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Direito Material
e Processual
TRIBUTÁRIO
Prof. Guilherme Pedrozo da Silva
SUMÁRIO
01. ABERTURA E PETIÇÃO INICIAL ........................................................................................................................... 4
02. PETIÇÃO INICIAL..................................................................................................................................................... 14
03. MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................................................ 23
04. AÇÃO DECLARATÓRIA E ANULATÓRIA......................................................................................................... 33
05. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO ................................................................................................. 49
06. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO ................................................................................... 55
07. AÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL E REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL
................................................................................................................................................................................................ 60
08. PETIÇÃO DE EXCEÇÃO DE PRÉ EXECUTIVIDADE ..................................................................................... 66
09. TEORIA GERAL DOS RECURSOS ........................................................................................................................ 70
10. RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, INTERNO E APELAÇÃO ................................................ 73
11. RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO .............................................................................. 83
12. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE
................................................................................................................................................................................................ 91
13. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO E ADPF..........................................102
13.1 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão ........................................................................102
13.2 ADPF ....................................................................................................................................................................103
14. TRIBUTO ...................................................................................................................................................................111
15. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ...........................................................................................................................113
16. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - PRINCÍPIOS ..........................................................................119
16.1 Princípio da Legalidade ...............................................................................................................................119
16.2 Princípio da Isonomia ..................................................................................................................................121
16.3 Princípio da Anterioridade ........................................................................................................................122
16.4 Princípio da Irretroatividade ....................................................................................................................124
16.5 Princípio do Não Confisco ..........................................................................................................................126
16.6 Princípio da Liberdade de Tráfego .........................................................................................................127
16.7 Princípio da Uniformidade Geográfica ..................................................................................................127
16.8 Princípio da Isenção Heterônoma ...........................................................................................................128
17. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - IMUNIDADES .......................................................................131
18. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................................................................142
19. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ....................................143
19.1 Elisão Fiscal ......................................................................................................................................................144
19.2 Sujeito Ativo e Passivo da Relação Tributária....................................................................................144
19.3 Das Convenções Particulares e da Obrigação Tributária ..............................................................145
19.4 Da Solidariedade ............................................................................................................................................145
19.5 Da Capacidade Tributária ...........................................................................................................................146
19.6 Da Constituição do Crédito Tributário - Lançamento .....................................................................146
20. DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO ..................................................................................147
21. DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO..................................................................................................152
22. DA EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................158
22.1 Isenção................................................................................................................................................................158
22.2 Anistia .................................................................................................................................................................160
23. DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA ........................................................................................................162
24. DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA, GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO .......165
2
25. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................................................................168
26. DOS IMPOSTOS EM ESPÉCIE ............................................................................................................................169
26.1 IMPOSTOS FEDERAIS ...................................................................................................................................169
26.1.1 ITR - Imposto Territorial Rural ............................................................................................................169
26.1.2 IOF - Imposto sobre Operações Financeiras ...................................................................................172
26.1.3 Imposto de Importação ..........................................................................................................................174
26.1.4 Imposto de Exportação ............................................................................................................................177
26.1.5 Imposto sobre Produto Industrializado ...........................................................................................178
26.1.6 Imposto de Renda ......................................................................................................................................180
26.2 IMPOSTOS MUNICIPAIS ..............................................................................................................................182
26.2.1 IPTU - - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana.....................................182
26.2.2 ISSQN - Impostos Sobre Serviços de Qualquer Natureza ..........................................................185
26.2.3 ITBI - Imposto de Transmissão de Bens Imóveis ..........................................................................187
26.3 IMPOSTOS ESTADUAIS ................................................................................................................................189
26.3.1 ITCMD - Imposto Transmissão Causa Mortis ou Doação ...........................................................189
26.3.2 IPVA - Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores .............................................190
26.3.3 ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços ........................................................................................................................................................................191
27. TAXAS .........................................................................................................................................................................197
28. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ......................................................................................................................201
29. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS ....................................................................................................................203
30. DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL .........................................................................................................................203
30.1 Contribuições Sociais Gerais .....................................................................................................................204
30.2 Contribuições de Seguridade Social .......................................................................................................204
30.3 Contribuição Social para Regime Próprio de Previdência para Servidor Público ..............206
30.4 Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico ..........................................................206
30.5 Contribuição de Interesse de Categoria Profissional ......................................................................207
30.6 Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública ........................................................................207
3
ABERTURA E PETIÇÃO INICIAL
Caro estudante, futuro advogado, a primeira tarefa para começar o estudo para a
2ª fase do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, inclui, necessariamente, a análise
do edital, pois nele estão “as regras do jogo”, ou seja, nele encontramos as informações
necessárias sobre o que PODE e o que NÃO PODE no Exame da Ordem. Também,
encontramos nele os prazos e, notadamente, os conteúdos que precisamos dominar para
GARANTIR A APROVAÇÃO.
A prova terá duração de 5 (cinco) horas, das 13h às 18h, no horário oficial de
Brasília/DF. A prova prático-profissional valerá 10,00 (dez) pontos e será composta de
duas partes:
1ª parte: Redação da peça profissional, valendo 5,00 (cinco) pontos, acerca de tema
da área jurídica de opção do examinando e do seu correspondente direito
processual. A peça será desenvolvida em no máximo cinco páginas, sinalizadas,
sendo o total de 150 linhas.
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transcrição dos textos definitivos acarretará a anulação da prova prático-profissional e a
eliminação do examinando.
O caderno de textos definitivos será o único documento válido para a avaliação da
prova prático-profissional, devendo obrigatoriamente ser devolvido ao fiscal de aplicação
ao término da prova, devidamente assinado no local indicado (capa do caderno). O
caderno de rascunho é de preenchimento facultativo e não terá validade para efeito de
avaliação, podendo o examinando levá-lo consigo após o horário estabelecido.
Em hipótese alguma haverá substituição do caderno de textos definitivos por erro do
examinando.
Cuidado: Se você fizer toda a prova no rascunho e depois passar a limpo, pode não
dar tempo de terminar!!!
5
As provas prático-profissionais deverão ser manuscritas, em letra legível, com
caneta esferográfica de tinta azul ou preta, não sendo permitida a interferência e/ou a
participação de outras pessoas, salvo em caso de examinando portador de deficiência que
solicitou atendimento especial para esse fim, nos termos deste edital. Nesse caso, o
examinando será acompanhado por um agente devidamente treinado, para o qual deverá
ditar o texto, especificando oralmente a grafia das palavras e os sinais gráficos de
pontuação.
6
Quando da realização das provas prático-profissionais, caso a peça profissional
e/ou as respostas das questões discursivas exijam assinatura, o examinando deverá
utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. Ao texto que contenha outra assinatura, será
atribuída NOTA ZERO, por se tratar de identificação do examinando em local indevido.
Na elaboração dos textos da peça profissional e das respostas às questões
discursivas, o examinando deverá incluir todos os dados que se façam necessários, sem,
contudo, produzir qualquer identificação além daquelas fornecidas e permitidas no
caderno de prova. Assim, o examinando deverá escrever o nome do dado seguido de
reticências “...” ou “XXXI” exemplo:
7
consulta permitida nesta fase. O examinando deverá estar munido somente de caneta
esferográfica de tinta azul ou preta, fabricada em material transparente, e só será
permitido o acesso ao local de prova munido de documento de identidade com foto
original para a realização das provas objetiva e prático-profissional. Não será permitido o
uso de borracha e/ou corretivo de qualquer espécie durante a realização das provas.
Durante a realização da prova prático-profissional, será permitida,
exclusivamente, a consulta à legislação, súmulas, enunciados, orientações
jurisprudenciais e precedentes normativos SEM QUALQUER ANOTAÇÃO OU
COMENTÁRIO.
Legislação com entrada em vigor após a data de publicação deste edital, bem como
alterações em dispositivos legais e normativos a ele posteriores não serão objeto de
avaliação nas provas, assim como não serão consideradas para fins de correção das
mesmas. Em virtude disso, somente será permitida a consulta a publicações produzidas
pelas editoras, sendo vedada a atualização de legislação pelos examinandos com
anotações ou material impresso separadamente.
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Quando possível, a critério do fiscal advogado e dos representantes da Seccional
da OAB presentes no local, poderá haver o isolamento dos conteúdos proibidos, seja por
grampo, fita adesiva, destacamento ou qualquer outro meio. Caso, contudo, seja
constatado que a obra possui trechos proibidos de forma aleatória ou partes tais que
inviabilizem o procedimento de isolamento retro mencionado, o examinando poderá ter
seu material recolhido pela fiscalização, sendo impedido seu uso. Os materiais que
possuírem conteúdo proibido não poderão ser utilizados durante a prova prático-
profissional, sendo garantido ao fiscal advogado a autonomia de requisitar os materiais
de consulta para nova vistoria minuciosa durante todo o tempo de realização do Exame.
O examinando que, durante a aplicação das provas, estiver portando e/ou utilizando
material proibido, ou se utilizar de qualquer expediente que vise burlar as regras deste
edital, especialmente as concernentes aos materiais de consulta, terá suas provas
anuladas e será automaticamente eliminado do Exame.
Para cada examinando, a NPPP será obtida pelo seguinte procedimento: poderão
ser concedidas notas não inteiras para as respostas do examinando tanto na peça
profissional quanto nas questões; o somatório dessas notas constituirá a nota na prova
prático-profissional, vedado o arredondamento. Será considerado aprovado o
examinando que obtiver NPPP igual ou superior a 6,00 (seis) pontos na prova prático-
profissional, vedado o arredondamento.
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examinando receberá nota ZERO na redação da peça profissional ou na questão.
A indicação correta da peça prática é verificada no nomen iuris da peça
concomitantemente com o correto e completo fundamento legal usado para justificar
tecnicamente a escolha feita.
No que tange a escrita Você, mais do que nunca, precisa ser compreendido, o que
significa dizer que não basta escrever de forma que somente você entenda. Quem vai
corrigir sua prova, pode estar exausto, em razão da correção de outras provas, antes da
sua, por isso facilite a vida do examinador... seja CLARO e OBJETIVO, e coloque as
informações que o examinador busca identificar na sua peça e questões.
Além disso, a letra precisa ser legível. Treine, escreva, faça as tarefas de forma
manuscrita, e tente melhorar a sua letra. Não use termos rebuscados ou inapropriados e
tenha cuidado com erros de português.
Por fim, como veremos nas aulas, existem dados importantes e que são
imprescindíveis para cada peça e questão, por isso interpretar o enunciado é fundamental.
Para isso, leia com calma, anotando as informações relevantes, e na hora de responder,
lembre-se de procurar a fundamentação apropriada.
Caro estudante, uma questão crucial para a sua aprovação diz respeito à
organização do seu material e do seu tempo de estudo. Por isso, adquira a legislação que
pretende utilizar para a prova, e comece a utilizá-la o mais rápido possível. Conhecer a
legislação e ter agilidade em localizar os fundamentos legais é importantíssimo.
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Também, defina qual horário dedicará para o estudo. Não há um tempo mínimo e
máximo, pois isso depende de cada pessoa e de sua rotina, mas você precisa entender que,
nesse período, precisará abdicar de outras atividades e ter FOCO na prova que se
aproxima.
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*para todos verem: esquema
Mandado de
Segurança
Ação Declaratória
Ação Anulatória
Ação de Consignação
Processo Subjetivo
em Pagamento
Ação de Repetição de
Indébito Tributário
Ação de Embargos à
Execução Fiscal
Petição de Exceção de
Pré Executividade
ADI
Ações & Peças (Regra Geral) Processo Objetivo
ADC
ADO
ADPF
Agravo de Instrumento
Apelação
Recurso Especial
Recurso Extraordinário
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1) Endereçamento.
2) Qualificação do Requerente.
3) Fundamento do Requerente.
4) Nome da Peça do Requerente.
5) Qualificação do Requerido.
6) Cabimento da Demanda.
7) Descrição dos Fatos.
8) Descrição dos Direitos.
9) Pedidos.
10) Valor da Causa.
11) Local e Data.
12) Advogado e OAB.
Basicamente são estes os passos de uma peça inicial. Em sala de aula, falaremos
sobre cada um, sua importância e forma de utilização.
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PETIÇÃO INICIAL
Inicialmente, cabe afirmar que não existe nenhuma codificação especial sobre
processo tributário e sua formatação, fazendo-se, portanto, utilização tanto de normas
específicas (Lei de Execução Fiscal, Lei do Mandado de Segurança, entre outras), quanto
as gerais, leia-se, Código de Processo Civil.
Diante deste contexto, o contribuinte poderá inaugurar a esfera judicial por meio
das seguintes ações e peças subjetivas: Mandado de Segurança, Ação Declaratória, Ação
Anulatória, Ação de Consignação em Pagamento, Ação de Repetição de Indébito, Ação de
Embargos à Execução Fiscal e a Petição de Exceção de Pré Executividade.
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Estrutura Básica do Processo Subjetivo
1) Endereçamento
2) Qualificação do Requerente
3) Fundamento da Peça
4) Nome da Peça
5) Qualificação do Requerido
6) Cabimento
7) Fatos
8) Direitos
9) Pedidos
Endereçamento
15
presente critério, deverá ser analisado pelo representante do contribuinte se não existe a
possibilidade da petição inicial ser dirigida aos Juizados Especiais.
E qual é o critério para que tais petições iniciais sejam dirigidas para os juizados?
Trata-se de critério cumulativo onde deverá o autor da demanda ser pessoa física, micro
empresa ou empresa de pequeno porte e a demanda a ser ajuizada ter valor igual ou
inferior a 60 Salários Mínimos Nacionais. Caso estejam presentes estes dois requisitos de
forma cumulativa, o procedimento deverá ser dirigido para os Juizados Especiais Federais
(observando-se o critério do artigo 109, I, da CF) ou para os Juizados Especiais da Fazenda
Pública.
Lembrando, ainda, que jamais poderão ser dirigidos para os Juizados: Mandado de
Segurança, Embargos à Execução Fiscal e Exceção de Pré Executividade, em face de
previsão expressa na norma.
Lei 10.259/2001 - Art. 3º. Compete ao Juizado Especial Federal
Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da
Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem
como executar as suas sentenças.
§ 1º. Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as
causas:
I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal,
as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão
e demarcação, populares, execuções fiscais (...)
Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
I – Como autores, as pessoas físicas e as microempresas e
empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei nº 9.317, de 5
de dezembro de 1996;
16
cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários
mínimos.
§ 1º. Não se incluem na competência do Juizado Especial da
Fazenda Pública:
I – As ações de mandado de segurança, de desapropriação, de
divisão e demarcação, populares, por improbidade
administrativa, execuções fiscais (...)
Art. 5º. Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda Pública:
I – Como autores, as pessoas físicas e as microempresas e
empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Por fim, para efeitos de endereçamento, ainda é necessário ater-se a qual comarca
ou subseção deverá ser dirigida a petição inicial. E, para efeitos deste critério, recomenda-
se a utilização e observância dos artigos do Código de Processo Civil.
17
caso trate-se de embargos à execução fiscal ou exceção de pré executividade, tais peças
deverão ser endereçadas para o local onde tramita a execução fiscal.
Qualificação do Requerente
18
Para efeitos de 2ª Fase do Exame de Ordem, questiona-se: se não houver a presença
de tais itens acima expostos no enunciado, poderão ser criados? A resposta é negativa.
Lembrando que nada poderá ser criado ou imaginado no Exame de Ordem, sob pena do
examinador considerar como identificação de peça e o examinando vir a reprovar.
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sempre que o candidato deverá colocar tais requisitos de forma expressa e legível, a fim
de que o examinador não tenha dúvidas sobre a escolha por ele realizada.
Qualificação do Requerido
Para qualificar em face de quem será realizado o processo, ou seja, o réu da ação
judicial, deverá observar-se o que disposto igualmente no artigo 319, II, do CPC.
Entretanto, como em nosso direito tributário, o requerido normalmente é uma pessoa
jurídica de direito público, compreende-se necessário acrescer em tal qualificação a
representação processual do mesmo exposta no artigo 75 do CPC.
Importante ainda ressaltar que tal qualificação, para efeitos de 2ª Fase de Exame
da Ordem, é genérica, ou seja, a ação será ajuizada em face da União, Estado, Distrito
Federal ou Município. Somente será diferenciada quando tratar-se de Mandado de
Segurança.
Cabimento
Após realizada a fase preambular da petição inicial, ou seja, informei quem irá
julgar e apreciar meus pedidos (Endereçamento), quem está propondo a demanda
(Requerente), fundamentos e nome da peça (Ação Escolhida) e em face de quem estarei
ajuizando (Requerido), iniciaremos as fases dos tópicos processuais.
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Inaugura os presentes tópicos aquele que denomino de cabimento, ou seja, o que
justifica a opção pela ação escolhida pelo requerente e seu procurador. O presente tópico
trata-se da justificativa do porquê da ação escolhida pelo examinando ou requerente.
I - Do Cabimento
Reza o artigo 38 da LEF que poderá a parte desconstituir, via Ação Anulatória,
lançamento realizado equivocamente ou ilegalmente. No presente caso,
compreende-se pela ilegalidade do presente lançamento, portanto, sendo cabível
a utilização da presente ação anulatória.
Dos Fatos
Dos Direitos
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Por fim, é importante acrescer que neste item da peça processual, o candidato
poderá igualmente falar sobre o cabimento de eventual liminar ou tutela provisória.
Entretanto, para efeitos de Exame da Ordem, recomenda-se abrir um tópico novo abaixo
do presente item.
Dos Pedidos
Finalizando a peça processual deverá ser elaborado o resumo das intenções com a
peça vestibular, isto é, o candidato irá citar de forma breve e objetiva os seus pedidos. Tais
itens irão variar a depender da peça processual que será redigida. Portanto, recomenda-
se a análise de cada peça para verificar a lista dos pedidos.
Valor da Causa
Recomenda-se que tais itens sejam apenas mencionados (citados e acrescidos das
reticências), não devendo o examinando colocar qualquer local, data, nome de advogado
e/ou número de inscrição nos quadros da ordem dos advogados.
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MANDADO DE SEGURANÇA
Mas esse direito líquido e certo seria de quem? Daquele que venha sofrer uma
ilegalidade ou abuso de poder, ou que até mesmo tenha medo de sofrer.
Mas quem cometerá tais atos? Esses atos são realizados pela autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica. Mas atenção: sempre no exercício de poder dado pelo Poder
Público.
Outrossim, no que tange ao direito líquido e certo, quer dizer aquela norma que
está devidamente postada e poderá ser de pleno comprovada pelo ínclito julgador.
Lembre-se e não esqueça: uma das grandes diferenças no Mandado de Segurança é que
não existirá dilação probatória, logo, as provas deverão ser anexadas e provadas de pleno
(pré-constituída).
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• Aquele que Entra com Mandado de Segurança = Polo Ativo = Impetrante.
• Aquele que Cometeu o Ato Ilegal ou Abusivo = Polo Passivo = Impetrado.
Queridos alunos, vocês não entrarão com MS contra Ente Público, mas sim contra
aquele representante do ente que cometeu o ato ilegal ou abusivo.
24
de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a
concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza.
CUIDADO: Súmula 271 do STF - não posso cumular MS com Repetição de Indébito.
CUIDADO! A FGV tem dito também sobre MS: ingresse com a ação menos custosa
para o cliente. Considere que só precise comprovar através de prova documental.
CUIDADO: E se for para o Rito Ordinário? A prova te dará pistas, do tipo: precisa
provar através de prova pericial. Não bastam somente os documentos para comprovação.
Logo, se a prova mencionar quaisquer destas expressões: advogado quer honorários ou
preciso de provas (periciais, testemunhas), não posso entrar com MS.
25
Já no que tange a suspensão da exigibilidade do crédito: toda vez que for possível
você deverá pedir. No Mandado de Segurança, são duas formas: depósito e liminar (jamais
antecipação de tutela provisória de urgência ou de evidência).
1
NASSER, Guilherme Sacomano. Prática tributário / Guilherme Sacomano Nasser, Nathaly Campitelli Roque; coordenação
Alvaro de Azevedo Gonzaga, Nathaly Campitelli Roque – 3. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO: 2015.Página 184 e 185.
26
Litisconsórcio É admitido até o despacho inicial (artigo 10, § 2.º, Lei
ativo 12.016/2009).
Litisconsórcio Pessoa jurídica de direito público a quem se liga a autoridade. Terá
passivo ela a legitimidade para recorrer.
necessário
Causa de pedir Alegação e demonstração da:
a) lesão ou ameaça de lesão (ameaça fundada);
b) ato ilegal ou praticado com abuso de poder por autoridade ou
equiparado;
c) a direito líquido e certo do impetrante;
d) se o caso, a condição de prejudicado indireto pelo ato, quanto a
seu interesse processual específico.
Súmula 625 do Supremo Tribunal Federal: “Controvérsia sobre
matéria de direito não impede concessão de mandado de
segurança”.
Pedido Concessão da segurança para suprir a ilegalidade ou abuso de
autoridade.
Prazo Caberá mandado de segurança no prazo máximo de 120 dias
contado do ato impugnado (art. 23 da Lei 12.016/2009).
Valor da causa Benefício material a ser aferido pela demanda.
Intimação da Requerimento de intimação da autoridade, para apresentar
autoridade informações no prazo de 10 (dez) dias e da pessoa jurídica de
direito público a quem a autoridade pertence (artigo 7.º, I, Lei
12.016/2009).
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre o Mandado
de Segurança, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação
tratada neste capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser
complementado com as aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
27
Enunciado da Peça
Zeta é uma sociedade empresária cujo objeto social é a compra, venda e montagem de
peças metálicas utilizadas em estruturas de shows e demais eventos. Para o regular
exercício de sua atividade, usualmente necessita transferir tais bens entre seus
estabelecimentos, localizados entre diferentes municípios do Estado de São Paulo.
Apesar de nessas operações não haver transferência da propriedade dos bens, mas
apenas seu deslocamento físico entre diferentes filiais de Zeta, o fisco do Estado de São
Paulo entende que há incidência de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços – ICMS nesse remanejamento. Diante da falta de recolhimento
do imposto, o fisco já reteve por mais de uma vez, por seus Auditores Fiscais, algumas
mercadorias que estavam sendo deslocadas entre as filiais, buscando, assim, forçar o
pagamento do imposto pela sociedade empresária. Considere que, entre a primeira
retenção e a sua constituição como advogado, passaram-se menos de dois meses.
Considere, ainda, que todas as provas necessárias já estão disponíveis e que o efetivo
pagamento do tributo, ou o depósito integral deste, obstaria a continuidade das
operações da empresa que, ademais, não quer se expor ao risco de eventual
condenação em honorários, no caso de insucesso na medida judicial a ser proposta.
Com receio de sofrer outras cobranças do ICMS e novas retenções, e também
pretendendo a rápida liberação das mercadorias já apreendidas, uma vez que elas são
essenciais para a continuidade de suas atividades, a sociedade empresária Zeta o
procura para, na qualidade de advogado, elaborar a petição cabível, ciente de que,
entre a retenção e a constituição do advogado, há período inferior a 120 (cento e vinte)
dias, e que, para a demonstração dos fatos, há a necessidade, apenas, de prova
documental que lhe foi entregue. (Valor: 5,00 pontos)
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca ... do Estado
de São Paulo.
Zeta, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., atos
constitutivos em anexo, endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem
respeitosamente, por intermédio de seu procurador (procuração em anexo), este
estabelecido ..., local onde receberá intimações, à presença de Vossa Excelência, com
fulcro nos artigos 5º, LXIX, da CF e Art. 1º e Seguintes da Lei 12.016/09, impetrar:
28
Em face de ato do Delegado da Receita Estadual, integrante dos quadros dos
servidores do Estado de São Paulo, pessoa jurídica de direito público, inscrito no
CNPJ sob o nº ..., estabelecido ..., neste ato onde poderá ser representado pelo
Procurador do Estado, na forma do artigo 75, II, do CPC, pelos fatos e fundamentos
abaixo aduzidos.
I – Cabimento
No presente caso existe lesão à direito líquido e certo da parte impetrante, uma vez
que está sendo cobrado da mesma imposto não devido e, consequentemente, a
retenção indevida das suas mercadorias.
Diante disso, leciona o artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal que caberá para toda
lesão à direito líquido e certo a possibilidade de reparação via instrumento
mandamental. Igualmente, leciona o artigo 1º e seguintes da Lei 12.016/09 sobre a
possibilidade de reparação à lesão, como no presente caso ocorre, via Mandado de
Segurança.
II – Tempestividade
Leciona o artigo 23 da Lei 12.016/09 que a parte lesada terá prazo decadencial de
120 dias para impetrar Mandado de Segurança quando da ocorrência de lesão a
direito líquido e certo. Tal prazo tem seu cômputo inicial a partir da ciência do ato.
29
modificação de titularidade dos bens transportados. Ademais, por intermédio de
seus auditores, o fisco resolveu reter as mercadorias com o intuito de cobrar os
tributos compreendidos como devidos pelos mesmos. Diante disso, considerando a
lesão ocorrida frente à empresa impetrante, torna-se possível o ajuizamento do
presente Mandado de Segurança, a fim de reparar o ato manifestamente ilegal e
inconstitucional realizado pela parte impetrada.
IV – Dos Direitos
Leciona o artigo 155, II, da Constituição Federal, que teremos a incidência de ICMS
toda vez que ocorrer operações relativas à circulação de mercadorias.
No presente caso, não existe a presente circulação, tendo em vista que a titularidade
da propriedade não é alterada pelo simples fato de haver transferência dos bens da
impetrante entre seus estabelecidos.
Sendo assim, além de não existir tal incidência de imposto, torna-se ilegal a
retenção/apreensão de mercadorias para obrigar o pagamento de impostos,
conforme leciona a Súmula 323 do STF.
V – Da Liminar
Leciona o artigo 7º, III, da Lei 12.016/09 que poderá o magistrado, através de
solicitação da parte, conceder medida liminar, uma vez presentes os requisitos de
fumaça do bom direito e perigo de demora.
No presente caso, resta comprovada a fumaça do bom direito, eis que, conforme
acima explicitado, não existe a incidência de ICMS na presente operação realizada
pela empresa, frente ao que disposto na Súmula 166 do STJ e compreende-se,
30
igualmente, pela impossibilidade de retenção de mercadoria, na forma da Súmula
323 do STF.
Por fim, deseja a parte que tal medida liminar seja deferida sem solicitação de
caução, eis que a empresa não apresenta suporte para contemplar tal pedido, caso
seja solicitada.
VI – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) A concessão da medida liminar, uma vez presentes os requisitos do artigo 7º, III,
da Lei 12.016/09, a fim de que exista a liberação das mercadorias retidas, assim
como seja impossibilitada a cobrança de imposto e que o fisco não realize mais
retenções de mercadorias da parte impetrante.
d) Que seja cientificado o representante legal da autoridade coatora, para que tome
ciência da presente ação, assim como do ato realizado pela autoridade, e que lhe seja
enviada cópia da inicial. Tudo isso na forma do art. 7º, II, da Lei 12.016/09.
e) Que seja intimado o Membro do Ministério Público, fiscal da lei, a fim de tomar
ciência da presente demanda, na forma do artigo 12, da Lei 12.016/09.
f) Que seja confirmada a presente liminar e mantida até a sentença, e que ao final
seja concedida a segurança, a fim de: liberar as mercadorias apreendidas e que
novas não sejam retidas, na forma da Súmula 323 do STF, bem como implique na
impossibilidade de lançamento de ICMS, eis que não existe fato gerador para tanto,
na forma do artigo 155, II, da CF.
31
g) Que seja condenado o representante da autoridade impetrada nos ônus
sucumbenciais, mais notadamente as custas processuais.
32
AÇÃO DECLARATÓRIA E ANULATÓRIA
Após vista a nossa primeira demanda e peça sempre possível de cair em nossa
OAB, vamos falar um pouco sobre a Ação Declaratória. Vale ressaltar que tal demanda
confunde-se muito com o Mandado de Segurança Preventivo, visto que ambos servem
para afastar a ameaça concreta de lesão.
Lembre-se e não esqueça: em exame da OAB, via de regra, você utilizará a presente
demanda quando inexistir a constituição do crédito tributário (inexistir lançamento).
Porém, deverá haver algum ato concreto que sinalize a incerteza jurídica no que tange ao
ato de ser cobrado ou não.
Mas tenha atenção: se você, contribuinte, deseja afastar possível cobrança futura,
e na mesma demanda repetir aquele tributo pago indevidamente, é totalmente pleno e
cabível uma Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica-Tributária cumulada
com Repetição de Indébito Tributário. Se, caso for este seu pedido, não esqueça do artigo
165 do CTN e do pedido de repetição.
Ressalta-se, ainda, que a presente Ação Declaratória poderá ser utilizada para todo
e qualquer tipo de tributo, inclusive no que tange a declaração de inexistência de
33
cumprimento-dever das obrigações acessórias. Para isto, vide o artigo 113, §1 e 2º do
CTN.
Aonde vou entrar com a presente ação: no local de domicílio do contribuinte.
E você poderá ficar com dúvidas, como optar pela Ação Declaratória ou Mandado
de Segurança Preventivo? Buenas, sugiro ir para o rito especial, ou seja, analisar a
possibilidade de cabimento de Mandado de Segurança Preventivo quando estiverem
presentes algumas condições descritas no próprio enunciado:
2
NASSER, Guilherme Sacomano. Prática tributário / Guilherme Sacomano Nasser, Nathaly Campitelli Roque; coordenação
Alvaro de Azevedo Gonzaga, Nathaly Campitelli Roque – 3. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO: 2015.P. 154
34
Pessoal O ente que pretende a cobrança não é o sujeito ativo
da obrigação tributária
O interessado não é o sujeito passivo da obrigação
tributária
Quantitativo Inconstitucionalidade e/ou ilegalidade da base de
cálculo ou da alíquota
Alíquota e/ou base de cálculo pretendidos em
desacordo com a regência legal da matéria
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada
neste capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado
com as aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
A Igreja Guigui Faz Passar, com sede na cidade de Santa Cruz do Sul – RS resolve, aos finais
de semana, vender bolos e negrinhos a fim de obter renda para a manutenção da igreja. Ocorre
que, através de notícia veiculada em vários portais da internet, o Secretário da Fazenda do
Estado do Rio Grande do Sul informa que passará a cobrar ICMS pelas comercializações
realizadas pela Igreja Guigui Faz Passar, conforme lei que entrará em vigor no ano de 2017.
Temendo, assim, ser tributada, a Igreja Guigui Faz Passar resolve lhe procurar para que seja
garantido o seu direito de não pagar tributo. Você, como procurador da Igreja Guigui Faz
Passar, deverá, portanto, utilizar o procedimento judicial adequado a fim de defender os
interesses da mesma.
Peça Resolvida
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível, Fazenda Pública) da Comarca de Santa Cruz do Sul,
do Estado do Rio Grande do Sul.
IGREJA GUIGUI FAZ PASSAR, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
atos constitutivos em anexo, estabelecida ..., endereço eletrônico ..., na cidade de Santa Cruz
do Sul – RS, vem respeitosamente, por intermédio de seu advogado (com procuração em
35
anexo), estabelecido ..., local onde receberá intimações, perante Vossa Excelência, com
fulcro nos artigo 19, I do CPC, ajuizar a presente:
Em face do Estado do Rio Grande do Sul, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ
sob o nº ..., estabelecido ..., endereço eletrônico ..., neste ato representada por seu
procurador, nos termos do artigo 75, II, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Cabimento
Reza o artigo 19, I, do CPC que caberá ação declaratória a fim de declarar a inexistência da
relação jurídica.
Ocorre no presente caso, tendo em vista a possibilidade concreta de ser a parte requerente
tributada. Assim, deseja que seja declarada a não possibilidade de pagar o referido imposto
de ICMS narrado na notícia veicula no Portal.
II – Dos Fatos
A Igreja Guigui Faz passar resolveu, aos finais de semana, a fim de implementar novas
rendas para manter a igreja e sua finalidade, comercializar bolos e negrinhos. Ocorre que,
após notícia veiculada em vários portais de internet, soube a parte requerente da legislação
que poderá implicar em efeitos futuros de tributação nas presentes comercializações.
Compreendendo, assim, pela não possibilidade, deseja a Igreja buscar seus direitos a fim de
ser declarada a impossibilidade de ser tributado pelo fato de comercializar negrinhos e
bolos, visando obter renda para manter suas finalidades.
36
Considerando, assim, que frente a norma acima exposta, e diante do manejamento do lucro
obtido para o cumprimento da manutenção e finalidade essencial da igreja, compreende-se
impossível tal tributação, frente ao que deseja que seja provida e declarada a
inconstitucionalidade da referida norma.
Sendo assim, a probabilidade do direito está respaldada no artigo 150, VI, b da Constituição
Federal, onde está proibida a instituição de imposto frente aos Templos de Qualquer Culto.
Ademais, o perigo de dano resta configurado de forma implícita, uma vez que, caso seja
tributada a igreja, terá que contribuir aos cofres públicos ao invés de ter possibilidade
financeira de manter a sua igreja e finalidade.
Em face do que acima exposto, deseja a parte requerente, já que presentes todos os
requisitos, a concessão da tutela provisória de urgência, e que ao final do feito, seja
convertida em decisão definitiva de procedência da demanda.
Caso não seja deferida a tutela provisória, que seja possibilitada a realização do depósito
integral em dinheiro para que seja suspensa a exigibilidade do crédito tributário, na forma
do artigo 151, II, do CTN e a consequente garantia da parte contrária. (Obs: este pedido
não é obrigatório. O candidato deverá fazer se lembrar e desejar).
V – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
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tutela. Tudo isso, igualmente, a fim de suspender a exigibilidade do crédito na forma do
artigo 151, V do CTN.
b) Caso não seja deferida a tutela provisória, que seja possibilitada a realização do depósito
integral em dinheiro para que seja suspensa a exigibilidade do crédito tributário, na forma
do artigo 151, II, do CTN e a consequente garantia da parte contrária. (Obs: este pedido
não é obrigatório. O candidato deverá fazer se lembrar e desejar).
e) Seja a parte contrária citada para que, caso queira, no prazo hábil, venha oferecer
contestação da presente demanda.
f) A parte não deseja que seja designada audiência de conciliação ou mediação, nos termos
do artigo 319, VII, do CPC.
g) Que seja condenada a parte requerida nos ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais, na forma do artigo 82, §2º do CPC e dos honorários advocatícios, na forma do
artigo 85, §3º do CPC.
Outrossim, outro fato que causa grande espécie e perspectiva junto ao presente
professor. Ocorre que é possível, diferente do Mandado de Segurança, cumular Ação
Declaratória com Repetição de Indébito Tributário. Trata-se sim de uma boa aposta para
este exame. Mas aí você poderá se perguntar: como faço para peticionar se houver
cumulação de pedidos, ou seja, declarar a inexistência (por exemplo) e buscar junto a
restituição de tributos pagos indevidamente ou à maior? É básico e tranquilo. Basta juntar
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e indexar em uma demanda a ação declaratória com a de repetição. Para não restar
dúvidas da possibilidade, segue exemplo prático abaixo.
Enunciado da Peça
A Igreja Guigui Faz Passar, com sede na cidade de Santa Cruz do Sul – RS, resolve, aos
finais de semana, vender bolos e negrinhos a fim de obter renda para a manutenção
da igreja. Ocorre que através de notícia veiculada em vários portais da internet, o
Secretário da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul informa que incidirá ICMS
pelas comercializações realizadas pela Igreja Guigui Faz Passar, conforme lei que
entrará em vigor no ano de 2017. Chegado o ano de 2017, Guigui Faz Passar é
tributado nos meses de Janeiro até Abril de 2017, no montante de R$ 100.000,00.
Considerando a exigência do tributo, a Igreja Guigui Faz Passar acaba por satisfazer
o débito tributário acima expresso. Temendo, assim, ser tributada novamente, visto
que suas atividades são semanais, a Igreja Guigui Faz Passar resolve lhe procurar
para que seja garantido o seu direito de não pagar tributo e recuperar eventual
tributo pago indevidamente. Você, como procurador da Igreja Guigui Faz Passar,
deverá, portanto, utilizar o procedimento judicial adequado a fim de defender os
interesses da mesma.
Peça Resolvida
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca de Santa Cruz
do Sul do Estado do Rio Grande do Sul
Igreja Guigui Faz Passar, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
nº ..., atos constitutivos em anexo, estabelecida ..., endereço eletrônico ..., na cidade
de Santa Cruz do Sul – RS, vem respeitosamente, por intermédio de seu advogado
(com procuração em anexo), estabelecido ..., local onde receberá intimações,
perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 19, I do CPC e art. 165, I, do CTN,
ajuizar a presente:
Em face do Estado do Rio Grande do Sul, pessoa jurídica de direito público, inscrita
no CNPJ sob o nº ..., estabelecido ..., endereço eletrônico ..., neste ato representado
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por seu procurador, nos termos do artigo 75, II, do CPC, pelos fatos e fundamentos
abaixo aduzidos.
I – Cabimento
Reza o artigo 19, I, do CPC que caberá ação declaratória a fim de declarar a
inexistência da relação jurídica. Ocorre no presente caso, tendo em vista a
possibilidade concreta de continuar a ser a parte requerente tributada. Assim,
deseja que seja declarada a impossibilidade de pagar o referido imposto de ICMS.
Diante disso, compreende-se possível o presente ajuizamento, a fim de afastar a
ameaça concreta frente a possibilidade do fisco continuar a cobrar indevidamente
o ICMS, diante da realização de comercialização de bolos e negrinhos.
II – Dos Fatos
A Igreja Guigui Faz passar resolveu, aos finais de semana, a fim de implementar
novas rendas para manter a igreja e sua finalidade, comercializar bolos e
negrinhos. Ocorre que, após notícia veiculada em vários portais de internet, soube
a parte requerente da legislação que poderá implicar em efeitos futuros de
tributação nas presentes comercializações. E, considerando a chegada do ano de
2017, a Igreja foi tributada nos meses de janeiro até abril de 2017, no montante de
R$ 100.000,00. Logo, compreendendo pela não possibilidade legal de tais atos,
deseja a Igreja buscar seus direitos, a fim de ser declarada a impossibilidade de ser
tributada pelo fato de comercializar negrinhos e bolos, a fim de obter renda para
manter suas finalidades, bem como restituir aqueles tributos pagos
indevidamente.
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Reza o artigo 294 e 300 do CPC que poderá ser concedida a tutela provisória de
urgência toda vez que presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.
Sendo assim, a probabilidade do direito está respaldada no artigo 150, VI, b da
Constituição Federal, onde está proibida a instituição de impostos frente aos
Templos de Qualquer Culto. Ademais, o perigo de dano resta configurado de forma
implícita, uma vez que a Igreja poderá ser novamente tributada e terá que
contribuir aos cofres públicos ao invés de ter possibilidade financeira de manter a
sua igreja e finalidade.
V – Da Repetição de Indébito
Reza o artigo 168, I do CTN que a parte terá prazo de 5 anos, contados do
recolhimento indevido, para restituir o tributo. Considerando, no presente caso,
que os tributos foram recolhidos entre os meses de Janeiro até Abril de 2017,
compreende-se tempestiva a presente repetição. Por fim, e não menos importante,
torna-se necessário salientar que, conforme comprovação em anexo, junta-se a
guia de pagamento do tributo indevido, comprovando-se, assim, a condição para a
ação.
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pago indevidamente seja corrigido a partir do pagamento indevido e os juros
moratórios incidam a partir do trânsito em julgado da demanda.
VI – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
f) A parte requerente vem informar que não deseja a audiência de conciliação e/ou
mediação, na forma do artigo 319, VII, do CPC.
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Valor da Causa: R$ 100.000,00.
Nestes termos, pede deferimento.
Local ... Data ...
Advogado ... OAB ...
Outra questão que é de extrema valia é aquela que fala sobre depósito para
ingresso da demanda. Conforme já deve ser de seu conhecimento, por intermédio da
Súmula Vinculante nº 28, o STF compreendeu não ser possível a exigência de qualquer
depósito para o ingresso de demanda judicial.
Lembre-se que para suspender não bastará o ajuizamento da ação, visto que você
muito possivelmente terá que suspender: por meio de depósito integral em dinheiro ou
por meio da tutela provisória. A regra na sua demanda será solicitar tutela provisória.
Depósito: é uma escolha do contribuinte. Ninguém será obrigado a depositar e
poderá ser realizado em qualquer fase do processo. O depósito interrompe fluência dos
juros e correção. Logo, se perder a ação no máximo será conversão.
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depósito ou tutela de urgência. Mas se ficar na dúvida pede inicialmente a tutela de
urgência e em caso de não concessão, peça depósito.
Ademais, a ação anulatória poderá ser utilizada para toda e qualquer espécie de
tributo.
Lembre-se que: ação Anulatória → rito ordinário comum. Logo, a única dúvida que
você poderá ter é se é MS Repressivo ou ação Anulatória. E aí o que você fará, primeiro
descarte se não é mandado de segurança:
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada
neste capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado
com as aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
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Enunciado da Peça
Equipamentos (partes e peças) que estavam sendo transportados para a empresa Micro
Informática Ltda. e que seriam utilizados em sua produção foram apreendidos, sob a alegação
da Secretaria de Arrecadação Estadual de que a nota fiscal que os acompanhava não
registrava uma diferença de alíquota devida ao Fisco e não teria havido, portanto, o
recolhimento do imposto. Na ocasião, houve o auto de infração e foi realizado o respectivo
lançamento. A empresa, que tem uma encomenda para entregar, procura você, na condição
de advogado, para a defesa de seus interesses. Na qualidade de advogado da empresa Micro
Informática, apresente a peça processual cabível para a defesa dos interesses da empresa,
empregando todos os argumentos e fundamentos jurídicos cabíveis.
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca ... do Estado ...
Micro Informática Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com
atos constitutivos em anexo, endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem por meio de seu
procurador (procuração em anexo), este devidamente estabelecido ..., local onde receberá
intimações, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 38 da Lei 6.830/80, propor a
presente:
Em face do Estado ..., pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., endereço
eletrônico ..., estabelecido ..., neste ato representado por seu procurador, nos termos do
artigo 75, II, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Cabimento
Reza o artigo 38 da LEF que é possível o ajuizamento de ação anulatória para questionar
legalidade de ato, lançamento ou penalidade que seja realizada de maneira equivocada, ou
seja, para fins de discussão judicial.
Ocorre, no presente caso, que houve apreensão das mercadorias e a consequente realização
do lançamento por tributo compreendido como não satisfeito por parte da Secretaria
Estadual de Arrecadação.
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Sendo assim, diante da ilegalidade da apreensão da mercadoria (equipamentos = partes e
peças), torna-se possível o ajuizamento da presente ação anulatória a fim de liberar a
mercadoria apreendida.
Por fim, torna-se igualmente possível o ajuizamento, diante do preenchimento dos
requisitos dispostos no artigo 319 do CPC.
II – Dos Fatos
Ocorre que a empresa requerente teve apreensão de suas mercadorias (equipamentos =
partes e peças) com o intuito de fazer pagar tributo. Assim, procedeu a Secretaria de
Arrecadação Estadual, diante do alegado não recolhimento da diferença de alíquota de
imposto, com a retenção das mercadorias pertencentes à empresa. Considerando a
necessidade de entrega dos equipamentos elaborados pela empresa requerente, não restou
outra alternativa senão procurar o Poder Judiciário a fim de realizar a prestação
jurisdicional e resolver a celeuma criada.
Reza o artigo 170 da Constituição Federal, que as empresas terão livre iniciativa para
produzir e, assim, introduzir mercadorias junto ao mercado comercial. Ocorre no presente
caso, diante da apreensão indevida, que a empresa Micro Informática está impossibilitada
de colocar seu produto no mercado. Sendo assim, a presente apreensão igualmente fere o
princípio da livre iniciativa, conforme o artigo acima exposto.
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Reza o artigo 294 do CPC que poderá a parte requerente solicitar tutela provisória. Ademais,
o mesmo artigo menciona a possibilidade de solicitar tanto tutela de urgência, quanto de
evidência. Para o presente caso torna-se amplamente possível a solicitação da tutela de
urgência, na forma do artigo 300 do CPC, diante do preenchimento dos requisitos de
probabilidade de direito e do perigo de dano.
A probabilidade do direito resta devidamente comprovada, eis que houve apreensão ilegal
das mercadorias, conforme reza a Súmula 323 do STF e a ofensa ao princípio da livre
iniciativa, conforme reza o artigo 170 da CF.
Igualmente, resta preenchido o requisito de perigo de dano, eis que a empresa depende dos
equipamentos para produzir e tem encomenda para entregar.
Diante do que exposto, restam preenchidos os requisitos do artigo 300 do CPC, para que se
libere as mercadorias.
V – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
b) Caso não seja possibilitada e concedida a tutela de urgência, que seja oportunizado o
depósito a fim de suspender a exigibilidade do crédito, na forma do artigo 151, II, do CTN e
a consequente liberação das mercadorias apreendidas.
c) Seja julgada procedente a demanda a fim de liberar as mercadorias apreendidas, eis que
foram realizadas de forma ilegal, na forma do artigo 170 da CF e da Súmula 323 do STF.
e) Seja a parte contrária citada para que, caso queira, no prazo hábil, venha oferecer
contestação da presente demanda.
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f) A parte não deseja que seja designada audiência de conciliação ou mediação, nos termos
do artigo 319, VII, do CPC.
g) Que seja condenada a parte requerida nos ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais, na forma do artigo 82, §2º do CPC e dos honorários advocatícios, na forma do
artigo 85, §3º do CPC.
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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
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Lembre-se, antes de mais nada, que também teremos previsão legal de
consignação nos artigos 539 e seguintes do CPC. Temos artigos importantes nele, como
por exemplo:
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada
neste capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado
com as aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
Xisto da Silva, brasileiro, administrador, solteiro, portador da carteira de identidade nº. xxxx
e CPF nº. xxx, residente e domiciliado na Rua X, nº. xxx, bairro Z, Município Y, Estado F, recebeu
cobrança simultânea, por meio de uma mesma guia de documento fiscal, de dois tributos: IPTU
e Taxa de Conservação das Vias e Logradouros Públicos (TCVLP). No caso da referida taxa,
certo é que o contribuinte não concorda com sua cobrança, o que o levou, por meio de seu
advogado, a ajuizar ação judicial a fim de declarar sua inconstitucionalidade, havendo pedido
liminar, ainda não apreciado para afastar a obrigatoriedade do recolhimento da referida
exação fiscal. Por outro lado, em relação à cobrança do IPTU, pretende o contribuinte efetuar
50
o seu pagamento. No entanto, a guia de pagamento é única e contém o valor global dos
referidos tributos, tendo o banco rejeitado o pagamento parcial relativo somente ao IPTU.
Nesse caso, considerando que o IPTU ainda não está vencido, bem como o contribuinte não
obteve êxito para solucionar seu problema na esfera administrativa, elabore a peça adequada
para efetuar o pagamento do imposto municipal, com base no direito material e processual
pertinente. Utilize todos os argumentos e fundamentos pertinentes à melhor resposta.
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública da Comarca ... do Estado ...
Em face do Município ..., pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
estabelecido ..., endereço eletrônico ..., neste ato representado pelo seu procurador, na
forma do artigo 75, I, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Do Cabimento
Tendo em vista a necessidade e possibilidade do requerente de satisfazer somente o tributo
que de fato é devido, torna-se necessário o ajuizamento da presente consignação em
pagamento, com fulcro no artigo 164, I, do CTN.
II – Do Depósito
Considerando o que disposto no artigo 542, I, do CPC, deseja a parte solicitar que seja
expedida guia para depósito do valor que está sendo tributado, a fim de cumprir com o que
disposto na norma.
III – Dos Fatos
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Conforme enunciado, o Sr. Xisto da Silva recebeu do Município ... cobrança de IPTU
cumulada com a cobrança de taxa de limpeza e conservação de logradouro público. Ocorre
que o requerente compreendeu que a cobrança da presente taxa é inconstitucional, e por
isso já ajuizou demanda requerendo o reconhecimento de sua inconstitucionalidade
através de seu procurador. Ademais, até a presente data não foi apreciado o pedido liminar.
Outrossim, com o intuito de fazer pagar os dois tributos, a fazenda municipal lançou guia
de pagamento cobrando eles juntos, ou seja, o IPTU e a taxa acima descrita. Logo, tentou o
requerente efetuar o pagamento somente do IPTU, fato este que lhe fora negado, tendo em
vista a negativa de recebimento por parte da instituição bancária, eis que na guia estava
expresso o pagamento único dos dois tributos.
Diante disso, por compreender indevido o pagamento da taxa, tentou o requerente entrar
com procedimento administrativo para satisfazer o seu intento de pagar somente o IPTU.
Recurso administrativo este que lhe fora negado pela fazenda municipal. Sendo assim, não
resta outra alternativa ao requerente a não ser de provocar o Poder Judiciário, a fim de que
seja recebido o tributo realmente devido, mas que seja possibilitado o pagamento somente
deste.
IV – Do Direito
Considerando que a parte requerente não obteve êxito no pagamento do tributo que
realmente é devido, tornou-se necessário o presente ajuizamento da demanda. Ocorre que
não poderá a Fazenda Pública Municipal exigir dois tributos de maneira simultânea, ou seja,
cobrar na mesma guia a satisfação do IPTU e da taxa em conjunto, com fulcro no artigo 164,
I, do CTN.
Outrossim, com fundamento no art. 145, da CF, não se pode compreender como possível a
exigência da presente taxa, eis que é inconstitucional e está sendo discutida em ação
autônoma. Sendo assim, exigir dois tributos na mesma guia torna-se exigência ilegal, eis que
cada tributo tem sua constituição de maneira autônoma.
V – Da Suspensão da Exigibilidade
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O requerente encontra-se totalmente respaldado no que tange a possibilidade de consignar
o valor que de fato é devido, na forma do art. 164, I, do CTN. Considerando que, caso não
ocorra a suspensão da exigibilidade do crédito, poderá o requerente sofrer execução fiscal,
vindo a lhe prejudicar em seus negócios e sua vida pessoal. Deseja o requerente, com
fundamento no art. 151, II, do CTN, que seja deferida a suspensão da exigibilidade do
crédito tributário, considerando a realização do depósito integral do IPTU devido.
Igualmente, foi observado o depósito integral em dinheiro, conforme leciona a Súmula 112
do STJ.
VI – Dos Pedidos
a) Que seja deferida por Vossa Excelência a suspensão da exigibilidade do crédito tributário,
na forma do art. 151, II, do CTN, uma vez ter realizado o depósito de forma integral e em
dinheiro, conforme leciona a Súmula 112 do STJ.
b) Que seja deferida a possibilidade de realização do depósito integral em dinheiro até como
forma de suprimento da condição da ação de consignação em pagamento, na forma do
artigo 542, I do CTN.
c) Que seja julgada procedente a presente demanda, com a consequente extinção do crédito
tributário, com fundamento no art. 156, VI e VIII, do CTN combinado com o art. 164, §2º do
CTN.
e) Seja a parte contrária citada para que, caso queira, no prazo hábil, venha oferecer
contestação da presente demanda.
f) A parte não deseja que seja designada audiência de conciliação ou mediação, nos termos
do artigo 319, VII, CPC.
g) Que seja condenada a parte requerida nos ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais, na forma do artigo 82, §2º do CPC e dos honorários advocatícios, na forma do
artigo 85, §3º do CPC.
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Nestes termos, pede deferimento.
Valor da Causa R$ ...
Local ... Data ...
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AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO
Logo, a regra é bastante clara: utiliza-se a presente ação quando houver pagamento
a maior ou indevido. Ademais, bastará a comprovação do pagamento para que seja
realizado o pedido de repetição de indébito tributário.
Assim, a presente ação serve para recuperar o que foi pago indevidamente.
Independentemente de motivo, possui-se direito. Não é preciso comprovar motivação do
pagamento. Trata-se de ação condenatória.
Caso opte pela via administrativa e venha a perder (denegar) o pedido, da decisão
denegatória, terei 2 anos para buscar, conforme reza o artigo 169 do CTN. Via ação de mão
dupla: anulação e condenação.
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Posso repetir tributo pago prescrito ou decaído? Sim, conforme o artigo 156 do
CTN, são formas de extinção. Se paguei indevidamente tributo prescrito ou decaído, eram
indevidos, e conforme o artigo 165, I, do CTN, gerarão direito de repetição.
O principal motivo da presente ação é evitar o enriquecimento ilícito. Outrossim, é
importante também alertar que o requerente não precisará esgotar as vias
administrativas (ou sequer ir para ela) para recorrer à via judicial.
Para tributos federais: aplico a taxa SELIC. Correção e juros embutidos na mesma
taxa, na forma do artigo 39, §4º da Lei 9.250/95. MAS CUIDADO: têm Estados e Municípios
que já aplicam a taxa SELIC, portanto, se na prova nada falar vai para a regra geral.
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada
neste capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado
com as aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
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Enunciado da Peça
Resolução da Peça
Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca ... do Estado ...
Lavagem Fausto Silva, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com
atos constitutivos em anexo, endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem por meio de seu
procurador (procuração em anexo), este devidamente estabelecido ..., local onde receberá
intimações, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 165, I, 166 do CTN propor a
presente:
Em face do Município ..., pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
endereço eletrônico ..., estabelecido ..., neste ato representada por seu procurador nos
termos do artigo 75, III, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
57
Reza o art. 166 do CTN que poderá o requerente buscar a restituição de tributos pagos
indevidamente ou à maior quando, no caso de tributação indireta, ou seja, na presença de
repercussão tributária, ficar demonstrado que não houve repasse do tributo satisfeito.
Igualmente, leciona a Súmula 546 do STF que caberá a presente restituição quando
comprovar-se que não houve repasse e/ou repercussão. Assim, diante do caso previsto no
enunciado, fica claro que o requerente não repassou o encargo para as empresas que se
utilizam do seu serviço. Portanto, resta claro a comprovação de que não houve o repasse ao
consumidor final, ou seja, o contribuinte de fato, sendo possível o ajuizamento da respectiva
restituição, contrariando o que disposto na Súmula 71 do STF.
Reza o artigo 168, I, do CTN, cumulado com o artigo 3º da Lei Complementar 118/05, que o
prazo para a restituição de tributos sujeitos a lançamento por homologação ocorrerá no
prazo de 5 anos contados do pagamento indevido realizado de forma antecipada. Diante
disso, resta claro, no presente enunciado, que não transcorreu o presente prazo, sendo
cabível, portanto, a possibilidade de restituição.
Por fim, e não menos importante, torna-se necessário salientar que, conforme comprovação
em anexo, junta-se a guia de pagamento de tributo indevido, comprovando-se, assim, a
condição para a ação.
II – Dos Fatos
Conforme expresso no enunciado, a Lavagem Fausto Silva fora compelida a satisfazer
alíquota de ISSQN majorada em 05/01/2015, através de lei ordinária, a partir de
05/02/2015. Igualmente, tal alíquota majorada redundou à empresa requerente aumento
no pagamento mensal do referido tributo de R$ 10.000,00 para R$ 20.000,00. Outrossim, tal
tributo não fora repassado aos contribuintes, tendo, portanto, a requerente satisfeito eles
entre março de 2015 até dezembro de 2015. Diante do pagamento do tributo majorado por
10 meses, a Lavagem Fausto Silva fora cientificado, em fevereiro de 2016, que tal
contribuição seria indevida, fato este que culminou na busca por um advogado. Não
restando outra alternativa, frente a inconstitucionalidade, faz-se necessário o ingresso da
presente demanda, a fim de buscar a devolução do pagamento destes tributos.
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a inobservância do princípio da anterioridade do exercício, ou seja, a possibilidade de
exigência do tributo somente após o primeiro dia útil do exercício seguinte, e, da
anterioridade nonagesimal, ou seja, a possibilidade da exigência do tributo após 90 dias da
sua publicação, compreende-se que os pagamentos realizados pelo requerente foram
ilegais, eis que realizados após 1 mês da publicação da norma majorante.
Reza o artigo 8º da Lei Complementar 116/03 que a alíquota máxima de ISSQN poderá ser
de até 5%. Ocorre no presente caso que tal alíquota fora majorada para 4%. Diante disso,
compreende-se da legalidade de tal majoração, cumprindo, assim, a municipalidade com o
princípio da legalidade.
Reza a Súmula 162 do STJ que o valor do tributo pago indevidamente ou à maior deverá ser
corrigido monetariamente a partir do pagamento indevido. Igualmente, reza a Súmula 188
do STJ e o artigo 167, §º único do CTN que os juros moratórios deverão incidir a partir do
trânsito em julgado da demanda. Considerando que se trata de tributo de competência
municipal, deseja a parte requerente que o valor pago indevidamente seja corrigido a partir
do pagamento indevido e os juros moratórios incidam a partir do trânsito em julgado da
demanda.
V – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) Seja a parte contrária citada para que, caso queira, no prazo hábil, venha oferecer
contestação da presente demanda.
b) A parte não deseja que seja designada audiência de conciliação ou mediação, nos termos
do artigo 319, VII, do CPC.
59
e) Que seja condenada a parte requerida nos ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais, na forma do artigo 82, §2º do CPC e dos honorários advocatícios, na forma do
artigo 85, §3º do CPC.
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AÇÃO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL E
REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL
Mas de onde nasce o Direito da Execução Fiscal? A partir do momento que existe
um crédito tributário que não foi satisfeito pelo contribuinte. Sendo assim, ocorrerá a
inscrição do débito em dívida ativa.
Ademais, a certidão de dívida ativa funciona como título executivo, cuja a mesma
será utilizada para a cobrança do crédito pelo Ente Público. Vide artigo 202 do CTN.
Tais Embargos à Execução Fiscal serão ajuizados nos seguintes casos e no prazo de
30 dias:
• Intimação da penhora.
• Do depósito.
• Da juntada da prova de fiança bancária ou seguro garantia.
Jamais erre no momento da prova: a garantia do juízo é requisito para admitir os
Embargos à Execução Fiscal, assim como o prazo de 30 dias. Ademais, caberá Embargos
de qualquer espécie tributária.
Tenha atenção na hora de fazer a prova: não basta a garantia do juízo para
embargar, terá de contar o prazo de 30 dias. Se estiver fora do prazo, não cabe mais
61
embargos. Tudo isso conforme o artigo 16 da LEF. Mas se o contribuinte desejar acelerar
os embargos, nada impede que, caso tenha penhora nos autos, mesmo sem intimação, ele
ofereça os embargos à execução. Até porque ninguém garante juízo para anulatória ou
exceção.
E como faço requerimento do efeito suspensivo? O art. 294 do CPC fala sobre tutela
provisória, observando o que disposto no art. 919, §1º, do CPC.
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça-prática da presente ação tratada
neste capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado
com as aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
Em 10.05.2005 Livina Maria Andrade arrematou judicialmente um imóvel por R$ 350.000,00
localizado no Município de Rancho Queimado. Recolheu o ITBI, com base no valor arrematado
em juízo. A Sra. Livina Maria Andrade é agricultora e utiliza o imóvel para a produção agrícola
e pecuária. O imóvel está dentro da zona urbana definida por lei pelo Município, já que a rua
onde se encontra o imóvel é asfaltada e o Município fornece água e sistema de esgoto sanitário.
Em 10.05.2008 recebeu notificação fiscal exigindo diferenças no valor do ITBI pago por
ocasião da aquisição judicial do imóvel. O Fisco Municipal entendeu que o tributo deveria ser
calculado com base no valor da avaliação judicial realizada no processo de execução, no qual
ocorreu a arrematação (R$ 380.000,00). A Sra. Livina permaneceu inerte e foi inscrita em
dívida no dia 10.08.2008. Em 10.06.2010 foi citada em execução fiscal proposta pelo Município
de Rancho Queimado para a cobrança do ITBI e do IPTU dos anos de 2007, 2008 e 2009, os
quais nunca foram pagos. A Sra. Livina teve bens penhorados em 10.07.2010 e lhe procurou,
em 20.07.2010, para a defesa de seus direitos. Na qualidade de advogado da Sra. Livina,
elabore a peça processual que melhor atenda o seu direito, especificando seus fundamentos.
Resolução da Peça
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Douto Juízo de Direito da ... Vara (Cível/Fazenda Pública) da Comarca de Rancho Queimado
do Estado ...
Livina Maria Andrade, brasileira, estado civil ..., agricultora, inscrita no CPF sob o nº ...,
endereço eletrônico ..., residente e domiciliada ..., por meio de seu advogado (com
procuração anexa), estabelecido ..., local onde receberá intimações, com fulcro no art. 16 da
Lei 6.830/80, vem à presença de vossa excelência opor:
I – Cabimento
Nos termos do art. 16 da lei de execução fiscal, poderá a parte executada apresentar
embargos à execução fiscal se existir garantia do juízo e a observância do prazo de 30 dias.
No presente caso houve penhora dos bens de Livina, ocorrendo, assim, a garantia do juízo.
Ademais, a presente embargante fora intimada da penhora no dia 10/07/2010 e procurou
seu procurador no dia 20/07/2010, ou seja, estando observado o prazo legal de 30 dias (art.
16, III, LEF).
Sendo assim, compreende-se possível o ajuizamento do presente embargos à execução
fiscal.
II – Dos Fatos
Conforme presente caso, houve ajuizamento de execução fiscal contra a Livina, tendo em
vista, segundo o ente público, o não pagamento do ITBI sobre o valor da avaliação do bem,
que foi arrematado pela embargante. Assim, não houve pagamento do IPTU referente aos
anos de 2007/2008 e 2009.
63
Lembrar aqui que os direitos poderão ser: preliminar e mérito principal. Lembrando que
preliminar, por exemplo, poderá ser eventual nulidade de CDA, conforme o que previsto no
art. 202 do CTN.
Conforme reza o art. 15 do decreto lei 57/66, não será objeto de cobrança de IPTU imóvel
situado em zona urbana, cuja utilização seja realizado para fins rurais.
Ocorre, no presente caso, que Livina utiliza o imóvel arrematado para fins de produção
rural, tal seja, agricultura e pecuária. Diante disso, compreende-se que torna-se, mesmo
com a presença dos elementos do IPTU (art. 32, §1º do CTN), impossível cobrar IPTU da
embargante, considerando a previsão do art. 15 do decreto lei 57/66.
Ainda, conforme reza o art. 38 do CTN, o ITBI será satisfeito com base no valor venal do bem
que fora transmitido. Ocorre no presente caso que Livina satisfez o valor do ITBI com base
no valor da arrematação. Sendo assim, ilegal a cobrança do ITBI com base no valor da
avaliação judicial. Posto isso, compreende-se ilegal a cobrança do ente público com base no
valor da avaliação judicial do bem arrematado, uma vez observado o que disposto no art. 38
do CTN.
IV – Do Efeito Suspensivo
Nos termos do art. 919, §1º do CPC o magistrado poderá deferir o efeito suspensivo da
execução fiscal, mediante requerimento do embargante, e presentes os requisitos da tutela
provisória.
No presente caso, estão presentes os requisitos da tutela provisória, conforme artigo 294
do CPC. Ademais, restam configurados, igualmente, os requisitos do art. 300 do CPC, uma
vez presente a probabilidade do direito e o perigo de dano.
Ocorre a probabilidade do direito, eis que observou a embargante o que disposto no art. 38
do CTN (pagamento do ITBI com base no valor da arrematação), assim como não deverá
satisfazer o IPTU, uma vez que o imóvel tem exploração notadamente rural, conforme reza
o art. 15 do decreto lei 57/66.
Também ocorre o perigo de dano, eis que, caso tenha que satisfazer o valor cobrado, poderá
posteriormente a embargante ajuizar ação de repetição de indébito, tendo que
possivelmente receber tais valores através de precatória, conforme reza o art. 100 da
constituição federal. Ademais, se fizesse tal pagamento poderia acarretar danos a sua
64
pessoa e família. Diante disso, além de estar garantida a execução fiscal, restam presentes
os requisitos do art. 919, §1º, cumulados com os artigos 294 e 300 do CPC.
V – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) a concessão do efeito suspensivo dos embargos para suspender a execução fiscal, eis que
presentes os requisitos da probabilidade do direito e perigo de dano. Tudo isso, conforme
art. 919, §1º, cumulado com os artigos 294 e 300 do CPC.
b) A intimação do município para que, caso queira, venha impugnar os embargos no prazo
de 30 dias, designando, igualmente, audiência de instrução e julgamento, nos termos do art.
17 da LEF.
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PETIÇÃO DE EXCEÇÃO DE PRÉ EXECUTIVIDADE
Tal petição (peça processual) não apresenta fundamento legal próprio. Mas não
esqueça de colocar a Súmula 393 do STJ.
Outrossim, para o seu ingresso não será necessária a garantia do juízo, conforme
ocorre nos Embargos à Execução Fiscal. Ademais, seu processamento será realizado
mediante simples petição, sem quaisquer autos apartados, dentro da Execução Fiscal.
• Ilegitimidade de Parte.
• Falta de Condição ou Pressuposto de Ação.
• Inépcia da Inicial.
• Falta de citação regular.
• Falta de capacidade postulatória.
• Vícios de processo administrativo.
• Coisa Julgada.
• Causa Extintiva da Obrigação (Prescrição, Pagamento, Compensação).
Considerando que repassamos por alguns dos principais tópicos sobre a presente
demanda, vamos agora vislumbrar um modelo de peça prática tratada neste capítulo. É
importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as aulas ao vivo
que serão realizadas conforme grade de horários.
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Enunciado da Peça
A União Federal ajuizou, em janeiro de 2016, Execução Fiscal contra a empresa Peppa Pig
Indústria de Brinquedos Ltda. e seus sócios Guigui e Nini. Antes da exigência de IPI, constituído
em janeiro de 2015, a Fazenda Pública Nacional inscreveu em dívida ativa a empresa
devedora. A presente execução fiscal foi ajuizada na 1ª Vara da Fazenda Pública da Seção
Judiciária do Rio Grande do Sul. Outrossim, é importante ressaltar que no contrato social da
empresa consta como sócio administrador somente o sócio Nini de forma exclusiva.
Devidamente citadas as partes, sem haver oferecimento de bens à penhora, o pagamento da
dívida ou a penhora propriamente dita de eventuais bens em nome dos executados, foi
efetuada penhora em uma Lambreta 1969 de propriedade de Guigui. Diante da penhora
realizada no bem móvel de Guigui, o mesmo foi intimado de sua realização em 20 de dezembro
de 2016. Na qualidade de advogado de Guigui redija a peça processual cabível para a defesa
do mesmo nos próprios autos da Execução Fiscal, considerando, ainda, que o cliente teve
penhora nos autos.
Resolução da Peça
Douto Juízo Federal da 1ª Vara da Fazenda Pública da Seção Judiciária do Estado do Rio
Grande do Sul
Guigui, estado civil ..., profissão ..., inscrito no CPF sob o nº ..., com endereço eletrônico ...,
residente e domiciliado ..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio de seu
advogado (procuração anexa), este com endereço profissional ..., local onde receberá
intimações, nos termos dos artigos 5º, XXXV e LV da Constituição Federal e Súmula 393 do
STJ, propor a presente:
Em face da Execução Fiscal ajuizada pela União Federal, pessoa jurídica de direito público,
inscrita no CNPJ sob o nº ..., endereço eletrônico ..., estabelecida ..., neste ato representada
67
por seu procurador, na forma do artigo 75, I, do CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo
aduzidos.
I – Do Cabimento da EPE
Reza a Súmula 393 do STJ que existirá possibilidade de cabimento de Exceção de Pré
Executividade em sede de defesa em Execução Fiscal, desde que a matéria seja de ordem
pública e seja desnecessária a produção/dilação probatória.
No presente caso, existe a possibilidade de Exceção de Pré Executividade, uma vez que a
matéria a ser arguida não carece de dilação probatória e, conforme o próprio enunciado, a
defesa deverá ser realizada nos autos da Execução Fiscal. Outrossim, a matéria a ser arguida
independe de ampla produção probatória, ou seja, podendo, assim, o juiz apreciá-la de
ofício e decidir pela causa impeditiva de realização da Execução Fiscal.
Por fim, vale ressaltar que a parte excipiente anexa à presente petição todos os documentos
necessários, a fim de comprovar seu direito, mais uma vez justificando a desnecessidade de
dilação probatória, uma vez que, igualmente, todas as provas necessárias são pré
constituídas.
II – Dos Fatos
O presente caso trata-se de Execução Fiscal movida pela União Federal contra a empresa
Peppa Pig Indústria de Brinquedos Ltda. e seus sócios, referente ao possível IPI devido e
não satisfeito. Ocorre que, após tentativas sem sucesso de efetuar a penhora de bens da
empresa e/ou a satisfação do crédito pelas partes, a União Federal obteve êxito na penhora
de uma lambreta registrada em nome do sócio Guigui. Considerando que o mesmo fora
intimado da penhora em 20/12/16, procurou um advogado a fim de efetuar sua defesa.
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Sendo assim, compreende-se pela impossibilidade de realização da Execução Fiscal, uma
vez que Guigui não fora inscrito na CDA, assim como não poderá ser responsabilizado pela
dívida fiscal, frente ao que disposto no artigo 135, III, do CTN.
Igualmente, reza a Súmula 430 do STJ que não caberá responsabilidade de sócio pelo mero
inadimplemento de tributo.
IV – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
c) Que seja acolhida a presente Exceção de Pré Executividade e dado provimento ao pedido,
para que seja extinta a presente Execução Fiscal, extinguindo, igualmente, o crédito
tributário, nos termos do artigo 156, X, do CTN. Igualmente, deseja que seja declarada nula
a dívida cobrada e a CDA lançada, ordenando o cancelamento da inscrição em dívida ativa.
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TEORIA GERAL DOS RECURSOS
O que é recurso? Uma ferramenta processual que pode ser questionada dentro do
processo. Um ato de caráter decisório do órgão jurisdicional que está julgando minha
causa. Poderei, portanto, me manifestar sobre uma discordância e modificar a decisão em
razão do fundamento cujo o mesmo não concordo com a decisão.
Vale ressaltar que o recurso é questão de livre arbítrio daquele que recorre. Não
existe obrigação para tanto, fora aquelas condições impostas na lei, como por exemplo,
reexame necessário.
Já no que tange ao Tribunal. Inicialmente, cabe dizer que lá não serão mais juízes,
mas sim Desembargadores. Quando recorre alega-se erro quanto ao procedimento ou a
matéria. Assim, se busca atacar no recursos: reforma ou anulação.
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Se existe erro de um procedimento, quando alguém desrespeita uma norma legal,
existe decisão contrariando a lei, como conduzir a forma do processo. Assim, diante deste
desrespeito, pede-se a anulação. Aqui é erro ad procedendo. Quando estou diante de um
erro anulável, pede-se ao Tribunal que, caso dê procedência ao pedido, para que seja
anulada a decisão, requerendo que o processo seja remetido novamente para julgamento.
Assim, o Tribunal não faz nova decisão.
Agora, se o feito é conduzido pelo procedimento correto, mas não concordo com o
conteúdo, aí eu peço a reforma. Aqui é erro ad judicando. Imagine que o juiz sentenciou
de maneira correta. Julgou de maneira correta, não quer dizer que ele julgou de maneira
correta. Quando eu recorrer desta sentença, no que tange ao conteúdo, vou pedir para o
Tribunal reformar a decisão, a fim de que seja proferida nova decisão para modificar
àquela. Logo, é uma decisão de caráter substitutivo.
Jamais peça procedência de recurso. Recurso você pedirá sempre provimento. Dar
provimento é dar julgamento procedente no que tange ao Recurso. Assim, o
Desembargador vai dar ou não o provimento do Recurso.
- INTRÍNSECOS:
- Cabimento (recurso certo).
- Legitimidade (legitimação, parte, prejudicada)
- Interesse (é possível)
- Inexistência de Fatos Impedidos e Extintivos do Direito de Recorrer.
- EXTRÍNSECOS:
- Tempestividade.
- Preparo.
- Regularidade Formal.
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- Pré-Questionamento.
- Esgotamento das Vias Recursais Ordinárias.
72
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO, INTERNO E
APELAÇÃO
O presente recurso apresenta como fundamento legal o artigo 1.015 do NCPC. Tal
medida será utilizada pelo contribuinte quando, dentro de um processo judicial, houver
decisão interlocutória.
Enunciado da Peça
Priscila e Márcia são sócias cotistas da Melati Indústria e Comércio Ltda., que responde por
dívida previdenciária no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Foi proposta
execução em face da pessoa jurídica e das sócias, que tramita na 2ª Vara Federal da Seção
Judiciária de Mato Grosso, em Cuiabá. As sócias apresentaram exceção de pré-executividade,
sob o argumento de que não poderiam responder pelas dívidas da empresa. O juiz não
acolheu os argumentos das sócias da empresa, mantendo os seus nomes no polo passivo da
demanda, com fundamento no art. 13 da Lei nº 8.620/1993 combinado com o art. 124, inciso
II, do Código Tributário Nacional. A decisão foi publicada em 26 de janeiro de 2006. Como
advogado (a) das sócias, tome as medidas judiciais cabíveis, e considere que a ação é
contemporânea à época visualizada no problema.
Resolução da Peça
73
Ilustríssimo Senhor Presidente do Tribunal Regional Federal da ... Região
Processo de nº ...
Agravante: Priscila e Márcia
Agravada: União
Priscila, estado civil ..., profissão ..., inscrita no CPF sob o nº ..., residente e domiciliada ...,
endereço eletrônico ..., e Márcia, estado civil ..., profissão ..., inscrita no CPF sob o nº ...,
residente e domiciliada ..., endereço eletrônico ..., vem por meio de seu procurador
(procuração anexa), estabelecido ..., local onde receberá intimações, perante Vossa
Excelência, nos termos do artigo Art. 1.015, §º único do CPC, interpor o presente:
Ocorre no presente caso que as partes agravantes realizaram exceção de pré executividade
considerando a existência de execução fiscal contra as mesmas.
Diante disso, torna-se possível e cabível a interposição do presente recurso, visto que
também estão atendidos os demais requisitos intrínsecos de admissibilidade do recurso,
ou seja, as partes são legítimas na forma do artigo 996 do CPC, bem como não ocorre
nenhum fato impeditivo, extintivo do direito de recorrer, na forma dos artigos 998 até
1.000 do CPC.
II – Da Tempestividade e do Preparo
Reza o artigo 1.003, §5º do CPC que poderá ser interposto o presente recurso no prazo de
15 dias. Ocorre no presente caso que a decisão foi publicada em 26 de janeiro de 2006.
Considerando a contemporaneidade da elaboração do presente recurso, compreende-se
tempestiva a interposição do presente agravo de instrumento.
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Rezam os artigos 1.017, §1º e 1.007 do CPC que para a interposição do presente recurso
deverá a parte efetuar o pagamento do preparo. Diante desta necessidade, solicitam as
partes agravantes a juntada do comprovante do pagamento das custas de preparo,
requisito este indispensável para a realização do presente recurso.
Igualmente, resta anexado ao presente recurso cópia das procurações dos procuradores
das partes, com suas devidas qualificações e endereços.
Por fim, igualmente, resta dizer o agravante que está em anexo cópia da peça portal, da
decisão interlocutória, do comprovante de intimação da decisão, da guia de recolhimento
e das cópias da inicial e contestação.
VI – Dos Fatos
As partes agravantes peticionaram nos autos da Execução Fiscal desejando as suas
exclusões do polo passivo, visto que compreendem não serem devedoras da quantia
tributária devida à título de contribuição previdenciária.
No presente caso, houve decisão interlocutória proferida pelo magistrado não acolhendo
o pedido realizado pelas partes, fundamentando sua decisão com fulcro em lei ordinária.
75
Diante disso, não restou outra alternativa às agravantes, a não ser de interpor o presente
recurso.
Outrossim, reza o artigo 146, III, “a” e “b” da Constituição Federal que somente caberá à lei
complementar estabelecer quem serão os contribuintes e suas respectivas obrigações. No
presente caso, a decisão do magistrado foi proferida com fundamento em lei ordinária.
Diante disso, considerando o que previsto no artigo 146, III, “a” e “b” da Constituição
Federal, compreende-se pela ilegalidade de tal responsabilização, visto que não caberá à
lei ordinária legislar em matéria atinente somente à lei complementar.
Ocorre, no presente caso, que houve indeferimento do pedido de exclusão das sócias da
execução fiscal, sendo assim proferida decisão interlocutória.
IX – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
76
c) Seja intimado o membro do Ministério Público para que, desejando, apresente suas
considerações sobre o presente recurso, na forma do artigo 1.019, III, do CPC.
d) Seja deferida por Vossa Excelência o pedido de antecipação de tutela recursal, na forma
do artigo 995, §º único do CPC e artigo 1.019, I, do CPC.
e) Por fim, desejam os agravantes que seja provido o presente recurso de agravo de
instrumento, sendo prolatado novo acórdão, reformando-se a decisão interlocutória
indeferida, para efeitos de extinguir do polo passivo da Execução Fiscal as sócias quotistas,
com fundamento na Súmula 430 do STJ e artigo 146, III, “a” e “b”, da Constituição Federal.
Mas afinal o que é sentença? Sentença é a decisão proferida pelo JUIZ, em sede de
1º GRAU, onde o mesmo encerra sua participação no processo. Vale ressaltar: via de regra,
caberá apelação, mas nem sempre será somente apelação.
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capítulo. É importante dizer que o presente material deverá ser complementado com as
aulas ao vivo que serão realizadas conforme grade de horários.
Enunciado da Peça
Em janeiro de 2007, a Fazenda Nacional lavrou auto de infração em face da pessoa jurídica
ABC, visando a cobrança de contribuições previdenciárias dos anos de 2005 e 2006. Não houve
impugnação administrativa por parte do contribuinte. Em janeiro de 2014, a Fazenda Nacional
ajuizou execução fiscal em face da pessoa jurídica ABC visando a cobrança do referido tributo.
Antes mesmo da citação da contribuinte, a Fazenda Nacional requereu a inclusão, no polo
passivo da execução fiscal, de Carlos, gerente da pessoa jurídica ABC, por entender que o não
recolhimento da contribuição é motivo para o redirecionamento da execução, o que foi
acolhido pelo Juízo da 2ª Vara de Execuções Fiscais da Seção Judiciária do Estado X. Após
garantia do Juízo, Carlos opôs embargos de execução alegando a prescrição do crédito
tributário, a ausência de responsabilidade tributária e, por fim, a nulidade da certidão de dívida
ativa, uma vez que não constava na Certidão de Dívida Ativa (CDA) o número do auto de
infração que originou o crédito tributário. No entanto, ao proferir a sentença nos embargos à
execução, o juiz julgou improcedente o pedido, determinando o prosseguimento da execução
fiscal, por entender que:
(i) Inexiste prescrição dos créditos tributários, uma vez que às contribuições previdenciárias se
aplicam os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91;
(ii) O mero inadimplemento gera responsabilidade tributária; e
(iii) A inexistência do número do auto de infração na CDA não gera a referida nulidade.
Diante do exposto, elabore, como advogado (a) de Carlos, a medida judicial cabível contra a
decisão publicada na quarta-feira, dia 21/09/2016, dia útil, para a defesa dos interesses de seu
cliente, abordando as teses, o prazo recursal, todos os fundamentos legais que poderiam ser
usados em favor do autor, ciente de que inexiste qualquer omissão, contradição e/ou
obscuridade na decisão. (Valor: 5,00)
Resolução da Peça
Douto Juízo Federal da 2ª Vara das Execuções Fiscais da Seção Judiciária do Estado...
78
Carlos, nacionalidade, estado civil, inscrito no CPF sob o nº ..., com endereço eletrônico ...,
residente e estabelecido ..., vem por intermédio de seu procurador (procuração em anexo),
estabelecido este ..., local onde receberá intimações, apresentar, com fundamento no artigo
1.009 do CPC:
APELAÇÃO
Em face da sentença proferida por Vossa Excelência nos autos do processo nº ..., folhas ...,
onde litiga com a União, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
endereço eletrônico ..., estabelecida ..., pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que o presente recurso seja recebido e admitido, uma vez presentes todos os requisitos
de admissibilidade.
b) Que a parte contrária seja intimada para que, caso queira, manifeste-se e apresente suas
contrarrazões recursais, no prazo de 15 dias, na forma do artigo 1,010, §1º do CPC.
d) O presente recurso seja recebido em seu efeito suspensivo e devolutivo, na forma dos
artigos 1.012 e 1.013 do CPC.
79
Apelante: Carlos
Apelada: União
I – Cabimento
Reza o artigo 1.009 do CPC que da decisão de 1º grau onde fora proferida sentença, caberá a
interposição de recurso de apelação.
Diante disso, considerando que da sentença dos embargos não existe omissão, obscuridade
ou contradição, compreende-se possível a interposição do presente recurso para fazer
reformar a decisão proferida pelo juízo de 1º grau.
Outrossim, resta salientar que estão presentes todos os requisitos de admissibilidade, seja
aqueles extrínsecos ou intrínsecos para a interposição do presente recurso de apelação. Mais
notadamente se fazem presentes os requisitos de legitimidade, na forma do artigo 996 do
CPC. Além disso, não existe causa impeditiva ou extintiva de direito, na forma dos artigos
998 até 1000, todos do CPC. E cumpre ainda à parte apelante o requisito de forma, exposto
no artigo 1.010 do CPC.
II – Tempestividade e preparo
Reza o artigo 1.003, §5º do CPC que o presente recurso de apelação deverá ser interposto no
prazo de 15 dias úteis, igualmente, observando o que leciona o artigo 212 do CPC.
Igualmente, leciona o artigo 1007 do CPC que deverá a parte apelante realizar o preparo
(custas judiciais) para que seja interposto o recurso de apelação.
Diante disso, comprova a parte apelante, conforme guia em anexo, o pagamento das custas
(preparo) para a realização da interposição do presente recurso.
III – Fatos
Doutos Desembargadores. Os presentes embargos à execução fiscal tem origem na Execução
Fiscal promovida pela União, em razão do possível inadimplemento da Pessoa Jurídica ABC,
no que tange à contribuições previdenciárias devidas e não satisfeitas.
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Inobstante o ajuizamento da Execução Fiscal, ocorre que a União, não satisfeita em ingressar
contra a Pessoa Jurídica ABC, acabou por solicitar o redirecionamento, antes mesmo da
citação da executada, ao apelante, então sócio gerente da empresa Carlos.
Assim, diante dos Embargos interpostos, ocorre que houve sentença improcedente. Sendo
assim, diante da inexistência de obscuridade, contradição ou omissão, resolveu a parte
apelante interpor o presente recurso.
IV – Direitos
Considerando o que disposto na Súmula Vinculante nº 08 do STF compreende-se
inconstitucional a previsão legal disposta nos artigos 45 e 46 da Lei 8.21291. Além disso, os
presentes artigos são inconstitucionais em razão da não observância da necessidade de lei
complementar legislar sobre normais gerais de direito tributário, na forma do artigo 146, III,
“b”, da CF.
Leciona, igualmente, o artigo 135 do CTN que somente poderá existir responsabilidade do
sócio gerente se houver desvio de finalidade ou excesso de poderes. Considerando a sua
inexistência, compreende-se não ser possível o redirecionamento da Execução Fiscal contra
o Sócio Gerente Carlos. Outrossim, tal fundamento também guarda relação total com o que
disposto na Súmula 430 do STJ, eis que, segundo a mesma, o mero inadimplemento de tributo
pela pessoa jurídica não gera responsabilidade automática do sócio gerente.
Leciona o artigo 202, inciso V, do CTN, que a Certidão de Dívida Ativa deverá cumprir
requisitos, e um destes é a referência ao nº do auto de infração, cujo qual o débito fora
originado. Considerando a inexistência de tal consideração na CDA, compreende-se nula a
mesma. Outrossim, tal fundamento é respaldado pela Lei 6.830/80 no seu artigo 2º, §5º, eis
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que a nulidade de tal CDA acabou por deixar de lado o princípio básico de violação ao devido
processo legal.
V – Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que o presente recurso seja recebido e admitido, eis que presentes todos os requisitos de
admissibilidade, sejam os intrínsecos e os extrínsecos. Mais notadamente, estão presentes
os requisitos do preparo, na forma do artigo 1.007 do CPC e da tempestividade, na forma do
artigo 1.003, §5º do CPC.
c) Entretanto, caso Vossa Excelência compreenda não ser possível julgar monocraticamente,
que a sentença seja totalmente reformada, sendo assim, provido o presente recurso, eis que
existe prescrição, ausência de responsabilidade do sócio e nulidade de CDA.
O Agravo Interno apresenta como fundamento básico o art. 1.021 do CPC e deverá
ser endereçado observando o disposto no regimento interno do tribunal = decidir quem
vai julgar.
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Ainda, é importante ressaltar que o recurso será de duas petições: folha de rosto
para relator (admissão + contrarrazões) e folha das razões para o órgão colegiado,
conforme regimento interno.
Agora, lembre-se de algo muito importante: ele sempre será realizado contra
decisão proferida em sede de TRIBUNAL.
CABIMENTO: terá como objeto reformar decisão de TJ ou TRF, nos casos previstos
no art. 105, III, da CF.
Poderá ocorrer de decisão que contrarie lei federal (lei complementar, CTN), e
interpretação divergente entre tribunais.
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Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente ou Vice Presidente do Tribunal
de Justiça do Estado ... (aqui poderá ser Tribunal Regional Federal da ... Região)
Processo n º ...
Recorrente ...
Recorrido ...
Qualificação do Recorrente (artigo 319, II, do CPC), vem por intermédio de seu advogado
(procuração em anexo), estabelecido ..., local onde receberá intimações, respeitosamente
perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 105, III, ..., da CF e dos artigos 994, VI, e
1.029 até 1.041, todos do CPC, interpor o presente:
RECURSO ESPECIAL
Em face da decisão prolatada por Vossas Excelências, por intermédio do acórdão motivado
pelo recurso de apelação, nas folhas ..., nos autos do processo supra indicado, em que litiga
com a qualificação do recorrido (art. 319, II, do CPC), pelos fundamentos abaixo aduzidos.
I – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que o presente recurso seja admitido por Vossa Excelência, uma vez presentes todos os
requisitos de admissibilidade, sejam os intrínsecos e os extrínsecos. Além disso, resta
demonstrado que a matéria estava pré questionada anteriormente e não existe outra
possibilidade de interposição de recurso nas vias ordinárias. Por fim, resta ainda dizer que
foram preenchidos os requisitos da tempestividade e do preparo.
b) Que seja intimada a parte recorrida para que, desejando, apresente no prazo legal suas
contrarrazões, conforme o que disposto no artigo 1.030 do CPC.
c) Por fim, que seja dado prosseguimento no presente recurso, atendendo ao que exposto
no artigo 1.030, II, V, do CPC, e nos termos do inciso V seja encaminhado os autos
processuais por completo ao Superior Tribunal de Justiça. Por fim, que Vossa Excelência
atribua ao presente recurso efeito suspensivo, nos termos do artigo 995, §º único e artigo
1.029, §5º, ambos do CPC.
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Advogado ... OAB ...
RAZÕES DE RECURSO
Processo nº ...
Recorrente ...
Recorrido ...
I – Dos Fatos
Lembrar do que está exposto no enunciado.
Lembrar da motivação da decisão e dos recursos.
Vale ressaltar que não existe nenhuma inovação recursal que não tenha sido arguida em
recurso anterior, justificando, portanto, o pré questionamento disposto no artigo 1.025 do
CPC.
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Lembrar que para cada tese haverá uma norma, um fato concreto e uma conclusão.
V – Do Efeito Suspensivo
A parte recorrente deseja que Vossa Excelência atribua efeito suspensivo ao acórdão que
está sendo recorrido, impedindo, assim, .... Tudo isso conforme o que disposto no artigo
995, §º único do CPC, combinado com o artigo 1.029, §5º do CPC. Tudo isso serve para que
se evite grande dano à parte recorrente, eis que está claro o fundamento relevante que
alberga seu recurso.
VI – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
a) que Vossa Excelência novamente conheça do recurso e o admita, uma vez observados
todos os requisitos de admissibilidade, além disso, foi realizado o pré questionamento e o
esgotamento das vias ordinárias recursais. Por fim, vale ressaltar, ainda, que o presente
recurso deve ser admitido, uma vez tempestivo e realizado o pagamento das custas, na
forma dos artigos 1.003, §5º e art. 1.007, todos do CPC.
c) Que Vossa Excelência, por fim, inverta os ônus sucumbenciais, notadamente as custas
processuais e os honorários advocatícios, para que seja atribuída a sua responsabilidade à
parte recorrida.
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Tem previsão constitucional e processual.
Constitucional: art. 102, II, da CF.
Processual: art. 1.029 do CPC.
Lembrar dos requisitos de admissibilidade.
RE: teremos 7 + 3 requisitos = total de 10.
- Pré questionamento.
- Esgotamento das vias recursais ordinárias.
- Repercussão geral.
Recurso extraordinário
Processo de nº ...
Recorrente ...
Recorrido ...
Qualificação requerente, vem por meio de seu advogado (procuração anexa) estabelecido
..., local onde receberá intimações, respeitosamente perante à vossa excelência, com fulcro
nos artigos 102, III, ... e 102, §3º, todos da CF e dos artigos 994, VII e art. 1.029 e seguintes,
todos do CPC, interpor o presente
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Em face do acórdão proferido pela ... câmara do presente tribunal de justiça onde fora
negado provimento ao recurso de apelação interposto pela parte requerente, que litiga com
(qualificação da parte requerida – art. 319, II, CPC). Diante disso, deseja a parte recorrente
reformar a decisão pelos fundamentos abaixo aduzidos.
I – Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
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a) que o presente recurso extraordinário seja admitido por vossa excelência considerando
a presença de todos os requisitos de admissibilidade. Notadamente, foram satisfeitas as
custas para o recurso, assim como observado o prazo para a sua realização, bem como
cumpriu a parte requerente os requisitos do pré questionamento, esgotamento das vias
recursais ordinárias e, por fim, a repercussão geral.
b) Que a parte recorrida seja intimada da realização do presente recurso para que, caso
queira, venha apresentar suas contrarrazões no prazo de 15 dias, conforme o que lecionado
no artigo 1.030 do CPC.
c) Por fim, deseja a parte recorrente que o presente recurso seja encaminhado junto com os
autos processuais ao Supremo Tribunal Federal, sendo, igualmente, atribuído efeito
suspensivo, tudo isso conforme os termos dos artigos 1.030, II, “a”, V do CPC e artigos 995,
§ único combinado com o artigo 1.029, §5º, III, do CPC.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local ... Lata ...
Advogado ... OAB ...
RAZÕES DE RECURSO
Processo nº ...
Recorrente ...
Recorrido ...
I – Dos Fatos
- Lembrar do enunciado:
- Contar do porquê do processo.
- Contar do porquê das decisões.
- Do porquê do presente recurso.
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A parte recorrente vem aos autos comprovar que houve atendimento ao artigo 102, III, “d”
da CF. Diante disso, torna-se possível e cabível a interposição do presente recurso
extraordinário.
Ademais, vem a parte recorrente esclarecer que foram cumpridos todos os requisitos de
admissibilidade, notadamente o prazo tempestivo de 15 dias, assim como o recolhimento
do preparo das custas para recorrer, conforme guia em anexo. Ainda, cabe esclarecer a parte
recorrente que é parte legítima para interposição do presente recurso, assim como não
existe qualquer fato impeditivo ou extintivo de direito para que ocorra o presente recurso,
obedecendo, portanto, os artigos 998 até 1.000 do CPC.
V – Da Repercussão Geral
Esclarece, igualmente, que o presente recurso tem temática relevante sob vários pontos de
vista. Mais especificamente no que tange a visão política, econômica e social. Diante disso,
o presente recurso ultrapassa a esfera pessoal subjetiva, sendo que sua matéria é de
interesse de toda coletividade. Assim, esclarece a parte recorrente a repercussão e
relevância do presente recurso, nos termos do artigo 1.035, §1º do CPC.
VI – Dos Direitos
Que a decisão prolatada pelo tribunal de justiça foi contrário ao entendimento do colendo
tribunal e, consequentemente, desconforme com a nossa constituição federal.
LEMBRAR:
- Norma
- Fato concreto
- Conclusão
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VII – Do Efeito Suspensivo
Deseja a parte recorrente que seja declarado e decidido por vossa excelência o efeito
suspensivo sobre a decisão que está sendo objeto de recurso. Assim, impedindo-se a
realização da execução ou cumprimento da obrigação. Tudo isso conforme os artigos 995,
§º único e art. 1.029, §5º, I e II, todos do CPC. Justifica-se o pedido de efeito suspensivo,
tendo em vista o perigo de demora e a probabilidade do direito.
a) deseja a parte recorrente que vossa excelência conheça e admitida do presente recurso,
tendo em vista, conforme acima já comprovado, estarem presentes todos os requisitos de
admissibilidade.
d) Por fim, deseja a parte recorrente a inversão dos ônus sucumbenciais, notadamente as
custas processuais e os honorários advocatícios, imputando as respectivas
responsabilidades para a parte recorrida.
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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DIRETA
DE CONSTITUCIONALIDADE
Nós temos 4 ações de controle clássicas: ADIN (Genérica & Interventiva), ADC, ADO
e ADPF. Desde já, importante ressaltar que a ADPF é ação de caráter subsidiário, ou seja,
só uso se não couber nenhuma das outras ações supra indicadas que serão preferenciais
(ADIN, ADO e ADC).
Lembre-se que a presente demanda não será para resolver a vida de ninguém
diretamente, de nenhuma pessoa física ou jurídica. Tal demanda servirá para apontar
sobre legalidade de um conteúdo normativo por alguém legitimado. Ou seja, trata-se de
processo objetivo, para analisar a compatibilidade da norma com a Constituição, por
exemplo.
Vejamos as demandas:
ADO —> deverá pedir para o Supremo que o ato omissivo de não ter feito a lei, está
caracterizando-se uma inconstitucionalidade. Aqui não existe norma, o enunciado
vai dizer que existe omissão do legislador infraconstitucional, não podendo aplicar
a regra (norma) da Constituição Federal (IGF ou ITBI do imóvel que vem do
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exterior). Lembrando, ainda, que poderemos ter omissão parcial, ou seja, lei é
criada, mas ainda não consigo utilizar.
ADPF —> foi idealizada para levar ao Supremo uma arguição de ato do poder
público (por qualquer dos três poderes) de preceito fundamental da Constituição
Federal. Aqui o parâmetro é ser preceito fundamental, anulando, então, parte da
Constituição Federal.
Legitimidade
Legitimidade Para Todas Ações —> todo mundo que está no art. 103 (ADIN e ADC)
da Constituição Federal. ADIN, ADO e ADC são reguladas na Lei 9.868-99. Já a ADPF na Lei
9.882-99.
O primeiro legitimado universal é o Presidente da República.
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Confederações Sindicais e Entidades de Classe em âmbito nacional —> é
importante referir que terão que ter advogado. São legitimadas especiais. Terão que
provar pertinência temática.
Ainda, fique ligado e tente lembrar que os legitimados especiais terão sempre que
provar pertinência temática —> princípio da congruência —> ver se versam sobre sua
finalidade de existência. Ademais, não confunda legitimidade universal com presença de
advogado.
Por fim, importante ressaltar que, conforme posição pacífica no Supremo, quase
ninguém precisa de advogado para postular. Somente precisarão de advogados: Partido
Político, Confederação Sindical e Entidade de Classe, eis que são privados. Ademais, não
basta uma simples procuração, pois é preciso ter uma procuração específica para tanto.
Objeto da ADI
Mas cuidado, por meio da ADIN não pode-se atacar qualquer uma destas acima. Só
é possível atacar a norma que foi realizada posterior à Constituição Federal de 1988. Não
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posso, assim, buscar via ADI atacar norma que seja anterior à Constituição de 1988. Mas
atenção: via ADPF poderei atacar lei anterior à Constituição, desde que ela viole preceito
fundamental.
Procedimento da ADIN
Artigos 3º e 4º —> apresentam regras sobre petição inicial quando for autor da
ação. Tudo isso estará na Lei 9.868/99. A petição será redigida até pelo titular da
capacidade postulatória ou por intermédio de seu advogado.
Vale ressaltar que aqui o art. 319 do CPC também vai aparecer. Vou aplicar de
forma subsidiária, eis que o artigo 3º da lei especial não traz todas as informações.
Obviamente que vou usar o art. 319 do CPC desde que suas regras não confrontem as
regras especiais.
Lembre-se, ainda, que, conforme leciona o artigo 4º, a petição poderá ser
indeferida liminarmente pelo relator quando for inepta, não fundamentada ou
manifestamente improcedente. Diante disso, teremos aqui a figura do Agravo Interno
(impugnar a decisão do relator). Aqui o prazo é de 15 dias para agravar da decisão do
relator. Vale dizer que este recurso acima é exceção.
Isso porque a regra é clara: não caberá recurso das decisões projetadas em
processo objetivo, ou seja, ADI, ADO, ADPF. Vale dizer que sequer caberá ação rescisória.
Assim, só caberá este Agravo Interno diante do indeferimento liminar da inicial e o
recurso de Embargos de Declaração.
A presente demanda serve para pedir que o Supremo Tribunal Federal declare que
uma lei federal ou ato normativo com força de lei federal são constitucionais. Aqui peço
94
para o STF declarar que o objeto da análise é constitucional. Peço que confirme a validade
da lei.
Importante referir que não caberá ADC em face de Lei Estadual, art. 102, I, “a” da
CF. Serve para que o Supremo declare que tal norma é constitucional.
Enunciado da Peça
O Estado do Rio Grande do Sul, grande criador e produtor de carne para o Brasil, passa por
grande crise financeira, política e social. Considerando as dificuldades apresentadas pela
indústria frigorífica, o Governador do Estado, através de Decreto, resolveu isentar o ICMS a
partir de Janeiro de 2016 para todo o setor frigorífico, determinando no referido instrumento
legal a aplicação imediata logo após sua publicação. A Entidade de Classe Nini, com seu maior
público assistido situado no Estado de Santa Catarina, compreende que tal norma é
inconstitucional e totalmente contrária aos interesses do Estado de Santa Catarina, visto que tal
conteúdo normativo trará grande prejuízo a todos os frigoríficos daquele Estado. Diante disso,
a Entidade de Classe Nini lhe contrata, a fim de promover processo objetivo para defender os
interesses do cliente.
Resolução da Peça
Entidade de Classe Nini, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem por meio de seu advogado (procuração anexa),
estabelecido ..., local onde receberá intimações, com procuração com poderes específicos,
respeitosamente perante os Doutos Ministros do Supremo Tribunal Federal, com fulcro nos
artigos 102, I, “a”, da CF e artigos 1º e seguintes da Lei 9.868/99, ajuizar a presente:
Em face de Decreto nº ..., publicado ..., com vigência a partir de ..., editada pelo Governador do
Estado do Rio Grande do Sul, por compreender totalmente inconstitucional o referido ato
normativo, conforme fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
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I – Do Cabimento
Conforme reza o artigo 102, I, “a”, da Constituição Federal, poderá a parte que compreender
inconstitucional um ato normativo comparado à lei, realizado pelo Estado, buscar a sua
declaração de inconstitucionalidade.
Ademais, resta salientar que tal decreto é posterior ao parâmetro balizador, ou seja, posterior
a Constituição Federal de 1988, justificando-se, portanto, igualmente cabível a utilização da
presente demanda.
II – Da Legitimidade e do Procurador
Cabe dizer que a parte requerente detêm legitimidade, conforme reza o artigo 103, IX da
Constituição Federal e o artigo 2º da Lei 9.868/99. Outrossim, resta salientar que restam
presentes os requisitos de procuração para representação da parte legitimada, com poderes
específicos para que o presente procurador representa a parte requerente.
V – Fatos
O Governador do Estado do Rio Grande do Sul, considerando a grave crise que instalou-se no
referido Estado, resolveu isentar o ramo de carnes de ICMS mediante decreto. Diante da
inobservância do que determinado na Constituição e levando-se em consideração a guerra
fiscal que poderá instalar-se no país, resolveu a Entidade Sindical provocar o Supremo
Tribunal Federal a fim de declarar inconstitucional o referido ato normativo.
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VI – Do Direito
Reza o artigo 155, §2º, XII, alínea “g”, que caberá somente à lei complementar estipular regras
gerais sobre concessão de benefícios fiscais. Outrossim, na Lei Complementar 87/96, resta
claro que, visando realizar isenção fiscal referente ao ICMS, deverá haver convênio entre os
entes públicos, não podendo ser realizado apenas de forma discricionária por um ente
público.
No presente caso, por intermédio de decreto, o Governador do Estado do Rio Grande do Sul,
não observando a norma complementar, editou isenção para determinado setor, o que
compreende-se inconstitucional.
VII – Da Cautelar
Deseja a parte requerente que seja apreciada e deferida medida cautelar, uma vez presentes
os requisitos dispostos no artigo 10 até o 12 da Lei 9.868/99 e no artigo 102, I, “p”, da CF.
Outrossim, a apreciação da presente cautelar tem como objetivo estabelecer a
inconstitucionalidade do decreto realizado de forma cautelar, a fim de suspender os efeitos
da referida norma.
Resta dizer que a fumaça do bom direito está presente, eis que os fundamentos ora
apresentados pelo requerente são totalmente plausíveis e passíveis de procedência da
declaração de inconstitucionalidade do referido decreto. Ainda, cabe salientar que o perigo
de demora resta igualmente presente, eis que, caso mantida a norma vigente, a parte
requerente e seus assistidos poderão experimentar graves prejuízos.
Por fim, caso Vossas Excelências compreendam possível o deferimento da presente medida
cautelar sugerida, que seja deferida em caráter erga omnes, vinculada, e com efeitos ex tunc,
sendo mantida até o final da presente demanda onde certamente será julgada inconstitucional
a referida norma.
b) Seja deferida a medida cautelar solicitada, uma vez presentes os requisitos da fumaça do
bom direito e do perigo de demora, na forma dos artigos 10 até 12 da Lei 9.868/99, a fim de
suspender até o julgamento final os efeitos do referido decreto.
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c) Seja realizada a citação do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, autorizador e
responsável pela norma que está sendo impugnada, para que, caso queira, venha prestar
esclarecimentos, na forma do artigo 6º, da Lei 9.868/99.
d) Requer a intimação do Procurador Geral de Justiça e do Advogado Geral da União, para que,
caso queiram, no prazo legal, venham oferecer e prestar parecer, na forma do artigo 8º da Lei
9.868/99.
e) Por fim, que seja julgada procedente a presente demanda, para que seja declarada a
inconstitucionalidade do Decreto nº ..., com efeito erga omnes, vinculante, ex tunc, ou
conforme modulação desejada por Vossas Excelências, observando o que disposto no artigo
27 da Lei 9.868/99.
Enunciado da Peça
Em Janeiro de 2016, o Congresso Nacional votou e aprovou uma Lei Federal de nº 0123,
concedendo isenção de Imposto de Renda somente para pessoas que possuíssem deficiência física
e/ou mental. Tal norma foi sancionada pelo Presidente da República e passou logo após sua
publicação a produzir efeitos. Não concordando com a lei, por compreender que a mesma é
inconstitucional, foram ajuizadas centenas de ações nos maiores variados cantos do país,
desejando a declaração de sua inconstitucionalidade, visto que não respeitava a isonomia. Tal
conteúdo normativo provocou grande controvérsia no Poder Judiciário, vindo o TRF4 decidir por
sua inconstitucionalidade e, contrariando tal decisão, o TRF1, decidindo por sua
constitucionalidade. Considerando o que exposto, a Confederação Sindical Nini, acreditando que
tal conteúdo normativo é constitucional, procura você, advogado, a fim de ajuizar processo
objetivo para buscar junto ao STF a declaração de constitucionalidade da referida norma.
Resolução da Peça
Colendo Supremo Tribunal Federal
Douto Digno Ministro Presidente
Digníssimos Senhores Ministros
Ilustre Ministro Relator
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Confederação Sindical Nini ..., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
endereço eletrônico ..., estabelecida ..., vem respeitosamente perante a Egrégia Corte, por
intermédio de seu advogado (procuração anexa), estabelecido ..., local onde receberá
intimações, mediante procuração com poderes específicos, com fulcro nos artigos 102, I, “a” da
Constituição Federal, art. 319 do CPC e art. 1º e seguintes da Lei 9.868/99, ajuizar a presente:
I – Do Cabimento
Considerando o que disposto no artigo 102, I, “a”, da CF e artigo 14, III da Lei 9.868/99, poderão
os legitimados do art. 103 da Constituição Federal ajuizar ação declaratória de
constitucionalidade de lei federal quando existir controvérsia judicial sobre a interpretação de
norma e sua validade/vigência. No presente caso, existe divergência de entendimento sobre a
norma no que tange a validade/vigência da Lei Federal de nº 0123 que concede isenção para
determinadas pessoas. Portanto, considerando a divergência acima apontada, compreende-se
plausível a utilização da presente demanda.
II – Da Legitimidade e do Procurador
Cabe dizer que a parte requerente detêm legitimidade, conforme reza o artigo 103, IX, da CF e
o artigo 2º da Lei 9.868/99. Outrossim, vale ressaltar que resta presente no processo a
procuração para representação da parte acima legitimada, cuja qual apresenta poderes
específicos e especiais para que o advogado faça a representação legal na presente ação.
99
O requerente vem afirmar no presente processo que cumpre os requisitos do artigo 14, §único
da lei 9.868/99, ou seja, vem juntar os seguintes documentos ...
V – Fatos
Considerando a edição e aprovação da Lei Federal isentando deficientes para o pagamento de
Imposto de Renda, e não concordando com tal norma, a Confederação Sindical Nini,
considerando a indicação de inconstitucionalidade por não respeitar a isonomia, resolveu
ajuizar a presente demanda.
VI – Direito
Reza o artigo 150, II, da Constituição Federal que os iguais deverão receber tratamento igual.
Já os desiguais poderão sofrer tratamento tributário diferenciado. Considerando que a Lei
Federal de nº 0123 trata os deficientes, salvo melhor juízo, de forma desigual, vindo a
conceder-lhes isenção de imposto de renda, considera-se a norma constitucional, visto que
vislumbra total resguardo ao que disposto no artigo 150, II, da Constituição Federal.
VII – Da Cautelar
Deseja a parte que seja apreciada a medida cautelar, uma vez presentes os requisitos dispostos
no artigo 21 da Lei 9.868/99 e no artigo 102, I, “p”, da CF. Outrossim, a apreciação da medida
cautelar tem como objetivo suspender imediatamente os processos em que estão em discussão
a referida norma, no prazo de até 180 dias, na forma do artigo 21, caput e §º único da lei
9.868/99.
Resta dizer que a fumaça do bom direito está presente, eis que os fundamentos ora
apresentados pela parte requerente são totalmente plausíveis e passíveis de procedência da
declaração de constitucionalidade da norma supra informada frente ao texto constitucional.
Ainda, cabe salientar que o perigo de demora resta igualmente presente, eis que, caso mantida
a norma vigente, a parte requerente e a coletividade estarão seguras no que tange a validade e
constitucionalidade da lei federal.
Por fim, caso Vossas Excelências compreendam possível o deferimento da presente medida
cautelar acima sugerida, que seja deferida a mesma em caráter erga ogmnes, vinculada e com
efeitos ex nunc, sendo mantida a decisão até o final da presente demanda, onde certamente
será julgada constitucional a norma acima referida.
100
a) que seja recebida a presente demanda e os documentos anexados à peça vestibular,
conforme reza o artigo 14, §º único da Lei 9.868/99.
b) Seja deferida a medida cautelar solicitada, uma vez que presentes os requisitos da fumaça
do bom direito e do perigo de demora, na forma do artigo 21 da Lei 9.868/99, a fim de
suspender os processos e eventuais decisões até o prazo de 180 dias.
c) Que seja realizada a intimação do Advogado Geral da União para que, caso queira, venha
prestar esclarecimento e/ou defender a norma por suas razões.
d) Que seja intimado o Procurador Geral da República, para que, caso queira, venha no prazo
legal, manifestar-se sobre a referida norma e suas controvérsias, conforme reza o artigo 19 da
Lei 9.868/99 e o artigo 103, §1º da Constituição Federal.
e) Por fim, que a presente demanda seja julgada procedente, com a ideia de resolver a
controvérsia judicial entre os tribunais, para que seja declarada constitucional a Lei Federal de
nº 0123, com efeito erga omnes, vinculante, ex tunc, tudo isso nos termos do artigo 102, §2º
da Constituição Federal e artigo 28, §º único da Lei 9.868/99.
101
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO E
ADPF
Cuidado para não confundir com Mandado de Injunção, eis que aqui é o nome da
pessoa, é processo subjetivo. O que difere muito da ADI por Omissão. Lembre-se que no
Mandado de Injunção o STF poderá se utilizar de lei análoga para arrumar a omissão e
efetivar o direito do processo subjetivo. Já no processo objetivo de ADI, o Supremo só
declara e manda alguém fazer a lei que falta.
102
13.2 ADPF
Por exemplo, se o Município faz uma lei inconstitucional de IPTU = não caberá ADI,
mas poderá caber ADPF. Lei que viola constituição: poderá ser ADI ou ADPF. Tenho que
olhar qual tipo de lei é e declarar a incompatibilidade (invalidade da norma) em razão da
constituição.
Enunciado da Peça
Confederação Sindical, preocupada com a grave crise que se estabeleceu no país, e observando
a negligência do Congresso Nacional, procura você, advogado, a fim de buscar a declaração
de omissão legislativa frente a não regulamentação do Imposto de Grandes Fortunas,
devidamente previsto na Constituição Federal. Assim, diante da visualização da possibilidade
de recolhimento e caixa (renda) para a União, provindas das receitas deste tributo, ajuíze
processo objetivo com a finalidade de atender aos interesses da Confederação Sindical.
103
Resolução da Peça
Colendo Supremo Tribunal Federal
Douto Digno Ministro Presidente
Digníssimos Ministros
Ilustre Ministro Relator
Confederação Sindical ..., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ...,
estabelecido ..., endereço eletrônico ..., vem respeitosamente perante a Egrégia Corte, por
intermédio de seu advogado (procuração anexa – com poderes específicos), estabelecido ...,
local onde receberá intimações, com fundamento nos artigos 12-A e seguintes da Lei
9.868/99, artigo 103, §2º da Constituição Federal e artigo 319 CPC, ajuizar a presente:
I – Do Cabimento
Considerando o que disposto nos artigos 12-A e seguintes da Lei 9.868/99 e artigo 103, §2º
da Constituição Federal, caberá o ingresso da ação de controle concentrado, buscando a
declaração de omissão legislativa. No presente caso, existe a possibilidade de criação do IGF
por parte da União, e até a presente data o mesmo não foi criado, deixando, assim, o referido
ente de recolher tributo em prol da coletividade.
II – Da Legitimidade e do Procurador
Cabe dizer a parte requerente que detêm legitimidade, na forma do artigo 103, IX da CF e
do artigo 2º da Lei 9.868/99. Outrossim, vale ressaltar que restam presentes nos autos a
procuração para representação da parte acima legitimada, com poderes específicos e
especiais para que o presente procurador represente a parte na demanda.
104
tributos que serão recolhidos com a criação do IGF. Diante disto, justifica-se a pertinência
temática e o vínculo da presente demanda com a parte legitimada.
V – Dos Fatos
Considerando a omissão legislativa por parte da União referente a possibilidade de criação
do IGF, não restou outra alternativa, senão de provocar o Supremo Tribunal Federal a fim
de declarar a omissão, para que seja realizada e implementada a norma constitucional.
VI – Dos Direitos
Reza o artigo 153, VII, da Constituição Federal, que poderá a União criar, mediante lei
complementar, Impostos sobre Grandes Fortunas.
Outrossim, considerando que existe crise no cenário nacional, bem como que poderia o fisco
arrecadar mais tributo daqueles que mais tem, a fim de proporcionar melhores condições
para a coletividade, compreende-se possível a declaração da inconstitucionalidade por
omissão, a fim de que a União crie o referido tributo.
VII – Da Cautelar
Deseja a parte requerente que seja apreciada e deferida medida cautelar, uma vez presentes
os requisitos dispostos no artigo 12-F da Lei 9.868/99. Também se faz presente os
requisitos para suspensão dos processos porventura em andamento, conforme reza o artigo
12-F, §1º, da Lei 9.868/99.
Resta dizer a parte requerente que o requisito da fumaça do bom direito está presente, eis
que os fundamentos acima apresentados são razoáveis e plausíveis. Igualmente, resta
salientar, ainda, que o requisito de perigo de demora também está presente, eis que, caso
mantida a omissão constitucional, não conseguirá a coletividade usufruir do mandamento
constitucional, podendo assim experimentar danos e/ou riscos.
Por fim, caso Vossas Excelências compreendam possível o deferimento da presente cautelar,
que seja deferida em caráter erga omnes, vinculada, e com efeitos ex nunc, sendo mantida
105
até o final da presente demanda onde certamente será julgada inconstitucional a omissão
legislativa da União.
b) Seja deferida a medida cautelar solicitada, uma vez presentes os requisitos da fumaça do
bom direito e do perigo de demora, na forma do artigo 12-F e 12-G da Lei 9.868/99.
c) Seja realizada a intimação do Advogado Geral da União, na forma do artigo 12-E, §2º da
Lei 9.868/99 e art. 103, §3º da CF.
d) Seja realizada a intimação do Procurador Geral da República, para que, caso queira, venha
manifestar-se, na forma do artigo 12-E, §3º da Lei 9.868/99 e artigo 103, §1º, da CF.
e) Seja realizada a citação do ente/órgão responsável pela omissão, para que, caso queira,
venha prestar esclarecimento e/ou contestar.
f) Por fim, que a presente demanda seja julgada procedente, com a finalidade de declarar a
omissão acima apresentada inconstitucional, visto que impede a efetividade do artigo 153,
VII, da Constituição Federal, com efeito erga omnes, vinculante, ex tunc, tudo isso nos
termos do artigo 103, §2º da Constituição Federal e artigo 12-H da Lei 9.868/99. Ademais,
que seja determinado ao órgão responsável que realize e tome as medidas e providências
necessárias para resolver a omissão dentro de um prazo razoável a ser sugerido por Vossas
Excelências.
106
Enunciado da Peça
O Município de Santa Cruz do Sul – RS, preocupado com a grave crise que vem
assombrando o município, principalmente pelo fato da grande implementação de
políticas públicas contra o setor tabacaleiro (fumageiro), resolveu implementar uma
série de mudanças nos tributos de sua competência. Dentre estas mudanças, por
intermédio da Lei Municipal nº 123456, aprovada regularmente na Câmara de
Vereadores, estabeleceu a criação de uma taxa de iluminação pública, com base de
cálculo idêntica àquela prevista para o IPTU. A Confederação Sindical Nini é Demais
procurou você, advogado, a fim de buscar, em sede de controle abstrato, a invalidação da
norma em face de duas irregularidades existentes no que tange à taxa criada. Ajuíze ação
do processo objetivo a fim de defender os interesses da Confederação Sindical.
Resolução da Peça
Colendo Supremo Tribunal Federal
Douto Digno Ministro Presidente
Digníssimos Ministros
Ilustre Ministro Relator
Confederação Sindical Nini É Demais, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ
sob o nº..., estabelecida ..., endereço eletrônico ..., vem respeitosamente perante a Egrégia
Corte, por intermédio de seu advogado (procuração em anexo – com poderes específicos
e especiais), estabelecido ..., local onde receberá intimações, com fulcro nos artigos 1º e
seguintes da Lei 9.882/99, artigo 102, §1º da Constituição Federal e artigo 319 do CPC,
ajuizar a presente:
Tendo em vista a ocorrência de lesão a preceito fundamental, presente nos artigos 145,
II e 145, §2º, todos da Constituição Federal, considerando a manifestação, através da Lei
Municipal nº 123456, supra indicada e aprovada pelo Município de Santa Cruz do Sul –
RS. Diante disso, justifica-se a presente demanda pelos fatos e fundamentos abaixo
aduzidos.
107
Constituição Federal, em decorrência da lei municipal lesiva do Município de Santa Cruz
do Sul – RS, nos termos do artigo 3º. II, da Lei 9.882/99.
Por fim, vale acrescer a presente demanda que não existe possibilidade de utilização de
qualquer outra ação objetiva que possa acolher o presente pedido, principalmente por
tratar-se de lei municipal inconstitucional. Frente ao que exposto, declara a parte
requerente, conforme reza o artigo 4, §1º da Lei 9.882/99.
II – Da Legitimidade e do Procurador
Cabe dizer a parte requerente que detêm legitimidade, conforme reza o artigo 103, IX, da
Constituição Federal e o artigo 2º, I, da Lei 9.882/99. Outrossim, vale ressaltar que resta
presente nos autos procuração para representação da parte legitimada, com poderes
específicos e especiais para que o presente procurador represente a parte demandante.
V – Do Direito
Reza o artigo 145, II, da Constituição Federal, que não existe a possibilidade de instituição
de taxa, caso ela não seja específica e divisível. No presente caso, houve instituição pelo
Município de Santa Cruz do Sul de Taxa de iluminação pública. Diante disso, compreende-
se inconstitucional a referida Lei Municipal de nº 123456.
Igualmente, reza o artigo 145, §2º da Constituição Federal que a taxa instituída não
poderá ter base de cálculo igual a de outro imposto. No presente caso, a Lei Municipal nº
123456 tem taxa idêntica à de IPTU. Portanto, torna-se igualmente inconstitucional por
esta razão a cobrança da presente taxa.
VI – Da Liminar
108
Deseja a parte que seja apreciada e deferida a liminar, uma vez presentes os requisitos
dispostos no artigo 5º da Lei 9.882/99. Também deseja a parte que seja suspendida por
Vossas Excelências a Lei Municipal de nº 123456, vez que ela viola preceito fundamental,
nos termos do artigo 5º, §3º da Lei 9.882/99.
Resta dizer também que estão presentes os requisitos da fumaça do bom direito, eis que
os fundamentos apresentados acima são totalmente plausíveis e passíveis de
procedência em razão da lesão aos preceitos supra informados. Ainda, cabe salientar que
existe perigo de demora, caso mantida a lei municipal, eis que acarretará, no mínimo,
perigo de dano a toda coletividade, uma vez que a referida taxa é inconstitucional.
b) Que sejam ouvidas as partes elencadas, na forma do artigo 5º, §2º da Lei 9.882/99.
c) Que seja deferida a medida liminar solicitada, uma vez presentes os requisitos de
urgência e relevância, na forma do artigo 5º da Lei 9.882/99.
d) Que seja realizada a intimação do Advogado Geral da União para que, caso queira,
preste esclarecimentos, na forma do artigo 103, §3º da CF.
e) Que seja citado o representante legal do órgão responsável pela legislação que afronta
os preceitos fundamentais da Constituição Federal, para que, caso queira, preste
esclarecimento e/ou conteste a presente demanda.
f) Que seja intimado o Procurador Geral da República, para que, caso queira, preste
esclarecimentos, na forma do artigo 7º, §º único da Lei 9.882/99 e do artigo 103, §1º da
CF.
109
g) Por fim, que seja a presente demanda julgada procedente, com a finalidade de declarar
inválida a norma municipal de nº 123456, eis que a mesma afronta dois preceitos
fundamentos dispostos no artigo 145, II e 145, §2º da Constituição Federal, com efeito
erga omnes, vinculante, ex tunc. Tudo isso justifica-se nos termos dos artigos 102, §2º e
10, §1º da Lei 9.882/99. Ademais, que Vossas Excelências determinem a retirada da
norma do ordenamento jurídico, com a consequente intimação da autoridade
responsável, para que cumpre imediatamente a decisão, conforme reza o artigo 10, caput
e 10, §º1º da Lei 9.882/99.
110
TRIBUTO
111
negativa. Somente poderá ser assim realizada mediante a existência de alguns requisitos
e observações: a) Necessidade de lei específica e b) do respectivo ente competente.
Ainda, sobre o conceito de tributo, leciona o artigo 3º do CTN que nenhum tributo
poderá ter caráter sancionatório, ou seja, ser forma de punição a qualquer pessoa. Por
esta razão, compreende-se que, se alguém vende drogas, pratica o jogo do bicho ou realiza
crime ambiental, para este jamais poderá ser criado um tributo como espécie de sanção
ou punição pelo ato realizado.
Mas, importante dizer que os frutos oriundos da atividade ilícita poderão ser
tributados, visto que na forma do artigo 118, I do Código Tributário Nacional abstrai-se a
validade dos fatos jurídicos praticados pelo contribuinte. Logo, para o direito tributário,
aplicamos o princípio da pecunia non olet, ou seja, o dinheiro não tem cheiro.
Por fim, vale ressaltar que nenhum tributo será pago, sem lei que o estabeleça,
atendendo ao princípio máximo da legalidade estrita, na forma do artigo 150, I da
Constituição Federal, bem como o administrador público deverá analisar objetivamente o
que contido na norma (vinculação total) para tributar o contribuinte, não podendo, assim,
realizar nenhum ato discricionário para a cobrança do mesmo.
112
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Antes de citar quais tipos de tributos os entes poderão criar, importante dizer
sobre as características da competência tributária.
113
Após analisada as características da competência tributária, temos de saber quais
são os tributos que os entes (União, Estados, DF e Municípios) poderão criar, conforme
texto constitucional.
Imposto de Importação
Imposto de Exportação
Imposto de Renda
União
Imposto Residual
Contribuições Sociais
Contribuição Previdenciária de
Contribuições Servidor
Especiais
Contribuição de Intervenção no
Empréstimo Domínio Econômico
Compulsório
Contribuição de Categoria
Profissional
114
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
(Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o
disposto no art. 154, I.
Vale dizer que, na forma do artigo 147 e 155 da Constituição Federal, o Distrito
Federal terá competência cumulativa dos Estados e dos Municípios.
115
Por fim, os Municípios, na forma do artigo 156 da Constituição Federal, poderão
criar os seguintes tributos:
Ainda, no que tange a competência para os mais variados tributos, faço-me uso da
tabela retirada do livro Direito Tributário Esquematizado, do Professor Ricardo
Alexandre3:
3
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014. Página 237.
116
indiscriminadamente a
todos os entes políticos
Residuais A Constituição atribui à Novos impostos e
União competência para novas
criar tributos não previstos contribuições
ordinariamente para a seguridade
social
Quanto à Fiscais Finalidade arrecadatória IR; IGF; IPVA;
finalidade ICMS; ITCMD;
IPTU; ITBI; ISS;
IEG; empréstimos
compulsórios
Extrafiscais Finalidade interventiva II; IE; IPI, IOF;
ITR; CIDE
Parafiscais Finalidade de arrecadar Contribuições
para atividades específicas sociais e
corporativas
Quanto à hipótese Vinculados Cobrança depende de Taxas e
de incidência atividade estatal específica contribuições de
relativa ao contribuinte melhoria
Não Cobrança independe de Impostos
vinculados atividade estatal específica
relativa ao contribuinte
Quanto ao destino De Os recursos arrecadados Empréstimos
da arrecadação arrecadação somente podem ser compulsórios;
vinculada utilizados em atividades CPMF; custas e
determinadas emolumentos
De Os recursos arrecadados Impostos
arrecadação podem ser utilizados em
não qualquer despesa prevista
vinculada no orçamento
117
Quanto à Diretos Oneram diretamente a IR; ITR; IPTU
possibilidade de pessoa definida como
repercussão sujeito passivo (não
permitem a repercussão)
Indiretos Oneram pessoa diferente ICMS; ISS; IPI; IOF
daquela definida como
sujeito passivo (permitem a
repercussão)
Quanto aos Reais Incidem objetivamente IPTU; ITR;
aspectos sobre coisas, desprezando ITCMD; IPI
subjetivos e aspectos subjetivos
objetivos da Pessoais Incidem de forma subjetiva, IR
hipótese de levando em consideração
incidência aspectos pessoais do sujeito
passivo
Quanto às bases Sobre o Incidem sobre as operações II e IE
econômicas comércio de importação e exportação
tributadas exterior
Sobre o Incidem sobre a ITR; IPTU; IPVA;
patrimônio e propriedade de bens móveis IGF; IR
a renda ou imóveis e sobre o
produto do capital, do
trabalho ou da combinação
de ambos
Sobre a Incidem sobre a circulação ICMS; ISS; IPI; IOF
produção e a de bens ou valores e sobre a
circulação produção de bens
118
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - PRINCÍPIOS
Para que o ente público, através dos seus poderes constituídos, exerça a sua
competência tributária, será necessário balizar suas atividades nas limitações ao exercício
do poder de tributar dispostos na Constituição Federal.
Logo, conforme acima exposto, nenhum tributo poderá ser criado ou majorado sem
lei que o estabeleça. Portanto, via de regra, somente o Poder Legislativo poderá criar ou
majorar tributo, sempre mediante observação do devido processo legislativo.
119
Por fim, cabe dizer que tal possibilidade encontra-se respaldada em nosso texto
constitucional, em seu artigo 153, §1º da Constituição Federal:
120
d) 4ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá, igualmente, o Poder Executivo
Federal, mediante Medida Provisória, criar ou majorar qualquer espécie tributária.
Entretanto, para que assim o faça terá de atender a dois requisitos: que o tributo possa
ser criado por lei ordinária e que seja convertido em lei no mesmo ano de sua edição.
Diante do que compreendido pelo inciso supra citado todos terão tratamento
igualitário perante a norma tributária, carecendo somente de um trato desigual aqueles
que se apresentam em uma situação de desigualdade.
121
16.3 Princípio da Anterioridade
Diante disto, na forma do artigo 150, III, B, da Constituição Federal, todo tributo
criado ou majorado somente poderá ser exigido no primeiro dia do exercício seguinte, ou
seja, uma vez publicado, por exemplo, no ano de 2017, somente poderá ser exigido no
primeiro dia do ano de 2018.
122
E para evitar esta surpresa, houve uma alteração no texto constitucional, vindo a
criar o princípio da anterioridade nonagesimal. Assim, na forma do artigo 150, III, C, da
Constituição Federal, todo tributo criado ou majorado, somente poderá ser exigido após
90 (noventa) dias da publicação, justamente para evitar as surpresas acima citadas.
123
no mesmo ano de sua publicação: Imposto sobre Produtos Industrializados,
Contribuições Sociais e CIDE/ICMS Combustíveis.
Por fim, outra questão de grande valia sobre o princípio da anterioridade é de que
a modificação de prazo para pagamento, mesmo que venha a antecipar a
arrecadação/pagamento, não estará sujeita a anterioridade, na forma da Súmula
Vinculante nº 50 do STF.
Súmula Vinculante 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
124
E vale dizer, ainda, que a Constituição Federal não traz nenhuma mitigação ou
exceção. Entretanto, o Código Tributário Nacional nos apresenta 3 exceções a este
princípio:
125
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que
posteriormente modificada ou revogada.
§1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos
critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades administrativas ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto,
neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.
SÚMULA 70 STF
126
É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio
coercitivo para cobrança de tributo.
127
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e
os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
Tal princípio tem força coercitiva diretamente para a União. Assim, o presente ente
federativo, em razão do texto constitucional, não poderá tratar os demais entes
federativos e seus contribuintes de forma desigual. Exemplo: a incidência sobre o Imposto
de Renda que será considerado no Rio Grande do Sul, igualmente deverá ser no Rio de
Janeiro, não podendo haver tratamento diferenciado. A justificativa para a presente
norma cogente é: respeito à isonomia e ao pacto federativo.
Entretanto, o mesmo inciso I trabalha com uma mitigação onde faculta a União
conceder tratamento diferenciado na tributação de sua competência, a fim de
proporcionar desenvolvimento sócio econômico de determinada região. Aqui encontra-
se o clássico exemplo da Zona Franca de Manaus.
128
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.
129
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior,
nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior,
assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
130
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - IMUNIDADES
Sobre a presente espécie de imunidade genérica vale ressaltar que elas são
extensivas às autarquias e fundações públicas, na forma do artigo 150, §2º da Constituição
131
Federal, desde que a renda, patrimônio e serviços sejam destinados e/ou utilizados para
o cumprimento da finalidade essencial das referidas entidades públicas citadas.
Mas para que estas autarquias e fundações públicas gozem de imunidade elas
precisam cumprir alguns requisitos que estão dispostos no artigo 150, §3º e §4º da
Constituição Federal, isto é:
132
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas
mencionadas.
Portanto, gozarão desta imunidade toda e qualquer religião que prestigie um Deus,
que tenha como objetivo levar a palavra de Deus para toda uma comunidade. Entretanto,
para que estas religiões gozem desta espécie de imunidade genérica sobre seu patrimônio,
renda e serviços, deverão aplicar seu patrimônio ou renda auferida para o cumprimento
da finalidade essencial.
Logo, se a igreja ou templo faz um bingo para manter a “Casa do Senhor”, ou seja, a
renda auferida será revertida para a finalidade essencial, não terá que pagar impostos
sobre tal valor recebido. O mesmo vale para cobrança de dízimos, estacionamento para
fiéis ou até mesmo cemitério em nome da instituição religiosa. Tudo isso, observando o
que disposto no artigo 150, §4º da Constituição Federal.
133
c) 3ª Espécie – Art. 150, VI, C, CF – Imunidade Subjetiva: a presente imunidade
contempla algumas pessoas, ou seja, observando igualmente o artigo 150, §4º do CTN, os
partidos políticos e suas fundações, sindicato dos trabalhadores, instituições de educação
e de assistência social sem fins lucrativos, terão direito a não pagar impostos sobre seus
patrimônios, rendas e serviços, desde que observado o cumprimento da norma e a
finalidade essencial.
Vale ressaltar nesta imunidade, que as entidades de assistência social sem fins
lucrativos, na forma do artigo 195, §7º da Constituição Federal também terão imunidade
134
no que tange as contribuições sociais, tratando-se aqui de clássico exemplo de imunidade
específica.
E, caso estas pessoas venham a locar um imóvel seu e reverter os valores locatícios
para o cumprimento da finalidade essencial, gozarão desta imunidade? Sim, na forma da
Súmula Vinculante 52 e Súmula 724 do STF, continuarão a gozar desta imunidade
genérica.
135
ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº
75, de 15.10.2013)
Mas é importante que se diga: aqui a imunidade será apenas no tocante ao objeto
e não sobre eventual renda auferida com a venda do objeto ou imóvel pertencente a
fábrica do jornal.
E para gozarem desta imunidade quais são os requisitos necessários que devem
ser observados: transmitir um pensamento e ter uma ideia formalmente orientada
independentemente do conteúdo. Portanto, inclusive as revistas com apelo sexual
gozarão desta imunidade.
Já a lista telefônica gozará desta imunidade? Sim, visto que ela tem caráter
informativo.
Por fim, segue importante e recente julgado, que faz contemplar a presente
imunidade dos livros eletrônicos, decisão esta realizada pelo STF e reconhecida em sede
de repercussão geral.
136
digital. Suportes. Interpretação evolutiva. Avanços tecnológicos,
sociais e culturais. Projeção. Aparelhos leitores de livros
eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia da imunidade contida
no art. 150, VI, d, da Constituição, aponta para a proteção de
valores, princípios e ideias de elevada importância, tais como a
liberdade de expressão, voltada à democratização e à difusão da
cultura; a formação cultural do povo indene de manipulações; a
neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos
economicamente fortes e fracos, entre grupos políticos etc; a
liberdade de informar e de ser informado; o barateamento do
custo de produção dos livros, jornais e periódicos, de modo a
facilitar e estimular a divulgação de ideias, conhecimentos e
informações etc. Ao se invocar a interpretação finalística, se o
livro não constituir veículo de ideias, de transmissão de
pensamentos, ainda que formalmente possa ser considerado
como tal, será descabida a aplicação da imunidade. 2. A imunidade
dos livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua
impressão não deve ser interpretada em seus extremos, sob pena
de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu
alcance prático, ou de transformar a imunidade em subjetiva, na
medida em que acabaria por desonerar de todo a pessoa do
contribuinte, numa imunidade a que a Constituição atribui
desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da
competência tributária apenas abrange os impostos incidentes
sobre materialidades próprias das operações com livros, jornais,
periódicos e com o papel destinado a sua impressão. 3. A
interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no
futuro e levar em conta os novos fenômenos sociais, culturais e
tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas
imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a
constante atualização do alcance de seus preceitos. 4. O art. 150,
VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método
gutenberguiano de produção de livros, jornais e periódicos. O
vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito
desses bens finais. O suporte das publicações é apenas o
continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo
(corpus misticum) das obras. O corpo mecânico não é o essencial
ou o condicionante para o gozo da imunidade, pois a variedade de
137
tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro pode ter
aponta para a direção de que ele só pode ser considerado como
elemento acidental no conceito de livro. A imunidade de que trata
o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro digital
(e-book). 5. É dispensável para o enquadramento do livro na
imunidade em questão que seu destinatário (consumidor) tenha
necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os
signos da escrita. Quero dizer que a imunidade alcança o
denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados em
áudio, seja no suporte CD-Rom, seja em qualquer outro). 6. A
teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos
leitores de livros eletrônicos (ou e-readers) confeccionados
exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam
equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares que
auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos,
marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc. Esse
entendimento não é aplicável aos aparelhos multifuncionais,
como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de
meros equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais. 7.
O CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte. Aquilo que
está nele fixado (seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte
(o CD-Rom) quanto o livro (conteúdo) estão abarcados pela
imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição
Federal. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
TESE DA REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da
Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF na
internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária
constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico
(e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para
fixá-lo.” RE 330817-RJ
e) Por fim, segue um quadro retirado da obra do Professor Ricardo Alexandre que
trabalha as demais formas de imunidades previstas no texto constitucional. 4
4
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014. Página 509.
138
Fundamento Objeto/Pessoa/Operação imunizadas Tributos cuja
constitucional incidência é
impedida
Art. 5.º, XXXIV - Obtenção de certidões, exercício do direito de Taxas em geral
petição
Art. 5.º, LXXIII - Ação popular, salvo comprovada má-fé Custas judiciais
(consideradas
taxas pelo STF)
Art. 5.º, LXXVI - Registro civil de nascimento e certidão de Emolumentos
óbito, para os reconhecidamente pobres (considerados
taxas pelo STF)
Art. 5.º, LXXVII - Habeas corpus, habeas data e, na forma da lei, Custas judiciais e
atos necessários ao exercício da cidadania emolumentos
(considerados
taxas pelo STF)
Art. 149, § 2.º, I - Receitas decorrentes de exportação Contribuições
sociais e de
intervenção no
domínio
econômico
Art. 153, § 3.º, - Exportação de produtos industrializados IPI
III
Art. 153, § 4.º, II - Pequenas glebas rurais, definidas em lei, ITR
exploradas por proprietário que não possua
outro imóvel
Art. 153, § 5.º - Ouro definido em lei como ativo financeiro ou Tributos em geral,
c/c ADCT, art. instrumento cambial salvo CPMF e IOF
74, § 2.º
Art. 155, § 2.º, X - Exportações de mercadorias e serviços; ICMS
- Operações que destinem a outros Estados
petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
139
líquidos e gasosos dele derivados, e energia
elétrica;
- Prestações de serviço de comunicação nas
modalidades de radiodifusão sonora e de sons
e imagens de recepção livre e gratuita
Art. 155, § 3.º - Operações relativas a energia elétrica, Impostos em
serviços de telecomunicações, derivados de geral, exceto II, IE
petróleo, combustíveis e minerais do País e ICMS
Art. 156, § 2.º, I - Transmissão de bens ou direitos ITBI
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital;
- Transmissão de bens ou direitos decorrente
de fusão, incorporação, cisão ou extinção de
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a
atividade preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou direitos,
locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil
Art. 184, § 5.º - Operações de transferência de imóveis Impostos em geral
desapropriados para fins de reforma agrária
Art. 195, II - Rendimentos de aposentadoria e pensão Contribuição
concedidas pelo regime geral de previdência previdenciária
social
Art. 195, § 7.º - Entidades beneficentes de assistência social Contribuições
que atendam às exigências estabelecidas em lei para
financiamento da
seguridade social
Art. 226, § 1.º - Celebração do casamento civil Taxas em geral
Art. 85 do ADCT - Contas-correntes de depósito especialmente CPMF
abertas e exclusivamente utilizadas para
operações de:
140
a) câmaras e prestadoras de serviços de
compensação e de liquidação de que trata o
parágrafo único do art. 2.º da Lei 10.214, de 27
de março de 2001;
b) companhias securitizadoras de que trata a
Lei 9.514, de 20 de novembro de 1997;
c) sociedades anônimas que tenham por objeto
exclusivo a aquisição de créditos oriundos de
operações praticadas no mercado financeiro;
- Contas-correntes de depósito, relativos a:
a) operações de compra e venda de ações,
realizadas em recintos ou sistemas de
negociação de bolsas de valores e no mercado
de balcão organizado;
b) contratos referenciados em ações ou índices
de ações, em suas diversas modalidades,
negociados em bolsas de valores, de
mercadorias e de futuros;
- Contas de investidores estrangeiros, relativos
a entradas no País e a remessas para o exterior
de recursos financeiros empregados,
exclusivamente, em operações e contratos
referidos nas letras “a” e “b” do item anterior.
141
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
A legislação tributária, muito embora ignorada por grande parte dos “oabzeiros
fiscais” tem relevante importância para a resolução de questões do Exame da Ordem em
Direito Tributário. Outrossim, tal temática também enseja inúmeras dúvidas, o que
tentarei dirimir através de um texto sistematizado.
E a primeira grande questão que é recorrente é: qual tipo normativo poderá criar
e/ou majorar tributo? Via de regra, será mediante lei ordinária, possível a criação ou
majoração. Entretanto, existem 4 (quatro) espécies tributárias que somente poderão ser
criadas ou majoradas mediante lei complementar: Imposto Residual (art. 154, I, CF),
Contribuição Social Residual (art. 195, §4º, CF), Imposto sobre Grandes Fortunas
(art. 153, VII, CF) e Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF).
Para que sejam criados esses tributos, seja por meio de lei ordinária ou
complementar, o legislador terá que ater-se a uma série de requisitos e imposições legais
descritas em lei complementar. Portanto, via de regra, normas gerais de direito tributário
somente poderão ser realizadas mediante lei complementar, na forma do artigo 146 da
Constituição Federal.
E onde estão estas normas gerais de direito tributário? Estão no Código Tributário
Nacional, visto que este foi recepcionado como lei complementar pela Constituição
Federal de 1988.
Importante ainda referir que tal temática tem vínculo com o princípio da
legalidade. Portanto, muito embora acima cita-se a possibilidade de criação ou majoração
de tributo mediante lei ordinária, não podemos esquecer que Medida Provisória também
assim poderá fazer, uma vez obedecidos os requisitos do artigo 62, §2º da Constituição
Federal.
142
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO
Ainda, sobre o referido artigo, mais precisamente na forma do parágrafo 3º, uma
vez o contribuinte não realizando ou cumprindo com sua obrigação acessória, surgirá
uma obrigação principal (multa).
143
19.1 Elisão Fiscal
Mas afinal de contas, quem poderá cobrar e quem irá pagar a obrigação tributária?
Serão, respectivamente, o sujeito ativo e passivo da relação tributária.
O sujeito ativo, na forma do artigo 119 do CTN, é toda pessoa jurídica de direito
público que tem a competência constitucional para criar e/ou exigir o crédito tributário,
observando a norma e a realização do fato gerador pelo contribuinte.
144
responsável (não realiza o fato gerador, mas a norma legal lhe atribui o dever de pagar
tributo).
19.4 Da Solidariedade
Reza o artigo 124 do CTN que os sujeitos passivos poderão ser solidariamente
obrigados, caso exista interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal. Lembrando, ainda, que tal solidariedade não comportará benefício
de ordem, ou seja, quem pagará primeiro ou não.
145
19.5 Da Capacidade Tributária
Não basta a ocorrência do fato gerador para que o tributo possa ser constituído e,
consequentemente, exigido do contribuinte. Para que o mesmo possa ser cobrado faz-se
necessário que ocorra o lançamento. Logo, conclui-se que a constituição do crédito
tributário ocorrerá por meio do ato administrativo de lançamento.
A primeira espécie de lançamento é a de ofício, regulada pelo artigo 148 do CTN.
Nessa hipótese de constituição do crédito, o fisco identifica a ocorrência do fato gerador,
faz o cálculo do valor devido, emite à guia e notifica o contribuinte. Portanto, aqui teremos
apenas a participação da fazenda pública, em nada participando o contribuinte. São
exemplos de lançamento de ofício: IPVA, IPTU, Taxas, Contribuição de Iluminação Pública.
A segunda espécie de lançamento é a por declaração, regulada pelo artigo 147 do
CTN. Aqui o contribuinte apenas irá informar ao fisco que realizou o fato gerador, sendo
de atribuição da fazenda pública os demais itens para ensejar a cobrança do crédito
tributário. O fisco irá calcular o valor do tributo e emitir a guia. São exemplos de
lançamento por declaração: ITBI, ITCMD.
Por fim, a terceira espécie para constituição do crédito tributário é o lançamento
por homologação. Na forma do artigo 150 do CTN será o contribuinte que irá declarar a
existência do fato gerador, fará o cálculo do tributo devido, bem como irá emitir a guia
para pagamento. Trata-se da regra de constituição do direito tributário. São exemplos
deste lançamento por homologação: IR, IPI, ICMS, ISS, entre outros.
146
DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
5
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014. Página 1005.
147
A primeira hipótese de suspensão prevista no rol é a moratória. Este instituto
trata-se da concessão, mediante lei específica do ente competente, do aumento do prazo
para pagamento do crédito tributário devido. Logo, caso o contribuinte albergue-se em lei
que concede moratória, terá prazo dilatado para o pagamento do tributo.
148
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera
direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure
que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as
condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos
para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de
juros de mora (...)
Por fim, é importante colacionar que, via de regra, a moratória é concedida por lei
do ente competente. Entretanto, mitigando tal informação, na forma do art. 152, I, B, da
CF, a União poderá conceder moratória de tributos que não são de sua competência
(Estados, DF e Municípios) desde que faça o mesmo com seus tributos.
6
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014. Página 1037.
149
(quero pagar e não posso) com o artigo 542, I, do CPC, compreende-se que, neste caso,
apenas o depósito será condição de ação.
Para ocorrência de quaisquer uma destas formas terá o contribuinte que solicitar,
ou seja, fazer pedido expresso para a concessão, bem como o magistrado, para o
deferimento, poderá solicitar a realização de caução para garantir indenização em caso de
eventual dano à parte prejudicada.
150
Por fim, é importante lembrar que a concessão de tais medidas não impedirá a
fazenda pública de efetuar o lançamento.
Por fim, finalizando o presente capítulo, cumpre informar que, ocorrendo qualquer
uma das hipóteses de suspensão, suspenderá apenas a obrigação principal (de pagar),
devendo o contribuinte continuar a efetuar o cumprimento das obrigações acessórias (de
fazer ou não fazer).
151
DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Caso o pagamento do tributo devido não seja feito no prazo legal, os efeitos
moratórios serão automáticos, na forma do artigo 161 do CTN.
7
ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014. Página 1067.
152
*para todos verem: esquema
153
obrigações, visando terminar litígios. Na forma do artigo 171 do CTN ela somente irá
terminar litígios, não cabendo, portanto, transação de forma preventiva.
A remissão, diferente da anistia, poderá perdoar tributo e multa. Além disso, por
tratar-se de forma de extinção do crédito tributário, somente poderá existir de créditos já
constituídos (lançados).
Por fim, teremos a remissão de forma individual ou geral, devendo utilizar-se dos
parâmetros da moratória para realização.
154
Ademais, ressalta-se: o lançamento é exatamente o marco que separa, na linha do
tempo, a prescrição da decadência.
Importante ainda dizer que: o termo inicial do prazo decadencial não é exatamente
a data da ocorrência do fato gerador, mas uma data em torno deste momento (via de regra,
o primeiro exercício financeiro subsequente). Mas no caso do lançamento por
homologação, contudo, o termo inicial pode coincidir com precisão com a data do fato
gerador.
O prazo decadencial é de 5 anos. Outrossim, a decadência tem algumas regras
próprias que veremos abaixo.
O término do prazo para a homologação, sem que esta tenha sido expressamente
realizada, não apenas configura homologação tácita, mas também decadência do direito
de constituir o crédito relativo a qualquer diferença.
155
Assim, se o contribuinte antecipou o pagamento dentro do prazo legal, mesmo que
o valor recolhido tenha sido ínfimo, a homologação tácita ocorrerá em cinco anos,
contados da data do fato gerador.
Mas atenção aos casos de lançamento por homologação onde não houver
lançamento ou ele for realizado com dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial
passará para a regra geral (art. 173, I, do CTN, ou seja, 1º dia do exercício subsequente.
Cuidado que a FGV ainda insiste em cobrar o prazo decadencial para a realização
do lançamento das contribuições para o financiamento da seguridade social. A própria lei
fala em 10 anos, mas o STJ, em 2007, e o STF, em 2008 (súmula vinculante nº 8), decidiu
que tal prazo é inconstitucional, sendo o mesmo igual aos demais (5 anos).
Prescrição
Conforme o artigo 174 do CTN o prazo de prescrição é de cinco anos, iniciando sua
contagem da data da constituição definitiva do crédito tributário.
Mas cuidado: não será com a notificação que o crédito estará definitivamente
constituído, mas sim, não havendo pagamento ou impugnação (ou após o processo
156
administrativo), e ultrapassado o prazo para pagamento do crédito tributário sem
pagamento, é que começará a fluir o prazo prescricional.
157
DA EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
22.1 Isenção
Isenção
158
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos
exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo
caso, o prazo de sua duração.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região
do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares.
Logo, conforme acima exposto, a isenção, via de regra, poderá ser revogada a todo
e qualquer tempo, com exceção da isenção onerosa, que é aquela realizada por condição
e tempo, na forma do artigo 178 do CTN. Tal isenção onerosa é aquela realizada na maioria
das vezes quando uma empresa deseja instalar-se em determinado local (condição) e
deseja por certo período (tempo) não pagar tributo. Essa, em razão da segurança jurídica,
não poderá ser revogada a qualquer tempo.
Ainda, sobre isenções, cabe dizer que a sua concessão, em razão de tratar-se de um
benefício para o contribuinte, não observará a anterioridade, bem como na forma do
artigo 177 do CTN, via de regra, não se estenderá a taxas e contribuições de melhoria,
salvo previsão expressa em norma.
159
Importante referir que as isenções poderão ter caráter individual ou geral. A de
caráter individual só alcançará determinadas pessoas, que preenchem requisitos,
mediante análise da autoridade administrativa competente. Ainda, ela não gerará direito
adquirido, justamente em face da necessidade da análise dos requisitos para sua
concessão.
Por fim, cumpre mencionar questão recorrente em prova sobre isenção: trata-se
das isenções de ICMS. Estas somente poderão ser realizadas mediante convênio e não por
meio de lei, na forma do artigo 155, §2º, XII, G, da CF combinado com a Lei Complementar
24/75. Tudo isso a fim de evitar guerra fiscal entre os entes federativos.
22.2 Anistia
160
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e
aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo,
fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em
benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de
conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Tal anistia poderia ser realizada, inclusive, sobre determinado território e/ou
região, sendo possível, portanto, a delimitação da extensão do referido instituto.
E, por fim, o referido instituto político poderá ser concedido em caráter geral e
individual, obedecendo os mesmos critérios da isenção.
161
DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Via de regra, todo tributo será satisfeito pela pessoa que realiza o fato gerador, ou
seja, aquele que tem vínculo direto com a realização da hipótese descrita em norma legal.
Entretanto, o artigo 121 do CTN afirma que será também sujeito passivo da relação
tributária, além do contribuinte, o responsável.
Mas afinal de contas quem é o responsável? É aquele que não tem vínculo direto
com à realização (fato) da hipótese prevista na norma, entretanto, a lei lhe atribuí
responsabilidade para satisfazer o crédito tributário.
Como a presente obra não tem o condão de exaurir qualquer matéria exposta,
vamos trabalhar especificamente a responsabilidade por transferência (sucessão e
terceiros), que está disciplinada entre os artigos 130 até 135 do CTN.
162
O que disposto no artigo supra, trata-se da responsabilidade dos adquirentes de
bens imóveis. Portanto, todos os tributos devidos, relativos ao bem imóvel (impostos,
taxas e contribuição de melhoria) serão transferidos ao adquirente do bem.
Por fim, ainda sobre o referido artigo, cabe dizer que a mesma hipótese de
responsabilidade será do adquirente de bem móvel, na forma do artigo 131, I, do CTN.
Outrossim, decidiu o STJ que as possibilidades de não pagamento dos débitos para o
presente caso pelo adquirente, aplicam-se as mesmas regras expostas para o artigo 130
do CTN.
b. Inciso II e III:
a. Responsável é o Espólio.
b. Responsável é o Cônjuge Meeiro.
c. Responsável Sucessor à Qualquer Título
i. Só ocorrerá após a sentença de partilha.
163
a. Fusão, Transformação, Incorporação.
b. Operação Societária é o exemplo.
c. Cuidado que Cisão também é: Lei S.A.
d. Responsável: Unidade Resultante.
164
DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA, GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A denúncia espontânea é o famoso instituto que imita a delação premiada no direito penal.
Ela ocorrerá quando o contribuinte e/ou responsável realizar um fato gerador e, posteriormente
a sua ocorrência, o realizador do fato gerador vem realizar tal comunicação junto a autoridade
fazendária.
Mas lembre-se da condição disposta na norma: tal fato gerador deverá ser totalmente
desconhecido da autoridade fazendária, sob pena de ser impossível utilizar-se do referido
instituto.
Por fim, e não menos importante: aplica-se o instituto da denúncia espontânea aos tributos
sujeitos ao lançamento por homologação, desde que estes não venham a ser declarados. Acaso
declarados, por mais que não sejam pagos e/ou cobrados, não poderá mais o sujeito passivo
utilizar-se de tal benefício na forma da súmula 360 do STJ.
165
Na forma do artigo supra citado, o crédito tributário poderá servir-se, via de regra,
de quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive aquelas gravadas
com cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. Entretanto, os bens descritos no
artigo 833 do CPC e na lei 8.009/90 (único bem imóvel – família) serão impenhoráveis.
Mas tenha cuidado, visto que na própria lei 8.009/90 (art. 3º) temos uma exceção
à impenhorabilidade por dívida fiscal, visto que quando o crédito tributário for oriundo
do bem imóvel, ele poderá ser penhorado para pagamento destes débitos (exemplo: IPTU,
Taxa, Contribuição de Melhoria).
Reza o artigo acima que será presumida fraude toda vez que ocorrer alienação
(venda) de bens com a finalidade de não pagar tributo. O lapso temporal para definição
da referida fraude é a inscrição em dívida ativa. Ainda, afirma o parágrafo único do
referido artigo que apenas não será considerado fraude se o devedor conservar bens
suficientes para à satisfação do crédito tributário.
Sobre o artigo, ainda é importante lecionar que não aplicamos para efeitos de
Execução Fiscal a Súmula 375 do STJ, visto que aqui trata-se de norma especial.
166
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual
for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os
créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de
trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extra concursais
ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei
falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor
do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência
dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
167
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Vale ressaltar que o exercício desta administração tributária deverá ser sempre
balizada observando-se os ditames legais, bem como a capacidade contributiva e
econômica do contribuinte.
Leciona o artigo 194, §º único do CTN que qualquer livro do contribuinte poderá
ser fiscalizado, mesmo de pessoa que goza de imunidade ou isenção.
Também ensina o artigo 195, §º único do CTN que o contribuinte deverá guardar
todos os documentos fiscais dentro do prazo prescricional. E lembre-se: cuidado ao
observar apenas o prazo de 5 anos, visto que por vezes o crédito poderá ter sofrido
interrupção ou suspensão da prescrição, devendo, portanto, o contribuinte ter cuidado
com a contagem do prazo.
Na forma do artigo 199 do CTN as fazendas públicas poderão cooperar entre si,
inclusive fazendo trocas de informações.
168
DOS IMPOSTOS EM ESPÉCIE
COMPETÊNCIA
• Uniao;
• Decreto 4.382/2002.
169
SUJEITO PASSIVO:
• Proprietario;
(e sobre propriedade);
FATO GERADOR
• Propriedade;
• Domínio util;
• Posse de imovel;
Conforme o STJ nao. Nesse caso existira perda do domínio e atributos da propriedade.
ELEMENTO TEMPORAL
ELEMENTO ESPACIAL
170
• Propriedades que estejam fora da zona urbana.
BASE DE CÁLCULO
ALÍQUOTAS
• Serao proporcionais;
• Serao progressivas;
➢ Carater extrafiscal;
• Enquanto nao for transferida a propriedade = nao paga, salvo se houver imissao
previa da posse.
• E a imunidade do artigo 184, §5º da CF, combinado com o art. 1º, §1º, da lei
9.393/96.
LEGITIMIDADE PROCESSUAL
171
• Município que exerce capacidade ativa tributaria devera compor polo no processo.
COMPETÊNCIA
• Uniao;
• Bancos;
• Caixas economicas;
• Corretoras;
• Lojas de cambio;
SUJEITO PASSIVO
172
➢ Ficara a criterio do legislador ordinario.
• Decreto 6.306/07:
➢ PF e PJ tomadoras de credito;
➢ Compradores e vendedores de moeda estrangeira;
➢ PF e PJ seguradas;
➢ Adquirentes de títulos ou valores imobiliarios;
➢ Instituiçoes autorizadas = primeira aquisiçao de ouro.
FATO GERADOR
QUESTÕES DE PROVA
BASE DE CÁLCULO
173
ALÍQUOTAS
COMPETÊNCIA
• Uniao;
• INCIDIRÁ SOBRE:
174
➢ Inserçao no territorio nacional de bens procedentes de outros países;
➢ Vide artigo 19 do CTN.
SUJEITO PASSIVO
FATO GERADOR
• Momento da apresentaçao;
➢ Poderao ser registrados antes da entrada: plantas, animais vivos, papel para
impressao.
CUIDADO!
➢ Circuito da formula 1;
➢ Feiras e exposiçoes.
175
➢ Devoluçao da mercadoria por defeito;
BASE DE CÁLCULO
• Quantidade de mercadorias;
ALÍQUOTAS
• ESPECIFICA
• AD VALOREM
QUESTÕES DE PROVA
• Drawback;
176
26.1.4 Imposto de Exportação
COMPETÊNCIA
• Uniao;
SUJEITO PASSIVO
FATO GERADOR
CUIDADO: A guia podera ser exigida pela Receita Federal antes mesmo da saída do
produto.
BASE DE CÁLCULO
177
OBS: O fisco nao esta vinculado ao valor da fatura.
ALÍQUOTAS
• Atualmente e de 30%.
QUESTÕES DE PROVA
• REGRAS DE DESONERAÇÃO
COMPETÊNCIA
• Uniao;
178
TEM FUNÇÃO REGULATÓRIA DE MERCADO
SUJEITO PASSIVO:
• Importador;
• Industrial;
FATO GERADOR:
• Importaçao;
• Aquisiçao em leilao;
CUIDADO: O STJ entende que nao incide IPI de veículo importado para uso proprio.
CONCEITO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
BASE DE CÁLCULO
179
• Preço normal, acrescido do Imposto de Importaçao;
➢ + encargos cambiais.
➢ + tarifas aduaneiras.
• Preço da arremataçao.
ALÍQUOTAS
• Proporcional;
COMPETÊNCIA
• Uniao;
SUJEITO PASSIVO
➢ Empregado = contribuinte.
➢ Empregador = responsavel.
180
FATO GERADOR
BASE DE CÁLCULO
ALÍQUOTAS
QUESTÕES DE PROVA
• Súmula 125, STJ – Não incide IR sobre renda auferida por férias não gozadas.
• Súmula 215, STJ – Não incide sobre indenização – programa de demissão voluntária.
• Súmula 498, STJ – Não incide sobre dano moral.
• Súmula 463, STJ – Incide sobre horas extraordinárias recebidas.
181
• Súmula 556, STJ – Não incide IR no valor da complementação de previdência privada =
anos de 89/95.
• Súmula 447, STJ – Entes que fazem retenção serão partes nas ações.
COMPETÊNCIA
• Municípios e DF;
• Artigos156, I, da CF;
• E política e indelegavel.
182
• Proprietario (pleno com registro);
CUIDADO:
• Locatario nao sera responsavel pelo IPTU;
➢ Impugnar lançamento;
➢ Proprietario;
183
• Imovel urbano com area de preservaçao permanente.
FATO GERADOR
• Propriedade;
• Domínio util;
CUIDADO: Imovel situado em zona urbana, mas que explore atividade de zona rural, como
plantaçao, criaçao de galinha, sera cobrado ITR, com fundamento no artigo 15, dl 57/66.
• Temporal: anual.
184
• Valor venal do imovel.
ALÍQUOTAS DO IPTU
• Sera progressiva;
COMPETÊNCIA
• Municípios e DF;
REGRA
• O ISSQN sera pago no local do estabelecimento do prestador do serviço.
185
QUEM PAGARÁ O ISSQN
FATO GERADOR
• E a prestaçao do serviço;
• Pela empresa ou profissional autonomo;
• Com ou sem estabelecimento fixo;
• De serviços constantes na lista anexa da LC 16/03.
BASE DE CÁLCULO
ALÍQUOTAS
186
➢ Alíquota maxima = 5% - artigo 8º da LC 16/03.
ATENÇÃO:
A QUALQUER TÍTULO
➢ Exceto os de garantia.
COMPETÊNCIA
• Município e DF;
• Lei Ordinaria.
SUJEITO PASSIVO
187
• Podera ser:
➢ Transmitente;
ELEMENTO ESPACIAL
ELEMENTO TEMPORAL
FATO GERADOR
BASE DE CÁLCULO
ALÍQUOTAS
188
ATENÇAO: Nao incidira ITBI sobre transmissao de bens imoveis incorporados a pessoa
jurídica para realizaçao de capital, nem sobre operaçoes societarias, salvo se as empresas
• Em razao de doaçao.
ATENÇAO: No inventario por morte presumida, que voce nao sabe o fato gerador, tera
COMPETÊNCIA
189
• Bens deixados por alguem que mora no exterior.
BASE DE CÁLCULO
• Valor venal dos bens.
ALÍQUOTAS
• Será definida pelo Senado Federal;
• Atualmente a alíquota máxima é de 8% - resolução 9/92;
• No imposto causa mortis é devido a alíquota – da morte;
• O STF disse que as alíquotas são progressivas (caráter pessoal).
COMPETÊNCIA
• Estados e DF.
190
SUJEITO PASSIVO
• Proprietário;
• Adquirente;
• Titular de domínio útil;
• Possuidor com animus domini.
E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:
➢ Transporte intermunicipal e interestadual;
➢ Comunicação.
COMPETÊNCIA
• Estados e DF;
• Vide artigo 155, II, da CF;
• Vide lei complementar 87 de 1996.
SUJEITO PASSIVO
• Artigo 4º da lei complementar 87;
191
• Pessoas que pratiquem circulação de mercadorias;
• Importadores de qualquer natureza (PF ou PJ);
• Transporte intermunicipal e interestadual;
• Serviços de comunicação.
CONCEITO DE CIRCULAÇÃO
• Quando ocorrer mudança de titularidade do bem. O bem sai de uma titularidade e passa
para outra.
CONCEITO DE MERCADORIA
• Coisa que constitua objeto de venda.
• São aquelas mercadorias que serão comercializadas.
• O objeto da empresa não é venda de carros. Logo, se vender ativo fixo, não terá de pagar
ICMS.
192
NÃO INCIDIRÁ ICMS:
• Sobre coisas corpóreas que não sejam mercadorias;
• Na alienação de bens do ativo fixo ou imobilizado;
• Na simples transferência de mercadorias – Súmula 166 do STJ;
• Na remessa de mercadorias para mostruário ou consignação.
ALÍQUOTA DO ICMS
• Teremos internas (cada Estado fixará livremente).
➢ A depender do produto.
• Teremos Interestaduais (Resolução 22 do Senado Federal).
➢ Que não tem nos Vades.
➢ Trata-se da Emenda Constitucional 87 de 2015.
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ALÍQUOTA INTERESTADUAL
• Foi fixada pelo Senado Federal - Resolução 22/89.
• Previsão legal: Art. 155, §2º, VII, VIII, da CF.
• A partir de 1990:
➢ Será de 7% ou 12% (Conforme Estado de destino).
ALÍQUOTA INTERESTADUAL
• Se o Estado de destino for:
➢ Norte, Nordeste, Centro Oeste e Espírito Santos = pago 7%.
• Mas se o Estado de destino for:
➢ Sul ou Sudeste = pago 12%.
• Tais alíquotas vão ocorrer independentemente do produto.
• Chamamos de alíquotas genéricas.
➢ Assim, se a empresa Nini machão, situada em POA-RS, vender para o Sul ou Sudeste pagará
12% de ICMS. Já se vender para o Norte, Nordeste, Centro Oeste ou Espírito Santos pagará 7% de
ICMS.
MAS ATENÇÃO: Se a empresa estiver situada em Natal – RN, sempre pagará 12% de ICMS, eis
que estará na região Norte, Nordeste, Centro Oeste, ES. Assim, não interessa para onde venderá.
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➢ Vamos imaginar que em Natal – RN a alíquota interna seja de 17%. O DIFAL, PORTANTO,
SERÁ: 17% - 7% = 10%
➢ Agora, se o destinatário, em Natal – RN, for alguém que não seja contribuinte de ICMS, a
CF mandará a empresa Nini machão pagar o DIFAL, conforme o Art. 155, §2º, VIII, b, da CF.
• Tais mudanças quebraram as vendas pela internet. A maioria das vendas são para não
contribuintes, no tocante as operações interestaduais. Logo, as lojas deverão recolher:
➢ Tanto as alíquotas do envio.
➢ Como as alíquotas dos destinos.
• Foi por essa razão que a Emenda Constitucional nº 87 também inseriu o art. 99 da ADCT,
alterando as regras de repartições.
➢ Criou-se uma regra de transição para que os Estados de origem não sintam tanto esta
mudança até 2018.
• Voce, pessoa física, resolve importar roupas dos EUA. Voce estara diante do
pagamento de ICMS?
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• Fornecimento de água potável por empresa concessionárias, não é tributável.
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TAXAS
Observando, ainda, o referido artigo, que dá competência aos entes para criação de
taxas, verifica-se a existência de duas espécies de taxas:
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Art. 78 – CTN - Considera-se poder de polícia a atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de
polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites
da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou
desvio de poder.
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taxa poderá ser cobrada mesmo se o serviço não for utilizado, visto que o referido tributo
poderá ser cobrado em face da disponibilização do serviço pelo ente competente.
Por fim, vale ressaltar que as custas judiciais são espécies de taxa, podendo, assim,
ser criadas somente mediante lei ordinária do ente competente. Ademais, sofrem
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limitações e deverão observar todos os demais princípios e limitações impostas ao poder
de tributar.
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CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
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Por fim, a título ilustrativo e exemplificativo, cabe ressaltar que a contribuição de
melhoria poderá ser cobrada quando da realização do primeiro asfalto, mas não quando
for retificado o mesmo, ou seja, quando for feito mero recapeamento.
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EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
Por fim, é importante ressaltar sobre a presente espécie tributária, que trata-se de
tributo vinculado, ou seja, a arrecadação deverá ir diretamente para o caixa que gerou sua
criação, bem como será temporário e restituível. Tal restituição, conforme o STF, deverá
ser em dinheiro, observando a regra do artigo 3º do CTN e não em títulos de dívida
pública.
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CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL
Vale ressaltar que estas contribuições sociais gerais respeitam os dois princípios
da anterioridade.
Tem previsão geral no artigo 149 da Constituição Federal, mas objetivamente está
expressa e identificada no artigo 194 da mesma Carta Mãe. Será criada (regra) pela União
através de edição de lei ordinária.
Mas tenha cuidado: uma nova Contribuição Social Residual, ou seja, que não existe
ainda, somente poderá ser criada pela mesma União, mediante Lei Complementar, na
forma do artigo 195, §4º da Constituição Federal. Vale ressaltar, ainda, que tal
contribuição residual obedecerá os requisitos do artigo 154, I, da Constituição Federal, ou
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seja: não poderá ser cumulativa e deverá ter fato gerador/base de cálculo diversa das
demais contribuições.
Portanto, fique atento: Contribuição Social Residual jamais poderá ser criada por
Medida Provisória, na forma do artigo 62, §1º, III, da Constituição Federal.
Importante ressaltar que, observando o que disposto na parte final do artigo 195,
II, da Constituição Federal, o trabalhador segurado aposentado pelo regime geral terá
imunidade, ou seja, não precisará pagar mais a presente contribuição em razão de sua
pensão ou aposentadoria. Mas vale dizer ainda: se ele laborar em outro local, mesmo
aposentado, terá que recolher contribuição sobre os vencimentos recebidos referente ao
seu labor.
Outra questão que costuma aparecer sempre em prova é que, na forma do artigo
195, §6º da Constituição Federal, as contribuições sociais, estas cujas quais servem para
financiar a saúde, seguridade e assistência, mesmo que majoradas, deverão aguardar
apenas 90 (noventa) dias. Logo, se majorar alíquota de CSLL ou criar uma nova
Contribuição Social Residual, a União terá que aguardar apenas a anterioridade
nonagesimal, na forma do artigo 150, III, C, da Constituição Federal.
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• PIS e COFINS para Importação.
Sobre a presente contribuição é importante ressaltar que ela poderá ser reduzida
ou restabelecida por Decreto e somente respeitará a anterioridade nonagesimal quando
for restabelecida, observando o que disposto no artigo 177, §4º, I, B, da Constituição
Federal.
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30.5 Contribuição de Interesse de Categoria Profissional
No tocante a contribuição paga para a Ordem dos Advogados do Brasil, ela também
não trata-se de tributo, visto que, conforme o STF, o órgão representativo dos advogados
tem regime jurídico sui generi. Portanto, caso o advogado venha a atrasar ou não
satisfazer sua contribuição, o presente conselho não poderá utilizar-se da Execução Fiscal
para cobrar o valor devido.
Importante ainda dizer que, segundo o STF, poderão os entes cobrar a contribuição
inclusive daqueles contribuintes que sequer apresentam energia elétrica em seus lares,
bem como terão valores progressivos, conforme o consumo do respectivo sujeito passivo.
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Após analisadas as contribuições, faz-se necessário estabelecer algumas
características básicas e notáveis de cada uma delas:
Assim, mais precisamente sobre o item B, cai ao lanço afirmar que, diferente dos
impostos que irão para um caixa geral, as contribuições (todas) terão finalidade e destino
especial para determinado órgão.
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