Boa tarde Edu e a todos que nos acompanham. Como vimos
semana passada, os pais tem muitas dúvidas sobre quando procurar um psicólogo infantil. Então hoje vamos esclarecer mais um pouco sobre esse assunto tão importante! Minha bebê tem 1 ano e 1 mês. Ela mama no peito, não mama mamadeira e nem usa bico, come de tudo. Qual é a idade ideal para colocar na escolinha, sem que ela sinta muito essa transição? Rafaella Pereira Balneário Arroio do Silva
Oi Rafaella, então, as crianças e as famílias possuem
desenvolvimentos únicos e por isso, a idade para enviar a criança para a escola varia muito, mas colocando de forma generalizada a faixa considerada ideal fica entre os 2 e 3 anos de idade. A escola, na primeira infância, amplia a interação social, as crianças aprendem brincar em grupo. A escola também auxilia no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, e a partir dos 3 anos o brincar assume então uma função importante na vida das crianças. O ideal seria meio período para que tenham um tempo de convivência familiar. Só lembrando também que por lei, a criança deve frequentar a escola a partir dos 4 anos. Meu menino de 7 anos ficava comigo, voltei trabalhar, ele está numa creche, mas está chegando bem agitado, ansioso... seria pela questão de ficar longe de mim? Adaptação, será que daqui a pouco acostuma? Mariana Ribeiro Criciúma
Oi Mariana, uma pergunta bem interessante, vou ampliar a
resposta para mais entendimento. A adaptação escolar não acontece apenas quando uma criança vai à creche ou à escola pela primeira vez, mas sempre que se depara com uma nova etapa de ensino ou um novo ambiente, como uma mudança de escola ou de turma. Se o novo gera insegurança e ansiedade em qualquer idade, na fase Infantil, esse processo é ainda mais intenso. Saindo de suas zonas de conforto, as crianças se veem em um ambiente coletivo com regras diferentes das de casa, são estimulados a participar de atividades incomuns ao seu dia a dia e passam a conviver com adultos e crianças inicialmente estranhos. A adaptação é esse momento de transição em que a criança vai se habituando à nova rotina longe dos familiares que tem como referência. Dia após dia, ela vai criando um vínculo com os professores, coleguinhas e atividades, sentindo-se cada vez mais segura. Não existe um tempo determinado para essa transição. Em geral dura de uma ou duas semanas, mas depende da criança, da família e das experiências anteriores que essa criança teve relacionado às separações (tipo baba, morte de alguém, etc) . Como dica sugiro envolver teu filho nos preparativos para ir à creche, como arrumar a mochila, a lancheira. Isso faz com que ele se sinta cuidado, participante e seguro.
Oi Aline, então, tudo depende da intensidade desse medo, a
frequência que aparece e principalmente se tem prejudicado de alguma forma a vida dele, tipo, não quer mais sair de casa, A situação do assalto pode ter desencadeado um estresse pós traumático, que desencadeia muitos sintomas de ansiedade sempre que ele lembra do fator estressante, eles não apenas revivem o evento, como também se sentem extremamente tensas e nervosas. Estou aqui levantando uma hipótese, tudo vai depender como disse de mais informações para orientá-la melhor. O ideal é você levá-lo para uma consulta de avaliação. A terapia ajuda a dessensibilizar o medo, e ameniza a ansiedade .
Combinado Edu! Ate semana que vem, tchau!
A gente tem receio de buscar atendimento psicológico pra adulto, então imagina pra criança. Como saber que vai ajudar os pequenos? Marilene da Costa Criciúma
Oi Marilene, entendo sua questão. Criou-se tabus e
preconceitos com relação a buscar ajuda de um psicólogo. Nós somos profissionais que estudamos o comportamento humano então nos cabe a função de orientar e ajudar quando as coisas não vão bem emocionalmente. Sempre digo que quando casamos, ou temos filhos ou outros ciclos da vida que passamos, não recebemos nenhum manual de orientação para saber como fazer, e a psicologia através de pesquisas e estudos, nos mostra caminhos assertivos para isso. Quando os pais já tentaram de tudo, o acompanhamento de um psicólogo infantil vai colaborar para que a criança consiga lidar melhor com seus sentimentos, e inclusive orientar os pais de como agir nesses momentos. Precisa acontecer algo traumático, ou alguma mudança de comportamento, pra buscar uma consulta? Ou é bom avaliar a criança com psicólogo como se fosse um ckeck up, mesmo sem nenhum sinal aparente? Camila Silva Araranguá
Oi Camila, a sua dúvida é bem pertinente. Não precisa
acontecer nada mais grave para ir em busca de ajuda. Um comportamento diferente ou uma dificuldade inesperada de seu filho que você acha estranho e isso permanece por um tempinho, ou o simples fato de dúvidas que surgem na forma de educar seu filho já são motivos para buscar ajuda. Teve um casal que atendi que a mãe descobriu uma doença grave e estava em dúvida se contava ou não para a filha de 5 anos e de que forma faria isso. A orientação deixou eles tranquilos, cientes que estavam agindo da forma mais assertiva. Quando criança fiz terapia, lembro que eu brincava, desenhava, não mais do que isso. Como a psicóloga consegue avaliar só vendo a criança brincar? Joana Amaral Criciúma
O psicólogo infantil trabalha basicamente a partir do lúdico. É
através do ato de brincar que o psicólogo tem acesso ao mundo interior da criança e consegue ajudá-la a superar os desafios que a afligem. Um método correspondente as suas capacidades cognitivas. Os próprios pais e familiares já conseguem observar como é difícil conversar logicamente com as crianças sobre o que as aborrecem. Por se expressarem de maneira única, suas atitudes são mal interpretadas e, muitas vezes, negligenciadas pelos adultos. A criança vai às sessões e brinca, com o terapeuta ou sozinha e, enquanto isso, suas questões são abordadas de forma indireta. O brincar é capaz de mostrar as fantasias, interesses e apreensões projetados nos brinquedos e nas brincadeiras pela criança, influenciados principalmente pelo relacionamento com os pais. A criança representa na brincadeira o mundo que conhece e assim os conteúdos são mais facilmente acessados pelo psicólogo. Que sinais devo observar pra ver se meu filho precisa de ajuda profissional? Renato Borges Tubarão
Oi Renato, sim é importante que os pais estejam atentos a
comportamentos dos filhos para observar mudanças. Tristeza, isolamento, apatia, perda de interesse, agressividade ou choro excessivo… podem ser sinais de que algo não vai bem. Muita agitação, inquietude ou dificuldade em manter a atenção. dificuldade do filho em se relacionar com um dos pais ou ambos, Morte na família, acidentes, mudanças de endereço, mudança de escola e qualquer outra alteração drástica na rotina da criança são motivos de atenção. Existe um tempo para lidar com a perda, com as mudanças mas, se as emoções persistirem de forma intensa, deve-se recorrer ao psicólogo. Os pais também são avaliados, uma vez que eles podem ser a origem dos problemas.
Como é o trabalho do psicólogo infantil?
O psicólogo infantil trabalha basicamente a partir do lúdico. A criança vai às sessões e brinca, com o terapeuta ou sozinha e, enquanto isso, suas questões são abordadas de forma indireta. Os conteúdos são mais facilmente acessados pelo psicólogo, pois a criança os expressa e projeta sua realidade por meio do brincar. A participação dos pais nesse processo é fundamental, pois o trabalho realizado pelo terapeuta depende muito do envolvimento ativo da família no tratamento da criança. É importante que os pais conheçam os filhos minuciosamente, os observando em casa, para que possam contribuir com o trabalho do terapeuta. Os pais também são instruídos a frequentar a terapia, recebendo orientações, pois seu comportamento e modo de pensar precisam ser trabalhados para que os comportamentos/situação da criança melhorem.