A planta tem origem provável na Ásia - Índia, China, países vizinhos de clima subtropical úmido - daí foi
para a Europa e para o Brasil trazida por portugueses no século XVI.
O cultivo da laranjeira está disseminado por mais de 60 países e, na produção mundial de cítricos, a
laranja participa com 69%. Em 1994 foram produzidas 58.731.000 toneladas participando o Brasil com
31,6%, E.U.A com 16,2%, China com 10,5%, Espanha com 4,42% e México com 4,4% (FAO). Em 1993/94,
no mercado internacional, a laranja in natura ofertou 4,4 milhões de toneladas; a Espanha (33%) e E.U.A
(14%) lideram esse mercado. No de processados de citros o Brasil destaca-se como maior exportador
mundial de suco concentrado suprindo 80% da demanda mundial.
No Brasil a citricultura é significativa para os estados de São Paulo (80% da oferta nacional), Sergipe
(4,8%), Bahia (3,8%) e Minas Gerais (3,8%); em 1994, o país produziu 17.420.377 toneladas de frutos em
área próxima a 900.000 hectares (IBGE).
Em 1994 a Bahia produziu 668.873 toneladas de frutos, em área colhida de 42.748 ha. com rendimento
de 15.647 kg/ha (80% da variedade Pera); as principais regiões econômicas produtoras foram Litoral
Norte, Recôncavo Sul, Nordeste e Sudoeste (juntas alcançaram 90% da produção). Destacaram-se, entre
os municípios maiores produtores, Rio Real (44%), Inhambupe (7%), Cruz das Almas (6%), Sapeaçu (5%)
e Alagoinhas (4%), (IBGE - PAM).
A produção baiana destina-se ao consumo da fruta fresca e a agroindustria; o suco concentrado é quase
todo exportado para a Europa (Alemanha, Inglaterra), E.U.A, e Canadá (1994/95 - Promoexport).
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Botânica/Descrição/Variedades:
Cientificamente a laranja-doce é conhecida como Citrus sinesis e a laranja-azeda como Citrus aurantium,
ambas Dicotyledonae, Rutaceae. Na laranja-doce destacam-se as variedades Pera (maturação semi-
tardia), Natal (tardia), Valencia (tardia), Bahia (semi-precoce), Baianinha (semi-precoce); Lima, Piralima,
Hamlim (semi-precoce), a espécie laranja-azeda é representada pelas laranjas-da-terra.
A laranja doce tem porte médio, folhas tamanho médio com apice ponteagudo base arredondada,
pecíolo pouco alado, flores com tamanho médio, solitárias ou em racimos, com 20-25 estames, ovário
com 10-13 lóculos. Sementes ovoides, levemente enrugadas e poliembrionicas.
A laranja azeda tem porte médio a grande, folha com lâmina estreita, ponteaguda, base arredondada,
flores grandes, completas; fruto ácido e amargo, de difícil consumo. Dos brotos, folhas e casca do fruto
retira-se uma série de óleos essenciais, aromáticos, de alto valor em perfumaria e farmacopeia.
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Composição por 100 g. da fruta fresca é: calorias (63), glicídios (9,9 g), proteína (0,6 g), lipídios (0,1),
calcio (45 mg), fósforo (28 mg), ferro (0,2 mg), magnésio (26 mg), Vitamina A (14 mcg), Vitamina B (40
mcg), Vitamina B2 (21 mcg), Vitamina C (40,9 mcg), potássio.
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Utilização da laranjeira:
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Necessidades da Planta:
Clima - A faixa de temperatura para vegetação está entre 22ºC e 33ºC (nunca acima de 36ºC e nunca
abaixo de 12ºC) com média anual em torno de 25ºC; sob altas temperaturas a laranjeira emite, ao longo
do ano, vários surtos vegetativos seguidos de fluxos florais que possibilitam maturação de frutos em
várias épocas.O ideal anual de chuvas está em 1.200 mm. bem distribuidos ao longo do ano; deficit
hídrico deve ser corrigido com irrigação artificial. A umidade do ar deve estar em 80%.Clima influe na
qualidade e composição do fruto (teor de suco, de sólidos, maturação, volume de frutos, outros).
Solos : Embora possa desenvolver-se em vários tipos de solos- de arenosos a argilosos desde que sejam
profundos e permeáveis- a laranjeira prefere os solos areno-argilosos e até argilosos porosos, profundos
e bem drenados. Evitar solos rasos e sujeitos a encharcamentos; pH na faixa 6,0 a 6,5.
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Formação do Pomar:
A muda de laranjeira: deve ser obtida a viveiristas credenciados por órgãos oficiais. Deve ser enxerto
(por borbulhia) maduro vigoroso, enxertia a 20 cm de altura do solo, com 3 a 4 brotações (ramos) a
60cm. de altura (espaçados para formação da copa) distribuidos em espiral em torno do caule e sistema
radicular abundante. As mudas raíz nua devem ter raízes barreadas (com barro) para transporte.
Para compor o pomar: sugere-se plantio de variedades Lima e Hamlin (10%), Baianinha (15%), Valencia
e/ou Natal (15%) e Pera (para sucos), com 60%.
Localização do pomar: próximo a estradas e mercado consumidor, de fácil acesso. O terreno deve ser
plano a ligeiramente ondulado; em áreas com declividade até 5% alinhar plantas em nível e em terrenos
com declividade superior usar outras práticas conservacionistas além das curvas de nível. O plantio, em
terreno plano, deve ser feito em retângulo.
Preparo do solo: se possível retirar amostras de solo e enviar a laboratório de análises, com boa
antecedência ao plantio (150 dias) para recomendações para corretivos e adubos.As operações de
preparo de solo passam por desmatamento, destoca, queima, controle de formigas e cupins, aplicação
de corretivo, aração e gradagens. A destoca pode ser feita em período de 2 a 5 anos (segundo extensão
da área de plantio) e o produtor poderá cultivar lavouras de ciclo curto entre os tocos.
A aplicação do corretivo (calcário dolomítico) deve ser feita antes da aração (metade da dose) e antes da
primeira gradagem (segunda metade) a 60 a 90 dias antes do plantio.
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Plantio:
No período chuvoso típico da região ou em qualquer época, com auxílio da irrigação, efetuar o plantio;
escolher dias nublados, sem ventos e com temperatura amena.No plantio colocar colo da muda 5 cm
acima da superfície do solo; as raízes das mudas nuas devem ficar estendidas (sem dobras) e os espaços
entre as raízes cheios com terra. Comprime-se a terra a medida que se enche a cova, faz-se "bacia" com
terra e cobre-se a bacia com palha ou maravalha ou capim seco (sem sementes); se houver ventos fortes
tutora-se a muda.
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Tratos Culturais:
- Caso não haja chuvas no pós-plantio irrigar a cova com 20 l. de água por semana.
Eliminar brotações (ainda novas) que se apresentem abaixo do ponto de enxertia notadamente nos
primeiros 2 anos de vida.
Podar ramos secos, doentes, ramos ladrões vegetativos; efetuar limpeza do tronco e ramos grossos
(com escova) caiando em seguida com calda bordalesa a 3%.
Capinar, nas ruas de plantio e na época seca, com grade de disco e com ceifadeira no período chuvoso.
Em coroamento sob copa da planta, capinar com enxada (época seca) ou com foice ou estrovenga no
período chuvoso.
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Adubação:
Deficiências de micronutrientes mais comuns (Cruz das Almas) são de zinco e manganês; são corrigidas
com aplicações em pulverização foliar, com solução contendo 300 g de sulfato de zinco e 300 g de
sulfato de manganês em 100 litros de água.
Caso não haja recomendações de laboratório para adubações sugere-se a utilização das quantidades da
Tabela 1. Aplicar as doses logo após o início do período chuvoso e, pouco antes do seu fim. 60 dias e 90
dias pós plantio aplicar 50 g. de uréia fertilizante por cova e por vez. Aplicar sob a copa da planta com
leve incorporação (2/3 para dentro e 1/3 para fora da projeção da copa).
(3) Em diante
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Consorciação:
O uso de culturas intercalares é indicado; sugere-se culturas de amendoim, batata-doce, inhame, feijão,
abobora, abacaxi, mamão e maracujá. Deve-se preferir culturas de baixo porte e de curta duração; a
linha mais externa do seu plantio deve ficar a 1,5 a 2,0m. da linha de plantio da laranjeira. O seu plantio
deve ser orientado no sentido leste-oeste e a cultura deve ser adubada.
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Tratamento Sanitário:
Tratos culturais adequados (para equilibrio populacional entre pragas x inimigos naturais), idade das
plantas no pomar (até 4 anos exige aplicação de químicos), inspeção periodica do laranjal (verificar
presença de pragas, grau de infestação, presença de inimigos) aplicações de químicos em focos, periodo
do dia a efetuar tratamento, dentre outros, são procedimentos imprescindiveis para eficiência do
controle de pragas/doenças.
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Pragas:
Acaros: da falsa ferrugem, das gemas e da leprose e que podem ser controlados com produtos a base de
enxofre, de quinometionato e de dicofol.
Coleobrocas: que podem ser controladas com fosfina pasta, paratiom, DDVP em injeção (orifício do
caule).
Cochonilhas: de placas (Orthezia), de escamas (farinha, virgula) cabeça-de-prego, são controladas por
aplicação de oleo mineral + inseticidas fosforados (paratiom, malatiom, diazinom).
O adulto é besouro com forma convexa, tem 22mm. de comprimento e faixas e manchas amarelas no
dorso; a fêmea faz orifício no tronco da planta e aí deposita um ovo. Eclodindo o ovo libera larva
(lagarta) volumosa, esbranquiçada e sem patas que broqueia o tronco e ramos grossos abrindo galerias
longitudinais. Os sinais de ataque são galerias e orifícios que expelem serragem em forma de pelotas.
Controle:
Limpeza do(s) orifício(s) e destruição mecanica (com arame da larva).
Desobstrução do orifício e aplicação através dele de fosfina pasta (1cm.) ou de paratiom metil (2cm3.)
em injeção. Vedar orifício com argila ou cera-de-abelha. Iniciar controle logo que apareça serragem no
solo.
Plantio no pomar (evitar excesso de população) da planta Maria Preta que atrai os besouros. Capturar o
inseto na Maria Preta e exterminá-lo.
Cabeça-de-prego: inseto provido de escama circular, cor violácea escura, que ataca folhas e frutos.
Escama farinha: inseto com carapaça alongada que vive no tronco, haste e folhas que tomam aspecto
esbranquiçado.
Escama vírgula: carapaça de forma em vírgula, cor marrom claro, vivendo em folhas e frutos.
De placas: corpo provido de placas ou laminas cereas, esbranquiçadas, com cauda alongada (ovisaco);
vive em folhas e ramos.
Controle:
Capinar sob-copa da planta e aplicar aldicarb a 1,5cm. de profundidade no solo; pulverizar plantas
infestadas com fosalone ou dicrotofos para a cochonilhas de placas.
Para as outras escovar tronco e ramos e aplicar calda, contendo óleo mineral e inseticidas dimetoato ou
malatiom ou metidatiom.
OBS: não misturar enxofre e óleo mineral, não aplicar óleo em horas quentes do dia e sobre frutos com
menos de 5cm. de diâmetro e a menos de 50 dias de colheita.
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Doenças:
Estiolamento: (Damping-off) - Sementeira (fungos). Sementes apodrecem sem germinar plantas novas
ficam amareladas (colo apodrecido), tombam e morrem.
Controle: aplicação de PCNB (regar superfície de canteiro com 2 l. de calda/M2), ou aplicar benomyl ou
quintozene preventivamente, semeando-se 48 horas depois.
Verrugose: Sementeira e viveiro (fungo). Lesões em folhas e brotos impedem o crescimento apical da
planta; afeta alguns porta enxertos.
Aplicar benomyl, logo no aparecimento dos sintomas; 15 dias após aplicar mancozeb ou oxicloreto de
cobre.
Gomose: Pomar (fungo). Afeta casca e parte externa do lenho nas raízes, tronco (colo) e até ramos. A
região afetada apresenta goma marrom; planta pode morrer. Pulverizar com Fosetyl ou Metalaxil em
intervalos de 20 dias; raspar parte doente e pincelar com pasta bordalesa.
Melanose: Pomar (fungo). Pequenas lesões arredondadas, coloração escura, recobrem grandes áreas de
frutos, folhas e ramos. Podar galhos secos e pulverizar, pós florada, com benomyl ou oxicloreto de
cobre.
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Colheita/Rendimento/Comercialização:
Usar escada (madeira leve e arredondada) sacolas de colheita (de lona, com fundo falso) com
capacidadede 20Kg., tesoura ou alicate de colheita, (lâminas curtas e pontas arredondadas) e cestos ou
caixas plásticas com capacidade de 27Kg.
- No ato de colher rejeitar frutos orvalhados ou molhados, evitar derrubar fruto ao solo, colher frutos no
mesmo estágio de maturação e evitar exposição do fruto ao sol. Um homem pode colher 10 mil
frutos/dia.
Rendimento - Considerando-se início de produção aos 4 anos de vida colhe-se 100 frutos por
laranjeira/ano, 150 frutos (5º ano), 200 frutos (6º ano), 250 frutos (7º ano), 300 frutos ( 8º ano), em
geral. Pés safreiros (10 anos), podem produzir 350 frutos (Bahia), 420 frutos (Baianinha) e 580 frutos
(Pera).
BIBLIOGRAFIA:
Brasília/DF, 1982
No Brasil, apesar da citricultura se concentrar no Estado de São Paulo, existem pomares comerciais
desde o Estado do Sergipe, na latitude de 10oS, até o Estado do Rio Grande do Sul, na latitude de 30oS,
englobando diversos tipos de clima, como o tropical úmido, tropical de altitude e subtropical, onde
normalmente não há sérias restrições à produção, exceto em algumas áreas da Região Nordeste, onde
ocorrem períodos de déficit hídrico acentuado, e na Região Sul, onde as geadas são freqüentes.
A fenologia é a ciência que estuda as diferentes fases de desenvolvimento dos vegetais e a relação
destas com as condições físicas do ambiente, especialmente com a temperatura do ar, o fotoperíodo e a
disponibilidade hídrica do solo.
O estabelecimento de tais relações, possibilita o conhecimento das respostas das plantas quando
submetidas a diferentes condições climáticas, informação de grande importância para o planejamento e
implantação da citricultura.
As plantas cítricas, por serem perenes, apresentam ciclo de desenvolvimento que varia de seis a
dezesseis meses, dependendo da espécie, da variedade e da variação sazonal das condições térmicas e
hídricas do local.
Dentro desse período, a planta passa por diversas fases, como mostra o esquema a seguir, sendo as
mais enfatizadas pela literatura as que vão do florescimento à maturação dos frutos; porém, sendo
igualmente importantes as fases de indução floral e repouso vegetativo, esta última ocorrendo apenas
nos locais onde períodos de estresse térmico ou hídrico são bem definidos.
Indução Floral - é o resultado de estímulos ambientais, que normalmente estão ligados à redução do
crescimento das plantas. Geralmente, esses estímulos ambientais são proporcionados pela diminuição
das temperaturas, mesmo que não caiam abaixo dos 12,5oC, nas regiões subtropicais, ou por período de
seca, nas regiões tropicais.
Repouso Vegetativo - os pomares de citros cultivados em regiões de clima tropical, com estação seca, e
subtropical, com inverno relativamente rigoroso, estão sujeitos a entrarem em repouso vegetativo. Esse
período de repouso vegetativo, caracterizado pela redução na taxa de crescimento ou até mesmo pela
sua paralisação, ocorre devido à redução na taxa metabólica das plantas, sendo que sua duração varia
de acordo com as condições ambientais. Florescimento - ocorre após o período de indução e repouso,
quando existir condições térmicas e hídricas favoráveis. Apesar do florescimento poder ocorrer durante
todos os meses do ano, normalmente ele é mais intenso, nas regiões subtropicais, durante o final do
inverno e início da primavera. Por outro lado, nas regiões de clima tropical, onde há a ocorrência de
estiagem durante certa época do ano e não ocorre variação sazonal das condições térmicas, o
florescimento irá ocorrer sempre após o restabelecimento das chuvas, enquanto que nas regiões de
clima árido o florescimento somente irá ocorrer, após período de estresse hídrico, com o uso da
irrigação.
Fixação do fruto - o período de fixação dos frutos é bastante extenso, iniciandose logo após a
polinização. Ao logo da fase de crescimento do fruto, é difícil identificar as causas responsáveis pela sua
queda, haja visto que as plantas de citros se adaptam a uma grande diversidade de condições climáticas.
No entanto, fatores de ordem fisiológica, ambiental e fitossanitária são os principais responsáveis. Maior
queda ocorre em novembro.
Crescimento do fruto - o crescimento dos frutos da grande maioria das espécies de Citrus segue um
modelo sigmóide, que pode ser sub-dividido, basicamente, em quatro fases:
1) DVC – divisão celular (define tamanho potencial do fruto) 2) DFC – diferenciação celular
Os citros são cultivados em uma ampla faixa de latitude, entre 40oN e 40oS. Em razão disso, os pomares
de citros espalhados pelo mundo são submetidos, ao longo do ano, a diferentes condições de
disponibilidade de energia solar e fotoperíodo. Enquanto na faixa equatorial o fotoperíodo fica ao redor
de 12 horas ao longo de todos os meses do ano, nas latitude mais elevadas ocorre significativa variação
na duração do dia, chegando nas latitudes de 40o N ou S a oscilar entre cerca de 9h, no inverno, e 15h,
no verão.
A assimilação líquida de CO2 pelas folhas dos citros aumenta linearmente com o aumento da radiação
fotossinteticamente ativa (RFA), entre 0 e 700 mmolcm-2s-1, atingindo a partir daí o ponto de saturação
luminosa, estabilizando a assimilação de CO2 em cerca de 9 a 10 mmolcm-2s-1. Nas regiões tropicais, a
RFA normalmente atinge o ponto de saturação luminosa ao longo de todo o ano, o que resulta em maior
e mais rápido crescimento das plantas e dos frutos, enquanto que nas regiões subtropicais, onde a
variação sazonal de RFA é notória, o crescimento das plantas e dos frutos é mais lento e menor, devido à
oscilação nas taxas de fotossíntese, que no inverno representam cerca de 50% das obtidas no verão.
Temperatura do Ar:
Na fase de crescimento vegetativo, a maioria das espécies de citros tem seu crescimento, tanto da parte
aérea como das raízes, sensivelmente reduzido a uma temperatura diurna constante entre 12oC e 13oC,
paralisando-o por volta dos 5oC. Acima de 12oC, a taxa de crescimento da parte aérea da planta,
expresso em termos de massa verde, aumenta gradativamente, alcançando o máximo por volta dos
23oC a 31oC. Acima de 32oC, a taxa de crescimento passa a decrescer, até que a partir dos 37oC o
crescimento cessa, devido a danos fisiológicos.
Normalmente, nas regiões de clima tropical úmido, onde a amplitude térmica diária e anual é menor, os
frutos tendem a ser maiores, com casca verde e mais fina e com mais suco; porém, com menor total de
sólidos solúveis e concentração de ácidos no suco do que os frutos produzidos em regiões de clima
subtropical
Chuva
As plantas cítricas são sempre verdes, o que faz com que elas transpirem ao longo de todo o ano, sob
taxas variáveis, que irão depender, basicamente, da espécie, da combinação enxerto - porta enxerto, da
demanda hídrica da atmosfera, da disponibilidade de água no solo, da profundidade do sistema
radicular, da fase fenológica em que se encontra, de sua área foliar, dos tratos culturais e do
espaçamento adotado.
A necessidade hídrica dos citros, para que se obtenha altos níveis de rendimento, por conseguinte,
também irá depender das variáveis citadas acima, variando de 600 a 1.300mm por ano.
Sob condições naturais e de alta demanda atmosférica, a ETc de um pomar adulto de lima ácida ‘Tahiti’
pode chegar a mais de 150 litros por planta por dia nas condições de clima tropical, durante o verão,
caindo para cerca de 70 litros por dia,
Quando os pomares sofrem deficiência hídrica, ocorre queda de flores e dos frutos jovens ou redução
do crescimento dos frutos já desenvolvidos, com alteração de sua qualidade (diminuição do teor de suco
e da acidez). Esse efeito é mais significativo entre o florescimento e a “queda fisiológica”, enquanto que
na fase de maturação os citros são menos sensíveis ao déficit hídrico.
Umidade do ar
O efeito mais significativo desse elemento meteorológico está relacionado à fitossanidade dos pomares.
De acordo com ORTOLANI et al. (1991), em condições de clima muito úmido, como por exemplo nas
regiões produtoras do Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro, problemas com doenças fúngicas são
freqüentes, especialmente no caso do Colletotrichum, causador da queda de frutos jovens, e do Elsinoe,
causador da verrugose. De acordo com RODRIGUEZ (1987), a umidade do ar também interfere na
qualidade dos frutos, sendo que nas regiões onde a umidade relativa do ar é normalmente elevada, os
frutos das laranjeiras tendem a ser maiores e achatados, frouxos, de coloração pálida, suculentos e de
sabor aguado. Tais condições climáticas, no entanto, são as preferidas pelas mexeriqueiras, que são
cultivadas de norte a sul do
Além dos efeitos citados acima, a umidade relativa do ar é o elemento, que juntamente com a
velocidade do vento, define o poder evaporante do ar. Isso acaba sendo um fator importante na
determinação da demanda hídrica das plantas cítricas, especialmente onde a irrigação é fundamental,
como nos climas áridos e semi-áridos do Irã, do Egito, da Espanha e Israel.
Velocidade do vento
O vento é um dos elementos meteorológicos que influi diretamente no microclima de uma área,
interferindo, desse modo, no crescimento dos vegetais, tendo tanto efeitos favoráveis como
desfavoráveis (PEREIRA et al., 2002). Dentre os aspectos favoráveis, destacam-se o transporte de calor,
vapor d’água e CO2 entre as plantas e a atmosfera, interferindo, assim, nas taxa de assimilação de CO2 e
de transpiração. Por outro lado, quando os ventos são intensos e contínuos, acima de 10km/h, podem
provocar danos mecânicos, anatômicos e fisiológicos nas plantas. HURST & RUMNEY (1971) apresentam
dados que mostram que em três regiões produtoras de citros na Califórinia, EUA, os ventos excessivos
podem provocar redução nos rendimentos que oscilam entre 19 e 68%, dependendo de sua intensidade
e duração.
Geada
Um dos grandes problemas para os pomares dos citros conduzidos nas regiões subtropicais, nas latitude
acima de 20o S ou N, é a ocorrência de geadas (ORTOLANI et al., 1991; GAT et al., 1997). Esse fenômeno
atmosférico, corresponde à ocorrência de temperatura igual ou inferior à temperatura crítica da planta,
que no caso das espécies de citros é da ordem de –4oC a –8oC, ao nível do tecido foliar (ORTOLANI et
al., 1991; DOORENBOS & KASSAM, 1994; GAT et al., 1997).
Vento
Na regiões produtoras de citros do Brasil, o vento aparentemente não é fator limitante à produção. De
acordo com ORTOLANI et al. (1991), no estado de São Paulo, que concentra cerca de 80% da área
cultivada do país, os ventos tem baixa velocidade média, entre 1,7 m/s, nas regiões norte e noroeste, e
2,9 m/s, na região sul, sendo a grande maioria dos pomares conduzidos sem quebra-ventos.
O zoneamento climático dos citros, de acordo com NOGUEIRA (1979), é bastante complexo, em razão da
grande variedade de espécies e da respostas dessas às diferentes condições ambientais. De um modo
geral, o principal elemento meteorológico a ser levado em consideração no zoneamento climático das
espécies cítricas é a temperatura do ar, dada a sua grande influência no crescimento, desenvolvimento,
rendimento e qualidade das plantas e dos frutos (GAT et al., 1997). Apesar disso, quando os pomares
são conduzidos sem irrigação, o aspecto hídrico assume importante papel na aptidão da cultura,
devendo ser levado em consideração.
Segundo dados do IBGE de 2006, a citricultura, no Rio Grande do Sul, ocupava uma área de 42.454 ha,
sendo 27.476 ha de laranjas (65%), 13.197 ha de bergamotas ou tangerinas (31%) e 1.781 ha de limões
(4%).
A produção em escala comercial de frutos cítricos, iniciou no século XIX no vale do rio Taquari, com
imigrantes portugueses e posteriormente se expandiu para o vale do rio Caí, onde os agricultores de
origem germânica também passaram a dedicarse à atividade.
Com o surgimento de novos pólos de produção, nas últimas décadas, o cenário da citricultura gaúcha
modificou-se consideravelmente.
A partir da década de 1990, iniciou-se uma drástica redução nas áreas de laranjas naquelas regiões
tradicionais. No vale do Taquari, o reflorestamento começou a ocupar grande parte dos laranjais e
pomares de limões. Por sua vez, no vale do Caí, as áreas de citros aumentaram, mas houve uma
reconversão, com uma especialização para variedades de bergamotas que, atualmente, ocupam mais de
70% dos pomares. Com isto a importação de laranjas para suco, de São
1990 do Programa Estadual de Citricultura, que fomentou o cultivo de citros para novas regiões, veio
diminuir o impacto da redução de laranjas nas áreas tradicionais.
Na citricultura, desde então, foram implantados mais 5.915 hectares de laranjas, beneficiando mais de
5.0 citricultores, totalizando R$ 19.353.301,89 em investimentos de 2003 a 2007. Mais de 70% dos
novos pomares estão localizados em municípios do Alto Uruguai. Para plantios de bergamotas, no
mesmo período, foram implantados 679 hectares para 667 citricultores. A região do vale do Rio Caí
predominou em novos pomares de bergamotas. Estes investimentos, na quase totalidade com recursos
do
A grande expansão destas frutas na década de 1990, no vale do Caí, fez com que o RS alcançasse uma
oferta considerável em relação à demanda e necessitasse, inclusive, exportar parte da produção da
variedade Montenegrina para garantir preços compensadores aos citricultores do vale do Caí.
Além destes dois pólos de citricultura, o Vale do Caí, com a produção de bergamoteiras em primeiro
plano e o Alto Uruguai, com laranjas, os citros também vêm sendo cultivados em outras regiões de
forma crescente. Praticamente em quase todos os municípios, com exceção daqueles localizados nas
áreas mais frias, existem pomares fazendo com que estas frutas sejam as mais populares no Rio Grande
do Sul.
Na Fronteira Oeste, em Rosário do Sul, São Gabriel e Santa Margarida do Sul, foram iniciados projetos
no final da década de 1990 com variedades sem sementes.
O potencial de clima e solos e custos relativamente baixos têm atraído investimentos de empresários
estrangeiros interessados em abastecer a entressafra do mercado europeu. Com isto existe a
perspectiva de se consolidar como um pólo diferenciado devido às variedades cultivadas e ao caráter
empresarial.
Outra região que já é tradicional em fruticultura e cujos produtores vêm apostando cada vez mais em
citros, em especial nas variedades tardias, é a Serra Gaúcha. Aproveitado os micro-climas existentes no
Vale do rio das Antas e outros rios, as produções de laranjas de umbigo e bergamota Montenegrina já
são bastante expressivas.
Também podem ser citadas áreas significativas na Depressão Central (vale do rio Jaguari), Implantação
de pomares de citros 2003 a 2007 na Zona Sul (Pelotas,
Piratini, Canguçu), entre outras. Quanto a limões, observa-se no vale do Caí uma retomada, embora
ainda em pequena escala, do plantio de pomares da lima ácida Tahiti, uma vez que praticamente não há
mais pomares comerciais de limão verdadeiro, ou seja, do Siciliano ou de outras variedades. No tocante
a mercado, o Estado ainda importa dezenas de milhares de toneladas de laranjas, tanto para atender as
indústrias como para o mercado de mesa. Entre as variedades mais importadas estão as laranjas Pêra,
Valência, Folha Murcha, entre outras, para suco, e as laranjas de umbigo. A origem destas frutas está em
grande parte no estado de São Paulo, embora haja importação também de outros estados e do Uruguai.
Já a produção de bergamotas, além do abastecimento estadual, tem proporcionado exportações a
outros estados do país em um volume que, nos últimos anos, está entre oito e dez mil toneladas anuais
e onde se destaca a variedade Montenegrina. Entre as variedades precoces e de meia estação o
mercado gaúcho tem a concorrência da variedade Ponkan colhida em São Paulo e no Paraná antes da
safra gaúcha, o que afeta negativamente os preços de comercialização no primeiro semestre.
Finalmente, pode-se dizer que a citricultura gaúcha apresenta condições para produção de frutos de
excelente qualidade. Graças ao clima, apresentam boa coloração, formato e sabor, tanto para
variedades tradicionais como para as novas cultivares sem sementes, cuja tendência, a longo prazo, é
dominar o mercado de frutas.
SUL. A região Norte do Rio Grande do Sul, na divisa com o Estado de Santa Catarina com 50 Municípios
possui, conforme o zoneamento Agroclimático de Citros, condições favoráveis à Citricultura, com uma
variação entre 2.500 – 2.900 horas graus-dias como soma térmica, com risco a geadas menor que 30% e
apta para utilização de todas as cultivares de porta-enxertos.
Os municípios onde a citricultura cresce nesta região são os situados nas encostas do Rio Uruguai, zona
esta de microclima e que possui solos com aptidão ao plantio de culturas permanentes.
A citricultura na região com enfoque comercial começou na década de 1980, com a plantação de
pomares em alguns Municípios do vale do Rio Uruguai, entre eles Aratiba, Itatiba do Sul, Mariano Moro
e Marcelino Ramos entre outros.
Prefeituras Municipais, foram fomentadas por alguns anos o plantio de citros, que eram financiados pela
FEAPER (Fundo Estadual de Apoio aos Pequenos Estabelecimentos Rurais) alguns destes pomares
continuam ainda hoje produtivos.
No final de 1999 muitos pomares ficaram embaixo d’água pela formação das
Barragens das Usinas de Itá e Machadinho. A partir do ano de 2003 com a implantação do Pró-Fruta com
crédito acessível aos produtores e preços bons, iniciou-se um novo ciclo de plantio de citros na região. A
área de citros existente na Região em 2003 era de aproximadamente 3.0 ha e, em 5 anos, passamos a
aproximadamente 8.0 ha. Isto deve-se também ao apoio forte das Prefeituras Municipais e às mudas de
qualidade (viveiros telados) que virou regra nos pomares implantados. A citricultura que está sendo
desenvolvida hoje é basicamente praticada em pequenas propriedades, servindo como diversificação e
alternativa aos grãos, possui, quando bem conduzida, alta produtividade e na região basicamente
planta-se laranja, mais de 90% da área são do cultivar Valência.
No ano de 2007 produziu-se mais de 100.0 toneladas de citros, sendo que 70% da produção foi vendida
para consumo in natura. Para o ano de 2008 existe uma previsão de plantio de 800 ha.
Começa a haver movimento por parte de lideranças com o objetivo de implantar na Região, viveiros de
mudas e futuras indústrias para aproveitamento destas novas áreas que estarão em produção e foram
implantados nos últimos anos.
Importância da citricultura para a Região, que em alguns Municípios já é responsável por mais de 10%
da arrecadação de impostos.
Inicialmente a propagação dos citros era feita somente através de sementes. A propagação via sexual foi
posteriormente substituída pela propagação vegetativa, ou assexual. Dentro desta última, a prática da
enxertia se constituiu no método de propagação mais empregado (Morin, 1980).
Segundo Pompeu Junior (1988), a planta cítrica é uma unidade de produção formada pela associação de
dois indivíduos, copa e porta-enxerto, geneticamente diferentes e que devem viver em estreito
relacionamento, mutuamente benéfico, para que a planta criada na ocasião da enxertia, seja produtiva e
tenha maior longevidade. Portanto, as árvores cítricas são constituídas de duas variedades de plantas
obtidas através de uma operação, que consiste em fixar uma parte viva de uma variedade (gema), em
outra que receberá esta gema, e que será o porta-enxerto. A gema se desenvolverá constituindo a copa.
O resultado será uma planta com características conferidas pela copa e pelo porta-enxerto.
O porta-enxerto induz à variedade copa alterações em vários fatores: no seu crescimento; tamanho;
precocidade de produção; produção; época de maturação e peso dos frutos; coloração da casca e do
suco; teor de açúcares e de ácidos dos frutos; tempo de permanência dos frutos na planta; conservação
da fruta após a colheita; transpiração das folhas; fertilidade do pólen; composição química das folhas;
capacidade de absorção de nutrientes; tolerância à salinidade; resistência à seca e ao frio; resistência e
tolerância a moléstias e pragas (Pompeu Junior, 1991).
Segundo Pompeu Junior (1991), as incompatibilidades mais importantes para a citricultura brasileira,
são as das laranjeiras ‘Pêra’ e ‘Seleta de Itaboraí’, quando enxertadas sobre ‘Trifoliata’ ou em limão
‘Rugoso da Flórida’; dos limoeiros ‘Eureka’ e ‘Siciliano’, quando sobre ‘Trifoliata’ e citranges; do limoeiro
‘Siciliano’ e da laranjeiraa
‘Pêra’ quando enxertados em citrumelo ‘4475’ (‘Swingle’), do tangor ‘Murcote’ sobre ‘Trifoliata’, e da
laranjeira ‘Pêra’ sobre limoeiro ‘Volkameriano’.
HISTÓRICO Apenas no início deste século, quando a citricultura brasileira alcançou expressão comercial
e com o conhecimento das vantagens da enxertia, passou-se ao uso de plantas enxertadas (Pompeu
Junior, 1991). Até aproximadamente 1920, a laranjeira ‘Caipira’ foi o porta-enxerto mais utilizado no
Brasil (Teófilo Sobrinho & Figueiredo 1984).
A baixa resistência da laranjeira ‘Caipira’ à seca e à gomose de Phytophthora, motivou a sua substituição
pela laranjeira ‘Azeda’, principal porta-enxerto da época em quase todos os países citrícolas. De 1920 a
1940, a laranjeira ‘Azeda’ predominou como porta-enxerto na nossa citricultura, satisfazendo todas as
exigências dos citricultores, principalmente em relação à produção, rusticidade e adaptabilidade aos
diferentes tipos de solos, das plantas nela enxertadas. Outros cavalos eram utilizados em menor escala,
entre eles o limoeiro ‘Cravo’, a laranjeira ‘Caipira’ e o limoeiro ‘Rugoso’ (Teófilo Sobrinho & Figueiredo,
1984). Com o aparecimento do vírus da tristeza, em 1937, no
Vale do Paraíba, no estado de São Paulo e devido a sua rápida disseminação pelo pulgão preto, as
plantas enxertadas em laranjeira ‘Azeda’, que eram intolerante ao vírus, morreram (Figueiredo, 1985).
Grande do Sul, onde a preferência no período ‘pós tristeza’, foi pela laranjeira ‘Caipira’
(Figueiredo, 1985), por ser uma variedade tradicional introduzida pelos açorianos, nesta região.
A susceptibilidade do limoeiro ‘Cravo’ às doenças exocorte e xiloporose, cujas presenças nos pomares
eram mascaradas pela tolerância da laranjeira ‘Azeda’, tornaram-se graves problemas, pois elas
poderiam reduzir em até 70% a produção das plantas. A utilização dos clones nucelares, a partir de 1955
e de porta-enxertos tolerantes, como a laranjeira ‘Caipira’, a tangerineira ‘Cleópatra’ e o limoeiro
‘Rugoso’ permitiram superar estes obstáculos (Pompeu Junior, 1991).
Atualmente, nos Estados de São Paulo, Sergipe, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Bahia, Goiás e no Distrito Federal, o limoeiro ‘Cravo’ é o porta-enxerto predominante. Em São Paulo a
Morte Súbita dos Citros (MSC) é uma nova doença que surgiu matando somente as plantas enxertadas
sobre limão ‘Cravo’, principalmente quando a copa eram variedades tardias, fazendo com que novos
porta-enxertos fossem estudados, para obter novas alternativas resistentes à doença. No Rio Grande do
Sul, a preferência é pelo Poncirus trifoliata (Pompeu Junior, 1991).
Na primeira metade do século X, o crescimento da citricultura no Rio Grande do Sul foi constante até
aproximadamente 1940. Em 1926, iniciaram-se pequenas exportações para os países do Prata (Uruguai
e Argentina) e em 1933, para a Europa (Inglaterra). Esse crescimento foi no entanto bruscamente
interrompido provocados por duas catástrofes: a I guerra na Europa, que impediu as exportações, e o
surgimento da virose ‘tristeza’, que destruiu as plantas enxertadas sobre laranjeira ‘Azeda’, então o
principal porta-enxerto usado no País. Nesta fase já se usava a enxertia e os principais porta-enxertos
eram as laranjeiras ‘Comum’ (‘Taquari’ ou ‘Caipira’) e ‘Azeda‘ (Conselho Estadual de Citricultura do Rio
Grande do Sul, s.d.).
Como a laranjeira ‘Caipira’ é tolerante ao vírus da Tristeza, passou a ser o portaenxerto exclusivo no Rio
Grande do Sul, após a destruição causada por este vírus. Até 1977, esta situação se manteve, quando os
viveiristas passaram a enxertar cada vez mais sobre ‘Trifoliata’ (Souza et al. 1992).
Assim, a laranjeira ’Caipira’ foi em grande parte substituída como porta-enxerto pelo ‘Trifoliata’, que
resiste melhor aos solos rasos, ao frio e geadas, aos espaçamentos reduzidos e à gomose, além de
produzir frutos de melhor qualidade, em coloração, tamanho e porcentagem de acidez. Esta mudança
evidenciou uma grande deficiência na citricultura gaúcha: a inexistência de mudas certificadas. ou ao
menos com garantia de serem isentas do viróide da exocorte, ao qual o ‘Trifoliata’ é intolerante
(Conselho Estadual de Citricultura do Rio Grande do Sul, s.d.).
Em 1989, no Rio Grande do Sul, cerca de 90% das mudas estavam formadas com o ‘Trifoliata’ como
porta-enxerto (Pompeu Junior, 1991), situação que perdura até hoje. Esta acentuada predominância de
um porta-enxerto torna a citricultura gaúcha muito vulnerável a um eventual problema que surja com
este porta-enxerto (Porto,
1989). A baixa qualidade e baixa produtividade do Rio Grande do Sul são atribuídas a este porta-enxerto,
por induzir plantas de pequeno porte (Moraes, 1998). Segundo João (1998) é o único estado do Brasil
onde existe a predominância de Poncirus trifoliata como porta-enxêrto, Tendo em vista, que não
existiam resultados anteriores de trabalhos em relação a portaenxertos para as cultivares mais utilizadas
na região produtora de citros do Rio Grande do Sul, na década de 1970, a Estação Experimental
Fitotécnica de Taquari, implantou uma série de experimentos neste sentido, visando dentro de uma
série de porta-enxertos, determinar aqueles mais adequados para as cultivares de citros. Dentro do
grupo de porta-enxertos que foram avaliados encontravam-se híbridos
Atualmente, o Estado do Rio Grande do Sul dispõe de recomendação de portaenxertos para diferentes
copas de citros, geradas pela experimentação local, e adequadas às peculiares da citricultura gaúcha.
• Alta produção;
• Resistente ao nematóide;
• Resistente ao nematóide;
• Alta produção;
• Intolerância à exocorte;
• Maturação da semente de maio a julho.
• Alta produção;
• Tolerância à tristeza;
• Média produção;
• Alta qualidade de fruto;
• Resistente ao nematóide;
• Resistente ao nematóide;
Grupo 2 - cultivares intolerantes e que permitem a multiplicação do vírus em seus tecidos. Essas plantas
não devem ser usadas como porta-enxertos a não ser em circunstâncias muito especiais: pomeleiros,
limeira ‘Galego’, laranjeira ‘Pêra’ e cidreiras.
Grupo 3 - cultivares tolerantes e que não permitem a multiplicação do vírus em seus tecidos. As plantas
desse grupo podem ser usadas como porta-enxertos sem restrições: Poncirus trifoliata e alguns de seus
híbridos.
Grupo 4 – Cultivares intolerantes e que não permitem a multiplicação do vírus em seus tecidos. As
cultivares desse grupo são também chamadas de resistentes ou hipersensíveis, porque as células
inoculadas com o vírus morrem, isolando-o.
Nesse grupo estão a laranjeira ‘Azeda‘ e os limoeiros verdadeiros. Essas cultivares somente devem ser
usadas como porta-enxertos, se enxertadas com plantas do mesmo grupo.
Entretanto, quando enxertadas com plantas dos grupos 1 e 2 , que emitem a multiplicaçãodo vírus, este
prolifera em grande quantidade na cultivar copa e circulando pelos vasos liberianosatinge o porta-
enxerto intolerante, matando em pouco tempo todas as células na região daenxertia.
Trifoliata, quando este último é usado como porta-enxerto. Entretanto, no Rio Grande do Sul esta
combinação é amplamente usada, sem que apareça nenhum sintoma de incompatibilidade.
O Rio Grande do Sul possui porta-enxertos com potencial produtivos e que venham a conferir
resistência as doenças e adaptáveis às características climáticas e edáficas do Estado.
Apesar dos dados apresentados serem de experimentos realizados a algumas décadas atrás, eles
continuam atuais. Os dados de produção e resistência as doenças são os mesmos.
O que se torna necessário e urgente é a continuidade deste trabalho, agora, com novosporta-enxertos,
frente as novas doenças que estão surgindo no País e no Estado.
Assim, novos experimentos de porta-enxertos devem ser executados pelos órgãos depesquisa,
comparando desta vez, com Citrumello Swingle, que confere resistência a Morte Súbita dos Citros em
São Paulo e vem substituindo o Limão Cravo como portaenxerto neste Estado.
Nos experimentos em São Paulo, o Citrumello Swingle, apresentou melhor rendimento de suco (5,2%)
quando comparado com os limoeiros Cravo, Rugoso Mazoe, Volkameriano, tangerineira Sunki e
laranjeira Caipira.
Uma muda frutífera leva 6 a 8 anos para expressar seu potencial e de sua qualidade dependerá a vida
útil de um pomar. A muda cítrica pode ser obtida pelas formas sexuada e assexuada. A primeira é
utilizada principalmente para a obtenção dos porta-enxertos. A segunda é usada comercialmente para a
produção de mudas, restringindo-se ao método da enxertia por
Como desvantagens deste método de propagação, cita-se: - as plantas levam longo tempo para produzir
- há presença de espinhos
- há ausência de espinhos
A qualidade da muda, portanto, é fundamental, devendo ser observados cuidados tanto no tocante a
sua produção, no caso de viveiros, quanto na sua aquisição por parte dos citricultores.
Escolha do local. O local para a instalação do viveiro deverá estar distante de pomares, visando
reduzir os riscos de pragas e doenças. Deverá estar próximo de mananciais, com água ventos
Obrigatoriamente os viveiros deverão estar protegidos por quebra-ventos naturais ou artificiais, pois são
importantes barreiras contra pragas e doenças, além de proteger contra danos mecânicos às mudas.
De qualquer maneira, recomenda-se o uso de botas e macacões sempre limpos para toda e qualquer
pessoa que circular no viveiro. Obtenção de sementes e material vegetativo.
As sementes e borbulhas são os materiais mais importantes na formação de uma muda de qualidade. O
viveirista deve ter plantas matrizes para produção de sementes e borbulhas em local isolado, as mesmas
devem estar bem adubadas e tratadas preventivamente contra pragas e doenças.
Estas matrizes devem estar identificadas, para haver certeza da genética varietal,
Correta escolha de recipientes e substratos No caso da produção de mudas ser feita em ambiente
protegido, a correta escolha dos recipientes e do substrato são fundamentais para a produção de uma
boa muda. Quanto menor o recipiente, maior será a economia de espaço e de substrato; porém, o uso
de recipientes de pequeno volume aumenta o risco de enovelamento de raízes. Além do mais, deve-se
levar em conta a fase de produção da muda para determinar o tamanho e o tipo de recipiente. Na fase
de sementeira, recomenda-se o uso de recipientes de aproximadamente 150 ml, que podem ser
bandejas alveoladas de isopor ou tubetes plásticos. Na fase de viveiro, deve-se empregar recipientes de
4 a 5 litros, com aproximadamente 15 cm de largura e 20a 30 cm de altura, podendo ser
No viveiro, a irrigação deve ser diária e em baixos volumes. A muda jamais deve sofrer estresse hídrico,
pois implicará na maior demora em sua formação, associada a uma menor qualidade.
Além da quantidade certa, deve-se observar a qualidade da água, pois águas com pH elevado ou baixo
demais, prejudicará absorção dos nutrientes pelas mudas. O pH ideal situa-se ao redor de 6,0. Também
deve-se cuidar para que não esteja contaminada com fungos , bactérias ou outros organismos
patogênicos, principalmente quando a água
água
Observar a legislação Tem-se uma legislação vigente, que trata de vários aspectos, como por exemplo,
necessidade de responsável técnico, local para instalação do viveiro, padrões das mudas, dentre outros.
Além do mais, deverá entrar em vigor, em breve, a exigência da produção de mudas de citros em
ambiente protegido. Portanto, recomenda-se aos viveiristas que observem as “Normas e Padrões para a
Produção de Mudas de Citros”, que podem ser conseguidas junto ao Ministério da Agricultura e
Abastecimento ou Secretaria da Agricultura do Estado.Informações detalhadas são encontradas na
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 24, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2005 DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA e na
PORTARIA NÚMERO 065/2004, DA SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
Conhecer a procedência das mudas. Estas devem ser adquiridas de viveiristas idôneos, registrados no
Ministério da
Agricultura. Jamais deve-se adquirir mudas de caminhões de venda ambulante, pois não há registro de
procedência das mudas, normalmente apresentando sérios problemas de sanidade.
Escolha das variedades copa e porta-enxerto: A escolha e o uso de um porta-enxerto podem significar a
diferença entre o sucesso e o fracasso de um pomar, pois afeta mais de 20 características hortícolas e
patológicas da planta, como sólidos solúveis totais, tamanho da copa e dos frutos, resistência a
moléstias e ao frio,distribuição das raízes.
Também cabe destacar os seguintes detalhes: - limoeiro cravo é sensível à morte súbita dos citros;
- certificar-se de que não haja incompatibilidade enxerto/porta-enxerto; - sanidade das mudas: evitar
introdução de pragas e doenças não existentes.
É conveniente o uso de mais de uma variedade porta-enxerto e diversificação de variedades copa por
pomar, o que permite maiores garantias sanitárias e financeiras.
As plantas cítricas apresentam, em sua composição, grande número de elementos, que em geral são
absorvidos do solo, através das raízes, porém, a planta só necessita de alguns deles para crescer e
multiplicar-se.
Somente 15 elementos são indispensáveis para que a planta cresça e se reproduza. Eles são: C -
carbono, O - oxigênio, H - hidrogênio, N - nitrogênio, P - fósforo, K - potássio, Ca - cálcio, Mg - magnésio,
S – enxofre, B - boro, Cu - cobre, Fe - ferro, Mn - manganês, Mo - molibdênio e Zn - zinco.
Além desses elementos, o Na - sódio, o Cl - cloro e o Si - silício também podem exercer efeito
nutricional, porém o silício só é importante em determinadas espécies de plantas, principalmente
gramíneas, ao passo que a ação do Na e do Cl, embora benéfica, também pode ser exercida por outros
nutrientes.
O carbono e o oxigênio são absorvidos do ar e o hidrogênio é fornecido pela água. Tanto o ar como a
água são duas fontes muito abundantes em nosso planeta e, assim sendo, as plantas só não se nutrem
abundantemente deles em casos excepcionais.
Assim, restam só 12 elementos minerais, que são considerados nutrientes essenciais. Eles são absorvido
pelas raízes e sua disponibilidade, no solo, deve ser adequada, para atender as necessidades vitais e o
bom desempenho das plantas, em crescimento e produção de frutos.
Em solos deficientes, as raízes das laranjeiras têm dificuldade em absorver um ou vários nutrientes, em
quantidades e proporções adequadas, para o satisfatório crescimento e frutificação, sendo conveniente
ao citricultor corrigir as deficiências através de adubações e/ ou calagens (Koller, 2002).
Entretanto, antes de fazer adubações, o citricultor deve ter certeza de que, efetivamente, as laranjeiras
estão encontrando dificuldades em absorver determinados nutrientes. Além disso, também é
conveniente verificar quais são os motivos das deficiências, porque às vezes certos nutrientes podem
estar presentes em quantidades suficientes no solo, porém sua disponibilidade para as raízes pode estar
limitada pelo pH inadequado. As plantas bem nutridas são mais resistentes ao ataque de doenças e
pragas, sendo que cada nutriente afeta características importantes no comportamento das plantas,
principalmente na produtividade e qualidade físico-química dos frutos
Fósforo. Boa disponibilidade de P favorece o desenvolvimento das raízes e o crescimento inicial das
plantas; aumenta os teores de suco e sólidos solúveis dos frutos (Zanette, 1977). Estes são menores,
mais compactos (Figura 8.5), apresentam casca mais fina, mais colorida e menos rugosa.
Potássio. Este nutriente é um catalisador do metabolismo da planta (Koo, 1983); ele não tem grande
influência no número de frutos produzidos, mas aumenta o tamanho dos mesmos, a espessura da casca
e a acidez do suco. O K enrijece os tecidos da planta, tornando-a mais resistente ao ataque de doenças e
insetos-praga.
Cálcio. O Ca é o nutriente que é absorvido em maior quantidade pela planta. Ele favorece o crescimento
do sistema radicular e consequentemente a absorção de outros nutrientes, entretanto, quando
presente em quantidade excessiva no solo, o Ca inibe a absorção de Mg e K. Magnésio. Ele é um dos
principais constituintes da molécula de clorofila, sendo assim muito importante para a fotossíntese. O
Mg está presente em maior quantidade nas folhas e nos frutos, particularmente nas sementes, por isso
as variedades cujos frutos possuem sementes são mais exigentes em Mg (Rodrigues 1980). Nos solos
deficientes em Mg, este nutriente se desloca das folhas velhas (Figura 3) ou maduras para as folhas
novas e para os frutos. Agravando-se a deficiência, as folhas velhas tornam-se cloróticas e caem,
diminuindo a fotossíntese e a produção das árvores, que se tornam mais sensíveis a danos por geadas e
pulverizações com óleos minerais (Malavolta, 1983).
Boro. A presença de B é importante na planta para facilitar o transporte de açucares, promover a síntese
de pectinas e a divisão celular. Deficiências de B causam o espessamento do albedo da casca dos frutos,
presença de goma, abortamento de sementes e intensa queda de frutos novos (Malavolta et al, 1989).
Cobre. Em geral o Cu está presente em diversos fungicidas utilizados para o controle de doenças, como a
calda bordalesa, sendo raros os casos de deficiências, que existindo, se evidenciam pela diminuição do
número de brotações, porém estas, embora esparsas, são vigorosas e apresentam folhas bem maiores
do que o normal. Com o agravamento da deficiência pode ocorrer a morte de ramos novos,
prejudicando a frutificação (Chapman, 1968). Entretanto, os países afetados pelo cancro cítrico, como
na Argentina, Uruguai e nos estados da Região Sul do Brasil, as pulverizações com produtos cúpricos,
recomendadas para o controle dessa doença e de outras como a verrugose, pinta preta e alternária,
podem redundar em problemas de uso excessivo, refletindo-se em toxidez às plantas. Esta pode
manifestar-se através de redução do crescimento, queda de folhas, diminuição da frutificação e
diminuição do tamanho dos frutos.
Há diversos métodos para avaliar a necessidade de adubação, alguns dos mais importantes serão
abordados a seguir. Todos apresentam vantagens e desvantagens, mas nenhum deles é perfeito. Por
isso, é melhor basear as adubações em mais de um método de avaliação.
Análise do solo Antes de iniciar a instalação de qualquer pomar é muito importante analisar o solo, para
conhecer a fertilidade inicial do mesmo, principalmente para corrigir a acidez, com calcário ou cinzas
e/ou fazer uma adubação corretiva, principalmente com fósforo. Isto, porque o calcário e o fósforo
quase não se movem no solo, então é muito importante incorporá-los a profundidades desde 0 até 20 a
40cm, bem misturados com a terra, antes do plantio. Em pomares adultos as raízes se distribuem em
todo o terreno, não sendo mais recomendada a incorporação de adubos e calcário em profundidade,
porque a lavração causaria o rompimento de grande número de radicelas e raízes, debilitando as
árvores e causando ferimentos que facilitariam a penetração de doenças, principalmente da gomose,
causada por Phytophthora sp.
Quando o pomar já estiver estabelecido, é aconselhável fazer análises de solo a cada três ou quatro
anos, para verificar como está o pH, a disponibilidade e a proporção de nutrientes, uns em relação aos
outros. Pode-se assim corrigir desvios de adubação.
Análise foliar
Todos os nutrientes absorvidos pelas raízes são transportados para as folhas, onde geralmente eles são
metabolizados, para entrar na constituição de diversos compostos, ou atuar como co-fatores de reações
bioquímicas. Assim sendo, a análise química da matéria seca das folhas permite detectar a quantidade
de nutrientes nelas presentes, possibilitando, através da comparação com padrões já estabelecidos,
avaliar o estado nutricional da planta e do pomar.
A análise foliar é considerada como um dos melhores métodos de avaliar a necessidade de adubação,
porque, em princípio, ela indica se, nas condições de ambiente do pomar, as raízes conseguem absorver
quantidades adequadas de nutrientes ou não. A diagnose foliar do estado nutricional de uma planta se
fundamenta no princípio de que aumentando a disponibilidade de um nutriente no solo, a absorção
pelas raízes aumenta, elevando o teor do mesmo nas folhas.
Deve-se levar em consideração que, com a mesma taxa de absorção radicular, a concentração de um
nutriente na folha se modifica com a época do ano, idade da folha e presença ou não de frutos no ramo
do qual foi coletada a folha. Portanto é necessário padronizar as folhas coletadas para análise. Em geral,
se recomenda coletar as folhas recém amadurecidas, com 5 a 7 meses de idade, nos meses de janeiro a
março, de ramos frutíferos, que se
formaram na brotação primaveril. Deve-se escolher da segunda à quarta folha, a partir do fruto (Figura
1).
Para identificar melhor a idade das folhas é preferível coletá-las de ramos frutíferos, escolhendo a
3ª e/ou 4ª mais próxima do fruto (Grupo Paulista de Adubação e Calagem para Citros, 1994), como se
pode observar na Figura 1. Essas folhas se formam por ocasião da brotação primaveril, assim sendo,
coletando-as nos meses de fevereiro a março, 5 a 7 meses depois da floração, elas estarão com essa
idade. Por amostra colhem-se 4 a 5 folhas de cada quadrante da planta, ( N, S, L e O), na altura mediana
da copa, de 8 a 10 plantas, bem distribuídas, em áreas de terreno uniforme, no pomar. As folhas devem
ser acondicionadas em sacos plásticos ou de papel, mantidos sempre à sombra e enviadas para o
laboratório até 2 dias após a coleta. Se houver demora maior, as amostras acondicionadas em sacos
plásticos devem ser mantidas em refrigerador, em temperaturas entre 4 e 6º C e as folhas
acondicionadas em sacos de papel devem ser secadas ao sol.
Para efetuar a diagnose do estado nutricional do pomar, os teores foliares de nutrientes revelados pela
análise foliar, devem ser comparadas com padrões de teores foliares, como os utilizados pelo Grupo
Paulista de Adubação e Calagem (1994), apresentados na Tabela 1. Os teores adequados dos padrões
baseiam-se em análises foliares de plantas sadias e produtivas.
Se os teores de nutrientes da análise estiverem na faixa adequada é sinal de que não há necessidade de
adubar, ou se o pomar estiver sendo adubado, deve-se continuar adubando com as mesmas
quantidades que vinham sendo usadas. Quando os teores de alguns nutrientes estiverem baixos, deve-
se incluí-los na adubação, ou aumentar as doses que vinham sendo utilizadas. Da mesma forma, se os
teores foliares forem excessivos, deve-se parar de adubar, ou diminuir as doses dos nutrientes que
estavam sendo aplicadas, nas adubações subseqüentes.
Exportação de nutrientes Cada fruta cítrica colhida contém certa quantidade de nutrientes, que foram
absorvidos pela planta. Portanto, com a colheita e o consumo de frutos, fora do pomar, são retirados ou
exportados nutrientes, que foram extraídos do solo. A quantidade de nutrientes que é exportada, por
unidade de área, depende do seu conteúdo nos frutos e da quantidade de frutos produzidos.
A análise química dos frutos revela seus teores de nutrientes e, conhecendo-se a produtividade do
pomar, pode-se calcular a quantidade de cada nutriente que é exportada pela colheita (Tabela 2). Em
princípio, a quantidade exportada deve ser devolvida ao solo do pomar, através de adubações, para
manter a fertilidade.
Conhecendo-se os sintomas típicos de deficiência de cada nutriente, a maioria dos quais já foram
identificados em pesquisas, pode-se saber se existem carências nutricionais no pomar e qual ou quais
são os nutrientes que estão faltando.
Alguns sintomas de deficiência podem ser identificados através da comparação com fotografias
existentes na bibliografia especializada Koller et al (2006). Entretanto a identificação de nutrientes
deficientes se torna mais difícil, quando no pomar existem carências simultâneas de dois ou mais
nutrientes. Neste caso os sintomas podem se mascarar, uns pelos outros, tornando difícil a
identificação.
Além disso, para fazer o diagnóstico é necessário verificar se os sintomas se apresentam em vários
ramos de uma árvore e em várias plantas do pomar, porque às vezes outros problemas, como
ferimentos e lesões provocadas por doenças, insetospraga e danos mecânicos, que interrompem a
circulação da seiva, num ramo isolado, ou no tronco e/ou sistema radicular de uma árvore, provocam
sintomas de deficiência que não são decorrentes de baixa disponibilidade de nutrientes no solo.
Recomendações de adubação Em muitos livros, revistas e boletins técnicos são feitas recomendações de
adubação para pomares de citros. Entretanto, uma rápida reflexão sobre os fatos que foram abordados
em itens anteriores, permite deduzir que nenhuma delas deve ser aplicada indiscriminadamente, em
qualquer pomar. Sempre há necessidade de ajustes, em função da região, clima, solo, variedades, idade
das plantas, presença de pragas e sistemas de manejo utilizados em cada pomar.
Portanto, as recomendações de adubação, mesmo que tenham sido elaboradas criteriosamente, apenas
servem como importantes instrumentos, para orientar técnicos e citricultores, sobre as quantidades de
adubos que, em geral, são requeridas por um pomar de citros. Existem raras circunstâncias em que uma
recomendação de adubação pode ser aplicável ipsis líteris, em outras, dependendo das condições em
que se encontra cada pomar certos nutrientes podem ser requeridos em maior ou menor quantidade e,
também existem situações em que a aplicação de alguns nutrientes, é totalmente dispensável e até
prejudicial.
O conhecimento desses aspectos é muito importante, porque, se não forem verificadas as reais
necessidades de cada pomar, o uso indiscriminado de recomendações de adubação pode causar
problemas, tais como gastos desnecessários, baixo desempenho produtivo do pomar, desequilíbrios
nutricionais e fitotoxidez de nutrientes aplicados em excesso, durante um ou vários anos. Feitas essas
importantes ressalvas, quanto aos benefícios e problemas que podem resultar, com o uso
indiscriminado de recomendações de adubação, somente a título de orientação, será apresentada, a
seguir, a recomendação para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, feita pela Comissão de
Química e Fertilidade do Solo – RS/SC (2004).
A quantidade de nutrientes requerida por uma árvore, em pomares de citros, depende de diversos
fatores, dentre os quais, principalmente do tamanho das plantas, do espaçamento de plantio (número
de árvores/ha) e da produtividade, obtida ou esperada anualmente. Por isso as recomendações foram
feitas por unidade de área, ou seja, por hectare e não por planta. Se houver interesse em determinar as
quantidades de nutrientes a serem aplicadas por planta, bastará dividir a quantidade de adubos
recomendada/ha pelo número de árvores existentes num ha.
Adubação pré-plantio. A adubação a ser feita antes do plantio do pomar deve ser feita com base nos
resultados da análise química do solo. Em geral a calagem e a adubação corretiva com fósforo e potássio
devem ser feitas em área total e a incorporação ao solo deve ser profunda, mediante lavração, seguida
de gradagem para misturar bem o calcário e os adubos com a terra.
Quando nos primeiros anos após o plantio do pomar o espaço que fica livre, entre as linhas de
laranjeiras, não for utilizado para culturas intercalares, a adubação pré-plantio e a calagem podem ser
feitas em faixas, só nas linhas de plantio e, dois a três anos mais tarde se incorpora o calcário e os
adubos entre as linhas,
As doses requeridas para as adubações corretivas de fósforo e potássio são apresentadas na Tabela
8.15, sendo que a adubação potássica pré-plantio somente será necessária se forem plantadas culturas
intercalares no pomar, ou se houver interesse em estimular e acelerar o crescimento de vegetação
expontânea entre as linhas de árvores cítricas.
Adubação nitrogenada de produção Para pomares com produção de até 20 toneladas de frutos/ha,
continuar usando anualmente as quantidades de N recomendadas para o 40 ano e para cada 10t./ha de
incremento real e/ou esperado da produção de frutos, aumentar em 40kg/ha a adubação anual com N.
Quando o teor foliar de N, acusado pela análise foliar, for superior a 2,7g/kg-1, reduzir a dose de N em
20% e quando ela for inferior a 2,3g/kg-1 aumentá-la em 20%, sem ultrapassar porém a dose de 300kg
de N/ha, principalmente em solos com mais de 2,5% de matéria orgânica.
Adubação pós-plantio com fósforo Nos pomares cujos solos receberam adubação corretiva de fósforo,
se os teores foliares desse nutriente não forem inferiores a 0,13g/kg-1, não há necessidade de fazer
adubações posteriores, de crescimento ou manutenção.
Se as análises foliares e/ou de solo acusarem deficiência, deverá ser realizada uma adubação de
cobertura, com as quantidades indicadas pela análise de solo para a profundidade de 0-20cm, conforme
consta na tabela 3. Embora o efeito dessas adubações seja lento, porque o P é pouco móvel no solo;
mesmo assim, não se deve fazer a incorporação do adubo ao solo, para evitar ferimentos nas raízes, que
as tornem suscetíveis ao ataque da gomose ou de outras doenças.
Adubação potássica de crescimento As quantidades de potássio recomendadas para pomares em
crescimento são apresentadas na Tabela 5.
K2O/ha anualmente, para cada aumento real e/ou esperado da produção de 10 ton./ha,
independentemente da disponibilidade natural do solo.
Quando a análise foliar acusar mais de 1,5g/kg-1 de potássio, diminuir em 20% as doses que estavam
sendo usadas e, ao contrário, quando o teor foliar for inferior a
Em princípio, nas adubações orgânicas não é necessário aplicar as doses de nutrientes que seriam
requeridas em adubações químicas, porque a liberação geralmente é mais lenta e gradual; além disso, a
disponibilização de nutrientes, pelas adubações orgânicas é maior do que com adubações químicas,
porque os adubos orgânicos ativam a microflora e fauna, melhorando as
propriedades físicas do solo. Em função desses aspectos, simplesmente a título de orientação, sugere-se
o uso de doses, de adubos orgânicos, próximas das que são apresentadas na Tabela 6, para os primeiros
quatro anos de idade do pomar. Do quinto ano em diante, para uma produção de 20 toneladas/ha de
frutos, usar a mesma dose do quarto ano, acrescentando anualmente 25%, para cada aumento real ou
esperado da produção de 10 toneladas de frutos/hectare. Fazer análises foliares anuais ou bienais, para
verificar a necessidade de aumentar ou diminuir as doses.
Posicionamento dos fertilizantes nas adubações As maneiras de localizar a distribuição dos adubos, em
relação à posição das plantas e dimensões de suas copas, são sugeridas na Tabela 7. Ao passo que na
Figura 4, podem ser observadas e melhor entendidas as diversas formas de distribuir os adubos,
superficialmente, sobre o solo, em relação às copas das árvores, sem incorporá-los ao solo.
A recomendação de distribuição superficial dos adubos, sem incorporá-los ao solo, se deve a estudos
sobre sistemas de adubação realizados por Koller & Barradas
(1979), que testaram diversas formas de adubação e concluíram que é preferível aplicar os adubos na
superfície do terreno, na periferia e debaixo da copa, tanto em solos arenosos como naqueles de textura
franco-argilosa.
Épocas e parcelamento das adubações As épocas mais recomendadas para realizar adubações são
apresentadas na tabela 8, sendo que, em pomares que estão afetados pelo cancro cítrico (Xanthomonas
axonopodis pv. citri), ou naqueles situados em zonas de risco, próximas de outros pomares já afetados,
para não estimular ou agravar o ataque dessa doença, não devem ser feitas adubações nitrogenadas no
verão; neste caso, suprime-se a aplicação de N em novembro/dezembro.
Pelo mesmo motivo, adubações orgânicas (ricas em N), só devem ser realizadas no período de abril a
julho, durante o qual o frio inibe a brotação das plantas.
Em regiões assoladas por geadas precoces ou do cedo, não se deve retardar a adubação nitrogenada
além dos meses de março/abril, para evitar riscos de danos de frio. No caso de serem evidenciadas
deficiências de Mn, Zn e Mg, é recomendada a adubação foliar, podendo-se diluir em 100 litros de água:
200 a 300g de sulfato de manganês, 300 a 500g de sulfato de zinco e 2 a 3 kg de sulfato de magnésio. no
caso de adubações foliares com Zn e/ou Mn, a adição de 2% de uréia aumenta a absorção dos micro-
nutrientes.
Na citricultura fatores como coloração, tamanho e sanidade dos frutos, entre outros, são fundamentais
e devem ser trabalhados de forma a atender o desejo dos consumidores. Neste sentido, a poda visando
equilibrar a frutificação com o crescimento vegetativo em plantas cítricas vem sendo utilizada há várias
décadas em países como Itália, Espanha, EUA, e outros e, mais recentemente no Uruguai, onde também
já é prática rotineira. A produção de frutas por árvore depende de uma relação adequada entre seiva
bruta e seiva elaborada, o que sugere manter uma proporção favorável entre a absorção de nutrientes
pelas raízes e fotossíntese realizada pelas folhas.
Com a poda buscamos ter na planta uma relação ideal de folhas/madeira/frutos, pelo princípio básico
de um melhor aproveitamento da luz e de estímulos ao crescimento de novos ramos. Uma luminosidade
adequada no interior da copa permite um maior número de brotações, com, conseqüentemente, maior
número de frutos nesta área. É comum verificar que, em laranjeiras e bergamoteiras, copas muito
sombreadas deixam de produzir no seu interior, ficando a área produtiva restrita a camada superficial
da planta. Além disto, a poda de produção efetuada logo após a caída natural dos frutos terá o efeito
raleador de frutos, diminuindo ou tornando desnecessária esta prática.
Ao mesmo tempo que este raleio de ramos permite corrigir ramos mal situados, a maior quantidade de
luz evitará doenças como rubelose (Corticium salmonicolor) e camurça (Septobasidium
pseudopedicellatum) que causam o secamento de galhos.
Para o planejamento e realização da poda dos citros, no que tange a época e intensidade, é importante
levar em conta fatores como variedade copa e porta-enxerto, idade das plantas, clima, época de
brotações, solo, carga de frutos e tamanho final dos frutos a ser buscado. A poda deve começar pelos
ramos secos, doentes, velhos e mal localizados. Deve-se evitar cortes que venham a deixar um “vazio”
na planta, cortes na área superficial que só irão gerar brotações onde já há muita vegetação,
sombreando ainda mais o interior da copa e também a própria descontinuidade anual desta prática. A
poda de produção é, portanto, uma prática de grande auxílio ao citricultor, equilibrando o crescimento
vegetativo com a frutificação, evitando alternâncias de produção e melhorando não só a qualidade,
como a produtividade dos pomares.
O raleio de frutos é uma prática fundamental, especialmente em bergamotas, com resultados altamente
positivos como se descreve a seguir: - Evitar a alternância de produção de um ano para outro.
- Aumentar o tamanho dos frutos colhidos.
Em laranjas, embora esta prática seja menos necessária, em anos em que há excesso de carga o raleio
pode ser vantajoso.
A época de fazer o raleio é que vai determinar o maior ou menor resultado desta prática. De maneira
geral quanto antes, ou seja logo após a caída natural de frutinhos que ocorre, em nossas condições, em
novembro/dezembro, o citricultor fizer a retirada dos frutos em excesso, melhor será o resultado obtido
Muitos citricultores esperam para ralear os frutos entre fevereiro e abril a fim de venderem os frutinhos
às indústrias de óleo essencial. Este atraso retira a maior parte dos benefícios do raleio especialmente
quanto ao tamanho dos frutos e principalmente em evitar a alternância de produção.
Esta operação, normalmente, em nossas condições, é feita manualmente embora também exista a
possibilidade de raleio químico com produtos à base de etileno. Na execução do raleio, o ideal é o
produtor deixar cerca de 15 cm entre frutos, deixando em média dois frutos por ramo de ano ao mesmo
tempo que aproveita para fazer uma seleção,retirando primeiro os frutinhos manchados e os menores.
A intensidade do raleio vai depender da carga que a árvore apresenta. Em anos de alta produção o
raleio pode chegar até 80 % do total de frutinhos e em anos de baixa produção pode até ser dispensado.
Finalmente pode-se afirmar que para as variedades de bergamotas citadas o raleio é prática obrigatória
para a comercialização de frutos no mercado de mesa, cada vez mais exigente em qualidade.
Valência: variedade mais importante no mundo e a mais plantada no Sul do
Brasil. Apesar do nome, sua origem não é espanhola, mas a mesma é de origem portuguesa, tendo
surgido por volta de 1860 nos Açores (Saunt, 1992). Os frutos apresentam forma esférica, cor da casca e
polpa laranja, com alta porcentagem de suco e boa relação entre açúcares totais e acidez total, peso
médio de 150 -170g. A casca é fina, levemente rugosa. São plantas autocompatíveis, produzindo um
número médio de 6 sementes por fruto. Sua época de colheita no Estado de São Paulo vai de meados de
agosto a dezembro; na Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul vai de meados de agosto a
meados de fevereiro. As plantas são vigorosas, grandes, de crescimentos eretos, muito produtivas, mas
apresentam uma certa tendência à alternância de produção. São moderadamente resistentes ao cancro
cítrico.
Folha-murcha: surgiu no Estado do Rio de Janeiro, mas há divergência quanto à sua origem, podendo ser
uma mutação espontânea das laranjeiras 'pêra', 'valência',
'natal', ou mesmo da 'seleta' (Donadio et ai, 1995). Atualmente, há maior tendência em considerá-Ia
como uma mutação da laranjeira 'valência'. Os frutos se assemelham muito ao da laranjeira 'valência',
apresentam forma arredondada, levemente achatada, com alta porcentagem de suco e boa relação
entre açúcares totais e acidez total, peso médio de
150 -170g. A casca é fina, levemente rugosa, de cor laranja. São plantas autocompatíveis, produzindo
um número médio de 6 sementes por fruto. Sua época de colheita no Estado de São Paulo vai de
novembro a meados de março; na Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul, vai de setembro a
fevereiro. As plantas são de vigor inferior ao da laranjeira 'valência', possui folhas enroladas, com
aspecto de murchas. São produtivas e consideradas resistentes ao cancro cítrico.
Xanthomonas axonopodis pv. citri Vauterin et al. (Hasse Vaut), que foi introduzida no Brasil, procedente
do Japão, em Presidente Prudente-SP, no ano de 1957. Apesar das medidas de controle postas em
prática, por exclusão e erradicação, a doença se disseminou para outras regiões paulistas e outros
Estados, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Existem cinco tipos de cancro cítrico, diferenciando-se pela patogenicidade e sintomatologia. O cancro
cítrico causado pela estirpe A da bactéria X. axonopodis pv. citri, também denominado de cancro cítrico
asiático, é a forma mais importante da doença, que afeta todas as espécies do gênero Citrus e gêneros
afins, sendo uma doença quarentenária A2 (presente, mas sob controle) para o Brasil.
A bactéria multiplica-se em condições de temperaturas entre 20oC e 35oC, sendo ótimo para o seu
desenvolvimento 28oC. Ela penetra naturalmente nos tecidos hospedeiros, através de aberturas
naturais (estômatos), durante a fase de crescimento vegetativo (folhas, ramos e frutos novos) e/ou, em
qualquer idade, desde que haja ferimentos, que são muito comuns durante a colheita. Para que haja
penetração da bactéria sempre é necessária a presença de uma película de água sobre a superfície dos
tecidos suscetíveis da planta, como acontece durante as chuvas, e dias com intensa neblina ou orvalho.
A bactéria não é capaz de sobreviver por longos períodos de tempo no solo, em ervas invasoras ou em
restos de culturas. Na ausência de plantas cítricas, há um rápido declínio na população da bactéria
existente no solo, porém a mesma consegue sobreviver por vários anos em tecidos de citros
desidratados. A disseminação da bactéria a curtas distâncias dá-se através de chuvas, acompanhadas de
ventos fortes, enquanto que a longa distância dá-se por meio de mudas, frutas, materiais de colheita,
maquinas e viaturas contaminados. Na Florida, devido aos furacões a bactéria foi disseminada por vários
quilômetros na forma de aerossóis.
Sintomas
Os sintomas se evidenciam pela presença de lesões salientes, sobressaem nas duas faces da folha, sem
deformá-la. Inicialmente aparecem pequenos pontos eruptivos, levemente salientes, de cor creme ou
parda que, posteriormente tornam-se esponjosas, esbranquiçadas e, em seguida, pardacentas,
circundadas por um halo amarelado (Figura
5). As folhas novas são as primeiras que apresentarem os sintomas. Nos frutos surgem manchas
amarelas pequenas e superficiais que crescem aos poucos, ficando com coloração marrom,
apresentando pequenas rachaduras ou crateras ao centro. As manchas nos frutos, de uma maneira geral
são salientes, com aparência de verrugas corticosas (Figura 5). Quando o número de lesões é grande
pode ocorrer a queda dos frutos antes desses atingirem a maturação. Nos ramos são produzidas crostas
de cor parda, também salientes (Feichtemberger 2005).
Danos
Nos casos de grande incidência da doença, em cultivares muito suscetíveis, os principais danos
consistem na queda de folhas, queda prematura de frutos e eventualmente na morte de ramos novos.
Sua importância econômica reside nos seguintes aspectos: redução de safra; depreciação comercial dos
frutos; retardamento do desenvolvimento de plantas jovens; elevação do custo de produção; tornar
problemático o cultivo de variedades suscetíveis (laranjeiras de umbigo, pomeleiros e limoeiros
verdadeiros); existência de limitações de ordem legal, na exportação e na comercialização de frutos e
mudas produzidas em regiões contaminadas, não cabendo indenização para pomares e viveiros
erradicados (Porto 2006).
Outras doenças, com a pinta preta e pragas, como o ácaro da leprose e as moscas-dasfrutas, em geral,
causam danos muito mais expressivos do que o cancro cítrico.
Controle
No Brasil, desde a detecção do cancro cítrico até hoje, a legislação de defesa sanitária vegetal do
Ministério da Agricultura e Abastecimento (MARA) só admite a erradicação como método de controle
dessa bacteriose. Presentemente são admitidos quatro métodos opcionais de erradicação, segundo as
condições do pomar, a critério da
No estado de São Paulo o controle baseia-se em medida de exclusão e erradicação, adotada pelo estado
de São Paulo, complementado com outras alternativas, de caráter cultural e químico, as quais são
adotadas pelos demais estados da federação. No caso do estado de São Paulo, conforme Portaria em
vigor, quando constatada a presença de sintomas em uma planta contaminada, o talhão deverá ser
inspecionado por três equipes, consecutivas. Se o número de árvores doentes ultrapassar 0,5% do total
do talhão, todo ele deverá ser eliminado. Se for menor que 0,5%, é erradicada apenas a planta foco e as
que estiverem num raio de 30 metros. Nos talhões contaminados deverão ser feitas vistorias mensais
até que nenhum sintoma seja encontrado. As propriedades contaminadas devem ficar interditadas para
a colheita até o final dos trabalhos de erradicação, o que deverão ser realizados o mais rapidamente
possível. Durante dois anos não poderá ser feito o replantio de citros na área onde ocorreu a
erradicação. As áreas próximas às erradicadas devem ser protegidas com produtos a base de cobre,
fazendo pulverizações em vegetações novas, principalmente no período chuvoso do ano
(Feichtenberger et al., 2005).
Contudo, é muito difícil obter êxito na erradicação, pois, desde 1957, até agora, com a legislação
vigente, a doença ainda não foi erradicada do Brasil e nem mesmo do estado de São Paulo, onde
anualmente se investem milhões de reais neste sentido. Devese levar em consideração que também não
se conseguiu erradicar o cancro cítrico da
Argentina e do Uruguai. Além disso, com seu enorme potencial econômico, nem o estado da Flórida-
USA, depois de diversas tentativas frustradas, conseguiu erradicá-la. Para que o cancro seja erradicado
de um pomar, é necessário que se elimine todas as plantas contaminadas, pois basta uma remanescente
para dar início à nova epidemia. Neste particular, a maior dificuldade reside na falta de confiabilidade
das vistorias, sendo muito difícil detectar tecidos com lesões entre nas copas de plantas bem
enfolhadas, quando o nível de infecção é baixo, tanto assim que, testes de inspeção, feitos no norte do
estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro, revelaram que após 14 vistorias, efetuadas no mesmo
pomar, por equipes independentes de inspetores, mais de 20% de plantas doentes não foram
localizadas (Gimenes-Fernandes & Barbosa, 1999).
Nas condições do Rio Grande do Sul, considera-se que o cancro cítrico poderia ter sido evitado, se
tivesse sido impedida sua entrada no estado. A doença também poderia ter sido erradicada, tão logo
foram identificados os primeiros focos. Entretanto, na atual situação, em que, após a introdução do
“minador dos citros” a doença se disseminou por todo quase todo estado, a erradicação é uma utopia.
Ainda assim, se o cancro cítrico fosse erradicado, seria quase impossível evitar novas infestações, com a
introdução de materiais infectados, provenientes da Argentina, Uruguai e de outros estados brasileiros.
Assim sendo, o que resta à citricultura do Rio Grande do Sul é a adoção de medidas de controle
alternativas à erradicação, que serão abordadas a seguir
Prevenção
Medidas para evitar a presença da doença no pomar: Implantar o pomar em área livre de cancro cítrico;
Eliminar, do imóvel, toda planta cítrica que não apresentar interesse econômico ou genético; Implantar
o pomar com mudas, com garantia de não estarem infectadas pela bactéria; estabelecer cortinas de
árvores para quebra-ventos; Permitir, no pomar, o trânsito de veículos, máquinas e implementos
somente pertencentes à propriedade; Reduzir, ao máximo, a entrada de pessoas estranhas ao pomar;
Todo o operário deverá utilizar, no imóvel, roupas e calçados desinfetados e de uso exclusivo no pomar;
Fazer a carga de frutas e descarna de mercadorias e insumos na entrada da propriedade, a fim de evitar
a entrada de caminhões e equipamentos estranhos no pomar; Possuir material de colheita de uso
exclusivo, caso não seja possível , o material emprestado deverá ser desinfestado, antes de ser usado,
imergindoo em uma solução de amônio quaternária, na concentração de um litro, em mil litros de água;
todos utensílios de colheita (sacolas, caixas e escadas) e veículos que tiverem acesso à propriedade, ao
entrar, deverão ser pulverizados com a solução já referida (É necessário renovar a solução com amônia
quaternária a cada dois dias, porque esse produto perde sua atividade). Finalmente, mesmo na ausência
da doença, em condições de risco, deve-se pulverizar o pomar, com produtos cúpricos, sempre que
estiverem em fase de brotação (folhas com 12 a 30 dias).
Nos pomares onde a doença estiver presente e não houver possibilidade de erradicá-la, pode-se evitar
que ela se alastre, nem cause danos econômicos expressivos, adotando um conjunto de práticas
culturais de controle, incluindo quase todas as medidas que foram preconizadas para a exclusão. ‘O
citricultor deve estar consciente de que, o sucesso no controle do cancro cítrico só é conseguido quando
são usados todos os procedimentos desfavoráveis à doença. Com medidas isoladas não há sucesso, ou o
resultado é pouco expressivo. È fundamental que as fontes de inóculos (lesões) sejam reduzidas ao
mínimo possível, porque são as lesões as principais fontes de bactérias que causam novas infestações.
Tanto isso é verdade que, em pomares protegidos por quebra-ventos, em pesquisas desenvolvidas pela
Faculdade de Agronomia da UFRGS, com base em resultados obtidos por Theisen
(200), Theisen (2007) e Reis et al (2008), foi possível reduzir a incidência de lesões a menos de 3% dos
frutos de laranjeiras ‘Valência’ e menos de 7% em laranjeiras de umbigo ‘Monte Parnaso’, com as
seguintes práticas de controle:
-Evitar o plantio de mudas enxertadas sobre porta-enxertos vigorosos como os limoeiros ‘Cravo’ e
‘Volkameriano’, sendo preferível usar o ‘Trifoliata’ e o citrumeleiro ‘Swingle’;
-Em pomares muito infectados, nos meses de junho e julho fazer a poda e queima de ramos que
apresentem folhas com lesões. Entretanto não se deve fazer essa poda em períodos de brotação, como
na primavera e verão, porque, nestes períodos, a poda estimularia o surgimento de novas brotações,
fora de época;
-Adubos nitrogenados, químicos e/ou orgânicos, devem ser utilizados racionalmente. Não devem ser
aplicados nos meses de setembro a fevereiro, porque o nitrogênio estimula o crescimento da planta e se
aplicado nesta época, favorece o surgimento de brotações freqüentes e abundantes, favorecendo o
cancro cítrico pela presença constante de novos tecidos, suscetíveis à penetração das bactérias
causadoras da doença. Por isso, na Região Sul do Brasil, adubos que contenham nitrogênio só devem ser
aplicados no outono ou um pouco antes da brotação primaveril, porque devido ao frio as plantas
cítricas, geralmente, não brotam no outono/inverno, ao passo que, a brotação primaveril, é inevitável e
necessária para o florescimento e frutificação. Além disso, nesta época, devido às baixas temperaturas,
as bactérias causadoras do cancro cítrico são pouco ativas. Portanto adubações nitrogenadas, feitas no
final do inverno, aumentam a produtividade do pomar e quase não favorecem a doença.
-Fazer pulverizações com calda bordaleza a 1% ou com outros produtos cúpricos comerciais, na
dosagem de 0,15% de cobre metálico, sempre que houver um ciclo de forte brotação, em que as folhas
estiverem com 1 a 15 dias de idade, principalmente nas seguintes épocas: na plena floração primaveril;
na brotação de novembro/dezembro e na brotação de fevereiro/março;
-Nos intervalos das brotações, para proteger os frutos que ainda estão suscetíveis e surtos irregulares de
brotação, fazer uma pulverização com calda bordaleza a 1% ou com outros produtos cúpricos na
dosagem de 0,15% de cobre metálico em outubro (30 a 40 dias após a plena floração) e, outra, em
janeiro, 30 a 40 dias após a brotação de novembro/dezembro; Para potencializar a ação bactericida dos
produtos cúpricos e favorecer o controle de outras doenças (pinta preta e alternaria), pode ser
adicionado mancozeb em algumas pulverizações cúpricas. Observou-se que a adição de 0,01% de sulfato
de zinco e 0,05% de sulfato de manganês também aumenta a ação protetora das caldas cúpricas.
É da máxima importância, para obter sucesso no controle do cancro cítrico, com pulverizações cúpricas,
fazê-las sempre nos momentos corretos, de suscetibilidade das brotações, sendo que o cobre
pulverizado exerce proteção até 40 ou 45 dias após os tratamentos, independente da ocorrência de
chuvas. Sabendose que a bactéria se dissemina e penetra nos tecidos das plantas cítricas principalmente
durante as chuvas, em períodos de suscetibilidade, é muito
Figura 5. Sintomas de cancro cítrico evidenciados por lesões corticosas e salientes, importante conhecer
as previsões meteorológicas e sempre fazer as pulverizações antes das chuvas, ou nos intervalos entre
uma chuva e outra, nunca depois, porque depois que as folhas e os frutos estiverem secos a bactéria
não consegue penetrar neles. Portanto, é importantíssimo que antes de os tecidos da planta serem
molhados, por chuvas, neblinas ou orvalho, o cobre tenha sido aplicado, revestindo os tecidos e assim
protegendo-os, para eliminar as bactérias, antes que tenham condições de penetrar nos tecidos. Isso é
muito importante, porque depois que as bactérias penetraram no tecido, o cobre que for aplicado, em
pulverizações, não as atinge mais.
Agronomia da UFRGS, em parceria com a Ecocitrus, indicam que pulverizações com 5,0% da calda Super
Magro, ou com 6,0% de biofertilizante líquido da Ecocitrus também exercem proteção contra o cancro
cítrico, podendo reduzir a incidência a menos de 7% dos frutos de laranjeiras ‘Valência’. Embora menos
eficientes do que as pulverizações cúpricas, esses produtos podem ser usados em pomares sob manejo
orgânico ou ecológico.
Portanto, se o citricultor utilizar um conjunto de medidas, que também são muito úteis para o controle
de outras doenças (pinta preta, alternária e antracnose), bem como para a produção de frutos sadios e
de boa aparência, é perfeitamente possível produzir frutas cítricas, com um mínimo de perdas, sem
enfrentar os pesados gastos da erradicação de plantas e/ou pomares, em regiões ou estados onde a
presença do cancro cítrico se tornou endêmica.
VERRUGOSE A verrugose encontra-se disseminada em todas as regiões produtoras de citros do país. Sua
importância é grande em pomares que produzem frutas para o consumo “in natura”, pois os frutos
afetados são muito depreciados pela doença. Ela é também importante por contribuir para o aumento
na severidade de leprose, pois o ácaro transmissor dessa virose protege-se em frutos com lesões
salientes e corticosas de verrugose. Portanto, um bom controle de verrugose é medida obrigatória no
controle da leprose.
Há dois tipos principais de verrugose: verrugose da laranja azeda, de ocorrência generalizada em todas
as regiões citrícolas do globo, que afeta todos os órgãos aéreos de um pequeno número de variedades
cítricas, incluindo laranjas azedas, limões rugosos, limões verdadeiros, limões Cravos, pomelos,
trifoliatas, tangor, calamondin e algumas tangerinas (Cravo, King, Satsuma) e verrugose da laranja doce,
de ocorrência restrita à América do Sul, que afeta principalmente frutos de laranjas doces e, com menor
intensidade, outras espécies de citros e gêneros afins, como algumas tangerinas, limas doces, limas
ácidas, Kunquates, pomelos e tângelos.
No Brasil, a verrugose da laranja doce é considerada a principal doença do fruto, sendo a doença da
cultura que mais consome fungicidas para seu controle. A verrugose da laranja azeda é de importância
menor, por afetar espécies e cultivares de interesse econômico secundário. Entretanto, ela é muito
importante em viveiros contendo portaenxertos suscetíveis, que podem ter seu desenvolvimento muito
comprometido pela doença. Sintomas - Os sintomas gerais das duas verrugoses são muito semelhantes.
Entretanto, a verrugose da laranja azeda afeta ramos, folhas e frutos, ao passo que a verrugose da
laranja doce afeta quase que só frutos, sendo raramente encontrada em folhas ou ramos. A verrugose é
doença de órgãos em desenvolvimento. Folhas com mais de 1,5 cm de largura, ou que tenham atingido
um quarto do seu tamanho final, são praticamente imunes. Os frutos são suscetíveis até atingirem o
tamanho aproximado de um quarto do seu diâmetro final, o que na prática corresponde ao período de
10 a 12 semanas após a queda das pétalas. Em folhas, os sintomas geralmente aparecem de 4 a 7 dias
após a infecção. Em folhas e ramos novos, a doença manifesta-se de início como pequenas manchas
deprimidas de aspecto encharcado. Em seguida, com a hiperplasia do tecido na área afetada, as lesões
se tornam salientes, corticosas, irregulares, cor de mel ou canela, espalhadas por ambas as faces da
folha ou pela superfície de ramos. Em folhas, a saliência da lesão em uma das faces corresponde a uma
reentrância na face oposta. Em frutos, as lesões são também irregulares, salientes, corticosas, de
coloração palha ou cinza escura. As lesões são maiores e mais salientes quanto mais novo for o tecido
quando do início da infecção. Quando as lesões ocorrem em grande número em tecidos muito jovens,
elas provocam deformações no órgão afetado. Em frutos, as lesões podem coalescer e tomar grandes
áreas da casca. E comum encontrar misturadas grandes lesões, provenientes de infecções primárias, e
um grande número de lesões menores, espalhadas pela superfície do fruto, que se originam de
infecções secundárias.
Em todos os órgãos infectados as lesões são superficiais, não se aprofundando no interior dos tecidos.
Controle - O controle convencional da verrugose é feito por meio de pulverizações com fungicidas,
visando sempre a proteção de tecidos jovens suscetíveis.
A eficácia dos tratamentos depende não só do fungicida utilizado e sua dose, mas também da época e
número de aplicações feitas. As pulverizações realizadas antes da floração das plantas são pouco
eficazes. Os tratamentos devem ser iniciados quando cerca de 2/3 das pétalas tiverem caído, visando
reduzir as infecções primárias nos frutos recém-formados, quando eles são muito suscetíveis.
Recomenda-se uma segunda aplicação de 4 a 5 semanas após a primeira, no caso de pomares com
histórico de doença severa nas safras anteriores. Em caso de ocorrência de floradas de importância após
a florada principal, os frutos provenientes dessas floradas também devem ser protegidos. Em pomares
irrigados por aspersão, recomenda-se também a realização de 2 aplicações, pois neles os níveis de
infecção são geralmente maiores. Produtos cúpricos (oxicloreto de cobre, óxido cuproso e hidróxido de
cobre), benzimidazóis (benomyl, carbendazin e tiofanato metílico) e ditiocarbamatos (ziram) vêm sendo
recomendados no controle à doença. Excelentes resultados de controle são obtidos com a utilização de
um benzimidazol ou ziram na aplicação de florada (2/3 pétalas caídas) e um produto cúprico na
pulverização pós-florada. A utilização de cobre na segunda aplicação visa também proteger os frutos
contra a melanose.
PODRIDÃO FLORAL DOS CITROS A podridão floral dos citros (PFC) afeta principalmente flores e frutos
recém- formados. Perdas variam em função da quantidade e distribuição de chuvas durante o período
de florescimento das plantas. A PFC foi observada pela primeira vez em 1956, em Belize, na América
Central. Atualmente, a doença é endêmica em muitas regiões produtoras de clima tropical úmido e sub-
tropical das três Américas, como: Argentina,
Brasil, Costa Rica, Jamaica, México, Panamá, República Dominicana, Trinidade e Tobago, e Estados
Unidos (Flórida). No Brasil, a PFC ocorre há muito tempo afetando plantas de lima ácida Tahiti. No Rio
Grande do Sul, a doença se constitui num dos principais problemas da cultura, afetando as principais
variedades e cultivares de citros. Em outros estados, a doença é grave somente em anos em que chuvas
contínuas ocorrem durante o período de florescimento das plantas.
Sintomas - O fungo agente causal de PFC infecta flores, provocando lesões necróticas de coloração
róseo-alaranjada. As lesões geralmente aparecem em pétalas, após a abertura dos botões florais,
embora, em ataques severos, as lesões possam ocorrer antes mesmo da abertura das flores,
provocando a completa podridão dos botões florais. O fungo forma acérvulos de coloração salmão-rosa
sobre as lesões de flores infectadas (Prancha 25.12). Quando as condições são muito favoráveis, as
lesões se desenvolvem rapidamente, até comprometerem todos os tecidos das pétalas, que ficam
rígidas e secas, mantendo-se firmemente aderidas ao disco basal por vários dias, ao contrário das
pétalas de flores sadias, que caem logo após sua abertura.
As folhas localizadas ao redor de um grande número de flores infectadas são geralmente menores,
distorcidas, de coloração bronzeada, e apresentam nervuras espessadas, dando ao ramo o aspecto de
uma roseta.
Controle - A PFC é uma doença de difícil controle. Contudo, como ela só é severa quando o
florescimento das plantas coincide com períodos de chuvas prolongadas, todas as práticas que
contribuem para antecipar o florescimento das plantas devem merecer especial atenção. Entre essas
práticas incluem-se a irrigação, o uso de hormônios e a utilização de porta-enxertos que induzem
florescimento precoce. A irrigação por aspersão deve ser evitada durante o período de florescimento
das plantas. Contudo, caso ela se faça extremamente necessária, os pomares devem ser irrigados à
noite, para permitir um rápido secamento das partes aéreas das plantas nas primeiras horas do dia,
reduzindo o período de molhamento na superfície de órgãos suscetíveis.
As plantas em processo avançado de deperecimento devem ser eliminadas dos pomares. Essas plantas
geralmente apresentam surtos contínuos de florescimento, podendo funcionar como reservatórios de
inóculo. Portanto, as plantas com manifestações severas de gomose de Phytophthora, tristeza, declínio
e outras doenças, pragas e anomalias que induzam florescimentos extemporâneos, devem ser
substituídas.
Os pomares devem ser mantidos em boas condições sanitárias e nutricionais. O controle químico da
doença é difícil e algumas vezes inviável. Ele somente deve ser iniciado se o histórico da doença e as
condições climáticas forem favoráveis à manifestação severa da doença. As pulverizações com
fungicidas devem visar a proteção das flores durante o período em que elas são suscetíveis. O número
de aplicações pode variar em função das condições climáticas e da uniformidade e duração do período
de florescimento. Benomyl e tebuconazole são os fungicidas até o momento registrados no país para o
controle de PFC.
ANTRACNOSE A antracnose em frutos geralmente ocorre quando eles são previamente injuriados por
queimaduras de sol, ventos, pragas, pulverizações inadequadas com defensivos agrícolas, e outras
causas. Contudo, em algumas variedades de tangerina, os sintomas de antracnose podem aparecer
mesmo em frutos que não tenham sido previamente injuriados.
Sintomas - Quando a antracnose é associada a frutos previamente injuriados, as lesões são deprimidas,
firmes e secas, de cor marrom-escura a preta, geralmente maiores que 1,5 cm de diâmetro, podendo
tomar grandes áreas do fruto. Em condições de elevada umidade, massas de esporos de coloração rosa
ou salmão são formadas na superfície das lesões. Contudo, quando a umidade é baixa, essas massas são
de coloração marrom a preta. Quando as lesões se desenvolvem em frutos que não foram previamente
injuriados, as lesões são superficiais, firmes, inicialmente de cor prata, passando depois para marrom a
cinza-escuro.
Em ramos e folhas, as lesões somente aparecem após a morte de tecidos que apresentam infecções
quiescentes, resultantes de invasões anteriores pelo fungo. As lesões são geralmente deprimidas e
apresentam frutificações típicas do fungo em acérvulos.
Controle - Evitar ou reduzir a formação de ramos secos nas plantas, mantendo os pomares sempre em
boas condições sanitárias e nutricionais, pois o fungo frutifica abundantemente em ramos secos. Esses
ramos devem ser removidos e queimados durante a realização do tratamento de inverno.
MANCHA PRETA OU PINTA PRETA A pinta preta, ou mancha preta dos citros (MPC), afeta folhas, ramos
e, principalmente, frutos, que ficam impróprios para o mercado de fruta fresca. As perdas provocadas
pela doença podem ser muito severas, principalmente em limões verdadeiros e laranjas doces de
maturação tardia. Em ataques severos os frutos podem cair prematuramente. A MPC já foi encontrada
afetando severamente plantios comerciais de limões verdadeiros, laranjas doces, mexericas do Rio e
Montenegrina e tangor Murcote, nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Plantas
velhas e estressadas são geralmente mais afetadas pela doença.
Sintomas - Os sintomas da MPC em folhas, ramos e frutos são sempre mais freqüentes nas faces da
planta mais expostas aos raios solares. Em frutos, quatro tipos principais de lesões com denominação
diferentes podem ocorrer: 1) manchas duras, que são as mais comuns e as típicas da doença. Elas, em
geral, aparecem quando os frutos iniciam a maturação. Em frutos verdes, um halo amarelado aparece
circundando as lesões. Em frutos maduros, um halo verde aparece ao redor das lesões que apresentam
o centro deprimido de cor marrom-claro ou cinza-escuro e os bordos salientes de coloração marrom-
escura. No interior dessas lesões aparecem pequenas pontuações negras, que se constituem nos
picnídios do fungo; 2) manchas sardentas, que aparecem geralmente depois que os frutos já passaram
da coloração verde para a amarelada ou laranja. As lesões são levemente deprimidas e avermelhadas.
Elas podem coalescer, formando uma grande lesão, ou permanecer pequenas, individualizadas; 3)
manchas virulentas, que geralmente se desenvolvem no final da safra, quando os frutos já estão
maduros e as temperaturas são elevadas. Elas também podem ocorrer após a colheita, durante o
transporte e o armazenamento dos frutos. As lesões aparecem como resultado do crescimento ou
coalescência de lesões dos dois tipos anteriores, dando origem a grandes lesões deprimidas de centro
acinzentado e bordos salientes de coloração marrom-escuro ou vermelho-escuro. No centro dessas
lesões também aparecem pontuações escuras, que são os picnídios do fungo. A casca do fruto fica
completamente necrosada na área da lesão, mas a parte interna do fruto não é afetada.; 4) manchas de
falsa melanose, que geralmente aparecem quando o fruto já ultrapassou seu período de suscetibilidade,
que é de 4-5 meses após a queda das pétalas. As lesões são minúsculas e numerosas, negras, muito
semelhantes às de melanose.
Sintomas em folhas e ramos são menos freqüentes. Lesões em folhas são muito semelhantes às do tipo
duro dos frutos, apresentando o centro necrótico deprimido de cor cinza, os bordos salientes marrom-
escuros e um halo amarelado ao redor das lesões.
Controle - As medidas de controle incluem: plantio de mudas sadias produzidas em regiões livres da
doença; remoção de frutos temporões infectados antes do início da florada, visando reduzir a fonte de
inóculo representada pelos picnídios presentes em lesões de frutos; controle do mato nas linhas de
plantio com herbicidas pós-emergentes, antes do início da florada, visando a formação de uma
cobertura morta sobre as folhas caídas ao solo, reduzindo assim a fonte de inóculo representada pelos
ascósporos produzidos nessas folhas; eliminação de plantas em estado de depauperamento avançado
do pomar; manutenção das plantas em boas condições de nutrição e sanidade; pulverizações visando a
proteção dos frutos durante o período crítico de suscetibilidade, de até 4 -5 meses após a queda das
pétalas, com fungicidas sistêmicos (benzimidazóis) ou de contacto (à base de cobre, ou mancozeb). A
adição de óleo (0,5%) melhora a eficácia desses produtos no controle da doença.
GREENING O Huanglongbing (HLB), também conhecido como greening, é considerado em muitos países
como a principal doença dos citros. A doença foi primeiramente relatada na China no século XIX e, no
início do século X na África do Sul. Hoje a doença esta presente em todos os países da Ásia e da África.
Embora o psilídeo Diaphorina citri, vetor da bactéria estivesse presente na Europa e nas Américas, até
2004 ainda não havia relato da ocorrência da doença nesses continentes. A partir desta data, a doença
foi constatada em pomares do Estado de São Paulo, causando grandes perdas, visto que todas as
espécies do gênero Citrus de importância econômica são suscetíveis ao patógeno. A bactéria causadora
do HLB, pertence às proteobactérias, a qual se restringe aos vasos liberianos (floema). Até a constatação
do HLB no Brasil, estavam associadas à doença duas espécies: Candidatus Liberibacter asiaticus,
causadora da forma asiática da doença, e tolerante a altas temperaturas (superior a 30°C) e C.
Liberibacter africanus, causadora da forma africana e sensível a altas temperaturas (25-30°C).
Entretanto, testes moleculares em plantas sintomáticas de HLB coletadas na região de Araraquara
revelaram a presença de C. Liberibacter asiaticus e de uma nova bactéria, diferente das duas espécies de
Liberibacter causadora de HLB anteriormente conhecida. Em função dessas diferenças, propôs-se o
enquadramanto em uma nova espécie denominada Candidatus Liberibacter americanus. Os resultados
dos levantamentos têm demonstrado ser essa a uma espécie com alta ocorrência nos pomares
paulistas.
Existem duas espécies de psilídeo responsável pela transmissão da bactéria causadora do HLB,
Diaphorina citri e Trioza erytreae. O inseto tem como hospedeiros as plantas cítricas e a ornamental
Murraya paniculata, popularmente conhecida como murta, falsa murta ou murta de cheiro, e pelo
menos outros três gêneros pertencentes à família Rutaceae. Também, no Brasil, a bactéria foi
transmitida experimentalmente para
Vinca roseae. No Brasil, o psilídeo, responsável pela transmissão da doença, freqüentemente coletado
em pomares com sintomas de HLB, é Diaphorina citri. Em condições favoráveis, cada fêmea é capaz
produzir 800 ovos durante seu ciclo de vida. Os mesmos são depositados em brotações terminais, antes
do completo desenvolvimento da folha. São depositados de forma agrupada e apresentam coloração
amarela. O inseto passa por 5 estágios de ninfas e leva de 15 a 30 dias para atingir a forma adulta.
Pesquisas demonstraram que a 18°C, a fase de ovos do psilídeo sobrevive por oito dias e a 30°C, apenas
três dias, apresentando alta mortalidade a 32°C.
Já na fase de ninfa, a 18°C o psilídeo sobrevive durante 39 dias e a 30°C por aproximadamente onze dias.
Em temperatura superior a 30°C, apresentou alta taxa de mortalidade.
Para D. citri adquirir a bactéria, é necessário um período mínimo de alimentação em uma planta
infectada de 15-30 min., a qual confere uma baixa porcentagem de transmissão. A eficiência de
transmissão está diretamente relacionada ao período de alimentação. No entanto, o psilídeo pode
transmitir a bactéria durante toda a vida, a partir de duas a três semanas de incubação. Não existe
transmissão transovariana, tanto o adulto como ninfas são capazes de adquirir a bactéria a partir do
quarto ou quinto instares, porém apenas o adulto a transmite. O psilídeo adulto de D. citri, apresenta
sempre uma inclinação de 45° na folha, sendo esta, um característica bastante peculiar, a qual auxilia no
reconhecimento do inseto no pomar.
O psilídeo é observado nos pomares durante todo ano, mas o seu pico populacional ocorre no final da
primavera e início do verão. No período seco e frio, a população é baixa, no entanto, o inseto
permanece nos pomares apenas se alimentando. Neste período do ano é que há maior incidência de
sintomas, havendo uma manutenção de inóculo e vetor, resultando em aumento de insetos infectivos e
com isso, aumento de transmissão da doença na primavera e verão. Nesse período, dada à menor
presença de brotações ocorre maior movimentação dos insetos em busca de alimento e de locais de
reprodução.
As brotações afetadas são menores, as folhas mais cloróticas. A planta muito infectada perde em parte
as folhas e sua copa fica reduzida. Com a evolução dos sintomas, há uma intensa desfolha dos ramos
afetados, seca dos ponteiros e os sintomas podem progredir para toda a copa. Vale salientar que, a
partir de ramos infectados, a bactéria transloca pela planta, até que toda a copa seja contaminada,
ocasião em que a produção torna-se desprezível. A obstrução do floema causada pela bactéria impede a
distribuição de seiva elaborada que, em conseqüência, as plantas infectadas rapidamente tornam-se
improdutivas, enquanto as novas não chegam a produzir.
Após a colheita dos frutos e intensificação do período seco, os sintomas tornamse mais difíceis de serem
identificados. Com o prolongamento da seca ocorre a queda das folhas, sendo aquelas sintomáticas as
que caem mais precocemente.
Os frutos que apresentam sintomas de HLB são menores, mais leves, mais ácidos e com menos açúcares
que os frutos colhidos em ramos sadios. Quanto mais afetada a planta, maior a quantidade de frutos
com baixa qualidade. Estima-se que uma planta com 20% da copa com ramos sintomáticos tem sua
produtividade reduzida em
30% em relação a uma planta sadia, quando a doença atinge 50% da copa da planta, a produtividade cai
aproximadamente em 60%. Dependendo da idade e porte da planta, os sintomas de HLB podem afetar
100% da área foliar em 3-5 anos. Estudos realizados em outros países e observação da doença no Brasil
apontam que um pomar sem cuidado pode desaparecer totalmente em 10 anos em conseqüência do
HLB, mas bem antes disso, com aproximadamente 5-6 anos após o aparecimento dos primeiros
sintomas, a produtividade pode ser reduzida em 30% tornando o pomar economicamente inviável.
Em estádios iniciais da doença, a percepção de sintomas pode ser confundida com outros problemas,
quase sempre de ordem nutricional, exigindo a execução de outras técnicas que possam confirmar ou
não o diagnóstico visual. Os sintomas de greeening podem ser confundidos com os de CVC (clorose
variegada do citros), ou ainda, com Gomose do citros, deficiência de zinco, nitrogênio, magnésio,
manganês e cobre.
Os sintomas da CVC apresentam pequenas manchas amarelas e irregulares na fase superior da folha que
corresponde a lesão do tipo bolhosa, de coloração palha na fase inferior. A presença da bactéria no
xilema da planta interrompe o fluxo normal da seiva. Embora a Gomose apresente folhas amareladas
com nervura central mais clara a confirmação da doença ocorre com a presença de lesões no tronco e
nas raízes. Também os sintomas tendem a apresentar correspondência entre o amarelecimento
unilateral e presença de sintomas no tronco.
Quando as plantas do pomar apresentam deficiência de cobre há a presença de rachaduras nos galhos,
além de apresentarem as folhas dos ponteiros amareladas e os ramos mais novos ondulados e com
rachaduras. Já deficiência de magnésio tem como sintoma típico o amarelecimento observado em quase
todas as folhas, exceto na área foliar próxima ao pedúnculo, onde forma um “V” invertido, mais
freqüente em folhas maduras. A carência de zinco provoca a redução do tamanho de folhas jovens e
clorose acentuada do limbo entre as nervuras, as folhas novas ficam estreitas e pequenas e há um claro
paralelismo quanto à distribuição das manchas cloróticas. Já a deficiência de manganês, os sintomas são
mais freqüentes nas partes sombreadas e nas folhas novas.
São manchas amareladas que aparecem entre as nervuras, porém mais pálidas que a deficiência de
zinco e mostram-se difusas.
Para o controle do HLB recomenda-se três medidas fundamentais: i) controle do psilídeo por meios
químicos ou biológico; i) eliminação de plantas doentes imediatamente após o aparecimento dos
primeiros sintomas; e i) uso de mudas sadias mediante um rigorosos controle das borbulheiras e da
formação das mudas em viveiros telados, conforme é exigido pela legislação.
Nos períodos chuvosos devem ser usados produtos sistêmicos com aplicações no tronco da planta
preconizando a proteção por 90 dias, ou via solo (por 70 dias) ou via drench (90dias). Para evitar o risco
de contaminação, o controle dos psilídeos com produtos químicos deve iniciar nos viveiros, com
produtos sistêmicos a base de imidacloprid e thiamethoxan. Nos períodos de seca, a recomendação é
para uso de inseticidas de contato, indicados para plantas com mais de quatro anos, embora o citricultor
possa optar pelos inseticidas sistêmicos.
Estudos com a vespa Tamarixia radiata, inimigo natural do psilídeo Diaphorina citri, mostram duas
formas de ação da vespa em relação ao psilídeo: i) ao depositar seus ovos nas ninfas do psilídeo, as
larvas da vespa alimentam-se do hospedeiro: e i) na fase adulta, quando as vespas alimentam-se
diretamente das ninfas, podendo reduzir a população de psilídeo em até 3,3%. No Manejo Ecológico de
Pragas (MEP) segue o nível de não-ação ou seja, se a ficha de inspeção indicar que os níveis de presença
de inimigos naturais estão elevados o suficiente para diminuir ou controlar a população da praga, não é
necessária a pulverização com produtos químicos. O nível de não-ação do psilídeo é e”30% de ramos
com presença de ninfas mumificadas pela ação da vespa T. radiata. Já para o nível de ação, o qual
consiste no menor nível de infestação da praga, a qual, se aumentar, é capaz de causar danos à planta e
a produção.
Como a visualização dos sintomas de HLB é maior nas estações de outono/inverno, nessas deverá ser
realizado o trabalho de inspeção e eliminação das plantas sintomáticas, de tal forma que nas estações
de maior ocorrência do vetor (primavera/verão) não haja inóculo para disseminação da doença. Embora
a visualização dos sintomas seja favorecida nessas estações do ano, o levantamento de plantas
sintomáticas deve ser realizado durante todo ano, principalmente em talhões onde a doença já foi
constatada.
Experiências com podas de ramos sintomáticos não têm demonstrado bons resultados no controle da
doença, tanto nos países asiáticos, como também no Brasil, ao contrário da África do Sul, onde os
sintomas são mais brandos. Neste caso apenas plantas com mais de 5 anos, apresentando menos de
50% da copa sintomática, é recomendada a poda drástica dos ramos. A eliminação das plantas doentes
pode ser feita arrancando a planta pela raiz ou com corte rente ao solo. Nesse caso, é preciso aplicar
herbicidas no tronco evitando-se a formação de rebrota. As medidas que visam a erradicação de plantas
sintomáticas e proibição do plantio de murta, visam à proteção dos pomares de citros, uma vez que o
reconhecimento da doença nesta planta não é fácil, pois não apresentam sintomas específicos, como
nos citros.
Importante parte da produção mundial de laranjas é manuseada na forma de suco. São em torno de 3,5
milhões de toneladas anuais, de acordo com o anuário da
FAO. Ainda assim, os volumes in natura nos mercados são consideráveis. Por exemplo, as estimativas do
IBGE indicam que no Rio Grande do Sul anualmente são consumidas
120 mil toneladas de laranjas. Havendo, então, um mercado de consumo de mesa considerável a
atender, a qualidade destas laranjas deve ser compatível com as exigências dos consumidores.
Certamente há expectativas de qualidade diferentes, que variam de região para região, mas deve haver,
no entanto, algumas características sobre as quais há unanimidade. Entre estas, figura a porcentagem
de suco. Laranjas com gomos ou parte deles secos, sem suco, são motivo de rejeição.
Outras características, como cor de cobertura, tamanho de frutos, teores de açúcares e ácidos, causam
menos rejeição dos consumidores. Estas variáveis, todavia, são atributos importantes e fazem parte das
normas de classificação de laranjas.
A maior abertura e exposição dos mercados mundiais e, sobretudo, a acentuada universalização das
demandas dos consumidores em todos os mercados requer um manuseio, em que a qualidade interna e
externa dos frutos é apenas um dos aspectos a ser considerado. As boas práticas agrícolas e o alimento
seguro assumem proporções igualmente importantes.
Características de qualidade de laranjas O tamanho dos frutos é uma característica de qualidade muito
importante. Na maioria dos mercados, frutos de tamanho reduzido, quando são aceitos, são menos
valorados. Mesmo sendo uma característica genética, os fatores ambientais influenciam
significativamente no tamanho final que uma laranja pode atingir. Competição por fotoassimilados, com
folhas novas contíguas e os outros frutos, posição do fruto no ramo e tipo de ramo são algumas das
variáveis que influenciam o tamanho final do fruto.
Em condições normais para o desenvolvimento das laranjeiras, com fertilidade de solo e disponibilidade
de água, os frutos recebem continuamente fotoassimilados das folhas. Mesmo na proximidade do
amadurecimento, este aporte contribui para um acúmulo de matéria seca, mas o tamanho das vesículas
não se altera mais significativamente.
As modificações ocorrem externa e internamente durante o amadurecimento das laranjas, assim como
também nas demais frutas cítricas. A modificação da cor, o aumento nos teores de açúcares e a
diminuição de acidez indicam que as laranjas atingiram o ponto de consumo. Os citros alteram a
coloração da casca completamente para o verde, quando imaturos, para amarela ou laranja quando
maduros. As modificações que ocorrem na casca (o pericarpo) podem estar descompassadas com as
alterações na polpa. Aparentemente, casca e a polpa comportam-se como órgãos distintos, mas têm,
sem dúvida, inter-relação e alguma sincronia de metabolismo (Spiegel-Roy e Goldschmidt, 1996).
Os açúcares constituintes do suco de laranjas são a sacarose, a glicose e a frutose. A proporção entre
estes é de 2:1 :1. A concentração de sacarose aumenta significativamente com a aproximação da
maturação, tornando-se o açúcar predominante. Já na casca, os açúcares predominantes são a glicose e
a frutose. De 75 a 85% dos sólidos solúveis totais medidos em °Brix (graus Brix) por refratômetro em
cítricos são açúcares. Quanto aos ácidos, as polpas das laranjas contêm basicamente ácido cítrico
Outros ácidos, como o ácido málico, também são encontrados no suco, mas em quantidades muito
menores. As cascas das laranjas também contêm ácidos, mas as quantidades encontradas somam
apenas cerca de 5% do total de ácidos encontrados no suco (Monselise, 1986).
Ponto de colheita
Monitorar as alterações externas e internas das laranjas, para definir padrões e, a partir destes padrões,
fazer inferências sobre o estádio de desenvolvimento sempre foi e será um anseio para indicar o ponto
de colheita com maior segurança. A colheita antecipada ou feita muito tardiamente tem efeitos
consideráveis sobre os frutos que irão se manifestar, provavelmente, na mesa do consumidor. prejuízo
da colheita antecipada advém principalmente da menor qualidade interna: maior acidez e menos
açúcares, o que resulta em um paladar muito ácido. Em algumas espécies cítricas, como limão, por
exemplo, também a falta de suco é altamente negativa. Por outro lado, a colheita tardia resulta em
frutas de casca menos resistente e com manchas de senescência, que prejudicam a aparência.
Para indicar o ponto de colheita ideal, determinar a intensidade da atividade metabólica, um método de
maior precisão. Analisar, no entanto, a produção de dióxido de carbono (CO) ou o consumo de oxigênio
(02) das laranjas não é um método expedito, sendo necessárias análises por um período continuado de
tempo. Sobretudo, ainda no caso das espécies cítricas, o padrão de respiração não melhora esta
informação, porque o padrão de respiração dos citros, assim como nas demais espécies não
climatéricas, é de um lento e gradual decréscimo da produção de CO2 nos estádios finais de
desenvolvimento.
Para determinação do ponto de colheita, então, devem ser utilizados parâmetros mais fáceis de realizar.
Com esta preocupação, em várias instituições de regiões produtoras de cítricos, procurou-se definir
índices para alguns destes parâmetros e, assim, facilitar a determinação do ponto de colheita. Cor de
cobertura, teores de sólidos solúveis totais e de acidez total titulável têm exatamente esta
característica. Ainda assim, são parâmetros pouco difundidos, e a colheita baseia-se quase que
exclusivamente no calendário.
Cuidados na colheita De nada adianta haver todo um manejo de pré-colheita em pomares voltado para
aumentos de produtividade se, no momento da colheita e no manuseio após a colheita, a falta de
cuidados pode danificar sobremaneira as laranjas. No processo de colheita e transporte de laranjas,
podem ocorrer danos nos frutos que abrem possibilidades de infecção dos tecidos por agentes
causadores de podridões.
Danos de impacto são causados por quedas durante a colheita ou na transferência dos frutos para
embalagens de transporte. O dano de compressão é um dano que resulta do sobre enchimento das
caixas. O transporte a granel também causa danos de compressão nas laranjas. Ambos os tipos de danos
causam ferimento, que facilitam a penetração de fungos ou bactérias causadoras de podridões.
Portanto, é muito importante que sejam implementados treinamentos das equipes de colheita, para
não danificar as laranjas na colheita. Recomenda-se a utilização de sacolas de colheita e a transferência
das laranjas colhidas para as caixas de colheita com todo o cuidado. Para colher as laranjas, não é
necessário o uso de tesouras de colheita. A maioria das cultivares, quando maduras, desprendem-se do
ramo com relativa facilidade ao sofrerem uma torção. O que não deve ser feito é arrancar a fruta da
árvore.
Movimentos bruscos podem remover o cálice ou parte da casca, depreciando a laranja comercialmente
e ainda abrir possibilidades de infecção por fungos ou bactérias.
Em laranjeiras de porte avantajado é imprescindível o uso de escadas. Estas devem ser de material leve
para facilitar a movimentação na colheita. Derrubada das laranjas ao chão com uso de ganchos para um
posterior recolhimento não é admissível em sistemas de produção de laranjas para o consumo in natura.
Outro cuidado que deve também preceder à colheita é a identificação do potencial de rompimento das
glândulas de óleo. Nos períodos chuvosos ou nos dias subseqüentes, as células estão mais túrgidas e
podem romper-se mais facilmente. As glândulas de óleo também podem romper-se com mais facilidade
e espalhar o conteúdo para os tecidos adjacentes ou atingir frutos próximos e causar oleocelose.
Quantidades muito pequenas de óleo e mesmo tempos de exposição de alguns poucos segundos ao
óleo são suficientes para resultar em oleocelose. O óleo de uma glândula rompida se difunde pela
cutícula, atingindo as camadas mais profundas das células da casca. De acordo com Knight et ai. (2002),
dentro de 30 minutos, já há perda de integridade de membranas das células atingidas pelo óleo, o que
vai resultar no colapso destas células. Em três dias já se observa a degeneração e o escurecimento da
casca. Para evitar-se que percentuais significativos de laranjas apresentem este distúrbio, deve-se
retardar a colheita após períodos de muita chuva. Se não for possível o adiamento da colheita, então
esta deve ser feita com cuidados redobrados para impedir-se o rompimento das glândulas de óleo.
Testes com uso de penetrômetros manuais indicam que, se a força para romper as glândulas de óleo for
menor do que 7 libras/cm2, então, o risco de dano é significativo.
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Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 15, n. 1, p. 5-61, 1993.
Comentários
CULTIVO
A época ideal para plantar uma laranjeira é na estação mais chuvosa ou durante o inverno nos estados
do sul do país. O melhor clima para cultivo é o das regiões com temperaturas entre 23 e 32°C, mas a
resistência ao frio depende da variedade. As laranjeiras devem ser cultivadas sob sol pleno (com
insolação por até 6 horas por dia), em solo fértil, profundo, enriquecido com matéria orgânica e irrigado
a intervalos regulares. O plantio pode ser feito por árvores enxertadas ou por sementes, que também se
propaga com facilidade.
As regiões muito quentes, com temperatura superior a 32ºC e com déficit hídrico, não são adequadas
para o cultivo desta planta, a não ser que seja instalado um sistema automatizado de irrigação.
A laranjeira se desenvolve bem em qualquer tipo de solo, mas os areno-argilosos, com ph entre 6,0 a
6,5, têm melhor resposta. Para saber se o solo está ácido e se necessita corrigir com calcário, faça uma
análise da terra em empresas ou instituições agrônomas ou contate um engenheiro agrônomo.
Para plantar, faça uma cova de 40 cm de diâmetro por 40 cm de profundidade. A medida serve para um
torrão de 20 cm de diâmetro por 30 cm de profundidade. Adicione areia no fundo e misture com terra
(para não queimar as raízes) os 5 a 10 litros de adubo animal curtido, 200 gramas de farinha de ossos e
200 gramas de adubo químico NPK, fórmula 10-20-20.
As adubações de cobertura devem ser feitas no inverno ou no início das estações chuvosas. Utilize
adubo granulado 10-20-20, ou similar, misturado com húmus de minhoca. O adubo deve ser aplicado
em toda a área de solo sombreada pela copa da árvore. Não se esqueça de regar após a adubação.
EM VASOS
A laranjeira precisa de sol pleno, seis horas por dia, portanto pode ser cultivada em vasos colocados em
varandas e terraços, desde que a área seja ensolarada.
Recomenda-se o plantio em um vaso de no mínimo 0,50 m de diâmetro na boca, porém quanto maior o
vaso, maior a chance de a espécie se desenvolver melhor e frutificar. Lembre-se que o vaso precisa de
um bom dreno para não acumular água e encharcar as raízes.
CUIDADOS
As laranjeiras precisam de umidade, mas não toleram raízes encharcadas, por isso, o solo tem que ser
muito bem drenado.
O indicado é regar, no mínimo, duas vezes por semana em períodos mais secos do ano. Nos meses
chuvosos, reduza a rega para uma vez por semana. O uso de um sistema de irrigação automatizada pode
ser uma alternativa para controlar a quantidade de água para cada tipo de planta.
O conhecimento sobre podas é muito importante no cultivo de pomares e as principais podas são as de
formação, limpeza e rejuvenescimento. A manutenção para as laranjeiras é simples: cortar os ramos
secos e evitar frutos no chão.
Para podar uma frutífera, existem vários modelos de tesouras, mas as ideais são:
· tesoura de poda -bem flexível, de peso médio e de grande abertura, as com lâminas de teflon não
se desgastam;
· tesoura desbastadora -possui um cabo muito comprido que serve para podar os ramos mais altos
e inacessíveis
PRAGAS E DOENÇAS
As cochonilas constituem o principal inimigo das laranjeiras, por isso é preciso manter rígida vigilância
quanto à sua presença.
Para eliminá-las, aplique óleo mineral, ajudará a controlar a infestação, mas será preciso eliminar as
formigas também. A recomendação é procurar um agrônomo, que poderá indicar o melhor defensivo
para cada doença ou praga.
O que é Enxertia?
A enxertia é um método muito curioso de propagação vegetativa de plantas, sendo muito utilizada na
produção de mudas de frutíferas, para a fruticultura. A técnica consiste basicamente em juntar os
tecidos de uma planta aos tecidos de outra planta, que geralmente é da mesma espécie, passando a
formar uma planta com as duas partes: o enxerto (copa, base) e o porta-enxerto (cavalo, topo).
Seu uso comercial é amplo na produção de frutas (fruticultura), utilizada na produção de mudas de:
laranja, limão, ponkan, manga, uva, tomate, pêssego, entre muitas outras.
É comum o plantio de laranjeiras cujas raízes são de limão cravo e a copa é de laranjeira. Essa planta
produzirá frutos de acordo com a parte aérea.
Há motivos para fazermos isso. Não é por curiosidade. O propósito de tudo é juntar as melhores
características de duas plantas em uma só!
Os principais motivos do uso da enxertia são as doenças de plantas presentes na agricultura, que
inevitavelmente tem atacado os pomares em todo o mundo. Certas copas produzem bons frutos em
quantidade e qualidade, mas suas raízes morrem com o ataque de certas doenças. Enxertando a copa
em um cavalo (base) resistente, temos uma planta produtiva e resistente!
Seu uso em plantas ornamentais é mais restrito, apesar da enxertia ser muito usada no enxerto de
cactos. Os cavalos (bases) armazenam e absorvem bastante água, acelerando o crescimento e
desenvolvimento dos cactos enxertados (topo).
Vantagens
Possibilita driblarmos características ruins das raízes ou parte aérea de uma determinada planta,
permitindo a sua produção eficiente. Pode ser utilizada para minimizar ou eliminar os danos causados
por doenças de plantas (fitossanidade), problemas de adaptação das raízes a condições climáticas e de
solo, além de muitas outras possíveis aplicações.
Limitações
A principal limitação da enxertia é a sua dificuldade de operação. É necessária uma mão-de-obra muito
qualificada para tal. Seu grau de dificuldade varia de espécie para espécie. O percentual de pegamento
(sobrevivência) costuma ser muito baixo em muitas espécies, como na manga e o pêssego. Anos de
treinamento são necessários para fazer a enxertia, o que faz a mão-de-obra custar caro.
Seu grau de dificuldade é tão grande, que não estaremos abordando nesse tópico, já que foge aos
nossos objetivos. Fazer em casa é normalmente inviável.
Mas podemos dizer que há vários tipos de enxertia, sendo os mais comuns a encostia, a borbulhia, e a
garfagem. Cada espécie se adapta melhor a um tipo específico de enxertia.
Da próxima vez que ir a uma loja de mudas de árvores frutíferas, observe a base delas. É muito provável
que você encontre sinais de que a planta é enxertada.
Em caso de dúvidas persistentes relacionadas ao conteúdo deste texto, entre em contato conosco.
Como Plantar
Nossas mudas são entregues prontas para o plantio. Como não são feitas em sacos plásticos não é
necessário cortar o fundo do torrão. As covas podem ser individuais na posição de plantio de cada
muda, ou podem ser feitos sulcos ao longo das linhas de plantio. Com o terreno corrigido, não é preciso
adubar o local de plantio. A adição de esterco curtido e até de adubos químicos nas covas, entretanto,
pode ajudar no desenvolvimento inicial das mudas em solos não totalmente corrigidos. É importante
consultar um especialista para se evitar enganos. Quantidades como 0,5 kg de superfosfato simples e 3
kg de cama de frango bem misturados por cova ou por metro linear de sulco são comuns.
As mudas são plantadas na altura em que se encontram nos torrões. É importante não enterrar o
colo da planta, que é a região de transição entre tronco e raiz. Traz-se solo destorroado para dentro da
cova, ao redor do torrão e compacta-se muito bem com as pontas dos dedos das mãos, até na altura do
solo original. É muito importante não entortar as raízes da muda durante o plantio. Para isto a firmeza
do torrão e a embalagem biodegradável são de grande importância. Fazer uma coroa de terra em volta
da muda para pelo menos 20 litros de água e enchê-la imediatamente após o plantio. Repetir a
operação pelo menos 1 vez por semana caso não chova, até o início da brotação, quando então as
irrigações podem ser mais espaçadas.
Como não é preciso cortar o fundo do torrão das Mudas Citrolima, não há feridas frescas para a
entrada do fungo da Gomose e, portanto, não é necessário aplicar fungicidas sistêmicos após o plantio.
Adubação
É essencial consultar um técnico para todos os tratos culturais no pomar. A tabela aqui apresentada
para adubação de laranjeiras serve apenas como referência preliminar. Consideramos o uso de fórmulas
do tipo 12-6-12, 15-5-15 ou 20-5-20. Para as quantidades, baseia-se apenas no conteúdo de nitrogênio.
Por exemplo 100 g de N correspondem a 500 g da fórmula 20-5-20. As plantas recebem uma adubação
básica de acordo com sua idade, de 50 g por ano de idade do pomar, até a quantidade fixa de 350 g de N
a partir do 7º ano e, adicionalmente, uma adubação por caixa produzida ou a produzir correspondente a
100 g de N por caixa.
Nitrogênio
Primeiro 50 5
Segundo 100 4
Assim, um pomar com 8 anos e 4 caixas por planta de laranjas poderia receber 350 g + 400 g = 750 g de
Nitrogênio, ou 3,75 kg de 20-5-20. A quantidade é dividida pelo número de aplicações, que são feitas a
intervalos regulares durante o período chuvoso do ano. No caso de porta-enxertos diferentes de limão
cravo ou frutas precoces, tangerinas ou limões, pode-se usar fórmulas com mais Potássio do que
Nitrogênio.
PRAGAS E DOENÇAS
As principais pragas e doenças em citros que podem ser controladas através da aplicação de
defensivos ou manejo ecológico são ácaro da leprose, ácaro da ferrugem, ácaro vermelho, ácaro branco,
moscas das frutas, formigas cortadeiras, bicho furão, cochonilha pardinha, orthézia, psilídeos,
cigarrinhas do amarelinho, pinta preta, verrugose, melanose, alternária e estrelinha. Procure um técnico
para orientações específicas.
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JÚNIOR, Rodrigues
Cota: 10-19-19/20|BGUC
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Citricultura
Citricultura
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Descritores: Citrino
Cota: PP68|AHM
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Citrinos de Moçambique
Citrinos de Moçambique / V. L.
Cota: PP68|AHM
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Descritores: Moçambique | Africa do Sul | Política agrícola | Comercialização | Citrino | Fruto tropical |
Actividade económica
Cota: 2244/2004|AHSTP
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Citrinos e bananas sua comercialização em Moçambique e na Republica da Africa do Sul : relatório duma
viagem de estudo realizada a Moçambique e à União Sul Africana pelo chefe de Serviço da Junta de
Comércio Externo / Luiz Alexandre Tenreiro Teles Grilo. - Luanda : CITA, 1962. - 116 p.
Cota: 19986|SHIP
[45486]
Citrinos e bananas sua comercialização em Moçambique e na Republica da Africa do Sul : relatório duma
viagem de estudo realizada a Moçambique e à União Sul Africana pelo chefe de Serviço da Junta de
Comércio Externo / Luiz Alexandre Tenreiro Teles Grilo. - Luanda : CITA, 1962. - 116 p.
Cota: 19986|SHIP
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Cota: s/cota|ISEG
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Cota: 6409|ISCSP
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Citrinos e bananas sua comercialização em Moçambique e na Republica da África Do Sul : relatório duma
viagem de estudo realizada a Moçambique e à União Sul Áfricana pelo chefe de Serviço da Junta de
Comércio Externo / Luiz Alexandre Tenreiro Teles Grilo. - [ angola ] : CITA, 1962. - 116 p. : il.
Cota: 5631|IICT
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Citrinos de Moçambique : sua colocação no mercado da metrópole / Carlos Artur de Melo Vieira
Cota: PP547||AHM
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Citrus / Direcção dos Serviços de Agricultura. - Lourenço Marques : Imprensa Nacional de Moçambique,
1934. - 20 p.
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Citrus / Direcção dos Serviços de Agricultura. - Lourenço Marques : Imprensa Nacional de Moçambique,
1934. - 20 p.
Cota: MOB-2660|BNU
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Colocação das citrinas nos mercados metropolitanos / Carlos Artur de Melo Vieira
In: Primeira conferência económica do império colonial português. - [S.l. : s.n.], 1937. - pp. 461 - 464
Descritores: Citrino | Exportação | Moçambique
Cota: MOB-718|BNU
A laranjeira por sua vez, é originária da Ásia e começou a ser levada para outras regiões do mundo no
século 16. Os europeus por sua vez espalharam o cultivo da laranjeira para os países que colonizaram,
popularizam a árvore e a fruta.
Características da laranjeira
O cultivo da laranja é realizado para fins comerciais, mas pode ser também feito para fins domésticos
por pessoas que apreciam seu fruto.
A árvore chega a uma altura de até 8 metros em média, e possui um tronco de cor acinzentada e com
várias ramificações. Sua copa possui forma arredondada e que oferece boa sombra. Suas folhas são
lisas, possuem uma coloração de verde intenso e quando esmagadas, exalam um perfume agradável.
A laranjeira ainda apresenta pequenas flores brancas e bastante aromáticas, que são muito apreciadas
por abelhas, que fabricam um mel muito gostoso a partir de suas flores.
A frutificação ocorre praticamente durante todo o ano, mas é mais intenso entre os meses de abril a
setembro.
Cultivo da laranjeira
A melhor época para plantar uma laranjeira é durante a estação de chuvas, ou durante os meses de
inverno se o cultivo for realizado no estados do sul. A temperatura ideal oscila entre 23 a até 32 graus,
mas é preciso verificar a resistência de cada variedade de laranjeira, pois algumas suportam menos frio.
Regiões com poucas chuvas e muito quentes não são adequadas para o plantio da laranjeira. Caso o
cultivo ocorra mesmo assim, será preciso tomar cuidado extra com a irrigação.
O plantio pode ser feito em qualquer tipo de solo, mas a laranjeira responde melhor em solos que
apresentam uma mistura de argila e areia. O solo para o plantio deve ser fundo e com pH entre 6 a 6,5.
Em caso de solos muito ácidos, é necessário corrigir misturando calcário.
A terra deve ser preparada com adubo animal, farinha de ossos e adubo químico. A mistura deve ser
bem preparada para não queimar as raízes.
Laranja Mini
Também conhecida como “laranjinha”, esta variedade também chamada de Kinkan tem feito cada vez
mais sucesso entre pessoas que gostam de cultivar árvores frutíferas.
Seu tamanho é reduzido, chegado a apenas 3 metros de altura. Isso a torna ideal para o cultivo em vasos
ou pequenos pomares caseiros.
Se o plantio for feito em vasos esta laranjeira deve receber adubo uma vez por mês para se manter
saudável, pois a água da rega carregará os nutrientes do solo e estes não serão repostos de maneira
natural.
O cultivo é igual ao da laranjeira comum, só é necessário adicionar este cuidado a mais com o adubo
mensal. A exposição solar direta, irrigação correta e poda vão fazer com que a laranjeira dê frutos
anualmente.
Veja também:
Fotos em "Laranja":
lucas disse:
28/08/2012 às 22:53
muito bom o seu site usei para fazer um relatório se não se importar, mas recomendo implementar o
seu site sobre a parte das laranjeiras com os problemas ambientais agrícolas
Laranjeiras podem ser cultivadas no solo ou em recipientes. Requisitos de solo para Laranjeiras em
qualquer cenário de plantação são muito semelhantes. Solo arenoso e bem drenado garantirá saúde
adequada folhagem e frutos. Manutenção do nível de pH adequado é importante no desenvolvimento
de Laranjeiras, bem como fornecendo as condições de raiz apropriado.
Exigências de solo
Laranja ou árvores de citrinos devem ser cultivadas em solos bem drenados. Um solo rico em húmus irá
produzir os melhores resultados. Solo de laranjeira deve esgotar rapidamente para evitar a podridão de
raiz. É importante que as raízes de uma árvore de laranja para respirar, e solo arenoso, areia é sua
melhor escolha para atender a esse requisito. Se o solo é pesado ou pobres, experimente misturar
metade da sujeira Cavada um buraco grande com uma mistura de alta qualidade a alteração e, em
seguida, preencher o buraco com a mistura de novo.
Cobrir a área da árvore fora de sua linha de gotejamento (a área abaixo das folhas mais externo) com
uma pesada camada de cobertura morta para manter raízes húmido e fresco durante o verão. Se o solo
for rochoso, use uma mistura de palha de sujeira e 30 por cento de 70 por cento.
Nível de pH
Se as folhas amarelas, o solo precisa ser feita mais ácido. Manter a acidez dissolvendo 1/2 colher de chá
de sulfato de magnésio (sais de Epsom) em 1 qt. de água de temperatura da sala. Despeje esta mistura
no solo a cada dois ou três meses.
O pH ideal para o cultivo de Laranjeiras é 5.5 a 6.5. Se for menor do que, alumínio e manganês
toxicidades podem ocorrer nas raízes, bem como as deficiências minerais como fósforo, cálcio e
magnésio. Se o pH for superior a 6,5, risco de deficiências de ferro, cobre, zinco e manganês. Um pH
baixo pode ser corrigido por partículas do solo; um pH elevado requer fertilizantes sob a forma de um
spray foliar (que significa dissolução do adubo em água, diluindo-la com mais água e colocá-lo em um
frasco de spray ou pulverizador).
Solo alcalino da Flórida do Sul muitas vezes provoca clorose (folhas que são pálidas ou amarelo) em
Laranjeiras, especialmente se eles sofrem de negligência. O solo de Marga profunda da Califórnia é
melhor para o cultivo de árvores de citrinos.
Crescimento de raiz
Se você está tentando crescer árvores cítricas anão, é essencial que você não plantar a árvore em um
pote muito grande. Manter um anão árvore cítrica “ligados a raiz” é o que ele mantém uma árvore citros
anão. Re-pot a árvore anã cerca de três anos, usando o novo solo composto de envasamento solo, turfa
e areia em quantidades iguais.
Artigos relacionados:
Variedades de Laranjeiras