Você está na página 1de 271

Cálculo I

???????????

Cálculo I
Conselho Editorial EAD
Andréa de Azevedo Eick
Astomiro Romais,
Claudiane Ramos Furtado
Dóris Cristina Gedrat
Kauana Rodrigues Amaral
Luiz Carlos Specht Filho
Mara Lúcia Salazar Machado
Maria Cleidia Klein Oliveira
Thomas Heimann

Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil.


Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores
a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida
por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da
ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei
nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B327c   Bastos, Janor Araújo.


  Cálculo I / Janor Araújo Bastos. – Canoas: [S.n], 2014.
271p. : il.

Obra cedida a Associação Educacional Luterana do Brasil - AELBRA.


1. Cálculo. 2. Funções. 3. Matemática. I. Título

CDU 51

Setor Biblioteca EAD ULBRA Canoas

ISBN 978-85-68453-24-7
Dados técnicos do livro
Diagramação: Jonatan Souza
Revisão: Igor Campos Dutra
???????????
Sumário

1. Funções.....................................................................................4
2. O Limite...................................................................................60
3. Limites: Propriedades e Cálculo de limites................................88
4. Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas.............106
5. A derivada.............................................................................134
6. Regras de derivação...............................................................168
7. Regra da Cadeia....................................................................192
8. Pontos de máximo e de mínimo..............................................207
9. Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização.................228
10. Formas indeterminadas e Regra de L’Hôpital........................262
Janor Araujo Bastos1

Capítulo 1

Funções

ÂÂ
N este capítulo, faremos uma revisão sobre funções
abordando o conceito, o domínio, a imagem e o grá-
fico das funções constante, linear, quadrática, trigonomé-
trica e as funções definidas por várias sentenças.
Normalmente, as grandezas físicas estão relacionadas
entre si segundo um critério. Esse fato constitui uma rela-
ção de dependência entre duas ou mais grandezas. Por
exemplo, se uma máquina que produz 90 copos plásticos
por minuto, em dois minutos terá produzido 180 copos,
em três minutos, produzirá 270. Nesse contexto, pode-se
perceber que a quantidade de copos depende do tempo
que a máquina ficar ligada. O salário de uma pessoa que

1 Especialista em Matemática Aplicada e Mestre em Engenharia Elétrica.


Capítulo 1   Funções   5

é remunerada por um porcentual de 5% de suas vendas,


depende do valor final das vendas. Vários tipos de rela-
ção recebem o nome de função. Pode-se concluir que
uma função é o critério com o qual duas grandezas se
relacionam.
Podemos modelar os exemplos dados acima, repre-
sentando, no primeiro, a quantidade de copos por Q e t
o tempo em minutos e, no segundo, o salário por S e as
vendas por v.

Q = 90.t → a quantidade de copos em função do tempo


S = 0,05.v → o salário em função das vendas

Normalmente, costuma-se generalizar representando


as grandezas pelas últimas letras do alfabeto, x, y, z, w e
chamá-las de variáveis. Assim, as funções acima ficariam:

y = 90x onde x representa o tempo e y a quantidade


y = 0,05x onde x representa as vendas e y o salário

Neste capítulo, abordaremos alguns tipos mais importan-


tes de funções, com mais detalhe dada a sua importância.
6   Cálculo I

Função constante

A função definida pela equação f(x) = k e é chamada função


constante. Essa função é utilizada para escrever situações que
nunca mudam. Seu gráfico é uma reta paralela ao eixo x e
intercepta o eixo y em y = k.

Outros exemplos de funções constantes com seus respecti-


vos gráficos:
Capítulo 1   Funções   7

Função do primeiro grau ou função linear

Função do primeiro grau ou função linear é a função definida por:

f(x) = mx + k

onde m é chamado coeficiente angular que é responsável


pela inclinação da reta, é a tangente do ângulo que a reta
forma com o eixo das abscissas (eixo x) e k é chamado coe-
ficiente linear que indica onde o gráfico intercepta o eixo das
ordenadas (eixo y).

O gráfico da função do primeiro grau é sempre uma reta.

Uma função é dita crescente quando aumentando o


valor da variável independente, o valor da variável depen-
dente também aumenta ou quando uma diminui a outra
também diminui.

Uma função é decrescente quando aumentando o valor da


variável independente, o valor da variável dependente diminui
ou quando uma diminui a outra aumenta.
8   Cálculo I

Exemplos de funções do primeiro grau com seus respecti-


vos gráficos.

Observe que, nos exemplos (a) e (d), os gráficos intercep-


tam o eixo das ordenadas na origem do sistema porque as
Capítulo 1   Funções   9

equações têm k = 0. Nos exemplos (b) e (e), os gráficos inter-


ceptam o eixo das ordenadas em y = 2 porque as equações
tem k = 2. Nos exemplos (c) e (f), gráficos interceptam o eixo
das ordenadas em y = − 3 porque as equações têm k = − 3.
Nos exemplos (g), (h) e (i), gráficos interceptam o eixo das or-
denadas em y = 1 porque as equações têm k =1. Isso ocorre
porque se fizermos x = 0, encontramos y = k. Então, para
encontrar o ponto de intersecção do gráfico da função com o
eixo das ordenadas, basta atribuir valor zero para x.

Nos exemplos (a), (b), (c), (g) e (h), as retas estão inclinadas
para a direita. Isso ocorre porque o valor de m nesses casos
é um número maior que zero (m=1, m=2 e m=3). O fato
de m ser maior que zero assegura que a função é crescente.
Nos exemplos (d), (e), (f) e (i), as retas estão inclinadas para a
esquerda. Isso ocorre porque o valor de m nesses casos é um
número menor que zero (m= − 1 e m= − 2). O fato de m ser
menor que zero assegura que a função é decrescente.

Pode-se concluir que, quando se soma uma quantidade


a uma função, seu gráfico desloca para cima o número de
unidades somadas e, se for subtraído, o gráfico se desloca
para baixo.

A Raiz de uma função é valor de x para o qual a função é


nula, é o ponto em que o gráfico da função intercepta o eixo
das abscissas. Para encontrá-lo, basta atribuir valor zero para
y. Nesse ponto, a função troca seu sinal, de positivo para ne-
gativo ou de negativo para positivo.

Quando multiplicamos uma função por −1, o gráfico dessa


função faz uma reflexão com relação ao eixo x, tendo sua raiz
10   Cálculo I

como apoio, nesse caso, x = − 1 . Todos os valores da função


2
trocam de sinal, os que eram positivos ficam negativos e vice-
-versa. Observe os gráficos abaixo e suas respectivas equações.

Sabendo-se que por dois pontos passa uma única reta,


para traçar o gráfico de uma função linear precisamos de ape-
nas dois pontos.

Exercício resolvido

Dada a função y = 2x – 6, determine:

a) o ponto onde o gráfico intercepta o eixo y;

b) a raiz da função (o ponto de intersecção com o eixo x);

c) o gráfico da função;

d) o sinal da função;

e) a função é crescente ou decrescente.


Capítulo 1   Funções   11

Solução:
Nessa função, temos m = 2 e k = − 6

a) O gráfico intercepta o eixo y quando x = 0, esse ponto é y


= − 6 que é valor de k.
b) A raiz da função é o valor de x para o qual a função é nula,
ou seja, y = 0. Então, fazendo, temos:

2x − 6 = 0

2x = 6

x=3

c) Para traçar o gráfico, precisamos determinar dois pontos.


Como sabemos que o gráfico intercepta o eixo y em y =
6 e que a raiz da função é x = 3, já dispomos dos dois
pontos, as intersecções com os eixos coordenados. Poderí-
amos ter utilizado outros pontos, por exemplo:
y = 2x + 6

ÂÂ para x = 2 → y = 2× 2 − 6 = − 2 → ponto (2, −2)

ÂÂ para x = 5 → y = 2×5 − 6 = 4 → ponto (5, 4)

Observe a figura abaixo. Estes dois pontos (2, −2) e (5, 4)


pertencem a mesma reta.
12   Cálculo I

d) A função troca de sinal em x = 3, raiz da função.


Para x < 3, a função tem sinal negativo. Observe que, nes-
se intervalo o gráfico está abaixo do eixo x.

Para x > 3, a função tem sinal positivo. Observe que, nesse


intervalo o gráfico está acima do eixo x.

e) A função é crescente, porque seu coeficiente angular m é


maior que zero (m = 2).

Exercícios propostos

1. Dada a função y = x, trace o seu gráfico e, em seguida,


utilizando a ideia de translação e reflexão, trace o gráfico
das funções abaixo.
a) y = x + 3
Capítulo 1   Funções   13

b) y = x – 4

c) y = – x

d) y = – x + 1

e) y = – x – 2

2. Dada a função y = 3x – 2, determine:


a) o ponto onde o gráfico intercepta o eixo y;

b) a raiz da função (o ponto de intersecção com o eixo x);

c) o gráfico da função;

d) o sinal da função;

e) a função é crescente ou decrescente.

3. Trace o gráfico das seguintes funções num mesmo sistema


de eixos:
a) f(x) = 2x

b) f(x) = 4x

c) f(x) = 6x

d) f(x) = – 6x

e) f(x) = – 3x

f) f(x) = – 2x
14   Cálculo I

4. Dada a função f(x) = 2x +1, dê as equações das seguintes


funções:
a) g(x) cujo gráfico é paralelo ao gráfico de f(x) intercepta o
eixo y duas unidades acima de f(x);

b) h(x) cujo gráfico é paralelo ao gráfico de f(x) intercepta o


eixo y quatro unidades abaixo de f(x).

Respostas dos exercícios propostos


Capítulo 1   Funções   15

2) y = 3x – 2
a) a intersecção com o eixo y é o ponto onde x = 0, ou o
coeficiente linear b. Nesse caso, b = – 2;

b) a raiz da função é o valor de x para o qual a função é


igual a zero;

3x – 2 = 0

3x = 2

x=2
3

c) gráfico;

d) para x < 2 a função tem sinal negativo.


3
Para x > 2 a função tem sinal positivo
3

e) a função é crescente (a > 0).


16   Cálculo I

3) Gráficos.

4) a) f(x) = 2x + 1

b) g(x) = 2x + 3

c) h(x) = 2x – 3

Função do segundo grau ou função


quadrática

Função do segundo grau ou função quadrática é toda função


definida por:

f(x) = ax²+bx+c

com a ∈ R, b ∈ R, c ∈ R e a≠ 0.
Capítulo 1   Funções   17

O gráfico de uma função do segundo grau é sempre uma


parábola cuja concavidade e intersecção com o eixo x, de-
pendem do sinal de “a”, (coeficiente de x2) e do valor de Δ =
b2 – 4ac.

Se a for um número positivo ( a > 0), a parábola tem con-


cavidade voltada para cima e, se a for um número negativo (a
< 0), a parábola tem concavidade voltada para baixo.

Se Δ for maior que zero, a parábola intercepta o eixo x em


dois pontos, se Δ for igual a zero, a parábola terá apenas um
ponto em comum com o eixo x e se Δ for menor que zero, a
parábola não toca no eixo x.

Vale lembrar que os ponto de intersecção do gráfico com


o eixo x são chamados de raiz da função. Então, pode-se con-
cluir que a função do segundo grau pode ter duas raízes reais
e distintas se Δ > 0, uma raiz real se Δ = 0 e não possui raiz
real se Δ < 0. Observe o quadro abaixo.
18   Cálculo I

Para encontrar as raízes de uma função do segundo grau,


pode-se usar a fórmula de Báskara a seguir:

x = -b ±√b² - 4ac
2a
Para encontrar o vértice da parábola, usa-se a seguinte
fórmula:

xv = – b , yv = – Δ
2a 4a

V(xv,yv) ou V –b , –Δ
2a 4a

Alguns exemplos de funções do segundo grau e seus res-


pectivos gráficos são apresentados abaixo:

a) f(x) = 2x2 +3x – 4 a = 2 b=3 c=–4


Capítulo 1   Funções   19

b) f(x) =– x2 – 3x +2 a=–1 b=3 c=2

c) f(x) = 3x2 – 9x a=3 b=9 c=0

d) f(x) = x2 – 4 a=1 b=0 c=–4


20   Cálculo I

e) f(x) = x2 a=1 b=0 c=0

Os intervalos em que a função do segundo grau é crescen-


te ou decrescente são limitados pelo xv. Se a > 0, a parábola
está voltada para cima. De –∞ até xv, a função é decrescente e
de xv até + ∞, a função é crescente. Se a < 0, a parábola está
voltada para baixo. De –∞ até xv, a função é crescente e de xv
até + ∞, a função é decrescente. Observe os gráficos abaixo.
Capítulo 1   Funções   21

Os Intervalos onde a função troca de sinal são limitados


pelas suas raízes.

Se a > 0, a parábola está com a concavidade voltada


para cima.

Para x < x1 → f(x) > 0 (a função tem sinal positivo)

Para x < x < x2 → f(x) < 0 (a função tem sinal negativo)

Para x > x2 → f(x) > 0 (a função tem sinal positivo)

Se a < 0, a parábola está com a concavidade voltada para


baixo:
22   Cálculo I

Para x < x1 → f(x) < 0 (a função tem sinal negativo)

Para x < x < x2 → f(x) > 0 (a função tem sinal positivo)

Para x > x2 → f(x) < 0 (a função tem sinal negativo)

Exercício resolvido

Dada função f(x) = x2 – 2x – 3, determine:

a) o ponto de intersecção do gráfico com o eixo das


ordenadas

b) a concavidade

c) quantas raízes reais ela possui

d) se ele possui raízes reais, quais são

e) as coordenadas do vértice

f) o gráfico

g) os intervalos onde ela está crescendo e onde está


decrescendo

h) o sinal da função

i) o conjunto imagem

j) os pontos P(1, – 4) e Q(0, 5) pertencem à função?


Capítulo 1   Funções   23

Solução:
a = 1, b = –2 e c = – 3
a) O gráfico da função intercepta o eixo dos y no ponto (0,
– 3), y = c.
b) A concavidade da parábola está voltada para cima porque
a = 1 > 0.
c) Para sabermos quantas raízes a função possui, devemos cal-
cular o valor de Δ (delta).

Δ = b² – 4ac

Δ = (–2)² – 4.1.(–3)

Δ = 16

A função tem duas raízes, reais e distintas.

d) Para determinar as raízes devemos utilizar a fórmula:

x = –b ±√x² – 4ac
2a

x = –(–2) ±√(–2)² – 4.1.(–3)


2.1
x = 2 ±√16
2
x1 = 2+4 = 3
x = 2 ±4 2
2 x2 = 2 – 4 = –1
2

As raízes são x1 = 3 e x2 = –1.


24   Cálculo I

As coordenadas do vértice são dadas por:

xv = –b e yv = –Δ
2a 4a

Então xv = –(–2) = 1 yv = –16 = –4


2.1 4.1

Logo V(1, – 4)

f) Para construir o gráfico, podemos fazer uma tabela, mas


já conhecemos quatro pontos: as duas raízes, x1 = 3 e x2
= –1 que são os pontos de intersecção com o eixo x, as
coordenadas do vértice e a intersecção com o eixo y que
é c = 3. Como sabemos que a parábola é uma figura si-
métrica, podemos determinar mais um ponto (2, –3) que
é simétrico ao c em relação ao eixo da parábola.

g) Para x < 1 (x­­­­­­­v) f(x) é decrescente


Para x > 1 (xv) f(x) é crescente
Capítulo 1   Funções   25

h) Para valores de x < –1 a função assume valores positivos.


Observe que, para esses valores de x, o gráfico se encontra
acima do eixo x.
Para valores de –1 < x < 3, a função assume valores ne-
gativos. Observe que nesse intervalo o gráfico se encontra
abaixo do eixo x.

Para valores de x > 3, a função assume valores positivos.


Observe que para esses valores de x o gráfico se encontra
acima do eixo x.

i) A imagem da função é dada por valores de y gerado por


algum valor de x do domínio da função. Nesse caso, a
imagem é:
Im = {y∈R / y > –4} ou Im = [–4; ∞ ).

Observe que o gráfico da função começa no ponto de or-


denada y = –4 e vai até ∞ .

j) Temos f(x) = x2 – 2x – 3.
P(1, – 4) → – 4 = 12 – 2 . 1 – 3 (V) → P(1, – 4 ) pertence
à parábola

Q(0, 5) → 5 = 02 – 2 . 0 – 3 (F) → Q(0, 5) não pertence


à parábola.
26   Cálculo I

Exercícios propostos

Dada função f(x) = x2 – x – 6, determine:

a) o ponto de intersecção do gráfico com o eixo das ordenadas


b) a concavidade
c) quantas raízes reais ela possui
d) se ele possui raízes reais, quais são
e) as coordenadas do vértice
f) o gráfico
g) os intervalos onde ela está crescendo e onde está decrescendo
h) o sinal da função
i) o conjunto imagem
j) os pontos P(1, – 6) e Q(0, 5) pertencem a função?

2. Dado o gráfico de função f(x) = x2 abaixo, utilize a ideia de


translação e reflexão para esboçar os gráficos das funções
de o domínio e a imagem de cada uma:
a) f(x) = x2+ 2

b) f(x) = x2 – 1

c) f(x) = – x2

d) f(x) = – x2+ 2

e) f(x) = – x – 3

f) f(x) = (x – 2)2

g) g(x) = (x + 1)2
Capítulo 1   Funções   27

Respostas dos exercícios propostos


1. f(x) = x2 – x – 6 a =1 b=–1 c=–6
a) o gráfico intercepta o eixo y em y = c = – 6

b) a concavidade está voltada para cima porque a > 0

c) Δ= 5 > 0, logo a função tem duas raízes reais e distintas

d) x1 = 3 x2 = – 2

e) V 1 , –25
2 4

f) gráfico
28   Cálculo I

para x < 1 , a função é decrescente


2
g)
para x > 1 , a função é crescente
2

para x < – 2 e x > 3, a função assume valores positivos


h)
para – 2 < x < 3, a função assume valores negativos

i) imagem

Im = y ∈ R / y > – 25
4

j) o ponto P(1, – 6) pertence à função

O ponto Q(0, 5) não pertence à função


Capítulo 1   Funções   29

2. a)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y>0}

b)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y>2}
30   Cálculo I

c)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y≥ –1}

d)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y<0}
Capítulo 1   Funções   31

e)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y<2}

f)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y< – 3}
32   Cálculo I

g)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y>0}

h)

D(f) = R

Im(f) = {y ∈ R / y>0}
Capítulo 1   Funções   33

Funções trigonométricas

Inicialmente, relembraremos um pouco de trigonometria bási-


ca na circunferência.

Chama-se circunferência ao conjunto de todos os pontos


de um plano que ficam a uma mesma distância r de um pon-
to dado O. Essa distância r é chamada raio e O é o centro
da circunferência.

O comprimento C de uma circunferência de raio r é dado


por C = 2πr

O comprimento de uma circunferência de raio r = 5 cm é


C = 2.π.5

C = 31,41592...

Arcos e ângulos
Considerando dois pontos A e B numa circunferência, o
ângulo formado pelos segmentos OA e OB com vértice no
centro “O” é denominado ângulo central.
34   Cálculo I

AÔB = ângulo central

O ângulo central determina na circunferência dois arcos


de circunferência. Se os pontos A e B forem coincidentes
(A≡B), teremos um arco nulo e outro de uma volta.

As unidades de medida dos ângulos e dos arcos são o


grau e o radiano.

Um arco de um grau (10) é aquele cujo comprimento é


igual a 1 do comprimento da circunferência.
360
Um arco de uma volta corresponde a C = 3600.

O arco de um radiano (1 rad) é aquele cujo comprimento


é igual ao raio da circunferência que o contém.
Capítulo 1   Funções   35

O arco de uma volta corresponde C = 2πr. Logo: C = 2π rad.

A medida de um arco em radianos é a razão entre seu


comprimento e o comprimento do raio da circunferência que
o contém.

O arco AB = comprimento do arco rad


comprimento do raio

Consideremos uma circunferência orientada de raio igual


a uma unidade cujo centro coincide com a origem de um sis-
tema de coordenadas cartesianas e o ponto A de intersecção
da circunferência com o eixo das abscissas seja a origem de
todos os arcos AP, conforme a figura abaixo, onde o sentido
anti-horário seja o sentido positivo de percurso.

Como o raio da circunferência é igual a 1, o seno do ângu-


lo α é a ordenada y do ponto P e o co-seno de α é a abiscissa
de P.

Quando o ponto P percorre a circunferência, sua abscissa


e sua ordenada variam conforme a tabela abaixo.
36   Cálculo I

Seno Co-seno
Unidade Graus Radianos
(ordenada) (abscissa)
Arco
P≡A 0 0 0 1
π
P≡B 90 2 1 0

P≡A’ 180 π 0 –1

P≡B’ 270 2 –1 0

P≡A 360 2π 0 1

Função seno
Chama-se função seno a função real definida por:

f(x) = sen x

onde, sen x é ordenada do ponto P, extremidade do arco AP.

Com os dados da tabela acima, podemos construir o grá-


fico da função seno.
Capítulo 1   Funções   37

O domínio da função seno é D = R

A imagem é Im = {y ∈ R / – 1 ≤ y ≤ 1}

O período da função é P = 2π

Função co-seno
Chama-se função co-seno a função real definida por:

f(x) = cos x

onde, cos x é abscissa do ponto P, extremidade do arco AP.

Com os dados da tabela acima, podemos construir o grá-


fico da função co-seno.
38   Cálculo I

O domínio da função co-seno é D = R

A imagem é Im = {y ∈ R / –1 ≤ y ≤ 1}

O período da função é P = 2π

Função tangente
Chama-se função tangente a função real definida por f(x)
= tag x, onde tag x é o quociente entre o seno de x e co-seno
de x, ou seja:

tag x = cos x
sen x

O gráfico da função tangente é apresentado abaixo.


Capítulo 1   Funções   39

D(ƒ) = {x ∈ / x ≠ n π}

Im(ƒ) = R

n = inteiro

O período da função é P = π

Função co-tangente
Chama-se função co-tangente a função real definida por
f(x) = cotag x, onde cotag x é o quociente entre o co-seno de
x e seno de x, ou seja:

ctg x = cos x
sen x
40   Cálculo I

O gráfico da função co-tangente é apresentado abaixo.

D(ƒ) = x ∈ / x ≠ (2n – 1) π
2
Im(ƒ) = R

n = inteiro

O período da função é P = π

Função secante
Chama-se função secante a função real definida por f(x) =
sec x, onde sec x é o inverso do co-seno de x, ou seja:
Capítulo 1   Funções   41

sec x = 1
cos x

O gráfico da função secante é apresentado abaixo.

D(ƒ) = x ∈ / x ≠ (2n – 1) π
2
Im(ƒ) = (– ∞, – 1] U [1,+ ∞)

n = inteiro

O período da função é P = π
42   Cálculo I

Função co-secante
Chama-se função co-secante a função real definida por f(x)
= csc x, onde csc x é o inverso do seno de x, ou seja:

csc x = 1
sen x

O gráfico da função co-secante é apresentado abaixo.

D(ƒ) = {x ∈ / x ≠ nπ}

Im(ƒ) = (– ∞, – 1] U [1,+ ∞)

n = inteiro

O período da função é P = π
Capítulo 1   Funções   43

Exercícios propostos

Usando as ideias de translação e reflexão aprendidas nas úl-


timas aulas, esboce o gráfico das seguintes funções. Analise
sempre o domínio, a imagem e o período destas funções.

a) ƒ(x) = 2 + senx

b) ƒ(x) = – cos x

c) ƒ(x) = –1 – senx

d) ƒ(x) = sen (x + π )
2
e) ƒ(x) = 2senx

f) ƒ(x) = sen(2x)

g) ƒ(x) = –1 – 3 senx

Respostas dos exercícios propostos


a) y = 2 + sen x
44   Cálculo I

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / –1 ≤ y ≤ 3}

O período da função é P = 2π

b) y = – cos x

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / –1 ≤ y ≤ 1}

O período da função é P = 2π
Capítulo 1   Funções   45

c) ƒ(x) = – 1 – sen x

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / – 2 ≤ y ≤ 0}

O período da função é P = 2π
46   Cálculo I

d) ƒ(x) = sen (x + π )
2

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / –1 ≤ y ≤ 1}

O período da função é P = 2π
Capítulo 1   Funções   47

e) f(x) = 2sen x

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / – 2 ≤ y ≤ 2}

O período da função é P = 2π
48   Cálculo I

f) f(x) = sen (2x)

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / –1 ≤ y ≤ 1}

O período da função é P = π
Capítulo 1   Funções   49

g) f(x) =1 – sen (3x)

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / 0 ≤ y ≤ 2}

O período da função é P = 2π
3
50   Cálculo I

h) f(x) = (x + π )
4

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ R / –1 ≤ y ≤ 1}

O período da função é P = 2π

Funções definidas por partes

Existem funções que são definidas em um intervalo do domínio


por uma sentença e em outro intervalo por outra sentença. Veja
os exemplos com seus respectivos gráficos, domínio e imagem.
Capítulo 1   Funções   51

Exercícios resolvidos

x – 1 se x ≤ –1
1. ƒ(x) =
x + 1 se x > –1

D=ℜ

Im = {y ∈ ℜ / y ≤ – 2 e y > 0}

x se x < –1
2. ƒ(x) = x² se –1 ≤ x <2
2 se x ≤ 2
52   Cálculo I

D=ℜ

Im = {y ∈ ℜ / y < –1 e 0 ≤ y < 4}

Exercícios propostos

Faça o esboço do gráfico das funções abaixo dando o domí-


nio e a imagem:

– x se < 2
1. ƒ(x) =
x – 2 se x ≥ 2

x + 1 se x ≤ –1
2. ƒ(x) = – x² + 2 se –1 < x < 2
3 se x ≥ 2
x² se x < 0
3. ƒ(x) = senx se 0 ≤ x < π
2 se x ≥ π
Capítulo 1   Funções   53

3 se x < 0
4. ƒ(x) = 1 se 0 ≤ x < π
cos x se x ≥ π
sen x se ≤ – π
csc x se – π < x < 0
5. ƒ(x) =
cos x se 0 ≤ x ≤ π
sec x se x > π

Respostas dos exercícios propostos

1.

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ ℜ / y > – 2}
54   Cálculo I

2.

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ ℜ / y ≤ 2 e y = 3}

3.
Capítulo 1   Funções   55

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ ℜ / y ≥ 0}

4.

D(ƒ) = R

Im(ƒ) = {y ∈ ℜ / –1 ≤ y ≤ 1 e y = 3}
56   Cálculo I

5.

Função valor absoluto

A função valor absoluto também camada função modular é


uma função definida por partes, sendo dada por:

x se x ≥ 0
ƒ(x) = |x| =
– x se x < 0

Note que você terá sempre o valor positivo do número que


se encontra entre as barras, ou seja, a distância desse número
à origem.

Exemplos:
Capítulo 1   Funções   57

ƒ(5) = |5| = 5, ƒ(– 3) = |– 3| = 3 e ƒ(0) = |0| = 0

Gráfico

x y
–3 3
–2 2
–1 1
0 0
1 1
2 2
3 3

D(ƒ) = R Im(ƒ) = R+

A ideia de translação e reflexão também pode ser utilizada


para esboçar o gráfico dessa função.

Exercícios resolvidos

Esboce o gráfico das funções abaixo e dê o domínio e a imagem.

a) f(x) = |x| + 1

Solução:

Pelo que estudamos, sabemos que o gráfico dessa função


será o mesmo gráfico da função mãe, apresentado acima,
deslocado duas unidades para cima.
58   Cálculo I

D(ƒ) = R Im= {y ∈ ℜ /y ≥ 1}

b) f(x) = –|x – 2|.

D(ƒ) = R Im= {y ∈ ℜ /y ≤ 0}


Capítulo 1   Funções   59

c) f(x) = |x +2| + 1

D(ƒ) = R Im= {y ∈ ℜ /y ≤ 1}

d) f(x) = – |x – 1| ­+ 2

D(ƒ) = R Im= {y ∈ ℜ /y ≤ 2}
Prof. Áureo Martins1

Capítulo 2

O Limite

ÂÂ
O conceito de limite é a base sobre a qual estão cons-
truídos os demais conceitos de cálculo. O objetivo
deste capítulo é discutir a definição de limites de diferentes
maneiras, iniciando com um exercício problema. A seguir,
apresentamos a noção intuitiva usando exemplos de fun-
ções, fazendo tabelas e gráficos que auxiliam na visua-
lização do limite de uma função. Após, analisaremos a
definição formal de limites e, finalmente, os estudos dos
limites laterais.

1 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.


Capítulo 2   O Limite   61

Problema

Consideremos a função ƒ(x) = x² - 4. Como encontrar a reta


tangente a essa curva no ponto de coordenada x=2?

Verifica-se que a dificuldade está em possuirmos um único


ponto sobre a reta tangente para calcularmos a inclinação m ,
enquanto sabemos que são necessários dois pontos.

No entanto, podemos calcular as inclinações de retas se-


cantes pelo ponto onde x=2 e pontos próximos a ele para
obtermos uma aproximação da inclinação da reta tangente.

Usemos os seguintes intervalos: [2;3], [2;2,1], [2;2,05],


[2;2,01] e [2;2,001].

Calculamos:
62   Cálculo I

ƒ(3) = 3² - 4 = 5

ƒ(2) = 2² - 4 = 0

ƒ(2,1) = 2,1² - 4 = 0,41

ƒ(2,05) = 2,05² - 4 = 0,2025

ƒ(2,01) = 2,01² - 4 = 0,0401

ƒ(2,001) = 2,001² - 4 = 0,004001

msec = ƒ(3) - ƒ(2) = 5 - 0 = 5


3-2 1

msec = ƒ(2,1) - ƒ(2) = 0,41 - 0 = 4,1


2,1 - 2 0,1

msec = ƒ(2,05) - ƒ(2) = 0,2025 - 0 = 4,05


2,05 - 2 0,05

msec = ƒ(2,01) - ƒ(2) = 0,0401 = 4,01


2,01 - 2 0,01

msec = ƒ(2,001) - ƒ(2) = 0,004001 = 4,00


2,001 - 2 0,001

Conclusão: quanto mais próximos de x = 2, mais nos


aproximamos de 4. Dizemos, então, que a inclinação m = 4 é
o limite das inclinações das retas secantes, que é a inclinação
da reta tangente em x = 2 .

Portanto, com a inclinação da reta tangente ou o coeficien-


te angular da reta tangente igual a 4 no ponto onde x = 2 e o
Capítulo 2   O Limite   63

y = ƒ(2 = 2² - 4 = 0) , podemos encontrar a equação dessa


reta tangente, da seguinte forma:

y = ax + b

0 = 4.2 + b ⇒ b = - 8

Logo, a equação da reta tangente ao gráfico da função:


ƒ(x) = x² - 4 no ponto (2,5) é y = 4x - 8 , conforme mostra o
gráfico abaixo:
64   Cálculo I

OBSERVAÇÃO: a distinção entre a taxa de variação


média e a taxa de variação instantânea pode ser com-
parada à distinção entre a inclinação da reta secante
que passa por dois pontos em um gráfico e a inclinação
da reta tangente em um ponto do gráfico.

Exercícios resolvidos

1 - 1Uma flecha é atirada para cima com uma velocidade de


58m/s e sua altura em metros após t segundos é dada por
h(t) = 58 t - 0,83t².

Encontre a velocidade média durante os intervalos de tem-


po dados [1;2], [1;1,5], [1;1,1], [1;1,01] e [1;1,001]

Calculando as alturas:

h(2) = 58.2 - 0,83.2² = 112,68m

h(1) = 58.1 - 0,83.1² = 57,17m

h(1,5) = 58.1,5 - 0,83.1,5² = 85,1325m

h(1,1) = 58.1,1 - 0,83.1,1² = 62,7957m

h(1,01) = 58.1,01 - 0,83.1,01² = 57,733317m

h(1,001) = 58.1,001 - 0,83.1,001² = 57,22633917m

1 Fonte: STEWART, James – Cálculo – Ed. Thomson – 6ª Edição.


Capítulo 2   O Limite   65

Vmédia[1;2]= h(2) - h(1) = 112,68 - 57,17 = 55,51 m/s


2-1 1

Vmédia[1;1,5]= h(1,5) - h(1) = 83,1325 - 57,17 = 55,925 m/s


1,5-1 0,5

Vmédia[1;1,1]= h(1,1) - h(1) = 62,7957 - 57,17 = 56,257 m/s


1,1-1 0,1

Vmédia[1;1,01]= h(1,01) - h(1) = 57,733317 - 57,17 = 56,3317 m/s


1,01-1 0,01

Vmédia[1;1,001]= h(1,001) - h(1) = 57,22633917 - 57,17 = 56,33917 m/s


1,001-1 0,001

b) Encontre a velocidade instantânea após 1 segundo.

Vinstantânea(1)= 56,34 m/s

2 – Se um objeto é deixado cair em queda livre de uma altura


de 300 metros, e a resistência do ar for desprezada, a al-
tura h (em metros) do objeto no instante t (em segundos),
será dada por h(t) = 320 16t². Determine:
A velocidade média do objeto em cada intervalo de tempo
dado: [1;2], [1;1,5] , [1;1,1] , [1;1,01] e [1;1,001]

Calculando as alturas:

h(2) = 320 - 16.2² = 256m

h(1) = 320 - 16.1² = 304m

h(1,5) = 320 - 16.1,5² = 284m


66   Cálculo I

h(1,1) = 320 - 16.1,1² = 300,64m

h(1,01) = 320 - 16.1,01² = 303,6784m

h(1,001) = 320 - 16.1,001² = 303,967984m

Vmédia[1;2]= h(2) - h(1) = 256 - 304 = -48 m/s


2-1 1

Vmédia[1;1,5]= h(1,5) - h(1) = 284 - 304 = -40 m/s


1,5-1 0,5

Vmédia[1;1,1]= h(1,1) - h(1) = 300,64 - 304 = -33,7 m/s


1,1-1 0,1

Vmédia[1;1,01]= h(1,01) - h(1) = 303,6784 - 304 = -32,16 m/s


1,01-1 0,01

Vmédia[1;1,001]= h(1,001) - h(1) = 303,967984 - 304 = -32,016 m/s


1,001-1 0,001

b) A velocidade instantânea após 1 segundo.

Vinstantânea(1)= -32 m/s

Noção intuitiva do limite

O uso básico de limites é descrever como uma função se com-


porta quando a variável x tende a um valor dado.

No cálculo e suas aplicações, interessa-nos, em geral, va-


lores f(x) de uma função f que estejam próximos de um número
Capítulo 2   O Limite   67

x = a, mas que não sejam iguais a “a”, principalmente nos


casos em que “a” não está no domínio da função.

1º Exemplo: seja a função: ƒ(x) = 2x +1. Imaginemos x


assumindo valores sempre mais próximos de 2, tanto pela es-
querda de 2 (x → 2-) e tanto pela direita de 2 (x → 2+).

x → 2- x → 2+
x ƒ(x) x ƒ(x)
1 3 3 7
1,5 4 2,5 6
1,7 4,4 2,3 5,6
1,9 4,8 2,1 5,02
1,999 4,998 2,001 5,002

lim ƒ(x) = 5 lim ƒ(x) = 5


x → 2- x → 2+

Como os limites laterais existem e são iguais, então


lim ƒ(x) = 5 e, também, como ƒ(2) = 5, dizemos que a
x→2
função é CONTÍNUA em x = 2.

Domínio da função = ℜ e Imagem da função = ℜ.


68   Cálculo I

2º Exemplo: seja a função: ƒ(x) = x² - 1.


x-1
Calculando ƒ(1) teremos o seguinte: ƒ(1) = 1 - 1 = 0 (In-
determinação). 1-1 0

Veja que o ƒ(1) não está definido, pois x = 1 não está no


domínio da função. Então vamos analisar pontos vizinhos de
1, tanto pela esquerda de 1 (x → 1-) e tanto pela direita de 1
(x → 1+) .

x → 1- x → 1+
x ƒ(x) x ƒ(x)
0,5 1,5 1,5 2,5
0,7 1,7 1,3 2,3
0,9 1,9 1,1 2,1
0,999 1,999 1,001 2,001

lim ƒ(x) = 2 lim ƒ(x) = 2


x → 1- x → 1+

O número 1 não está no domínio da função, pois se fi-


zermos x = 1, obtemos a indeterminação 0 . Fatorando-se
ƒ(x) =(x - 1)(x + 1), não podemos cancelar (x -0 1), pois só po-
x-1
demos fazer se x≠1. Todavia, com o limite quando x tende a
1, mas não igual a 1, tal cancelamento é possível.

Logo: limx→1 (x - 1)(x + 1) = limx→1(x + 1) = 1 + 1 = 2


x-1
Capítulo 2   O Limite   69

Domínio da função = ℜ - {1} e Imagem da função = ℜ - {2}

3º Exemplo: seja a função definida por duas sentenças:

x - 1, se x ≤ 3
ƒ(x) = |x| =
x + 3, se x > 3

Vamos calcular ƒ(3) e o limite limx→3 ƒ(x).

a) Para calcular ƒ(3), procure na função onde está x = 3,


então ƒ(3) = 3 - 1 = 2

b) Para calcular o limite limx→3 ƒ(x), temos que analisar os


limites laterais.

O limite limx→3- ƒ(x), vamos verificar qual função se refere


a x tende a 3- , isto é, x < 3 , logo limx→3 ƒ(x) = limx→3 ƒ(x - 1)
-

=3-1=2
70 Cálculo I

O limite limx→3+ ƒ(x), vamos verificar qual função se refere a


x tende a 3+ , isto é, x > 3 , logo limx→3 ƒ(x) = limx→3 ƒ(x - 3)
+

=3+3=6

Portanto, o limx→3+ ƒ(x) = , porque os limites laterais exis-


tem, mas são diferentes.

Domínio da função ℜ e Imagem da função = (–∞;2] U (6;∞).

4º Exemplo: seja a função: ƒ(x) = 1


x

Vamos calcular ƒ(0) e os limites , e


Capítulo 2 O Limite 71

a) (não existe).

b) Para descobrir o temos que estudar os limites


laterais:

O e o , logo o limite
(não existe), pois os limites laterais são diferentes.

Lembre-se: zero pela esquerda (0-) é um número pequeno


e negativo e zero pela direita (0+) é um número pequeno e
positivo.

c) Para descobrir o limite ,vamos fazer uma tabela


com valores de x crescendo de 1 até um valor bem grande
denominado de infinito ∞:

x→∞
x ƒ(x)
1 1
2 0,5
4 0,25
10 0,10
1000 0,001
∞ 0

Observando a tabela:

d) Da mesma forma, o limite:


72 Cálculo I

Observe que gráfico da função possui duas as-


síntotas: uma assíntota vertical de equação x = 0 e uma
assíntota horizontal de equação y = 0.

O Domínio da função = ℜ* ou ℜ-{0} e Imagem da função


= ℜ* ou ℜ-{0}.

5º Exemplo: seja a função:

Vamos calcular ƒ(2) e os limites , e


Capítulo 2 O Limite 73

a) (não existe)

b) Para descobrir o temos que estudar os limites


laterais:

O e o

Logo, o limite (não existe), pois os limites laterais são


diferentes.

c)

d)

Observe que gráfico da função possui duas


assíntotas: uma assíntota vertical de equação x = 2 e uma
assíntota horizontal de equação y = 0.
74   Cálculo I

O Domínio da função = ℜ - {2} e Imagem da função =


ℜ ou = ℜ - {0}.
*
Capítulo 2 O Limite 75

Definição de limite

“Escrevemos e dizemos o limite de ƒ(x), quando x


tende a a, é igual a T, se pudermos tornar os valores de ƒ(x)tão
próximos de T quanto quisermos, tornando x suficientemente
próximo de a (pela esquerda e pela direita), mas não igual a.”

Limites laterais

Escrevemos e dizemos que o limite esquerdo de


ƒ(x) quando x tende a a (ou o limite de ƒ(x) quando x tende
a a pela esquerda) é igual a T se pudermos tornar os valores
de ƒ(x) arbitrariamente próximos de T, tornando-o suficiente-
mente próximos de a e x menor que a.
76 Cálculo I

Escrevemos e dizemos que o limite direito de


ƒ(x) quando x tende a a (ou o limite de ƒ(x) quando x tende
a T pela direita) é igual a T se pudermos tornar os valores de
ƒ(x) arbitrariamente próximos de T, tornando-o suficientemen-
te próximos de a e x maior que a.

DEFINIÇÃO: o limite de uma função só vai existir,


quando os limites laterais existirem e forem iguais, isto
é, existe se, e somente se, e

Observe que a função não necessita estar definida em "a"


para o limite existir.

Exercício resolvido

Observe os gráficos e responda o que se pede abaixo de cada


um deles:
Capítulo 2   O Limite   77
78   Cálculo I
Capítulo 2 O Limite 79

Exercícios propostos

1 - 2Uma bola é atirada no ar com velocidade de 10 m/s.


Sua altura em metros após t segundos é dada por
.
a) Encontre a velocidade média para o período de tempo
que começa quando t = 2s e dura 0,5s; 0,1s; 0,05s;0,01,
0,001s e 0,0001s;

b) Estime a velocidade instantânea quando t = 2s.

2 Fonte: STEWART, James – Cálculo – Ed. Thomson – 6ª Edição.


80 Cálculo I

2 - Observando o gráfico abaixo, responda o que se pede:

a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)

j)
Capítulo 2 O Limite 81

k)

l)

m)

n)

o)

p)

q) Em x = – 4 a função é

r) Em x = –1 a função é

s) Em x = 2 a função é

t) Em x = 3 a função é

u) Domínio da função:

v) Imagem da função:
82 Cálculo I

3 - Analisando o gráfico, responda:

a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)
Capítulo 2 O Limite 83

j)

k)

l)

m)

n)

o)

p)

q) Em x = 0 a função é

r) Em x = 1 a função é

s) Em x = – 2 a função é

t) Em x = 3 a função é

u) Domínio da função:

v) Imagem da função:

x)

y)
84 Cálculo I

4 - Dados os gráficos das duas funções e


respectivamente, determine:

a) Em x=1 a função é

b) Em x=-2 a função é

c) Em x=-3 a função é

d) Em x=0 a função é

e) Em x=0 a função é
Capítulo 2 O Limite 85

5 - Dados os gráficos das duas funções y = f(x) e y = g(x),


respectivamente, determine:

a) Em x=1 a função é

b) Em x=2 a função é

c) Em x=-3 a função é

d) Em x=0 a função é

e) Em x=1,5 a função é

f) Em x=-2 a função é

g) Em x=3 a função é

Respostas dos exercícios propostos

1 – a) –0,525 m/s; –0,009 m/s; 0,151m/s; 0,351 m/s; 0,395


m/s; 0,3995 m/s.

b) Vi(2) = 0,4 m/s.


86 Cálculo I

2 – a) – 2 b) – 2
c) – 2 d) – 2
e) 4 f) 6
g) ∃/ h) 6
i) 2 j) 2
k) 2 l) 2
m) – 3 n) 1
o) p) 0
q) contínua r) descontínua de salto
s) contínua t) descontínua de salto
u) ℜ = reais v) (– ∞,6]

3 – a) 4,6 b) 4,6
c) 4,6 d) 4,6
e) 3 f) 1
g) ∃/ h) 2
i) 4 j) 4
k) 4 l) 3
m) + ∞ n) + ∞
o) + ∞ p)
q) contínua r) descontínua de salto
s) descontínua de ponto ou removível t) descontínua infinita
u) ℜ - {3} v) (– 2 ; ∞)
x) 0 y) ) + ∞
Capítulo 2 O Limite 87

4 – a) 1, , descontínua de ponto ou removível

b) , – 1, descontínua de salto

c) , 3, descontínua de salto

d) +∞, , descontínua infinita

e) – 1, – 1, descontínua de ponto ou removível

5 – a) +∞, , descontinuidade infinita

b) 1, , descontínua de ponto ou removível

c) – ∞, , descontínua infinita

d) 1, 1, contínua

e) , 3, descontínua de salto

f) 3, , descontínua de ponto ou removível

g) 0, 0, contínua
Prof. Áureo Martins2

Capítulo 3

Limites: Propriedades e
Cálculo de limites

ÂÂ
N este capítulo, estudaremos as propriedades dos limi-
tes que serão utilizadas para realização do cálculo
dos limites, bem como discutiremos as técnicas algébricas
para calcular limites de diversas funções.

2 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.


Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 89

Propriedade da substituição direta

Se ƒ for uma função polinomial ou racional e a estiver no do-


mínio de ƒ, então:

Propriedades dos limites de funções

1) O limite de uma constante é a própria constante.


Exemplo: =18

2) O limite da soma é igual à soma dos limites e o limite da


diferença é igual à diferença dos limites.

Exemplo:

3) O limite do produto é igual ao produto dos limites.

Exemplo:
90 Cálculo I

4) O limite de uma constante vezes uma função é igual à cons-


tante vezes o limite da função.

Exemplo:

5) O limite da potência de uma função é igual à potência do


limite da função.

Exemplo:

6) O limite de uma função é igual à raiz do limite da função.

Exemplo:

7) O limite do quociente é igual ao quociente dos limites.


Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 91

Teremos três casos a considerar:

 1º caso: quando ⇒ Substituição Direta

Exemplo: 1)

2)

 2º caso: quando e ⇒ 3
possibilidades (+∞,–∞ ou ).

Para descobrir se o limite é +∞, –∞ ou , temos que estu-


dar os limites laterais, conforme os gráficos a seguir:

DEFINIÇÃO: Seja ƒuma função definida em ambos os la-


dos de a , exceto possivelmente em a. Então:
92 Cálculo I

a) significa que podemos fazer os valores de


ƒ(x) ficarem arbitrariamente grandes (tão grande quanto
quisermos) por meio de uma escolha adequada de x nas
proximidades de a, mas não igual a a.

b) significa que podemos fazer os valores de


ƒ(x) ficarem arbitrariamente grandes, porém negativos, por
meio de uma escolha adequada de a nas proximidades de
a, mas não igual a a.

Exercícios resolvidos

Calcular os limites das funções, se existirem:

1. – 2° CASO

Solução: temos que analisar os limites laterais:

Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes.


Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 93

2. – 2° CASO

Solução: temos que analisar os limites laterais:

Logo, o limite é +∞, pois os limites laterais são iguais.

3. – 2° CASO

Solução: temos que analisar os limites laterais:

Logo, o limite é –∞, pois os limites laterais são iguais.

4. – 2° CASO

Solução: temos que analisar os limites laterais:


94 Cálculo I

Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes.

5. – 2° CASO

Solução: temos que analisar os limites laterais:

Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferntes.

 3º caso: quando e ⇒ Sím-


bolo de Indeterminação

Nada se pode afirmar, a priori, sobre o limite do quociente


das duas funções, pois ele pode assumir qualquer valor real
ou não existir. Exprimimos essa expressão indeterminada dizen-
do que é um Símbolo de Indeterminação. Devemos, então,
fatorar e simplificar a função de tal forma a levantar a indeter-
minação .
Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 95

Observação: existem outras formas de expressões indeter-


minadas, a saber:

Continuação dos exercícios resolvidos


Calcular os limites das funções, se existirem:

6.

Solução: no cálculo desse limite, se simplesmente substitu-


íssemos no lugar de x o valor 1, teríamos ,
que é uma divisão que não faz sentido.

Porém, notamos, por meio de tabelas, que o limite existe e


vale 2.

O que acontece é que essa é uma função que não está de-
terminada nesse ponto (o ponto 1 não pertence ao domí-
nio da função), porém, quando estamos falando em limite,
não estamos interessados no ponto em si, mas, sim, nas
proximidades dele.

Agora, nós nos concentraremos apenas em alguns artifícios


para calcular limites.

Vamos usar o artifício de dividir o polinômio por “(x – a)”,


sendo a o valor que o x tende.
96 Cálculo I

Nesse mesmo exemplo, para valores diferentes de x = 1,


podemos escrever:

Portanto, para aproximar o valor do limite, basta calcular


os valores de x + 1 , para valores de x próximos de 1, ou seja,

Logo, o gráfico da função é igual ao gráfico


da função , isto é, uma reta que corta o eixo das
ordenadas (y) em 1 e tem uma descontinuidade de ponto em
x = 1 e y = 2.

Domínio da função = R − {2} e a imagem da função = R − {2}


Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 97

7. (Símbolo de Indeterminação – 3° caso).

Solução:

Logo, em x = 3 a função tem uma descontinuidade de


ponto, pois ƒ(3) = .

Domínio da função = R − {3} e a imagem da função = R − {6}

8. (Símbolo de Inde-
terminação – 3° caso).

Solução:
98 Cálculo I

Logo, em x = – 2, a função tem uma descontinuidade de


ponto, pois ƒ(2) = .

Domínio da função = R − {− 2} e a imagem da função =


R − {0}

9. (Símbolo de Indetermina-
ção – 3° caso)

Solução: vamos usar o artifício de dividir o polinômio por


“(x – 1)”:
Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 99

Logo, em x =1, a função tem uma descontinuidade de


ponto, pois ƒ(1) = .

Domínio da função = R − {1} e a imagem da função = R − {5}

10. (Símbolo de Inde-


terminação – 3° caso)

Solução: vamos usar o artifício de dividir o polinômio por


“(x – 2)”:

Logo, em x = 2, a função tem uma descontinuidade de


ponto, pois ƒ(2) = .
100 Cálculo I

Domínio da função = R − {2} e a imagem da função = R − {7}

11. Símbolo de Indetermina-


ção – 3° CASO)
Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 101

Domínio da função = R − {5} e a imagem da função = R − {5}

Observação: para casos em que existe uma raiz quadrada


na função e no cálculo do limite, ocorre uma indeterminação
zero dividido por zero, teremos que usar o artifício de multipli-
car o numerador e o denominador da função pelo conjugado
da função que contém a raiz, conforme mostraremos nos exer-
cícios resolvidos de 12 ao 15, a seguir:

12.

Solução: no cálculo desse limite, se simplesmente substitu-


íssemos no lugar de x o valor 25, teríamos
102 Cálculo I

que é uma divisão que não faz sentido (Símbolo de Indetermi-


nação) – 3º caso.

Vamos usar o artifício de multiplicar pelo conjugado da


função que contém a raiz.

Logo:

Multiplicar pelo conjugado

13. (Símbolo de Indetermina-


ção – 3° caso)

14. (Símbolo de Indetermina-

ção – 3° caso)
Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 103

15. (Símbolo de Indeterminação –


3° caso)

Exercícios propostos

Calcule o limite indicado em cada uma das funções, se existirem:

a) b)

c) d)

e) f)
104 Cálculo I

g) h)

i) j)

l) m)

o)
n)

p) q)

r) s)

t)
u)

v)

x² + 1, para x < 2
, calcule e ƒ(2)
w) Sendo f(x) = 2, para x=2
9 − x², para x> 2

x − 1, para x ≤ 3 , calcule e ƒ(3)


x) Sendo f(x) =
3x − 7, para x > 3
Capítulo 3 Limites: Propriedades e Cálculo de limites 105

y) z)

Respostas dos exercícios propostos


a) 5 b) –10 c) 20 d) 6

e) –1 f) 14 g) 3 h) 0

i) – 6 j) 32/21 k) 1 l) 15/2

m) – 1 n) 0 o) 8 p) 0

q) r) + ∞ s) – ∞ t) 0

u) 4,5 v) 1 w) 5 x) 1

y) +∞ z)
Prof. Áureo Martins2

Capítulo 4

Continuidade de
função, Limites infinitos
e assíntotas

ÂÂ
N este capítulo, estudaremos a continuidade de função.
Veremos que os valores de algumas funções variam
continuamente sem interrupções e que os valores de outras
funções podem saltar de maneira imprevisível, independen-
temente do modo como se controlam as variáveis. O limite
fornece uma ideia precisa para verificar esses comporta-
mentos. Após, vamos nos ocupar com o comportamento
de uma função quando x cresce ou decresce sem parar de-
nominado de limites infinitos, isto é, o comportamento final
de uma função quando x aumenta ou diminui sem parar.

2 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.


Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 107

Continuidade de uma função

DEFINIÇÃO: uma função é dita contínua em um número a, se:

Implicitamente, nessa definição, temos que analisar três


situações:

1. ƒ(a) está definido (isto é, a está no domínio de ƒ;

2. existe (só vai existir se os limites laterais


existirem e forem iguais);

3. .

Basicamente, existem três tipos de descontinuidade, a saber:

 Descontinuidade de ponto: ocorre quando o


existe, mas não é igual a ƒ(a). Essa descontinuidade é
chamada de REMOVÍVEL quando é possível fazer o ƒ(a)
igual ao .

 Descontinuidade de salto: ocorre quando ambos os


limites laterais existem, mas não são iguais.

Ocorre uma continuidade lateral quando:

– Continuidade Lateral Esquerda ou

– Continuidade Lateral Direira.


108   Cálculo I

ÂÂDescontinuidade infinita: ocorre limite infinito quando


x tende a “a” por um ou por ambos os lados.

Exercícios resolvidos

1. Observando o gráfico da função, determine:


a) os pontos onde há descontinuidade;

b) o tipo de descontinuidade de cada ponto;

c) onde ocorre continuidade lateral.

Solução:

a) ocorre descontinuidade em x = – 3, 0 e 3.
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 109

b) descontinuidade de ponto ou removível em x = –3, des-


continuidade de salto em x = 0 e descontinuidade infinita em
x = 3.

c) ocorre continuidade lateral esquerda em x = 0.

2. Estude a continuidade da função em x = 1, 3 e 6. Verifique


se é contínua e, se for descontínua, determine o tipo: de
ponto, salto ou infinita. Após, faça o gráfico da função.

x2 – 4, se x < 1
2 – x, se 1 ≤ x < 3
f(x) =
5, se , se 3 ≤ x < 6
x – 1, se x ≥ 6

Em x = 1:

1ª) f(1) = 2 – 1 = 1

2ª) , temos que estudar os limites laterais:

Logo, como os limites laterais são diferentes, o ∃/ .


110 Cálculo I

3ª) lim f ( x) = lim f ( x) = é diferente do f(1) = 1.


x →1
x →3

Portanto, a função é descontínua de salto em x = 1.

Em x = 3:

1ª) f(3) = 5.

2ª) , temos que estudar os limites laterais:

Logo, como os limites laterais são diferentes, o ∃/ .

3ª) ∃/ é diferente do f(3) = 5.

Portanto, a função é descontínua de salto em x = 3.

Em x = 6:
1ª) f(6) = 6 – 1 = 5.

2ª) estudar os limites laterais:


Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 111

Logo, como os limites laterais são iguais, o .

3ª) lim f ( x) = 5 é igual ao f(6) = 5.


x →6

Portanto, a função é contínua em x = 5.

3. Estude a continuidade da função em x = 0 e 2. Verifique


se é contínua e, se for descontínua, determine o tipo: de
ponto, salto ou infinita. Após, faça o gráfico da função.

(x + 2)², se x < 0
3 , se x = 0
f(x) = x + 4, se 0 < x ≤ 2
x − 1, se > 2
2
112 Cálculo I

Em x = 0:

1ª) f(0) = 3.

2ª) , temos que estudar os limites laterais:

Logo, como os limites laterais são iguais, o lim f ( x) = 4 .


x →3

3ª) 4 é diferente do f(0) = 3.

Portanto, a função é descontínua de ponto em x = 0.

Em x = 2:

1ª) f(2) = 2 + 4 = 6.

2ª) estudar os limites laterais:

Logo, como os limites laterais são diferentes, o ∃/ .

3ª) ∃/ é diferente do f(2) = 6.

Portanto, a função é descontínua de salto em x = 2.


Capítulo 4    Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas    113

Exercício proposto

1. Analise o gráfico da função e determine:


a) os pontos de descontinuidade e o tipo de cada um;

b) os limites laterais nos pontos de descontinuidade;

c) onde ocorre continuidade lateral;

d) qual dessas descontinuidades é de ponto (ou removível)


e como deveria a função ser redefinida para torná-la con-
tínua nesse ponto.
114 Cálculo I

Limites Infinitos

Definição: a notação é utilizada para indicar


que os valores de tornam-se tão grandes quanto x .

Limite de uma função polinomial


A função polinomial é a função do tipo:
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 115

Exercícios resolvidos
1. Determinar o limite

Nesse caso, temos a indeterminação do tipo ∞ – ∞. Para


calcular, vamos utilizar um artifício de cálculo, colocando
em evidência o termo de maior grau da função.

Logo, o limite de uma função polinômica quando x → ∞


ou quando x → − ∞ é igual ao limite do termo de maior
grau da função.

Logo:
116 Cálculo I

2. Calcule, se existirem, os limites das funções e mostre, no


gráfico, o que significa:

a)

b)
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 117

c)

Limite da função racional


A função racional é a função do tipo , onde
P(x) e Q(x) são dois polinômios e Q(x) ≠ 0.

Exercício resolvido

Determinar o .

Nesse caso, substituindo x → ∞, teremos a indeterminação


do tipo ∞

Então, vamos dividir o numerador e o denominador por
x e depois aplicar as propriedades de limites juntamente
com o teorema:
118 Cálculo I

 Teorema: Se p é um número qualquer positivo, então:

Teremos

Logo, dado um quociente de polinômios tipo:

O limite do quociente de polinômios quando x → ∞ ou quan-


do x → − ∞ é igual ao limite do termo de maior grau da função
do numerador com o termo de maior grau do denominador.

Logo:
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 119

 1º caso: Quando

 2º caso: Quando

Assíntota Horizontal:
120 Cálculo I

 3º caso: Quando

Assíntota horizontal: y = 0

Observação: quando x → − ∞ tem os mesmo três casos,


só que devemos cuidar do sinal dos coeficientes e da paridade
do expoente.

Exercícios resolvidos

1 - 1º CASO:
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 121

2 - 2º CASO: Assíntota Horizontal: y = 4

3 - 3º CASO: Assíntota Horizontal: y = 0

Para esse caso, existe o seguinte Teorema:

 TEOREMA: se p é um números qualquer positivo, então:

Exercícios resolvidos
1. Calcule, se existirem, os limites abaixo:

a)

b)
122 Cálculo I

c)

2. O custo médio para a produção de livros, somente na cor


preta, de uma Editora é dado pela função custo médio:

a) Calcule e interprete o resultado obtido.

O resultado obtido significa que, quanto maior o número


de livros produzidos, menor será o custo médio para produzi-
-los. Se o número de livros produzidos tender a uma quantida-
de muito alta, o custo médio tende a se tornar constante, no
valor de 15,20.

Já para o custo médio de um livro com 5 cores e com fotos


coloridas é dado pela função custo médio:

b) Calcule e interprete o resultado obtido.


Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 123

O resultado obtido significa que, quanto maior o número


de livros produzidos com 5 cores e com fotos coloridas, menor
será o custo médio para produzi-los. Se o número de livros
produzidos tender a uma quantidade muito alta, o custo médio
tende a se tornar constante, no valor de 24,00.

Assíntotas

Em aplicações práticas, encontramos, com muita frequência,


gráficos que se aproximam de uma reta conforme o valor de x
cresce ou decresce. Essas retas são denominadas de Assínto-
tas. Vamos nos dedicar às assíntotas verticais e horizontais. Em
muitos gráficos de funções, é possível observar mais que um
tipo de assíntota.

 Assíntota vertical: a reta é uma assíntota vertical


do gráfico de uma função se pelo menos uma das asser-
tivas abaixo for verdadeira:

a)

b)

c)

d)
124 Cálculo I

 Assíntota horizontal: a reta é uma assíntota ho-


rizontal quando pelo menos uma das assertivas abaixo
for verdadeira:

a)

b)

Exercícios resolvidos

1. A reta x = 2 é uma assíntota vertical do gráfico da função ,


pois, analisando os limites laterais de 2, teremos:

Nessa mesma função , a reta y = 0 é uma assín-


tota horizontal, pois, analisando os limites infinitos, teremos:
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 125

2. Esboce o gráfico de um exemplo de função ƒ que satis-


faça a todas as condições dadas:

a) , , ,

b) , , ,
,
126 Cálculo I

Exercícios propostos
1. Calcule, se existirem, os limites abaixo:
a)

b)

c)

d)
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 127

2. Calcule, se existirem, os limites abaixo:


a) b)

c) d)

e)

3. Calcule os limites, se existirem:


a) b)

c) d)

e) f)

g) h)

i) j)
128 Cálculo I

4. Construa o gráfico da função:

Faça o gráfico e responda:

a) b)

c) d)

e) f)

g) h)

i) j)
Capítulo 4 Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas 129

5. Determine os seguintes limites:


a) b)

c) d)

e) f)

6. O custo médio por disco que uma Companhia de Manaus


tem ao fabricar x Cds de áudio é dado pela função do
custo médio .

Calcule e interprete o resultado obtido.

7. Observe o gráfico e diga:


130 Cálculo I

a) = b) =

c) = d) =

e) = f) =

g) = h) =

8. Esboce um gráfico de uma função que satisfaça todas as


seguintes condições: o limite da função quando x tende a
3 pela direita é 4; o limite da função quando x tende a 3
pela esquerda é 2; f(3) = 3; o limite da função quando x
tende a –2 é 2; f(– 2) = – 3; o limite da função quando
x tende a 6 é +∞; f(6) =Đ; o limite da função quando x
tende a menos infinito é mais infinito e o limite da função
quando x tende a mais infinito é zero.

9. Esboce o gráfico da função, determinando o domínio e a


imagem:

x + 1, se x ≤ 0
f(x) = x² − 1, se 0 < x ≤ 3
x + 1, se x > 3

10. Esboce o gráfico da função, determinando o domínio e


a imagem:

x, se x ≤ 0
f(x) = x², se 0 < x ≤ 2
8 − x, se x > 2
Capítulo 4    Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas    131

Respostas dos exercícios propostos


1– a) 0 b) 2 c) ∞ d) 28

2– a) 0 b) ∞ c) ∞ d) 0

e) 0

3 – a) 15 b) –1 c) 0 d) +∞

e) 2/7 f) ∃/ g) 1/4 h) 0

i) +∞ j) 4

4 – a) –1 b) –1 c) –1 d) 0
e) 4 f) 1 g) ∃/ h) 1
i) 3 j) 1

5 – a) 1 b) 12 c) ∃/ d) 1/6
e) 4,5 f) 0

6 – 2,24

7 – a) 2 b) 4 c) ∃/ d) 3
e) 4 f) 6 g) ∃/ h) 5
132   Cálculo I

8–

9–
Capítulo 4    Continuidade de função, Limites infinitos e assíntotas    133

10 –
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 5

A derivada

ÂÂ
N o capítulo 2, vimos como encontrar uma equação
para a reta tangente a uma curva, usando intuitiva-
mente a noção de limite. Agora, veremos a definição pre-
cisa de reta tangente a uma curva y = f(x) em um ponto
P(a, f(a)).

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


Capítulo 5 A derivada 135

Reta tangente a uma curva

Para determinarmos a inclinação da reta que tangencia uma


curva num ponto P(a, f(a)) devemos considerar um ponto Q(x,
f(x)) na curva que seja distinto de P e calcularmos a inclinação
da reta que passa por P e Q, chamada de reta secante s (ver
Figura 1).

A inclinação da reta secante s coincide com a tangen-


te do ângulo α que possui vértice em P, no triângulo retângulo
QPR da Figura 1. Então, .

Se fizermos o ponto Q se aproximar do ponto P, deslocan-


do-se sobre o gráfico e passando pelos pontos Q1, Q2, Q3,
Q4 e assim por diante, ficando mais e mais próximo do ponto
P, a reta secante s que passa pelos pontos P e Q vai “girando”
(com o ponto P fixo), tendendo a se tornar a reta tangente no
ponto P do gráfico (veja novamente na Figura 1). Em conse-
quência, a inclinação da reta secante tende a se tornar a
inclinação da reta tangente.
136   Cálculo I

Figura 1

Veja que durante o deslocamento do ponto Q para o ponto


P, as abscissas x, x1, x2, x3, x4, ... dos pontos Q1, Q2, Q3, Q4,
... se aproximam de a, com ∆x tendendo a zero (∆x → 0) , ao
mesmo tempo em que ∆y também tende a zero (∆y → 0) .

Definição

Suponhamos que a pertença ao domínio da função f. A reta tan-


gente à curva y = ƒ(x) no ponto P(a, f(a)) é a reta de equação

onde

(inclinação da reta tangente) (1)

sempre que esse limite existir.


Capítulo 5   A derivada   137

Há outra expressão para a inclinação da reta tangente,


muito utilizada. Essa expressão é obtida quando chamamos
∆x de h, ou seja, ∆x = h. No gráfico da Figura 1, vemos, no
eixo x, que ∆x = x − a. Então, podemos escrever que h =
x − a ou que x = a + h. Substituindo na equação (1) acima,
ficamos com:

Interpretação geométrica da derivada

A derivada de uma função num número a é a inclinação da


reta tangente que passa pelo ponto (a, f (a)), ou seja, a deriva-
da de uma função f (x) em um número a é dada por:

ou (2)

e escrevemos: derivada da função no ponto a =

Então, quando calculamos a inclinação da reta tangente a


um ponto a de uma curva, estamos calculando a derivada da
função naquele ponto a.

Pra representar a derivada da função em um ponto a,


escrevemos: ƒ'(a). Então:

ou

OBS.: Quando calculamos a inclinação da reta secan-


te, que passa por dois pontos, estamos calculando uma taxa
138 Cálculo I

de variação média e quando calculamos a inclinação da reta


tangente em um ponto, estamos calculando uma taxa de va-
riação instantânea.

Logo, calcular a derivada em um ponto é calcular a incli-


nação da reta tangente naquele ponto e também a taxa de
variação instantânea da função naquele ponto.

Interpretação cinemática da derivada

Suponha um objeto movendo-se sobre uma linha reta de acor-


do com a equação s = ƒ(t), onde s é o deslocamento do ob-
jeto a partir da origem do instante t. A função ƒ que descreve
o movimento é chamada função posição do objeto. No inter-
valo de tempo entre t = a e t = a +h, a variação na posição
será de ƒ(a + h) − ƒ(a). A velocidade média nesse intervalo é:

Que é exatamente a inclinação da reta secante PQ na Fi-


gura 1.

Suponha que a velocidade média seja calculada em inter-


valos cada vez menores [a,a + h]. Em outras palavras, fazen-
do h tender a zero, como foi feito nos exercícios resolvidos 1
e 2 do Capítulo 2. Com isso, a reta secante tende a se tornar
a reta tangente no ponto a e a velocidade média tende a se
tornar a velocidade instantânea no ponto a.
Capítulo 5 A derivada 139

Então a expressão da inclinação da reta tangente calcula a


velocidade instantânea no ponto a:

Isso significa que a velocidade no instante t = a é igual


à inclinação da reta tangente em P, ou seja, é a derivada da
função posição nesse instante. Em símbolos, temos:

OBS.: quando calculamos a velocidade média entre dois


pontos, é como se estivéssemos calculando a inclinação da
reta secante que passa por esses dois pontos ou a taxa de
variação média da posição em função do tempo; quando cal-
culamos a velocidade instantânea num certo instante, é com se
estivéssemos calculando a inclinação da reta tangente nesse
ponto, ou a taxa de variação instantânea da posição em fun-
ção do tempo.

Exercícios resolvidos

1. Calcule a derivada da função f(x) = 4x + 3, no ponto onde


x = 2. Dê o significado do resultado obtido.
Resolução: vamos calcular a derivada utilizando as duas
expressões vistas anteriormente.
140 Cálculo I

1º) Utilizando a expressão :

Queremos a derivada no ponto onde x = 2 (logo, a = 2).


Após substituirmos a por 2 na expressão, vamos calcular o
limite. O resultado do limite é a derivada no ponto x = 2:

Logo, a derivada é igual a 4.

2º) Utilizando a expressão


Capítulo 5 A derivada 141

Logo, a derivada é igual a 4.

Esse resultado é a inclinação da reta tangente ao gráfico


da função f(x) = 4x + 3, no ponto onde x = 2.

Veja que a função é de uma reta e a derivada é exatamente


o coeficiente angular da reta.

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função


ƒ(x) = x² − 5x + 2, no ponto onde x = 3. Construa os
gráficos dos resultados num mesmo sistema de eixos.
Resolução: vamos utilizar a expressão
para calcular a inclinação da reta tangente.

Sabemos que a = 3. Então vamos, antes de usar o limite


acima, calcular ƒ(a + h) e ƒ(a):
142 Cálculo I

A reta é tangente no ponto P(3, – 4).

Substituindo esses resultados no limite, temos:

Então, a inclinação da reta tangente = 1.

Agora, vamos utilizar a expressão y − ƒ(a) = (x − a)


para calcular a equação da reta tangente:
Capítulo 5 A derivada 143

Gráficos:

3. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função


ƒ(x) = √x, no ponto P de abscissa igual a 1. Construa os
gráficos dos resultados num mesmo sistema de eixos.
Resolução: nesse caso, temos a = 1.

Calculando f(1), temos:


144 Cálculo I

O ponto P tem coordenadas P(1, 1)

Calculando ƒ(a + h):

Então, calculando a derivada (inclinação da reta tangente),


substituindo no limite:

Se substituirmos h por 1 no limite, teremos a forma indeter-


minada 0/0. Então vamos racionalizar o numerador para evi-
tarmos a indeterminação (veja no capítulo sobre o cálculo de
limites como foram resolvidos esses casos de indeterminação):
Capítulo 5 A derivada 145

Então, a inclinação da reta tangente = ½.

Agora, vamos utilizar a expressão y − ƒ(a) = (x − a)


para calcular a equação da reta tangente:
146 Cálculo I

Gráficos:

4. Um móvel se movimenta conforme a equação da posição


, em unidades do Sistema Internacional.
Calcule sua velocidade nos instantes t = 1 segundo e t =
3 segundos.
Resolução: como vimos na interpretação cinemática da de-
rivada, quando temos a equação da posição, a sua derivada
nos dá a velocidade instantânea. Como queremos a velocida-
de nos instantes (instantâneas) 1 segundo e 3 segundos, basta
calcularmos a derivada nesses instantes.

1º) Quando t = 1 segundo: nesse caso, temos a = 1.


Capítulo 5 A derivada 147

Substituindo no limite:

Logo, a velocidade no instante t = 1 segundo é v = – 2 m/s.

Faça uma pesquisa para verificar o que significa uma velo-


cidade negativa.

2º) Quando t = 3 segundos: nesse caso, temos a = 3.


148 Cálculo I

Substituindo no limite:

Logo, a velocidade no instante t = 3 segundos é v = 10 m/s.

5. O custo para fabricar x unidades de um produto é dado


pela função custo , em reais. Cal-
cule a taxa de variação do custo no instante em que são
produzidas 30 unidades, 50 unidades e 80 unidades.
Resolução: estas taxas são calculadas pela derivada nos
pontos a = 30, a = 50 e a = 80.
Capítulo 5 A derivada 149

1º) Quando a = 30 unidades

Substituindo no limite:

A taxa de variação do custo é igual a – 40 reais/unidade.


Isso significa que, no instante em que são produzidas 30 uni-
dades do produto, o custo está variando – 40 reais por unida-
150 Cálculo I

de, isto é, se aumentar uma unidade na produção (passar para


31 unidades), o custo diminuirá aproximadamente 40 reais.

2º) Quando a = 50 unidades

Substituindo no limite:

A taxa de variação do custo é nula. Isso significa que, no


instante em que são produzidas 50 unidades do produto, o
custo não está variando, isto é, não aumenta nem diminui.
Capítulo 5 A derivada 151

3º) Quando a = 80 unidades

Substituindo no limite:

A taxa de variação do custo é igual a 60 reais/unidade.


Isso significa que, no instante em que são produzidas 80 uni-
dades do produto, o custo está variando 60 reais por unidade,
isto é, se aumentar uma unidade na produção (passar para 81
unidades), o custo aumentará aproximadamente 60 reais.
152 Cálculo I

Exercícios propostos
1. Dada a função , calcule a derivada nos
pontos onde x = – 4, x = 0 e x = 6.

2. Determine as equações das retas tangentes ao gráfico da


função nos pontos onde x = 0 e onde x = 1.
Construa os gráficos num mesmo sistema de eixos.

3. A posição de um móvel varia de acordo com a função


Calcule a velocidade instantânea nos ins-
tantes t = 5 segundos, t = 10 segundos e t = 12 segun-
dos. Unidades no SI.

Respostas dos exercícios propostos


1. ƒ'(−4) = −37 ƒ'(0) = 3 ƒ'(6) = 63

2. Onde x = 0, a equação da reta tangente é y = – 4.


Onde x = 1, a equação da reta tangente é y = 2x – 5.

Gráficos:
Capítulo 5 A derivada 153

3. v(5) = 10 m/s v(10) = 0 v(12) = – 4 m/s

A derivada de uma função

Vimos que a derivada de uma função f, num ponto onde x =


a é definida e calculada pela expressão:

Se fizermos o valor de a variar, então podemos substituir a


pela variável x na definição acima. Então:
154 Cálculo I

A função ƒ' definida por:

É chamada derivada de f em relação à x. O domínio


de ƒ' é formado pelos x do domínio de ƒ para os quais
existe o limite.

Para qualquer número x para o qual esse limite existe, é


atribuído o número ƒ'(x).

Podemos, então, considerar ƒ'(x) como uma nova função,


chamada de função derivada de f.

A função derivada calcula a inclinação da reta tangente ou


a taxa de variação instantânea da função num ponto P(x, f(x)).

Se usarmos a notação para a função como y = ƒ(x) para


indicar que a variável independente é x enquanto que y é a
variável dependente, então podemos usar como notação da
derivada qualquer uma das notações a seguir:
Capítulo 5 A derivada 155

Exercícios resolvidos
1. Calcule a função derivada (ou simplesmente a derivada) da
função f(x) = 4x + 3, usando a definição.
Resolução: a definição a ser usada para calcular é dada
pela expressão .

Então, calculando antes

Substituindo no limite:

Logo, a derivada da função f(x) = 4x + 3 é a função


f’(x) = 4.
156 Cálculo I

2. Um móvel se movimenta conforme a equação da posição


s(t) = 3t2 – 8t + 3, em unidades do Sistema Internacional.
Calcule sua velocidade nos instantes t = 1 segundo e t =
3 segundos.
Resolução: veja que esse exercício é o mesmo exercício
resolvido número 4.

Vamos aplicar a definição para calcular a função derivada,


que é a função da velocidade.

Essa função da velocidade servirá para calcularmos a velo-


cidade no instante que desejarmos.

Substituindo no limite:
Capítulo 5 A derivada 157

Utilizamos, agora, essa equação para calcular a velocida-


de nos instantes pedidos:

• Para t = 1 segundo: Veja que obtemos os mesmos


v(1) = 6.1 – 8 resultados.A diferença é que usa-
mos apenas uma vez a definição,
v(1) = 6 – 8 para calcular a função derivada
v(1) = -2 m/s (que é a função da velocidade).
158 Cálculo I

• Para t = 3 segundos:

v(3) = 6.3 – 8 Depois foi só substituir


v(3) = 18 – 8 cada instante na função.

v(3) = 10 m/s

3. Calcule a taxa de variação da função


quando x = – 3, x = 0 e x = 2.
Resolução: primeiro vamos calcular a função derivada
usando a definição ,

Calculando antes:

Substituindo no limite:
Capítulo 5 A derivada 159

Essa função derivada calcula a taxa de variação instantâ-


nea para cada valor de x.

Então, calculando para os valores pedidos:

Para x = – 3: Para x = – 1: Para x = 2:

f’(– 3) = 4.( – 3) + 4 f’(– 1) = 4.(– 1) + 4 f’(2) = 4.2 + 4

f’(– 3) = – 12 + 4 f’(0) = – 4 + 4 f’(2) = 8 + 4

f’(– 3) = – 8 f’(0) = 0 f’(2) = 12

4. Construa os gráficos das funções f(x) e f’(x) do exemplo an-


terior num mesmo sistema de eixos cartesianos.
160 Cálculo I

Resolução: veja que a função ƒ(x) = 2x² + 4x – 1 é do se-


gundo grau. Portanto, o seu gráfico é uma parábola. A função
ƒ'(x) = 4x + 4 é do primeiro grau. Seu gráfico é uma reta:

Definição: Uma função f é derivável ou diferenciável num


ponto onde x = a, se a sua derivada existir, isto é, se f’(a) exis-
tir. É derivável ou diferenciável em um intervalo aberto (a, b),
ou (a, ∞), ou (–∞, a), ou (–∞, ∞), se a derivada existir em cada
ponto do intervalo.

Exemplo: a função ƒ(x) = |x| é definida para qualquer nú-


mero real. E a sua função derivada, é definida para qualquer
número real, isto é, a função é diferenciável para qualquer
número real?

Já sabemos que essa função pode ser escrita na forma:


Capítulo 5 A derivada 161

Vamos analisar cada caso:

 1º) Se x > 0:

Então |x| = |x|. Escolhendo h suficientemente pequeno


para que x + h > 0, então |x+h| = x + h. Logo:

Como o limite existe, f é diferenciável para qualquer x > 0.

 2º) Se x < 0:

Então|x| = – x. Escolhendo h suficientemente pequeno


para que x + h < 0, então |x+h| = –(x+h). Logo:

Como o limite existe, f é diferenciável para qualquer x > 0.

 3º) Se x = 0:

Temos que verificar o limite:


162 Cálculo I

(se existir)

Para verificar esse limite, vamos calcular os limites laterais:

Como os limites laterais são diferentes, f’(0) não existe.

Portanto, a função ƒ(x) = |x| é diferenciável para todo


valor de x real, exceto em 0.

A função f’(x) pode ser escrita na forma:

Os gráficos de f(x) e f’(x) estão indicados a seguir:


Capítulo 5 A derivada 163

Gráfico da função: ƒ(x) = |x|

Gráfico da função:

As funções se que comportam como a função ƒ(x) = |x|,


isto é, possuem um “bico”, ou uma “dobra”, ou uma “quina”,
não são deriváveis desses pontos, pois o gráfico não possui
tangente nesses pontos.
164 Cálculo I

Teorema: se uma função for diferen-


ciável em a, então ela é contínua em a.

A recíproca desse teorema não é verdadeira. Veja que a


função do exemplo anterior, ƒ(x) = |x|, é contínua no ponto
onde x = 0, mas não é diferenciável em x = 0.

A seguir, temos alguns exemplos de gráficos onde a função


não é diferenciável no ponto x = a:

(a) Nesse caso, temos uma “quina” em x = 3. A função não possui


derivada nesse ponto.
Capítulo 5 A derivada 165

(b) Nesse caso, a função não é contínua em x = 2. A função não


possui derivada nesse ponto.

(c) Nesse caso, a função possui uma reta tangente vertical em x =


3. A função não possui derivada nesse ponto, pois a reta vertical não é
uma função.

Exercícios propostos
1. Calcule a função derivada de cada função a seguir, usando
a definição: :
166 Cálculo I

a)

b)

c)

d)

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função


ƒ(x) = x³, no ponto P onde x = 1. Construa os gráficos
num mesmo sistema de eixos.

3. Dado o gráfico a seguir, indique os pontos onde a função


correspondente não é diferenciável:
Capítulo 5 A derivada 167

Respostas dos exercícios propostos


1. a) b)

c) d)

2. Reta tangente:

Gráficos:

3. Não é diferenciável nos pontos onde x = – 3 (ali a função não


é contínua) e no ponto onde x = 2 (ali temos uma “quina”).
Leomir Joel Schweig1

Capítulo 6

Regras de derivação

Â
N o capítulo anterior, vimos a definição da derivada num
ponto e seu significado geométrico e cinemático. Vi-
mos, também, como podemos calcular a derivada de uma
função utilizando a definição: . Se
usarmos sempre essa fórmula da definição para calcular a
derivada das funções, o cálculo pode se tornar trabalho-
so e, às vezes, tedioso. Neste capítulo, veremos algumas
regras para o cálculo da derivada das funções, sem usar
a definição. Essas regras nos facilitam o cálculo da deri-
vada. É importante saber que todas as regras podem ser
demonstradas utilizando a definição. Portanto, as regras
são os resultados da aplicação da definição, para utilizar-
mos de modo direto. Vamos também utilizar essas regras
para resolver problemas de taxa de variação.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


Capítulo 6 Regras de derivação 169

Tabela das regras de derivação

A seguir, é dada uma tabela das regras de derivação de algu-


mas funções simples:

 Derivada de uma função constante

 Regra da potência

Se n for um número real qualquer

O tipo mais simples de função potência é ƒ(x) = x, onde


ƒ'(x) = 1

 Regra do múltiplo constante

Se ƒ for diferenciável e c uma constante real


170 Cálculo I

 Regra da soma

Se ƒ e g forem ambas diferenciáveis, então

 Regra da diferença

Se ƒ e g forem ambas diferenciáveis, então

 Regra do produto

Se ƒ e g forem ambas diferenciáveis, então

Ou
Capítulo 6 Regras de derivação 171

 Regra do quociente

Se ƒ e g forem ambas diferenciáveis, então

Ou

 Derivada das funções trigonométricas

1)

2)

3)

4)

5)
172 Cálculo I

6)

 Derivada da função exponencial

 Derivada da função exponencial natural

 Derivada da função logarítmica

ou

 Derivada da função logarítmica natural

Como foi dito no início deste capítulo, os resultados des-


sas regras são obtidos aplicando a definição da derivada, em
cada função.

Para ilustrar, vamos utilizar a definição para demonstrar três


das regras acima:
Capítulo 6 Regras de derivação 173

1. Demonstração da regra da derivada da função constante.


Na tabela, vemos que . Vamos demonstrar que
isso é verdadeiro.

A função é constante: ƒ(x) = c

Então, ƒ(x + h) = c

Substituindo no limite (definição):

Sabemos que a derivada calcula a taxa de variação de uma


função. Como a função ƒ(x) = c é uma função constante,
é claro que a sua taxa de variação (ou a derivada) é nula.

2. Demonstração da regra da derivada da função potência.


Na tabela, vemos que , para qualquer n
real. Vamos demonstrar que isso é verdadeiro.

A função: ƒ(x) = xn

Então, ƒ(x + h) = (x + h)n


174 Cálculo I

Substituindo no limite (definição):

A potência (x + h)n pode ser desenvolvida utilizando o de-


senvolvimento do binômio de Newton:

Logo:

3. Demonstração da regra da derivada da função seno.


Na tabela, vemos que . Vamos demons-
trar que isso é verdadeiro.

A função:
Capítulo 6 Regras de derivação 175

Então,

Substituindo no limite (definição):

Da trigonometria, sabemos que:

Substituindo no limite:

Como é uma constante, então: e


.
176 Cálculo I

E também: e .

Temos:

Veja que, mesmo para essas funções simples, a aplicação


da definição é trabalhosa.

Portanto, a partir de agora, vamos utilizar essas regras para


calcular a derivada de funções, a não ser os casos onde for
solicitada a definição.

Exercícios resolvidos
1. Calcule a derivada de cada função:
 Utilizando a derivada da função constante:

a) b)

c) d)
Capítulo 6 Regras de derivação 177

e)

 Utilizando a regra da potência:

a) b)

c) d)

e) f)
178 Cálculo I

g)

 Utilizando a regra do múltiplo constante:

a) → →

b) →

c) →
Capítulo 6 Regras de derivação 179

 Utilizando as regras da soma e da diferença:

Observe que utilizamos outras regras junto, principalmente


a regra da potência.

a) →

b) →

c)

Preparando a função, na forma de potência, para


aplicar a regra, temos:

Agora, derivamos:

Procuramos não deixar com expoente negativo e


fracionário. Então, a resposta final fica:

d)
180 Cálculo I

Preparando a função, na forma de potência, para


aplicar a regra, temos:

Agora, derivamos:

Ajeitando a resposta, fica:

 Utilizando a regra do produto:

a)

Vamos chamar:

Substituindo na regra:

Resolvendo as operações:
Capítulo 6 Regras de derivação 181

b)

Vamos chamar:

Substituindo na regra:

Resolvendo as operações:

 Utilizando a regra do quociente:

a)

Vamos chamar: ƒ(x) = 4x + 3 e g(x) = x – 1

Substituindo na regra:
182 Cálculo I

Resolvendo as operações:

b)

Vamos chamar: ƒ(x) = x³ – 2x + 1 e g(x) = x² + 2

Substituindo na regra:

Resolvendo as operações:
Capítulo 6 Regras de derivação 183

 Utilizando a regra função exponencial:

a) b)

 Utilizando a regra da função logarítmica:

a) b)

 Utilizando várias regras na mesma função:

a)

Primeiro, devemos preparar cada termo para aplicar a re-


gra correspondente:

Aplicando a regra correspondente em cada termo, temos:


184 Cálculo I

Ajeitando a resposta (não deixar com expoente negativo e


fracionário), fica:

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função


no ponto x = 0.

Resolução: o ponto considerado é onde x = 0. Então:

Logo, a reta tangencia o


gráfico no ponto P(0, 0)

A inclinação da reta tangente é dada pela derivada da fun-


ção no ponto considerado (x = 0). Logo:

A derivada da função é:
Capítulo 6 Regras de derivação 185

Utilizando a expressão y – ƒ(a) = mtg (x – a) para calcular a


equação da reta tangente:

(note que a = 0)

3. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função


no ponto onde x = 8.
Resolução: o ponto considerado é: P(8, 2)

Equação da reta tangente:


186 Cálculo I

4. Calcule a taxa de variação instantânea da função


no ponto onde x = 2.
Resolução: a taxa de variação instantânea é dada pela de-
rivada. Então:

ƒ'(x) = 6x – 5

Taxa de variação: ƒ'(2) = 6.2 – 5 = 7

Isto significa que no ponto x = 2 a função f(x) está variando


7 unidades para cada variação de 1 unidade para x.

5. A função posição de um móvel é dada por


onde s é medido em metros e t em segundos.

a) Determine as equações da velocidade e da aceleração.

b) Calcule a velocidade e a aceleração nos instantes t = 1


s e t = 3 s.
Capítulo 6 Regras de derivação 187

c) Calcule os instantes em que a velocidade é nula.

Resolução:

a)

A equação da velocidade é dada pela derivada da posição


(taxa de variação da posição em função do tempo). Logo:

A equação da aceleração é dada pela derivada da ve-


locidade (taxa de variação da velocidade em função do
tempo). Logo:

b) Velocidade e aceleração no instante t = 1 s.

Basta substituir nas equações correspondentes:

Velocidade e aceleração no instante t = 3 s:


188 Cálculo I

c) Velocidade nula:

6. O crescimento populacional de uma população de bacté-


rias é dado pela fórmula ƒ(t) = 400et. Qual a função que
expressa a taxa de variação instantânea dessa população?
Resolução: a taxa de variação é dada pela derivada da
função. Logo

Exercícios propostos

1. Calcule a derivada de cada função a seguir:


a)
Capítulo 6 Regras de derivação 189

b)

c)

d)

e)

f)

g)

2. Calcule a equação da reta tangente ao gráfico da função,


no ponto indicado:
a) , em x = 4

b) , em x = 2

c) , em x = 3

d) , em x = 1

e) , em x = 1

f) , em x = 4

3. Calcule a derivada da função ƒ(x) = 5x² – 6x + 2 no ponto


onde x = 2.

4. Calcule a taxa de variação instantânea da função ƒ(x) =


x² – 6 quando x = 7.
190 Cálculo I

5. O volume de um cone circular reto é , onde r é


o raio da base e h é a altura.
a) Encontre a taxa de variação do volume em relação à
altura se o raio for mantido constante.

b) Encontre a taxa de variação do volume em relação ao


raio se a altura for mantida constante.

6. Se uma bola for empurrada ladeira abaixo, sobre um pla-


no inclinado, a uma velocidade inicial de 5 m/s, a dis-
tância que ela terá rolado, após t segundos, será dada
por s = 5t + 3t².
a) Determine a sua velocidade após 2 s.

b) Quão longe ela estará do ponto de partida quando sua


velocidade atingir 35 m/s?

7. Se uma bola for atirada verticalmente para cima com uma


velocidade de 24,5 m/s, então sua altura depois de t se-
gundos é s = 24,5t – 4,9t².
a) Qual a altura máxima atingida pela bola?

b) Qual a velocidade da bola quando estiver 29,4 m acima


do solo na subida? E na descida?
Capítulo 6 Regras de derivação 191

Respostas dos exercícios propostos


1. a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

2. a)

b)

c)

d)

e)

f)

3.

4.

5. a) b)

6. a) b)

7. a)

b) (para cima) e (para baixo)


Leomir Joel Schweig1

Capítulo 7

Regra da Cadeia

Â
Q uanto vale a derivada da função
As regras que vimos no capítulo anterior não nos
?

permitem calcular essa derivada. O que acontece, é que,


na verdade, possuímos duas funções que formam uma
única. Essa única função é chamada de função composta.
Consideremos ƒ(x) = x³ e g(x) = x4 + 5 .
A função y = (x4 + 5)³ é uma função composta entre
as funções ƒ(x) e g(x), que é escrita na forma , ou
.
Geralmente, chamamos o argumento da função de .
Com isso, ficamos com , onde .
Desta maneira, poderemos analisar melhor uma das mais
importantes regras de diferenciação, que é a famosa re-
gra da cadeia.

1 Mestre, Professor da Universidade Luterana do Brasil.


Capítulo 7 Regra da Cadeia 193

Definição

Se e forem diferenciáveis e for uma função


composta definida por F(x) = ƒ(g(x)), então F é diferenciável e
F' é dada pelo produto:

F'(x) = ƒ'(g(x)).g'(x)

Se e forem duas funções diferenciá-


veis, então podemos escrever a regra da cadeia de forma
mais simples:

Leibnitz escreveu a regra da cadeia da seguinte maneira:

, onde:

indica a derivada da função em relação à variável x.

indica a derivada da função y em relação á variável u.

indica a derivada da função u em relação á variável x.


194 Cálculo I

Exercícios resolvidos

1. Derivar as seguintes funções:

a) y = (x4 + 5)3

Fazendo e , temos:

e vamos substituir
na regra da cadeia:

ou

Fazendo a substituição:

Realizando os produtos:

que é a derivada da função dada.

b)

Fazendo:
Capítulo 7 Regra da Cadeia 195

Aplicando a regra da cadeia:

Fazendo a substituição:

que é a derivada da função dada.

Obs.: nesse caso não há necessidade de desenvolver a po-


tência .

c)

Escrevendo a função na forma de potência:

Fazendo:

Aplicando a regra da cadeia:


196 Cálculo I

Fazendo a substituição:

Simplificando:

que é a derivada da função dada.

d)

Fazendo:

Aplicando a regra da cadeia:

Fazendo a substituição:

que é a derivada da função dada.


Capítulo 7 Regra da Cadeia 197

e)

Fazendo:

Aplicando a regra da cadeia:

Fazendo a substituição:

que é a derivada da função dada.

f)

Fazendo:

Aplicando a regra da cadeia:


198 Cálculo I

Fazendo a substituição:

que é a derivada da função dada.

Observe que, na resolução dos exemplos, sempre procu-


ramos a função argumento g(x) que chamamos de u. Com
isso, obtemos a função dada como uma função de uma nova
variável u.

Assim, a função fica simples e então aplicamos as regras


estudadas no Capítulo 6.

Na tabela a seguir, são dadas as mesmas regras de deri-


vação estudadas no Capítulo 6, mas adaptadas para funções
compostas, onde é aplicada a regra da cadeia. Com isso, po-
demos dizer que as regras do Capítulo 6 são regras particula-
res da forma mais geral das funções compostas.

TABELA – Derivadas, Integrais e


Identidades Trigonométricas

 Derivadas: sejam e funções deriváveis de x e n


constante.

1.

2.

3.
Capítulo 7 Regra da Cadeia 199

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

13.

14.

15.

16.

17.

18.

19.
200 Cálculo I

20.

Exercícios propostos
1. Calcule a derivada de cada função:

a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)

j)

k)

l)
Capítulo 7 Regra da Cadeia 201

m)

n)

o)

p)

q)

r)

s)

t)

u)

v)

w)

x)

y)

2. Derive as funções:

a)

b)

c)

d)

e)
202 Cálculo I

f)

g)

h)

i)

j)

k)

l)

m)

3. Calcule a derivada de cada função:

a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)
Capítulo 7 Regra da Cadeia 203

h)

i)

j)

Respostas dos exercícios propostos


1. a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)

j)
204 Cálculo I

k)

l)

m)

n)

o)

p)

q)

r)

s)

t)

u)

v)

w)

x)
Capítulo 7 Regra da Cadeia 205

y)

2. a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)

j)

k)

l)

m)
206 Cálculo I

3. a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)

j)
Janor Araujo Bastos1

Capítulo 8

Pontos de máximo e de
mínimo

ÂÂ
N este capítulo, estudaremos os pontos onde uma função
atinge seu maior e seu menor valor, bem como os pon-
tos onde a mesma muda sua concavidade. Esses pontos
são chamados de pontos críticos e pontos extremos.

1 Especialista em Matemática Aplicada e Mestre em Engenharia Elétrica.


208 Cálculo I

Definições e Teoremas

DEFINIÇÃO: uma função tem um máximo absoluto (ou má-


ximo global) em se para todo em , onde
é o domínio de ƒ. O número é chamado de valor
máximo de ƒ em . Analogamente, ƒ tem um mínimo ab-
soluto em se para todo em e o número
é chamado de valor mínimo de ƒ em . Os valores
máximos e mínimos de ƒ são chamados de valores extremos
de ƒ. Observe o gráfico da função abaixo definida por ƒ(x)
= 3x4 – 16x³ + 18x², –1 ≤ x ≤ 4. Nesse intervalo, a função
atinge o maior valor (37) em x = – 1 e o menor valor (– 27)
em x = 3. Dizemos que a função tem máximo absoluto em x
= – 1 e o mínimo absoluto em x = 3.

DEFINIÇÃO: uma função tem um máximo local (ou má-


ximo relativo) em se quando estiver numa
proximidade de . Isso significa que para todo
em um intervalo aberto contendo . Analogamente ƒ tem
Capítulo 8 Pontos de máximo e de mínimo 209

um mínimo local em se quando estiver nas


proximidades de .

Obsevando o gráfico, percebemos que a função tem um


máximo local em x = 1, onde tem um pico, e dois mínimos lo-
cais, um em x = 0 e outro em x = 3, onde existem depressões.

 Teorema do Valor Extremo: se ƒ for contínua em um


intervalo fechado [a,b], então ƒ assume um valor máxi-
mo absoluto e um valor mínimo absoluto em
algum número e em [a,b].

 Teorema de Fermat: se ƒ tiver um ponto de máximo


ou mínimo local em , e existir, então .

Definição: um número crítico em uma função ƒ é um


número no domínio de ƒ onde ou ou
não existe.

Se ƒ tiver um máximo ou mínimo local em , então c é um


número crítico de ƒ.

Exemplo 1: Encontre os pontos críticos das funções abaixo:


a)

Solução:

Devemos derivar a função e encontrar os valores


de x para os quais a derivada é igual a zero. Isto é,
as raízes da função derivada.
210 Cálculo I

Fazendo para encontrar as raízes de


, temos:

A função tem um ponto crítico x = 1

b)

Solução:

As raízes dessa função são x1 = – 2


e x2 = 1

Então os pontos críticos são x1 = – 2 e x2 = 1.

Como as derivadas afetam os gráficos

Lembrando que a derivada primeira nos dá a taxa de variação,


o que podemos dizer sobre a função sabendo que sua taxa de
variação em determinado ponto é positiva?
Capítulo 8    Pontos de máximo e de mínimo    211

Condição de crescimento ou decrescimento

a) Se ƒ'( ) > 0 sobre um intervalo, então ƒ é crescente nele.

b) Se ƒ'( ) < 0 sobre um intervalo, então ƒ é decrescente nele.

Exemplo 2: No exercício 1b) acima, você encontrou como pon-


tos críticos x = – 2 e x = 1. Utilize a derivada da função
para deduzir se nos intervalos limitados pelos pontos críticos
x = – 2 e x = 1, a função é crescente ou decrescente.
Solução:

Os intervalos são (–∞; –2), (–2; 1) e (1; ∞). De-


vemos verificar o sinal da função derivada em
cada intervalo.

Tomamos um ponto no intervalo (–∞; –2), x = –3,


por exemplo.

f’(– 3) = (– 3)2 + (– 3) – 2 = 4 > 0 (tem sinal po-


sitivo), então a função é crescente nesse intervalo.

Para o intervalo (– 2; 1), tomemos x = 0.

f’(0) = 02+ 0 – 2 = – 2 < 0, (tem sinal negativo),


então a função é decrescente nesse intervalo.

Para o intervalo (1; ∞), tomemos x = 2.

f’(2) = 22+ 2 – 2 = 4 > 0, (tem sinal positivo),


então a função é crescente nesse intervalo.
212 Cálculo I

Exemplo 3: Encontre os pontos críticos da função y = x³ e


classifique os intervalos em crescente e decrescente, usan-
do a derivada primeira da função.
Solução:

Derivando f(x) = x3 temos:

f’(x) = 3x2

Fazendo f’(x) = 0 temos:

A função tem um único ponto crítico, x = 0.

Teste da derivada primeira

Suponha que seja um número crítico de uma função contí-


nua ƒ.

a) Se o sinal de ƒ' mudar de positivo para negativo em ,


então ƒ tem um máximo local em .

b) Se o sinal de ƒ' mudar de negativo para positivo em ,


então ƒ tem um mínimo local em .

c) Se ƒ' não mudar de sinal em , então ƒ não tem um


máximo ou mínimo local em .
Capítulo 8 Pontos de máximo e de mínimo 213

Exemplo 4: Usando o teste da derivada primeira, classifique


os pontos de extremo da seguinte função:
Solução:

Derivando f’(x) = x 2 temos f ’(x) = 2x

Fazendo f’(x) = 0 temos:

O ponto crítico x = 0 determina dois intervalos, (– ∞; 0)


e (0, ∞).

Determinamos o valor da derivada para um valor de x à es-


querda do ponto crítico (x =0) e outro à direita e observamos
o seu sinal.
214 Cálculo I

Para x = – 1 f’(– 1) = 2 × (– 1) = – 2 (a derivada tem


sinal negativo)

Para x = 1 f’(1) = 2 × 1 = 2 (a derivada tem sinal positivo)

Em x = 0, a derivada mudou o sinal de negativo para posi-


tivo, então a função tem um ponto mínimo em x = 0.

Máximos e mínimos absolutos em um


intervalo fechado

Para encontrarmos os valores máximos e mínimos absolutos de


uma função ƒ em um intervalo fechado [a; b]:

1 - Encontre os valores de f nos números críticos de f em (a; b);


2 - Encontre os valores de f nos extremos do intervalo;
3 - O maior valor das etapas 1 e 2 é o valor máximo absoluto
e o menor é o mínimo absoluto.

Exemplo 5: Encontre os valores máximo e mínimo absolu-


tos de f no intervalo dado.

, no intervalo [– 2; 3].

Solução:

Derivando f(x) temos:

f'(x) = 4x3– 4x

3 (são os valores críticos)


Capítulo 8 Pontos de máximo e de mínimo 215

Calculando os valores da função para os valores críticos


x = 0 e x = 1 e para os extremos do intervalo, x = – 2 e x =
3, temos:

+3 = 2
+3 = 11
+3 = 66

Então podemos concluir que o máximo absoluto é 66 e o


mínimo absoluto é + 2.

DEFINIÇÃO: um ponto sobre a curva ƒ(x) é chama-


do de ponto de inflexão se ƒ é contínua no ponto e a curva
mudar de côncava para cima para côncava para baixo ou
vice-versa em .

Como calcular o ponto de inflexão? Basta calcularmos


a segunda derivada da função e igualarmos a zero, isto é,
.

Teste da concavidade

a) Se para todo em um intervalo, então o gráfico


de ƒ é côncavo para cima nesse intervalo.
b) Se para todo em um intervalo, então o gráfico
de ƒ é côncavo para baixo nesse intervalo.
216 Cálculo I

Exemplo 6: Examine a curva em relação à


concavidade, pontos de inflexão. Use as informações para es-
boçar a curva.

Solução:

Devemos derivar a função e achar as raízes da


derivada.

f’(x) = 4x3– 12x2

4x3 – 12x2 = 0

4x2(x – 3) = 0

4x2 = 0 ⇒ x' = 0

x – 3x=0 ⇒ x'' =3 (são os pontos críticos)

Os intervalos são (– ∞; 0), (0; 3) e ( 3; ∞)

Derivando novamente temos:

f”(x) = 12x2 – 24x

Substitui-se um valor de x de cada intervalo em f’’(x) e ana-


lisa-se o sinal:

No intervalo (– ∞; 0), tomemos x = – 1, então, f’’(– 1) =


12×(– 1)2 – 24×(–1) = 36 > 0 (sinal positivo), então o grá-
fico é côncavo para cima nesse intervalo.

No intervalo (0; 3), tomemos x = 1, então, f’’(1) = 12×12


– 24×1 = – 12 < 0 (sinal negativo), então o gráfico é côn-
cavo para baixo nesse intervalo.
Capítulo 8    Pontos de máximo e de mínimo    217

No intervalo (3; ∞), tomemos x = 4, então, f’’(4) = 12×42


– 24×4 = 96 > 0 (sinal positivo), então o gráfico é côncavo
para cima nesse intervalo.

Para encontrar o ponto de inflexão, fazemos f”(x) = 0,


ou seja:

12x2 – 24x = 0

12x.(x – 2) = 0

12x = 0 x–2=0

x1 = 0 x2 = 2 são os pontos de inflexão.

Gráfico

Veremos, a seguir, que existe outra maneira de classificar-


mos os pontos críticos em máximo e mínimo relativos.
218 Cálculo I

Teste da derivada segunda

Suponha que ƒ" seja contínua na proximidade de

a) Se ƒ'( ) = 0 e ƒ'( ) > 0, então ƒ tem um mínimo local em .


b) Se ƒ'( ) = 0 e ƒ'( ) < 0, então ƒ tem um máximo local em .

Exercícios resolvidos
Examine as curvas abaixo em relação à concavidade, pon-
tos de inflexão, mínimo e máximo local e intervalo crescente e
decrescente. Use as informações para esboçar a curva.

a)

Solução:

f’(x) = x2 – 4

Fazendo f’(x) = 0, encontramos as raízes de f’(x) que são


os pontos críticos.

Derivando novamente, temos:

f”(x) = 2x.

Encontramos, agora, os valores de f’(x) para os pontos críticos


e verificamos se esses valores são maiores ou menores que zero.

Para x1 = – 2, f’(– 2) = 2×(– 2) = – 4 < 0 logo, a função


tem um máximo local em x1= – 2.
Capítulo 8    Pontos de máximo e de mínimo    219

Para x2 = 2, f’(2) = 2× 2 = 4 > 0 logo, a função tem


um máximo local em x2 = 2.

Para encontrar os pontos de inflexão, fazemos f’(x) = 0 e


isolamos x, ou seja:

2x = 0 → x = 0

A função tem um ponto de inflexão, x = 0.

Tomemos um ponto no intervalo (– ∞;– 2), x = – 3, por


exemplo, e substituímos em f’(x).

f’(– 3) = (– 3)2 – 4 = 5 > 0, então a função é crescente no


intervalo (– ∞;– 2).

Tomemos um ponto no intervalo (– 2;2), x = 0, por exem-


plo, e substituímos em f’(x).

f’(0) = 02 – 4 = – 4 < 0, então a função é decrescente no


intervalo (– 2; 2).

Tomemos um ponto no intervalo (2;∞), x = 3, por exemplo,


e substituímos em f’(x).

f’(0) =32 – 4 = 5 > 0, então a função é crescente no in-


tervalo (2;∞).

Para determinar a concavidade, precisamos verificar o sinal


da derivada segunda, f”(x) = 2x nos intervalos limitados pelos
pontos de inflexão, (– ∞;0) e (0;∞).

Tomemos qualquer valor dentro do intervalo (– ∞;0), – 1,


por exemplo:

f”(– 1) = 2×(– 1) = – 2 < 0, então a função tem concavi-


dade voltada para baixo nesse intervalo.
220 Cálculo I

Tomemos qualquer valor dentro do intervalo (0;∞ ), 1, por


exemplo:

f”(– 1) = 2×1 = 2 > 0, então a função tem concavidade


voltada para cima nesse intervalo.

b)

Solução:

Derivando f(x) temos:

f’(x) = 12x3 – 12x2

12x3 – 12x2 = 0

12x2(x – 1) = 0

12x = 0 x–1=0
Capítulo 8 Pontos de máximo e de mínimo 221

x1 = 0 x2 = 1 (são os pontos críticos)

Derivando f’(x) temos:

f”(x) = 36x2 – 24x

Encontrando os valores de f”(x) para os pontos críticos, temos.

f”(0) = 36×02 – 24×0 = 0, então a função tem uma in-


flexão em x = 0.

f”(1) = 36×12 – 24×1 = 12 > 0, então a função tem um


mínimo local em x2 = 1.

Para verificar se a função tem mais ponto de inflexão, faze-


mos f”(x) = 0

Então,

36x2 – 24x = 0 12x.(3x – 2) = 0

12x = 0 3x – 2 = 0

(são os pontos de inflexão).

Para determinar a concavidade, precisamos verificar o sinal


da derivada segunda f”(x) = 36x2 – 24x, nos intervalos limita-
dos pelos pontos de inflexão, .

No intervalo (– ∞;0), tomemos x = – 1 f”(– 1) = 36×(–


1) – 24×(– 1) = 60 > 0, então a função é côncava para cima
2

nesse intervalo.

No intervalo , tomemos x = 0,5 f”(0,5) = 36 ×

(0,5)2 – 24×(0,5) = – 3 < 0, então a função é côncava para


baixo nesse intervalo.
222 Cálculo I

No intervalo , tomemos x = 1 f”(1) = 36×12 – 24

× 1 = 12 > 0, então a função é côncava para cima nesse


intervalo.

Observe o gráfico.

Exercícios propostos
1. Encontre os pontos críticos das seguintes funções:

a)

b)

c)

d)
Capítulo 8 Pontos de máximo e de mínimo 223

2. Encontre os valores máximos e mínimos absolutos das fun-


ções nos intervalos especificados. Esboce o gráfico.

a)

b)

c)

3. Examine as curvas abaixo em relação à concavidade, pontos


de inflexão, mínimo e máximo local e intervalo crescente
e decrescente. Use as informações para esboçar a curva.

a)
b)
c)

Respostas dos exercícios propostos


1. a) x = 2 e x = 7
1
b) x = - e x = 4
4
c) x = 0 e x = 2

d) Não existe

2. a) Máx. Abs. f(2) = 5

Mín. Abs. f(0) = 0


224 Cálculo I

b) Máx. Abs. f(π) = 2

Mín. Abs. f
Capítulo 8 Pontos de máximo e de mínimo 225

c) Máx. Abs. f(2)= 18

Mín. Abs. f(– 2) = 2

1
3. a) P. de mínimo x = .
2
Não possui ponto de máximo.

Não possui ponto de inflexão.

a função é decrescente.

a função é crescente.

O gráfico da função tem concavidade voltada para cima


em todo domínio.
226 Cálculo I

b) Máx. local f(0) = – 4

Mín. local f(2) = – 8

Inflex. f(1) = – 6

(– ∞;0) Crescente.

(0;2) Decrescente.

(2;∞) Crescente.

(– ∞;1) Concavidade para cima.

(1;∞) Concavidade para baixo.

c) Máx. local. f(3) =

Mín. local f(3) = não existe.


Capítulo 8    Pontos de máximo e de mínimo    227

Inflex. f(0) = 0

f(2) = 2

(– ∞;3) Crescente.

(3;∞) Decrescente.

(–∞;0) Concavidade para baixo.

(0; 2) Concavidade para cima.

(2;∞) Concavidade para cima


Prof. Áureo Martins1

Capítulo 9

Aplicações de
Derivadas: Problemas de
otimização

ÂÂ
N este capítulo, estudaremos algumas aplicações práti-
cas do cálculo das derivadas, fornecendo uma idéia
da aplicabilidade do cálculo e estabelecendo uma relação
com o mundo real e as experiências do estudante, visando
determinar os valores ótimos, que podem ser uma maxi-
mização ou uma minimização. A tarefa de descobrir esses
valores ótimos constituem-se um problemas de otimização.

1 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática.


Capítulo 9    Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização    229

Passos para resolução de problemas

A quantidade de problemas de otimização é muito grande e


é difícil estabelecer regras especificas para obter a resolução
desses problemas. No entanto, vamos apresentar alguns passos
para abordar esses problemas de otimização envolvendo duas
variáveis relacionadas e que nada mais são do que aplicações
de ponto crítico, de ponto de máximo e de ponto de mínimo.

Portanto, para resolução de problemas de otimização, é


importante e salutar seguir os seguintes passos:

• 1º - Ler atentamente o enunciado do problema,


pensando nos dados fornecidos, nos dados desco-
nhecidos e no que deve ser otimizado (maximizado
ou minimizado);

• 2° - Esboçar um croqui com os dados fornecidos


e introduzir variáveis para representar os dados
desconhecidos;

• 3° - Com os dados conhecidos, modelar uma função


com as variáveis desconhecidas e isolar uma delas;

• 4º - Modelar a função que deve ser otimizada em


função de duas variáveis;

• 5º - Substituir na função modelada no 4º passo a


variável isolada conforme refere o 3° passo, reescre-
vendo a função em termos de uma variável;

• 6º - Com essa função modelada, vamos descobrir


os números críticos, derivando a primeira e igualando
230   Cálculo I

a zero. Na maioria das vezes, só existe um número


crítico. Retorna-se na função com a variável isolada
no 3º passo para descobrir o valor dessa variável. Ve-
rificar os pontos extremos com os testes da derivada
primeira ou segunda, sempre que necessário;

• 7º - Se, além disso, a função é contínua em um


intervalo fechado [a;b], contendo um número crítico
c, dentro do intervalo, então os extremos da função
são o maior e o menor dos valores de f(a), f(b) e f(c).
Fazer o gráfico da função se necessário.

Exercícios resolvidos seguindo os 7 passos


1. Um Engenheiro Agrônomo tem 400 metros de tela de cerca
e quer cercar um campo retangular que está na margem
de um riacho, sendo que ele não precisa colocar tela ao
longo do riacho. Determine as dimensões do campo que
têm maior área (1º Passo) e qual é a maior área a ser
cercada com tela.
2º Passo: croqui
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 231

3º Passo: 2x + y = 400

y = 400 – 2x 4º Passo:
5º Passo:

6º Passo:

7º Passo: intervalo do domínio = [0;200]

f(0) = 400.0 – 2.02 = 0

f(100) = 400.100 – 2.1002 = 20.000

f(200) = 400.200 – 2.2002 = 0

Gráfico da função:

Logo, o domínio da função é [0;200] e a imagem é


[0;20000].
232   Cálculo I

x (m) A(m2)
0 0
0 15000
100 20000
150 15000
200 0

R: 100x200m e 20.000m2.

2. Um Engenheiro necessita construir uma caixa sem tampa


de base quadrada com uma folha de metal de 120 cm de
lado, cortando-se quadrados iguais em cada canto dessa
folha e dobrando-a convenientemente e soldando conve-
nientemente os lados. Determine:
a) as dimensões da caixa de forma que o volume a ser ar-
mazenado seja o maior possível;
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 233

b) o maior volume possível de ser armazenado nessa caixa.

Como , o domínio da função é e,


portanto, se x = 0 ou x = 60 não há formação de caixa, isto
é, o volume da caixa seria zero.

V = área da base x altura V = (120 – 2x).(120 – 2x).x

V = (14400 – 240x – 240x + 4x2).x

V = 4x3 – 480x2 + 14400x

V’ = 0 ⇒ 12x2 – 960x +14400 = 0

x’ = 20 e x” = 60

Fazendo o teste da derivada segunda: V” = 24x – 960

V”(20) = 24.20 – 960 = – 480 < 0, logo Ponto Máximo


(20, 128000)

V(20) = 4.203 – 48.202 + 14400 = 128000

V”(60) = 24.60 – 96 = 480 > 0 , logo Ponto Mínimo (60,0)


234 Cálculo I

V(60) = 4.603 – 48.602 + 14400 = 0

R: a) 80 x 80 x 20 cm; b) 128000 cm3.

Gráfico da função: V = 4x3 – 480x2 + 14400x

Logo, o domínio da função é [0;60] e a imagem é


[0;128000].

x (cm) V(cm3)
0 0
10 100000
20 128000
30 108000
40 64000
50 20000
60 0
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 235

3. Tem-se 1200 cm2 de material disponíveis e necessita-se


projetar uma caixa com base quadrada e sem tampa, de
modo que o volume a ser armazenado nessa caixa seja
otimizado. Determine:
a) as dimensões da caixa;

b) o maior volume possível da caixa.

Dados: Material (M) = 1200 cm2

Volume (V) = x2.y


236 Cálculo I

Gráfico da função:

Logo, o domínio da função é [0;34,64] e a imagem é


[0;4000].
Capítulo 9    Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização    237

x (cm) V(cm3)
0 0
5 1.469
10 2.750
15 3,656
20 4.000
25 3.594
30 2250
34,64 0

R: 20x20x10 cm e 4.000 cm3.

4. 1Um Engenheiro pretende projetar uma calha para escoa-


mento de um determinado líquido, com uma folha retan-
gular de 30 cm de largura e 5 m de comprimento, devendo
dobrar as bordas perpendicularmente à folha, conforme
mostra o croqui abaixo. Quantos centímetros ele deve do-
brar de cada lado da folha de modo que a calha tenha
capacidade máxima de escoamento do líquido?

1 Fonte: SWOKOWKI – Cálculo com Geometria Analítica, Ed. Makron


Books, 2ª. Ed.
238 Cálculo I

Se x é a largura da calha a ser dobrada para fazer os lados


da calha, a base da calha é 30 – 2x. A capacidade máxima
da calha será quando o retângulo de lados x e 30 – 2x estiver
ocupado com líquido.

Logo:

Como , o domínio da função é e,


portanto, se x = 0 ou x = 15 não há formação de calha, isto
é, a área do retângulo seria zero.

é o máximo local da função.

R: 7,5 cm.

Gráfico da função:
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 239

Logo, conforme já citado, o domínio da função é [0;15] e


a imagem é [0;112,50].

x (cm) A (cm2)
0 0
5 100
7,5 112,50
10 100
15 0

5. Uma indústria de doces em calda deseja criar uma lata de


alumínio, de formato cilíndrico, de tal forma que a mesma
contenha 500 ml do produto e que o material usado para
essa embalagem seja o menor possível, tendo em vista o
alto custo da produção dessa embalagem.
240 Cálculo I

Volume = 500 ml = 500cm³

Volume = área da base x altura ⇒

Material = fundo + tampa + lateral ⇒

Como o material deve ser otimizado:


Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 241

Resposta: a altura da lata de conserva é igual ao seu diâ-


metro, para que o material seja otimizado e que o seu volume
seja de 500 ml.

Gráfico da função:

O domínio da função é (0;∞) e a imagem é [348,73;+∞)

r (cm) M (cm2)
0
1 1006,28
2 525,13
3 389,99
4 350,53
4,30 348,73
6 392,86
8 527,12
9 620,05
10 728,32
12 988,11

6. Uma Engenheira Agrônoma deseja fechar um jardim re-


tangular, sendo que um lado com um muro de tijolos que
custa R$ 30,00 reais por metro e os outros três lados com
uma cerca que custa R$ 10,00 por metro. Se a área do
242   Cálculo I

jardim deve medir 1.000 m², encontre as dimensões do


jardim que minimizam o custo.

Área = A = 1000m²

R.: 22,36 x 44,72m


Capítulo 9    Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização    243

Gráfico da função:

O domínio da função é (0;∞) e a imagem é [1789;∞).

l(m) C(R$)
0
10 2400
15 1933
20 1800
22,36 1789
25 1800
30 1867
35 1971
40 2100

7. Uma área retangular com 288 m² deve ser cercada. Em dois


lados opostos, será usada uma cerca que custa R$ 10,00
por metro e nos lados restantes um tipo de cerca que cus-
ta 20,00 por metro. Encontre as dimensões do retângulo
com o menor custo possível, assim como esse custo.
244 Cálculo I

Gráfico da função:

O domínio da função é de (0;∞) e a imagem é de [960;∞).

c(m) C(R$)
0
5 2404
10 1352
15 1068
20 976
24 960
25 960,80
30 984
35 1029
40 1088
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 245

8. 2Um Engenheiro acompanha o adicionamento de um lí-


quido para um tanque de grande capacidade de armaze-
namento. Após t minutos, o total de líquido no recipiente
é modelado pela função: litros. Com que
taxa, em litros por minuto, o líquido flui para o recipiente
em t = 16 minutos?
Dado:

9. Um Matemático deseja encontrar as dimensões e a área de


um retângulo com perímetro de 1000 metros, cuja área é
a maior possível.

Dados: Perímetro (P) = 1000 m

2 Fonte: STEWART, James – Cálculo, Ed. Thomson, 6ª. Ed.


246 Cálculo I

Área do retângulo: A = x.y

Resposta: as Dimensões 250 x 250 m e área 62.500 m2.


Observe que o retângulo de maior área é um quadrado.

Gráfico da função:
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 247

O domínio da função é de [0;500] e a imagem é de


[0;62500].

x(m) A(m2)
0 0
100 40.000
200 60.000
250 62.500
300 60.000
400 40.000
500 0

10. Um Matemático deseja descobrir quais são os dois núme-


ros positivos cuja soma de duas vezes o primeiro número
com o segundo número é igual a 720, de forma que o
produto dos dois números seja máximo.
Solução: Dado: 2x + y = 720, logo:

Produto = x.y, logo o produto será:

Para que o produto seja máximo:


248 Cálculo I

Com isso, y = 720 – 2.180 = 360.

R: os dois números são 180 e 360.

Gráfico da função:

O Domínio da função é de [0;360] e a imagem é de


[0;64.800].

x(m) A(m2)
0 0
90 48.600
135 60.750
180 64.800
225 60.750
270 48.600
360 0

Para resolver os problemas a seguir, vamos estudar este


resumo de termos:
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 249

 x = número de unidades produzidas (ou vendidas)

 p = preço unitário

 R = receita total proveniente da venda de x unidades:

 C = custo total da produção de x unidades

 custo médio por unidade:

 L = lucro total proveniente da venda de x unidades:

 R’ = Receita Marginal = derivada da receita

 C’ = Custo Marginal = derivado do custo

 L’ = Lucro Marginal = derivado do lucro

Logo, para otimizar o lucro, a derivada do lucro que é o


lucro marginal deve ser igual a zero:

Portanto, o lucro máximo ocorre quando a Receita Margi-


nal R’ é igual ao Custo Marginal C’.

11. Suponhamos que o custo de produção de uma empresa


é dado pela função , onde x é a
quantidade produzida. Qual a quantidade que maximiza
o custo?
Para maximizar o custo, devemos fazer

Logo,
250 Cálculo I

Portanto, a quantidade a ser produzida que maximiza o


custo é de 200 unidades.

Gráfico da função:
O domínio da função é de [0;400] e a imagem é de
[700;40.700].

x (unidades) C(R$)
0 700
100 30.700
150 38.200
200 40.700
250 38.200
300 30.700
400 700

12. Uma forma líquida de penicilina fabricada por uma firma


farmacêutica é vendida a granel a um preço de R$ 200,00
por unidade. O custo total de produção para x unidades
é de . Qual a quantidade
que maximiza o lucro?

R = receita total proveniente da venda de x unidades:


Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 251

Portanto: a Receita é e a receita margi-


nal é de e o custo marginal é de

Para maximizar o lucro, a receita marginal deve ser igual


ao custo marginal, isto é:

Assim sendo:

Gráfico das funções:

x (unidades) R(R$) x (unidades) C(R$)


5.000 1.000.000 5.000 975.000
10.000 2.000.000 10.000 1.600.000
15.000 3.000.000 15.000 2.375.000
20.000 4.000.000 20.000 3.300.000
25.000 5.000.000 30.000 5.600.000
30.000 6.000.000 35.000 6.975.000
35.000 7.000.000
252 Cálculo I

12. Numa fábrica, o custo médio em função da quantidade


de certa embalagem de herbicidas produzido x é dado
pela função: . Determine:
a) a quantidade conveniente que deve ser produzida para
que o custo médio seja mínimo;

b) esse custo médio mínimo.

Solução:

a) para que o custo médio seja mínimo


Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 253

b) o custo médio será:

14. Considere a população de uma cultura de bacté-


rias. O número de bactérias P pode ser modelado por
em que t é o tempo em horas. Deter-
mine a taxa de variação da população em t = 2.

Solução:
254 Cálculo I

R.:

15. Um ponto material é lançado do solo, verticalmente para


cima e tem posições no decorrer do tempo t dadas pela
função horária: , com s em metros e t em
segundos. Calcule:
a) o tempo gasto para atingir a altura máxima;

b) a altura máxima atingida pelo ponto material em rela-


ção ao solo.

Solução: a) o tempo gasto é dado por:

b) altura máxima é dada por:


Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 255

Gráfico da função:

O domínio da função é de [0;12] e a imagem é de [0;360].

t (s) h (m)
0 0
1 110
2 200
3 270
6 360
9 270
10 200
11 110
12 0
256   Cálculo I

Exercícios propostos

1. 3Uma caixa deve ser feita com folha de papelão medin-


do 16 por 30 cm, destacando-se quadrados iguais dos
quatro cantos e dobrando-se os lados, conforme a figura
abaixo. Defina:
a) Qual é o tamanho dos quadrados para se obter uma
caixa com o maior volume?

b) Qual o maior volume dessa caixa a ser armazenado?

2. Uma caixa sem tampa é construída a partir de um pedaço


de papelão, de dimensões de 8 por 5 decímetros, elimi-
nando quatro quadrados iguais dos seus vértices, como
mostra a figura.
a) Modele a equação do volume dessa caixa;

3 Fonte: ANTON, Howard – Cálculo, um novo horizonte, Ed. Bookman, 6ª. Ed.
Capítulo 9    Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização    257

b) Determine o tamanho de cada lado de um dos quadra-


dos para se obter uma caixa de volume máximo, bem como
esse volume máximo.

3. Um projetista necessita dimensionar uma caixa de base


quadrada e com tampa, de modo que a mesma contenha
um volume de 1000 cm3 e que o material consumido na
fabricação da mesma seja o menor possível.

4. Um Matemático foi consultado por um fazendeiro que dis-


põe de 750 metros de cerca para cercar uma área retan-
gular e concomitantemente pretende dividi-la em quatro
partes com cercas paralelas a um lado do retângulo, que-
rendo saber:
a) qual as dimensões do retângulo de maior área total das
quatro partes;

b) qual é a maior área total possível das quatro partes.


258 Cálculo I

5. Um fazendeiro quer cercar uma área de 15000 m2 em um


campo retangular e então dividi-lo ao meio com uma cer-
ca paralela a um dos lados do retângulo. Como fazer isso
de forma a minimizar o custo da cerca?

6. Quais são dois números positivos cuja soma do triplo de


um mais o quíntuplo do outro número é 135, de tal forma
que o produto desses dois números seja máximo?

7. Suponhamos que o custo de produção de uma empresa é


dado pela função , onde x é a
quantidade produzida. Qual a quantidade que maximiza
o custo?

8. Determine a quantidade de unidades que devem ser pro-


duzidas para maximizar a função receita modelada por:
, bem como a receita máxima.

9. Numa fábrica, o custo médio em função da quantidade de


certa embalagem de cimento colante produzida x é dado
pela função: . Calcule a quantidade
conveniente que deve ser produzida para que o custo mé-
dio seja mínimo, assim como esse custo médio mínimo.

10. 4A eficácia E de um medicamento t horas após ser in-


gerido e entrar na corrente sanguínea é modelada por

4 Fonte: LARSON, Ron - Cálculo Aplicado – Ed. CENGAGE.


Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 259

, com . Determine a efi-


cácia máxima que o medicamento analgésico atinge no
intervalo [0, 4, 5].

11. Um ponto material é lançado do solo, verticalmente para


cima, e tem posições no decorrer do tempo t dados pela
função horária: , sendo s em metros e t em
segundos. Calcule o tempo gasto para atingir a altura má-
xima e a altura máxima atingida pelo ponto móvel em re-
lação ao solo.

12. Uma partícula move-se segundo a lei do movimento


, em que t é medido em segundos e
s em metros. Encontre:
a) a distância percorrida durante os primeiros 8 s:

b) a velocidade no instante t;

c) qual a velocidade depois de 8 s;

d) qual a aceleração no instante t;

e) qual a aceleração depois de 8 s.

13. Uma partícula move-se segundo a lei do movimento


, em que t é medido em segun-
dos e s em metros. Encontre:
a) a distância percorrida durante os primeiros 6 s:

b) a velocidade no instante t;
260 Cálculo I

c) qual a velocidade depois de 3 s;

d) qual a aceleração no instante t;

e) qual a aceleração depois de 3s.

14. Um ponto móvel se desloca descrevendo uma curva se-


gundo a função horária s (t ) = 1 - 5t + t 2 (t em segundos e
s em metros). Determine a velocidade e a aceleração do
ponto no instante t = 10s.

15. Um objeto preso a uma mola oscila de tal manei-


ra que a equação de seu movimento é dada por
. Determine a equação da velocida-
de e da aceleração em qualquer tempo.

Respostas dos exercícios propostos


1. 9,34x23,34x3,33cm

2. V(x) = 4x³ – 26x² = 40x ; 3x6x1cm = 18cm³

3. 10 x 10 cm

4. 75 x 187,50 m; Amáxima = 14.062,50 m2

5. 100x150m

6. 13,50 e 22,50

7. 150 unidades.
Capítulo 9 Aplicações de Derivadas: Problemas de otimização 261

8. 102,5 unidades; R(102,5) = 577.843,75.

9. 35 unidades e R$ 232,00.

10. 3 s.

11. 4 s e 169,24 m.

12. a) s(8) = 32m

b) v(t) = 3t² – 24t + 136

c) v(8) = 136m/s

d) a(t) = 6t – 24

e) a(8) = 24m/s²

13. a) s(6) = 290 m

b) v(t) = 6t² – 20t + 36

c) v(3) = 30m/s

d) a(t) = 12t – 20

e) a(3) = 16m/s²

14 . v(t) = 15m/s e a(t) = 40m/s²

15. e
Janor Araujo Bastos1

Capítulo 10

Formas indeterminadas
e Regra de L’Hôpital

Â
J á aprendemos a resolver e também do tipo
No primeiro caso, temos uma forma indeterminada
.

e, no segundo caso, temos a forma indeterminada .

Observe, agora, os limites eln x que


lim
x →∞ x

também são formas indeterminadas , mas não per-


mitem fatoração. Para esses casos, emprega-se a Regra de
L’Hôpital, que também pode se ser empregada nos casos
que conhecíamos.

1 Especialista em Matemática Aplicada e Mestre em Engenharia Elétrica.


Capítulo 10 Formas indeterminadas e Regra de L’Hôpital 263

REGRA DE L’HÔPITAL

Suponha que f e g são diferenciáveis e g’(x) ≠ 0 próximo a


a (exceto, possivelmente, em a). Suponha que

ou que

(Em outras palavras, temos formas indeterminadas do tipo ).

Então

Se o limite do lado direito existir (ou for ∞ ou - ∞ ).

Agora, podemos resolver os limites abaixo aplicando


a regra de L’Hôpital que consiste em derivar o numerador
e o denominador da função. É importante verificar se o
limite leva a alguma indeterminação do tipo .
264 Cálculo I

0 ∞
Formas indeterminadas do tipo 0 e ∞

Exemplos:

Calcule:

Solução:

Derivando o numerador e o denominador, temos:

Solução:

Derivando o numerador e o denominador, temos:


Capítulo 10 Formas indeterminadas e Regra de L’Hôpital 265

Formas indeterminadas do tipo 0. ∞ ,


0.(– ∞ ), ∞ .0 , – ∞ .0

Quando temos um limite do tipo que resulta


num dos casos acima, devemos escrevê-lo na for de quociente.

Exemplo:

Calcule (2x)

Solução:

2
(2x) 2
(2x) = (–2x)

Formas indeterminadas do tipo ∞ - ∞.

Devemos converter essa diferença em um quociente e então


aplicar a regra de L’Hôpital

Exemplo:

Determine .

Solução:
266 Cálculo I

Formas indeterminadas do tipo 0 ∞ , 0 0 ,1∞

Os limites do tipo dão origem às formas inde-


terminadas do tipo acima citadas.

Problemas desse tipo podem ser resolvidos, introduzido


uma variável auxiliar w, fazendo e aplicando o
logaritmo.

Exemplo:

Calcular

Solução:

Temos mais uma indeterminação do tipo . Aplicando a


regra de L’Hôpital, temos:
Capítulo 10    Formas indeterminadas e Regra de L’Hôpital    267

Aplicando novamente a regra de L’Hôpital temos:

Exercícios propostos

Calcule os seguintes limites usando a regra de L’Hôpital.

1.

2.

3.

4.

5.

6.
268   Cálculo I

7.

8.

9.

10.

Respostas dos exercícios propostos


1. 7 2. 0
2
3. π 4. 1

5. 1 6. 1
5
7. ∞ 8. 1
√e
Referências  269

Referências básicas
STEWART, James. Cálculo. Vol 1. São Paulo: Pioneira Thom-
son Learning, 2006.

ANTON, Howrd. Cálculo, um novo horizonte. Vol. 1. Porto


Alegre: Bookman, 2007.

ÁVILA, Geraldo. Cálculo - Funções de uma variável. Vol. 1.


Rio de Janeiro: Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos,
2002.

Referências complementares
FLEMMING, Diva, GONÇALVES, Mirian. Cálculo A . São
Paulo: Prentice Hall. 2006. Graw-Hill. 2007

LEITOHLD, Louis. Cálculo com geometria analítica. Vol. 1.


3ª ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

MUNEM, Mustafá, FOULIS, David. Cálculo. Vol. 1. Rio de


Janeiro: LTC, 1992.

SIMONNS, George F. Cálculo com geometria analítica. Vol


I. São Paulo: Mc

SWOKOWSKY, Earl W. Cálculo com geometria analítica.


Vol 1. São Paulo:

Leituras e sites recomendados


THOMAS, George B. – Cálculo. Vol I. São Paulo. Addison
Wesley, 2005.
270  Referências

GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo. ed. Rio de Janeiro:


LTC,2003. v. 1 à 3.

HOFFMANN, L. D. Um curso moderno de cálculo e suas


aplicações. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v.1.

www.impa.br

www.sbem.com.br

www.somatematica.com.br

Você também pode gostar