1. Dedução
O raciocínio dedutivo (dedução) consiste em inferir, com necessidade lógica, de duas ou mais
proposições (ditas antecedentes ou premissas) uma outra proposição (dita consequente ou conclusão)
que está nelas implicitamente contida. Dito por outras palavras: a dedução é a inferência, argumento ou
raciocínio que vai dos princípios para uma consequência logicamente necessária.
O Silogismo, que será desenvolvido mais adiante, é um caso particular de dedução. A dedução
silogística parte do mais geral para o particular; parte apenas de duas proposições (premissas) e conduz
a uma conclusão que nelas está implícita. Exemplo:
2. Indução
O raciocínio indutivo é a operação racional mediante a qual se conclui uma verdade universal ou
geral a partir de verdades/factos particulares1.
O mais relevante no raciocínio indutivo consiste na generalização. A partir de certos casos
particulares estudados ou observados induzimos o seguinte: o que se verifica nos casos analisados,
verificar-se-á também em todos os casos análogos ou do mesmo género. Exemplo:
Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno, Plutão, descrevem órbitas
elípticas; ora, Mercúrio, Vénus, Terra, … são todos planetas; por isso, podemos concluir que os
planetas descrevem órbitas elípticas.
3. Analogia
Aristóteles deu uma primeira definição de analogia: é a igualdade das relações (A está para B
como C está para D). A sua expressão mais nítida e mais completa encontra-se na proposição
matemática:
A = C
B = D
Mas, na linguagem corrente, a analogia difere da proposição matemática, na medida em que ela
não traduz uma igualdade, mas afirma uma semelhança. Exemplo: Joaquim tem sintomas de doença
semelhantes aos de António; logo, terá a mesma doença.
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Outra definição: «Movimento do espírito que nos faz passar do singular ao universal» (G. Bénezé). A indução procede do
particular para o geral, dos factos para a teoria. Exemplo: os corpos a, b, c, …n dilatam-se com o calor; logo, o calor dilata
os corpos.
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Não podemos dispensar o raciocínio por analogia; ninguém consegue explicar ou compreender o
desconhecido sem recorrer ao que lhe é familiar, a imagens, a comparações. Ora, isto é pensar por
analogia.
Estrutura do Silogismo
Todo o silogismo é constituído por três (e só três) proposições e três termos, assim designados:
(P) Termo maior “mortal”; é o que tem maior extensão; na conclusão ocupa sempre o lugar de
predicado;
(S) Termo menor “Sócrates”; é o que tem menor extensão (ou mais compreensão); na
conclusão ocupa sempre o lugar de sujeito;
(M) Termo médio “homem”; é o termo que simultaneamente contém um dos termos e está
contido no outro; permite estabelecer determinada relação entre S e P; permite o trânsito das premissas
à conclusão; tem o papel de intermediário; encontra-se nas duas premissas mas nunca na conclusão.
Com base na extensão dos termos podemos fazer a seguinte representação gráfica:
A relação existente entre as duas premissas e a conclusão é de necessidade lógica, isto é, qualquer
ser racional que aceite as premissas sente-se racionalmente constrangido a aceitar a conclusão, uma vez
que esta decorre das outras.