com a parede medial do seio maxilar e com o processo
maxilar da concha nasal inferior;
-Margem inferior: confunde-se com a lâmina horizontal. Destaca-se posteriormente o processo
piramidal, um processo em forma de pirâmide que vai preencher o espaço situado entre as duas
lâminas mediais.
-Margem posterior: articula-se com a lâmina medial do processo pterigoideu
- Temporal
É um osso par, largo, que se localiza na porção Ínfero-lateral do crânio.

Articula-se com o occipital, o parietal, o esfenóide, o zigomático e a mandíbula

Sugestão de orientação
Este osso possui uma estrutura em forma de corno, que é inferior, e cujo ápice aponta para
medial. Existe uma estrutura que se destaca de uma face lisa, através de duas raízes, que aponta
para anterior.

Descrição
Este osso pode dividir-se em três porções: a porção escamosa, a porção petrosa, e a porção
mastóide.
• Porção escamosa – 2 Faces, 1 margem
- Face exocraneana – divide-se em duas porções, uma superior e outra inferior, pelo processo
zigomático.
o Processo zigomático: constituído por duas porções: o segmento basal, [que
corresponde à “base” do processo zigomático. Apresenta duas faces, uma superior
que se relaciona com os fascículos do m. temporal, e uma inferior que apresenta
duas saliências, uma longitudinal e outra transversa, que se vão conjugar para
formar a “raiz” do processo zigomático. A raiz longitudinal continua-se
posteriormente, contribuindo para formar a crista supramastoideia, sendo que
imediatamente anteriormente ao poro auditivo externo, apresenta o tubérculo
zigomático posterior; a raiz transversa (ou tubérculo articular) é lisa e concava na
porção inferior, e vai articular-se com a mandíbula. No ponto de junção das duas
raízes, existe o tubérculo zigomático anterior.] e o segmento anterior, que
apresenta uma concavidade medial, e dá inserção ao músculo masséter
(lateralmente) e à fáscia temporal (superiormente). A extremidade anterior
apresenta-se cortada em bisel, para se articular com o zigomático, à custa da
margem inferior.
o Porção superior: é convexa e lisa; dá inserção ao músculo temporal;
o Porção inferior: apresenta o tubérculo articular (descrito anteriormente) e
posteriormente, a fossa mandibular, que está dividida em duas porções pela fissura
petrotimpânica de Glasser, sendo a porção mais anterior articular, e a porção
posterior não articular, e é limitada posteriormente pelo poro auditivo externo. Faz
parte também desta porção os tubérculos zigomáticos, e ainda uma porção
triangular e lisa que vai fazer parte da fossa infratemporal, a superfície plana
subtemporal.
- Face endocraneana – apresenta sulcos que se relacionam com a artéria meníngea média
- Margem circunferencial – confunde-se, posteriormente, com a porção mastoide do temporal.
Anteriormente a esta, é visível através das fissuras petroescamosa (face endocraneana) e
timpanoescamosa (exocraneana). Na sua porção superior, vai articular-se anteroinferiormente
com a margem posterior da asa maior do esfenoide, e superiormente com o parietal
• Porção mastóide – 2 faces, 1 margem
- Face exocraneana
Apresenta frequentemente vestígios de uma fissura petroescamosa posterior, com obliquidade
antero-inferior, que separa as zonas de origem escamosa e de origem petrosa do processo
mastóide.
Os ¾ postero-inferiores são limitados por uma linha rugosa que se continua com a linha nucal
superior do occipital. Apresenta rugosidades que dão inserção: ao ventre occipital do músculo
occipito frontal, ao esternocleidomastoideu e ao músculo esplénio da cabeça. Na proximidade
da margem posterior, na sua porção média, existe o forame mastoideu que comunica com o
interior do crânio, por onde passa uma veia emissária e a artéria mastoideia. Na porção medial
ao processo mastóide, existe o sulco mastoideu onde se insere a porção posterior do músculo
digástrico, e anteriormente o sulco occipital (onde passa uma artéria). O quarto antero-superior
é liso. Observa-se anteriormente o poro auditivo externo (base da porção petrosa). Postero-
superiormente existe a espinha suprameática de Henle, e posteriormente uma zona crivosa,
perfurada por vários forâmenes vasculares.
-Face endocraniana
Confunde-se anteriormente com a porção petrosa. É maioritariamente lisa, contribuindo para
formar o fundo da cavidade craniana. Na sua porção anterior, existe o sulco para o seio
segmoideu.
-Margem circunferencial
Confunde-se anteriormente com as porções petrosa e escamosa. No restante, é grosso e rugoso,
articulando-se superiormente com o parietal e posteriormente com a margem lateral da porção
escamosa do occipital
• Porção petrosa – pirâmide com eixo antero-medial – base, ápices, 4 faces e 4 margens
-Base – contem o poro auditivo externo (exocranealmente) – (do ponto de vista embrionário, o
poro é constituído superiormente pela escama, e antero-postero-inferiormente pelo osso
timpânico.
-Vértice – apresenta a abertura superior do canal carótico, por onde passa a carótida interna e
o plexo carótico interno (nervoso). O ápice, juntamente com o corpo e asa maior do esfenóide
(porção posterior e margem medial) e occipital, formam o forame lacerado
-Face antero-superior – descrevem-se várias estruturas, de antero-medial para postero-lateral.
Impressão trigémea ou fossa Gasseriana, onde se insere o gânglio de Gasser (espessamento
nervoso das fibras sensitivas do nervo trigémeo); Tubérculo retro gasseriano; Hiato dos canais
dos nervos petrosos maior e menor (que se continuam com os sulcos do mesmo nome e onde
passam os nervos com o mesmo nome, sendo o maior mais medial); tegme timpânico, uma
lâmina óssea fina, que forma a parede superior da cavidade timpânica; Eminência arqueada,
condicionada pelo canal semicircular superior.
-Face postero-superior – apresenta anteriormente o poro acústico interno, que é a entrada para
o meato acústico interno. Este meato divide-se em quatro fossas: uma antero-superior, onde
passa o nervo de Wrisberg; uma antero-inferior, uma postero-superior e outra postero-inferior
onde passam o nervo vestibulococlear e a artéria labiríntica; postero-superiormente encontra-
se a fossa subarqueada (prolongamento da duramáter) e posteriormente a esta, a abertura
externa do aqueduto do vestíbulo (para o canal endolinfático); existe ainda, inferiormente, a
fóssula ungueal, que aloja prolongamentos do labirinto membranoso.
- Face postero-inferior – divide-se em três porções: uma lateral, uma média e outra medial;
o Lateral – processo estiloide (Ramalhete de Roland – 2 ligamentos [estilo-hioideu e
estilo-mandibular no ápice, sendo o EH mais posterior] e 3 músculos [estilo hioideu
{lateral}, estilo faríngeo {medial} e estilo glosso {anterior}]; postero-lateralmente,
existe o foramene estilo-mastoideu, onde passa a artéria estilo-mastoideia e o
nervo de Wrisberg.
o Média – fossa jugular (aloja o bulbo superior da veia jugular interna). Na parede
lateral da fossa, existe o canalículo mastoideu (onde passa o ramo comunicante do
nervo de Wrisberg com o nervo acessório - Cruveilhier)
o Medial – forame inferior do canal carótico. Estre este forame e a fossa jugular, existe
a abertura inferior do canal timpânico, onde passa o nervo timpânico de Jacobson.
-Face Antero-inferior
Apresenta, na sua porção lateral, uma lâmina óssea fina, que corresponde à parede anterior do
meato acústico externo e faz parte da porção não-articular da fossa mandibular. Desta lâmina,
origina-se um prolongamento que envolve o processo estiloide, constituindo a bainha do
processo estiloide. Antero-medialmente a esta porção, origina-se o processo tubário do osso
timpânico, que contribui para a porção óssea da tuba auditiva de Eustáquio. Anteriormente,
observa-se o sulco tubário, e dois forâmenes: o de abertura para o canal do m. tensor do
tímpano, e o de abertura do canal da tuba auditiva de Eustáquio. Posteriormente, mas antero-
medialmente ao processo estiloide, observa-se o processo vaginal.
-Margem superior – apresenta a crista suprameática, anteriormente, onde passa o V nervo
craniano, e posteriormente o sulco do seio petroso superior;
-Margem inferior – bainha do processo estiloideu;
-Margem anterior – é livre na sua porção mais medial, e contribui para a formação do forame
lacerado;
-Margem posterior – apresenta o sulco do seio petroso inferior. Encontra-se ainda a fóssula
petrosa (aloja-se o gânglio inferior do nervo glosso-faríngeo de Andersch) e, no fundo da fóssula,
o forame inferior do canalículo da cóclea.

Crânio - artrologia
Articulação temporo-mandibular
É uma bi-condilo-meniscartrose conjugada. Vai articular-se a superfície articular temporal,
composta por duas porções: uma mais anterior, o tubérculo articular, que é liso e convexo de
anterior a posterior e ligeiramengte concavo de lateral a medial, e uma porção mais posterior,
a fossa mandibular, que se apresenta dividida em duas porções pela fissura petrotimpânica de
Gasser: uma mais anterior, que corresponde a uma porção articular, que é concava, e uma
porção posterior, não articular, limitada posteriormente pelo meato acústico esterno, com a
superfície articular mandibular, que corresponde ao côndilo da mandíbula do processo condilar
do osso da mandíbula. O processo condilar é uma eminência alongada, alargada de lateral a
medial, com inclinação medial que possui, no seu ápice, o côndilo da mandíbula, cujas porções
anterior e posterior estão separadas por uma crista de direção medial (paralela ao eixo maior
do processo condilar). A porção anterior é convexa, e a porção posterior é plana, continuando-
se com a margem posterior do processo condilar. A superfície articular será então a porção
anterior e a porção posterior, na sua porção mais superior.
Existe ainda um disco articular, visto que as superfícies articulares não se adaptam
perfeitamente (existe nas duas faces porções convexas). Este disco tem uma forma elíptica, é
alargado transversalmente e é mais grosso na sua porção medial e posterior, e mais fino na
porção central, podendo por vezes apresentar-se perfurado. É bicôncavo, apresentando uma
face antero-superior, é concava de anterior a posterior, na porção que se relaciona com o
tubérculo articular, e ligeiramente convexo na porção que se relaciona com a porção articular
da fossa mandibular. A face postero-inferior relaciona-se com o côndilo da mandíbula sendo
maioritariamente concavo. Uma particularidade deste menisco, é que adere à capsula articular,
o que é importante para a mecânica articular desta articulação.
Meios de união
• Cápsula articular – é fina e laxa. Insere-se superiormente no contorno da superfície articular
temporal, ou seja, anteriormente na porção anterior do tubérculo articular, medialmente
no contorno do túberculo articular e da fossa mandibular e também algumas fibras na
espinha do esfenóide, posteriormente no lábio anterior da fissura petrotimpânica (Glasser)
e lateralmente na raíz longitudinal do processo zigomático e no túberculo zigomático
anterior. Inferiormente, insere-se ao nível do colo do côndilo da mandíbula, à exceção da
porção posterior, onde se estende mais inferiormente. As fibras da cápsula são verticais, e
existem dois tipos de fibras: as longas (estendem-se desde a superfície temporal até à
mandibular) e as curtas (que vão desde a superfície articular até à porção periférica do
disco). Na porção posterior, estas fibras curtas irão formar o freio discal posterior
• Ligamento lateral – extrínseco. Insere-se superiormente na raiz longitudinal do processo
zigomático (anteriormente à cápsula) e no tubérculo zigomático anterior e as fibras vão
dirigir-se postero-inferiormente para se inserirem na porção lateral e posterior do colo do
processo condilar da mandibula.
• Ligamento medial – intrínseco. Reforça a cápsula medialmente, e Insere-se superiormente
no rebordo medial da fossa mandibular, e as suas fibras dirigem-se com obliquidade
postero-inferior para se inserirem na porção posterior e medial do colo do processo condilar
da mandíbula.
• Ligamentos acessórios – 3
o Ligamento esfenomandibular – corresponde a um espessamento da fáscia
interpterigoideia. Insere-se na espinha do esfenóide e na lingueta da mandíbula
(Spix)
o Ligamento estilomandibular -insere-se no ápice do processo estiloide e na margem
posterior do ramo da mandíbula (junto ao ângulo da mandibula)
o Ligamento ptérigomandibular – insere-se na lâmina medial do processo pterigoide
e na extremidade posterior da margem alveolar da mandíbula
Membrana sinovial
Devido à existência do disco articular, consideram-se duas membranas sinoviais: uma temporo-
discal, e outra discomandibular, que podem comunicar entre si quando o disco se apresenta
perfurado.
Mecânica articular
Importante, principalmente, nos movimentos de descensão e ascensão (da mandíbula). À
medida que ocorre a descensão, a côndilo da mandibula vai projetar-se anteriormente,
arrastando consigo o disco. Este disco, que em repouso se relaciona principalmente com a fossa
mandibular e com a porção posterior do tubérculo articular, vai passar a relacionar-se com a
porção inferior do tubérculo articular. Também a relação do disco com o côndilo mandibular vai
alterar-se. Enquanto que em repouso se relaciona com a porção anterior, à medida que o
movimento se dá vai relacionar-se com a porção culminante, isto é, a crista que divide o côndilo
nas duas porções descritas anteriormente. O movimento é detido pela tensão do freio discal
posterior, e reposto pelo auxilio da elasticidade das suas fibras.
2. TRONCO
Coluna vertebral - osteologia
Generalidades
A coluna vertebral localiza-se na porção posterior e mediana do tronco. Divide-se em 4 partes:
cervical (7 vértebras), torácica (12), lombar (5) e sacro-coccígea (5 sagradas e 4 a 5 coccígeas,
soldadas num osso único).

Classificação das vértebras


• Verdadeiras – vértebras independentes;
o Isólogas – assemelham-se às vertebras esquemáticas:
▪ Comuns;
▪ Especiais (6C, 7C, 1T, 10T 11T 12T e 5L)
o Heterólogas – diferem um pouco – atlas e áxis
• Soldadas – alterações de forma ou do desenvolvimento;
o Alomórficas – Sacro e cóccix (alterações na forma);
o Alotróficas – vertebras cranianas (alterações no desenvolvimento)

Características gerais das vértebras

Sugestão de orientação
A porção do osso maciça e com forma cilíndrica é anterior. Os processos que se destacam
apontam ligeiramente para inferior.

Descrição
Todas as vértebras são constituídas por um corpo vertebral (3 faces, uma superior, uma
circunferencial, e outra inferior, sendo a superior e inferior rugosas para melhor fixação do
disco), e um arco ósseo de concavidade anterior, o arco vertebral. Este arco (posterior e
lateralmente), juntamente com a margem posterior do corpo vertebral (anteriormente), vai
delimitar o forame vertebral.
O arco vertebral apresenta um processo espinhoso (posterior e mediano, origina-se da união das
lâminas do arco vertebral), dois processos transversos (laterais e horizontais, que se unem ao
corpo vertebral através do pedículo do arco vertebral) e quatro processos articulares (dois
superiores e dois inferiores, localizam-se entre a porção do arco vertebral que se insere no corpo
vertebral e a lâmina do arco vertebral). O processo espinhoso encontra-se ligado aos transversos
através das lâminas do arco vertebral (de forma quadrilátera, constituem a parede póstero-
lateral do forame vertebral).
À margem superior do pedículo do arco vertebral dá-se o nome de incisura vertebral superior,
e à inferior, incisura vertebral inferior. A incisura inferior delimita, com a superior da vertebra
subjacente, o forame intervertebral.
A sobreposição de todos os forames vertebrais origina o canal vertebral.

Características gerais das vértebras cervicais


Corpo vertebral: apresenta, de cada lado, na porção lateral da face superior, uma saliência, o
únco, e no mesmo local, mas inferiormente uma incisura, que corresponde ao únco da vértebra
subjacente. São mais pequenos que as vértebras torácicas, e o arco vertebral é maior;
O forame vertebral tem uma forma aproximadamente triangular;
O processo espinhoso, ao nível do ápice, bifurca-se, originando dois tubérculos à exceção da C7;
O processo transverso termina por duas saliências: o tubérculo anterior e o tubérculo posterior;
Entre estes tubérculos, na face superior, existe o sulco do nervo espinhal, e entre este sulco e o
corpo vertebral, o forame transversário (onde passa a artéria vertebral);
Os processos articulares superiores têm uma obliquidade postero-superior, e os inferiores,
antero-inferior.
A lâmina do arco vertebral tem uma forma quadrilátera

Características gerais das vértebras torácicas


Corpo vertebral: na porção póstero-lateral, perto do pedículo, apresentam duas hemifóveas
articulares, uma superior e outra inferior, que se articulam com a cabeça das costelas;
Forame vertebral: forma aproximadamente circular;
Processo espinhoso: aponta para posterior e inferior e é achatado de superior a inferior.
Processo transverso: na face anterior, apresenta uma face articular para a tuberosidade da
costela;
Os Processos articulares superiores olham para posterior, e os inferiores para anterior e muito
ligeiramente para inferior
A lâmina do arco vertebral tem uma forma quadrilátera

Características gerais das vértebras lombares


Corpo vertebral: grandes dimensões, volumoso e reniforme (têm que suportar bastante peso)
Forame vertebral: aproximadamente triangular
Processo espinhoso: retangular e espesso (para inserção dos músculos do dorso), aponta para
posterior.
Processo transverso: é pouco desenvolvido, e apresenta na porção posterior da sua base o
tubérculo acessório.
Processos articulares superiores olham para medial e apresentam, na porção antero-lateral, o
processo mamilar, e os processos articulares inferiores para lateral.
A lâmina do arco vertebral tem uma altura maior que o comprimento. A incisura vertebral
inferior é concava para inferior.

Características especiais de algumas vértebras (isólogas especias e heterólogas)


Atlas (C1)

Sugestão de orientação
Existem dois arcos que unem as porções laterais, sendo o maior posterior. As faces articulares
em forma de amendoim são superiores.

Descrição
Esta vértebra não apresenta um corpo vertebral (é representado pelo dente do áxis). O processo
espinhoso é representado pelo tubérculo posterior. Consideram-se três porções distintas: as
massas laterais, o arco anterior e o arco posterior.
• Massas laterais
Apresentam duas faces, uma superior e outra inferior. Na superior, existe uma superfície
articular em forma de amendoim, ligeiramente concava, que se irá articular com os côndilos do
occipital. Na inferior, existe uma superfície articular de forma oval, que irá articular-se com a
sup. Articular superior do áxis. As faces anteriores e posteriores continuam-se com os arcos
vertebrais respetivos, a face lateral apresenta de medial para lateral, o forame transversário e o
processo transverso. A face medial apresenta a impressão para o ligamento transverso do atlas,
na sua porção mais anterior.
• Arco anterior
Tem uma concavidade para posterior; apresenta na sua porção anterior, medianamente, o
tubérculo anterior, e ao mesmo nível, na porção posterior a fóvea do dente, que se vai articular
com a superfície articular do dente do áxis.
• Arco posterior
Apresenta uma concavidade para anterior. Na sua porção posterior, medianamente, apresenta
o tubérculo posterior. Na sua porção mais lateral, na porção onde se funde com as massas
laterais, existe, na face superior, o sulco para a artéria vertebral.

Áxis (C2)

Sugestão de orientação
Existe, em numero par, uma estrutura que apresenta dois ramos que se unem delimitando um
orifício. Estas estruturas apontam para lateral e para inferior.

Descrição
Esta vértebra assemelha-se mais às vertebrais gerais do que o atlas. Considera-se um corpo, que
apresenta na sua face anterior, na linha mediana uma crista (crista mediana anterior), que se
continua superiormente através de uma estrutura, o dente do áxis. Este fixa-se ao corpo
vertebral através do colo, possuindo uma base e um ápice. Na sua face anterior, existe a
superfície articular anterior (que se articula com a fóvea do dente do áxis) e na face posterior
uma face articular posterior onde se insere o ligamento transverso do atlas. Lateralmente ao
colo, considera-se o pedículo do arco vertebral.
As superfícies articulares superiores encontram-se lateralmente ao pedículo e olham para
superior, enquanto as inferiores se localizam na porção anterior da lâmina do arco vertebral e
olham para inferior.

6ª vértebra cervical (C6)


Esta vértebra apresenta o tubérculo anterior do processo transverso muito desenvolvido, ao
qual se dá o nome de tubérculo carótico de (Chassaignac). Este tubérculo é muito importante
para a localização da artéria carótida comum.

7ª vértebra cervical ou vértebra proeminente (C7)


O processo espinhoso é muito desenvolvido e unituberculado, ao contrário das outras vértebras
cervicais. Os processos transversos são pouco desenvolvidos, sendo o tubérculo posterior
bastante desenvolvido e projetando-se para lateral. O corpo vertebral pode ainda apresentar,
lateralmente e inferiormente, uma fóvea articular para a cabeça da primeira costela

1ª vértebra torácica (T1)


Apresenta, na face lateral do corpo vertebral, duas faces articulares: uma superior, para a 1ª
costela, e uma inferior hemifóvea, para a 2ª costela

10ª vértebra torácica (T10)


Apresenta, na face lateral do corpo vertebral, uma fóvea articular, que se articula com a 10ª
costela
11ª vértebra torácica (T11) e 12ª vértebra torácica (T12)
Não apresentam fóveas articulares na porção anterior dos processos transversos. Existe uma
fóvea articular, na face lateral do corpo vertebral, que se articula com as 11ª e 12ª costelas,
respetivamente.

5ª vértebra lombar (T5)


Caracteriza-se pela ausência de paralelismo entre as faces superior e inferior do corpo vertebral.
As faces articulares inferiores são planas.

Sacro
Sugestão de orientação
Este osso apresenta uma estrutura que se assemelha a uma cauda que é inferior, sendo a
concavidade anterior.

Descrição
o sacro é constituído pelas cinco vértebras sagradas, que estão unidas entre si. Tem a forma de
uma pirâmide quadrangular, de base superior, distinguindo-se 4 faces, uma base e um ápice.
• Base – apresenta, na linha mediana, de anterior para posterior, a superficial articular
lombossacral, o forame superior do canal sagrado, o início da crista sagrada mediana.
Lateralmente à linha mediana, existem os processos articulares do sacro, cuja face
articular olha par medial e ligeiramente para superior, e lateralmente, a porção superior
das asas do sacro.
• Face anterior – na linha mediana, existem os corpos vertebrais das vertebras sagradas,
que estão soldados. Os corpos distinguem-se uns dos outros através das linhas
transversas. Lateralmente a cada uma dessas linhas, existe o forame sagrado anterior,
onde passam os ramos anteriores dos nervos sagrados. Lateralmente aos forames,
existe ainda os sulcos transversos
• Faces laterais – apresentam, na sua porção superior, uma face articular em forma de
orelha, que se vai articular com a superfície articular na porção posterior da face medial
do coxal. Posteriormente, existe a tuberosidade sacral, e ântero-inferiormente, uma
superfície rugosa onde se inserem os ligamentos sacrotuberal e sacroespinhoso.
• Face posterior - Apresenta, na linha mediana, a crista sagrada mediana, resultante da
fusão dos processos espinhosos. Lateralmente, existe o sulco sagrado e a crista sagrada
medial (lateralmente aos sulcos), que resulta da fusão dos processos articulares das
vértebras sagradas. Lateralmente, existem os forâmenes sagrados posteriores, por onde
passam os ramos posteriores dos nervos sagrados. Lateralmente, existem as cristas
sagradas laterais, resultantes da fusão dos processos transversos.
• Ápice – na porção anterior, apresenta uma face para se articular com o cóccix.
posteriormente, encontra-se o hiato sacral (terminação inferior do canal sacral), que é
limitado lateralmente pelos cornos sacrais, onde se inserem ligamentos de reforço da
articulação sacro-coccígea.
Cóccix
Sugestão de orientação
Este osso apresenta duas saliências que se assemelham a chifres, que serão posteriores e
superiores.

Descrição
É um osso relativamente simples, e resulta da fusão de 4 a 5 vértebras coccígeas. A face anterior
é concava, enquanto que a posterior é convexa. As porções laterais dão inserção aos ligamentos
sacrotuberal e sacroespinhal, e ao músculo coccígeo. Na porção superior, ou base, apresenta
uma superfície articular de forma oval para se articular com o sacro. Posteriormente, existem
duas saliências verticais, os cornos coccígeos, e de cada lado, apontando para lateral, os cornos
coccígeos laterais. A porção inferior, ou ápice, termina por um tubérculo que normalmente está
desviado da linha mediana.

Coluna vertebral - artrologia


Articulações comuns à maioria das vertebras.
As vértebras articulam-se entre si através do corpo vertebral e dos processos articulares.
Existem ainda ligamentos que unem os processos espinhosos os processos transversos e as
lâminas dos arcos vertebrais

Articulação entre os corpos vertebrais


São sínfises. Vai articular-se a face inferior do corpo vertebral da vértebra suprajacente, com a
face superior do corpo vertebral da subjacente. Estas faces são ambas convexas, estando o
centro deprimido em relação à periferia. O centro está ainda revestido por uma fina camada
cartilaginosa.
Entre as faces articulares existe um disco articular. Este disco tem a forma de uma lente
biconvexa, adaptando-se intimamente às faces dos corpos vertebrais. A sua espessura é
variável, sendo de aprox. 3,5 mm na parte cervical, 5 mm na parte torácica, e 9 mm na parte
lombar.
Na parte cervical e lombar, o disco é mais espesso anteriormente e na parte torácica é mais
espesso posteriormente, o que explica as curvaturas da coluna quando a consideramos como
um todo.
Este disco apresenta, na porção central, um disco gelatinoso, o núcleo polposo. A porção
periférica é formada por fibrocartilagem e por lâminas fibrosas que se dispõem
concentricamente à volta do núcleo polposo, constituindo o anel fibroso.
Ligamentos periféricos
• Ligamento longitudinal anterior – é uma fita fibrosa que se estende desde a porção
basilar do occipital, até à 2ª vértebra sagrada. É estreito na porção cervical e na porção
lombar, ocupando a porção mediana da face anterior do corpo vertebral, e mais largo
na porção torácica, estendendo-se até à cabeça das costelas. Na parte sagrada, ocupa
apenas a face anterior da 1ª vértebra sagrada, e termina ao nível da segunda.
• Ligamento longitudinal posterior – situa-se posteriormente ao corpo vertebral,
ocupando a parte anterior do canal vertebral. Estende-se desde o clivo do occipital
(anteriormente ao forame magno), até à 1ª vértebra coccígea. O ligamento é largo ao
nível dos discos, mas estreito ao nível dos corpos vertebrais.
Articulação entre os processos articulares
Entre as vértebras cervicais e torácicas são planas, e entre as lombares são condilartroses
rudimentares.
Nas vértebras cervicais, as superfícies articulares são planas e têm forma oval, nas torácicas são
planas e nas lombares tem uma forma elíptica.
A articulação é reforçada por uma cápsula articular, que se estende desde a porção
imediatamente superior (no caso das cervicais e torácicas) ou lateral (lombares) do processo
articular superior, até à região equivalente do inferior. Nas torácicas e lombares, pode ainda
haver um espessamento posterior da cápsula, que se considera como o ligamento posterior.
Existe ainda uma membrana sinovial simples em cada uma das articulações.

União das lâminas dos arcos vertebrais


Faz-se através dos ligamentos amarelos, que se inserem superiormente, na face anterior da
lâmina da vértebra suprajacente, e na margem superior da lâmina da vértebra subjacente.
A sua altura aumenta de superior para inferior, mas a largura diminui.

União dos processos espinhosos


Dois tipos de ligamentos. O Ligamento interespinhal insere-se nos processos espinhosos, e o
ligamento supraespinhal insere-se no ápice dos processos espinhoso, sendo muito desenvolvido
na região cervical (constituindo o ligamento nucal, que vai desde o processo espinhoso da 7ª
vértebra cervical até à protuberância occipital externa e crista occipital externa).

União dos processos transversais


Unem-se através dos ligamentos intertransversários. São muito desenvolvidos na zona lombar,
e ausentes na zona cervical.

Articulações especiais
Lombo-sagrada
É uma sínfise. Vai articular-se a face inferior do corpo vertebral da L5 com a base do sacro, e os
processos articulares inferiores da L5 com os processos articulares superiores do sacro.
Esta articulação é reforçada por um disco vertebral, semelhante ao descrito anteriormente, e
que é mais espesso na sua porção anterior que na posterior. A articulação é reforçada pelos
ligamentos longitudinais, pelos ligamentos amarelos, pelo ligamento interespinal e um
ligamento supraespinhal. Existe ainda um ligamento à distância, que se estende desde o
processo transverso da L5 à asa do sacro.
O angulo formado pelos dois ossos, dá-se o nome do promontório.

Articulação sacro-coccígea, intercoccígea e unco-vertebral de Trolard – ver EP


Articulações entre o atlas e o áxis
Articulação atlanto-axial lateral
É uma hétero artrose. Vai articular-se as superfícies articulares na face inferior da massa lateral
do atlas, com o processo articular superior do áxis. Estão revestidas por cartilagem articular,
mais espessa no centro que na periferia.
A articulação é reforçada por quatro ligamentos:
• Ligamento atlanto-axial anterior – margem inferior do arco anterior do atlas até à face
anterior do corpo do áxis;
• Ligamento atlanto-axial lateral (2) – é uma cápsula articular rudimentar, que se insere
em volta das face articulares;
• Ligamento atlanto-axial posterior – margem inferior do arco posterior do atlas até à
margem superior das lâminas dos arcos vertebrais e à base do processo espinhoso do
àxis.
Possui uma membrana sinovial muito fina, podendo emitir franjas para anterior e posterior.
Articulação atlanto-axial mediana
É uma trocartrose. Vai articular-se o dente do áxis, com o anel atloideu, que é composto,
anteriormente, pelo arco anterior do atlas, e posteriormente, pelo ligamento transverso do
atlas, que se insere na porção anterior da face medial das massas laterais. Deste ligamento
transverso, destacam-se fibras da porção mediana. Umas vão para superior, inserindo-se no
clivo do occipital, anteriormente ao forame magno, formando o ligamento transverso-occipital;
outras vão para inferior, inserindo-se na face posterior do corpo do áxis, formando o ligamento
transverso-axial. Estas estruturas formam o ligamento cruciforme do atlas.
A articulação é reforçada por três ligamento superiores: o ligamento do ápice do dente, e os
ligamentos alares (em numero par, inserem-se superiormente na porção medial dos côndilos
occipitais).
Como esta articulação possui duas cavidades articulares, possui duas membranas sinoviais: uma
anterior e outra posterior.

Articulação e ligamentos entre a coluna vertebral e a cabeça


Articulação atlanto occipital
É uma bicondilartrose. A superfície articular do occipital são os côndilos do occipital, que se
localizam lateralmente ao forame magno, e as superfícies articulares do atlas são as faces
articulares existentes na face superior das massas laterais.
Meios de união
• Cápsula articular
• Ligamento atlanto-occipital anterior – estende-se desde a margem anterior do forame
magno do occipital até à margem superior do arco anterior do atlas;
• Ligamento atlanto-occipital posterior – igual ao anterior mas posterior;
• Ligamento atlanto-occipital lateral – em número de dois, insere-se na porção do
occipital lateral aos côndilos (no seu contorno), e inferiormente, no rebordo das
superfícies articulares do atlas.
Membrana sinovial - Existe uma membrana sinovial em cada uma das cápsulas articulares.
Ligamentos occipito-axiais
Membrana tectória entende-se desde a face posterior do corpo do áxis ao forame magno do
occipital, distinguindo-se três feixes:
- um mediano, que se insere superiormente (anteriormente ao forame magno) no clivo do
occipital;
- dois laterais, que se inserem entre os côndilos occipitais e o rebordo do forame magno.
Esta membrana continua-se inferiormente com o ligamento longitudinal posterior.
Esta membrana possui ainda dois feixes profundos, que se inserem inferiormente na porção
superior da face posterior do corpo do áxis, lateralmente à linha mediana, e superiormente no
face medial das massas laterais do atlas.
Existem ainda 3 ligamentos entre o occipital e o dente, descritos na articulação atlanto-axial
medial.
Tórax - osteologia
- Esterno
É um osso ímpar, longo, que se localiza na porção anterior, na linha mediana do tórax.

Sugestão de orientação
O osso apresenta uma curvatura geral, sendo que a concavidade será posterior. As cavidades
nas margens, apontam para lateral

Descrição
Este osso pode ser dividido em três porções: uma superior, o manúbrio, com uma forma de
triangulo de base superior com os vértices cortados; uma média, o corpo, que é alongada; uma
inferior, o processo xifóide.
Existe, entre o manúbrio e o corpo, um angulo condicionado por estes dois ossos, a que se dá o
nome de angulo do esterno (de Louis).
Na Face anterior, que se relaciona com o tecido subcutâneo, existe, ao nível da separação entre
o manúbrio e do corpo, a crista manúbrio-esternal de Louis. Na porção inferior do corpo do
esterno, superiormente à junção com o xifóide, a fóvea supra-xifóide. A separação entre o corpo
e o xifóide dá-se o nome de crista xifo-esternal.
A face posterior relaciona-se com os órgãos da cavidade torácica.
A extremidade superior apresenta, na linha mediana, a incisura jugular, e lateralmente a incisura
clavicular.
As extremidades laterais apresentam, em número de sete, as incisuras articulares condrais, e os
espaços compreendidos entre estas incisuras dá-se o nome de incisuras não articulares.

Costelas em geral
Classificação
• Verdadeiras ou esternais (articulam-se com as cartilagens costais)
• Falsas ou asternais
o Aderentes (não se articulam com o esterno, mas entre si)
o Flutuantes (têm a extremidade anterior livre)
Sugestão de orientação
O osso descreve uma convexidade que será lateral. Uma das suas margens apresenta um sulco,
que será inferior. A extremidade menos volumosa e que termina numa face aplanada é anterior.
Descrição
Podem considerar-se três porções: o corpo, e duas extremidades.
O osso descreve uma concavidade que aponta para medial, e descreve, ao nível do seu terço
medial, o ângulo da costela. Apresenta duas curvaturas, uma de enroscamento e outra de
torção.
O corpo apresenta uma face lateral, que se relaciona com o tecido subcutâneo, e uma face
medial, que se relaciona com a pleura. A margem inferior apresenta um sulco, onde passam, de
superior para inferior, a veia, artéria e nervo intercostal.
A extremidade posterior é a mais “acidentada” apresenta no seu ápice a cabeça da costela, que
apresenta duas faces articulares, uma superior e outra inferior, para se articular com as
hemifóveas existentes no corpo vertebral. Estas faces separam-se através da crista da cabeça da
costela. lateralmente, existe o colo da costela. Lateralmente a este colo, considera-se uma
porção rugosa e saliente, o tubérculo da costela, que apresenta uma face articular, para se
articular com a existente na porção anterior do processo transverso das vértebras torácicas.
A extremidade anterior tem uma face articular de forma elíptica, que vai articular-se com a
cartilagem costal

Costelas particulares
1ª costela
Na sua porção media, apresenta dois sulcos separados por um tubérculo. O sulco anterior
relaciona-se com a veia subclávia, e o posterior com a artéria subclávia. O túberculo dá inserção
ao músculo escaleno anterior. Na face superior, vão ainda inserir-se, de anterior para posterior
o lig. Costoclavicular, o m. subclávio, o serrátil anterior e o escaleno médio.
Esta costela não apresenta sulco costal, a cabeça tem uma única face articular.

2ª costela
Na porção média da face posterior, insere-se a porção superior do serrátil anterior
(posteriormente) e a porção média do serrátil anterior (anteriormente). Posteriormente, insere-
se o escaleno posterior.
Não apresenta sulco costal

11ªe 12ª costelas


Apresentam uma face única na cabeça da costela, não apresentam tubérculo da costela nem
curva de torção.
Distinguem-se entre si por a 12ª ser mais pequena e não apresenta angulo da costela.
Tórax - artrologia
Articulações entre as costelas e as vértebras
Articulações costo-vertebrais
São planas. A cápsula articular é pouco desenvolvida, e é reforçada por dois ligamentos: o
radiado da cabeça da costela (face anterior da costela, irradiando para as porções adjacentes às
superfícies articulares do lado dos corpos vertebrais); o costo-vertebral posterior (porção
posterior do colo da costela, e na porção do corpo vertebral posteriormente à hemifóvea.
Existe ainda um ligamento intra-articular, que se insere na crista da cabeça da costela e no disco
intervertebral.
Cada articulação possui duas membranas sinoviais, separadas pelo ligamento intra-articular.
Articulações costo-transversárias
São planas. A cápsula articular é pouco desenvolvida. É reforçada por três ligamentos costo
transversários: um superior (que se insere na porção superior da cabeça da costela e na margem
inferior do processo transverso da vértebra suprajacente); um lateral (na extremidade do
processo transverso e no próprio tubérculo da cabeça da costela); um inferior (nas margens
inferiores de ambos).
Existe uma membrana sinovial que reveste a cápsula.

Articulações costocondrais
São gonfoses. A fóvea elipsoide da costela é penetrada por uma saliência existente na cartilagem
costal. A articulação mantem se unida através da união entre o pericôndrio e o periósteo.

Articulações esternocondrais
São planas. Existe uma cápsula articular, que se insere em volta das superfícies articulares. É
reforçada por dois ligamentos radiados (um anterior e outro posterior) e um intra-articular.
Pode apresentar uma ou duas membranas sinoviais (depende do ligamento intra-articular).

Articulações intercondrais
São planas. As cartilagens costais das costelas 7-10 aderem-se umas às outras, através da união
dos pericôndrios. Pode existir uma membrana sinovial muito rudimentar.

Articulações esternais
As várias porções do esterno articulam-se entre si através de sínfises, estando unidas pela
união do periósteo.

3. Miologia da cabeça, pescoço e tronco


Cabeça – miologia
Cutâneos do crânio – occípito-frontal e têmporo-parietal
Faciais da mímica:

• Da orelha – auricular anterior, auricular superior e auricular posterior;


• Das pálpebras e supercílios – orbicular do bulbo ocular e corrugador do supercílio
• Do nariz – prócero, nasal e abaixador do septo nasal;
• Dos lábios – orbicular, bucinador, levantador do lábio superior e da asa do nariz,
levantador do lábio superior, levantador do ângulo da boca, zigomático maior,
zigomático menor, risórios, abaixador do ângulo da boca, abaixador do lábio
inferior, mentual, transverso do mento
Mastigadores – temporal, masséter, pterigoideu medial e pterigoideu lateral

Cutâneos do crânio
Occípito-frontal
Pode ser considerado um músculo digástrico de ventes opostos. Possui um ventre
posterior, o ventre occipital, que se insere nos dois terços laterais da linha nucal superior
do occipital e no processo mastóide do temporal, e um ventre anterior, que se insere
anteriormente na porção inferior da face exocraniana do frontal, confundindo-se com
os músculos do nariz e das pálpebras e dos supercílios. Inserem-se ambos na aponevrose
epicranial, que se estende dos músculos frontais aos occipitais, e confundindo-se
lateralmente com a fáscia temporal (lâmina superior)
Têmporo-parietal
É um músculo pouco desenvolvido, sendo considerado por alguns autores como parte
dos músculos auriculares superior e anterior. Origina-se anterior e superiormente à
orelha, na fáscia temporal, e insere-se superiormente na aponevrose epicranial.

Faciais da mímica – da orelha


São três pequenos músculos, que se inserem na orelha. O anterior e superior vão inserir-
se na aponevrose epicranial, o posterior vai inserir-se no processo mastóide.

Faciais da mímica – das pálpebras e dos supercílios


Orbicular do bulbo ocular
É um músculo delgado, que se origina no ângulo medial do bulbo ocular, e se insere na
pele do seu ângulo lateral. Possui três porções:
- Uma porção palpebral, com inserções fibrosas, encontra-se nas pálpebras;
- Uma porção orbital, com inserções ósseas, dispõe-se em volta da base da órbita.
Medialmente, no ângulo medial do bulbo ocular origina-se um tendão direto (porção
anterior do sulco lacrimal), e um tendão reflexo (porção posterior desse sulco), que
contornam o saco lacrimal, reunindo-se num tendão único que novamente se volta a
dividir em dois tendões: um para a pálpebra superior e outro para a inferior; no ângulo
lateral, as fibras musculares entrecruzam-se, para se inserirem na porção profunda da
pele;
- Uma porção lacrimal, que se relaciona com o tendão refletido da porção orbital.
Corrugador do supercílio
Insere-se no terço medial da margem orbital, dirigindo-se com obliquidade supero-
lateral para se inserir na pele da região superciliar.

Faciais da mímica – do nariz


Prócero
Insere-se nas cartilagens laterais e nas margens inferior e medial do osso nasal,
dirigindo-se depois para superior, para se inserir na pele ao nível da glabela do frontal,
confundindo-se com o ventre frontal do occipito-frontal.
Nasal
É constituído por duas porções: uma transversa, que se insere no dorso do nariz,
continuando-se para lateral, para as suas fibras anteriores se inserirem na pele, e as
posteriores se continuarem com o abaixador do septo nasal; uma alar, pouco
desenvolvida, que se situa na porção inferior da asa do nariz, inserindo-se nesta zona e
na maxila, terminando na pele da nariza.
Abaixador do septo nasal
Insere-se inferiormente na fossa canina da maxila, e as suas fibras dirigem-se
superiormente para se inserirem na margem posterior da cartilagem da asa do nariz.

Faciais da mímica – dos lábios


Ver EP

Mastigadores
Temporal
Tem uma forma triangular, inserindo-se em toda a extensão da fossa temporal (à
exceção do sulco retrozigomático). As fibras vão dirigir-se inferiormente, convergindo,
e vão inserir-se por fascículos tendinosos no processo coronoide da mandíbula.
Este músculo relaciona-se com a fáscia temporal, lateralmente. Está fáscia insere-se
superiormente na linha temporal superior do parietal, e inferiormente nos dois lábios
da margem superior do arco zigomático. Esta fáscia é constituída por duas lâminas, umas
superficial e outra profunda, que apresentam no seu interior tecido celulo-adiposo, por
onde passa a artéria temporal profunda posterior.
Masséter
É um músculo quadrilátero, constituído por uma porção superficial e outra profunda.
A porção superficial insere-se nos dois terços anteriores da margem inferior arco
zigomático, superiormente, dirigindo-se inferiormente para se inserir no ângulo da
mandíbula;
A porção profunda insere-se na margem inferior e face medial (posteriormente à porção
superficial) do arco zigomático, e inferiormente na metade superior da face lateral do
ramo da mandíbula.
Relaciona-se com a fáscia massetérica. Esta fáscia insere-se: superiormente, na face
lateral do arco zigomático; posteriormente, na margem posterior do ramo da
mandíbula; inferiormente, na margem inferior da mandíbula; anteriormente, contorna
a margem anterior do m. masséter, inserindo-se na margem anterior do processo
coronóide e do ramo da mandíbula.
Pterigoideu medial
Insere-se na tuberosidade da maxila, na fossa pterigoide e no processo piramidal do
palatino, dirigindo-se postero-infero-lateralmente, para se inserir na face medial do
ângulo da mandibula.
Pterigoideu lateral
É composto por dois tipos de fascículos:
- Fascículo esfenoidal, que se insere na asa maior do esfenóide (face inferior da raiz);
- Fascículo pterigóide, que se insere na face lateral do processo pterigóide e na porção
lateral do processo palatino;
As fibras vão dirigir-se com obliquidade póstero-lateral, inserindo-se na margem
anterior do disco da articulação têmporo-mandibular e numa pequena fóvea que se
encontra na porção ântero-medial do colo da mandibula.

Pescoço - miologia
Antero-laterais (17)
• Superficiais – plátisma e esternocleidomastoideu
• Supra-hioideus – digástrico, estilo-hioideu, milo-hioideu, génio-hioideu
• Infra-hioideus – esterno-hioideu, omo-hioideu, esterno-tiroideu, tiro-hioideu
• Médios profundos – longo da cabeça, longo do pescoço, reto anterior da cabeça,
reto lateral da cabeça;
• Laterais profundos – escaleno anterior, escaleno médio, escaleno posterior
Nuca (9)
• Superficiais – esplénio da cabeça, esplénio do pescoço, semi-espinhal da cabeça,
longuíssimo da cabeça, longuíssimo do pescoço;
• Profundos – reto posterior maior da cabeça, reto posterior menor da cabeça,
oblíquo inferior da cabeça, oblíquo superior da cabeça

Antero-laterais
Superficiais
- Plátisma
É anterior relativamente à lâmina superficial da fáscia cervical. Insere-se no tecido
celular subcutâneo da região infraclavicular, dirigindo-se superior e medialmente para
se confundir com as fibras dos músculos dos lábios
- Esternocleidomastoideu
É constituído por duas porções:
-Uma porção esternal, que se insere na face anterior do manúbrio, e as fibras, com uma
obliquidade postero-superior, vão inserir-se na face lateral do processo mastóide e na
linha nucal superior do occipital;
-Uma porção clavicular, que se insere no quarto medial da clavícula (margem posterior),
e superiormente na margem anterior do processo mastóide e na linha nucal superior do
occipital (juntamente com a porção esternal;
Supra-hioideus
- Digástrico
É um musculo constituído por dois ventres opostos, unidos por um tendão
intermediário. O ventre anterior insere-se na fossa digástrica da mandíbula, dirigindo-
se para posterior, lateral e ligeiramente inferior. Origina-se um tendão intermediário, ao
nível do hióide (superiormente). O ventre posterior continua-se para posterior e
superior, inserindo-se ao nível da incisura mastóide.
Este tendão intermediário perfura o m. estilo hioideu, sendo que algumas fibras,
superiormente ao hióide, vão confundir-se com a lâmina superficial da fáscia cervical,
originando a expansão tendinosa do digástrico.
- Estilo-hioideu
É perfurado pelo tendão intermediário do digástrico. Insere-se no processo estiloide, ao
nível do temporal, dirigindo-se depois com obliquidade antero-infero-medial, para se
inserir na face anterior do corpo do hióide.
- Milo-hioideu
Músculo achatado que forma o pavimento da cavidade oral. Inserem-se na face
posterior do corpo da mandíbula, nas linhas oblíquas, dirigindo-se infero-medialmente
para se inserir na face anterior do corpo do hióide, posteriormente e na linha mediana,
sendo que as suas fibras vão entrecruzar-se com as do milo-hioideu do lado oposto,
formando a rafe mediana mandíbulo-hioideia.
- Génio-hioideu
É superior ao milo hioideu. Insere-se na espinha geniana inferior, dirigindo-se
posteriormente e inserindo-se na face anterior do hióide
Infra-hioideus
- Esterno-hioideu
Insere-se na margem inferior do corpo do hióide, próximo à linha mediana, dirigindo-se
inferiormente para se inserir na face posterior do manúbrio do esterno e da
extremidade acromial da clavícula.
- Omo-hioideu
É um músculo digástrico de ventes opostos. Possui um ventre inferior, que se insere na
margem superior da escápula, medialmente à incisura escapular, dirigindo-se antero-
supero-medialmente, originando um tendão intermediário quando se cruza com a
jugular interna. Este tendão continua-se com o ventre superior, que se dirige supero-
medialmente para se inserir na margem inferior do hióide (lateralmente ao esterno
hioideu.
- Esterno-tiroideu
Insere-se inferiormente na face posterior do manúbrio do esterno, e na 1ª cartilagem
costal. Dirige-se para superior e muito ligeiramente para anterior e lateral, para se
inserir na face anterior da cartilagem tiroideia da laringe.
- Tiro-hioideu
Insere-se na face anterior da cartilagem tiroideia da laringe, superiormente à do esterno
tiroideu, inferiormente, e dirige-se superiormente para se inserir na margem inferior do
corpo do hióide
Pré-vertebrais ou médios profundo
- Longo do pescoço
Estende-se desde o atlas até à 3ª vértebra torácica. É constituído por 3 porções:
• Oblíqua descendente – insere-se no tubérculo anterior do atlas e nos tubérculos
anteriores dos processos transversos da 3ª, 4ª e 5ª vértebras cervicais;
• Obliqua ascendente – insere-se no corpo da 1ª, 2ª e 3ª vértebras torácicas e nos
tubérculos anteriores dos processos transversos da 5ª, 6ª e 7ª vértebras
cervicais;
• Longitudinal – é medial em relação às outras porções; insere-se nos corpos das
três primeiras torácicas e três ultimas cervicais, e nos tubérculos anteriores dos
processos transversos da 4ª, 5ª e 6ª cervicais e corpos da 2ª, 3ª e 4ª cervicais
- Longo da cabeça
Insere-se na face inferior da porção basilar do occipital, anteriormente ao forame
magno, e nos tubérculos anteriores dos processos transversos da 2ª, 3ª, 4ª e 5ª
vértebras cervicais.
- Reto anterior da cabeça
É posterior ao longo da cabeça, inserindo-se na porção basilar do occipital (postero-
lateralmente ao longo da cabeça), e na face anterior das massas laterais do atlas.
- Reto lateral da cabeça
Insere-se no processo jugular do occipital, superiormente, e no processo transverso do
atlas, inferiormente
Profundos laterais
- Escaleno anterior
Insere-se nos tubérculos anteriores dos processos transversos da 3ª a 6ª vértebras
cervicais. As fibras vão dirigindo-se inferiormente, reunindo-se num tendão único que
se insere na tuberosidade para o escaleno anterior, na porção média da face superior
da 1ª costela.
- Escaleno médio
Insere-se nos tubérculos anteriores de todas as vértebras cervicais, dirigindo-se
inferiormente para se inserir na face superior da 1ª costela (posteriormente ao sulco da
artéria subclávia) e por vezes na da 2ª costela (por um fascículo secundário).
- Escaleno posterior
Insere-se nos tubérculos posteriores dos processos transversos da 4ª a 6ª vértebras
cervicais, e vai inserir-se inferiormente na margem superior e face súpero-lateral da 2ª
costela.
Nuca
Superficiais
- esplénio da cabeça e esplénio do pescoço
São anteriores (profundos) em relação ao esternocleidomastoideu e ao trapézio.
Inserem-se na porção inferior do ligamento nucal e nos processos espinhosos da C7 e
das cinco primeiras vertebras torácicas. As fibras mediais constituem o da cabeça, e as
laterais o do pescoço. Todas as fibras dirigem-se com obliquidade súpero-lateral, sendo
que o da cabeça se vai inserir nos dois terços laterais da linha nucal superior do occipital
e na face lateral do processo mastóide, e o esplénio do pescoço, passando
anteriormente ao da cabeça, insere-se nos processos transversos do atlas e do áxis.
- semi-espinhal da cabeça
É anterior aos esplénios. Insere-se no ápice dos processos transversos das cinco
primeiras vértebras torácicas e das cinco últimas cervicais, e as suas fibras vão dirigir-se
superiormente, para se inserirem entre as linhas nucais.
- longuíssimo da cabeça
Situa-se mais lateralmente. Insere-se no processo transverso das 4 últimas vértebras
cervicais, e as fibras dirigem-se supero-lateralmente, para se inserirem no ápice e
margem posterior do processo mastóide.
- longuíssimo do pescoço
É lateral ao da cabeça; insere-se no processo transverso das primeiras cinco torácicas,
dirigindo-se superiormente para se inserir no tubérculo posterior do processo
transverso das cinco últimas vértebras cervicais
Profundos
- reto posterior maior da cabeça
Processo espinhoso do áxis -> obliquidade súpero-lateral -> occipital, inferiormente À
linha nucal inferior, na porção média
- reto posterior menor da cabeça
Tubérculo posterior do atlas -> obliquidade superior e ligeiramente lateral -> entre a
inserção do reto posterior maior e a crista occipital externa
- oblíquo inferior da cabeça
Processo espinhoso do áxis -> obliquidade antero-supero-lateral -> processo transverso
do atlas (face inferior e margem posterior)
- oblíquo superior da cabeça
Ápice do processo transverso do atlas -> superiormente e ligeiramente medial -> linha
nucal inferior (terço lateral) e porção do occipital adjacente
Dorso - miologia
Dorsais superficiais – trapézio, latíssimo do dorso, romboide maior, romboide menor,
levantador da escápula, serrátil posterior superior e serrátil posterior inferior
Dos canais vertebrais – ilio-costal, longuíssimo do tórax, espinhais, transverso-espinhal,
interespinhosos, intertransversários

Dorsais superficiais
- Trapézio
É o mais superficial dos músculos do dorso. Insere-se ao longo da linha mediana da
coluna vertebral: superiormente, na crista e protuberância occipitais externas e no
ligamento nucal; inferiormente, nos processos espinhosos da C7 à T10. A partir destas
inserções, vão originar-se vários fascículos: os superiores, que vão inserir-se na metade
lateral da margem posterior da clavícula; os médios, que vão inserir-se na margem
medial do acrómio, e os inferiores, que vão inserir-se na margem posterior da espinha
da escápula.
- Latíssimo do dorso
É um músculo de grandes dimensões, estendendo-se desde a zona lombar até à zona
axilar.
Insere-se nos processos espinhosos das 7 últimas vértebras torácicas e das vértebras
lombares, na crista sagrada mediana e ainda nas três últimas costelas. A partir daí, as
fibras vão convergir, sendo que as superiores se dirigem lateralmente, as médias supero-
lateralmente, e as inferiores superiormente (quase vertical), e vão contornar, de
posterior para anterior e de inferior para superior, a margem inferior do redondo menor,
relacionando-se com a sua porção anterior, para se inserirem no fundo do sulco
intertubercular.
- Rombóide maior e menor
Encontram-se na porção inferior da nuca e na porção superior do dorso. Inserem-se no
ligamento nucal e nos processos espinhosos de C7 e das cinco primeiras torácicas. A
partir desta inserção, os fascículos dirigem-se lateralmente. Consideram-se dois
músculos romboides: o menor, que se insere no interstício da margem medial da
escápula, na porção superior à origem da espinha da escápula; o maior, que se insere
também no interstício dessa margem, mas na porção inferior.
- Levantador da escápula
Situa-se na porção lateral da nuca. Insere-se inferiormente, no angulo superior da
escápula, dirigindo-se as suas fibras para anterior, medial e superior, para se inserirem
no processo transverso do atlas e nos tubérculos posterior dos processos transversos da
3ª e 4ª vértebras cervicais.
- Serrátil posterior e superior
Encontra-se profundamente em relação aos romboides. Insere-se na porção inferior do
ligamento nucal e nos processos espinhosos de C7 e três primeiras torácicas.
As suas fibras dirigem-se com obliquidade ínfero-lateral, inserindo-se na face externa
das quatro primeiras costelas.
- Serrátil posterior e inferior
É profundo relativamente ao latíssimo do dorso. Insere-se nos processos espinhosos das
duas últimas vértebras torácicas e das três primeiras lombares, sendo que as suas fibras
se dirigem com obliquidade súpero-lateral, acabando por se inserir na face externa das
quatro últimas costelas.

Músculos dos canais vertebrais


Massa comum aos erectores da coluna
Ocupa o canal vertebral da porção sagrada e lombar da coluna vertebral. Insere-se nos
processos espinhosos das vértebras lombares, crista sagrada mediana, ligamento sacro-
tuberal, e tuberosidade ilíaca, sendo estas inserções feitas através das fáscia espinhal.
Esta massa origina, na região torácica, dois músculos: o ilio-costal (lateral) e o
longuíssimo do tórax (medial)
- Ilio-costal
Origina-se da porção lateral da massa comum aos erectores da coluna. A partir desta
origem, originam-se 17 fascículos, dos quais 5 deles se inserem nos tubérculos
posteriores dos processos transversos das cinco ultimas vértebras cervicais, e 12 se
inserem no ângulo das 12 costelas. Consideram-se três porções: o ilio-costal do pescoço,
do tórax e dos lombos.
- Longuíssimo do tórax
Origina-se da porção medial da massa comum aos erectores da coluna, inferiormente,
e alcança T1, superiormente. Ao longo do seu trajeto, vai originar três tipos de fascículos:
os mediais ou espinhosos (inserem-se nos processos espinhosos); os médios ou
transversos (inserem-se no ápice dos processos transversos das vértebras torácicas); os
laterais ou costais (inserem-se na face externa das costelas, entre o ângulo e o tubérculo
da costela.
Na região lombar, os fascículos laterais inserem-se no ápice dos processos costiformes,
e os médios nos tubérculos acessórios.
- Músculos espinhais
• Do tórax – duas últimas torácicas e processos espinhosos da 3ª a 9ª torácicas;
• Do pescoço – processos espinhosos da 4ª à 7ª cervicais e processos espinhosos
da 2ª e 3ª vértebra;
• Da cabeça – processos espinhosos das cervicais inferiores e torácicas superiores
e o espaço entre as linhas nucais do occipital
- Músculo transverso espinal
É constituído por três porções: o semi-espinhal, o multífido e o rotador.
Este músculo é constituído por um conjunto de subunidades, sendo que cada
subunidade apresenta quatro fascículos, que se inserem num grupo de cinco vértebras:

• Espinhal longo – ápice do processo transverso e ápice do processo espinhoso da


4ª vértebra suprajacente;
• Espinhal curto - ápice do processo transverso e base do processo espinhoso da
3ª vértebra suprajacente;
• Laminar longo – ápice do processo transverso e lâmina da 2ª vertebra
suprajacente;
• Laminar curto – ápice do processo transverso e lâmina da vértebra suprajacente.
Assim, o semi-espinhal será o conjunto de todos os fascículos espinhais longos
(considerando-se ainda duas porções, o do tórax e o do pescoço); o multífido será o
conjunto de todos os fascículos espinhais curtos (desde a massa comum até ao áxis); e
o rotador será o conjunto dos laminares curtos e longos (considerando três porções: o
do lombo, do tórax e do pescoço).
- Intertransversários
Unem os processos transversos de duas vértebras adjacentes. Na região cervical existem
dois, um anterior e outro posterior; na região torácica são pouco desenvolvidos; na
região lombar existem dois, um lateral (mais desenvolvido, que se inserem nos
processos costiformes) e um medial (que apresenta três fascículos, que se inserem nos
processos acessórios)
- Interespinhosos
Em número de dois, situam-se entre os processos espinhosos de duas vértebras
adjacentes.

Tórax – miologia
Músculos costais – intercostais (externos, internos e íntimos), levantadores das costelas,
subcostais, transverso do tórax
Diafragma

Músculos costais
- Intercostais
• Externos – fibras com obliquidade ântero-inferior. Inserem-se no lábio exterior
do sulco da costela suprajacente, e no lábio exterior da margem superior da
costela subjacente. Estendem-se desde a articulação condro-costal até à costo-
transversárias. São prolongados até ao esterno pela membrana intercostal
externa
• Internos – fibras com obliquidade póstero-inferior. Inserem-se no lábio externo
do sulco da costela suprajacente, e no interstício da margem superior da costela
subjacente. Estendem-se desde a linha axilar média até à margem lateral do
esterno. São prolongados até às vertebras pela membrana intercostal interna.
• Íntimos – fibras com obliquidade póstero-inferior. Inserem-se no lábio interno
do sulco da costela suprajacente, e no lábio interior da margem superior da
costela subjacente. Estendem-se desde o ângulo da costela até cerca de 5 cm da
margem lateral do esterno.
Entre o interno e o íntimo, passam superiormente, de superior para inferior, veias,
artérias e nervos intercostais, e inferiormente, ramos destes e inversamente
- Levantadores das costelas
Dividem-se em dois grupos:
- Levantadores das costelas curtos: ápice dos processos transversos da 7ª cervical e 11
primeiras torácicas, e as fibras dirigem-se inferiormente para se inserirem na face
exterior e margem superior das costelas, na porção entre o ângulo e o tubérculo;
- Levantadores das costelas longos: “variação” dos quatro últimos – dividem-se em dois
fascículos, o curto, e o longo, que vai inserir-se 2 costelas abaixo, cruzando a face
exterior da costela subjacente à sua origem
- Subcostais
Pequenos músculos que se inserem na face interior das costelas, ao nível dos ângulos
das costelas, inserindo-se na costela suprajacente e na subjacente;
- Transverso do tórax
Insere-se na face posterior do externo, ao nível da metade inferior do corpo do externo
e do processo xifóide e nas cartilagens costais 3 à 6

Diafragma
É um músculo achatado, que separa a cavidade torácica da abdominal, e que é
constituído por duas porções: uma central, tendinosa, e uma periférica, muscular. É o
principal músculo inspiratório
Porção central
Esta porção é tendinosa (de onde saem fibras musculares), e ocupa a porção central do
diafragma. Tem a forma de um trevo, constituído por três folíolos: um anterior (ocupa a
porção média; dois laterais, um direito e outro esquerdo, que tem uma obliquidade
póstero-lateral.
As fibras desta porção agrupam-se em duas fitas: uma fita semicircular superior, que se
situa na face convexa (superior), que se origina na porção posterior do folíolo direito, e
termina na porção anterior e mediana do folíolo anterior, passando posterior e
medialmente ao hiato da veia cava inferior; uma fita semicircular inferior, em forma de
arco, origina-se na porção posterior do folíolo direito, passa anterior e lateralmente a
esse forame e termina na porção posterior do folíolo esquerdo, descrevendo uma
curvatura de concavidade posterior.
Porção muscular
É constituída por fibras musculares, que se inserem na parede do tórax. Estas fibras
podem ser reunidas em três grupos: a parte esternal, a parte costal e a parte lombar.
• A parte esternal é constituída pelos fascículos que partem do folíolo anterior e
se inserem na base do processo xifóide;
• A parte costal é constituída pelos fascículos que se inserem na face interior das
seis últimas costelas, entrecruzando-se com as fibras do músculo transverso do
abdómen
• A parte lombar é constituída pelos fascículos posteriores, que se situam entre a
porção posterior do centro tendinosos e os músculos quadrado lombar, psoas-
ilíaco e a coluna vertebral. Nesta porção, identificam-se três estruturas:
o Ligamento arqueado lateral – anterior ao quadrado lombar, insere-se no
ápice da 12ª costela e no processo transverso de L1;
o Ligamento arqueado medial – anterior ao psoas-ilíaco, insere-se no
processo transverso de L1 e no corpo vertebral de L2;
o Pilares do diafragma – correspondem a condensações das fibras
musculares, que se inserem na coluna vertebral
▪ Pilar principal direito – corpos de L1 a L3 e nos discos
intervertebrais;
▪ Pilar principal esquerdo – de menores dimensões; corpos de L1 e
L2 e nos discos intervertebrais;
▪ Pilar acessório direito – lateralmente ao principal, insere-se no
corpo de L2;
▪ Pilar acessório esquerdo – lateralmente ao principal, é mais
inferior relativamente ao direito
Foramenes e hiatos
As fibras musculares que condicionam a formação dos pilares do diafragma, que apesar
de se inserirem separadamente, vão unir-se e entrecruzar-se superiormente,
condicionam a formação de dois hiatos:
Um anterior, o hiato esofágico, limitado por fibras musculares, encontra-se na linha
mediana ao nível de T10. Dá passagem ao esófago e aos dois nervos vagos;
Um posterior, o hiato aórtico, limitado por fibras tendinosas, encontra-se inferiormente
ao hiato esofágico. Dá passagem à aorta e ao ducto torácico.
O hiato da veia cava encontra-se na zona de união dos folíolos anterior e direito. As suas
margens anterior e lateral são constituídas pela fita semicircular inferior, e a margem
posterior e medial pela fita semicircular superior. Dá passagem à veia cava inferior.
Passam pelo diafragma:
Tronco simpático (lateralmente ao pilar principal);
Nervo esplâncnico maior e o menor (entre os pilares principais e acessórios);
Veia lombar ascendente (forame do tronco simpático ou no hiato aórtico).
Fisiologia da respiração
Inspiração
Os músculos inspiratórios contraem (diafragma aplana, movendo-se inferiormente, os
intercostais externos auxiliam), o que provoca uma elevação das costelas e do externo.
O volume torácico aumenta, o volume dos pulmões também, e como consequência
diminui a pressão intrapulmonar, o que provoca uma deslocação dos gases no sentido
do gradiente de pressão, até que a pressão intrapulmonar seja igual à atmosférica.
Expiração
Os músculos inspiratórios relaxam (o diafragma sobe, voltando à sua convexidade
característica, e os intercostais externos também relaxam), o que provoca a depressão
das costelas e do externo. O volume torácico diminui, o que provoca o aumenta da
pressão intrapulmonar. Assim, à semelhança de um balão que é comprimido, também
o ar que está dentro dos pulmões será expelido para fora, até que a pressão
intrapulmonar seja igual à atmosférica.

Abdómen - miologia
Antero-laterais – reto do abdómen, piramidal, oblíquo externo, oblíquo interno,
transverso;
Posteriores ou lombo-ilíacos – psoas-ilíaco, psoas menor, quadrado dos lombos

Ântero-laterais
- Reto do abdómen
Este músculo é responsável pela forma da superfície da região anterior do abdómen.
Insere-se no corpo do púbis, entre o tubérculo e a sínfise púbica, através de dois pilares:
um medial, que se insere no púbis do lado oposto, e um lateral, que irá dar fibras para
o ligamento de Henle. Dirige-se depois superiormente, dividindo-se em três porções
terminais: uma lateral, que se insere na 5ª cartilagem costal, uma média, que se insere
na 6ª, e uma medial, que se insere na 7ª.
Apresenta ainda três a quatro intersecções tendinosas dispostas transversalmente.
- Piramidal
Este musculo é anterior ao reto do abdómen. Insere-se na face anterior da sínfise púbica
e do corpo do púbis, dirigindo-se depois superior e medialmente, para se inserir na linha
alba, entre o umbigo e o púbis.
- Oblíquo externo do abdómen
Este músculo situa-se na parede lateral e anterior do abdómen. Insere-se
superiormente, na face exterior e na margem inferior das oito últimas costelas. Estes
fascículos, com a aparência de dentes de serra, vão engrenar-se superiormente com a
porção inferior do serrátil anterior, e inferiormente com o latíssimo do dorso.
As fibras musculares vão tomar (genericamente) uma obliquidade infero-medial, sendo
que quanto mais laterais forem as fibras mais verticais são), para se inserirem,
inferiormente, sendo que as inserções terminais vão fazer-se através da aponevrose do
oblíquo externo. (à exceção dos fascículos musculares que se originam a partir das 3
últimas costelas, que vão inserir-se na metade anterior da crista ilíaca através de
inserções carnosas). Esta aponevrose vai inserir-se em vários pontos, nomeadamente:

• Na linha alba, a aponevrose vai unir-se com a do oblíquo interno, e passar


anteriormente ao reto do abdómen; as suas fibras vão entrecruzar-se (ao nível
da linha mediana) com as do músculo do lado oposto, contribuindo para formar
a linha alba;
• No púbis, vão formar os pilares do orifício superficial do canal inguinal:
o Pilar lateral – insere-se no tubérculo do púbis. As suas fibras vão
estender-se pela face anterior do corpo do púbis, entrecruzando-se com
as fibras de inserção do pilar medial do lado oposto. Vai terminar ao nível
da aponevrose do músculo grácil;
o Pilar medial – passa anteriormente ao extremo inferior do reto do
abdómen e do piramidal, cruzando a linha média e inserindo-se no
tubérculo e na face anterior do púbis do lado oposto.
o Pilar posterior (ou ligamento reflexo ou ligamento de Colles) – desce
posteriormente ao pilar medial (que o recobre), e vai inserir-se no púbis
do lado oposto (tubérculo até á sínfise, anteriormente ao reto do
abdómen mas posteriormente ao pilar medial) e no extremo medial da
superfície pectínea do coxal, originando algumas fibras que se ligam ao
ligamento lacunar
• No ligamento inguinal, na sua face anterior, contribuindo para a sua formação
- Oblíquo interno do abdómen
É profundo relativamente ao oblíquo externo. As inserções de origem deste músculo são
no terço lateral do ligamento inguinal, na espinha ilíaca antero-superior e no interstício
da crista ilíaca (3/4 anteriores) através de fibras musculares e tendinosas, e no quarto
posterior da crista ilíaca e no processo espinhoso da L5 através de uma lâmina tendinosa
que se confunde com a fáscia toracolombar.
A partir destas inserções, as fibras estendem-se em forma de leque, inserindo-se em
vários pontos:

• Os fascículos posteriores, com obliquidade súpero-anterior, vão inserir-se na


margem inferior e no vértice das quatro ultimas cartilagens costais;
• Os fascículos médios, com obliquidade medial e ligeiramente anterior e superior,
vão inserir-se na linha alba através da aponevrose do oblíquo interno. Este
aponevrose toma dois comportamentos diferentes: nos três quartos superiores
do reto do abdómen, vai dividir-se em dois folhetos, um posterior que se une à
fáscia do transverso e passa posteriormente ao reto do abdómen, e um anterior,
que se que se une à fáscia do oblíquo externo e passa anteriormente ao reto do
abdómen; no quarto inferior do mesmo músculo, vai passar anteriormente ao
reto do abdómen.
• Os fascículos anteriores (ou inferiores, para Rouvière) que nascem do ligamento
inguinal, vão contornar superior e depois posteriormente o cordão espermático,
unindo-se às fibras do transverso do abdómen, com as quais formam o tendão
conjunto ou foice inguinal (3% dos casos, normalmente por tendões separados),
para se inserir na sínfise púbica, no púbis e na superfície pectínea.
NOTA: durante o desenvolvimento embrionário, durante a descida dos testículos, no
homem, as fibras mais inferiores, tanto do oblíquo interno, como do transverso, vão
descer também, formando o músculo cremáster
- Transverso do abdómen
É o mais profundo dos três músculos da parede antero-lateral do abdómen. É muscular
na sua porção média, inserindo-se através de uma aponevrose anteriormente e através
de fibras tendinosas posteriormente.
Insere-se superiormente na face interior dos seis últimos arcos costais (cartilagem costal
do 7º e 8º, cartilagem e porção óssea da 9ª, e porção óssea da 10ª à 12ª) confundindo-
se nas 3 ultimas inserções com as do diafragma, no vértice dos processos transversos
das 4 primeiras vértebras lombares (através de fibras tendinosas às quais se dá o nome
de tendão de origem do transverso) e do terço lateral do ligamento inguinal e da metade
anterior da porção medial da crista ilíaca.
A partir destas inserções de origem, as fibras que se originam do tendão de origem vão
dirigir-se para anterior, horizontalmente, continuando-se através da aponevrose do
transverso do abdómen, descrevendo uma linha concava para medial. Esta aponevrose
vai inserir-se superiormente no processo xifóide, na linha alba (passando
posteriormente ao reto do abdómen nos ¾ superiores e anteriormente no ¼ inferior), e
inferiormente no púbis, lateralmente ao tubérculo púbico.
Os fascículos mais inferiores que se originam do ligamento inguinal, vão dirigir-se infero-
medialmente, contornando o cordão espermático superior e depois posteriormente,
unindo-se às fibras do oblíquo interno e inserir-se no púbis, posteriormente ao oblíquo
interno
Este ligamento vai inserir-se na sínfise púbica e no corpo do púbis (anteriormente ao
reto do abdómen), no tubérculo púbico e na superfície pectínea do púbis, através do
ligamento lacunar, ao qual se une
Lombo-ilíacos
- Quadrado dos lombos
É um músculo largo, que se situa entre a 12ª costela e a crista ilíaca. As suas fibras
inserem-se inferiormente no ligamento iliolombar e na porção medial da porção
posterior da crista ilíaca, dirigindo-se superiormente para se inserir na margem inferior
da 12ª costela e nos processos transversos das quatro primeiras vértebras lombares.
Distinguem-se assim, três tipos de fascículos: os ilio-transversos, os costo-transversos e
os ílio costais.
- Psoas-ilíaco
Ver membro inferior
- Psoas menor
É anterior ao psoas maior. Insere-se no corpo vertebral de T12 e L1 e no disco que as
separa, originando um tendão que se dirige inferior e ligeiramente para lateral, para se
inserir na eminência iliopúbica.

Aponevroses e fáscias do abdómen


- Panículo adiposo subcutâneo
É interno relativamente à pele. Ao nível da região inguinal, recebe o nome de fáscia de
Camper, sendo que alguns fascículos desta fáscia dirigem-se para o pénis ou para o
clitóris, constituindo o ligamento suspensor.
- Fáscia superficial do abdómen
É interno relativamente ao panículo adiposo subcutâneo. Separa-se dos músculos do
abdómen e suas fáscias por tecido celulo-adiposo. Na sua porção mediana, continua-se
com o ligamento fundiforme do pénis.
Ao nível do orifício inguinal superficial, funde-se com um prolongamento da aponevrose
do oblíquo externo do abdómen, formando a fáscia espermática externa, a mais exterior
do funículo espermático.
- Aponevroses posteriores
- posterior do oblíquo interno – funde-se com a aponevrose toraco-lombar, inserindo-
se depois no processo espinhoso de L5 e na porção superior da crista sagrada mediana.
- posterior do transverso – divide-se em três folhetos, ao alcançar a margem lateral do
quadrado lombar: um anterior, que se relaciona com a face anterior do quadrado
lombar, e se insere na base dos processos transversos das vértebras lombares; um
médio, que se insere no ápice dos processos transversos, e passa entre o quadrado
lombar e os músculos do canal vertebral; um posterior, que se funde com a aponevrose
toraco-lombar. Forma-se assim duas locas musculares: uma anterior (quadrado dos
lombos) e uma posterior (músculos do canal vertebral)
- Aponevroses anteriores
As aponevroses dos músculos do abdómen, ao alcançar a margem lateral do reto do
abdómen, vão ter comportamentos diferentes.
Ao nível dos três quartos superiores, a fáscia do oblíquo interno irá dividir-se em dois
folhetos: um anterior, que se funde com a do oblíquo externo, e vão passar
anteriormente ao reto do abdómen; um posterior, que se funde com a do transverso, e
vão passar posteriormente ao reto do abdómen. Vão voltar a reunir-se, ao nível da linha
alba, entrecruzando-se com as fibras das aponevroses do lado oposto.
Ao nível do quarto inferior, todas as aponevroses irão passar anteriormente ao reto do
abdómen, inserindo-se na linha alba.
Existe ainda a fáscia ilíaca, anterior ao psoas-ilíaco, que se insere medialmente em todas
as vértebras lombares, na base do sacro e no estreito da pelve; lateralmente na fáscia
do quadrado lombar e lábio medial da crista ilíaca; superiormente no arco do psoas
maior; inferiormente, adere à porção lateral do ligamento inguinal, constituindo o arco
iliopectíneo.
- Fáscia transversal
É uma lâmina fina que se relaciona com a face interior do músculo transverso. Estende-
se superiormente até ao diafragma, lateralmente, alcança a margem posterior do
transverso, e inferiormente termina no espaço formado pela união da parede abdominal
com a fossa ilíaca.
Apresenta espessamentos/reforços:

• Foice inguinal/tendão conjunto (do oblíquo interno e transverso);


• Ligamento interfoveolar de Hesselbach (fixa-se superiormente na linha arqueada
de Douglas e inferiormente no ligamento inguinal)

Formações dependentes das fáscias e aponevroses


Ligamento inguinal
Estende-se desde a espinha ilíaca antero-superior até ao tubérculo púbico, sendo uma
dependência da aponevrose do oblíquo externo.
À sua porção mais lateral adere a fáscia ilíaca (que reveste o psoas-ilíaco e se relaciona
com o nervo femoral), a sua porção média relaciona-se com o anel femoral (por onde
passa a artéria e veia femoral) e a sua porção medial reflete-se, inserindo-se na linha
pectínea e formando o ligamento lacunar de Gimbernat (relacionando-se com a fáscia
pectínea).
Este ligamento apresenta fibras próprias (que constituem o ligamento inguinal externo
de Henle) e por fibras da aponevrose do oblíquo externo (que constituem a parede
anterior do canal inguinal), que envolvem as fibras próprias de anterior para posterior,
de lateral para medial, de tal forma que o ligamento inguinal apresenta uma
concavidade póstero-superior. À porção posterior do sulco, dá-se o nome de fita ilio-
púbica de Thompson, que corresponde a um espessamento da fáscia transversal

Ligamento lacunar de Gimberlait


Corresponde à porção do oblíquo externo que dá fibras para o ligamento inguinal que e
que se refletem no tubérculo púbico, para inferior, lateral e posterior, e que ocupa o
angulo formado entre a margem anterior do coxal e a porção medial do ligamento
inguinal. O ligamento lacunar tem a forma de um triangulo de base lateral, que
apresenta uma concavidade para este lado, e vai limitar medialmente o anel femoral.
Este ligamento é oblíquo postero-inferiormente, sendo quase horizontal. Assim,
considera-se uma fase superior, que se relaciona com os músculos da parede abdominal,
uma face inferior que se relaciona o músculo e fáscia pectínea.
A margem anterior “insere-se” no ligamento inguinal, e a margem posterior vai inserir-
se na superfície pectínea, contribuindo para a formação da fáscia pectínea. Forma-se
aqui um engrossamento fibroso denominado ligamento pectíneo (de Cooper)
A margem lateral é livre.

Canal Inguinal (forma paralelepipédica)


• Face inferior: fibras do obliquo externo (que se inserem no ligamento inguinal e
contribuem para a sua formação), as fibras próprias e a fita iliopúbica (mais
posterior) – igual ao ligamento inguinal, mas é um espessamento da fáscia
transversális.
• Face superior: arcada (margem inferior) oblíquo interno e transverso
• Face posterior - fáscia transversal:
o Porção medial: triângulo de Hesselbach – ponto fraco (hérnia inguinal
direta; posteriormente – fáscia transversal e oblíquo externo) – limites:
▪ Lateral: artéria epigástrica
▪ Inferior: ligamento inguinal
▪ Súpero-medial: margem lateral do reto do abdómen
o Porção lateral: orifício inguinal profundo – ponto fraco (hérnia inguinal
indireta) fáscia transversal, inferiormente é a fita iliopúbica e ligamento
inguinal
• Face anterior: aponevrose do oblíquo externo (insere-se na margem anterior do
ligamento inguinal, descrevendo uma curvatura de concavidade póstero-
superior) e orifício inguinal superior (na porção mais lateral)
Orifício superficial: definido por três pilares do oblíquo externo

• Pilar lateral – tubérculo púbico (define a margem lateral do OIS)


• Pilar medial – púbis (lateralmente à sínfise) do púbis contralateral (define a
margem medial do OIS do homolateral e a margem inferior do contra lateral)
• Pilar de Colles – igual ao medial (mais posterior), ambos os pilares definem a
margem medial e inferior do OIS
• Fitas intercrurais de Nicaisse – margem superior do OIS)
Variação anatómica (10% dos casos) – corona mortis – anostomose entre a artéria
epigástrica inferiores e a artéria obturadora interna – artéria obturadora aberrante
CONTEÚDO – descida dos testículos, que “arrastam” a parede abdominal – canal
deferente, vasos cremastéricos (vascularizam o músculo cremáster – dependência do
oblíquo interno; não envolve totalmente – não envolve no terço medial (concavidade
para medial), vasos testiculares, ramo genital do nervo genitofemoral.
Linha Alba
É uma rafe tendinosa que se localiza na linha mediana da parede anterior do abdómen,
e separa os retos do abdómen. Estende-se desde o processo xifóide do esterno, até à
margem superior da sínfise púbica.
Esta linha é mais larga na sua porção superior, podendo atingir cerca de 2cm ao nível do
umbigo, mas mais estreita na sua porção inferior.
Insere-se superiormente na face anterior do processo xifóide, donde se destacam
algumas fibras longitudinais, que à medida que se dirigem inferiormente, vão
confundindo-se com o entrecruzamento das fibras das aponevroses dos músculos largos
do abdómen.
Inferiormente, a linha alba insere-se através de dois tipos de fibras: umas anteriores, o
ligamento supra-púbico; umas posteriores, o adminículo da linha alba, que se insere não
só na sínfise, mas também no corpo do púbis, podendo estender-se até ao ligamento
pectíneo de Cooper. A partir destas inserções inferiores, partem fibras longitudinais,
mas que também se confundem com a rafe aponevrótica dos músculos largos.
Na zona do umbigo, o entrecruzamento das fibras aponevróticas dos músculos largos
dão origem a pequenos forames, por onde passam ramificações nervosas e/ou
vasculares, ou acumulações adiposas. Estes forames dão origem, por vezes, a hérnias da
linha alba.

Fossas inguinais
A face posterior da parede abdominal apresenta várias pregas umbilicais, que partem
do umbigo: uma mediana, (ou ligamento umbilical mediano, que contem o úraco e as
veias paraumbilicais) que vai desde o umbigo até ao ápice da bexiga; uma medial, (que
contem a parte oclusa da artéria umbilical) e se dirige inferior e lateralmente; uma
lateral (que contem os vasos epigástricos inferiores) que também se dirige para inferior
e lateral)
Entre estas pregas, existem as fossas inguinais, pontos fracos do abdómen por onde
podem ocorrer hérnias inguinais.
NOTAS:
Linha semilunar de Spiegl: interstício da divisão do oblíquo interno ¾ superiores – ponto
fraco
Ponto fraco: arco ilio-pectíneo de Frauchaud

• Limite superior: arco formado pela margem inferior do músculo transverso;


• Margem inferior: ligamento de cooper (espessamento da fáscia transversalis e
periósteo)
• Margem lateral da artéria ilíaca externa
• Resto do ligamento inguinal
Condiciona três pontos fracos: a área direta, a área indireta e o arco femoral – HERNIAS
Anel femoral
Descrição clássica – por onde pode herniar
Superior: ligamento inguinal
Medial: margem lateral do ligamento de Gimberlait
Inferiormente: ligamento de Cooper (posteriormente)
Lateral: margem medial da veia femoral
Descrição moderna – região de comunicação
Margem lateral passa a ser definido pelo ligamento/fita iliopectíneo (espessamento da
fáscia transversal, que vai da eminência iliopúbica ao ligamento inguinal).
Nódulo linfático de Cloquet – é anterior ao anel femoral, mas colado à veia femoral
4. MEMBRO SUPERIOR
Cíngulo do membro superior – osteologia
- Clavícula
Osso longo; par; forma de s itálico; porção antero-superior do tórax.

Articula-se com o acrómio da escápula, a 1ª cartilagem costal e o manúbrio do esterno.

Sugestão de orientação – Das duas extremidades, a mais achatada é lateral; das duas faces
associadas a esta extremidade a mais rugosa é inferior; das duas margens associadas a esta
extremidade, a concava é anterior. Dá se ao osso uma ligeira inclinação antero-infero-medial.

Descrição – a clavícula possui uma diáfise, que apresenta duas faces e duas margens. Possui
ainda duas epífises.

Face superior – superficial; tecido celular subcutâneo, músculo plátisma e pele;


Face inferior – 4 locais relevantes – impressão para o ligamento costo clavicular (porção medial);
sulco do músculo subclávio (porção média); tubérculo conoide e linha trapezoide (porção
lateral)
Margem anterior – inserção ao peitoral maior nos seus 2/3 mediais e deltóide no 1/3 lateral;
Margem posterior – inserção do esternocleidomastóideo medialmente e trapézio lateralmente;
Extremidade acromial – é achatada, situa-se lateralmente. Face articular ovalar – acrómio da
escápula.
Extremidade clavicular – a porção inferior desta extremidade articula-se com o manúbrio do
externo e a 1ª cartilagem costal

- Escápula
Osso largo, par, forma triângulo, porção postero-superior do tórax.

Articula-se com a clavícula e com o úmero.

Sugestão de orientação – a face concava da escápula é anterior. Das suas margens, a mais curta
é superior. Dos seus ângulos, aquele que apresenta uma superfície articular convexa é lateral e
olha antero-lateralmente.

Descrição

Face posterior – apresenta a espinha da escápula que divide a face posterior em duas porções:
uma superior (aprox.1/4) – fossa supraespinhal; uma inferior (aprox.3/4) – fossa infraespinhal.
Sulco espinho-glenoidal (espinha da escápula e colo da cavidade glenoidal). A espinha
prolonga-se, verticaliza e curva para anterior, terminando num processo volumoso e achatado
de superior para inferior, o acrómio, que apresenta, na margem medial, uma face articular
(para a clavícula)
Face anterior – fossa subescapular
Margem medial – divide-se em várias porções, consoante a profundidade: anterior (m. serrátil
anterior); posterior (m. supraespinhal e m. infraespinhal) e interstício (m. levantador da
escápula, romboide menor e rombóide maior)
Margem superior – incisura da escápula (forame com o lig. Transverso superior da escápula)
Margem lateral – tubérculo infra-glenoidal (inserção da porção longa do m. trícipete braquial)
Ângulo superior – inserção do m. levantador da escápula
Ângulo inferior – projeta-se ao nível da 7ª vertebra torácica
Ângulo lateral – cavidade glenoidal (superfície articular); colo da escápula; tubérculo supra-
glenoidal (porção longa do m. bicípite braquial); Processo coracóide, cujo ápice (tendão
comum da porção curta do m. bícipete braquial e do m. coraco-braquial) e margem medial (m.
peitoral menor)

Cíngulo do membro superior – artrologia


Articulação acrómio-clavicular
É uma artródia ou meniscartrose (depende da pessoa). Articula a clavícula (extremidade
acromial) e a superfície articular na margem medial do acrómio da escápula.

Meios de união

• Cápsula articular (envolve toda a articulação);


• Disco articular – facilita a coadptação das superfícies articulares. Podendo ser completo
(dividindo a cavidade articular em duas secundárias) ou perfurado (as cavidades
comunicam);
• Ligamento acrómio-clavicular – porção superior da cápsula articular, possuindo dois
planos: profundo/reforço instrínseco (espessamento da cápsula) e um
superficial/reforço extrínseco (fascículos fibrosos com obliquidade póstero-medial)

Mecanismo articular

Efetua movimento de deslizamento em todos os sentidos, sendo mais extensos os que se fazem
em torno de um eixo vertical.

Articulação esterno-clavicular
É uma meniscartrose. Articula a parte antero-inferior da extremidade esternal da clavícula com
o a face articular do manúbrio do esterno, (lateral à incisura jugular olha com obliquidade
postero-supero-lateral), e com a extremidade medial da face superior da 1ª cartilagem costal

Menisco interarticular

As superfícies não se coadaptam perfeitamente – menisco reestabelece a concordância,


moldando-se sobre as faces articulares. Divide a cavidade articular em duas porções – menisco-
esternal e menisco-clavicular

Meios de união

• Cápsula articular reforçada por 4 ligamentos:


o Ligamento esterno clavicular anterior;
o Ligamento esterno clavicular posterior;
o Ligamento esterno clavicular superior (extremidade esternal da clavícula até à
incisura jugular do manúbrio do esterno) – se está unida – ligamento
interclavicular
o Ligamento costo-clavicular – porção mais lateral da 1ª cartilagem costal até à
face inferior da clavícula
Membrana sinovial

Duas membranas sinoviais:

• Medial, entre disco articular e o esterno;


• Lateral, entre o menisco articular e a clavícula;

Ligamentos córaco-claviculares (tccc)


4 ligamentos:

• Ligamento trapezoide – linha trapezoide até metade posterior da margem medial do


coracóide
• Ligamento conoide (posterior ao trapezoide) – tubérculo conoide até coracoide
• Ligamento córaco-clavicular medial – margem medial do coracóide (anteriormente ao
trapezoide) até ao lábio anterior sulco do m. subclávio (insere-se anteriormente); por
vezes, prolonga-se até à primeira costela – ligamento bicórnio
• Ligamento córaco-clavicular lateral – insere-se no processo coracóide (lateralmente ao
CCM) até ao lábio anterior do sulco do m. subclávio. É mais posterior e lateral
relativamente ao CCM)

Ligamentos intrínsecos da escápula (catsti)


3 ligamentos

• Ligamento coraco-acromial – ápice do acrómio até margem lateral do coracóide. Estas


estruturas formam uma abóbada osteo-fibrosa superiormente à articulação do ombro.
• Ligamento transverso superior da escápula – lâmina fibrosa que une as extremidades da
incisura escapular, formando um foramene onde passa o nervo supra-escapular (artéria
passa fora!) e que conecta a fossa subescapular e a fossa supraespinhal.
• Ligamento transverso inferior da escápula – margem lateral da espinha da escápula
(superiormente à sua implantação) até margem posterior da cavidade glenoidal. Forma
um foramene onde passam os vasos e o nervo supra-escapulares.

Braço – osteologia
- Úmero
Osso longo, par, localiza-se no braço. Observa-se um corpo e duas extremidades.

Articula-se com a escápula, o rádio e a ulna.

Sugestão de orientação – das duas extremidades, aquela que tem uma superfície esférica é
superior. Esta superfície, em forma de meia esfera, olha postero-medialmente. Nesta
extremidade existem ainda duas saliências (tubérculos), sendo que o maior olha lateralmente.

Descrição

O úmero apresenta duas epífises e uma diáfise. Esta diáfise tem a forma de um prisma triangular,
possuindo, portanto, três faces e três margens.
Face antero-lateral – tuberosidade para o m. deltóide (superiormente à porção medial), onde
se insere o m.deltóide e o m. braquial. Inferiormente a esta, existe uma porção lisa onde o m.
braquial se insere.
Face antero-medial – forame nutritivo do úmero; zona rugosa onde se insere o m. córaco-
braquial
Face posterior – sulco do nervo radial (nervo radial e vasos umerais profundos), condicionado
pela rotação em torno de um eixo longitudinal; nas margens desse sulco, insere-se as porções
medial e lateral do m. tricípete braquial
Margem anterior – confunde-se, superiormente, com a porção lateral do sulco intertubercular
e com a tuberosidade para o m. deltóide. Inferiormente, divide-se, constituindo a fossa
coronóide
Margem lateral – inserção do septo intermuscular lateral do braço
Margem medial – inserção ao septo intermuscular medial do braço
Diáfise superior – superfícies articular – cabeça do úmero – limitado pelo colo do úmero (sulco
circunferencial lateralmente); anteriormente à cabeça – túberculo menor (inserção do m.
subescapular); lateralmente À cabeça – tubérculo maior com três faces – superior (m. supra-
espinhal), média (m. infra-espinhal) e inferior (m. redondo menor). Entre os tubérculos existe o
sulco intertubercular, onde passa o tendão da porção longa do m. bicípete. No lábio lateral
deste sulco (m. peitoral maior), no lábio medial (m. redondo maior) e no fundo do sulco (m.
latíssimo do dorso) – ANTIGA goteira dos 3 grandes.
Diáfise inferior – achatada de inferior para posterior. Porção lateral – superfície hemisférica –
capítulo do úmero [fóvea articular do rádio] e medialmente – tróclea do úmero [incisura radial
da ulna], sendo separados pelo sulco capitulo-troclear. A tróclea é limitada postero-
superiormente pela fossa do olecrano e antero-superiormente pela fossa coronóide. Supero-
anteriormente ao capítulo do úmero encontra-se a fossa radial [circunferência articular do
rádio]. Lateralmente ao capítulo – epicôndilo lateral (inserção, por exemplo, do tendão comum
dos extensores dos dedos ou m. ancónio); medialmente à tróclea – epicôndilo medial (inserção
do tendão comum dos flexores dos dedos). Posteriormente ao epicôndilo medial -sulco do
nervo ulnar.

Ombro – artrologia
Articulação escapulo-umeral
É uma esferoideia ou enartrose. Articula a cabeça do úmero, que tem a forma de uma hemisfera,
com a cavidade glenoidal da escápula, onde existe um lábio articular, o lábio glenoidal, que
aumenta a área de contacto desta cavidade com a cabeça do úmero. É uma fibrocartilagem que
possui três faces: - face basal (adere à cavidade glenoidal – chão do estádio); - face capsular (dá
inserção à cápsula – estádio de fora); - face articular (olha para o interior da articulação,
“continua” a cavidade glenoidal – bancadas do estádio).

Meios de união

• Cápsula articular – tem a forma de um cone truncado. A base maior fixa-se no colo do
úmero (metade superior) e na porção superior do corpo do úmero (metade inferior). A
base menor fixa-se na face capsular do lábio glenoidal.
• Ligamento córaco-umeral – insere-se na margem lateral do processo coracóide. Dirige-
se depois lateralmente, divide-se e insere-se por dois fascísculos, um no tubérculo maior
e outro no menor. Forma-se um forame, por onde passa o tendão da porção longa do
bicípete. Este tendão vai percorrer o sulco intertubercular, que se transforma num canal
ósteo-fibroso (ligamento umeral transverso de Gordon Brodie).
• Ligamento córaco-glenoidal – é fraco e não contribui para a estabilização. Porção
posterior da margem lateral do coracóide à face externa da cápsula articular.
• Ligamentos gleno-umerais – fitas fibrosas na face anterior da articulação.
o Superior – porção superior do lábio glenoidal e colo da escápula (medialmente)
até cabeça do úmero e tubérculo menor (lateralmente), juntando-se ao
fasciculo tubercular menor do coraco-umeral
o Medio – lábio glenoidal (nível do LGUS) até a porção inferior do tubérculo
menor.
o Inferior – lábio glenoidal até porção superior do corpo do úmero.
• PONTOS FRACOS DA ARTICULAÇÃO
o Forame oval de Weitbrecht – entre o G.U. Superior e o G.U. Medio. Forma
triangular. A cápsula articular desaparece aqui.
o Forame subcoracoideu de Rouvière – entre o G.U. Médio e o G.U. Inferior.
Verdadeiro ponto fraco desta articulação –
• Ligamentos ativos – tendão do m. supraespinhal, do m. infraespinhal, redondo menor e
subescapular – COIFA DOS ROTADORES – contribui para a estabilidade e criam
movimento de rotação do ombro.

Membrana sinovial

Reveste a superfície interna da cápsula articular. Ao chegar às inserções capsulares, reflecte-se


para se estender até à superfície articular. Envia prolongamentos através dos forâmenes desta
capsula:

• Foramene oval de Weitbrecht – bolsa subescapular;


• Foramene sobcoracoideu de Rouvière – bolsa bicipetal;

Além destas bolsas, existem nesta articulação, ainda, a bola subdeltoidea, bolsa subacromial e
bolsa subcoracoidea.

Antebraço – osteologia
- Ulna
Osso longo, par, situa-se medialmente no antebraço. Possui um corpo e duas extremidades.

Articula-se com o úmero, com o rádio e com o piramidal.

Sugestão de orientação – das duas extremidades, a mais volumosa é superior. Nesta


extremidade, existe uma concavidade, que olha anteriormente.

Descrição

A ulna possui uma diáfise e duas epífises. A diáfise tem uma forma de prisma triangular,
possuindo três faces e três margens.

Face anterior – côncava na porção superior (m. flexor profundo dos dedos) e é arredondada no
quarto inferior (pronador quadrado); aqui encontra-se o foramene nutritivo da ulna
Face posterior – superiormente, superfície triangular (m. ancónio). Inferiormente, a face é
dividida pela crista longitudinal. Lateralmente (quatro músculos da região posterior do
antebraço) medialmente (m. abdutor longo do polegar, m. extensor curto do polegar, m.
extensor longo do polegar e m. extensor do indicador) e extensor ulnar do carpo.
Face medial – inserção a fascículos do m. flexor profundo dos dedos.
Margem anterior – superiormente (m. flexor profundo dos dedos), inferiormente (m. pronador
quadrado)
Margem lateral – crista interóssea (membrana interóssea do antebraço). Extremidade superior
bifurca-se, sendo que cada ramo alcança os limites anterior e posterior da incisura radial –
superfície subsigmóide (onde se insere o músculo supinador).
Margem posterior – forma de s itálico. Nos seus três quartos superiores (m. flexor profundo dos
dedos, flexor ulnar do carpo e extensor ulnar do carpo).
Extremidade superior – cavidade articular (anteriormente) – incisura troclear onde se indentifica
uma saliência longitudinal que a divide em duas vertentes. Limitando, posteriormente, a
incisura, olecrano, em forma de pirâmide quadrangular e cujo ápice se relaciona com a fossa do
olecrano no úmero. Limitando antero-inferiormente a incisura troclear, existe o processo
coronoide (relaciona-se com a fossa coronoide do úmero). Sobre o lado lateral da extremidade
superior, entre o processo coronóide e o olecrano, pequena faceta articular – incisura radial
Extremidade inferior – cabeça da ulna (articula-se lateralmente com a incisura do rádio e
inferiormente com o piramidal. Postero-medialmente à cabeça da ulna (processo estiloide da
ulna)

- Rádio
Osso longo, par, situa-se lateralmente no antebraço. Possui um corpo e duas extremidades.

Articula-se com o úmero, a ulna, o escafoide e semilunar.

Sugestão de orientação – das duas extremidades, a mais desenvolvida e volumosa é inferior.


Nessa extremidade, existe um bico, que é lateral. A face mais plana dessa extremidade é
anterior.

Descrição

A diáfise do rádio tem a forma de um prisma triangular – 3 faces e 3 margens

Face anterior – superiormente (m. flexor longo do polegar), inferiormente (pronador


quadrado); forame nutritivo do rádio.
Face posterior – m. abdutor longo do polegar, m. extensor curto do polegar.
Face lateral – porção média (pronador redondo) superiormente (m. supinador)
Margem anterior – inicia-se na tuberosidade do rádio; dá inserção, superiormente, a fascículos
do músculo flexor dos dedos.
Margem posterior – é arredondada e romba nas suas extremidades
Margem medial – inserção à membrana interóssea
Extremidade superior – constituída por uma porção cilíndrica – cabeça do rádio, onde existe
uma depressão, a fóvea articular do rádio (articula-se com o capitulo do úmero); existe
circunferência articular, regularmente lisa e articula-se com a incisura radial da ulna. Colo do
rádio (entre a cabeça e o corpo). Inferiormente ao colo do rádio, do lado antero-medial existe
a tuberosidade do rádio, de forma ovoide, onde se insere o tendão do m. bícipete braquial.
Extremidade inferior – prisma quadrangular: face superior – corpo do rádio; face inferior – face
articular cárpica (divide-se em duas faces, uma lateral e outra medial, por intermédio de uma
crista antero-posterior) lateral articula-se com o escafoide, medial com o semilunar; face
anterior – pronador quadrado; face posterior – dois sulcos: um lateral (tendão do m. extensor
longo do polegar) e um medial (tendões do m. extensor longo dos dedos e m. extensor do
indicador); face lateral – dois sulcos: um anterior (tendões do abdutor longo do polegar e do
extensor curto do polegar) e posterior (tendões do m. extensor radial longo e m. extensor
radial curto do carpo); esta face prolonga-se inferiormente, formando o processo estiloide do
rádio); face medial – incisura ulnar, que se articula com a cabeça da ulna

Antebraço e cotovelo - artrologia


Articulação do cotovelo
É tróclea-condilo-trocartrose. Articula as superfícies articulares da extremidade inferior do
úmero, a tróclea do úmero, medialmente, e o capítulo do úmero, lateralmente, que se articulam
com incisura troclear da ulna e a fóvea articular do rádio, respetivamente. Como porções
acessórias, considera-se a fossa coronóide, a fossa do olecrano, a fossa radial, e os epicôndilos
lateral e medial.
Existe ainda, a unir a circunferência articular do rádio e a incisura radial da ulna, o
ligamento anular do rádio. Este estende-se duma extremidade à outra da incisura radial
da ulna, ampliando-a e descrevendo à volta da cabeça radial três quartos de uma
circunferência.
Meios de união/reforço (uma cápsula, cinco ligamentos de reforço)

• Cápsula articular – insere-se no úmero, contornando a fossa coronoide e a fossa


radial (anteriormente), a fossa do olecrano (posteriormente), o epicôndilo lateral
e o epicôndilo medial. No antebraquio, faz-se ao nível da ulna (rebordo medial
da incisura troclear, rebordo lateral excepto na porção media onde se encontra
a incisura radial, porção superior do olecrano e base do processo coronóide) e
ao nível do rádio (no colo do rádio) – direção das fibras maioritariamente
verticais
• Ligamento anterior – insere-se entre os dois epicôndilos umerais,
superiormente, e no processo coronóide e no ligamento anular do rádio,
inferiormente. Destacam-se dois fascículos: o fascículo oblíquo medial (insere-se
no epicôndilo medial) e o fascículo oblíquo lateral (no epicôndilo lateral)
• Ligamento posterior – espessamentos da cápsula articular constituído por
diversos fascículos:
o Úmero-olecranianos oblíquos – rebordos laterais da fossa do olecrano e no
ápice do olecrano;
o Úmero-umerais – dispostos transversalmente, inserem-se nos rebordos
laterais da fossa do olecrano;
o Úmero-olecranianos verticais – verticalmente, inserem-se na porção
superior da fossa do olecrano e no ápice do olecrano (insere-se dentro
da cápsula).
• Ligamento colateral ulnar – mais desenvolvido e espesso (relaciona-se com o
facto da tensão na extensão:
o Fascículo anterior – epicôndilo medial e no processo coronóide (tem
feixes no anular do radio)
o Fascículo médio – epicôndilo medial e no processo coronóide;
o Fascículo posterior de Bardinet – forma de leque: epicôndilo medial e na
face medial do olecrano
o Fascículos arciformes de Cooper – parte inferior do olecrano e base do
processo coronóide
• Ligamento colateral radial – forma de leque; entre o epicôndilo lateral e o
rebordo lateral da incisura troclear.
o Fascículo anterior – epicôndilo lateral. Contribui para o ligamento anular
do rádio. As suas fibras terminam na ulna, anteriormente à incisura
radial;
o Fascículo médio – epicôndilo lateral e posteriormente à incisura radial
o Fascículo posterior – epicôndilo lateral até à margem lateral do olecrano
• Ligamento quadrado de Denucé – forma quadrilátera. Desde a margem inferior
da incisura radial até ao colo do rádio
Membrana sinovial
Reveste a superfície interna da cápsula articular do cotovelo. Ao chegar às linhas de
inserção capsular, reflete-se até alcançar o limite das cartilagens articulares, formando
recessos:

• Recesso anterior
• Recesso medial
• Recesso lateral
Membrana interóssea do antebraço
Membrana fibrosa que une a parte média dos dois ossos. Insere-se na margem lateral
da ulna (medialmente) e na margem medial do rádio (lateralmente). Não ocupa todo o
espaço interósseo, terminando na tuberosidade do rádio.
Na face posterior, existe o lig. Oblíquo interósseo rádio-ulnar, que se dirige do rádio para
a ulna com obliquidade infero-lateral.
Existe, superiormente a esta membrana, uma corda oblíqua de Weitbrecht. Insere-se na
base do processo conoide (superiormente), dirigindo-se com obliquidade infero-lateral
para se inserir inferiormente à tuberosidade do rádio.

Articulação rádio-ulnar inferior


É uma articulação trocartrose. Articula a incisura ulnar do rádio, com a cabeça da ulna,
que apresenta duas faces articulares: uma supero-lateral (articula-se com a incisura
ulnar do rádio) e que se articula. A outra é inferior (que se relaciona com o carpo). Existe
aqui uma lâmina, o disco articular, que se insere no rebordo inferior da circunferência
articular da ulna, e cujo ápice se fixa na cabeça da ulna e no processo estiloide. A face
inferior deste disco articula-se com o semilunar e o piramidal.
Meios de união

• Cápsula articular – fixa-se no contorno das superfícies articulares e nas duas


margens do disco articular.
• Ligamentos rádio-ulnares:
o Anterior – reforça a cápsula articular anteriormente;
o Posterior – reforça a capsula articular posteriormente´
Membrana sinovial
Reveste internamente a cápsula articular, enviando superiormente um prolongamento,
o recesso saciforme, que alcança o espaço interósseo.

Mão - osteologia
A mão é constituída por 27 ossos, distribuídos por 3 grupos: os ossos do carpo (8), os do
metacarpo (5) e os dedos (são 5, cada um constituído por três falanges, à exceção do 1º
(apenas 1)

- Carpo
Duas fileiras de ossos – procarpo (escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme);
mesocarpo (trapézio, trapezoide, capitado, hamato). São curtos, têm uma forma
cuboide irregular, apresentando 6 faces, sendo que duas não são articulares.
Princípios gerais:
- ossos do procarpo tem o maior eixo com obliquidade infero-lateral (à exceção do
piramidal – comporta como um do mesocarpo);
- ossos do mesocarpo tem o maior eixo com obliquidade supero-lateral;
- procarpo – faces opostas não articulares, a maior é anterior;
- mesocarpo – faces opostas não articulares, a maior é posterior.
PROCARPO
Escafóide
Sugestão de orientação – das duas faces não articulares, a maior é anterior. O túberculo
é lateral. A face articular escavada é inferior e olha ligeiramente para medial.
Articula-se com o rádio, o semilunar, o capitado, o trapézio e o trapezoide.
Descrição – o mais volumoso dos ossos do carpo; apresenta apenas três faces
articulares:
- uma superior (articula-se com o rádio)
- uma inferior (com duas faces articulares, uma para o trapézio e outra para o
trapezoide)
- uma medial (duas faces articulares, uma para o capitado, outra para o semilunar)
A face lateral (não articular), apresenta uma incisura (relaciona-se com a artéria radial),
e o tubérculo do escafoide, inferiormente, onde se insere o ligamento colateral radial.
Semilunar
Sugestão de orientação – Face não articular, maior é anterior; a face concava é inferior.
Das faces laterais, a que se assemelha a uma meia lua é lateral;
Articula-se com a rádio, escafoide, piramidal, capitado e hamato
Descrição – face superior articula-se com o rádio; face inferior capitado e hamato; face
lateral com o escafoide; face medial com o piramidal
Piramidal
Sugestão de orientação – a face escavada é inferior; das duas faces opostas, a maior e
que apresenta uma face articular é anterior sendo esta face medial.
Articula-se com a ulna (separadas pelo disco da articulação rádio-ulnar inferior),
semilunar, pisiforme, hamato;
Descrição – tem a forma de uma pirâmide, cuja base olha, supero-lateralmente.
Face superior – relação com a ulna;
Face inferior – hamato
Face lateral – semilunar
Face anterior – face articular arredondada (pisiforme)
Face posterior – crista do piramidal (porção infero-medial)
Pisiforme
Sugestão de orientação – a única face articular é posterior. A extremidade do osso que
excede esta face é inferior. O sulco que existe nas faces laterais do osso é lateral.
Articula-se com o piramidal.
Descrição – face posterior – face articular para o piramidal.
Face lateral – sulco longitudinal – artéria ulnar e ramo profundo do nervo ulnar
MESOCARPO
Trapézio
Sugestão de orientação – a face em forma de sela é inferior; das faces opostas não
articulares, aquela que apresenta um tubérculo e um sulco é anterior.
Articula-se com o escafoide, trapezoide, 1º e 2º metacarpos
Descrição – face superior – escafoide;
- face medial; duas faces articulares – trapezoide e 2º metacarpo;
- face inferior – 1º metacarpo
- face anterior – sulco (tendão do m. flexor radial do carpo), limitado lateralmente pelo
tubérculo do trapézio
Trapezoide
Sugestão de orientação – das faces opostas não articulares, a maior é posterior. Das
duas faces articulares, é inferior aquela que é mais extensa e convexa transversalmente.
Articula-se com o escafoide, 2º metacarpo, trapézio e capitado.
Descrição – cada face com o que se articula.

Punho e Mão – Artrologia


Articulação do punho/radio-carpal
É uma condilartrose composta. Articula o rádio, a ulna (a cavidade glenoide
antebraquial, formada pela face articular inferior do rádio e pelo face inferior do disco
articular da articulação radio ulnar inferior) e os ossos do procarpo (côndilo carpal,
constituído pelas faces articulares superiores do escafoide, semilunar, e do piramidal,
que estão unidos por ligamentos interósseos.
Meios de união

• Cápsula articular – insere-se sobre o contorno das superfícies articulares e nas


margens do disco articular da articulação rádio-ulnar inferior.
• Ligamento rádio-carpal palmar – reforça a cápsula anteriormente; insere-se na
margem anterior da extremidade inferior do rádio (processo estiloide). As fibras
dirigem-se inferiormente para se inserirem no escafoide e semilunar (porção
radio-escafossemilunar) e para o capitado (porção radiocapitado);
• Ligamento ulno-carpal palmar – reforça a cápsula anteriormente; insere-se na
face palmar da extremidade inferior da ulna. As fibras dirigem-se inferiormente,
indo inserir-se no semilunar (porção ulnossemilunar) e no piramidal (porção
ulnopiramidal);
• Ligamento radio-carpal dorsal – insere-se no rádio, fibras com obliquidade
infero-medial, e na face posterior do escafoide, semilunar e do piramidal
• Ligamento colateral radial – processo estiloide do rádio até tubérculo do
escafoide;
• Ligamento colateral ulnar – processo estiloide da ulna, até pisiforme e piramidal;
Membrana sinovial
Reveste a superfície interna da cápsula articular, comunicando com a membrana sinovial
da articulação rádio-ulnar inferior.
Membro Superior - miologia
OMBRO – Músculos do ombro
DEFINEM A BASE DO ESCAVADO AXILAR
Anteriores – Peitoral Maior, Peitoral menor, e subclávio
Mediais – serrátil anterior
Posteriores – redondo maior, redondo menor, subescapular, supraespinhal,
infraespinhal
Lateral – deltóide

PORÇÃO ANTERIOR
Peitoral maior

Músculo largo, em forma de leque. Músculo mais superficial (“molda” a superfície); contribui
para a formação da parede anterior da axila.

Origens:

• 2/3 mediais da clavícula (fascículo clavicular;


• Porção anterior do esterno (fascículo esternal);
• Face anterior da extremidade anterior da costela e cartilagens costais (face anterior) 1-
6 (fascículo condro-costal);
• Lâmina anterior da bainha do recto do abdómen (fascículo abdominal);

Os vários fascículos originam fibras musculares, que convergem, para se inserirem, por meio de
um tendão, na porção lateral ao sulco intertubercular, passando este tendão anteriormente aos
outros que se inserem nesta região (latíssimo do dorso e redondo maior)

Fáscias:

Coraco-clavi-peitoral – reveste o músculo anterior e posteriormente

Relações:

Anteriormente: tecido celular subcutâneo; veia cefálica; feixe anterior do deltóide (supero
lateralmente);

Posteriormente: fáscia coraco clavi peitoral, subclávio, peitoral menor; 4 a 5 ramos artérias
perfurantes da artéria mamária interna (medial); veia axilar

Lateral: artéria e veias axilares; gânglios linfáticos; nervo longo do torax; serrátil anterior;

INERVAÇÃO: nervo peitoral medial e lateral;

Funções: rotação interna do braço sobre o tórax; flexão do braço sobre o tórax
Peitoral menor

Situado posteriormente ao peitoral maior. Longo, poligástrico, par.

Origem: face anterior e margem superior da 3ª, 4ª e 5ª costela.

As fibras dirigem-se com obliquidade supero-lateral, onde se vão inserir, por meio de um tendão,
na margem medial do processo coracóide (posteriormente ao ápice)

Revestido por parte da fáscia coraco-clavi-peitoral.

INERVAÇÃO: nervo peitoral lateral

Funções: rotação da escápula; musculo inspiratório acessório

Subclávio

De forma cilíndrica, situado anteriormente ao toráx.

Origem: 1ª costela e cartilagem costal

As fibras dirigem-se com obliquidade postero-supero-lateral, indo inserir-se no sulco para o


músculo subclávio, na face inferior da clavícula, posteriormente ao peitoral maior

INERVAÇÃO: nervo subclávio

Funções: estabilização da clavícula na articulação esternoclavicular durante os movimentos do


braço e ombro; depressão da clavícula e elevação da 1ª costela

PORÇÃO MEDIAL
Serrátil anterior

Músculo poligástrico, muito desenvolvido, aplicado contra a parede lateral do tórax. Divide-se
em três porções:

• Porção superior – porção anterior do ângulo superior da escápula e nas 1ª e 2ª costelas;


• Porção média – porção anterior da margem medial da escápula e na margem inferior e
face externa das 2ª, 3ª e 4ª costelas (obliquidade antero-inferior);
• Porção inferior – porção anterior do ângulo inferior da escápula, e na face externa das
5ª – 9ª costelas

INERVAÇÃO: nervo torácico longo

Funções: movimento antero-lateral da escápula; estabilização ativa da escapula nos


movimentos do ombro; musculo acessório da inspiração

PORÇÃO POSTERIOR
Subescapular (coifa dos rotadores – tendões dos músculos que reforçam a articulação
do ombro – ligamentos ativos)

Largo, de forma triangular.

Origem: Fossa subescapular


As fibras dirigem-se lateralmente, convergindo num tendão que se insere no tubérculo menor
do úmero.

INERVAÇÃO: nervos subescapular superior e inferior

Funções: rotação interna; auxilia na estabilização do ombro (ligamento ativo)

Supraespinhal (coifa dos rotadores)

Forma piramidal triangular

Origem: fossa supra espinhal

As fibras dirigem-se antero lateralmente, originando um tendão que ira inserir-se na porção
superior do tubérculo maior do úmero

INERVAÇÃO: nervo supraescapular

Funções: abdução, estabilização da articulação do úmero (ligamento ativo)

Infraespinhal (coifa dos rotadores)

Forma achatada e triangular

Origem: dois terços mediais da fossa infraespinhal

As suas fibras dirigem-se com obliquidade antero lateral, convergindo num tendão que se insere
na porção média do tubérculo maior do úmero

INERVAÇÃO: nervo supra escapular

Funções: rotação externa; reforça a cápsula articular do ombro; auxilia na abdução e adução

Redondo menor (coifa dos rotadores)

Musculo de forma cilíndrica;

Origem: margem lateral da escápula (porção posterior)

(existe aqui uma aponevrose que separa este músculo do infraespinhal e do redondo maior)

As fibras dirigem-se com obliquidade supero-antero-lateral, convergindo num tendão, que se


insere na porção inferior do tuberculo maior do úmero

INERVAÇÃO: Nervo axilar

Funções: rotação externa; adução; retroversão (flexão mais adução)

Redondo maior

Longo, par

Origem: porção inferior (próximo ao angulo inferior da escápula) da fossa infraespinhal


(estendendo-se desde a margem medial à lateral)

As fibras dirigem -se com obliquidade antero-supero-lateral, convergindo num tendão achatado
que se insere no lábio medial do sulco intertubercular

INVERAÇÃO: nervo subescapular


Funções: rotação interna; adução; retroversão

ESPAÇOS ANATÓMICOS

Espaço triangular tricípito-escapular – (redondo maior, redondo menor, porção longa do


tricípete) – nervos e vasos circunflexos da escápula

Espaço quadrangular tricípito-umeral – (redondo maior; úmero; porção longa do tricípete;


redondo menor – nervo axilar e artéria circunflexa umeral posterior

PORÇÃO LATERAL
Deltóide

Músculo largo de forma triangular, que pode ser dividido em três porções (considerando as suas
origens). Separa-se do peitoral através do espaço clavi-delto-peitoral fosseta de Moërnhein (?)

Origens:

• Porção anterior: terço lateral da margem anterior da clavícula (postero-infero-lateral)


• Porção lateral: margem lateral do acrómio (inferior)
• Porção posterior: margem posterior da espinha da escápula (antero-infero-lateral)

As fibras convergem, originando um tendão que se insere na tuberosidade para o m. deltóide,


na face antero-lateral do úmero

INERVAÇÃO: nervo axilar

Funções: abdução em rotação externa (porção anterior); abdução em rotação interna (porção
média); extensão (em retroversão)

BRAÇO – Músculos do braço


Anteriores – coracobraquial, bicípete braquial, braquial;
Posterior – trícipete braquial

PORÇÃO ANTERIOR
Coracobraquial

Músculo longo simples, localizado na parte antero-medial do braço.

Origem: ápice do processo coracóide (tendão comum com a porção curta do bícipete braquial);

As fibras dirigem-se com obliquidade infero-lateral, medialmente em relação ao bicipete


braquial, originando um tendão achatado que se insere numa superfície rugosa da face antero-
medial do corpo do úmero.

INERVAÇÃO: nervo músculo cutâneo

Também conhecido por músculo perfurado de Casserius (visto que é perfurado por este nervo)

Funções: flexão do braço; rotação interna; adução; estabilização da articulação do ombro


Bícipete braquial

Músculo digástrico com ventres justapostos, situado na porção anterior do braço. Constituído
por duas porções, uma curta e outra longa

Origens:

• Porção curta – ápice do processo coracóide (tendão comum com o coracobraquial);


• Porção longa – tubérculo supraglenoidal da escápula (tendão atravessa a cápsula
articular do ombro, e “sai” pelo sulco intertubercular

As fibras dirigem-se inferiormente, juntando-se num único corpo muscular, que se insere por
meio de um tendão na tuberosidade do rádio. A partir deste tendão, destaca-se para medial
uma lâmina fibrosa, a aponevrose do m. bícipete braquial, que reveste os músculos do
antebraço que se inserem no epicôndilo medial.

INERVAÇÃO: nervo musculo cutâneo

Braquial

Longo, simples, que se encontra posteriormente ao bicípete braquial.

Origem: porção lisa na face anterior do corpo úmero, inferiormente à tuberosidade para o
deltoide. Insere-se nos septos intermusculares lateral e medial

As fibras dirigem-se inferiormente, inserindo-se através de um tendão na tuberosidade ulnar

INERVAÇÃO: nervo musculo cutâneo (inervação dupla – nervo radial)

PORÇÃO POSTERIOR
Tricípete braquial

Músculo poligástrico, constituído por três porções, uma longa, uma lateral e outra medial

Origens:

• Porção longa: tubérculo infraglenoidal da escápula


• Porção medial: porção medial do sulco do nervo radial (face posterior do úmero)
(apresenta fibras ligadas ao septo intermuscular medial)
• Porção lateral: porção lateral do sulco do nervo radial (face posterior do úmero) (fibras
ligadas ao septo intermuscular lateral)

As fibras dirigem-se inferiormente, e as várias porções vão juntar-se num único tendão, que se
insere no olecrano da ulna

INERVAÇÃO: nervo radial


ANTEBRAÇO – Músculos do antebraço
Anteriores:

• Primeiro plano – (lateral para medial) – pronador redondo, flexor radial do carpo,
palmar longo e flexor ulnar do carpo;
• Segundo plano – flexor superficial dos dedos;
• Terceiro plano – flexor longo do polegar e flexor profundo dos dedos;
• Quarto plano – pronador quadrado

Laterais – (superfície para profundidade) – bráquio-radial, extensor radial longo do carpo,


extensor radial curto do carpo e supinador

Posteriores:

• Plano superficial – (lateral para medial) – extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo,
extensor ulnar do carpo, ancónio.
• Plano profundo – (lateral para medial) -abdutor longo do polegar, extensor curto do
polegar, extensor longo do polegar e extensor do indicador.

PORÇÃO ANTERIOR
Primeiro plano

Pronador redondo

Origens:

• Porção umeral - epicôndilo medial do úmero (margem superior, face anterior)


• Porção ulnar - margem medial da ulna, inferiormente ao processo coronóide da ulna.

As fibras vão dirigir-se infero-lateralmente (posteriormente ao braquioradial), inserindo-se na


porção média da face lateral do rádio.

INERVAÇÃO: nervo mediano

Funções: pronação

Flexor radial do carpo

Origem: face anterior do epicôndilo medial do úmero

As fibras dirigem se com obliquidade infero-lateral, inserindo-se na face anterior da extremidade


superior do 2º e 3º metacarpos

INERVAÇÃO: nervo mediano

Funções: flexão da mão, abdução da mão (desvio radial)


Palmar longo

Origem: epicôndilo medial

As fibras dirigem-se com obliquidade infero lateral, inserindo-se através de um tendão com
forma de leque, anteriormente ao retináculo dos flexores, onde se insere. Insere-se também na
aponevrose palmar

INERVAÇÃO: nervo mediano

Funções: flexão da mão

Flexor ulnar do carpo

Origens:

• Porção umeral – epicôndilo medial


• Porção ulnar – margem medial do olecrano, processo coronóide, e 2/3 superiores da
margem posterior da ulna.

Dirige-se inferiormente, inserindo-se no hamato e na base anterior do 5º metacarpo

INERVAÇÃO: nervo ulnar

Funções: flexão da mão, adução (desvio ulnar)

Segundo plano

Flexor superficial dos dedos

Também conhecido como flexor perfurado. Medial em relação ao flexor longo do polegar.
Apresenta duas porções, com origens distintas:

• Porção úmero ulnar – tendão comum dos flexores (epicôndilo medial) e na margem
medial do processo coronóide;
• Porção radial – porção superior da margem anterior do rádio (inferiormente à sua
tuberosidade).

As duas porções juntam-se, formando o arco do músculo flexor superficial dos dedos, por onde
passa a artéria ulnar e o nervo mediano.

As fibras dirigem-se inferiormente, dividindo-se em quatro tendões, que vão inserir-se na


falange média dos 4 últimos dedos. No entanto, ao nível da falange superior, cada um destes
divide-se em dois tendões “secundários” (que vão inserir-se em cada lado da extremidade
superior da falange média), formando um foramene por onde passa o tendão do m. flexor
profundo dos dedos. Quando um contrai, contraem todos.

INERVAÇÃO: nervo mediano

Funções: flexão da mão, flexão dos dedos


Terceiro plano

Flexor profundo dos dedos

Também conhecido como flexor perfurante. É posterior ao flexor superficial dos dedos.

Origem: dois terços superiores das faces anterior e medial da ulna, bem como da membrana
interóssea.

As fibras dirigem-se inferiormente, dividindo-se em quatro tendões, que passam dentro do canal
do carpo, e cada um dos tendões irá para um dos quatro últimos dedos, passando por dentro
do foramene formada pelos tendões do flexor superficial dos dedos, e inserindo -se na face
anterior da extremidade superior da falange distal.

INERVAÇÃO: nervo mediano (2 e 3 dedos) e nervo ulnar (4 e 5 dedos)

Funções: flexão da falange distal sobre o restante dedo

Flexor longo do polegar

Origem: face anterior (1/3 inferior) do rádio, face medial do rádio (2/3 inferiores, medialmente
à inserção do flexor superficial dos dedos – porção radial) e membrana interóssea.

Recebe fibras do fascículo acessório de Gantzer, que se insere no epicôndilo medial, processo
coronóide e face anterior da ulna/radio (?)

As fibras dirigem-se inferiormente, e vão inserir-se, através de um tendão que passa no túnel do
carpo, na extremidade superior da falange distal do polegar

INERVAÇÃO: nervo mediano

Funções: flexão do polegar; auxilia na flexão palmar;

Quarto plano

Pronador quadrado

Músculo largo, de forma quadrada

Origem: porção inferior da margem anterior da ulna

As fibras dirigem-se medialmente, para se inserir na porção também inferior da margem


anterior da ulna.

INERVAÇÃO: nervo mediano

Funções: pronação
PORÇÃO LATERAL
Bráquiorradial

Origem: porção superior da crista supracondilar lateral (entre o braquial e a cabeça lateral do
tricípete – anteriormente ao septo intermuscular lateral do úmero)

As fibras dirigem-se com inferiormente, para se inserirem através de um tendão no processo


estiloide do rádio.

INERVAÇÃO: nervo radial

Extensor radial longo do carpo


Origem: crista supracondilar lateral do úmero (postero-inferiormente ao braquiorradial)
As fibras dirigem-se inferiormente, para se inserir na face posterior da extremidade superior
do segundo metacarpo
INERVAÇÃO: nervo radial
Extensor radial curto do carpo
Origem: tendão comum dos extensores superficiais no epicôndilo lateral do úmero
As fibras dirigem-se inferiormente, para se inserior na face posterior da extremidade superior
do terceiro metacarpo.
INERVAÇÃO: nervo radial
Supinador
Origens:
• Epicôndilo lateral;
• Na ulna, lateralmente à inserção do ancónio;
As fibras dirigem-se com obliquidade antero-infero-lateral, contornando o rádio, para se inserir
na porção superior das faces lateral e anterior do rádio.
Funções: supinação

PORÇÃO POSTERIOR
Separada da porção anterior por uma fáscia profunda, pelo septo intermuscular profundo
lateral, e pela membrana interóssea

Plano superficial

Extensor dos dedos

Origem: epicôndilo lateral (tendão comum dos extensores)

As fibras vão dirigir-se inferiormente, e o músculo vai inserir-se através de um tendão, que se
divide em 3 outros tendões: um lateral, que se destina ao 2º dedo, um médio, que se destina
ao 3ºdedo e um medial, que se destina ao 4º e 5º dedos. Cada um destes tendões, ao alcançar
o dedo correspondente, divide-se em três “linguetas”: uma mediana (que se insere na face
posterior da extremidade proximal da falange media) e duas laterais (que se insere na face
posterior da extremidade proximal da falange distal)

INERVAÇÃO: nervo radial

Funções: extensão da mão; extensão da articulação metacarpofalangicas e das interfalangicas


Extensor do dedo mínimo

Origem: epicôndilo lateral (tendão comum dos extensores)

As fibras dirigem-se infero-medialmente, para se inserirem através de um tendão na


aponevrose dorsal do 5ºdedo

INERVAÇÃO: nervo radial

Funções: extensão da mão; extensão do 5º dedo

Extensor ulnar do carpo

Origens:

• Porção umeral - epicôndilo lateral (tendão comum dos extensores);


• Porção ulnar – porção média da margem posterior da ulna

As fibras dirigem-se com obliquidade infero-medial, para se inserirem por meio de um tendão
na base do 5º metacarpo (face posterior)

INERVAÇÃO:

Funções: extensão da mão; desvio ulnar

Ancónio

Origem: face posterior do epicôndilo medial (as suas fibras auxiliam no reforço da capsula
articular da articulação do cotovelo)

AS fibras dirigem-se com obliquidade postero-infero-medial, para se inserirem na margem


medial do olecrano.

INERVAÇÃO: nervo radial

Funções: extensão do antebraço; suporte da articulação do cotovelo

Plano profundo

Abdutor longo do polegar

Origem: Margem posterior do rádio; face posterior da ulna e membrana interóssea

As fibras dirigem-se com obliquidade infero-lateral, para se inserir na base do 1º metacarpo

INERVAÇÃO

Funções: abdução do polegar

Extensor curto do polegar

Origem: Margem posterior da ulna; membrana interóssea

As fibras dirigem-se com obliquidade infero-lateral, para se inserir na base da falange proximal
do 1º dedo

INERVAÇÃO

Funções: extensão do polegar (carpo-metacarpal e metacarpo-falangica)


Extensor longo do polegar

Origem: face posterior da ulna; membrana interóssea.

Obliquidade infero-lateral, para se inserir na base da falange distal do polegar.

Forma a aponevrose dorsal do polegar.

INERVAÇÃO

Funções: extensão da falange distal; extensão da mão

Extensor do indicador

Origem: face posterior da ulna; membrana interóssea (inferiormente à do extensor longo do


polegar

Insere-se na aponevrose dorsal do indicador

INERVAÇÃO

Funções: extensão de todas as articulações do indicador

MÃO – Músculos da mão


Músculos palmares laterais (eminência tenar)

• Abdutor curto do polegar;


• Flexor curto do polegar;
• Oponente do polegar;
• Adutor do polegar;

Músculos palmares (eminência hipotenar)

• Palmar curto;
• Abdutor do dedo mínimo;
• Flexor curto do dedo mínimo;
• Oponente do dedo mínimo;

Músculos palmares médios - lombricóides

Músculos interósseos – palmares e dorsais


5. MEMBRO INFERIOR
Cíngulo do membro inferior – osteologia
- Osso coxal
O Osso coxal é um osso largo e par, que se localiza na região inferior do abdómen, sendo
constituinte da pélvis

Articula-se com o sacro, com o fémur, e com o outro osso coxal.

Sugestão de orientação

Na zona que rodeia orifício que este osso apresenta, existe uma superfície rugosa, perto de um
tubérculo, que será medial. Esse tubérculo, apontará para anterior. Do lado oposto do orifício,
da face oposta da cavidade articular, existe uma saliência em forma de bico que apontará para
inferior.

Descrição:

O osso coxal pode ser dividido em três porções, considerando os seus centros de ossificação
(Rouvière): o ílio, o ísquio e o púbis.

• O ílio é achato e largo, e possui duas partes: o corpo e a asa;


• O púbis é formado pelo corpo do púbis, o ramo superior (para se ligar à porção anterior
do acetábulo) e o ramo inferior (ramo do ísquio)
• O ísquio é formado pelo corpo do ísquio e pelo ramo do ísquio. a união do ramo do
ísquio com o ramo inferior do púbis constitui o ramo ísquio-púbico.

O osso coxal tem um contorno quadrilátero irregular, portanto descrevem-se duas faces, quatro
margens e quatro ângulos

Face lateral:

• acetábulo na sua porção média – tem um rebordo, o limbo do acetábulo, que apresenta
três incisuras (resultam da união das três porções ósseas), sendo a mais notável a
incisura do acetábulo, (união do ísquio com o púbis). O acetábulo é constituído por duas
porções: uma não articular (fossa do acetábulo) e outra articular (face semilunar), mais
periférica em relação à fossa, em que as duas extremidades limitam anterior e
posteriormente a incisura do acetábulo
• superiormente ao acetábulo, encontramos a face glútea. Esta é convexa anterior e
posterior, e concava na sua parte média. Nesta face existem várias linhas, que limitam
as inserções dos glúteos: linha glútea anterior (médio-pequeno, começa na
proximidade do angulo antero-superior do osso, e termina na margem posterior, na sua
porção média, da incisura isquiática maior), linha glútea posterior (médio-grande,
começa na margem superior do osso, na união do quarto posterior com os três quartos
anteriores, e termina também na margem da incisura isquiática maior, posteriormente
à anterior) e a linha glútea inferior (pequeno do corpo do ílio). O grande glúteo irá
inserir-se superiormente à posterior. Próximo à anterior, encontra-se o foramene
nutritivo principal do coxal. Existe, entre a origem das linhas glúteas ant. e post, na
tuberosidade isquiática maior, um sulco vascular produzido por um ramo da artéria
glútea superior. Inferiormente à linha glútea inferior, superiormente ao limbo do
acetábulo, existe o sulco supraacetabular, onde se insere o reto femoral
• Inferiormente ao acetábulo, encontramos o forame obturado, que tem uma forma oval
no homem e de um triângulo irregular na mulher. está circunscrito superiormente pelo
acetábulo, anteriormente pelo pubis e posteriormente pelo ísquio. Postero-
lateralmente em relação a este foramene, encontra-se a tuberosidade isquiática, onde
se insere o adutor magno, quadrado femoral e obturador externo.

Face medial: esta face encontra-se dividida em duas porções, por uma crista arqueada curva e
com inclinação infero-anterior, a linha inominada, que apresenta continuidade no púbis, pela
linha pectínea do púbis, que termina no túberculo púbico.

• Superiormente a esta linha, encontra-se uma depressão, a fossa ilíaca, que se orienta
antero-supero-medialmente. Nos seus dois terços superiores, onde é lisa, insere-se o
músculo ilíaco. Postero-inferiormente, encontra-se um foramene nutritivo.
o Posteriormente à fossa ilíaca, existe uma superfície irregular, onde se
consideram duas partes: uma inferior e articular, a face articular para o sacro,
limitada posteriormente pela espinha ilíaca póstero-inferior; outra superior a
esta, bastante rugosa, a tuberosidade ilíaca, onde se inserem os ligamentos da
articulação sacro ilíaca.
• Inferiormente a esta linha, pode observar-se o forame obturado. Na parte
anterosuperior deste forame, pode observar-se o sulco obturatório, onde passam o
nervo e vasos obturadores. Nas margens deste sulco, consideram-se dois tubérculos,
um anterior e outro posterior. Na parte postero-superior a este forame, considera-se
uma porção lisa, de forma quadrilátera, na zona oposta ao acetábulo, onde se insere o
m. obturador interno

Margem superior – dá-se o nome de crista ilíaca. Tem a forma de um s itálico, sendo a porção
anterior concava medialmente, e a porção posterior lateralmente. Apresenta também uma
curvatura vertical, sendo convexa superiormente, e o ponto culminante é perto da zona média.
Esta margem é grossa mas não é uniforme, sendo mais espessa nas extremidades. A
extremidade anterior tem o nome de espinha ilíaca antero-superior, e a posterior espinha ilíaca
postero-superior. Na sua porção anterior inserem-se o oblíquo externo, oblíquo interno e
transverso do abdómen, bem como algumas fibras do tensor da fáscia-lata. Posteriormente, o
latíssimo do dorso, quadrado lombar e ilio-costal.

Margem anterior – esta margem apresenta, de superior para inferior: (eieiest)


- espinha ilíaca antero-superior (onde se une à margem superior), onde se insere o sartório e
maior parte do TFL;
- incisura inominada;
- espinha ilíaca antero-inferior, onde se insere o tendão direto do reto femoral;
- incisura do psoas-ilíaco;
- eminência ílio-pubica (onde o ílio conecta com o púbis);
- superfície pectínea, onde se insere o músculo pectíneo;
- tubérculo do púbis, medial à superfície pectínea, onde se insere o piriforme e o recto do
abdómen.
Margem posterior – de superior para inferior: (eieiei)
- espinha ilíaca postero-superior;
- incisura inominada;
- espinha ilíaca postero-inferior;
- incisura isquiática maior (onde passa o piriforme);
- espinha isquiática (ligamento sacro-espinhal);
- incisura isquiática menor (onde passa o obturador interno).

Margem inferior – tem uma obliquidade postero-inferior. É constituída pelo ramo inferior do
púbis e pelo ramo do ísquio. superiormente, apresenta a face sinfisal, que vai articular-se com a
face homóloga do osso coxal oposto.

Cíngulo do membro inferior – artrologia


Articulação sacro-ilíaca
É uma sínfise. Articula a face auricular da face medial do coxal com a face auricular do
sacro.
Meios de união
• Cápsula articular – insere-se no contorno das superfícies articulares.
• Ligamento sacro-ilíaco anterior – insere-se na base e na fase anterior do sacro
(lateralmente aos dois primeiros forâmenes sagrados anteriores), as fibras dirigem-se
lateralmente para a fossa ilíaca, inserindo-se na porção posterior da linha inominada;
• Ligamento sacro-ilíaco posterior – 4 feixes – porção posterior da crista ilíaca e crista
sagrada lateral (lateralmente aos forâmenes sagrados posteriores):
o Ligamento ilío transvero sacral – porção posterior da crista ilíaca, e primeiro
processo transverso do sacro;
o Ligamento ílio-transverso conjugado – são três, cada um deles insere-se na
porção posterior da crista ilíaca e no túberculo da crista lateral sagrada
correspondente.
• Ligamento sacro-ilíaco interósseo – fibras curtas e resistentes, num plano profundo, que
unem a tuberosidade ilíaca à tuberosidade sacral.
• Ligamento ilio-lombar – insere-se no ápice do processo transverso da 5ªvertebra lombar
e na crista e tuberosidade ilíacas.
Membrana sinovial
Reveste a superfície interna da cápsula articular.

Sínfise púbica
É uma sínfise. Articulam-se as faces sinfisais dos dois ossos coxais, que estão revestidas
por cartilagem hialina. O maior eixo é postero-inferior.
Meios de união:
• Disco interpúbico – fibrocartilagem entre as duas superfícies articulares. É mais
desenvolvido anteriormente. Tem uma porção central (gelatinoso) e uma porção
periférica (fibroso).
• Ligamentos em todos os sentidos (anterior, posterior, inferior e superior)
Não realiza movimentos consideráveis (apenas pequenos movimentos de separação dos púbis,
segundo Esperança Pina). No entanto, na mulher, no final da gravidez, os meios de união
tornam-se mais laxos, permitindo alguns movimentos mais consideráveis (para permitir o parto)

Ligamentos da Pelve
Ligamento sacro-tuberal
Este ligamento tem duas inserções:
• Nas espinhas ilíacas posteriores, nas proximidades destas e na face glútea do ílio;
• Inferiormente à articulação sacro ilíaca, na margem lateral do sacro e metade superior
do cóccix
Dirige-se infero-lateralmente e fixa-se na porção postero-medial da tuberosidade isquiática e na
porção medial do ramo isquiático.
É largo na sua inserção superior, fica mais estreito quando as fibras das duas origens se ligam, e
volta a alargar para se inserir inferiormente

Ligamento sacro-espinhal
É anterior ao sacro-tuberal. Tem a forma de um triangulo, cuja base é medial e se fixa nas três
ultimas vertebras sagradas, e duas primeiras coccígenas. As suas fibras convergem antero
lateralmente, passando anteriormente ao sacro tuberal, e tão próximo que parecem intersetar-
se. Vão inserir-se no ápice da espinha isquiática

Foramenes isquiáticos
• Maior (limitado pela incisura isquiática maior (lat) ligamento sacro-tuberal (med) e
ligamento sacro-espinhal (inf) – m. piriforme e aos vasos e nervos da região glútea
(superior e inferior).
• Menor (incisura isquiática menor e os dois ligamentos) – m. obturador interno vasos e
nervo pudendo interno

Membrana obturadora
É uma lâmina fibrosa que fecha quase completamente o forame obturado.
Insere-se anterior, posterior e superiormente no rebordo ósseo que limita o foramene, sendo
que inferiormente se insere na face medial do ramo ísquio-pubico.
Esta membrana está reforçada antero-superiormente pela fita subpúbica de Testut, que se fixa
posteriormente ao tubérculo preacetabular e ao lig. Transverso do acetábulo. Termina na face
lateral do corpo do púbis.
Esta membrana não se insere no sulco obturatório. Forma-se aqui o canal obturador, onde
passam os vasos e nervo obturadores.
Coxa – Osteologia
- Fémur
É um osso longo, par, que se localiza na coxa. Pode dividir-se em corpo e duas extremidades.

Articula-se superiormente com o osso coxal, e inferiormente com a tíbia e a patela.

Sugestão de orientação
Das duas extremidades, uma apresenta duas estruturas com formas aproximadamente
circulares, com uma depressão no meio. Essa extremidade será inferior. Dessas duas estruturas,
a mais volumosa será medial. Das três margens do corpo do fémur, uma delas apresenta um
aspeto rugoso, que será posterior.

Descrição
O fémur tem uma inclinação infero-medial, sendo mais acentuada nas mulheres que nos
homens (devido ao maior afastamento dos acetábulos, graças à maior largura da pelve).
O corpo do fémur pode dividir-se em corpo e extremidades, sendo que o corpo tem uma forma
prismática triangular, descrevendo-se três faces e três margens.
Face anterior – é convexa e lisa. Insere-se o vasto intermédio e o articular do joelho.
Face postero-lateral – é ligeiramente concava na parte média, e convexa perto das
extremidades, sendo mais estreitra nesta zona. Aqui, insere-se na porção média o vasto
intermédio
Face postero-medial – em termos de relevo, é semelhante. No entanto, não apresenta inserções
musculares.
Margens lateral e medial – são arredondadas, confundindo-se com as faces que separam
Margem posterior – também conhecida como linha áspera; é rugosa e dá inserção ao vasto
lateral (lábio lateral), ao vasto medial (lábio medial), aos três adutores e à porção curta do
bicípete femoral no seu interstício; na sua porção inferior, a linha bifurca-se, sendo que cada um
dos ramos vai alcançar os côndilos. O ramo medial será a linha supracondilar medial, e a lateral
a linha supracondilar lateral. Forma-se um espaço triangular, a face poplítea; superiormente, a
linha trifurca-se: o ramo lateral, a tuberosidade glútea, vai terminar no trocânter maior, e dá
inserção ao glúteo máximo; o ramo médio, a linha pectínea, vai terminar no trocânter menor, e
dá inserção ao músculo pectíneo; o ramo medial, a crista do vasto medial, vai passar
inferiormente ao trocânter menor, alcançando a face anterior do osso, onde toma o nome de
linha intertrocantérica, e dá inserção ao vasto medial. Pode ainda existir uma quarta divisão da
linha áspera, que passa entre a linha pectínea e a tuberosidade glútea, à qual se dá o nome de
linha do adutor curto, dando inserção ao músculo com o mesmo nome. O foramene nutritivo
encontra-se na porção média desta linha.
Extremidade superior – cabeça do fémur: é uma estrutura com forma aproximadamente
esférica, orientando-se supero-medialmente. Postero-inferiormente ao seu centro, existe uma
depressão, a fóvea da cabeça do fémur, onde se insere o ligamento da cabeça do fémur. A
cabeça do fémur é limitada por duas linhas, que apresentam uma curvatura de concavidade
lateral, e que se unem anterior e posteriormente (formando um angulo de orientação medial).
Portanto, a superfície articular será mais extensa nesse sentido. Trocânter maior – encontra-se
lateralmente ao colo do fémur. Apresenta duas faces e quatro margens:
• Face lateral – crista do glúteo médio;
• Face medial – fossa trocantérica – obturadores externo e interno, e gémeos pélvicos
superior e inferior;
• Margem superior – piriforme;
• Margem anterior – glúteo mínimo:
• Margem inferior – crista do vasto lateral;
• Margem posterior – continua-se com a crista intertrocantérica
Trocânter menor – situa-se entre o colo do fémur e a face postero-medial do corpo do osso.
Aqui, insere-se o músculo psoas-ilíaco. Os dois trocânteres estão unidos pela linha
intertrocantérica, anteriormente, e pela crista intertrocantérica (onde se insere o quadrado
femoral), posteriormente.
O colo do fémur une a cabeça do fémur aos dois trocânteres e à linha e crista. Esta estrutura
descreve, em relação ao corpo do fémur, um ângulo de 130º
Extremidade inferior – anteriormente, uma superfície articular: a tróclea do fémur. Podem
observar-se duas porções ósseas: uma lateral, o côndilo lateral, e uma medial, o côndilo medial,
separados pela fossa intercondilar. Cada côndilo apresenta seis faces. A superior une-os com o
corpo do fémur; a inferior, anterior e posterior articulam-se com as faces articulares superiores
da tíbia; a medial do côndilo lateral e a lateral do côndilo medial constituem a fossa
intercondilar, onde se inserem os ligamentos cruzados. A face medial do côndilo medial
representa o epicôndilo medial. Aqui, insere-se o ligamento colateral tibial. Existe ainda o
tubérculo do adutor magno, onde se insere o músculo com este nome, e uma depressão rugosa
onde se insere o gastrocnémio. A face lateral do côndilo lateral representa o epicôndilo lateral,
onde se insere o ligamento colateral fibular. Apresenta duas depressões rugosas, uma para a
porção lateral do gastrocnémio e outra para o poplíteo. Superiormente a cada um dos
epicôndilos, existem os tubérculos supracondilares, onde se inserem fascículos do músculo
gastrocnémio.

- Patela (sesamóide)
É um osso largo, par que se localiza anteriormente na articulação do joelho. Articula-se com o
fémur.
Sugestão de orientação
A face mais rugosa e que não apresenta cavidade é anterior; a margem que apresenta uma
curvatura maior é inferior; das duas cavidades existentes na face posterior, a maior e lateral
Descrição
A patela apresenta duas faces, duas margens, uma base e um ápice.
Face anterior – apresenta estrias verticais, onde se inserem as fibras do tendão do quadricípite
femoral. Apresenta ainda numerosos forâmenes vasculares.
Face posterior – apresenta uma linha transversal na união dos ¾ superiores com o ¼ inferior.
Superiormente a esta linha, a porção existente relaciona-se com a tróclea do fémur. Apresenta
a crista da patela, disposta verticalmente, que divide esta porção em duas faces articulares: uma
medial (que se adapta à porção medial da tróclea do fémur) e uma lateral, ligeiramente maior
que a medial.
Margens – são convexos. Inserem-se os vastos medial/lateral e os retináculos da patela
correspondentes.
Base – é triangular, sendo o vértice ligeiramente posterior. Anteriormente, fixa-se o tendão do
quadricípite femoral, posteriormente a cápsula articular do joelho.
Ápice – orienta-se inferiormente, e insere-se o tendão da patela.
Anca – artrologia
Articulação coxo-femoral
É uma enartrose. Articula a cabeça do fémur e o acetábulo do coxal.
A cabeça do fémur é revestida por cartilagem hialina, sendo que a sua espessura diminui do
centro para a periferia. O acetábulo encontra-se revestido por cartilagem articular, sendo que a
fossa é revestida por periósteo e preenchida por tecido adiposo. A área de contacto do
acetábulo é aumenta pelo lábio do acetábulo. Este lábio preenche as três incisuras existentes
nesta porção, passando como uma ponte pela incisura do acetábulo, formando o foramene
ísquio-pubico. A esta porção do lábio que passa sobre a incisura do acetábulo dá-se o nome de
ligamento transverso do acetábulo.

Meio de união (uma cápsula, 4 ligamentos)

• Cápsula articular – insere-se no coxal e no fémur. No coxal, a cápsula articular insere-se


no rebordo do acetábulo e na face externa do lábio do acetábulo. Ao nível da incisura
do acetábulo, a cápsula insere-se na face externa do ligamento transverso. No fémur,
insere-se à volta do colo do fémur: linha intertrocanterica, anteriormente; na união do
terço lateral com os 2/3 mediais, posteriormente; nas margens superiores e inferiores
do colo do fémur. É mais resistente antero-superiormente, e mais delgada e laxa
póstero-inferiormente. As fibras da cápsula são longitudinais e circulares, sendo que as
circulares formam, à volta do colo do fémur, a zona orbicular ou ligamento anular de
Weber.
• Ligamento ilio-femoral de Bertin/em Y de Bigelow – tem forma triangular; fixa-se
superiormente na espinha antero-inferior ilíaca. As fibras dirigem-se infero-
lateralmente, dividindo-se em dois fascículos: um superior, que se insere no trocânter
maior; um inferior, que se insere anteriormente ao trocânter menor.
• Ligamento pubo-femoral – insere se na eminência ilio-pubica, na linha pectínea do púbio
e no tubérculo anterior do sulco obturatório. As fibras dirigem-se postero-infero-
lateralmente, para se inserirem na depressão prétrocantérica inferior, anteriormente
ao trocânter menor. As fibras deste ligamento confundem-se, por vezes, com os
fascículos profundos do m. pectíneo. Entre este ligamento e o fascículo inferior do lig.
Ilio-femoral, a cápsula articular é menos espessa. Por aqui, existe uma bolsa sinovial, a
bolsa iliopectínea. Este ligamento e o ligamento pubo-femoral formam, anteriormente
à cápsula articular, um conjunto conhecido por ligamento em N (de Welcker)
• Ligamento ísquio-femoral – insere-se na porção postero-inferior da margem do
acetábulo. As fibras dirigem-se supero-lateralmente, inserindo-se na margem anterior
da fossa trocantérica.
• Ligamento da cabeça do fémur – é um ligamento interósseo (?). insere-se na fóvea da
cabeça do fémur e, no acetábulo, divide-se em três fascículos: um anterior (extremidade
anterior da incisura), um posterior (extremidade posterior) e um médio (no próprio lig.
Transverso do acetábulo)
Membrana sinovial
A membrana sinovial desta articulação pode dividir-se em duas porções:
• A membrana sinovial propriamente dita, que se insere na margem livre do lábio
acetabular, reveste a face externa, reflete-se para revestir o interior da cápsula articular,
ao alcançar a inserção femoral reflete-se de novo para revestir o colo do fémur até
alcançar a cartilagem que reveste a cabeça do fémur.
• A membrana sinovial do ligamento da cabeça do fémur, que se forma à volta deste
ligamento, termina superiormente depois do contornar a fóvea articular do fémur, e
inferiormente sobre o contorno da fossa do acetábulo
Nesta articulação, existe uma bolsa serosa importante, que por vezes comunica com a
membrana sinovial: a bolsa do psoas-ilíaco

Perna – osteologia
- Tíbia
É um osso longo, par, que se localiza medialmente na perna. Articula-se com o fémur, com a
fíbula, e com o tálus.

Sugestão de orientação

Das duas extremidades, a mais desenvolvida será superior. Na extremidade oposta, existe uma
saliência, continua a uma das margens do osso, que será medial. A face nessa extremidade que
apresenta mais sulcos será posterior

Descrição
O corpo da tíbia tem a forma de um prisma triangular, descrevendo-se três faces e três margens:
Face medial – é superficial e relaciona-se com a pele. Na sua porção superior, inserem-se as
expansões tendinosas dos músculos que constituem a pata de ganso.
Face lateral – dá inserção ao músculo tibial anterior
Face posterior – apresenta, superiormente, a linha do músculo solhar, que tem obliquidade
infero-medial. Nesta linha, inserem-se vários músculos: no lábio superior, o m. poplíteo, no lábio
inferior, os m. tibial posterior e flexor longo dos dedos, e no interstício, ao m. solhar.
Inferiormente a esta linha, existe uma crista vertical que subdivide esta face, sendo que na
porção lateral se insere o m. tibial posterior, e na porção medial o flexor longo dos dedos.
Encontra-se aqui também o forame nutritivo da tíbia.
Margem anterior – esta margem, também conhecida como crista da tíbia, termina
superiormente na tuberosidade da tíbia. No seu terço inferior, esta margem desvia-se para
medial e, portanto, a face lateral nesta porção é mais anterior.
Margem medial – dá inserção a fascículos do m. flexor longo dos dedos.
Margem lateral ou interóssea – dá inserção à membrana interóssea da perna. Na sua
extremidade inferior, bifurca-se.
Extremidade superior – é muito volumosa e acidentada. Na sua face superior, apresenta duas
faces articulares, uma lateral e outra medial, que vão articular-se com os côndilos do fémur.
Estas superfícies encontram-se separadas pela área intercondilar. Na porção média existem dois
tubérculos intercondilares, um lateral e outro medial. Os dois tubérculos e a incisura que os
separa constituem a eminência intercondilar. Anterior e posteriormente a esta eminência,
existem duas áreas intercondilares, onde se inserem os ligamentos cruzados. Estas superfícies
articulares são limitadas pelos côndilos da tíbia. O côndilo medial apresenta posteriormente
uma zona rugosa onde se insere o tendão direto do semimembranoso; o côndilo lateral
apresenta postero-lateralmente a face articular fibular, que se articula com a cabeça da fíbula.
Posteriormente, os côndilos estão separados (pela área intercondilar posterior) mas
anteriormente confundem-se graças à existência de uma superfície crivada de forâmenes
vasculares.
Inferiormente, encontra-se a tuberosidade da tíbia (onde se insere o ligamento da patela).
Lateralmente a esta tuberosidade, existe uma crista que se dirige com obliquidade supero-
lateral, até alcançar o tubérculo da tíbia (Gerdy) onde se inserem os músculos tibial anterior e
tensor da fáscia-lata.
Extremidade inferior – tem uma forma cubóide, descrevendo-se seis faces: uma superior
(continua-se com o corpo da tíbia); uma inferior, que descreve a face articular inferior, que se
articula com o tálus, onde se observa uma crista antero-posterior; uma face anterior lisa, que se
relaciona com os tendões dos músculos extensores dos dedos; uma lateral, que apresenta a
incisura fibular (articula-se a extremidade medial da fíbula); uma posterior, que apresenta, na
sua porção mais lateral, um sulco para o tendão do flexor longo do hálux; uma medial, que
apresenta um prolongamento, o maléolo medial, em cuja porção posterior se observam dois
sulcos, os sulcos maleolares, para o tibial posterior e flexor longo dos dedos.

- Fíbula
É um osso longo, par, que se localiza lateralmente na perna. Articula-se com a tíbia e com o
tálus.

Sugestão de orientação

A extremidade mais afiada do osso é inferior. Nessa extremidade, existe uma superfície
articular que será medial. No corpo do osso, a margem mais saliente é anterior.

Descrição
O corpo da fíbula tem a forma de um prisma triangular, descrevendo-se três faces e três
margens.
Face lateral – apresenta, na sua porção média, uma depressão para os músculos fibulares longo
e curto. Na porção inferior, um sulco com obliquidade postero-inferior. Esta porção apresenta
relações com a pele, anteriormente, e ainda o sulco dos fibulares, que dá passagem aos tendões
dos músculos fibulares longo e curto.
Face medial – esta face está divida em duas porções por uma crista longitudinal (crista
interóssea), onde se insere a membrana interóssea da perna. Anteriormente a esta crista,
insere-se o extensor longo dos dedos, extensor longo do hálux e fibular terceiro;
posteriormente, insere-se o tibial posterior.
Face posterior – dá inserção ao m. solhar (superiormente) e ao flexor longo do halux,
(inferiormente). O forame nutritivo encontra-se na porção média.
Margem anterior – é ligeiramente concava e é conhecida por crista da fíbula
Margem medial – inserção ao tibial posterior
Margem lateral – inserção a um septo fibroso que separa a loca posterior da loca lateral
Extremidade superior – dá-se o nome de cabeça da fíbula, que é separada do corpo pelo colo da
fíbula. Apresenta a face articular da cabeça da fíbula, que vai articular-se com a face articular
fibular da tíbia. Postero-lateralmente a esta face, existe uma saliência piramidal, o ápice da
cabeça da fíbula.
Extremidade inferior – é também designada maléolo lateral. A face medial desta extremidade
apresenta a face articular do maléolo lateral, que vai articular-se com a face lateral do tálus. A
porção mais lateral relaciona-se com a pele e, mais posteriormente, apresenta um sulco, onde
se encontram os tendões dos m. fibular longo e fibular curto
Joelho e Perna - artrologia
Articulação do joelho
É uma tróclea-condilo-meniscartrose. Pode ser dividida em duas articulações secundárias: a
femoro-patelar (uma tróclea), que vai articular a face posterior da patela (que está dividida em
dois pela crista da patela, originando duas superfícies articulares, uma medial, e outra lateral)
com a tróclea do fémur (que corresponde à porção anterior da extremidade inferior do fémur,
entre os côndilos femorais) e a femoro-tibial (uma bi-condilartrose), que vai articular as faces
inferior e posterior dos côndilos femorais com as faces articulares superiores da extremidade
superior da tíbia.

Devido à concavidade pouco marcada das superfícies articulares superiores da tíbia, e à


convexidade acentuada dos côndilos, existem nesta articulação dois meniscos
fibrocartilaginosos, para aumentar a área de contacto. A espessura destes aumenta do centro
para a periferia. Cada um dos meniscos apresenta: uma face superior, côncava, que se adapta
ao côndilo; uma face inferior, que adere à superfície articular da tíbia; uma margem periférica,
que adere às paredes da cápsula articular; uma margem central, que olha o centro da face
articular; e duas extremidades ou cornos, que limitam o menisco anterior e posteriormente.

O menisco lateral tem quase a forma de um O completo, estando interrompido apenas ao nível
da eminencia intercondilar. Os seus cornos inserem-se nas áreas intercondilares
correspondentes. Por vezes, origina um ligamento, junto da inserção posterior, que ira inserir-
se na face lateral do côndilo medial, posteriormente ao ligamento cruzado posterior – o
ligamento meniscofemoral posterior de Wrisberg. Pode ainda enviar fascículos para o ligamento
cruzado anterior, constituindo o ligamento meniscofemoral anterior.

O menisco medial é comparado a um C aberto. Os seus cornos inserem-se na área intercondilar


correspondente.

Os cornos anteriores dos meniscos estão unidos por uma fita fibrosa, o ligamento transverso
intermeniscal de Winslow.

Meios de união (1 cápsula, 6 ligamentos)

• Cápsula articular – tem a forma de uma manga.


o Inserção femoral – faz-se segundo uma linha que, anteriormente, contorna
superiormente, a face patelar, segue pela face de cada um dos côndilos, até
alcançar a face posterior de cada côndilo. na fossa intercondilar, vai inserir-se
muito próximo dos ligamentos cruzados, sendo que as suas fibras quase se
confundem.
o Inserção tibial – ao nível da tíbia, a capsula articular vai inserir-se ao longo da
margem que limita as superfícies articulares superiores. vai ainda aderir ao nível
da face periférica dos meniscos.
o Anteriormente, a capsula articular apresenta um espaço onde se encontra a
patela, sendo que a cápsula irá inserir-se nas margens desse osso;
o Posteriormente, a cápsula é descontínua ao nível da fossa intercondilar,
continuando-se com os ligamentos cruzados.
• Ligamentos anteriores – fascículos dispostos em três planos:
o Plano profundo – asas da patela (uma medial e outra lateral, de forma
triangular, inserem-se nas margens da patela vindo dos vastos, passando por
cima dos epicôndilos) e ligamentos menisco-patelares (estendem-se desde a
porção inferior das margens da patela até à face periférica do menisco
correspondente)
o Plano médio:
▪ Ligamento da patela – lâmina tendinosa achatada que se insere no ápice
da patela (superiormente), sendo que as fibras se dirigem
inferiormente, inserindo-se na tuberosidade da tíbia. Relaciona-se
inferiormente com a bolsa infra-patelar profunda, e superiormente com
o corpo adiposo infrapatelar;
▪ Retináculos meniscopatelar – originam-se a partir dos tendões de
inserção dos músculos vastos correspondentes. Tem dois tipos de
fibras: umas verticais, que se inserem na margem lateral da patela e do
ligamento da patela; umas oblíquas, que vão até ao côndilo tibial do
lado oposto
▪ Aponevrose do m. tensor da fáscia lata – é anterior ao retináculo da
patela lateral, insere-se na margem lateral da patela e no côndilo lateral
da tíbia
o Plano superficial – fáscias que cobrem anteriormente a articulação,
continuando-se inferiormente com a fáscia da perna e superiormente com a
fáscia lata.
• Ligamento colateral tibial – insere-se superiormente no epicôndilo medial. As fibras
dirigem-se inferiormente para se inserirem posteriormente, na margem medial da tíbia,
aos músculos da pata de ganso.
• Ligamento colateral fibular – não tem conexão com a cápsula articular. Insere-se
superiormente no epicôndilo lateral, e inferiormente na porção antero-lateral da cabeça
da fíbula.
• Ligamento posterior – também conhecido como ligamento poplíteo. Tem um fascículo
oblíquo, que se estende desde o condilo lateral do fémur até ao ponto em que se
continua com o tendão do m. semimembranoso. Tem outro fascículo arqueado, que
tem duas inserções inferiores, uma na tíbia outra na fíbula, que se reúnem para se inserir
superiormente, formando um arco por onde passa o músculo poplíteo.
• Ligamento cruzado anterior – ligamento interósseo. Insere-se inferiormente, na porção
antero medial da eminencia intercondilar e na área intercondilar anterior, dirigindo-se
com obliquidade, postero-supero-lateral para se inserir na porção posterior da face
medial do condilo lateral
• Ligamento cruzado posterior – ligamento interósseo. Inser-se na porção posterior da
área intercondilar posterior, e dirige-se com obliquidade antero-supero-medial, para se
inserir na porção anterior da face lateral do condilo medial

AEPI (anterior externo(lateral) posterior interno (medial)) – mnemónica (atenção faces)

Membrana sinovial
É complexa e muito extensa.
Anteriormente, tem origem ao nível da tróclea do fémur. Vai estender-se, superiormente, ate
alcançar a face profunda do quadricípite, onde se reflete. Ao alcançar a base da patela,
interrompe-se. Forma-se assim o fundo de saco subquadricipital.
Posteriormente, aplica-se contra a face anterior dos ligamentos cruzados. Vai revesti-los
lateralmente, até alcançar o ligamento posterior. Vai atapetá-lo, de medial para lateral,
continuando-se depois com as porções laterais da membrana.
Lateralmente, reveste a cápsula articular, até alcançar o menisco, onde se interrompe,
formando a porção suprameniscal.
Inferiormente ao menisco, vai continuar a revestir a cápsula articular, até à sua inserção na tíbia,
terminando ao nível da cartilagem articular das superfícies articulares superiores da tíbia,
formando a porção inframeniscal.
A membrana sinovial apresenta prolongamentos. O suprapatelar, situa-se superiormente à
patela, entre a patela e o músculo quadricípite. O poplíteo sai da cápsula articular, inferiormente
ao ligamento poplíteo arqueado, e contacta com a face anterior do m. poplíteo. O da porção
medial do gastrocnémio situa-se inferiormente a este músculo.
Bolsas serosas (prolongamentos da membrana sinovial) importantes do joelho
• Suprapatelar;
• Infrapatelar (tecido adiposo)
• Poplíteo (POSTERIOR E LATERAL)
• Porção medial do gastrocnémio (POSTERIOR E LATERAL)
• VER BOLSAS LATERAIS

Pé – osteologia
O pé é constituído por 26 ossos, divididos em três grupos: o tarso (7 ossos), o metatarso (5) e os
dedos (5 dedos, cada um com três falanges, à exceção do hálux que tem apenas duas)

- Tarso
É dividido em dois “grupos”: o protarso (tálus e calcâneo) e meso tarso (cuboide, navicular e
cuneiformes)
PROTARSO
Tálus
Orientação: a face articular em forma de roldana é superior, a porção em forma de cabeça é
anterior, e a face articular em forma de vírgula é medial
Descrição:
• Face superior: tróclea do tálus (limitada lateralmente por duas margens semicirculares);
anteriormente à tróclea, colo do tálus;
• Face inferior: apresenta duas faces articulares, que se articulam com o calcâneo: uma
anterior, que pode “subdividir-se” numa anterior e outra média, e uma posterior, separa
da média pelo sulco do tálus.
• Face lateral: apresenta a face maleolar lateral, para se articular com o maléolo lateral
da fíbula. Inferiormente, encontra-se o processo lateral do tálus
• Face medial: face maleolar medial, para se articular com o maléolo medial da tíbia.
• Face anterior: cabeça do tálus, que apresenta a face articular navicular;
• Face posterior: dois túberculos, um lateral e um medial, e entre eles o sulco do tendão
do flexor longo do hálux.
Calcâneo
Orientação: a porção mais volumosa do osso, que não é articular, é posterior. Nessa porção
existem duas saliências que serão inferiores, sendo a maior medial.
Descrição:
• Face superior: duas faces articulares com a mesma conformação que as da face inferior
do tálus, sendo que a média e a posterior também são separadas por um sulco.
Posteriormente a estas faces, é rugosa, sendo preenchida por tecido célulo-adiposo, que
separa a articulação do tornozelo do tendão do calcâneo
• Face inferior: apresenta dois processos, um medial e outro lateral, onde se inserem
músculos;
• Face lateral: tróclea fibular (terço posterior); sulcos dos tendões dos m. fibulares
• Face medial: canal do calcâneo – passam músculos, vasos e nervos, da região posterior
da perna para a plantar do pé. Antero superiormente, sustentáculo do tálus, onde existe
um sulco, o sulco do tendão do musculo flexor longo do hálux.
• Face anterior: face articular do cuboide;
• Face posterior: tuberosidade do calcâneo (tendão de Aquiles)

MESOTARSO
Cubóide;
Navicular;
Cuneiforme lateral;
Cuneiforme intermédio;
Cuneiforme medial;

Tornozelo - artrologia
É uma trócleartrose. Vai articular-se a superfície articular tibio-fibular (inclui as extremidades
inferiores da tíbia e da fíbula e a articulação tibio-fibular inferior (ligamento interósseo que está
revestido de cartilagem hialina), que possui três faces articulares: a face articular tibial inferior
(que apresenta uma crista antero-posterior que se relaciona com a tróclea do tálus), a face do
maléolo medial (plana, de forma triangular, base superior) e a face do maléolo medial (convexa,
de forma triangular) com a superfície articular do tálus, que possui também três faces: a superior
(tróclea do tálus), a maleolar lateral e a maleolar medial.
Meios de união (1 cápsula, 2 tipos de ligamentos):
• Cápsula articular – insere-se nos contornos das superfícies articulares: superiormente,
nas faces articulares da tíbia e da fíbula; inferiormente, nas margens das superfícies
articulares do tálus
• Ligamentos colaterais laterais:
o Talo-fibular anterior – insere-se na porção anterior do maléolo lateral da fíbula,
as fibras dirigem-se anteriormente para se inserirem na porção antero-lateral
do tálus;
o Calcâneo fibular – insere-se no ápice do maléolo lateral, dirige-se com
obliquidade infero-posterior e na face lateral do calcâneo;
o Talo-fibular posterior – insere-se na porção posterior do maléolo lateral, dirige-
se posteriormente para se inserir na face posterior do calcâneo
• Ligamentos colaterais mediais:
o Ligamento deltoideu (camada superficial) – insere-se, superiormente, no
maléolo medial, dividindo-se em quatro fascículos:
▪ Tibio-talar posterior – insere-se na porção posterior da face medial do
tálus;
▪ Tibio-calcâneo – sustentáculo do tálus;
▪ Tibio-talar anterior – insere-se na porção anterior da face medial do
tálus;
▪ Tibio-navicular – no colo do tálus e na porção posterior da face superior
do navicular
o Camada profunda – coberto lateralmente, pela camada superior; insere-se
superiormente, no ápice do maléolo medial, e inferiormente, na face medial do
talus.
Membrana sinovial
Simples; reveste a face interior da cápsula, ao chegar à inserção capsular reflete-se, para
terminar ao nível da cartilagem articular. Existem nesta articulação dois recessos, um anterior e
um posterior.

Região glútea - miologia


Músculos ilio-femorais – glúteo máximo, glúteo médio e glúteo mínimo

Músculos pelvi-femorais intrapélvicos – piriforme e obturador interno

Músculos pelvi-femorais extrapélvicos – obturador externo, gémeo superior, gémeo inferior e


quadrado femoral

Músculos ilio-femorais
Glúteo máximo

Músculo largo, superficial, de forma quadrilátera, que “molda” a superfície do corpo.

Origem: porção posterior à linha glútea posterior; porção lateral da crista ilíaca; crista mediana
e lateral do sacro; margem lateral do sacro e cóccix; face posterior do ligamento sacrotuberal;

As fibras dirigem-se com obliquidade infero-lateral, para se inserirem em dois planos:

• Um superficial, que se confunde com as fibras do m. tensor da fáscia lata e com a


própria fáscia;
• Um profundo, que se insere na tuberosidade glútea (ramo lateral da trifurcação da
linha áspera)

INERVAÇÃO: nervo glúteo inferior

Funções: extensor da perna sobre o quadril; rotação lateral; (abdução (fibras superiores) e
adução (fibras inferiores)); postura ereta

Relações: fáscia glútea (lâmina superficial e lâmina média);…..


Glúteo médio

Músculo plano e triangular, anterior ao glúteo máximo.

Origem: ¾ anteriores do lábio lateral da crista ilíaca; espinha ilíaca antero-superior; Face
glútea, entre as linhas glúteas posterior e anterior;

As fibras dirigem -se inferiormente, para se inserirem na face lateral do trocânter maior do
fémur.

INERVAÇÃO: nervo glúteo superior

Funções: abdutor; rotação medial (fibras anteriores) e rotação lateral (fibras posteriores);

Relações: Fáscia glútea (lâmina profunda)

Glúteo mínimo

Músculo grosso e triangular. O mais profundo dos três músculos glúteos;

Origem: face glútea (anteriormente à linha glútea anterior) e porção mais anterior da crista
ilíaca:

As fibras dirigem-se infero-lateralmente, para se inserir na margem anterior do trocânter


maior do fémur

INERVAÇÃO: nervo glúteo superior

Funções: abdutor; rotação medial

Relações: ?

Músculos pelvi-femorais intrapélvicos


Piriforme

É plano e achatado.

Origem: face anterior da 2ª, 3ª e 4ª vértebras sagradas.

As fibras dirigem-se lateralmente (com alguma obliquidade inferior), passam pela incisura
isquiática maior, e vão inserir-se na margem superior do trocânter maior do fémur.

INERVAÇÃO: nervo ciático

Funções: abdutor; rotação lateral;

Relações: fáscia glútea (lâmina profunda); forame isquiático maior (divide-o em dois
forâmenes menor: o suprapiriforme [nervo e vasos glúteo superior] e o infrapiriforme [nervos
glúteo inferior, cutâneo femoral posterior; ciático; obturador interno; pudendo, e vasos glúteo
inferior e pudendo interno]
Obturador interno

É plano e triangular.

Origem: face medial da membrana obturadora e rebordo do forame obturado.

As fibras convergem para a incisura isquiática menor, onde mudam de direção, para lateral,
inserindo-se na face medial do trocânter maior do fémur, superiormente à fossa trocantérica.

INERVAÇÃO: nervo obturador interno

Funções: rotação lateral

Músculos pelvi-femorais extrapélvicos


Obturador externo

Origem: face lateral da membrana obturatória e rebordo do forame obturador (lateral)

As fibras dirigem-se lateralmente, relacionando-se com porção inferior da articulação coxo-


femoral, para se inserirem na fossa trocantérica do trocânter maior do fémur

INERVAÇÃO: nervo obturatório

Função: extensão e rotação lateral

Gémeo superior (fáscia glútea)

Origem: porção lateral da espinha isquiática

As fibras dirigem-se lateralmente, relacionando-se com o obturador interno, para se inserirem


na fossa trocantérica

INERVAÇÃO: nervo próprio (do gémeo superior)

Funções: rotação lateral

Gémeo inferior (fáscia glútea)

Origem: porção supero-medial da tuberosidade isquiática e ligamento sacro-tuberal

As fibras dirigem-se lateralmente, para se inserirem, também, na fossa trocantérica

INERVAÇÃO: nervo próprio (do gémeo inferior)

Funções: rotação lateral

Quadrado femoral (fáscia glútea)

Postero-inferiormente à articulação coxofemoral; na zona de transição entre os músculos da


anca e os da perna. Tem uma forma quadrilátera

Origem: face lateral da tuberosidade isquiática

As fibras dirigem se lateralmente, para se inserirem na crista intertrocantérica

INERVAÇÃO: nervo próprio (do quadrado femoral)

Funções: rotação lateral, adução


Coxa – miologia
Psoas-ilíaco

Loca antero-lateral – quadricípete crural; sartório e tensor da fáscia-lata

Loca medial – pectíneo, grácil, adutor longo, adutor curto e adutor magno

Loca posterior – bicípite femoral, semimembranoso e semitendinoso

Psoas-ilíaco
É constituído por dois músculos, o psoas maior e o ilíaco, que se unem na proximidade da sua
inserção femoral.

Psoas maior

É um músculo longo, volumoso e fusiforme.

Origem: porção infero-lateral da 12ª vértebra torácica, e face lateral das quatro primeiras
vértebras lombares e discos vertebrais correspondentes. Insere-se por meio de fascículos
tendinosos nos discos vertebrais e parte vizinha dos corpos vertebrais. No intervalo destes
fascículos, as fibras do músculo nascem dos arcos tendinosos que aqui se formam, que tem
concavidade medial, e por onde passam os nervos que irradiam da coluna vertebral. Insere-se
ainda através de porções carnosas na face lateral destas vertebras, em particular na base do
processo transverso;

REVER fascículos profundos e posteriores (?) relação com o nervo hipogástrico

As fibras vão dirigir-se infero-lateralmente, e na sua porção inferior também posteriormente,


para se inserirem através de um tendão no ápice do trocânter menor do fémur

Ilíaco

É um músculo largo e grosso, com a forma de um leque.

Origem: fossa ilíaca (2/3 posteriores), porção medial da crista ilíaca, e no ligamento ilio-lombar
e na face anterior da base do sacro.

As fibras vão dirigir-se inferiormente, acompanhando o trajecto do psoas maior, e vão inserir-se
através de um tendão (facilmente confundível com o do psoas maior) na face lateral do
trocânter menor, muito próximo à do psoas maior. Pode também inserir-se por um tendão
comum com o psoas.

INERVAÇÃO: nervo femoral (ilíaco) e nervos superior e inferior do psoas maior

Funções: flexão da coxa; rotação lateral; flexor do tronco (coluna lombar)


Loca antero-lateral
Quadricípite crural

É um músculo muito volumoso, constituído por quatro porções perfeitamente individualizadas:

• Reto femoral – tendão direto na espinha ilíaca antero-inferior; tendão reflexo no sulco
supraacetabular da face lateral do osso coxal;
• Vasto lateral – face lateral do trocânter maior do fémur e porção lateral da linha áspera
(porção média);
• Vasto medial – crista do vasto medial e porção medial da linha áspera do fémur;
• Vasto intermédio – (posterior aos restantes) face anterior do fémur (3/4 superiores) e
face póstero-lateral

As quatro porções musculares vão inserir-se através de um tendão comum, o tendão do m.


quadricípite femoral, que é constituído por três planos:

• Plano superficial – tendão inferior do reto femoral; insere-se na porção anterior da base
da patela (fibras profundas) e na metade inferior da tuberosidade da tíbia (fibras
superficiais, que passam anteriormente à patela)
• Plano médio – resulta da união do vasto lateral e do medial. Inserem-se posteriormente
ao do reto femoral, na base da patela, e nas suas margens laterais.
• Plano profundo – tendão do vasto intermédio, insere-se na base da patela,
posteriormente aos tendões dos vastos e do reto femoral.

Existe, por vezes, um outro músculo, o músculo articular do joelho, que é constituído por
fascículos aberrantes do vasto intermédio. Insere-se superiormente na face anterior do fémur,
e inferiormente na bolsa suprapatelar

INERVAÇÃO: nervo femoral

Funções: flexão da coxa sobre o tronco; extensão da perna sobre a coxa

Relações: fáscia lata, que recobre o músculo anterior e lateralmente; vasto medial relaciona-se
com um prolongamento enviado por esta faixa e que delimita esta loca: o septo intermuscular
medial; vasto lateral relaciona-se com o septo intermuscular lateral

Sartório

É o musculo mais longo do corpo humano. É anterior ao quadricípite; também chamado de


costureiro

Origem: espinha ilíaca antero-superior e incisura inominada;

As fibras dirigem-se com obliquidade postero-infero-medial, para se inserirem no inferiormente


ao côndilo medial da tíbia, medialmente à tuberosidade da tíbia, num tendão comum com os
outros músculos da pata de ganso

INERVAÇÃO: nervo femoral

Funções: flexão da coxa sobre o tronco (não é o principal); rotação lateral

Relações: CONSULTAR ESPAÇO ANATÓMICO TRÍGONO DE SCARPA; Fáscia lata (fáscia crivosa)
Tensor da fáscia lata

É largo e plano; carnosa na sua porção exterior, tendinoso na porção interior;

Origem: porção postero-lateral da espinha ilíaca antero-superior;

As suas fibras dirigem-se posteriormente. As suas fibras musculares terminam na fáscia lata, ao
nível da união do quarto superior da coxa com o quarto inferior. No entanto, considera-se que
este músculo vai inserir-se, através do trato iliotibial (CONSULTAR ESPAÇOS ANATÓMICOS) no
tubérculo de Gerdy (côndilo lateral da tíbia).

INERVAÇÃO: nervo glúteo superior

Funções: extensão e rotação medial e abdução

Loca medial
Pectíneo

Músculo curto e quadrangular.

Origem: linha pectínea do ramo superior do púbis.

As fibras dirigem-se com obliquidade infero-postero-lateral, para se inserirem na linha pectínea


do fémur (linha média da trifurcação superior da linha áspera).

INERVAÇÃO: nervo femoral e obturatório

Funções: adução, rotação lateral e flexor

Grácil

É um músculo longo, e o mais superficial da face média da coxa.

Origem: porção inferior do tubérculo púbico

As fibras dirigem-se com inferiormente, para se inserirem na face medial da tíbia, lateralmente
à tuberosidade da tíbia, no tendão comum da pata de ganso.

INERVAÇÃO: obturatório

Funções: adução (auxilia na flexão da coxa; flexão e rotação medial do joelho)

Adutor longo

Tem forma triangular; o mais superficial dos músculos adutores.

Origem: ramo superior do púbis (porção anterior, mas posteriormente ao tubérculo púbico);

As fibras dirigem-se infero-postero-lateralmente, para se inserir no interstício da linha áspera


(inferiormente à inserção do adutor curto, medialmente à do adutor magno)

INERVAÇÃO: nervo obturatório

Funções: adução, rotação lateral

Relações: trígono de Scarpa (limite medial)


Adutor curto

Tem forma triangular, e é curto e grosso.

Origem: insere-se posteriormente ao adutor longo, no ramo do púbis

As fibras dirigem-se postero-infero-lateralmente, para se inserir no insterstício da linha áspera


(superiormente à do adutor longo, medialmente à do adutor magno) E TAMBÉM entre as
tuberosidade glútea e a linha pectínea, na linha do adutor curto (trifurcação superior da linha
áspera)

INERVAÇÃO: nervo obturatório

Funções: adução, rotação lateral

Adutor magno

É o mais posterior dos 3 adutores. É bastante desenvolvido e tem uma forma triangular.

Origem: porção anterior do ramo ísquio-pubico e da tuberosidade isquiática.

As fibras dirigem-se com obliquidade infero-lateral. Os fascículos superiores (que por alguns
autores, são designados o adutor mínimo) vão inserir-se no interstício da linha áspera do fémur
(lateralmente à inserção dos outros adutores), podendo algumas fibras inserirem-se na porção
medial da tuberosidade glútea; os fascículos inferiores, que constituem o tendão do adutor
magno, vão inserir-se no tubérculo do adutor magno (face medial do côndilo medial do fémur.

INERVAÇÃO: nervo obturatório

Funções: adução

Relações: na sua inserção no fémur, este músculo apresenta alguns forâmenes para os ramos
perfurantes da artéria femoral. O foramene mais inferior é o de maiores dimensões. Este
foramene tem o nome de hiato dos adutores, e por ele passam a artéria e veia femoral.

VER Canal dos adutores

Loca posterior
Bicípite femoral (ísquio-fémoro-fibular)

É um músculo longo e superficial. É composto por uma porção longa, mais medial e posterior
(superficial), e uma curta, mais lateral e anterior (profunda)

Origem: porção longa (tuberosidade isquiática, tendão comum com o semitendinoso) e porção
curta (interstício da linha áspera, no 1/3 inferior, lateralmente às inserções dos adutores)

As fibras dirigem-se inferio-lateralmente, para se inserirem, através de um tendão comum às


duas porções, na cabeça da fíbula.

INERVAÇÃO: nervo ciático

Funções: extensor da coxa (porção longa); flexor e rotador lateral da perna


Semimembranoso

O mais medial da loca posterior e o mais profundo (é anterior ao semitendinoso)

Origem: tuberosidade isquiática (supero lateralmente à da porção longa do bicípite femoral)

As fibras dirigem-se infero-medial, passam posteriormente ao côndilo do fémur, para se


inserirem através de três tendões:

• Um direto, que termina na porção posterior do côndilo medial da tíbia (depressão


rugosa);
• Um reflexo, que contorna para anterior o côndilo medial e se vai inserir na tuberosidade
anterior da tíbia;
• Um recorrente, que é uma expansão tendinosa que vai originar o ligamento poplíteo
obliquo, que reforça posteriormente a articulação do joelho, e vai inserir-se, com
obliquidade supero-lateral, no espaço entre o dois côndilos

INERVAÇÃO: nervo ciático

Funções: flexor e rotação medial da perna

Relações: ver FOSSA POPLÍTEA

Semitendinoso

É mais superficial que o semimembranoso.

Origem: tendão comum com a porção longa do bicípite femoral (tuberosidade isquiática)

As fibras dirigem-se inferiormente, e na porção inferior, infero-medialmente, para se inserirem


no tendão comum da pata de ganso.

INERVAÇÃO: nervo ciático

Funções: flexor e rotação medial da perna

Relações: ver fossa poplítea

Perna - miologia
Loca anterior – tibial anterior; fibular longo; fibular terceiro; extensor longo dos dedos; extensor
comum dos tendões

Loca lateral – fibular longo; fibular curto

Loca posterior:

• Plano superficial – tricípite sural; plantar


• Plano profundo – poplíteo, flexor longo dos dedos, tibial posterior, flexor longo do hálux
Loca anterior
Tibial anterior

Músculo triangular e largo. O mais medial da loca anterior. Situa-se lateralmente à tíbia.

Origem: túberculo de Gerdy, face lateral da tíbia e membrana interóssea (metade superior)

As fibras dirigem-se infero-medialmente, passam pelo retináculo superior e inferior dos


extensores, para se inserirem na face inferior da base do 1º metatarso e no cuneiforme medial
(face inferior também)

INERVAÇÃO: nervo fibular profundo

Funções: flexão do pé; inversão // Relações: artéria tibial anterior; nervo fibular profundo

Extensor longo do hálux

É lateral ao tibial anterior. Insere-se profundamente (posteriormente ao tibial anterior e ao


extensor longo dos dedos), mas torna-se superficial no terço inferior.

Origem: face medial da fíbula e metade supero lateral da membrana interóssea.

As fibras dirigem-se inferiormente e lateralmente, para se inserirem na face superior da base da


falange distal do hálux

INERVAÇÃO: fibular profundo

Funções: flexão do pé; inversão; extensão do hálux

Extensor longo dos dedos

É anterior ao flexor longo do hálux. É o mais lateral desta loca

Origem: condilo lateral da tíbia, face medial da fíbula, porção lateral da membrana interóssea

As fibras dirigem-se inferiormente. Vão originar um tendão que passa inferiormente ao


retináculo dos extensores superior e inferior, e vai depois dividir-se em 4 tendões, um para cada
dos 4 últimos dedos. Ao nível da articulação metatarso falângica, o tendão vai dividir-se em três
linguetas: uma média, que se insere na extremidade proximal da falange média; uma lateral e
outra medial que se inserem na extremidade proximal da falange distal

INERVAÇÃO: fibular profundo

Funções: extensão dos dedos // Relações: nervo fibular superficial (lat.

Fibular terceiro

É considerado, por alguns autores, como parte do extensor longo dos dedos

Origem: terço inferior da face medial da fíbula e membrana interóssea

As suas fibras vão dirigir-se inferiormente, para se inserirem na porção posterior da face superior
do 5º metatarso

INERVAÇÃO: fibular profundo

Funções: flexão do pé, eversão


Loca lateral
Fibular longo

Mais superficial que o fibular curto. bipeniforme

Origem: porção ântero-infero-lateral da cabeça da fíbula e metade superior da face lateral deste
osso.

As fibras dirigem-se inferiormente, originando um tendão que vai passar no retináculo dos
fibulares (superior e inferior), lateralmente ao osso calcâneo, passando num sulco na porção
antero-infero-lateral do cuboide. Atravessa a face inferior do pé, para se inserir na extremidade
posterior do 1º metatarsal e no cuneiforme medial (porção anterior)

INERVAÇÃO: fibular profundo

Funções: Eversão e flexão plantar (extensão)

Fibular curto

Também bipeniforme. É coberto pelo fibular longo e seu tendão

Origem: terço inferior da face lateral da fíbula

As suas fibras dirigem-se inferiormente, originando um tendão que passa no retináculo dos
fibulares (superior e inferior) e insere-se na extremidade posterior do 5º metatarso.

Loca posterior
Plano superficial

Tricípite sural

É o músculo mais superficial da loca posterior. Dá forma aos conhecidos “gémeos”. Como o
nome indica, é constituído por três porções:

• Cabeça medial do gastrocnémio – côndilo medial (porção superior da face posterior)


• Cabeça lateral do gastrocnémio – côndilo lateral (porção superior da face posterior)
• Solhar (anterior ao gastrocnémio) – linha para o músculo solhar (tíbia) e cabeça e terço
superior da face posterior da fíbula

As fibras destes músculos vão dirigir-se inferiormente, para se inserirem através de um


tendão comum, o tendão calcâneo de Aquiles, que se insere na porção superior da face posterior
do calcâneo. Entre o tendão e o osso, existe além de uma bolsa, tecido adiposo, para ajudar à
diminuição da fricção.

INERVAÇÃO: nervo tibial

Funções: flexão plantar

Relações: Arco tendíneo do solhar: na junção das inserções tibial e fibular do músculo solhar,
forma-se um arco fibroso, por onde passam o nervo tibial e os vasos poplíteos.
Plantar

É um músculo de pequenas dimensões, que se insere superiormente no condilo lateral do fémur


e na cápsula articular do joelho. As fibras dirigem-se infero medialmente, originando um tendão
(ao nível do arco tendinoso do solhar) que vai passar posteriormente ao solhar mas
anteriormente ao gastrocnémio, e vai inserir-se supero medialmente ao tendão do calcâneo,
muito proximamente.

INERVAÇÃO: nervo tibial

Funções: muito limitado – auxilia o gastrocnémio

Plano profundo

Poplíteo

É posterior à articulação do joelho e superior ao tricípite sural.

Origem: porção postero-lateral do condilo lateral do fémur

As fibras dirigem-se com obliquidade postero-medial, passam pelo ligamento poplíteo


arqueado, e vão inserir-se superiormente à linha para o músculo solha, na tíbia.

INERVAÇÃO: nervo tibial

Funções: flexão da perna

Flexor longo dos dedos

O mais medial dos músculos profundos da loca posterior

Origem: porção medial do terço médio da face posterior da tíbia (medialmente ao ramo que
irradia infero-lateralmente da linha para o músculo solhar)

As suas fibras dirigem-se infero-medialmente, originando um tendão (que passa posteriormente


ao maléolo medial), seguindo para o sulco do calcâneo. Ao alcançar a planta do pé, cruza o
tendão do flexor longo do hálux, e divide-se em quatro tendões, que vão inserir-se na falange
distal dos quatro últimos dedos.

INERVAÇÃO: nervo tibial

Funções: flexão dos dedos; flexão plantar

Tibial posterior

Origem: porção inferior à linha para o músculo solhar e (lateral da bifurcação); metade superior
da membrana interóssea e metade superior da porção medial da face posterior da fíbula
(posteriormente à crista óssea).

As fibras dirigem-se inferiormente e, através de um tendão, vão contornar o maléolo medial, e


inserir-se no tubérculo do navicular, nos três ossos cuneiformes e na extremidade proximal do
2º-4º dedo.

INERVAÇÃO: nervo tibial

Funções: flexão plantar, inversão


Flexor longo do hálux

Origem: dois terços inferiores da face posterior da fíbula e porção inferior da membrana
interóssea.

As fibras dirigem-se inferiormente, originando um tendão que passa posteriormente ao maléolo


medial, continuando pelo meio dos tubérculos do processo posterior do tálus. Ao alcançar a
planta do pé, cruza o tendão do flexor longo dos dedos, e vai inserir-se na falange distal do hálux.

INERVAÇÃO: nervo tibial

Funções: flexão das falanges do hálux

Pé - miologia
Dorsais – extensor curto dos dedos;

Plantares mediais – adutor do hálux; flexor curto do hálux; abdutor do hálux;

Plantares laterais – abdutor do dedo mínimo; flexor curto do dedo mínimo; oponente do dedo
mínimo;

Plantares médios – flexor curto dos dedos; quadrado plantar (flexor acessório); lombricoides

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