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Nº NOME RA ASSINATURA

1 JOCELMA SENA LOIOLA BUCK 2016001246

Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL CONTEMPORÂNEO DATA: 28/10/2020


Prof: CESAR VENANCIO TURMA: DIR_10_ 2020/1

FOLHA DE RESPOSTA:

Entrega digital no e-mail: cesar.karu@gmail.com;

O recebimento deste trabalho será valido até o dia: 03/11/2020 - TERÇA

A entrega digital após a data estabelecida será considerada NULA;

1. São hipóteses de perda da nacionalidade;


a) Por sentença judicial transitada em julgado, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, hipótese
que incide apenas aos brasileiros naturalizados.
b) Por decisão do Ministério da Justiça, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, hipótese que inci-
de aos brasileiros natos ou naturalizados.
c) Por aquisição voluntária de outra nacionalidade, hipótese que incide apenas ao brasileiro nato.
d) Por ato do Ministério da Justiça, em virtude de aquisição voluntária de outra nacionalidade, hipótese que in-
cide apenas ao brasileiro naturalizado.

2. Assinale (1) para o que diz respeito a brasileiros natos, e (2) para o que diz respeito a brasileiros naturalizados.

(1) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
a serviço de seu país.
(2) Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
(2) Os que, na forma da lei, adquiriram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas a residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
(1) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) 2 – 1 – 2 – 1.
b) 1 – 1 – 2 – 2.
c) 2 – 1 – 1 – 2.
d) 2 – 2 – 1 – 1.
e) 1 – 2 – 2 – 1.

3. James é americano e residia há mais de quinze anos no Rio de Janeiro quando obteve a nacionalidade brasi-
leira. Em virtude de sua atividade profissional, viajou ao País Z com a finalidade de ali fixar residência e traba-
lho. Residindo naquele país, James soube que a lei local condicionava sua permanência e trabalho à aquisição
da nacionalidade local, razão pela qual solicitou e obteve a nacionalidade do País Z. Três anos após obter tal
nacionalidade, James retornou definitivamente ao Brasil e foi informado que seu título eleitoral havia sido can-
celado, tendo como fundamento a perda da nacionalidade brasileira pela voluntária aquisição da nacionalidade
no País Z. Ao tomar conhecimento desses fatos, o Promotor de Justiça com atribuição eleitoral solicitou ao corpo
de estagiários que pesquisasse as regras da Constituição Federal de 1988 a respeito da nacionalidade brasileira.
Considerando que os fatos narrados nesse hipotético caso sejam verdadeiros, se você fosse o estagiário forense
encarregado de pesquisar na Constituição Federal brasileira a resposta para a situação de James e informar ao
Promotor de Justiça, escolheria como opção correta:
a) a aquisição de outra nacionalidade estrangeira ocasiona a perda da nacionalidade brasileira;
b) em virtude da perda da nacionalidade, James deverá aguardar cinco anos para solicitar a reaquisição da na-
cionalidade brasileira;
c) a imposição pelo País Z à naturalização de James, como condição de permanência em seu território, não
ocasiona a perda da nacionalidade brasileira;
d) para ter direito à regularização do título eleitoral, James deverá solicitar o cancelamento de sua nacionalida-
de no País Z;
e) a Constituição Federal de 1988 veda a perda da nacionalidade brasileira.

4. A respeito dos direitos políticos, a CF dispõe que


a) o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral, no prazo de quinze dias contados da diplo-
mação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
b) não podem se alistar como eleitores os analfabetos e, durante o período do serviço militar obrigatório, os
conscritos.
c) é uma condição de elegibilidade a idade mínima de trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da
República, Senador e Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal.
d) para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Fede-
ral, os Deputados e os Senadores devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
e) a condenação por improbidade administrativa e a condenação criminal transitada em julgado são duas das
hipóteses de cassação de direitos políticos previstas no texto constitucional.

5. No que diz respeito aos direitos políticos, são condições de elegibilidade, exceto:
a) o alistamento eleitoral.
b) a filiação partidária.
c) o domicilio eleitoral na circunscrição.
d) a idade mínima de trinta anos para Senador.

6. Acerca dos Direitos Políticos disciplinados na Constituição Federal do Brasil, assinale a alternativa INCORRE-
TA:
a) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular.
b) O alistamento eleitoral e o voto são: Obrigatórios para os maiores de dezoito anos; Facultativos para: os anal-
fabetos, os maiores de setenta anos, os maiores de dezoito e menores de dezesseis anos.
c) Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei,
os partidos políticos que alternativamente: I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mí-
nimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federa-
ção, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II - tiverem elegido
pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
d) É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
7 Discorra sobre possibilidade de perda/recuperação da nacionalidade e suas
consequências.

De acordo com o artigo 12, § 4º, da Constituição Federal, será declarada a perda da
nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de


atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro


residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis.

Conforme o citado dispositivo constitucional as situações que promovem a perda da


nacionalidade são apenas duas.
a) Cancelamento da naturalização por sentença judicial,em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
b) aquisição de outra nacionalidade.
A competência para conhecer e julgar o processo de cancelamento da naturalização é da Justiça
Federal, por força do disposto no artigo 109, inciso X, da CF/88.
Insta salientar que a legitimidade ativa da ação que visa o cancelamento da naturalização do
indivíduo que praticar atividade nociva ao interesse nacional é do Ministro da Justiça ou de qualquer
cidadão.
A decisão que cancelar a naturalização, declarando a perda da nacionalidade do indivíduo
produz efeitos ex nunc, ou seja, o naturalizado perde somente sua nacionalidade a partir da data da
sentença transitada em julgado.
O Estado brasileiro, porém, não pode tomar a nacionalidade do seu nato. Contudo, o brasileiro
nato poderá perder a sua nacionalidade quando, mediante manifestação expressa de vontade, adquirir
outra nacionalidade derivada.
Nesse caso não há processo judicial, visto que a perda da nacionalidade será decretada por meio
de processo administrativo e oficializada mediante Decreto Presidencial, sendo seus efeitos, também,
ex nunc, sendo que os requisitos para que tais brasileiros natos percam a sua nacionalidade são os
seguintes: voluntariedade da conduta, capacidade civil do interessado e aquisição da nacionalidade
estrangeira.
A reaquisição da nacionalidade brasileira será concedida em caráter precário, por meio de
Portaria do Secretário Nacional de Justiça, publicada no Diário Oficial da União, ao fim de processo
administrativo, iniciado a pedido do interessado, garantidos o contraditório e a ampla defesa.
Uma vez concedida a reaquisição da nacionalidade brasileira, o interessado terá o prazo de 18
meses para comprovar a efetiva perda da nacionalidade estrangeira derivada. Transcorrido o prazo
sem a devida comprovação, será publicada nova Portaria do Secretário Nacional de Justiça, que
tornará sem efeito a decisão que deferiu a reaquisição da nacionalidade brasileira.
A segunda modalidade, a revogação do ato que declarou a perda da nacionalidade brasileira, tem
caráter excepcional e poderá ser solicitada pelo interessado somente nos casos em que a perda da
nacionalidade brasileira tenha acontecido a despeito das exceções previstas no artigo 12, § 4º, inciso
II, alíneas “a” e “b” da Constituição Federal. Ou seja, o interessado deve comprovar que a aquisição
de outra nacionalidade deu-se por (a) reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira
ou (b) imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

7 Quais os efeitos da escusa de consciência? O que ela acarreta?

O artigo 5º, em seu inciso VIII, afirma que:

“VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;”

Escusa significa desculpa, justificação, escusa de consciência significa então, objeção de


consciência, quer seja por motivo religioso, filosófico ou político.

Os efeitos da escusa de consciência (recusa de cumprir obrigação legal a todos imposta), quando
a pessoa se recusa a cumprir uma obrigação e não aceita a prestação alternativa, ela poderá ser
privada dos seus direitos políticos. Há divergências entre os pesquisadores sobre essa privação, já
que alguns defendem que a escusa de consciência e a não prestação do serviço alternativo justificam
a perda dos direitos políticos, enquanto outros acreditam que eles deveriam ser apenas suspensos –
podendo ser recuperados no futuro, apenas virá a gozá-los novamente quando cumprir a obrigação,
ou a alternativa a ela.

Perder os seus direitos políticos significa não poder votar e nem concorrer a cargos eletivos, caso
venha a ter interesse.

A Constituição Brasileira de 1988 elenca as hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos
em seu art. 15. O dispositivo em comento assim proclama:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se


dará nos casos de:

I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II - incapacidade civil absoluta;

III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos


termos do art. 5º, VIII;

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Sucede, entretanto, que, embora previstas as hipóteses de perda e suspensão dos direitos
políticos, a CF/88 não especificou quais os casos de perda e de suspensão. Coube, portanto, à
doutrina essa indicação.

A ESCUSA DE CONSCIÊNCIA NA LEI Nº. 11.689/2008

O serviço do júri é obrigatório, não podendo nenhum cidadão ser excluído dos trabalhos do júri ou
deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou
econômica, origem ou grau de instrução.

A Lei nº. 11.689/2008, para nós com absoluto acerto, alterando o art. 438 do CPP, proclama que a
recusa ao serviço do júri importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão
dos direitos políticos.

Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará
no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não
prestar o serviço imposto.

Prevê a lei em comento que o serviço alternativo compreende no o exercício de atividades de


caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na
Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins. É esse o
teor do § 1º do art. 438 do CPP, com redação dada pela Lei nº. 11.689/2008.

Ora, não poderia ser outra a posição do legislador brasileiro em afirmar que a recusa em cumprir
obrigação legal a todos imposta, como é o caso do serviço do júri, bem como a sua prestação
alternativa, implica na suspensão dos direitos políticos.

Exatamente porque enquanto não prestado o serviço do júri o cidadão não poderá exercer seus
direitos políticos. Cessada a causa que originou a suspensão desses direitos, vale dizer, somente
após prestar o serviço no júri ou a prestação alternativa, ele terá os seus direitos políticos
restabelecidos.

Desse modo, cumpre anotar que o cidadão que possui direitos políticos e vem a ser deles privados,
com a possibilidade de novamente obter o seu exercício, não os perde: apenas tem suspenso o seu
exercício.

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