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Faculdade de Tecnologia e Ciências

Departamento de Engenharia Civil


Disciplina – Hidráulica
Prof. Diego Queiroz de Sousa

Água Fria - Nota de aula 1

Considerações gerais

Uma instalação predial de água fria (temperatura ambiente) constitui-se de um conjunto de


tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos destinados ao abastecimento dos
aparelhos e pontos de utilização de água da edificação, em quantidade suficiente, mantendo a
qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento (Carvalho Júnior, 2013).
De acordo as exigências e recomendações da NBR 5626/1998, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), as instalações prediais de água fria devem ser projetadas de modo
que, durante a vida útil do edifício que as contém, atendam as seguintes exigências:
- prever a potabilidade da água;
- garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e
velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de
utilização e demais componentes;

- promover economia de água e de energia;

- possibilitar manutenção fácil e econômica;

- evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente;

- proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas,


de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências do usuário.

Entrada e fornecimento de água fria

As duas formas de atender uma instalação predial de água fria: a rede pública de abastecimento
ou abastecimento privado.
No caso do fornecimento pela rede pública o projetista deve se cercar dos cuidados por meio da
consulta prévia à concessionária, visando obter informações sobre as características de oferta
de água no local da execução da obra.
No caso do fornecimento privado, em especial, por meio de poços, o órgão público responsável
pelo gerenciamento dos recursos hídricos deve ser consultado previamente. O seu
bombeamento, quando preciso, deverá ser realizado com uma bomba que atenda as
características de altura manométrica e vazão necessária.

Compartimento que abriga o cavalete e hidrômetro


Com o fornecimento de água pelo sistema público é necessária a colocação de um medidor de
consumo, denominado de hidrômetro. Esse dispositivo é instalado de alvenaria ou concreto,
juntamente com um registro de gaveta e a canalização presente é chamada de “cavalete”.
Os hidrômetros dever ser instados de maneira que as leituras possam ser realizadas mesmo que
não tenham moradores na residência. Normalmente os painéis de leitura são voltados para o
lado do passeio público.

Figura 1. Cavalete com regsitro e hidrômetro (a), abrigo metálico e hidrômetro (b).

Sistema de abastecimento

Existem três sistemas de abastecimento da rede predial de distribuição: direto, indireto e misto.
No sistema direto, a alimentação da rede predial é feita diretamente da rede pública de
abastecimento. Neste caso, não existe reservatório domiciliar, e a distribuição é feita de forma
ascendente, ou seja, as peças de utilização de água são feitas diretamente da rede publica.
Embora esse sistema apresente menor custo de instalação, caso ocorra interrupção no sistema
de abastecimento público, certamente faltará água na edificação (Figura 2a).
Dentre as vantagens deste de sistema, destacam-se: água de melhor qualidade; maior pressão
disponível; menor custo de instalação.
Dentre as desvantagens: falta de água no caso de interrupção; grande variação de pressão ao
longo do dia; limitação de vazão; maior consumo.
No sistema de indireto, adotam-se reservatórios para minimizar os problemas referentes à
interrupção ou a irregularidade no abastecimento de água e a variação de pressões da rede
pública.
As vantagens são: fornecimento de água contínuo; pequena variação de pressão nos aparelhos;
golpe de aríete desprezível; permite a instalação de válvula de descarga; menor consumo de
água.
As desvantagens são: possibilidade de contaminação da água reservada; menores pressões;
maior custo de instalação.

No sistema indireto, consideram-se três situações, descritas a seguir:


- sistema indireto sem bombeamento (Figura 2b);
- sistema indireto com bombeamento (Figura 2c);
- sistema indireto hidropneumático (Figura 2d e 2e).
No sistema de distribuição mista, parte da alimentação da rede de distribuição predial é feita
diretamente pela rede pública de abastecimento e parte pelo reservatório superior. É o sistema
mais usual e vantajoso, visto que algumas peças podem ser alimentadas diretamente pela rede
pública e outras pelo reservatório superior. Neste caso, os pontos abastecidos pela rede pública
terão maior pressão (Figura 2f).

a) b)

c) d)

e)
f)
Figura 2. Sistema de distribuição direto (a), indireto sem bombeamento (b), com bombeamento
(c) e hidropneumático (d, e) e misto (f).
Reservatórios

No sistema de abastecimento indireto, com ou sem bombeamento, existe a necessidade de um


reservatório o qual deve estar localizado a uma cota superior aos pontos de saída. Este
reservatório tem a finalidade de manter a regularidade de vazão e pressão.
Os reservatórios podem ser abastecidos diretamente pela rede pública, que apresenta como
limite prático 9 m superior em relação à rede pública. Quando o reservatório não puder ser
alimentado pela rede pública, deve-se utilizar um sistema de recalque, constituído de, no
mínimo, dois reservatórios (inferior e superior). O reservatório inferior é alimentado pela rede
pública e o superior alimentado a partir de um conjunto motor e bomba instalada no reservatório
superior. O superior alimenta dos pontos de consumo por gravidade.
O volume de um reservatório deve ser no mínimo o necessário para 24 horas de consumo
normal no edifício, sem considerar o combate a incêndio. De acordo com a NBR 5626, a sua
capacidade deve ser estabelecida levando em consideração o padrão de consumo do edifício.
O consumo pode variar muito, dependendo das condições de disponibilidade, de aspectos
culturais da população, entre outros. De acordo alguns estudos, o consumo diário de um
brasileiro varia entre 50 e 200 litros por água por dia.
Para calcular o consumo diário de água dentro de uma edificação, é necessária uma boa coleta
de informações: pressão e vazão nos pontos de utilização; quantidade e frequência de utilização
dos aparelhos; população; condições socioeconômicas; clima, entre outros.
Na ausência de critérios e informações, para calcular o consumo diário de uma edificação,
utilizam-se valores apropriados (Quadro 1): verifica-se a taxa de ocupação de acordo o tipo de
uso do edifício e o consumo por pessoa. O consumo diário ( Cd) pode ser calculado através da
equação 1, a seguir:
Cd=P.q (1)
em que:
Cd - consumo diário, L/dia; P – população eu ocupará a edificação; q – consumo por pessoa,
L/dia.

Quadro 1. Taxa de ocupação de acordo a natureza do local


Natureza do local Taxa de ocupação
Residências e apartamentos Duas pessoas por dormitório
Bancos Uma pessoa por 5,0 m2 de área
Escritório   Uma pessoa por 6,0 m2 de área
Lojas (pavimento térreo)  Uma pessoa por 2,5 m2 de área
Lojas (pavimento superior)  Uma pessoa por 5,0 m2 de área
Shopping centers  Uma pessoa por 5,0 m2 de área
Museus e bibliotecas  Uma pessoa por 5,5 m2 de área
Salões e hotéis  Uma pessoa por 5,5 m2 de área
Restaurante  Uma pessoa por 1,4 m2 de área
Teatro, cinemas e auditórios  Uma pessoa por 0,7 m2 de área
Fonte: Carvalho Júnior, 2013.
Tabela 1. Consumo predial diário – valores indicativos
Prédio Consumo
Alojameto provisório 80 per capita
Ambulatório 25 per capita
Apartamento 200 per capita
Casas populares ou rurais 150 per capita
Cavalariças 100 por cavalo
Cinemas e teatros 2 por lugar
Creches 50 per capita
Edifícios públicos ou comerciais 50 per capita
Escolas - externatos 50 per capita
Escolas - internatos 150 per capita
Escolas - semi-internatos 100 per capita
Escritórios 50 per capita
Garagens e postos de serviços 50 por automóvel/ 200 por caminhão
Hotéis - sem cozinha e sem lavanderia 120 por hóspede
Hotéis - com cozinha e com lavanderia 250 por hóspede
Indústrias - uso pessoal 80 por operário
Industria - com restaurante 100 por operário
Jardins - rega 1,5 por m2 de área
Lavanderias 30 por kg de roupa seca
Matadouros - animais de grande porte 300 por animal abatido
Matadouros - animais de pequeno porte 150 por animal abatido
Mercados 5 por m2 de área
Oficinas de costura 50 per capita
Orfanatos, asilos e berçários 150 per capita
Piscinas - lâmina de água 2,5 cm por dia
Postos de serviços para automóveis 150 por veículo
Quartéis 150 per capita
Residência popular 150 per capita
Residência de padrão médio 200 per capita
Residência de padrão luxo 250 per capita
Restaurantes e outros similares 25 por refeição
Templos 2 por lugar
Fonte: Carvalho Júnior, 2013.

Capacidades dos reservatórios

Tendo em vista a intermitência do abastecimento da rede pública, e na falta de informações, é


recomendável dimensionar reservatórios com capacidade suficiente para dois dias de consumo.
Essa capacidade é calculada em função da população e da natureza das edificações. Então, a
quantidade total de água a ser armazenada será encontrada de acordo a equação 2:
CR=2 .Cd (2)
em que:

CR - capacidade total do reservatório, L;


Cd - Consumo diário, L/dia.

Havendo a necessidade de instalação em reservatório inferior para o posterior recalque para o


reservatório superior, a distribuição da reservação total ( CR), será 60 e 40% para os
reservatórios inferior e superior.
Vale salientar que a reserva de incêndio, usualmente, é colocada no reservatório superior, que
deve ter a sua capacidade e aumentada para comportar o volume referente a essa reserva.

Praticando

1. Calcular a capacidade dos reservatórios de um edifício residencial de 10 pavimentos, com 2


apartamentos por pavimento, sendo que cada apartamento possui 2 quartos. Adotar reservação
de 10 m3, prevista para ser armazenada no reservatório superior.
Resposta: 24 m3 (24000 L).

Tipos de reservatórios

Os reservatórios podem ser basicamente de pois tipos:

Reservatórios moldados in loco: engloba aqueles que são executados na própria obra. Podendo
ser construído com concreto armado, alvenaria, entre outros. Os reservatórios de concreto
devem ser executados de acordo a NBR 6118 (Projetos de Estruturas de Concreto –
Procedimento). No que se refere à impermeabilização dos mesmo, a NBR 9575
(Impermeabilização – Seleção e Projetos) deve ser consultada. No que se refere ao ser formato,
geralmente, cilíndrico ou na forma de paralelepípedo.

Figura 3. Detalhes de instalação de um reservatório industrializado.


Reservatórios industrializados: são aqueles adquiridos prontos para a sua instalação.
Geralmente construídos com fibrocimento, metal, polietileno, PVC ou fibra de vidro, sendo os
dois últimos materiais os mais comuns e de mais aceitação, visto que apresentam como
vantagens: uma superfície mais lisa, acumulando menor quantidade de sujeira e facilidade na
limpeza; menor peso, facilitando o seu transporte e instalação. O volume desses reservatórios
pode variar substancialmente. De volumes bastante pequenos, 200 até milhares de litros,
conforme a necessidade.
Na aquisição de um reservatório industrializado, devem-se verificar as especificações das
normas pertinentes. Para os requisitos dos reservatórios de poliolefínicos para água potável
deve-se observar a NBR 13210/2005, e para a instalação em obras, a NBR 14800/2002.
Os reservatórios residenciais devem: ser providos obrigatoriamente de tampa, cuja finalidade é
impedir a entrada de animais e corpos estranhos; preservar os padrões de higiene e segurança
normatizados; ter especificações relativas ao tipo de material utilizado na sua fabricação,
inclusive métodos de ensaio.
No que se refere a sua instalação, recomenda-se alguns cuidados especiais. A caixa deve ser
instalação de modo que o acesso para limpeza e manutenção seja satisfatório. Neste sentido,
recomenda-se um espaço de aproximados 0,6 m, podendo, no caso de caixas de até 1000 L,
chegar a 0,45 m. O reservatório deve ser instalado sobre uma base estável, plana, nivelada e
livre de pedregulhos ou outros detalhes pontiagudos.
A Figura 5 abaixo apresenta alguns detalhes de furação de um reservatório (caixa d’água) a qual
deve ser realizada com ferramentas apropriadas e locais indicados pelo fabricante. Evitando,
portando, quaisquer contratempos.

Figura 3. Detalhes de instalação de um reservatório industrializado.

Altura e localização do reservatório

Para que não gere qualquer dúvida, a pressão nos pontos de consumo não depende do volume
do reservatório, mas da altura do reservatório. Desta forma, independente do tipo de reservatório
adotado, o importante é posicioná-lo a uma altura que permita o perfeito funcionamento das
peças (Figura 4).
Figura 4. Duas situações de altura de instalação de reservatório sob o telhado

Assim como a altura é importante, a sua localização também vai interferir na pressão dos pontos
de saída, visto que durante o escoamento ocorre a perda de carga, que para uma dada vazão
será maior quando maior o comprimento da tubulação e, portanto, menor será a pressão
dinâmica nos pontos de utilização (Figura 5).

Figura 5. Duas situações de localização do reservatório em relação a um ponto de consumo.

Procedimento para a limpeza do reservatório

Embora os reservatórios possam ser construídos com materiais adequados, faz-se necessária a
sua limpeza periódica, em intervalos anuais seguindo os seguintes passos:

- fechar o registro de entrada de água no reservatório e abrir todas as torneiras da edificação,


deixando que a água escoe por todos os canos existentes;

- à medida que a água escoar, realizar uma limpeza física (retirada de lodo e outros materiais),
escovando o fundo e as paredes da caixa com uma escova reservada exclusivamente para essa
finalidade;

- abrir o registro de entrada de água e fechar o registro geral de distribuição para encher
novamente o reservatório;
- realizar a desinfecção, utilizando produtos à base de cloro (normalmente se adiciona 1 litro de
hipoclorito de sódio a 11% para cada 1 000 litros de água);
- tampar o reservatório e deixar essa solução agir durante uma hora (durante esse período, não
se deve utilizar a água para consumo);

- realizada a desinfecção, abrir o registro geral e todas as torneiras, para esvaziar o reservatório,
deixando a solução de cloro escoar por todos os canos da instalação;

- antes de utilizar a água para consumo, encher novamente o reservatório com água limpa e
voltar a esvaziá-lo, para eliminar os resíduos de cloro;

- encher novamente o reservatório para uso normal.

Rede de distribuição

A rede de distribuição de água fria é constituída pelo conjunto de canalizações que interligam os
pontos de consumo ao reservatório da edificação. Segue abaixo a descrição de cada uma
dessas peças:

Barrilete: Barrilete é o conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se


derivam as colunas de distribuição. O barrilete pode ser: concentrado ou ramificado. O tipo
concentrado tem a vantagem de abrigar os registros de operação em uma área restrita,
facilitando a segurança e o controle do sistema, possibilitando a criação de um local fechado,
embora de maiores dimensões. O tipo ramificado é mais econômico, possibilita uma quantidade
menor de tubulações junto ao reservatório, os registros são mais espaçados e colocados antes
do início das colunas de distribuição (Figura 6 a e b).

Figura 6. Barrilete RAMIFICADO (a) e barrilete concentrado (b).

Colunas, ramais e sub-ramais: As colunas alimentam os ramais nos pavimentos que,


de distribuição de água fria derivam do por sua vez, alimentam os sub-ramais das
barrilete, descem na posição vertical e peças de utilização.
Recomenda-se que em cada coluna seja Neste sentido, o correto é, sempre que
instalado um registro de gaveta posicionado possível, instalar uma coluna para esta
à montado do primeiro ramal. Por questões finalidade, visto que o golpe de aríete
econômicas muitos projetistas dimensionam produzido com o acionamento da válvula
as instalações hidráulicas de modo que as afetará o funcionamento nos demais pontos,
válvulas de descarga sejam instaladas na especialmente quando se utiliza aquecedor
mesma coluna dos demais pontos, o que de água.
causará interferência nos demais pontos.
Figura 7. Colunas de distribuição.

Materiais
A NBR 5626 trás algumas exigências de modo que as instalações prediais de água fria sejam
projetadas de maneira que os materiais adorados atendam as exigências técnicas de higiene,
segurança, economia e conforto aos usuários.
Existem vários componentes empregados nos sistemas prediais de água fria: tubos e conexões,
válvulas, registros, hidrômetros, bombas, reservatórios etc. Os materiais mais comumente
utilizados nos tubos são: cloreto de polivinila (PVC rígido), aço galvanizado e cobre.
Abaixo estão descritas as principais vantagens e desvantagens de tubos de PVC e metálicas:

Vantagens dos tubos de PVC: leveza e facilidade de transporte e manuseio; durabilidade


ilimitada; resistência à corrosão; facilidade de instalação; baixo custo e menor perda de carga.

Desvantagens dos tubos de PVC: baixa resistência ao calor e degradação por exposição
prolongada ao sol.

Vantagens dos tubos metálicos: maior resistência mecânica; menor deformação; resistência a
altas temperaturas (não entram em combustão nas temperaturas usuais de incêndio).

Desvantagens dos tubos metálicos: suscetíveis à corrosão; possibilidade de alteração das


características físico-químicas da água pelo processo de corrosão e de outros resíduos; maior
transmissão de ruídos ao longo dos tubos; maior perda de pressão.
Dispositivos controladores de fluxo

São dispositivos destinados a controlar, interromper e estabelecer o fornecimento da água nas


tubulações e nos aparelhos sanitários. Normalmente, são confeccionados em bronze, ferro
fundido, latão e PVC, satisfazendo as especificações das normas vigentes.
Os mais importantes dispositivos controladores de fluxo utilizados nas instalações hidráulicas
são:
- torneiras;
- misturadores;
- registros de gaveta (que permitem a abertura ou fechamento de passagem de água por
tubulações);
- registros de pressão (utilizados em pontos onde se necessita de regulagem de vazão, como
chuveiros, duchas, torneiras etc.);
- válvulas de descarga (presentes nas instalações de bacias sanitárias);
- válvulas de retenção (utilizadas para que a água flua somente em um determinado sentido na
tubulação);
- válvulas de alívio ou redutoras de pressão (que mantêm constante a pressão de saída na
tubulação, já reduzida a valores adequados).

Altura dos pontos: A tabela abaixo apresenta as alturas mais utilizadas de instalação de diversas
peças presentes nas instalações hidráulicas de água fria. A posição de registros e outros
elementos pode variar em função de determinados modelos de aparelhos.
Tabela 2. Altura dos pontos de água para diversas peças de uma instalação
hidráulica de água fria
Peça Sigla Altura - cm
Bacia sanitária c/ válvula BS 33
Bacia sanitária c/ caixa acoplada BCA 20
Ducha higiênica DC 50
Bidê BI 20
Banheira de hidromassagem BH 30
Chuveiro ou ducha CH 220
Lavatório LV 60
Mictório MIC 105
Máquina de lavar roupa MLR 90
Máquina de lavar louça MLL 60
Pia PIA 110
Tanque TQ 115
Torneira de limpeza TL 60
Torneira de jardim TJ 60
Registro de pressão RP 110
Registro de gaveta RG 180
Válvula de descarga VD 110
a) b)
Figura 8. Detalhe isométrico das instalações hidráulicas de um banheiro (a) e uma cozinha (b).
a) b)
Figura 9. Detalhe isométrico das instalações hidráulicas de uma área de serviços (a) e um barrilete (b).
Pressões mínimas e máximas

Nas instalações prediais, consideram-se três tipos de pressão: a estática (pressão nos tubos
com a água parada), a dinâmica (pressão com a água em movimento – pressão estática menos
as perdas de carga ocorrida nos trecho ) e a pressão de serviço (pressão máxima que se pode
aplicar a um tubo, conexão, válvula ou outro dispositivo, quando em uso normal).
As pressões são medidas em kgf/cm² (quilograma força por centímetro quadrado), entretanto
existem outras formas de expressar medidas de pressão; a mais usual nas instalações prediais
de água fria é o m.c.a (metro de coluna d’água). Com relação à equivalência entre ambas, 1
kgf/cm² é a pressão exercida por uma coluna d’água de 10 m de altura.

A seguir são apresentadas algumas características destes três tipos de pressões:

Pressão estática (Pe): Em uma instalação predial de água fria, em qualquer ponto, a pressão
estática máxima não deve ultrapassar 40 m.c.a. (NBR 5626/1998);

Pressão dinâmica (Pd): Geralmente, a pressão dinâmica mínima nos pontos de utilização deve
ser de 1,0 m.c.a, exceto para a caixa de descarga, que pode ter pressão dinâmica mínima de 0,5
m.c.a. Vale destacar que o fabricante deve definir os valores limites da pressão dinâmica para as
peças de utilização de sua produção, respeitando sempre as normas específicas;

Pressão de serviço (Ps): Com relação à pressão de serviço, a norma NBR 5626 fala o seguinte:
“o fechamento de qualquer peça de utilização não pode provocar sobrepressão em qualquer
ponto da instalação que seja maior que 20 m.c.a. acima da pressão estática nesse ponto”.
Isso significa que a pressão de serviço não deve ultrapassar a 60 m.c.a., pois é o resultado da
máxima pressão estática (40 m.c.a.) somada à máxima sobrepressão (20 m.c.a.).

Dispositivos controladores de pressão

As peças de utilização são projetadas de modo a funcionar com pressões estática ou dinâmica
(máximas e mínimas) preestabelecidas pelos fabricantes dos tubos, dispositivos e aparelhos
sanitários. Portanto, uma das maiores preocupações nas redes hidráulicas é a pressão nos
pontos de utilização.
Atualmente, existem no mercado dispositivos que elevam ou reduzem a pressão da água nas
canalizações. Quando falta pressão na rede, o pressurizador é um recurso eficiente; quando a
pressão é elevada (acima de 40 m.c.a), utilizam-se válvulas reguladoras de pressão.

Pressurizador

Um dos problemas mais comuns em todo tipo de edificação é a falta de pressão de água do
reservatório (ver item “Altura dos reservatórios”). Para resolvê-lo, geralmente são utilizados
pressurizadores para aumentar e manter a pressão nas redes. Além do custo reduzido,esses
dispositivos praticamente não exigem manutenção.
São encontrados em diversos modelos no mercado e podem ser utilizados: em residências,
apartamentos, hotéis, motéis, hospitais, restaurantes etc. Também podem ser utilizados em
indústrias, para alimentar máquinas, equipamentos etc., dispensando a construção de torres
para caixa-d’água. No meio rural, para o abastecimento de residências, irrigação etc.
Cada modelo apresenta suas vantagens.
Antes de escolher o equipamento, no entanto, deve-se consultar os catálogos dos fabricantes
e os revendedores autorizados. Alguns fabricantes mais conscienciosos recomendam alguns
cuidados com relação à instalação desses equipamentos, principalmente quanto à localização e
à prevenção de ruídos.
O pressurizador deverá estar localizado o mais distante possível de locais onde é necessário
silêncio (dormitórios, escritórios, salas de reunião). Para que não haja ruído devido a vibrações,
deverá ser evitada a instalação diretamente sobre lajes, principalmente sobre as de grandes
dimensões e pequena espessura – quando for colocado sobre lajes, deverá haver base provida
de amortecedores.

Figura 10. Pressurizador em residência domiciliar

Válvulas redutoras de pressão

Nos edifícios mais altos, o reservatório de água instalado sobre a cobertura, geralmente sobre a
caixa de escada, gera diferentes pressões.
Quanto maior a diferença de cota do ramal em relação ao reservatório, maior a pressão. Isso
implica dizer que, nos pavimentos mais baixos, maior será a pressão da água nos pontos de
consumo.
Quando a pressão na rede predial for alta demais, particularmente nos edifícios com mais de
treze pavimentos (considerando-se um pé-direito de 3 m), com pressão estática acima de 40
m.c.a, utilizam-se válvulas automáticas de redução de pressão, as quais substituem os
reservatórios intermediários, que reduzem a pressão da rede hidráulica a valores especificados
em projeto. Em geral, os edifícios possuem uma estação central de redutores de pressão, com
dois equipamentos de grande porte instalados (de 2” a 3”). A válvula redutora de pressão (VRP)
pode ser instalada a meia altura do prédio ou no subsolo.
Para prédios que adotam a medição individualizada de água adota-se a instalação de um redutor
de pressão, de menor porte para limitar e regular a entrada de água nos vários pavimentos do
edifício, a fim de que cada apartamento receba a água com pressão adequada, normalmente 3
bar. Cada bar de pressão equivale a 1 kgf/cm 2 ou 10 m.c.a. Além de diminuir a pressão, os
redutores otimizam o consumo de água e evitam o desgaste prematuro das instalações
hidráulicas.
Embora a norma não faça distinção sobre qual ou quais materiais devem compor as instalações
com pressão estática acima de 40 m.c.a, devem-se adotar tubos mais resistentes e tomar
cuidados redobrados quanto às emendas e conexões.
Figura 11. Solução com o auxílio de reservatórios intermediários.

Figura 12. Solução com o auxílio de redutores de pressão.


Procedimento para dimensionamento de tubulações da rede predial de distribuição

A NBR 5626 fixa as exigências e os critérios para o dimensionamento das canalizações de água
fria.
Em virtude de as tubulações serem dimensionadas como condutos forçados, é necessário que
fiquem perfeitamente definidos no projeto hidráulico, para cada trecho da canalização, os quatro
parâmetros hidráulicos do escoamento: vazão, velocidade, perda de carga e pressão. Portanto,
para o dimensionamento das canalizações de água fria, é primordial a elaboração de um projeto
hidráulico.

Demanda provável

Por razões de economia, é usual estabelecer como provável uma demanda simultânea de água
menor do que a máxima possível. Essa demanda simultânea pode ser estimada tanto pela
aplicação da teoria das probabilidades, como a partir da experiência acumulada na observação
de instalações similares. O método de pesos relativos usado neste anexo se enquadra no
segundo caso.

Unidades de carga (pesos relativos)

Os pesos relativos são estabelecidos empiricamente em função da vazão de projeto (Tabela 2).
A quantidade de cada tipo de peça de utilização alimentada pela tubulação, que está sendo
dimensionada, é multiplicada pelos correspondentes pesos relativos e a soma dos valores
obtidos nas multiplicações de todos os tipos de peças de utilização constitui a somatória total dos
pesos (ΣP). Usando a equação apresentada a seguir, esse somatório é convertido na demanda
simultânea total do grupo de peças de utilização considerado, que é expressa como uma
estimativa da vazão a ser usada no dimensionamento da tubulação. Esse método é válido para
instalações destinadas ao uso normal da água e dotadas de aparelhos sanitários e peças de
utilização usuais; não se aplica quando o uso é intensivo (como é o caso de cinemas, escolas,
quartéis, estádios e outros), onde torna-se necessário estabelecer, para cada caso particular, o
padrão de uso e os valores máximos de demanda.

Q=0,3 √ ∑ P
(3)

em que:

Q - vazão estimada na seção considerada, L/s;


∑P - é a soma dos pesos relativos de todas as peças de utilização alimentadas pela tubulação
considerada.

Esses pesos, por sua vez, têm relação direta com os diâmetros mínimos necessários para o
funcionamento das peças, conforme pode ser verificado na Figura 13 e confrontado com a
Tabela 3.

A NBR 5626 recomenda que as tubulações sejam dimensionadas de modo que a velocidade da
água, em qualquer trecho, não seja superior a 3 m/s. Acima desse valor, ocorre um ruído
desagradável na tubulação, devido à vibração das paredes ocasionada pela ação do
escoamento da água.
Tabela 3. Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de utilização
Vazão do projeto Peso
Aparelho sanitário Peça de utilização
L/s relativo
Bacia sanitária Caixa de descarga 0,15 0,30
Bacia sanitária Válvula de descarga 1,70 32,00
Banheira Misturados (água fria) 0,30 1,00
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,10
Bidê Misturados (água fria) 0,10 0,10
Chuveiro ou ducha Misturados (água fria) 0,20 0,40
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,10
Lavadora de louça ou roupas Torneira ou misturador (água fria) 0,30 1,00
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,30
Mictório cerâmico com sifão integrado Válvula de descarga 0,50 2,80
Mictório cerâmico sem sifão integrado Caixa de descarga comum ou própria ou registro de pressão 0,15 0,30
Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão 0,15/m de calha 0,30
Pia Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,70
Pia Torneira elétric 0,10 0,10
Tanque Torneira 0,25 0,70
Torneira de jardim ou lavagem geral Torneira 0,20 0,40
Fonte: NBR 5626/1998.
Figura 13. Normograma pesos, vazões e diâmetro.
Tabela 4. Velocidade e vazão máxima em encanamentos prediais
Diâmetro Nominal - DN Velocidade máxima Vazão máxima
mm pol m/s L/s m³/h m³/dia
15 1/2 1,71 0,30 1,09 26,18
20 3/4 1,98 0,62 2,24 53,74
25 1 2,21 1,09 3,91 93,88
32 1 1/4 2,50 2,01 7,25 174,02
40 1 1/2 2,80 3,52 12,67 304,01
50 2 3,00 5,89 21,21 508,94
60 2 1/2 3,00 8,48 30,54 732,87
75 3 3,00 13,25 47,71 1145,11
100 4 3,00 23,56 84,82 2035,75
132,5
125 5 3,00 36,82 3180,86
4
190,8
150 6 3,00 53,01 4580,44
5
Fonte: Oliveira Melo: Azevedo Neto.

Cálculo da perda de carga

Tubos: A perda de carga ao longo de um tubo depende do seu comprimento e diâmetro interno,
da rugosidade da sua superfície interna e da vazão. Para calcular o valor da perda de carga nos
tubos, recomenda-se utilizar a equação universal, obtendo-se os valores das rugosidades junto
aos fabricantes dos tubos. Na falta dessa informação, podem ser utilizadas as expressões de
Fair-Whipple-Hsiao indicadas a seguir.

Para tubos rugosos (tubos de aço-carbono, galvanizado ou não):

6 1,88 − 4 , 88
J=19,6 x10 xQ xd (4)

Para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre):

6 1 ,75 −4 ,75
J=8 ,63 x10 xQ xd (5)

em que:

J - perda de carga unitária, kPa/m;


Q - vazão estimada para a seção considerada, L/s;
d - diâmetro interno do tubo, mm.

Conexões: A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, formando as tubulações, deve
ser expressa em termos de comprimentos equivalentes desses tubos. A Tabela 4 apresenta
esses comprimentos para os casos de equivalência com tubos rugosos e tubos lisos,
respectivamente. Quando for impraticável prever os tipos e números de conexões a serem
utilizadas, um procedimento alternativo consiste em estimar uma porcentagem do comprimento
real da tubulação como o comprimento equivalente necessário para cobrir as perdas de carga
em todas as conexões; essa porcentagem pode variar de 10% a 40% do comprimento real,
dependendo da complexidade de desenho da tubulação, sendo que o valor efetivamente usado
depende muito da experiência do projetista.

Registros: Os registros de fechamento, geralmente utilizados na condição de passagem plena,


apresentam perda de carga pequena que, para efeito deste procedimento, pode ser
desconsiderada. Por outro lado, os registros de utilização apresentam elevada perda de carga,
que deve ser cuidadosamente computada. A perda de carga em registro de pressão pode ser
obtida através da seguinte equação:

6 2 −2 −4
Δh=8 x10 xKxQ xπ xd (6)
em que:

Δh - Perda de carga no registro, kPa;


K - coeficiente de perda de carga do registro (Ver NBR 10071);
Q - vazão estimada para a seção considerada, L/s;
d - diâmetro interno da tubulação, mm.

Hidrômetros: A perda de carga em hidrômetro pode ser estimada empregando-se a seguinte


equação:
2
Δh=( 36 xQ ) x ( Qmáx )2
(7)

Em que:

Δh - Perda de carga no hidrômetro, kPa;


Q - vazão estimada para a seção considerada, L/s;
Qmáx - vazão máxima especificada para o hidrômetro, m 3/h (Ver Tabela 5).

Tabela 5. Vazão máxima de hidrômetros e os seus respectivos diâmetros


Diâmetro Nominal
Vazão máxima Qmáx
DN
mm m3/h
15 e 20 1,5
15 e 20 3
20 5
25 7
25 10
40 20
50 30
Fonte: NBR 5626/1998

De modo bem simples, a pressão dinâmica ( Pe) de um determinado ponto da instalação, será
determinada pela seguinte equação:
Pd=Pd−hf (8)

Em que:

hf - perda de carga total (Jxcomrimento + perdas de carga localizadas).


Tabela 5. Comprimento fictício em metros das principais peças especiais, para os diâmetros comerciais mais usados - tubulação de aço galvanizado
ou de ferro fundido
DN - mm 15 20 25 32 40 50 60 75 100 125 150
DN - pol. 1/2 3/4 1 1 1/4 1 1/2 2 2 1/2 3 4 5 6
Conexão Comprimento equivalente
Joelho 90° 0,5 0,7 0,8 1,1 1,3 1,7 2,0 2,5 3,4 4,2 4,9
Joelho 45° 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8 0,9 1,2 1,5 1,9 2,3
Curva de 90º 0,2 0,3 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8 1,0 1,3 1,6 1,9
Curva de 90º 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,9 1,1
Tê de passagem direta 0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,6 2,1 2,7 3,4
Tê saída lado 1,0 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7 8,4 10,0
Tê saída bilateral 1,0 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7 8,4 10,0
Entrada normal 0,2 0,2 0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,6 2,0 2,5
Entrada de borda 0,4 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2 4,0 5,0
Saída de canal 0,4 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2 4,0 5,0
Válvula de pé com crivo 3,6 5,6 7,3 10,0 11,6 14,0 17,0 20,0 23,0 30,0 39,0
Válvula de retenção (leve) 1,1 1,6 2,1 2,7 3,2 4,2 5,2 6,3 8,4 10,4 12,5
Válvula de retenção (pesada) 1,6 2,4 3,2 4,0 4,6 6,4 8,1 9,7 12,9 16,1 19,3
Registro globo aberto 4,9 6,7 8,2 11,3 13,4 17,4 21,0 26,0 34,0 43,0 51,0
Registro de gaveta aberto 0,1 0,1 0,2 0,2 0,3 0,4 0,4 0,5 1,7 0,9 1,1
Registro ângulo aberto 2,6 3,6 4,6 5,6 6,7 8,5 10,0 13,0 17,0 21,0 26,0
Fonte: Oliveira Melo & Azevedo Neto.
Tabela 6. Comprimento fictício em metros das principais peças especiais, para os diâmetros comerciais mais usados - tubulação de PVC ou cobre
DN - mm 15 20 25 32 40 50 60 75 100 125 150
DN - pol. 1/2 3/4 1 1 1/4 1 1/2 2 2 1/2 3 4 5 6
Conexão Comprimento equivalente
Joelho 90° 1,1 1,2 1,5 2,0 3,2 3,4 3,7 3,9 4,3 4,9 5,4
Joelho 45° 0,4 0,5 0,7 1,0 1,3 1,5 1,7 1,8 1,9 2,4 2,6
Curva de 90º 0,4 0,5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,9 2,1
Curva de 90º 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2
Tê de passagem direta 0,7 0,8 0,9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 3,3 3,8
Tê saída lado 2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3 10,0 11,1
Tê saída bilateral 2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3 10,0 11,1
Entrada normal 0,3 0,4 0,5 0,6 1,0 1,5 1,6 2,0 2,2 2,5 2,8
Entrada de borda 0,9 1,0 1,2 1,8 2,3 2,8 3,3 3,7 4,0 5,0 5,6
Saída de canal 0,8 0,9 1,3 1,4 3,2 3,3 3,5 3,7 3,9 4,9 5,5
Válvula de pé com crivo 8,1 9,5 13,3 15,5 18,3 23,7 25,0 26,8 28,6 37,4 43,4
Válvula de retenção (leve) 2,5 2,7 3,8 4,9 6,8 7,1 8,2 9,3 10,4 12,5 13,9
Válvula de retenção (pesada) 3,6 4,1 5,8 7,4 9,1 10,8 12,5 14,2 16,0 19,2 21,4
Registro globo aberto 11,1 11,4 15,0 22,0 35,8 37,9 38,0 40,0 42,3 50,9 56,7
Registro de gaveta aberto 0,1 0,2 0,3 0,4 0,7 0,8 0,9 0,9 1,0 1,1 1,2
Registro ângulo aberto 5,9 6,1 8,4 10,5 17,0 18,5 19,0 20,0 22,1 26,2 28,9
Fonte: Oliveira Melo: Azevedo Neto.
Modelo de Cálculo

Os cálculos necessários devem ser feitos através de uma planilha apresentada pela Tabela 7.
Os seguintes dados e operações devem ser considerados na execução da planilha:

a. Trecho: identificação do trecho de tubulação a ser dimensionado, apresentando à esquerda o


número ou letra correspondente à sua entrada e à direita o número ou letra correspondente à
sua saída (coluna 1)

b. Soma dos pesos: valor referente à somatória dos pesos relativos de todas as peças de
utilização alimentadas pelo trecho considerado (coluna 2)

c. Vazão estimada, em litros por segundo: valor da vazão total demandada simultaneamente,
obtida pela equação Q = 0,3 √Σ P ;

d. Diâmetro, em milímetros: valor do diâmetro interno da tubulação (coluna 4)

e. Velocidade, em metros por segundo: valor da velocidade da água no interior da tubulação


(coluna 5)

f. Perda de carga unitária, em quilopascal por metro: valor da perda de carga por unidade de
comprimento da tubulação, obtida pelas equações: J (KPa)= 20,2 10 -3. Q1,88 (m3/s). D-4,88 (m),
para tubos de aço-carbono, galvanizado e J = 8,69 10 -3. Q1,75 . D-4,75 para tubos de plástico e
cobre;

g. Diferença de cota (desce + ou sobe -), em metros: valor da distância vertical entre a cota de
entrada e a cota de saída do trecho considerado, sendo positiva se a diferença ocorrer no
sentido da descida e negativa no sentido da subida (coluna 7);

h. Pressão disponível, em quilopascais: pressão disponível na saída do trecho considerado,


depois de considerada a diferença de cota positiva ou negativa (coluna 8)

i. Comprimento real da tubulação, em metros: valor relativo ao comprimento efetivo do trecho


considerado (coluna 9)

j. Comprimento equivalente da tubulação, em metros: valor relativo ao comprimento real mais os


comprimentos equivalentes das conexões (coluna 10)

k. Perda de carga na tubulação, em quilopascais: valor calculado para perda de carga na


tubulação no trecho considerado (coluna 11)
l. Perda de carga nos registros e outros componentes, em quilopascais: valor da perda de carga
provocada por registros, válvulas e outras singularidades ocorrentes no trecho considerado,
obtida de acordo com as fórmulas (h = 8 x 106 .K . Q2 .-2 d-4 ) para registros e pela fórmula h
= (36 . Q)2 . (Qmax)-2 para hidrômetros;

m. Perda de carga total, em quilopascais: soma das perdas de carga verificadas na tubulação e
nos registros e outros (coluna 13)
n. Pressão disponível residual, em quilopascais: pressão residual, disponível na saída do trecho
considerado, depois de descontadas as perdas de carga verificadas no mesmo trecho (coluna
14)

o. Pressão requerida no ponto de utilização: valor da pressão mínima necessária para


alimentação da peça de utilização prevista para ser instalada na saída do trecho considerado,
quando for o caso (coluna 15)
Tabela 4. Planilha de cálculo de instalações prediais de água fria
Pesos Vazão Diâmetro Comprimentos Perda de carga Pressão
Coluna Trecho Velocidade
Unitário Acumulado Q D Real Equiv. Total Unitária Total Disponível Necessária
        L/s mm m/s m m.c.a
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
Fonte: NBR 5626/1998
Referências Bibliográficas

AZEVEDO NETTO, J. M., et alli. Manual de Hidráulica. Ed. Edgard Blucher Ltda, 8ª Edição, São
Paulo, 1998.

CARVALHO Jr., R. de. Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura. 3ªed Edição Revista,
Ampliada e Atualizada. São Paulo: Edgard Blücher. 2010.

CREDER, H. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. Rio de Janeiro: LTC. 2006.

TOMAZ, PLÍNIO. Aproveitamento de água de chuva em áreas urbanas para fins não potáveis.
2010 (sem editora) ISBN: 85-87678-23-X.

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