seu criador Eric Berne se trata de um “plano” inconsciente sobre a própria vida construído
na infância em função da necessidade humana de apego e de formar uma identidade e uma
organização interna das experiências afetivas. A criança, até os 7 anos, necessita dar uma
primeira resposta às perguntas: Quem sou eu?, Quem são estas pessoas? Que farei da
vida? Na realidade, nesta idade não se trata de uma necessidade do tipo existencial, mas
de uma necessidade psicológica para sobreviver. O que ocorre é que os primeiros registros
com que se responde a estas perguntas se vão organizando das experiências que se vivem
com as figuras de apego, em especial com os pais, como também com outras figuras
cuidadoras que seriam como espelhos nos quais a criança vai se descobrindo; no entanto,
estas pessoas com as quais a criança está vinculada, com frequência, não são tão
fidedignos como deveriam ser em relação às necessidades de um ser em
desenvolvimento. O que acontece é que com as imagens que se constroem da interação
com os demais, a criança vai registrando (somaticamente) e configurando (psiquicamente)
as primeiras conclusões sobre sua identidade e as relações com as pessoas e a vida, são
constructos prematuros e sujeitos às “falhas” decorrentes de relações de apego que podem
não ser suficientemente adequadas para o crescimento saudável. O resultado destas
experiências que chamamos Script de vida.
Por tanto, o script de vida está baseado nas influências parentais e nas sensações e
decisões que se vão tomando diante delas para poder sobreviver no sentido não somente
físico, como também psíquico. Ainda que desde a vida intrauterina haja um registro
experiencial somático que funciona como gênese do script de vida (de maneira pré verbal) é
posteriormente principalmente entre os 2 e os 7 anos de idade aproximadamente, quando a
criança vai “escrevendo” o script, sendo na adolescência o período em que se reformula e
se consolida este esquema inconsciente.
O script de vida pode se comparar à uma obra de teatro que a pessoa vai encenando ao
longo da sua vida, "buscando" inconscientemente os atores que vão assumir os
personagens da obra dando continuidade e sentido a sua forma de estar nol mundo.
Como estratégia inconsciente para sobreviver (muito útil num momento de tanta
vulnerabilidade e poucos recursos como a infância), pode vir a ser consciente e passível de
mudança, de forma a que se possa tomar novas percepções e decisões que favoreçam
uma vivência mais satisfatória e livre.
A psicoterapia é um espaço onde se pode viver este processo de tomada de consciência e
transformação, não somente num nível mental, mas também num nível emocional,
proporcionando inclusive uma vivência diferente de si mesmo e das relações com o mundo.
No espaço de terapias temos uma profissional que trabalha com a Análise Transacional.