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Ribeiro, Laura Cançado.

Como fazer a análise simbólica dos traços específicos de desenhos da figura humana
(Texto, 23 p.)

Análise simbólica do desenho da pessoa humana, texto 7


Como fazer a análise simbólica dos traços específicos
de desenhos da figura1 humana
Ao iniciar a tarefa, PSJ (a pessoa-sujeito que desenha) se pergunta:
― De que modo vou desenhar uma pessoa humana?
Mas, uma vez feito o desenho, identificados os traços, é hora de PSJ se perguntar:
― O que apareceu desenhado por mim?

É possível conhecer algumas características de cada PSJ pelo desenho, porque houve “escolha”
de um determinado tipo de figura humana: ao fazer o desenho, certos traços “foram acontecendo”...
Mas a realidade que aparece das seleções feitas é também cultural. Assim, é possível
surpreender regularidades (que permitem que qualquer teste projetivo seja analisado). A pesquisa
psicológica tem se debruçado sobre essas regularidades: ― “Quando aparece este tipo de traço no
desenho, há probabilidade de que esteja acontecendo (... essa ...) situação psicológica”.
Essas regularidades não são leis — são dados repetidos, que subsidiaram a atribuição de
determinadas interpretações simbólicas aos traços. Cuidado! Essas interpretações correm o risco de
se tornarem "receitas", se forem manipuladas de forma tosca ou simplória ― o que pode ocorrer, aliás,
com qualquer interpretação de sonho, ou atividade clínica, ou conversa, pois tudo envolve símbolos.
O problema da análise adequada de um teste projetivo se situa na confrontação do psicólogo
com a face dupla dos símbolos em jogo, a face cultural e a face individual. O conhecimento da
simbologia e das regularidades que têm sido observadas pela pesquisa é estudo. E a sensibilidade
necessária à compreensão de outra pessoa não é “dom natural” — é atitude, atenção, escuta, leitura
da situação, E, portanto, é uma competência que pode ser aprendida.
Na análise simbólica, sua atenção se dirige aos dados culturais e de pesquisa necessários à
compreensão da simbologia. E sua sensibilidade fica em prontidão para sentir o lado pessoal de PSJ.
Vamos pensar nas “situações de fato”? Há aspectos que são individuais no nosso corpo: uma
pessoa fez cirurgia de ouvido, outra tem orelhas grandes, outra tem orelhas de abano. Essas são as
"situações de fato". Essas são realidade para PSJ, muitas vezes independente de sua vontade. No
cotidiano de PSJ, ela faz parte. No desenho de PSJ, elas podem aparecer ou não. É claro que essas
situações, como tudo na vida, se transformam em símbolos para PSJ. Por exemplo, ao desenhar, essa
pessoa pode fazer enormes orelhas na figura. Na literatura, desenhar orelhas enormes está ligado a
uma determinada interpretação simbólica. Mas, e nas situações de fato, essa relação permanece?
É imperativo de sensibilidade compreender, no diálogo, como PSJ vive sua "situação de fato".
Pois não se quis dizer que, uma vez estabelecida a "situação de fato" que deu origem ao traço, o
símbolo se tornou assimbólico. Apenas emergiu com a face individual voltada para cima. Por exemplo,
um(a) PSJ de orelhas enormes pode ter desenhado orelhas enormes e lhe dizer: — Minhas orelhas são
grandes, por que eu desenharia orelhas pequenas? Ou você poderia escutar: — Mas eu tenho essas
orelhas de elefante! Qual a diferença simbólica perceptível na conotação? Ao longo do texto, para
lembrar você de observar situações de fato, você terá o lembrete (SF?) após o nome do traço. Não
considere as referências dadas pela literatura, e converse sobre o desenho feito.

1 Figura é termo usado para se referir à pessoa humana desenhada por PSJ.

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psicologiaclinicatextos.com.br, aba Análise Simbólica. Coletânea Análise simbólica do desenho da figura
humana, texto 7. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica dos traços específicos de desenhos da figura humana
(Texto, 23 p.)

Por exemplo: — As orelhas, no seu desenho, estão grandes... E aguarde os comentários...


E a expressão singular que usa o cultural? Este Texto 7 apresenta as regularidades de análise
simbólica, identificadas por pesquisas, ou por autores respeitados, ou por psicólogos ou médicos, no
seu trabalho clínico com essa prática. As regularidades apresentadas neste texto são as relativas aos
traços das Partes da Figura (Classe PF) que você registrou ao usar o Atlas do Texto 5. Já o Texto 8 irá
apresentar as regularidades simbólicas relativas às características gerais identificadas e codificadas por
você, no desenho de PSJ, ao usar o Texto 6.
Contudo, o que é mais individual pode não estar contemplado nessas regularidades. Por
exemplo, no traço "PF31.17 - Objetos na mão" lê-se que esses são "símbolos da necessidade de contato
de PSJ com algo, como apoio". Esse algo é exatamente "o objeto, com suas características (simbólicas)
específicas". No nosso trabalho clínico-didático com o desenho da figura humana, obtivemos um
desenho em que a figura humana era um operário que portava uma "chave de boca". Uma
interpretação simbólica baseada no cultural possivelmente seria uma valorização do trabalho, este
sendo um apoio para PSJ.
Entretanto, a história construída por PSJ e o diálogo apontaram para uma relação materno-
filial bastante próxima, em que PSJ lutava para garantir sua individualidade. Para isso, recusava
facilidades que lhe eram oferecidas. Assim, PSJ se representava como um trabalhador (que lutava, e
não recebia facilidades) e mostrava a dimensão do trabalho que tinha para regular as distâncias e
facilidades que pensava ter de controlar. A chave-de-boca recebeu um significado mais específico e
amplo, de regulador do que se "deixava passar", daquilo que ele podia "receber" ou “dar”.
(Psicodinamicamente, a chave-de-boca regularia suas relações “orais”). Na conversa sobre esse
símbolo, o rapaz se sentiu muito criativo — a chave-de-boca sintetizava (condensava simbolicamente)
as relações que mantinha.

A organização da informação sobre os símbolos


As informações sobre as regularidades simbólicas observadas pela pesquisa psicológica
seguem a mesma organização e ordem dos Atlas para identificação e codificação dos traços dos
desenhos. Neste texto estão apresentados traços específicos, com os significados simbólicos que a
pesquisa psicológica tem associado a eles. Mas é muito importante que essa abordagem não leve a um
tratamento assimbólico do símbolo. Um texto é sempre uma relação entre uma peça de linguagem
escrita e um leitor. Solicitamos a você que mantenha a visão global que procuramos lhe transmitir nos
Textos 3 e 4, e que consulte os Quadros que se seguem como uma oportunidade de alargar seu
repertório simbólico, para ampliar seu horizonte de compreensão, e não para estreitá-lo.
Qual a diferença entre um símbolo e o nexo psicológico do aparecimento de um símbolo?
Nessas regularidades simbólicas, uma coisa é a análise simbólica, e outra, é o nexo psicológico de sua
ocorrência. Várias situações psicológicas diferentes podem gerar, no desenho da figura humana,
representações simbólicas semelhantes. Como você viu há pouco com o exemplo das orelhas, ou da
chave de boca, nas várias situações em que a presença de um símbolo foi registrada, existe um nexo
psicológico que “explica” a “seleção” daquele “traço-símbolo” pelo PSJ. Nos Quadros que apresentam
o rol de análises simbólicas obtidas, distingo esses dois tipos de informação por palavras: a expressão
"símbolo de" remete às informações que a literatura registra sobre o traço: sua dimensão simbólica. E
a palavra “por” remete às situações, observadas ou pesquisadas, onde aquele traço-símbolo apareceu
e foi registrado.
A parcimônia começa por um trabalho analítico. Desse modo, a leitura cuidadosa e reflexiva
deste texto permite ler as razões ― de natureza teórica, fenomenológica ou empírica ― pelas quais
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humana, texto 7. Inserido em 11/2014
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(Texto, 23 p.)

determinados traços que aparecem nos desenhos são interpretados de determinadas formas. Você
vai, nesta primeira etapa, registrar um grande número de símbolos para um determinado PSJ. É bom
lembrar que, em qualquer microuniverso simbólico (e o desenho é um microuniverso simbólico),
cabem símbolos diferentes e, inclusive, "contraditórios". A abordagem analítico-sintética que aqui
proponho prevê o aparecimento de partes de informação "contraditórias" para um mesmo PSJ, porque
você sabe que ninguém é unidimensional e uniforme. A pessoa pode representar a figura com
determinado traço que tem sido associado à segurança e pode também representar a figura usando
de outros traços que têm sido observados e que são ligados à vivência de insegurança.
E se completa por um trabalho sintético. Na parte sintética do trabalho de elaboração, você
vai organizar os símbolos escolhidos por PSJ, verificando seu peso relativo naquele universo simbólico
de PSJ, e a inter-relação possível dos símbolos. Por exemplo, um protocolo pode ter quatro símbolos
indicadores de insegurança, e um de segurança. Ao psicólogo caberá montar a visão de síntese sobre
as probabilidades de reação daquele sujeito em especial (4 para 1, a insegurança tem mais peso
relativo que a segurança para PSJ). Veja que isso é semelhante à organização da personalidade, em
que há tendências opostas, com as atitudes de uma pessoa decorrendo de seu peso dinâmico relativo.
Quanto à inter-relação dos símbolos, sua análise qualitativa pode até indicar segurança básica, mas
insegurança, por exemplo, quanto à comunicação.
Como este Texto faz a apresentação das interpretações simbólicas pesquisadas? A
terminologia usada nas fontes varia de acordo com a orientação teórica dos autores. Nesse caso, optei
por manter duas interpretações simbólicas semelhantes na essência, mas diferentes na linguagem,
para facilitar ao psicólogo principiante perceber certas regularidades nos conceitos mesmo (o que aqui
chamo de “semelhança na essência”).
Assim também decidi registrar várias conotações diferentes dadas à interpretação simbólica,
de acordo com o referencial dos autores. Em alguns momentos isso foi feito separadamente,
registrando-se para um determinado traço dois "símbolo de". Por exemplo, "símbolo de necessidades
orais" e "símbolo de necessidades de dependência".
Quando a semelhança de abordagem era maior, com conceitos um pouco diferentes, apenas
foram colocados os vários conceitos separados pela alternativa "ou". Ex.: no traço "PF01.01- Cabeça
somente", registrei "símbolo de censura ao próprio corpo, ou às funções corporais em geral, ou à
sexualidade em particular, ou à forma de exercer a sexualidade".
Como este Texto faz a apresentação do nexo psicológico do aparecimento dos traços-
símbolos? Como lembrei há pouco, motivos psicológicos diversos, ou características psicológicas
diferentes, ou situações psicológicas diferentes levavam PSJ a usar um determinado traço. Nesses
casos, após indicar o sentido do símbolo, coloquei as diversas situações que a pesquisa mostra que
podem acarretar seu aparecimento após a palavra "por". Exemplo: o traço gráfico "PF01.03- Cabeça
de tamanho pequeno" é símbolo de uma subvalorização do cérebro, do eu ou das instâncias de
controle ― o que PSJ expressou no desenho foi o pequeno espaço que ele reserva a tudo o que a
cabeça do ser humano representa. Isso pode ocorrer "por": sentimentos de menos-valia (o seu eu vale
menos), inadequação intelectual (o cérebro dele é menor ou menos potente), excessiva autocrítica
(ele vê seu eu como deficiente), tendências psicopáticas (o seu cérebro não controla o corpo), etc.
Leia as significações como você consulta um dicionário! Registrei as significações mais usuais
encontradas na literatura. Para alguns traços, havia duas informações. Por exemplo, o traço TE07.03 -
Modificar a posição da folha de papel antes de desenhar é registrado como “símbolo de rejeição de
sugestões e negativismo” por alguns autores e, por outros, como “símbolo de liberdade em relação a
ordens dadas”. [Os primeiros, mais “pessimistas”, mais “psicopatológicos”; os segundos, mais
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“otimistas”, mais “positivos”. ] Como, confrontando os textos básicos, não obtive um peso explícito
numa direção, optei por registrar as duas análises simbólicas. A pertinência de uma ou outra análise
simbólica costuma ficar clara, nas situações de aplicação, jogando-se com outros dados do desenho e
da observação do comportamento.
Naturalmente, na experiência acumulada com o desenho da figura humana ocorreram todas
essas situações mencionadas e ainda outras – o mundo é ambíguo. Mas, na experiência do psicólogo
com a PSJ que está sendo testada, somente alguma das situações, podendo inclusive ser uma nova
situação, será uma expressão da realidade daquela pessoa-sujeito em particular. Pense num dicionário.
Ele tem vários significados para um vocábulo. O rol de significados de um vocábulo é uma referência
para você descobrir o significado que se aplica ao texto que você está lendo. Aqui também a listagem
que se segue servirá como um rol de hipóteses plausíveis para a interpretação simbólica do desenho
da figura humana e para o nexo psicológico da emergência do símbolo. Você poderá levar em conta
essa listagem para raciocinar sobre aquele desenho específico, e raciocinar sobre o aparecimento
daquele traço específico. É muito importante saber que nada substitui o seu próprio raciocínio,
sempre!
Um cuidado: há indicações sobre a força das evidências. Determinadas distinções permitem
sopesar mais adequadamente a informação contida nos Quadros que se seguem. Vimos que, quando
se usa a expressão "símbolo de", está-se apresentando o significado simbólico usualmente associado
ao traço gráfico, e que usualmente indica o aspecto cultural do símbolo ― seu valor de face, na
analogia que temos usado.
Esse valor de face será mais confiável, na medida em que tiver sido mais reconhecido. Uma
significação pode ter sido encontrada por alguns autores em seu trabalho clínico com o teste, ou pode
ter sido registrada por autores de renome, ou ter sido sistematicamente pesquisada.
O valor de evidência de cada um desses registros varia, e seria o ideal que pudéssemos indicá-
lo com precisão, pois encontrar um símbolo associado a uma característica em 50 sujeitos é diferente
de encontrar um caso clínico que apresentasse essa associação. Apresento apenas uma discriminação
incipiente dessas evidências.
Quando um "símbolo de" está
apresentado em itálico, isto significa que a
Lembre-se dos 10 mandamentos:
interpretação simbólica é compartilhada por,
 Esse é o momento da análise! pelo menos, três autores. O tipo normal indica
 Depois você irá sopesar e sintetizar.
que a interpretação simbólica apareceu em
menos de três dos autores pesquisados. Quando
 É uma situação de fato?
uma interpretação simbólica é quase sempre
 Existe algo singular?
associada a determinado traço, por uma razão
 Busque o símbolo! relevante, usou-se a palavra "indicador".
 Pense no possível nexo psicológico! Finalmente, colocou-se entre parênteses a
 Parece um dicionário: você aplica! palavra pesquisa (pq), após o registro da
 Não exclua o contraditório! interpretação simbólica, quando há claras
 Pense no peso das evidências! evidências de pesquisa a respeito da associação.
 Raciocine, raciocine, raciocine!
É claro que uma interpretação simbólica
registrada sem o rótulo (pq) pode ter sido
derivada de pesquisas anteriores, que já
constituem simples material de informação comprovada para os autores que vêm trabalhando com o
desenho da figura humana.
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A simbólica do corpo e das partes da figura


O primeiro Quadro traz o rol das interpretações simbólicas que estão usualmente associadas
ao tratamento gráfico específico das Partes da Figura humana. O termo Figura aqui tem o sentido de
“pessoa desenhada”. Lembre-se sempre de que determinada zona do corpo desenhado pode sempre
ser um símbolo da mesma zona do corpo de PSJ (Ex.: um braço omitido no desenho — i.e, faltando
porque não foi desenhado — pode estar simbolizando uma experiência de paralisia no braço, o "braço
esquecido" de PSJ). Ou pode ser um símbolo das relações interpessoais e aspectos de personalidade
que a zona simboliza (Ex.: braços para trás — i.e., que não aparecem no desenho — podem estar
representando a evitação do contato, a evitação de relações, ou uma timidez de PSJ, que é uma
dificuldade relativamente contínua de lidar com estabelecimento de relações).
A literatura, muito interessada no patológico, não informa sobre o significado atribuível a
características consideradas "normais". Nas nossas pesquisas, não foi também possível fazer essa
discriminação, com algum grau de segurança. Aconselhamos que você trabalhe esses dados como um
conjunto, vendo, ao final, quantas e quais representações o PSJ compartilha com as amostras normais
— são os recursos e PSJ. De qualquer forma, a presença de muitos traços “normais” indica
ajustamento.

ROL DAS ANÁLISES SIMBÓLICAS USUALMENTE ASSOCIADAS AO TRATAMENTO GRÁFICO DAS


PARTES DA FIGURA (CLASSE PF)
PF01.-Cabeça. Símbolo maior do poder e capacidades intelectuais humanos, do controle dos impulsos
corporais e do próprio eu de PSJ, além do domínio social, a que o rosto remete.
PF01.00-Cabeça: representação de elite. Indicador de maturidade conceptual (relativa ao uso das operações
mentais): capacidade de discriminação e riqueza de mediação cognitiva.
PF01.01-Cabeça somente, sem corpo. Símbolo de censura ao próprio corpo, ou às funções corporais de modo
geral, ou à sexualidade em particular, ou à forma de exercê-la.
PF01.02-Cabeça de tamanho normal. Um dos indicadores de normalidade.
PF01.03-Cabeça de tamanho pequeno. Símbolo do desejo de ignorar o cérebro como órgão de controle dos
impulsos. Por: dificuldades e incapacidade com o controle dos impulsos, ou por excesso de tentativas de
controle dos impulsos corporais, com perda de espontaneidade. //Símbolo de subvalorização do cérebro
e/ou do eu, ou do próprio rosto. Por: sentimentos de menos-valia e inadequação intelectual, ou de falta de
domínio social, ou excessiva autocrítica.
PF01.03.01-Cabeça de tamanho pequeno e de forma redonda. Símbolo de controle precário dos impulsos
corporais (união de um símbolo de área reduzida de controle com um símbolo de pouca maturidade
conceptual).
PF01.03.02-Cabeça de tamanho pequeno e borrada. Símbolo de controle precário dos impulsos corporais.
PF01.04-Cabeça de tamanho grande. Indicador de presença de controle de tipo intelectual.
PF01.05-Cabeça de tamanho desproporcionalmente grande. Símbolo de supervalorização do cérebro e sua
função. Por: frustração intelectual, ou problemas de adaptação ligados a dificuldades de aprendizagem, ou
ligados às aspirações intelectuais. //Símbolo de valorização exagerada do que é intelectual, com fantasia
como fonte de satisfação, ou intelectualização de conflitos afetivos como meio de lidar com eles. //Símbolo
de supervalorização do eu (inflação egoica), com ênfase excessiva nas funções social, ideacional, de fantasia
e/ou de controle, e subestima do corpo e suas funções.
PF01.05.01-Cabeça de tamanho muito grande, com forte conteúdo fantástico. Símbolo de valorização exagerada
das funções mentais, com excesso de fantasia, que traduz inadaptação, por distância entre o real e a fantasia.
PF01.05.02- Cabeça de tamanho grande, com membros pequenos desenhada por mulher. Símbolo de
preocupação com o cérebro e/ou suas funções, simultânea à repressão ou recalcamento das necessidades
de poder, ambição e autonomia. Com ênfase aos traços faciais: símbolo de recalcamento das necessidades
de poder, mas interiorização da necessidade de ser observada e admirada.

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PF01.06-Cabeça enfatizada. Símbolo da importância do controle de tipo intelectual, com dificuldade de lidar com
sentimentos e afetos. //Indicador de presença de mecanismos de isolamento do afeto (distância entre amor
e agressividade, ou distância entre atitudes e afeto) ou de possível excesso de identificação projetiva.
PF01.07-Cabeça com traçado mais evidente do que o do resto do corpo. Símbolo da idealização das funções
sociais-mentais (idealização “neurótica”), em contraste com o sentimento de inferioridade ou vergonha em
relação ao resto do corpo. //Símbolo da força da sociabilidade e da fantasia, com simultânea evitação do
corpo, com conflito. //Símbolo de dificuldades sexuais e com os impulsos.
PF01.08- Cabeça com contorno reforçado. Símbolo dos limites impostos à participação social. Por: dificuldades
na relação social, inadaptação social, ou busca de refúgio no próprio modo de pensar.
PF0l.09- Cabeça menos bem desenhada que o resto do corpo. Símbolo da percepção da cabeça (mente?) como
sede do conflito ligado à livre expressão de si. //Símbolo da importância dada ao afetivo-sexual sobre o
racional.
PF01.10-Cabeça separada do corpo. Símbolo da distância entre a noção de si e aceitação dos impulsos corporais.
PF01.11 - Cabeça de forma redonda. Indicador de pouca maturidade conceptual, isto é, menor riqueza de
mediação cognitiva.
PF01.11.01- Cabeça redonda e grande. Símbolo de dificuldades no contato social, desarmonia e desadaptação.
PF01.12-Cabeça redonda e orelhas de abano. Símbolo de preocupações e da percepção da mente como
empecilho à expressão dos impulsos.
PF01.13- Cabeça com formas incomuns. Símbolo de coartação da capacidade de pensamento.
PF01.14-Cabeça com forma geométrica. Indicador de coartação da capacidade de pensamento. //Símbolo do
desejo de depositar vivências de ridículo no psicólogo (desafio). //Símbolo da vivência de impotência e
inadequação, ou de inibição egoica, ou intelectual.
PF01.15- Cabeça com parte frontal ou occipital volumosa. Símbolo da ênfase ao poder cerebral e capacidade
intelectual. //Símbolo do desejo de afirmação da inteligência.
PF01.16- Cabeça demarcada como num retrato. Símbolo do mecanismo de isolamento, ou temor à união dos
opostos dissociados e à desorganização egoica.
PF01.17- Cabeça cortada e preenchida pelo cabelo. Símbolo da maior importância dada às necessidades sensuais
que às intelectuais.
PF01.18- Cabeça cortada. Indicador de coartação mental e limitação da capacidade de simbolizar. //Símbolo da
limitação pessoal. Se com flor ou outros elementos de alegria: símbolo da tentativa de defender o objeto dos
ataques ambivalentes do ego, transformando o que foi atacado e destruído em bonito e fértil. //Símbolo de
defesas eufóricas rígidas e falhas (negação das inibições e carências reais). (Grassano, com base em M. Klein)
PF01.19- Cabeça omitida. Indicador de falha grave no contato com a realidade. // Símbolo de grave deformação
ou limitação no conceito de si mesmo.
PF01.20- Cabeça com muitos retoques. Símbolo de preocupação com as funções intelectuais, ou de controle pela
mente. Se o resultado é borrado: símbolo de recusa simultânea desse controle intelectual.
PF02.- Rosto e expressão facial. Símbolo da individualidade, que remete à troca social, comunicação,
expressividade, relações interpessoais e trato social.
PF02.00- Rosto e traços faciais: representação completa. Um dos indicadores de normalidade.
PF02.00.01- Rosto com proporção ideal. Um dos indicadores de boa adaptação social.
PF02.01- Traços faciais omitidos, com contorno do rosto presente. Símbolo de ausência de relação com o meio,
ou de fuga às respostas e estímulos exteriores. Por: cautela e hostilidade, ou imaturidade na comunicação,
ou superficialidade.
PF02.02- Traços faciais pouco claros, com contorno do rosto bem feito. (A) Símbolo do desejo de participação
social, que contrasta com falhas na expressão social. Por: timidez, ou vergonha, ou autoconsciência
exagerada, ou bloqueio, ou pouca assertividade. (B) Símbolo da coarctação da comunicação social e
importância dada a si.
PF02.03- Rosto sombreado levemente. Símbolo de inadaptação social, com dificuldade nos relacionamentos
interpessoais, ou ansiedade, ou culpa nos contatos sociais.
PF02.04- Rosto sombreado fortemente. Símbolo de estado de possível despersonalização ou dissociação.

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PF02.05- Traços faciais enfatizados. Símbolo da fantasia de parecer socialmente enérgico e dominante, em geral
como compensação da imagem real pouco agressiva e dominante, ou de inabilidade na demanda de direitos.
PF02.06- Traços faciais somente, sem contorno do rosto. Símbolo da dificuldade de colocar limites no contato
social.
PF02.07- Traços faciais indefinidos e zonas abertas no corpo. Símbolo de ansiedade referente à perda da
diferenciação em relação ao mundo externo.
PF02.08- Expressão facial. Símbolo da interioridade, do sentimento ou estado íntimo de quem
desenhou.
PF02.08.01- Rosto com expressão agressiva e ameaçadora. (A) Símbolo de agressividade e da tendência às
relações interpessoais dominadoras. (B) Símbolo de defesas de identificação projetiva maciça.
PF02.08.02- Rosto com expressão sedutora. Símbolo da atitude de usar as características sensuais ou sexuais
para satisfação das necessidades de poder.
PF02.08.03- Rosto com expressão de cortesia forçada. Símbolo de falta de espontaneidade, ou de defesa eufórica
compensatória. (Grassano, com base em M. Klein)
PF02.08.04- Rosto com expressão de pânico. Símbolo do temor à desorganização da personalidade.
PF02.08.05- Rosto com expressão dura. Símbolo de falta de espontaneidade, ou da incapacidade de lidar com
impulsos para comunicação e domínio sociais, que ficam então na imaginação.
PF02.08.06- Rosto com expressão vaga. Símbolo de falta de espontaneidade e do contato débil com o mundo
exterior.
PF02.08.07- Rosto com expressão passiva e receptiva. Símbolo de carência de assertividade.
PF02.08.08- Rosto fazendo careta. Símbolo de simulação e de compensação de temores.
PF02.08.09- Rosto com rugas. Símbolo da tentativa de impressionar pela profundidade, indicando desejo de se
afirmar como pessoa adulta, ou indicando maturidade e elaboração psicológica, se aliado a outros
indicadores.
PF02.08.10- Rosto com expressão ... Símbolo de característica psicológica particular de PSJ, a ser interpretada de
forma individualizada.
PF03.- Olhos e expressão do olhar. Símbolo da capacidade de ver a realidade e entrar em relação com
ela; por extensão, de controlar o ambiente. //Símbolo da intimidade de PSJ, fundamental à comunicação,
expressando o sentimento do próprio eu e, por extensão, sua vulnerabilidade. //Símbolo de meios de
atratividade sensual-sexual e adaptação social, especialmente na figura feminina, ou em desenhos feitos por
mulheres.
PF03.00-Olhos: representação de elite e modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF03.01- Olhos enfatizados. Símbolo do predomínio do controle visual, hostilidade e desconfiança (olhar ou do
ver, como meio de autopreservação no meio ambiente). //Símbolo de preocupação com força erótica, ou
exibicionismo. Na figura feminina, se sedutores: símbolo de valorização da atratividade/ adaptação social.
PF03.02- Olhos com pupilas grandes e escuras. Símbolo do predomínio de controle visual, hostilidade e
desconfiança (olhar /ver como meio de autopreservação no meio ambiente).
PF03.03- Olhos em negrito. Símbolo de conflitos e agressividade interpessoais, ou de recusa agressiva do meio.
//Símbolo de satisfações furtivas por meio do olhar.
PF03.04- Olhos bem detalhados. Símbolo de defesas para controlar agressividade.
PF03.05-Olhos pouco detalhados. Símbolo de rejeição ao meio. //Símbolo de modo evasivo ao lidar com os
choques da realidade.
PF03.06- Olhos omitidos. Símbolo do desejo de não poder ver. Por: imaturidade afetiva, ou por egocentrismo, ou
por culpa associada ao que foi visto, ou problemas com o que viu.
PF03.07- Olho(s) vazio(s), sem os elementos centrais. Indicador de impulsividade (pesquisa). //Símbolo de
rejeição à realidade, ou percepção vaga do mundo, como massa indiferenciada, com poucos detalhes. Por:
imaturidade emocional, ou regressão psicótica, ou egocentrismo, ou hostilidade, ou inadaptação social.
PF03.08- Olhos vazios e com círculos em toda a figura. Indicador de falta de discriminação, e falha no manejo
intelectual de situações concretas. //Símbolo de dependência emocional e emoção superficial. Por: regressão
ou infantilidade.

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PF03.09- Olhos representados por um ponto. Símbolo de imaturidade afetiva regressiva. //Símbolo de campo de
visão limitado, adicionado a cautela.
PF03.10- Olhos pequenos. Símbolo de retraimento em si mesmo. //Símbolo do medo de ver.
PF03.11- Olhos formados por órbita e pupila. Símbolo de culpabilidade no olhar ou curiosidade conflituosa.
PF03.12- Olhos fechados ou cerrados, ou representados por um traço. Símbolo de concentração no próprio
interior, com introversão, absorção no eu, e tentativa de ocultar de si o mundo, ou de fugir a uma avaliação
realista da situação. //Símbolo do uso de defesas eufóricas ou de negação (Grassano, base em M. Klein).
PF03.13- Olhos e pestanas com traçado em linha reta. Símbolo de decisão, ou teimosia, ou assertividade, ou
autoritarismo.
PF03.14- Olhos com formas geométricas. Símbolo do uso de defesas de identificação projetiva indutora.
PF03.14.01- Olhos redondos. Símbolo de dependência emocional e infantilidade.
PF03.15-Olhos esbugalhados. Símbolo de incertezas, ou temores, ou confusões.
PF03.16- Olhos oblíquos para baixo. (SF?) Símbolo de humor baixo e controle frágil.
PF03.17- Olhos com cílios muito longos. (SF?) Símbolo de apelo sexual e feminilidade. //Símbolo de extroversão
social.
PF03.18-Olhos com lágrimas. Símbolo de sofrimento.
PF03.19- Olhos vesgos, para dentro ou para fora. (SF?) Símbolo de dificuldade em integrar os diferentes aspectos
da visão de si ou da realidade.
PF03.20- Expressão do olhar. Símbolo da interioridade, do sentimento ou estado íntimo de PSJ.
PF03.20.01 Olhos com expressão irônica. Símbolo de agressividade e ironia, como compensação para
retraimento ou sentimento de inferioridade.
PF03.20.02 Olhos com expressão ameaçadora. Símbolo do uso dos olhos como instrumento social agressivo. Por:
susceptibilidade à opinião social, com prudência excessiva, ou agressividade ligada à criminalidade, ou
fantasias de controle pelo olhar.
PF03.20.03 Olhos com expressão de fixidez. Símbolo do desejo de abarcar o mundo.
PF03.20.04 Olhos com expressão furtiva. Símbolo do medo com que outros reagirão à própria hostilidade contra
eles.
PF03.20.05 Olhos bem trabalhados com expressão lamuriosa. Símbolo de ambivalência. //Símbolo de
inadaptação.
PF03.20.06 Olhos com expressão satânica. Símbolo do desejo de controle. Na figura feminina feita por mulheres,
símbolo de desejo de contato sexual coexistindo com desejo de afirmação. Na figura masculina feita por
homens, símbolo de ambivalência sexual.
PF03.20.07 Olhos com expressão suspeitosa, adicionada a ênfase nas orelhas. Símbolo do temor de se
desestruturar, por excesso de ansiedade persecutória.
PF03.20.08 Olhos com expressão sedutora. Símbolo do uso dos olhos como meio de criação de vínculos.
PF03.20.09 Olhos com expressão... Símbolo de algum estado ou característica psicológica particular de PSJ.
PF04.- Nariz. Símbolo fálico e sexual. //Símbolo de agressividade, autoafirmação e confiança.
PF04.00- Nariz: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF04.01- Nariz enfatizado. Símbolo de preocupação sexual e de desejo de virilidade, em geral como compensação
por sexualidade inadequada. Por: impotência sexual ou pessoal, por velhice, ou inferioridade, ou imaturidade.
PF04.02- Nariz de tamanho muito grande. (SF?) Indicador de dificuldades sexuais. //Símbolo de masculinidade e
afirmação agressiva do papel sexual, em geral como compensação por uma sexualidade inadequada.
//Símbolo de impotência e desprezo por si.
PF04.03- Nariz volumoso. (SF?) Símbolo de masculinidade e assertividade.
PF04.04- Nariz curto e/ou pequeno. (SF?) Símbolo de infantilidade ou falta no plano sexual, ou temor à castração.
PF04.05- Nariz cortado. Símbolo de sentimento de supressão de expressões pessoais (“castração”, na
psicodinâmica). Por: dúvida sobre si mesmo, ou temor às perdas, ou por indecisão e inadequação sexual.
PF04.06- Nariz omitido. Indicador de falha no manejo intelectual de situações concretas, por deterioração e/ou
primitivismo de qualquer natureza. //Um dos indicadores de impulsividade (pesquisa). //Símbolo de conduta
impulsiva não aceita. //Símbolo de conflitos sexuais e/ou sentimento de não lhe serem permitidas realização

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(Texto, 23 p.)

pessoal, ou expressões pessoais (sentimento de “castração”). Por: imaturidade, ou inferioridade, ou


passividade, ou sensação de desamparo.
PF04.07- Nariz sombreado. Símbolo de conflitos sexuais e/ou temor à supressão de expressões pessoais. Por:
inferioridade, ou imaturidade, ou indecisão e inadequação, ou condutas psicossexuais infantis.
PF04.08- Nariz retocado. Símbolo de autocrítica severa, ou autopunição (psicossexual?).
PF04.09- Nariz em forma de círculo. Indicador de infantilidade (ligada a primitivismo intelectual e psicossexual).
PF04.10- Nariz em um só traço. Símbolo de infantilidade.
PF04.11- Nariz com deformações. (SF?) Símbolo de sentimento de menos-valia. //Símbolo de alguma conduta
sexual que PSJ considera desvio.
PF04.12- Nariz substituído pela boca. Símbolo de satisfação sexual através da boca.
PF04.13- Nariz arrebitado na figura masculina feita por homem. (SF?) Símbolo de dificuldades sexuais (práticas,
reais ou fantasiadas).
PF04.14-Nariz arrebitado na figura feminina feita por mulher. (SF?) Símbolo de mecanismos compensatórios.
PF04.15-Nariz com narinas acentuadas. (SF?) Símbolo de agressividade e impulsividade. Por: fantasia de força,
comando e teimosia, ou pulsões sexuais fortes.
PF04.16- Narinas em lugar do nariz. Símbolo de autoafirmação, ou provocação e desprezo, ou de infantilidade.
PF04.17- Nariz em formato de focinho de porco. Símbolo de sensações de amoralidade própria e perversão.
PF04.18- Nariz em forma de pênis. Símbolo do desejo de potência.
PF04.19- Nariz em continuidade com olhos ou sobrancelhas. Símbolo de primitivismo. // Indicador de dificuldade
de observação e de discriminação de planos. Por: dislexia.
PF05.- Boca e lábios. Símbolo de tendências captativas, como nutrição, ou satisfação da libido oral, ou das
relações de troca de afeição, especialmente sensuais. //Símbolo das trocas verbais.
PF05.00- Boca: representação elite. Um dos indicadores de normalidade.
PF05.01- Boca enfatizada. Símbolo de dificuldades nas relações captativas e/ou de troca. Por: dificuldades
nutricionais, ou vícios de ingestão; ou dificuldades nas trocas verbais, por distúrbios de fala, ou agressividade,
ou sadismo oral; ou dificuldades sexuais relacionadas à boca; ou dificuldades de dependência (regressão ou
primitivismo).
PF05.02- Boca muito grande. (SF?) Símbolo de necessidades captativas e de troca aumentadas ou difíceis. Por:
ambição, ou por intemperança de qualquer ordem, ou por desejo de interação social, ou por crises de mau
humor, ou por conduta sexual desviante.
PF05.03- Boca pequena. (SF?) Símbolo de repressão ou recalcamento do erotismo oral e/ou das necessidades
captativas.
PF05.04- Boca omitida. Indicador de falha no manejo intelectual de situações concretas. //Símbolo de
culpabilidade em relação às trocas afetivas e verbais. Por: tendências sádicas, ou autocrítica, ou crítica ao
objeto.
PF05.05- Boca em linha reta. Símbolo de negação das necessidades captativas, com agressividade verbal. Por:
sadismo, ou atitude crítica excessiva, ou rejeição ao ambiente.
PF05.06- Boca em linha reta e interrompida. Símbolo de agressividade.
PF05.07- Boca em linha grossa e breve. Símbolo de forte impulso para agressão verbal reprimido, ou retraído
prudentemente.
PF05.08- Boca em linha, apertada, no perfil. Símbolo de quaisquer tendências “orais” (práticas orais, ou de
dependência) que PSJ pretende ocultar ou controlar.
PF05.09- Boca côncava e oralmente receptiva. Símbolo de necessidades captativas especialmente ativas. Por:
dependência, ou infantilidade, ou passividade, ou parasitismo.
PF05.10- Boca de palhaço. Símbolo de busca de afeto e aprovação, de modo inapropriado, usando de simpatia
forçada. Por: imaturidade psíquica ou uso de defesas eufóricas e de negação da realidade (Grassano, com
base em M. Klein).
PF05.11- Boca aberta e interrompida. Símbolo de dificuldade em realizar introjeções adequadas, por vivência de
que tais introjeções seriam daninhas e perigosas.
PF05.12- Boca em arco de cupido. (SF?) Símbolo de necessidades captativas satisfeitas por atitude sedutora. Por:
dependência imatura.
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PF05.13- Boca com lábios grossos e sensuais. (SF?) Símbolo de concentração erótico-sexual na boca. Por:
imaturidade, ou sensualidade. //Símbolo de agressividade oral.
PF05.14- Boca com lábios grossos na figura masculina desenhada por homens. (SF?) //Símbolo de efeminação,
afetação e narcisismo, se conjugado a outros traços.
PF05.15- Boca projetada, fazendo bico. (SF?) Símbolo de agressividade ligada às necessidades captativas e de
troca. Por: por hábito de agressão verbal, ou por desejo de autoafirmação, ou por primitivismo.
PF05.16- Boca para baixo. (SF?) Símbolo de pessimismo e mau-humor, depressão.
PF05.17- Boca com lábios finos. (SF?). Símbolo de repressão ou recalcamento na manifestação de tendências
captativas e de troca, ou de repressão ou recalcamento de necessidades sensuais.
PF05.18- Boca com lábios pintados detalhadamente na figura masculina. Símbolo de afeminação.
PF05.19- Boca com dentes à mostra. Símbolo de agressividade oral e sadismo. Por: infantilidade e dependência.
PF05.20- Boca esquemática e com ênfase nos dentes. Símbolo de forte agressividade verbal.
PF05.21- Boca com língua de fora. Símbolo de necessidades captativas e de troca intensificadas, num nível mais
primitivo. Símbolo de crítica ao convencional.
PF05.22- Boca com língua de fora na figura masculina desenhada por homens. Símbolo de dificuldades sexuais.
PF05.23- Boca com palito ou cigarro. Símbolo de acentuação de conduta erótico-oral. No caso de fumantes ou
adeptos de uso de maconha, situação de fato.
PF06.- Queixo e testa. Queixo: Símbolo de afirmação e determinação sociais, ou força e assertividade.
Testa: Símbolo de inteligência e capacidade intelectual.
PF06.00- Queixo: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF06.00.01- Queixo: representação elite. Indicador de normalidade e de capacidade de observação.
PF06.00.02- Testa representada. Um dos indicadores de normalidade.
PF06.01- Queixo grande e/ou proeminente. (SF?) Símbolo de impulsos agressivos e de autoafirmação, em geral
por compensação por fraqueza, indecisão, ou medo à responsabilidade.
PF06.02- Queixo enfatizado na figura de perfil. Símbolo de canalização da agressividade pela fantasia, com desejo
de parecer socialmente enérgico e dominante, como compensação por indecisão, fragilidade e medo da
responsabilidade.
PF06.03- Ausência de queixo. Indicador de elaboração conceptual simples. //Símbolo de tensão a respeito da
raiva.
PF06.04- Queixo quadrado. (SF?) Símbolo de teimosia, firmeza e decisão.
PF7.- Orelhas. Símbolo de trocas em que o sujeito fica em receptividade passiva, não tendo como controlar
as circunstâncias. Símbolo do lugar do sujeito na palavra do outro.
PF07.00- Orelhas: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF07.01- Orelhas omitidas. Nada a observar, por ser traço frequente.
PF07.02- Orelhas omitidas e substituídas por sombreado. Símbolo de dificuldades com a receptividade passiva
incontrolável, mas com negação dessas dificuldades.
PF07.03- Orelhas enfatizadas. Símbolo de preocupação com as situações em que se fica na posição receptivo-
passiva, sem controle. Por: desejo de aprovação social e sensibilidade à crítica e opiniões dos outros, ou por
alucinações auditivas, delírios, ideias de referência, ou por cautela e suspeitas ligadas à perturbação auditiva,
ou por resistência à autoridade, ou por orientação sexual egodistônica.
PF07.04- Orelha de asno. Símbolo de inferioridade e de autoimagem construída a partir da opinião de outros.
PF08.- Cabelo. Símbolo do que cresce e está vivo, força erótica na mulher e potência viril no homem, de onde
derivam significados ligados à vitalidade e à psicossexualidade.
PF08.00- Cabelos: representação completa. Nada a assinalar; V. se a forma simbólica de que se reveste o erotismo
vital se revela nas próximas descrições.
PF08.01-Cabelo enfatizado. Símbolo da ênfase dada à vitalidade e/ou erotismo. Por: agressividade, ou
assertividade, ou preocupações sexuais ou eróticas, ou tendência a se mostrar, ou narcisismo e necessidade
de autovalorização, ou fantasias.
PF08.02- Cabelo enfatizado pelo sombreado. Símbolo de conflito em relação à virilidade ou sexualidade,
acompanhado de ansiedade em relação às fantasias e/ou pensamentos que o acompanham. //Símbolo
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associado ao controle intelectual, à inibição egoica e à vivência de inadequação. //Indicador de mecanismos


(anal) - expulsivos por excesso de identificação projetiva.
PF08.03- Cabelo escuro, devido à pressão do traço. Símbolo de repressão ou recalcamento, com impulso para
manifestações mais livres, que se convertem em agressão ansiosa.
PF08.04- Cabelo enfatizado pelo tamanho. Símbolo de vitalidade e sensualidade.
PF08.05- Cabelos longos e muito rabiscados. Símbolo de agressividade e de ansiedade persecutória. //Símbolo
de traços não aceitos por PSJ, se desenhados por homens na figura masculina.
PF08.06- Cabelo desordenado. Símbolo de conflito ou desordem sexual. Por: confusão, ou por dificuldades com
manifestação de impulsos erótico-vitais, ou por problemas morais ligados à sexualidade.
PF08.07- Cabelos chamativos, para adornar. Símbolo do desejo de parecer atraente e dinâmica e de chamar a
atenção, tendo sido associado à mobilidade no ambiente, ou à desinibição e imaturidade psicossexual.
PF08.08- Cabelo espetado. Símbolo de erotismo ligado à agressividade.
PF08.09- Cabelo omitido. (SF?) Símbolo de sentimento de impotência ou inadequação, ou passividade ressentida,
ou de debilidade pessoal.
PF08.10- Cabelo ralo. Símbolo de sentimento de perda de vitalidade, ou de incapacidade de manifestação erótica,
ou de conflitos de virilidade, ou de insegurança.
PF08.11- Cabelos destacados da cabeça por mal enraizamento. Símbolo de distanciamento entre os impulsos
vitais e a personalidade como um todo.
PF08.12- Cabelos superpostos à cabeça. Símbolo de pouca integração entre impulsos vitais e instâncias de
controle.
PF08.13- Cabelo tipo capacete ou boné. Símbolo de inibição ou restrição do ego. Por: inibição intelectual,
problemas de aprendizagem, ou vivência de impotência e inadequação.
PF08.14- Cabelos em penteado vazio. Símbolo da falta de confiança na aceitação, pelo outro, de sua sensualidade
e/ou sexualidade.
PF08.15- Cabelos de piaçava. Símbolo de reação agressiva a algo ou alguém.
PF08.16- Cabelo com franja. Símbolo de conflito entre necessidades intelectuais e sensuais. //Símbolo de maior
importância dada à vitalidade e atrativos, do que ao intelectual. // Símbolo de dissimulação de problemas.
PF08.17- Cabelo grudado em caracol. Símbolo de repressão ou recalcamento e de conceitos (morais?) infantis,
que complicam a ação pessoal no ambiente.
PF08.18- Cabelo em ponta de pincel. Símbolo de formação reativa contra agressividade, com controle sobre o
vínculo agressivo através da ênfase no vínculo de amor.
PF08.19- Cabelos bem desenhados, com cuidado. Indicador de bom nível mental e equilíbrio. //Símbolo de
sensibilidade social, e interesse em aparência social aceitável.
PF08.20- Cabelos muito acertados. Símbolo de policiamento moralista da própria conduta. //Símbolo de conduta
excessivamente dirigida pelo social, por desejo de sedução ou reconhecimento. Por: excesso de sensibilidade
social, ou perfeccionismo.
PF08.21.01- Cabelo preso em tranças. Símbolo de autopoliciamento dos impulsos vitais ou sexuais, por
manutenção de atitudes tradicionais.
PF08.21.02- Cabelo preso em rabo de cavalo ou Maria Chiquinha. Símbolo de autocontrole de impulsos vitais ou
sexuais, por manutenção de atitudes infantis.
PF08.22- Cabelo repartido ao meio desenhado por homens. Símbolo de conflito com a identificação de gênero.
PF08.23- Cabelo coberto pelo chapéu. Símbolo de dissimulação em relação à manifestação dos desejos.
PF08.24-Cabelo aparecendo em transparência sob o chapéu. Símbolo de preocupação com conduta,
pensamentos ou dificuldades eróticas, que chega a interferir no raciocínio lógico.
PF09.- Outros pelos do rosto, exceto cabelos. Símbolos de vitalidade sexual e virilidade, a aparência
sendo símbolo da natureza mais primitiva e mais densa, ou mais refinada.
PF09.00- Sobrancelhas e pestanas presentes. Um dos indicadores de normalidade.
PF09.01- Sobrancelhas bem penteadas. Símbolo de refinamento e cuidados pessoais, indicando sensibilidade.
//Símbolo de educação refinada. Também: atitude crítica aos menos educados.
PF09.02- Sobrancelhas destacadas. (SF?) Símbolo de vitalidade.

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PF09.03- Sobrancelhas levantadas ou em ângulo. Símbolo de agressividade na forma de ironia, associada a


desdém, arrogância e crítica.
PF09.04- Sobrancelhas peludas e grossas. (SF?) Símbolo de personalidade primitiva, áspera, ou agressiva,
refletindo pouco refinamento pessoal, ou pouca inibição.
PF09.05- Barba e/ou bigode na figura masculina. (SF?) Símbolo da importância da dominância social e vitalidade.
PF09.06- Barba apenas delineada. (SF?) Símbolo do desejo de expressar potência (social ou sexual), mas
coexistindo com sentimento de inadequação, ou de impotência.
PF09.07- Barba e/ou bigode enfatizados. Símbolo de impulso para parecer socialmente enérgico e dominante,
compensando debilidade e indecisão (?) //Símbolo do desejo de demonstrar virilidade ou status social. Pode
existir: inadequação de base, ou dúvidas sobre sexualidade, ou busca compensatória de masculinidade.
PF09.08- Cavanhaque. Símbolo compensatório de indecisão e dificuldade de afirmação social.
PF09.09-Costeletas. Símbolo fálico. //Símbolo de fantasias de poder.
PF09.10- Pelos do rosto e cabelos desordenados. Símbolo de desordens e dificuldades pessoais ou sexuais.
PF10.- Pescoço. Símbolo do elo, ligação, ou passagem, entre os impulsos afetivo-instintivos vindos do corpo
e as funções de integração, controle e coordenação presentes na mente (cabeça).
PF10.00- Pescoço: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF10.01- Pescoço com separação. Símbolo de separação entre mente e corpo, com dificuldade na integração dos
aspectos intelectuais e impulsivo-corporais.
PF10.02- Pescoço omitido. Indicador de realização infantil no desenho, com primitivismo de qualquer natureza.
//Símbolo de dificuldade na coordenação dos impulsos pelas instâncias de controle e de pensamento. Por:
imaturidade emocional. //Símbolo de inferioridade ou de sentimento de impedimento para a autorrealização
(“sentimento de castração”).
PF10.03- Pescoço comprido e/ou fino em excesso. Símbolo de controle rígido e moralista, com separação e
dificuldade de integração entre o emocional e o intelectual, com pouca expressão da vida afetiva (dos
sentimentos e impulsos vitais, e também da raiva).
PF10.04- Pescoço curto e grosso. Símbolo de autoindulgência, com expressão desinibida dos impulsos (A
literatura cita especialmente os impulsos de agressividade e de sexualidade).
PF10.05-Pescoço reforçado pela gola, ou linha que a represente. Símbolo de tensão a respeito da raiva e seu
controle.
PF10.06- Pescoço com borrões frequentes. Símbolo de perturbação na coordenação de racionalidade e impulsos.
Por: controle deficiente, ou controle acentuado, ou bifurcação relativamente consciente da personalidade,
ou conflitos decorrentes de superego rígido.
PF10.07- Pescoço com linha enfatizada ou em negrito. Símbolo de presença de conflito em relação ao controle
dos impulsos ou em relação ao próprio pescoço como zona corporal.
PF10.08- Pescoço fechado. Símbolo de controle estrito da expressão dos impulsos.
PF10.09- Pescoço apenas sugerido em contraste com figura bem delineada. Símbolo de inclinação para controle
e ordem que é problemática para PSJ.
PF10.10- Pescoço com pomo-de-adão enfatizado. Símbolo de afã ou desejo de virilidade, com dúvidas a respeito
do próprio papel, ou pouca diferenciação psicossexual.
PF11.- Região do tronco. Símbolo da vida afetivo-emocional e sexual-reprodutiva.
PF11.00- Tronco: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF11.01- Tronco omitido. Símbolo de desorganização pessoal e repúdio ao próprio corpo. //Indicador de
primitivismo de qualquer tipo (pouca cultura, regressão, demência).
PF11.02- Tronco muito grande. Símbolo de problemas ou insatisfações afetivo-sexuais. //Símbolo de dificuldades
ou preocupação corporal. Por: frustração, ou sentimento de inferioridade corporal, ou agressividade, ou
hipocondria.
PF11.03- Tronco fino, ou com contorno duplo, ou indefinido. Símbolo de preocupação ou desagrado com a forma
do corpo (representação direta da fragilidade, ou compensação por se achar gordo/gorda). Por: aumento de
peso ligado à inatividade, ou problemas de alimentação, ou fragilidade corporal, ou gordura excessiva.
//Símbolo de dificuldade e resistência em aceitar a idade adulta.

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PF11.04- Tronco com tórax pequeno. (SF?) Símbolo de negação da afetividade, ou dos impulsos de agressividade,
ou expressão de sentimentos de inferioridade.
PF11.05- Tronco não fechado na parte inferior. Símbolo de mecanismos de identificação projetiva excessiva, com
predomínio de mecanismos evacuativos. //Símbolo de dificuldades ou temores ligados à sexualidade. Por:
conflitos, ou por ansiedade e culpa (por desejos sexuais egodistônicos).
PF11.06- Tronco sombreado ou com rasuras. Símbolo de ansiedade em relação ao desenvolvimento corporal em
si. Por: desejo de expressar vigor físico, força ou “masculinidade”.
PF11.07- Tronco com zona inferior em linhas suaves, mais tênues ou mais leves. Símbolo de tensão e dificuldades
com psicossexualidade.
PF11.08- Tronco anguloso. Símbolo de agressividade, com desejo de aparentar força. //Símbolo fálico.
PF11.09- Tronco geométrico. Indicador de primitivismo. Por: pouca cultura, ou infantilidade, ou regressão.
PF11.10- Tronco arredondado. (SF?) Símbolo de maior feminilidade, menor agressividade, maior submissão.
PF11.11- Tronco enfatizado ou destacado por músculos, ou com musculatura desenhada. Símbolo de narcisismo
pelo corpo. Símbolo de preocupação com a força física, sendo visto como compensação de sentimentos de
inferioridade ou de preocupações hipocondríacas negadas. //Símbolo de agressividade e tendência a
explosões violentas (A literatura registra “necessidade de instrumentar o aparelho motor como meio
expulsivo-expansivo de controle do objeto, com possível exacerbação dos mecanismos de ação”. (Grassano,
com base em M. Klein)).
PF11.12- Tronco com pelos. (SF?) Símbolo da necessidade de conferir aspecto masculino à figura, expressando
também sensualidade e narcisismo pelo corpo.
PF11.13- Tronco com abdome volumoso. (SF?) Em mulheres, símbolo de dificuldades ou tensões, com temor à
gravidez, e desejos por maternidade.
PF11.14- Tronco com círculos grandes na metade inferior. Indicador de falha no sentido de realidade. //Símbolo
de ideias fantasiosas a respeito dos órgãos internos.
PF11.15- Tronco malformado. Indicador de pouca noção da realidade concreta. Por: falta de capacidade de
perceber a realidade.
PF12.- Região do peito. Símbolo das relações com a imago materna, das necessidades mais globais afetivas
e de dependência. //Símbolo de tensões ligadas à diferenciação e integração psicossexuais.
PF12.00- Região do peito: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF12.01- Seios grandes, desenhados por mulheres. (SF?) Símbolo de identificação com a mãe dominante, ou de
necessidade de alimentação e de criação (matriarcal). //Símbolo de relações de dependência. //Símbolo de
constrangimento em relação ao próprio busto. //Símbolo de desejo de parecer atrativa aos homens, por
acentuação da feminilidade.
PF12.02- Seios enfatizados, desenhados por mulheres. Símbolo de uso agressivo da feminilidade. //Símbolo de
forte identificação e ligação com a imago materna, vista como forte e potente.
PF 12.03- Seios caídos. (SF?) Símbolo de agressividade invejosa quanto às relações de nutrição e generatividade.
PF12.04- Seios na figura masculina. Símbolo de ambivalência, com sentimentos de inferioridade e ansiedade a
respeito disso.
PF12.05- Variantes dos seios: bolsinhos, acentuação da musculatura. Símbolo de identificação materna ou sinal
de privação afetiva, que prolonga a dependência materna. //Símbolo de dependência e apego à imago
materna, com necessidade de contatos afetivos com figuras maternas, mas negada por PSJ. //Símbolo de
fantasias de posse do objeto de desejo.
PF13.- Cintura e umbigo.
Cintura: Símbolo da relação de controle e integração de afetividade e sexualidade (por ser linha divisória entre
a zona "superior" do pensamento, força e afeto e a zona "inferior" da sexualidade).
Umbigo: Símbolo das relações de dependência.
PF13.00- Cintura: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF13.01- Cintura muito apertada. Símbolo de um controle precário, por inibição, que pode irromper em impulsos.
PF13.02- Cintura marcada por traço sombreado, reforçado ou interrompido. Símbolo de repressão ou
recalcamento, ou preocupação com o controle de impulsos, e ansiedade em relação a essa divisão, com
provável conflito entre expressão e controle dos impulsos.
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(Texto, 23 p.)

PF13.03- Cintura com cinto ou faixa muito bem elaborado (a). Símbolo da tendência a converter a tensão em
formas estéticas e próprias de expressão. //Símbolo de isolamento e controle das áreas de conflito
psicossexual e ansiedade.
PF13.04- Cintura não representada. Símbolo de negação das exigências de controle dos impulsos.
PF13.05- Cintura com cinto fechado por botão redondo. Símbolo de necessidades de dependência negadas.
PF13.06- Indicação simples do umbigo quando a zona do umbigo está desnuda. Nada a assinalar.
PF13.07- Indicação de umbigo em figura vestida. Símbolo de preocupação excessiva com relações de
dependência.
PF13.08- Umbigo enfatizado em figura nua. Símbolo da preocupação excessiva com relações de dependência.
PF13.09- Umbigo não desenhado em figura nua. Símbolo de negação de relações conflituosas de dependência.
PF14.- Quadris e nádegas. Símbolos associados a essas zonas referem-se às identificações eróticas e
ligadas à procriação, nas mulheres e em homens; podendo haver expressão de conflitos de identificação de
gênero.
PF14.00- Quadris e nádegas: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF14.01- Quadris destacados na figura feminina, desenhados por mulheres. (SF?) Símbolo de consciência do
poder relacionado ao amplo desenvolvimento da capacidade funcional pélvica. Se há expressão sedutora e
não se trata de situação de fato, pode ser símbolo de tendência a usar o erotismo de forma agressiva.
//Símbolo de interesse pela maternidade, como capacidade funcional pélvica.
PF14.02- Quadris e/ou nádegas enfatizados na figura masculina, desenhados por homens. Se não for situação de
fato, símbolo de conflito de identificação de gênero, com ansiedade.
PF14.03- Zona dos quadris ausente. Indicador de primitivismo de qualquer natureza. //Símbolo de dificuldades
com sexualidade, que a pessoa deseja não ver e não enfrentar.
PF14.04- Indicação de cóccix saliente no perfil, feito por homens. (SF?) Símbolo de preocupações relacionadas à
própria orientação sexual.
PF14.05- Indicação de ânus em figura de costas. Símbolo de preocupações com moléstias ligadas a essa zona
(hemorroidas, fissuras, etc.) ou com relações anais.
PF15.- Área genital e genitais. Símbolos ligados à psicossexualidade.
PF15.01- Desenho de figuras desnudas ou seminuas. Símbolo de investimento narcísico no corpo, podendo haver
desejos exibicionistas e voyeurísticos. //Símbolo de recusa, individualista ou egocêntrica, dos padrões
limitativos sociais. //Expressão de talento artístico, se associado a desempenho superior.
PF15.02- Desenho de figuras nuas com chapéu. Símbolo fálico, ligado a componentes regressivos.
PF15.03- Genitais enfatizados em figuras desnudas. Símbolo de forte preocupação com a função sexual,
indicando conflito sexual, com ansiedade aguda e/ou controle pobre dos impulsos. Por: exibicionismo ou
voyeurismo, ou por preocupação com a própria identidade ou capacidade sexual, ou por dificuldades de
caráter, ou por rejeição às normas sociais.
PF15.04- Genitais enfatizados, com grandes partes corrigidas. Símbolo de ansiedade muito forte em relação à
função sexual.
PF15.05- Genitais ausentes ou com tratamento muito pobre em figuras desnudas. Em desenhos feitos por
homem, símbolo de inexperiência ou de ansiedade em relação à função sexual. (Em desenhos feitos por
mulher, pode simbolizar também medo de penetração?).
PF15.06- Área genital enfatizada em figura vestida. Símbolo de ansiedade e de preocupação psicossexual.
PF15.07- Área genital diminuída. Símbolo de dificuldades com sexualidade, que a pessoa deseja minimizar e não
enfrentar.
PF15.08- Genitais aparecendo por transparência da roupa. Símbolo de preocupação e conflito forte com
sexualidade, que chega a interferir no trato com a realidade concreta. No caso de haver lógica para a
transparência, a preocupação não chega a interferir no trato com realidade.
PF16.- Indicações anatômicas. Símbolos de preocupações em relação ao corpo.
PF16.01- Acentuação anatômica ligeira. Símbolo de leve narcisismo em relação ao corpo, e de tendência a se
mostrar.
PF16.02- Acentuação anatômica forte. Símbolo de narcisismo em relação ao corpo e de tendência a se mostrar.
PF16.03- Insinuação da presença de costelas. Símbolo do desejo de aparentar força física.
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Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica dos traços específicos de desenhos da figura humana
(Texto, 23 p.)

PF16.04- Costelas desenhadas em seus detalhes anatômicos. Indicador de problemas graves no trato com
realidade. //Símbolo de sérias preocupações hipocondríacas ou agressividade. //Símbolo de preocupações
com frieza afetiva, ou tristeza, ou agressividade, ou sexualidade.
PF16.05- Marcada indicação de músculos. Símbolo de narcisismo e preocupação compensatória com força física,
com egocentrismo. //Símbolo de “força como meio expulsivo-expansivo de controle do objeto, podendo
haver tendências à atuação”. (Grassano, com base em M. Klein)
PF16.06- Indicações de órgãos internos. Indicador de falha séria no sentido de realidade. //Símbolo de algo de
que (em geral) o sujeito tem relativa consciência e que tem marcada importância para o sujeito, indicando
conflitos que interferem a ponto de prejudicar seu desempenho global. Referem-se em geral a: a)
sentimentos e paixões; b) sentimentos de inferioridade, ou de impedimento para autorrealização
(“castração”), ou de agressividade, ou sadomasoquistas; c) preocupações hipocondríacas; d) preocupações
com relações de nutrição; e) preocupações com agressividade e impulsos; f) preocupações com frieza afetiva,
ou tristeza, ou agressividade, ou sexualidade.
PF16.07- Indicação de saliência não explicável, em qualquer ponto da anatomia. Símbolo de preocupação com a
zona do corpo onde aparece a saliência ou com as condutas pessoais que a zona simboliza. (Ver o simbolismo
cultural da zona onde está a saliência)
PF17.- Ombros. Símbolo das relações de poder e domínio social, ou de relações de poder por força física.
PF17.00- Ombros: representação modal. Um dos indicadores de normalidade e capacidade de observação.
PF17.01- Ombros pequenos ou delgados. (SF?) Símbolo de sentimentos de inferioridade e/ou inadequação,
menos-valia ou inferioridade física.
PF17.02- Ombros pequenos desmanchados e consertados como ombros grandes. Símbolo de sentimentos de
inferioridade ocultados por fachada de capacidade e adequação.
PF17.03- Ombros grandes e largos, na figura masculina, feitos por homens. (SF?) Símbolo de desejo de provar
potência e capacidade, mostrando um ideal de força. Por: compensação de inadaptação, ou por ambivalência
sexual, ou por insegurança com respeito à masculinidade, ou por compensação de sentimento narcísico de
inferioridade.
PF17.04- Ombros grandes e largos na figura feminina, desenhados por mulher. (SF?) Símbolo de virilidade ou
símbolo compensatório da fragilidade, em geral por confusão ou ressentimento pelos papéis atribuídos aos
gêneros.
PF17.05- Ombros ausentes. Indicador de falha no manejo intelectual da realidade. Por: falta de senso do real,
pouca escolaridade, etc.
PF17.06- Ombros enfatizados. Símbolo de preocupação com o poder e perfeição física. //Símbolo de
preocupação a respeito da “masculinidade”, por tendência a estabelecer equivalência entre “masculinidade”
e desenvolvimento de força física.
PF17.07- Ombros geométricos. Símbolo de atitudes de defesa hostis. //Indicador de infantilidade no trato com a
realidade concreta (Deficiência? Pouca escolaridade?).
PF17.08- Ombros arredondados, na figura masculina, desenhados por homens. (SF?) Símbolo de dificuldades
psicossexuais, ou dificuldades com o papel assertivo atribuído culturalmente ao gênero masculino.
PF18.- Braços. Símbolo do contato com pessoas e objetos, e da possibilidade de produção e domínio do meio
(o aproximar e fazer adaptativos), e da natureza desse contato (confiante, defensivo, espontâneo, frágil, etc.)
com pessoas e objetos.
PF18.00- Braços: representação completa e modal. Um dos índices de normalidade.
PF18.01- Braços omitidos total ou parcialmente. Indicador de falha no sentido concreto da realidade e na
capacidade de adaptação. (SF?) Símbolo de retraimento, bloqueio, conflito ou incapacidade de contato social
e de contato com objetos. Por: isolamento, sentimento de abandono, ou de futilidade na luta pela vida.
//Símbolo de automutilação e de impedimento para autorrealização (“Castração”? Culpa?).
PF18.02- Braços muito pequenos e/ou finos. (SF?) Símbolo de contato débil com o ambiente, com medo. (Obs: o
símbolo braço curto tem sido associado à falta de realização por restrição social (pq); e a fragilidade associada
ao sentimento de falta de capacidade para realização dos objetivos.) Por: introversão excessiva, ou por
sentimento de inadequação do contato, ou por dependência, ou por falta de ambição e de confiança na
própria produtividade, ou por funcionalidade reduzida (por incapacidade psíquica ou circunstâncias
objetivas).
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(Texto, 23 p.)

PF18.03- Braços longos e fracos. (SF?) Símbolo de horizontes amplos, mas sem capacidade de manipulação ativa
do ambiente, pela coexistência da necessidade de ser apoiado (a). Combina ambição mais contato débil.
PF18.04- Braços em direção ao corpo. Símbolo de defesas aumentadas. //Símbolo do retraimento do contato
com o mundo exterior.
PF18.05- Braços fortes ou largos. (SF?) Fortes: Símbolo de ambição e/ou contato agressivo com o ambiente.
Largos: Símbolo de dificuldade de inter-relação, com a fantasia maior que a capacidade ou possibilidade de
realização.
PF18.06- Braços compridos. (SF?) Símbolo de ambição por aquisições ou por realizações (de tipo econômico ou
afetivo). //Símbolo de valorização do trabalho braçal.
PF18.07- Braços em negrito, ou sombreados. Símbolo de conflito ou dificuldades no contato externo. //Símbolo
de ambivalência entre retrair-se ou projetar-se, com ansiedade.
PF18.08- Braços abertos. Símbolo de urgência de participação social, ou exigência de contato com pessoas.
PF18.09- Braço mecânico, na horizontal. Indicador de simplismo e/ou regressão. //Símbolo de um contato
superficial e pouco afetivo com o meio ambiente.
PF18.10- Braços para trás. Símbolo de controle da agressividade. //Símbolo de insegurança acerca de sua
participação no ambiente, que gera condutas evasivas.
PF18.11- Um braço para cima e outro para baixo. Símbolo de fantasia, podendo ser símbolo de mistura de
ambição e inatividade, que leve a soluções fantasiosas.
PF18.12- Um braço para a frente e outro para trás. Símbolo de misto de evasão e de contato. Se (A), o contato
social é o mais fácil; se (B), o contato emocional é o mais fácil.
PF18.13- Braços para cima, rígidos. Símbolo de fantasias de ambição.
PF18.14- Braços pregados ao corpo. Símbolo de dificuldade de aproximação e relacionamento com outras
pessoas. Por: imaturidade, ou por retraimento, ou por tensão, ou por passividade pessoal, ou por defesa
passiva.
PF18.15- Braços junto ao corpo, mas em movimento. Símbolo da tentativa de vencer as dificuldades frente ao
meio.
PF18.16- Braços cruzados. Símbolo de atitude de defesa, suspeita ou hostilidade.
PF18.17- Braços voltados para a frente do corpo. Símbolo de disposição para o contato, mas com sentimento de
inferioridade, inadaptação.
PF18.18- Braços em posição de defesa pélvica. Símbolo de desajuste, ou de dificuldades com sexualidade.
PF18.19- Braços duros. Símbolo do modo pouco maleável (sem tato ou sem flexibilidade) de buscar o contato
com pessoas e/ou coisas.
PF18.20- Braços em forma de pênis, sem mãos. Símbolo de agressividade associada à repressão ou recalcamento
ou negação dos impulsos sociais e sexuais.
PF18.21- Braços que se assemelham a asas. Símbolo da necessidade imperiosa de evasão frente à realidade
externa.
PF18.22- Braços com pelos. (SF?) Símbolo da necessidade de conferir aspecto masculino à figura, ou
sensualidade.
PF18.23- Braços em ponta de lança. Símbolo de agressividade.
PF19.- Mãos. Símbolos do contato mais objetivo e fino com os objetos, com as pessoas e com o próprio corpo,
ligando-se a aspirações, produção, contato, exploração, defesa, adaptação (ação, carinho, doação, trabalho).
PF19.00- Mãos: representação completa. Um dos indicadores de normalidade.
PF19.01- Mãos omitidas. Símbolo de dano egoico (vivência de impedimento para autorrealização) e culpabilidade
por uso indevido (real ou fantasiado) das mãos (como na agressão, ou no roubo, ou na sexualidade, ou nos
desejos de automutilação, etc.) //Símbolo de ausência de confiança nos contatos sociais, na produtividade,
ou em ambos, com limitação da capacidade de dar e receber, e repressão ou recalcamento da agressividade.
PF19.02- Mãos muito grandes. (SF?) Símbolo de ambição, ou de compensação por insuficiência, ou de dificuldade
na busca ativa de seus objetivos ou manipulações. //Símbolo de agressividade e poder, com atuações,
impulsividade e inaptidão nos aspectos mais refinados das relações sociais.
PF19.03- Mãos em palitos. Indicador de falha no trato com a realidade concreta, com infantilidade. //Símbolo de
agressividade infantil, se houver outros símbolos associados à agressividade.
PF19.04- Mãos diminuídas. Símbolo de restrição na busca dos objetivos, por repressão ou recalcamento da
agressividade, ou sentimento de menos-valia, ou sentimento de culpa.

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(Texto, 23 p.)

PF19.05- Mãos imprecisas. Símbolo de falta de confiança nos contatos sociais ou na produtividade. Por:
culpabilidade e/ou medo da agressividade ou sexualidade, ou sentimento de menos-valia.
PF19.06- Mãos sombreadas. Símbolo de ansiedade e culpabilidade em relação às ações manuais, reais ou
fantasiadas.
PF19.07- Mãos em perfil. Indicador de inteligência e observação no trato com situações concretas.
PF19.08- Mãos para trás ou nas costas. Símbolo de evitação de contato e retraimento diante de situações mais
difíceis. Obs.: a maioria dos sujeitos justifica, dizendo que “não sabe desenhar mãos”.
PF19.09- Mãos nos bolsos. Símbolo de desejos de ocultação de suas ações ou manipulações. Por: sentimento de
culpa, ou autocrítica, ou falta de confiança e dificuldades no contato ou nas manipulações, ou por roubo, ou
por evasividade, ou por agressividade, ou por hábito egodistônico de masturbação.
PF19.10- Mãos realçando a região genital. Símbolo de dificuldades sexuais, podendo estar ligado a preocupações
com práticas autoeróticas. Quando há desvanecimento da linha, é símbolo de impulsos sexuais conflituosos,
com recalcamento da pulsão proibida.
PF19.11- Mãos que se agitam para fora. Símbolo de compulsividade nas ações.
PF19.12- Mãos fechadas. Símbolo de retenção em todos os sentidos. Por: agressividade (reprimida ou não), ou
usura, ou dificuldades nas relações sociais. Se A: Símbolo de agressividade, real ou fantasiada, reprimida e/ou
infantil. Se B: Símbolo de rebeldia interna e reprimida, que se expressa mais em sintomas que na conduta.
PF19.13- Mãos e punhos enfatizados. Símbolo de agressão contida, com tendência a explosões violentas.
PF19.14- Mãos abertas Símbolo de necessidade de afeto ou de relacionar-se.
PF19.15- Mãos zoomórficas. Símbolo de agressividade primitiva (reprimida, ou não) na forma de buscar contato.
PF19.16- Mãos em bolacha. Símbolo de problemas com a agressividade.
PF19.17- Mãos em forma de pênis. Símbolo de impulsos sexuais conflituosos.
PF19.18- Mãos envolvidas por uma linha. Símbolo de agressividade reprimida, com tendência a retirar-se dos
contatos, por medo de expressar seus impulsos agressivos.
PF20.- Dedos das mãos. Símbolo do ajustamento mais refinado e sensitivo ao ambiente, nos aspectos de
contato, especialmente os corporais; meios de defesa; e de contato inicial e de identificação pessoal.
PF20.00- Dedos: representação completa. Um dos indicadores de normalidade.
PF20.01- Dedos anormalmente compridos. (SF?) Símbolo de agressividade. //Símbolo de desadaptação social ou
ao trabalho. //Símbolo de conflitos sexuais (por deslocamento da representação das pontas).
PF20.02- Dedos grossos e curtos. Símbolo de dificuldades de inter-relação, com repressão ou recalcamento da
agressividade e cerceamento de si e visão concreta do mundo.
PF20.03- Amputação de um dedo ou mais. (SF?) Indicador de dificuldades no trato com realidade concreta. Por:
infantilidade no desenho, falta de atenção, discalculia. //Símbolo de sentimento de falta e de impedimento
para autorrealização. Por: dificuldades sexuais, ou dependência, ou impulsividade.
PF20.04- Mais de cinco dedos. Símbolo de ambição e agressividade na busca de objetivos, com conflitos, e /ou
imaturidade.
PF20.05- Dedos retocados ou apagados. Símbolo de agressividade e impulsividade reprimidas.
PF20.06- Dedos muito detalhados. Símbolo de controle obsessivo da agressividade, ou de desejo de perfeição.
PF20.07- Dedo polegar ou indicador com traçado especial. (SF?) Símbolo de sentimento de impedimento para
sua própria realização, ou preocupações e dificuldades sexuais.
PF20.08- Dedos em pétala de flor. Indicador de infantilidade no trato com realidade concreta. Símbolo de
infantilidade na forma de satisfação de necessidades.
PF20.09- Dedos deformados ou rígidos. Situação de fato (?). Símbolo de conflitos na forma de satisfazer
necessidades, ou símbolo de problemas sexuais.
PF20.10- Dedos entrelaçados. Símbolo de repressão ou recalcamento da agressividade, que é controlada
socialmente.
PF20.11- Dedos em forma de lança, garra, ou ferramenta mecânica. Símbolo de agressividade, e/ou sadismo.
PF20.12- Dedos em forma de lança, mas encerrados por linha. Símbolo de entorpecimento do contato com a
realidade e de agressividade forte, mas reprimida.
PF20.13- Dedos com unhas detalhadas. Símbolo de controle obsessivo da agressividade.
PF20.14- Dedos com unhas alongadas na figura masculina, desenhado por homens. Símbolo de ambivalência
quanto a papéis de gênero, ou confusão, ou de sentimento de menos-valia.
PF20.15- Dedos mal implantados. Símbolo da dificuldade de inter-relação social e de produtividade.

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(Texto, 23 p.)

PF21.- Pernas. Símbolo associado à estabilidade e segurança da personalidade no meio ambiente, à


capacidade de se buscar a satisfação de necessidades no ambiente, e símbolo que compartilha, com a área
especificamente genital, a esfera das conotações sexuais, especialmente nos desenhos femininos.
PF21.00- Pernas: representação completa. Um dos indicadores de normalidade e de capacidade de observação.
PF21.01- Ausência de pernas. (SF?) Indicador de falha no sentido da realidade concreta. //Símbolo de coarctação
corporal ou psíquica. //Símbolo de perturbação séria no desenvolvimento, com dificuldades graves no
crescimento, separação e busca de satisfação de necessidades.
PF21.02- Pernas muito mal desenhadas, ou com problemas de desenho. Símbolo de dificuldade séria (dano, ou
deterioração ou bloqueio) com as funções de crescimento, separação, e busca de satisfação de necessidades.
//Símbolo de dificuldades sexuais. Símbolo de dificuldades corporais com as pernas.
PF21.03- Pernas esquematizadas. Indicador de falha no trato com realidade concreta. //Símbolo de perturbação
séria no desenvolvimento, com dificuldade de crescimento, separação ou busca de satisfação de
necessidades.
PF21.04- Pernas incompletas ou ausentes por não caberem no papel. Símbolo de necessidade de autonomia, mas
sem possibilidade de efetuação.
PF21.05- Pernas de tamanho diferente entre si. (SF?) Símbolo de ambivalência no impulso para a autonomia.
PF21.06- Pernas longas e grossas. (SF?) Símbolo de necessidades compensatórias de autonomia e autoafirmação
social, com ambição (mas desajuste na busca de satisfação de necessidades). Símbolo de agressividade.
PF21.07- Pernas longas e finas. (SF?) Símbolo de necessidade de autonomia, mas com inadequação para
conseguir independência pessoal.
PF21.08- Pernas curtas. (SF?) Símbolo de alguma dificuldade nas necessidades de autonomia e separação.
PF21.09- Pernas e braços pequenos, finos e frágeis. Símbolo de sentimento de deficiência ou declínio. //Indicador
de transtorno no desenvolvimento.
PF21.10- Pernas e braços vazados e rígidos. Símbolo de ataques ao aparelho psicomotor.
PF21.11- Entrepernas com sombreamento, reforço ou rasura. Símbolo de conflito, ou preocupação e consciência
exagerada da sexualidade.
PF21.12- Pernas sombreadas, ou aparecendo por transparência, em desenho feito por homens. Símbolo de
receio, ou de transtornos no exercício da sexualidade (reais ou fantasiados).
PF21.13- Pernas enfatizadas desenhadas por mulher. Símbolo de conflitos sexuais, ou de sentimentos de
inferioridade.
PF21.14- Pernas como saias divididas ao meio. Símbolo de imaturidade psicossexual, com uso de racionalizações
para encobrir os conflitos.
PF21.15- Pernas ocultas em traje longo. Símbolo de racionalização dos conflitos ligados ao exercício da
autonomia e/ou sexualidade.
PF21.16- Pernas juntas e apertadas. Símbolo de dificuldades sociais, com isolamento. //Símbolo de tensão
emocional, com repressão ou recalcamento da sexualidade, e sentimento de culpa.
PF21.17- Pernas separadas formando paralelas. Indicador de observação deficiente no trato com a realidade
concreta, por persistência do uso irrefletido de condutas aprendidas.
PF21.18- Pernas separadas em V invertido. Símbolo de agressividade e desafio.
PF22.- Pés. Símbolo da base de equilíbrio, propulsão e condução do corpo, de onde símbolo do sentimento
de segurança, mobilidade fisiológica e psicológica no ambiente, em geral e interpessoal. Pela forma de ponta,
símbolo associado por deslocamento a pênis/falo, conotando aspectos fálicos de sexualidade e agressividade.
PF22.00- Pés: representação completa. Um dos indicadores de normalidade e de capacidade de observação.
PF22.01- Pés omitidos. Símbolo de cerceamento da expressão da personalidade no ambiente. Por: insegurança,
ou falta de autonomia, ou sentimento de menos valia. //Símbolo de desejo de manter-se infantil e não realizar
esforços de crescimento.
PF22.02- Pés omitidos por não caberem no papel. Símbolo de necessidade de autonomia e independência, que
não podem ser satisfeitas pela grandiosidade das fantasias correlatas.
PF22.03- Pés grandes na figura masculina desenhados por homens. (SF?) Símbolo de preocupação com
desempenho sexual (por receio de impotência, ou por tendência a se mostrar).
PF22.04- Pé esquerdo menor desenhado por homem. Símbolo de conflito de identificação de gênero.
PF22.05- Pés muito pequenos. (SF?) Símbolo de ansiedade e/ou insegurança, por dependência e/ou bloqueio.

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(Texto, 23 p.)

PF22.06- Pés enfatizados. Símbolo de agressividade. //Símbolo de conflito sexual.


PF22.07- Pés muito distorcidos. (SF?) Símbolo de insegurança no caminhar, ou no estar no mundo, ou no
relacionar-se sexualmente.
PF22.08- Pés com dedos encerrados em uma linha. Símbolo de agressividade reprimida.
PF22.09- Pés malparados ou apoiados. Símbolo de insegurança, e de fragilidade de adaptação.
PF22.10- Pés em sentidos contrários. Símbolo de presença de atitudes convencionais aprendidas, geradoras de
insegurança, que a pessoa não se esforça por superar e abandonar.
PF22.11- Pés na mesma direção. Indicador de persistência em modos aprendidos e infantis de lidar com a
realidade concreta, que mostram pouca discriminação.
PF22.12- Pés para dentro. Símbolo de ambivalência.
PF22.13- Pés com zona do calcanhar acentuada. Símbolo de dificuldades com sexualidade.
PF22.14- Pés zoomórficos ou em forma de garra. Símbolo de raiva pouco socializada.
PF22.15-Pés em palitos. Símbolo de agressividade infantil.
PF22.16- Pés em forma de lança. Símbolo de agressividade.
PF22.17- Pés como falos. Símbolo de necessidade de demonstrar virilidade ou potência, compensatória por
sentimento de insuficiência pessoal, ou preocupação sexual.
PF23.- Articulações. Símbolo da integração corporal, e da necessidade de sentir-se íntegro, por percepção
concreta da integração corporal; logo, conota insegurança, dependência, e, ocasionalmente, até mesmo o
receio da perda da integração.
PF23.00- Articulações: representação modal. Um dos indicadores de normalidade.
PF23.01- Articulações destacadas e enfatizadas. Símbolo da necessidade de evitar a sensação de desorganização
corporal. Por: extrema preocupação somática, ou por sentido imperfeito e impreciso da própria integridade
(psíquica ou corporal), ou por narcisismo corporal. //Símbolo de dependência e imaturidade psicossexual.
PF23.02- Articulações claramente assinaladas. Símbolo de insegurança e dependência (pela necessidade de
pistas perceptivas para se reassegurar).
PF24.-Roupa em geral. Símbolo da forma como o sujeito lida socialmente com a libido. //Símbolo da
aparência e fachada social, aspecto social convencional e sublimado de que quer se revestir, ou do nível de
superfície da personalidade.
PF24.00- Roupa: representação modal. Um dos indicadores de normalidade e de capacidade de observação.
PF24.00.01- Roupa: representação modal em menos escolarizados. Um dos indicadores de normalidade, relativo
ao nível de escolaridade.
PF24.01- Poucas indicações de roupa: menos que o essencial. Símbolo de menor adequação à realidade concreta
e de pouco uso de defesas sociais. //Símbolo de visão genérica ou orientação mais geral em relação a pessoas
e coisas, mas que pode impedir o planejamento objetivo no cotidiano.
PF24.02- Roupa que cobre pouco o corpo. Símbolo de exibicionismo e narcisismo expressos de modo pouco
convencional, mas aceitável socialmente.
PF24.03- Roupas muito elaboradas. Símbolo da importância atribuída ao status social e às posses, com realce da
aparência, o que indica desejo de aprovação social e domínio.
PF24.04- Roupas muito elaboradas, com meticulosidade. Símbolo de narcisismo e de tendência a se mostrar pela
aparência. Por: imaturidade, ou narcisismo, ou egocentrismo emocional, ou infantilidade, ou sentimento de
inferioridade e necessidade de couraça defensiva (obsessiva?).
PF24.05- Roupa que cobre muito o corpo, ou vestimenta completa formal. Símbolo de narcisismo e exibicionismo
mantidos sob controle, com uso da aparência como meio de sedução ou domínio social. //Símbolo de
formação reativa contra expressão da sexualidade.
PF24.06- Roupa sombreada. Símbolo de ansiedade e insegurança na autoexposição, mas com esforço para lidar
com essa dificuldade.
PF24.07- Roupas com contorno sombreado. Símbolo da importância dada ao corpo, com impulso a exibi-lo e,
simultaneamente, necessidade de controle desse impulso.
PF24.08- Roupas com transparência generalizada. Indicador de aplicação deficiente da cognição e pouca crítica,
com critério pobre de realidade. Por: ansiedade incontida, dificuldades cognitivas ou deficiência.

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Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica dos traços específicos de desenhos da figura humana
(Texto, 23 p.)

PF24.09- Roupas com transparência localizada. Símbolo de conflito em relação à área corporal em que ocorre ou
em relação ao que a área representa (ver pela simbólica das partes da figura, ao longo deste mesmo Quadro).
PF24.10- Roupas com transparência na parte inferior. Símbolo de dificuldades ou conflitos sexuais, com conflitos
de julgamento.
PF24.11- Roupa de etiqueta. Símbolo de necessidades de poder e de reconhecimento social.
PF25.- Peças de roupa: vestidos e saias. Símbolo associado à psicossexualidade, ao papel de gênero
feminino convencional // ao questionamento dos papéis de gênero convencionais, dependendo da situação.
PF25.00- Vestido ou saias: representação completa. Um dos indicadores de normalidade. //Símbolo de
interiorização de papéis de gênero femininos convencionais. A conotação dessa interiorização, e suas
vantagens ou desvantagens para a direção de vida de PSJ (por ex., docilidade, ou desejo de maternidade, ou
passividade, ou sedução, ou “feminilidade”), são analisadas pelo tema da figura e a história construída.
PF25.00.01- Saias: representação em menos escolarizados. Um dos indicadores de normalidade, com menos
riqueza de mediação cognitiva. //Símbolo de interiorização de papéis de gênero femininos convencionais.
PF25.01- Vestido (ou saia) comprido (a) desenhado por mulher. Símbolo de identificação com imago materna.
//Símbolo de repressão ou recalcamento de tendências a se mostrar (exceto vestido de baile sedutor).
PF25.02- Vestido com coração e flores. Símbolo de defesas eufóricas e de negação de tendências agressivas ou
depressivas (Grassano, com base em M. Klein).
PF25.03- Saia curta. Símbolo de tendências a se mostrar.
PF25.04- Saia ampla geométrica. Símbolo do uso de padrões aprendidos de comportamento, de forma
convencional e automática. Por: incapacidade cognitiva, ou displicência, ou pouco esforço por atingir
desempenhos mais eficientes.
PF25.05- Saia com sombreamento. Símbolo de ansiedade e/ou preocupação psicossexual, que PSJ não reconhece
l.
PF25.06- Saia com ênfase na barra. Símbolo de interesse e preocupação infantis com a sexualidade.
PF25.07- Saias com transparência. Indicador de falha no trato com a realidade concreta. //Símbolo de
preocupação infantil com sexualidade. Por: fantasias, imaturidade psicossexual, ou tendência a se mostrar,
ou narcisismo.
PF25.08- Saias com transparência justificada. Símbolo de narcisismo, ou tendência a se mostrar, que assume
forma racionalizada ou aceita socialmente.
PF25.09- Saias com linhas mais tênues que o resto da figura. Símbolo de ansiedade em relação à feminilidade e
aos aspectos psicossexuais.
PF26.- Peças de roupa: calças. Símbolo associado à psicossexualidade e a papel de gênero ativo.
PF26.00- Calças: representação modal. Um dos indicadores de normalidade. //Símbolo de interiorização de
papéis ativos.
PF26.00.01- Calças: representação modal em menos escolarizados. Um dos indicadores de normalidade, mas
com menor riqueza de mediação cognitiva. //Símbolo de interiorização dos papéis de gênero ativos.
PF26.01-Calças com ênfase na braguilha. Símbolo de receio ou conflito em relação à sexualidade. Por:
masturbação e/ou práticas sexuais não aceitas, ou insegurança, ou tendências a se mostrar.
PF26.02- Calças sem braguilha na figura masculina desenhada por homens. Símbolo de preocupações e
dificuldades com a sexualidade.
PF26.03- Calças enfatizadas por feitio (vincos, destaque nas pregas, barra). Símbolo de preocupação e
necessidade se mostrar, ou de mostrar seu poder pessoal no ambiente. //Símbolo de interesse (dissimulado)
em relação à sexualidade.
PF26.04- Calça enfatizadas por sombreamento, ou borrões. Símbolo de ansiedade ou preocupação em relação à
autoafirmação em geral, com sentimentos de menos-valia. //Símbolo de ansiedade ou preocupação com
sexualidade.
PF26.05- Calças enfatizadas por realce ou estampado. Símbolo de ansiedade em relação à sexualidade ou à
autoafirmação em geral, com sentimentos de menos-valia, para o qual PSJ busca compensações de forma
socializada.
PF26.06- Calças com transparência. Indicador de falha no trato com a realidade concreta. //Símbolo de
dificuldades psicossexuais, ou receio da sexualidade. Por: imaturidade psicossexual, ou exibicionismo, ou
narcisismo ou por problemas de dificuldades com orientação sexual (reais ou fantasiadas).
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psicologiaclinicatextos.com.br, aba Análise Simbólica. Coletânea Análise simbólica do desenho da figura
humana, texto 7. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica dos traços específicos de desenhos da figura humana
(Texto, 23 p.)

PF26.07- Calças quadriculadas com transparência nas pernas e sombreamento nestas. Símbolo de dificuldade
sexual. Por: conflito, ou pânico, ou insegurança, ou práticas sexuais que PSJ não aceita, ou temor de violência
ou castração.
PF26.08- Calças como dois retângulos simples que se unem em cima. Símbolo do uso de padrões aprendidos de
comportamento, de forma convencional e automática. Por: incapacidade, ou despreocupação, ou desânimo
para esforço de atingir desempenhos mais eficientes.
PF26.09- Calças curtas. Símbolo de necessidades de se mostrar, ou de sedução, de forma infantil ou não. Obs.:
ver se se trata de forma mais infantil (ou não), pela maior (ou menor) aparência de "calça curta" de criança.
PF26.10- Calças que podem ser confundidas com saias. Símbolo de indiferenciação psicossexual.
PF27.- Blusas e/ou camisas. A sua simbólica, na literatura, refere-se a estar coberto(a) /exposto(a).
Bolsos das camisas: são símbolos ligados às ideias de guardar ou esconder. Pela posição no tórax, no lugar
das mamas, tornam-se símbolos de conflitos de (in)dependência.
PF27.00- Blusas e/ou camisas: representação completa. Um dos indicadores de normalidade e capacidade de
observação.
PF27.00.01- Blusas e/ou camisas: representação em menos escolarizados. Um indicador de normalidade, mas
com menor riqueza de mediação cognitiva.
PF27.01- Blusa ou camisa com decote ou colarinho que fecha o pescoço. Símbolo de repressão ou recalcamento.
//Símbolo de dificuldades com sexualidade.
PF27.02- Decote profundo ou enfatizado. Símbolo de tendências a se mostrar ou de tendências voyeurísticas.
PF27.03- Paletó ou jaqueta com gola destacada em figura desenhada por homem. Símbolo de tendências a se
mostrar ou de sentimentos de menos-valia, ou de impotência, que PSJ tenta compensar.
PF27.04- Paletó ou jaqueta comprida desenhada por homem. Símbolo de conflitos com identificações de gênero.
Podem existir receios (reais ou fantasiados) ligados à orientação sexual.
PF27.05- Bolsos enfatizados. Símbolo de conflitos quanto a guardar e/ou esconder. //Símbolo de dependência
infantil para satisfação de necessidades básicas.
PF27.06- Bolsinho com lenço enfatizado. Em mulheres, símbolo de fantasia de virilidade. Em homens, símbolos
compensatórios do receio de inadequação sexual.
PF27.07- Bolsos em lugar de seios. Símbolo de dependência e apego à imago materna, com necessidade de
contatos afetivos com figuras maternas, negada ou contrabalançada por luta pela autoafirmação. //Símbolo
de identificação materna, sinal de privação afetiva que prolonga a dependência materna.
PF27.08- Bolsos fora de lugar. Símbolo de dependência e infantilidade, com carência afetiva ou material das
bases para o ajustamento.
PF28.- Detalhes das roupas: os botões. Símbolos associados à dependência materna, e à relação de
autoridade e submissão.
PF28.00- Botões: representação adequada. Um dos indicadores de normalidade e capacidade de observação.
PF28.01- Botões enfatizados. Símbolo de dependência emocional e ligação à figura materna, com infantilidade e
inadaptação.
PF28.02- Botões numerosos. Símbolo de dependência para a satisfação de necessidades básicas. //Símbolo de
temor à destruição interna do objeto, com sentimento de vazio e carência, e uso de defesas eufóricas.
(Grassano, com base em M. Klein).
PF28.03- Botões de uniformes. Símbolo de problemas de submissão à autoridade.
PF28.04- Botões em linha média. Símbolo de imaturidade afetiva, com dependência maternal (Obs.: esse
significado me parece adequado, pela manutenção da infantilidade do desenho.) //[A literatura considera
símbolo de preocupação somática, com sensação de inferioridade corporal ou geral. Esse código se mostrou
tão frequente em nossas observações, que, no meu entender, não pode ter significado clínico. ]
PF28.05- Botões baixos na linha média. Símbolo de dependência para satisfação de necessidades básicas, que
tende a buscar solução nas relações com o/a parceiro/a sexual.
PF28.06- Botões da braguilha aparecendo. Símbolo de dependência para satisfação de necessidades básicas, que
tende a buscar solução nas relações com o/a parceiro/a sexual.
PF28.07- Botão único no lugar do umbigo. Símbolo de dependência materna.
PF28.08- Fileira de botões que não vem ao caso. Símbolo de dependência infantil e insegurança, com tentativas
inadequadas de controlar os desajustes emocionais. //Indicador de infantilismo no trato com as situações
concretas.
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humana, texto 7. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica dos traços específicos de desenhos da figura humana
(Texto, 23 p.)

PF28.09- Botões em áreas raras. Símbolo de preocupações com detalhes.


PF29.- Calçado. Símbolo associado à agressividade e sexualidade (ver pés).
PF29.00- Calçados: representação modal. Um dos indicadores de normalidade. Se bem discriminado: um
indicador de normalidade e de capacidade de observação.
PF29.01- Calçados não discriminados das pernas. Símbolo de menor capacidade de observação, e menor riqueza
de mediação cognitiva; frequente em menos escolarizados.
PF29.02- Calçados enfeitados e/ou com saltos, feitos por homens. Símbolo de infantilidade psicossexual, ou de
dificuldades com identificação de gênero.
PF29.03- Sapatos em ponta. Símbolo de agressividade, e/ou de formação reativa contra agressividade.
PF29.04- Sapatos em forma de pênis e enfatizados. Símbolo de dificuldades sexuais. Na mulher, por impulsos
sexuais fálicos, ou desejo de poder; no homem, por preocupações com insuficiência.
PF30.- Peças adicionais do vestuário. Símbolos específicos, cuja significação decorre da função da
peça de roupa, ou de sua forma, ou de seu estilo.
PF30.01- Capa envolvendo a figura. Símbolo de preocupação com a natureza indefinida da zona de interação
entre o eu e o mundo exterior.
PF30.02- Capuz. Símbolo de repressão ou recalcamento e tentativas conscientes de sublimação dos impulsos
(especialmente os sexuais).
PF30.03- Chapéu. Representação frequente em desenhos infantis, peça que cobre o cabelo (que é símbolo de
virilidade), e utilizada pontualmente no vestuário cotidiano. Logo, símbolo fálico, ou ligado à apresentação
social e status, indicando preocupações com força, dominância, virilidade e sexualidade, com alguma
imaturidade.
PF30.04- Chapéu com ênfase pelo traçado ou tamanho. Símbolo de dificuldades com as atitudes fálicas de
autoafirmação. Por: conflitos sexuais, ou por dificuldades de aprendizagem.
PF30.05- Chapéu transparente. Indicador de falha no trato com a realidade concreta. //Indicador de primitivismo.
PF30.06- Chapéu cobrindo quase toda a testa. //Símbolo de atitude de desconfiança, suspeita ou alerta (em
guarda).
PF30.07- Chapéu pontudo ou em forma de pênis. //Símbolo fálico, por dificuldades com a sexualidade masculina.
PF30.08- Cuecas. Símbolo de tendências a se mostrar.
PF30.09- Gravata. Símbolo fálico, com adequação sexual expressa de forma socialmente aceita, ou com controle
racionalizado.
PF30.10- Ênfase na gravata. Símbolo de preocupações de natureza fálico-compensatórias. Por: preocupações
com insuficiência, ou inibições egoicas, ou sentimentos de castração, ou dificuldades específicas de
aprendizagem; ou agressividade associada à sexualidade débil, ou sentimentos de inadequação social, ou
tendências a se mostrar.
PF30.11- Gravata flutuante. Símbolo de preocupação com sexualidade, com compensação agressiva pela
impotência ou incompetência temida.
PF30.12- Gravata curta e imprecisa. Símbolo de sentimento de menos-valia, ou inadequação sexual. Por:
preocupações com potência, ou consciência de debilidade sexual, ou sensação de inferioridade orgânica, ou
preocupação por tendências (não aceitas) a se mostrar.
PF30.13- Gravata em laço. Símbolo de tendências femininas, em homens.
PF30.14- Luvas em linha contínua. Símbolo de agressividade reprimida, de caráter evasivo, tendendo a episódios
furtivos de agressão.
PF30.15- Meias curtas. Símbolo de identificação com modelo infantil.
PF30.16- Sutiã. a) Símbolo de tendências a se mostrar ou narcisismo feminino. b) Símbolo de dificuldades com
identificação de gênero, se desenhados por homens na figura masculina.
PF31.- Acessórios. Símbolos específicos, que expressam características individualizadoras de que a pessoa
tem relativa consciência. Retiram seu significado de sua função na roupagem, de sua forma ou estilo, e da
função cultural da roupa desenhada por PSJ.
PF31.00- Acessórios. Análise específica, de acordo com o simbolismo funcional ou social do acessório desenhado.
Fazer perguntas.
PF31.01- Acentuação dos acessórios em detrimento da roupa. Símbolo de pobreza no julgamento e no equilíbrio
sociais.

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humana, texto 7. Inserido em 11/2014
Ribeiro, Laura Cançado. Como fazer a análise simbólica dos traços específicos de desenhos da figura humana
(Texto, 23 p.)

PF31.02- Alfinete de gravata. Símbolo de sentimento de inadequação, racionalizado e controlado por


mecanismos obsessivos.
PF31.03- Aliança enfatizada. Símbolo de conflito com parceiro(a) sexual.
PF31.04- Anel enfatizado. Em figura masculina desenhada por homens, símbolo de afirmação econômico-social
ou de dificuldades de identificação de gênero. Em figura feminina desenhada por mulheres, símbolo de
narcisismo e/ou tendências a se mostrar, ou de afirmação econômico-social.
PF31.05- Armas brancas. Se em desenho feitos por homens, símbolo de agressividade. Se em desenho feitos por
mulheres, símbolo de agressividade que pode estar ligada a sentimentos de inadequação, castração ou inveja
da posição do homem na cultura.
PF31.06- Armas de fogo. Símbolo fálico de luta e afã pela virilidade e segurança, ou ambição de poder, por
sentimento de insegurança, ou por inveja de potência, ou por conduta desviante.
PF31.07- Bastão enfatizado desenhado por idosos. Símbolo fálico, com dificuldade em aceitar os efeitos de idade.
PF31.08- Chicote. Símbolo de agressividade, associado a práticas ou a tendências sadomasoquistas.
PF31.09- Cigarro ou outros objetos ligados ao fumo. Símbolo de adesão egossintônica a drogas. //Símbolo de
busca de virilidade, por preocupações sexuais e/ou afã de poder e segurança.
PF31.10- Colar. Símbolo de controle racionalizado dos impulsos.
PF31.11- Condecoração. Símbolo do desejo de sobressair. No caso de bótons específicos, pode simbolizar
compromissos políticos e sociais de PSJ.
PF31.12- Fita no cabelo da figura feminina. Símbolo de identificação infantil. //Símbolo de esforços no sentido
da contenção de impulsos.
PF31.13- Flores, ou jarros com flores. Símbolo do temor à destruição interna dos vínculos, com sentimento de
vazio e carência, e uso de defesas eufóricas. (Grassano, com base em M. Klein). //Símbolo de preocupações
sexuais e tendências a se mostrar.
PF31.14- Ioiô na mão. Símbolo de infantilidade.
PF31.15- Joias. Símbolo da importância atribuída ao prestígio social e às posses, com desejo de reconhecimento
e de atrair. //Símbolos narcísicos, sendo sinal de preocupação com sedução.
PF31.16- Livros. Símbolo da importância atribuída ao conhecimento. Por: dificuldades de aprendizagem, ou afã
de conhecimento, ou necessidade de afirmação via realizações acadêmicas.
PF31.17- Objetos na mão. Símbolo de necessidade de contato com algo como apoio. (Analisar o objeto com suas
características específicas.)
PF31.18- Óculos. (SF?). Símbolo de dissimulação no enfrentar o mundo. //Símbolo de ambição de status social-
intelectual. //Símbolo da necessidade de ver melhor.
PF31.19- Símbolos fálicos. Símbolos de luta e afã pela virilidade, em geral de caráter compensatório por falhas
reais ou imaginadas.
Sequência do trabalho. Vá agora ao Texto 8, que contém os significados simbólicos
associados às características gerais dos desenhos.

Bibliografia
A bibliografia utilizada se encontra no Texto 12 dessa Coletânea de Textos sobre o desenho
da pessoa humana.

Palavras de cautela: esta Coletânea não é adequada


para se tornar teste de personalidade e nem para fazer
psicodiagnóstico de uma pessoa. Mas pretende: (a) despertar
ou ampliar o interesse pela compreensão de si ou de outros
através de desenhos; (b) despertar interesse pela Simbologia
e para o trabalho com símbolos; (c) incentivar a busca de
novas fontes de estudo e diferentes áreas de conhecimento;
(d) gerar pesquisas na área de desenhos.

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psicologiaclinicatextos.com.br, aba Análise Simbólica. Coletânea Análise simbólica do desenho da figura
humana, texto 7. Inserido em 11/2014

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