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WBA0223_V1.

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AEE para a Sala de
Recursos Multifuncionais
Tema 01 – Fundamentos Teóricos e
Pedagógicos do AEE
Bloco 1

Profª Mª Taís Buch Pastoriza


Ementa

Tema 1: Fundamentos Teóricos e


Pedagógicos do AEE
Tema 2: Os educandos Portadores de
Necessidades Especiais: Classificação,
Caracterização e as diferentes necessidades
educacionais especiais
Tema 3: O Programa de Salas de Recursos
Multifuncionais: características dos
educandos, recursos humanos e materiais
Ementa

Tema 4: As salas de recursos


multifuncionais nas escolas regulares e o
atendimento às famílias
Tema 5: As estratégias metodológicas e
práticas educativas para as Salas de
Recursos Multifuncionais
Tema 6: A utilização de softwares e
outras experiências
Ementa

Tema 7: Modelo De Plano De Ação


Pedagógico (Pap) e o Plano de Ação
Individual para o AEE
Tema 8: Marco legal e documentos
orientadores para o Programa de
Implantação de Salas de Recursos Funcionais
Breve histórico da
Educação Especial no Brasil
Historicamente, a educação dos
“excepcionais” (Brasil, 1961) realizou-se em
espaços segregados, como instituições
especializadas, escolas e classes especiais.
Paradigma da integração e a
normalização
• Década de 1960 e 1970 – movimento de
desinstitucionalização baseado no
conceito de normalização.
• Década de 1970 e 1980: as escolas
comuns passaram a aceitar crianças ou
adolescentes com deficiência em classes
comuns ou, pelo menos, em classes
especiais.
Paradigma da integração e a
normalização
• Objetivo da integração: integrar os sujeitos
considerados “anormais” na sociedade
(MENDES, 2006).
Movimento de integração no Brasil

• A partir da década de 1970 (OMOTE,


1999): Expansão dos serviços públicos
de atendimento educacional a alunos
com deficiência, criando-se numerosas
classes especiais na rede pública de
ensino, notadamente na área da
deficiência mental.
Movimento de integração no Brasil

Classes especiais: críticas


(OMOTE, 1999, p. 5)
• “os critérios de encaminhamento de
alunos a classes de Educação Especial”;
• “a permanência demasiadamente
prolongada desses alunos em classes
especiais, muitas vezes sem perspectiva
nenhuma de retorno ao ensino comum”.
Movimento de integração no Brasil

Sobre os critérios, alguns não relacionados


ao rendimento do aluno:
• Comportamento inadequado em sala de
aula.
• Problemas de saúde.
• Inexistência de vaga no ensino comum.
• No início havia avaliação pedagógica para
o encaminhamento, posteriormente foi
abandonada (OMOTE, 1999, p. 6).
Paradigma da integração e a
normalização
Classes especiais: críticas, segundo Kassar
Rebello (2013):
• “o ‘especial’ do atendimento resumia-se à
infantilização e à lentidão das atividades
propostas”.
• os métodos de ensino baseados no
enfoque clínico;
Paradigma da integração e a
normalização
Legislação década de 1970: o objetivo do
atendimento era a reabilitação, recuperação
em alguns casos e, em outros, o atendimento
seria educacional, a depender do
diagnóstico médico.
Educação inclusiva

• Surge nos Estados Unidos na década de


1990.
• Movimento pela Educação Inclusiva:
1990 - Conferência Mundial sobre
Educação para Todos, em Jomtien -
Declaração Mundial sobre a Educação de Todos.
Educação inclusiva

1994 - Conferência Mundial sobre


Necessidades Educacionais Especiais -
Declaração de Salamanca
• Influência dos Organismos Internacionais,
como: ONU, UNESCO, Banco Mundial.
Educação inclusiva

• Proposta da “educação inclusiva”: todos os


estudantes na classe comum.
• Mas deixava abertas as oportunidades para
estudantes serem ensinados em outros
ambientes na escola e na comunidade.
Educação inclusiva

• A retirada da criança da classe comum


seria possível nos casos em que seus
planos educacionais individualizados
previssem que seria improvável derivar
benefícios educacionais da participação
exclusiva na classe comum.
Integração x Educação inclusiva
INCLUSÃO INTEGRAÇÃO
Exige rupturas nos sistemas. Pede concessões aos sistemas.
Mudanças que beneficiam toda e qualquer Mudanças visando prioritariamente a
pessoa (não se sabe quem “ganha” mais; pessoas com deficiência (consolida a ideia
TODAS ganham). de que elas “ganham” mais).
Contenta-se com transformações
Exige transformações profundas.
superficiais.

Sociedade se adapta para atender às Pessoas com deficiência se adaptam


necessidades das pessoas com deficiência aos modelos da sociedade.

A partir da certeza de que TODOS somos Incentiva pessoas com deficiência a seguir
diferentes, não existem “os especiais”, “os modelos, não valorizando, por exemplo,
normais”, “os excepcionais”, o que existe outras formas de comunicação, como a
são pessoas com deficiência. Libras.

Fonte: Adaptado de WERNECK, 2002, páginas 16 a 17.


Considerações finais

• Educação inclusiva: repensar a função da


escola no contexto da diversidade
humana (étnica, de gênero, etc.) e
considerar as desigualdades sociais.
• Educação Especial: na integração há um
viés médico e psicológico do
atendimento, na inclusão esse viés
“pende” para o pedagógico.
Referências bibliográficas
MENDES, E.G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no
Brasil. Revista Brasileira de Educação, Campinas, v. 11, n. 33, p. 387-405,
2006.

OMOTE, Sadao. Normalização, integração, inclusão.... Ponto de Vista:


revista de educação e processos inclusivos, Florianópolis, n. 1,
p. 04-13, jan. 1999. ISSN 2175-8050. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/pontodevista/article/view/1042/1524.
Acesso em: 18 abr. 2017.

WERNECK, Cláudia. Integração ou Inclusão? Conceitos básicos para


usar este manual. Em: Manual da mídia legal 1: jornalistas e publicitários
mais qualificados para abordar o tema inclusão de pessoas com deficiência
na sociedade. – Rio de Janeiro: WVA, 2002, páginas 16 a 17.
AEE para a Sala de
Recursos Multifuncionais
Tema 01 – Fundamentos Teóricos e
Pedagógicos do AEE
Bloco 2

Profª Mª Taís Buch Pastoriza


Concepções de deficiência e
atendimento
• O conceito de deficiência tem origem no
“não eficiente”/ “improdutivo”;
• “Ausência de determinadas características
da espécie”: as pessoas com deficiência
são reconhecidas primeiramente pela sua
condição de deficiência (BUENO, 1993).
Concepções de deficiência e
atendimento
• A abordagem médica e individual atribui
a deficiência ao indivíduo.
• Contribuiu para a institucionalização do
atendimento das pessoas com deficiência
e segregação.
• Também contribuiu para perdurar o
estigma da incapacidade, baseada
nos diagnósticos.
Concepções de deficiência e
atendimento
Integração > Educação Inclusiva:
• Transição da abordagem natural, médica
ou enfoque no indivíduo para uma
abordagem social da deficiência.
• No Brasil, LDBEN (Brasil, 1996) traz essa
mudança.
• Deficiência não está no indivíduo, mas nas
barreiras sociais, arquitetônicas, de
comunicação, etc.
Educação Inclusiva: abordagem social

• É preciso conceber a pessoa com


deficiência como um ser humano, com
todas suas dimensões afetivas,
cognitivas, sociais e que a deficiência é
apenas uma parte e não o todo.
• Na perspectiva da educação inclusiva, a
deficiência é compreendida pela
abordagem social.
Educação inclusiva no Brasil

• Educação como direito de todos e a


Educação Especial como modalidade da
educação – transversal (Brasil, 2008).
• A Educação Especial é realizada através
do Atendimento Educacional Especializado.
• AEE como meio para atingir aos fins.
Atendimento Educacional
Especializado
O Atendimento Educacional Especializado é:
“[...] o conjunto de atividades, recursos de
acessibilidade e pedagógicos organizados
institucional e continuamente, realizados de
forma:
I. Complementar à formação dos
estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento, ocorre nas
salas de recursos multifuncionais;
Atendimento Educacional
Especializado
II. Suplementar à formação de estudantes
com altas habilidades ou superdotação
(BRASIL, 2011).
• AEE deixa de ser substitutivo.
Atendimento Educacional
Especializado
• O Atendimento educacional especializado,
como o próprio nome indica, tem um caráter
pedagógico e não deve ser confundido com
um atendimento na área da saúde.
• O professor do AEE contribui para a
aprendizagem e o desenvolvimento de seu
aluno, tanto em sua sala quanto na escola.
• AEE realizado prioritariamente na Sala de
Recursos Multifuncionais.
Público-alvo da Educação Especial

O público-alvo do AEE compõe:


1. Pessoas com deficiência;
2. Transtornos Globais do Desenvolvimento
(TGD);
3. Altas habilidades/ superdotação
(BRASIL, 2008).
Direito ao AEE

A Constituição Federal de 1988 determina


que a matrícula no AEE é facultativa ao
aluno e aos seus responsáveis.
Entretanto, é obrigatória a oferta desse
serviço por ser um direito do aluno.
Considerações finais

• Paradigma da educação inclusiva:


concepção social da deficiência, a
deficiência não está no sujeito, mas no
ambiente (superação:
acessibilidade/design universal).
• É preciso romper com os estigmas de
inferioridade e incapacidade construídos
historicamente que ainda perduram na
sociedade e acarretam em práticas de
exclusão/segregação.
Considerações finais

• A presença desses sujeitos nas escolas e


classes comuns e um trabalho pedagógico
inclusivo ajudam nesse processo.
Referências bibliográficas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,
Senado Federal, 1988.

______. MEC. INEP. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional, Lei nº 4.024, de 20 de dezembro 1961. Fixa as diretrizes e
bases da educação nacional. Brasília, 1961.

______. MEC. SEESP. Política Nacional de Educação Especial na


Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008.

BUENO, José Geraldo Silveira. Educação especial brasileira


integração/segregação do aluno diferente. São Paulo:
EDUC/PUSP, 1993.

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