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Dennis Allan
Introdução
2 Coríntios 1
2 Coríntios 2
2 Coríntios 3
2 Coríntios 4
2 Coríntios 5
2 Coríntios 6
2 Coríntios 7
2 Coríntios 8
2 Coríntios 9
2 Coríntios 10
2 Coríntios 11
2 Coríntios 12
2 Coríntios 13
Introdução
No mapa: Corinto era a capital da Acaia, situada no sul da Grécia. Por causa
da sua posição perto do istmo que ligava duas partes da Grécia, era uma
cidade de importância comercial, cultural e religiosa. Tinha diversos templos
dedicados aos vários falsos deuses da época, incluindo um templo de Afrodite,
onde os adoradores da deusa praticavam prostituição.
2 Coríntios 1
1:1-2
Paulo e Timóteo mandaram esta carta à igreja dos coríntios e aos demais
santos na Acaia.
**Obs.: Como era seu costume, Paulo incluiu seu co-obreiro na saudação, mas
a carta é do próprio apóstolo. Por este motivo, ele refere a si mesmo na
primeira pessoa, e comenta sobre Timóteo na terceira pessoa (veja 1:19).
1:3-11
Paulo agradeceu pela consolação que Deus dá.
O conforto que Deus dava a Paulo, em seu sofrimento, equipou o apóstolo para
confortar outros que passavam por angústias. Como participavam do
sofrimento, participariam, também, da consolação.
Paulo passou por tribulações na Ásia, até ao ponto de desesperar da própria
vida. Por essa experiência, ele aprendeu a confiar mais ainda em Deus (veja
12:9-10).
1:12-14
Paulo afirmou sua sinceridade para com os coríntios, e os relembrou de que
sua mensagem era de Deus, e não da sabedoria humana.
1:15-22
Paulo defendeu a sua honestidade em relação às mudanças nos planos dele.
Ele tinha planejado uma viagem a Corinto. De lá, ele iria à Macedônia e voltaria
a Corinto antes de prosseguir para a Judéia. Quando não fez a viagem como
pretendia, alguns evidentemente questionaram sua integridade. Ele se
defendeu, dizendo que sua palavra era confiável, como a palavra do Senhor.
**Obs.: Paulo cita, neste parágrafo, o Pai, o Filho e o Espírito. Disse que somos
confirmados em Cristo, ungidos por Deus (Pai), e selados no Espírito. Assim,
ele mostra o privilégio do cristão de estar em comunhão com as três pessoas
divinas (veja Mateus 28:19; João 14:17,23; 1 Coríntios 6:19).
1:23-24
Paulo disse que ainda não tinha ido a Corinto para poupá-los. Baseado em
comentários encontrados mais tarde no livro, entendemos que Paulo estava
dando tempo para os coríntios se arrependerem de alguns pecados, para evitar
a necessidade de repreensões ásperas (veja, por exemplo, 10:2,9-11; 12:19-
21; 13:1-2,10).
2 Coríntios 2
2:1-4
Paulo não queria voltar para Corinto em tristeza; então deu tempo para que
resolvessem os problemas primeiro.
Ele não se regozijou na tristeza deles. Pelo contrário, ele queria participar da
alegria desses queridos irmãos.
A tristeza evidente na carta dele demonstrou seu amor verdadeiro para com
eles.
**Obs.: Qual carta? Alguns comentaristas acreditam que Paulo mandou uma
carta entre 1 e 2 Coríntios, severamente repreendendo os coríntios por
algumas atitudes erradas. Supõe-se que esta carta severa fosse enviada
depois de uma visita rápida e desagradável (que teria sido, segundo esta
interpretação, a segunda visita; uma vez que ele estava planejando a terceira
visita em 12:14 e 13:1).
2:5-11
Quando o irmão pecador se arrepende e volta, deve ser acolhido em amor
pelos irmãos.
**Obs.: Qual irmão? Paulo não identifica o irmão que voltou. Pode ser o homem
imoral de 1 Coríntios 5. Pode ser um dos homens com queixa contra o irmão
em 1 Coríntios 6. Pode ser algum outro caso não especificado. Não importa o
pecado ou a identidade do pecador. O princípio ensinado aqui é válido em
qualquer caso de arrependimento de um irmão que pecou. Quando se
arrepende, os outros devem o perdoar (veja Mateus 18:15-35).
O irmão arrependido precisa ser perdoado e confortado, para evitar que seja
consumido por excessiva tristeza. A tristeza e sentimentos de culpa servem
para nos conduzir ao arrependimento (7:10; Tiago 8-10). Mas, se ficar na
tristeza e vergonha, a pessoa será consumida e vencida pelo erro. O irmão
arrependido deve sentir o amor dos outros discípulos.
2:12-13
Paulo ficou pouco tempo em Trôade, porque não encontrou Tito. Continuou a
sua viagem até a Macedônia.
**Obs.: Saindo de Éfeso, Paulo foi até Trôade (ainda na Ásia), e depois
prosseguiu até a Macedônia, que faz parte da Europa.
2:14-17
O aroma de vida e morte.
Paulo pregava uma mensagem só. A mesma palavra que faz o pecador sentir-
se culpado e réu de morte traz as boas novas de vida aos fiéis.
2 Coríntios 3
3:1-11
Paulo não precisou dar carta de recomendação aos coríntios para estabelecer
sua credibilidade, pois os próprios coríntios eram evidência de seu trabalho.
Tinta X Espírito
Pedra X Carne/corações
Condenação X Justiça
Outrora X Atual
Desvanecia-se X Permanente
**Obs.: "A letra mata, mas o espírito vivifica". Muitas pessoas distorcem o
sentido desta frase, até usando o versículo para dizer que estudo da Bíblia
pode ser prejudicial! Mas, um pouquinho de estudo do contexto mostra que tal
interpretação é totalmente errônea. No contexto, a letra representa o sistema
da lei do Velho Testamento, que trouxe conhecimento das conseqüências do
pecado, mas não revelou o caminho para a salvação. O espírito representa a
palavra de Cristo, que nos dá a solução para nosso problema.
3:12-18
Paulo disse que as pessoas que continuavam confiando na lei de Moisés ainda
tinham um véu que escondia a verdade sobre Cristo. O véu não está mais
sobre o rosto de Moisés, e sim sobre o coração dos que não se convertem a
Cristo.
**Obs.: A imagem de Deus. Deus criou o homem à imagem dele (Gênesis 1:26-
27), mas o homem manchou a imagem com o pecado. Jesus nos mostrou a
imagem do Pai (2 Coríntios 4:4; Colossenses 1:15). Nós somos refeitos à
imagem de Cristo (2 Coríntios 3:18; Colossenses 3:10).
2 Coríntios 4
4:1-6
Paulo fez seu trabalho de uma maneira transparente e sincera, e não pretendia
desistir dele.
Paulo não pregou uma doutrina particular, mas sim, o evangelho de Cristo.
Paulo, escolhido por Cristo para ser apóstolo, se colocou na posição de servo
dos coríntios, por amor de Jesus.
4:7-15
Neste parágrafo, Paulo explica bem a grande responsabilidade dos apóstolos.
No contexto, em que ele fala sobre a sua própria morte, parece que os vasos
de barro são os próprios apóstolos. Isso não nega, porém, a nossa
responsabilidade na divulgação do evangelho hoje (veja a transmissão dessa
responsabilidade de uma geração para outra em 2 Timóteo 2:2).
**Obs.: Confiança na carne. Nas cartas aos coríntios, Paulo fortemente rejeita a
ênfase nas obras dos homens. A grande tendência de muitas igrejas, hoje em
dia, é honrar os homens pelas obras realizadas (diplomas de seminários, títulos
de honra, glória de trabalhos bem-sucedidos, reconhecimento por homens,
etc.). Paulo pôs tudo que o homem é, e tudo que o homem faz, na categoria de
um vaso de barro. A glória pertence ao tesouro guardado no vaso, não ao
próprio vaso.
No versículo 13, ele resume o sentido de Salmo 116, onde Deus é louvado por
ter livrado seu servo da morte. Neste contexto, Paulo mostra a mesma
confiança. Ele será livrado da morte na ressurreição, e todos que ouvem o
evangelho podem participar da mesma esperança.
4:16-18
Por causa da sua esperança da ressurreição, Paulo não se desanimava
quando contemplava a própria morte. Ele mostrou a sua fé nas promessas de
Deus, e depositou sua confiança nas coisas eternas e invisíveis.
2 Coríntios 5
5:1-5
Neste parágrafo, Paulo apresenta uma perspectiva cristã da morte física.
Deus nos preparou para a vida eterna, já dando uma amostra da vida eterna
através do Espírito (veja Efésios 1:13).
5:6-10
Paulo andava em esperança da vida eterna que o motivou a ser agradável a
Deus.
5:11-17
Paulo pregava com convicção, persuadido da mensagem de Cristo. Ele não
confiava nas aparências da carne, e sim na verdade no coração. Outros o
julgavam louco, mas ele continuou servindo a Deus.
5:18-21
O trabalho de Paulo era o ministério da reconciliação, promovendo a paz entre
Deus e os homens (veja Isaías 59:1-2; Efésios 2:14-18).
- Ele levou sobre si os nossos pecados; levamos sobre nós a justiça dele! Que
maravilha!
2 Coríntios 6
6:1-3
Paulo exortou-os a não receberem a graça de Cristo em vão, frisando a
urgência da sua obediência.
**Obs.: Ele cita Isaías 49:8 como a palavra de Jesus. Este versículo faz parte
de uma série de profecias messiânicas em Isaías sob o tema "O Servo do
Senhor".
Paulo serviu com toda sinceridade e dedicação, para não impedir o progresso
do evangelho.
6:4-10
Ao invés de dar motivo de escândalo, Paulo se negou em tudo para ser um
bom embaixador de Cristo.
**Obs.: Tudo indica que Paulo ainda estava sendo criticado e rejeitado por
alguns entre os coríntios. Seu amor não fingido (sem hipocrisia) sugere um
contraste com o falso amor dos falsos apóstolos que estavam perturbando os
coríntios (veja 11:13).
6:11-13
Paulo sente-se constrangido, não por falta de vontade de sua parte, mas pela
rejeição pelos coríntios. O coração dele estava bem aberto para recebê-los,
mas eles permaneciam fechados.
6:14-18
Nestes versículos, e no primeiro do capítulo 7, Paulo destaca a importância da
santificação na vida dos cristãos. Não pode haver concordância entre as coisas
de Deus e as do Maligno. Observe os contrastes:
Justiça X Iniqüidade
Luz X Trevas
Cristo X O Maligno
Crente X Incrédulo
Nos versículos 16 a 18, Paulo usa várias citações do Velho Testamento sobre
o povo santo. Deus desejava um povo santo em Israel, mas os hebreus não
cumpriram sua responsabilidade. Então, ele começou a profetizar sobre um
povo santo e cumpriu as profecias em Israel espiritual, a igreja. Hoje, em
Cristo, participamos da comunhão do Todo-Poderoso que habita entre os
cristãos.
2 Coríntios 7
7:1
Baseado nas grandes promessas de comunhão com Deus, Paulo pede a cada
discípulo:
7:2-4
Paulo volta a falar sobre os problemas entre ele e os coríntios. Ele pede que
abram seus corações, afirmando que ele sempre agia em boa fé e sinceridade.
7:5-16
Paulo começou a comentar sobre sua procura de Tito em 2:12-13. Falou que
chegou a Trôade (partindo de Éfeso) e não encontrou Tito. Por esta razão, foi
para a Macedônia. Em 2:14, ele agradeceu a Deus pela vitória, mas não
explicou o motivo específico das ações de graça. Ele continuou falando sobre
as bênçãos de Deus e sobre o privilégio de participar delas. Aqui, ele volta à
questão da procura de Tito.
Quando Paulo chegou à Macedônia, ele não achou Tito. Ele sentiu-se
angustiado, enfrentando vários problemas com esta preocupação sobre esse
irmão e cooperador. Mas, Deus o confortou com a chegada de Tito, levando
notícias animadoras dos coríntios.
Além da sua alegria devida ao arrependimento dos coríntios, Paulo ficou mais
contente ainda quando ouviu de que maneira eles trataram Timóteo.
Paulo começou este capítulo com tristeza, pedindo que eles abrissem os
corações para aceitá-lo. Encerrou o capítulo elogiando a atitude dos coríntios, e
dizendo que tinha plena confiança neles.
2 Coríntios 8
Nos capítulos 8 e 9, Paulo incentiva os coríntios a participarem liberalmente da
assistência aos santos necessitados na Judéia. Neste ensinamento,
encontramos instruções e exemplos que mostram um aspecto do verdadeira
amor entre irmãos em Cristo. Os que tinham condições financeiras ajudaram
outros que necessitavam de assistência.
8:1-7
Paulo cita o bom exemplo das igrejas da Macedônia para incentivar a
generosidade dos coríntios. Apesar dos seus próprios problemas, os
macedônios se mostraram liberais quanto à assistência aos santos. Insistiram
em ajudar, mesmo acima da sua capacidade. Tal generosidade não começou
com o dinheiro, mas com o sacrifício de si mesmos.
**Obs.: Uma vez que nós nos entregamos ao Senhor, devemos entender que
os nossos recursos (dinheiro, habilidades, etc.) são ferramentas para usar no
serviço a Deus. Os discípulos na Macedônia entenderam isso.
8:8-15
Paulo não quer obrigar os coríntios a participarem dessa benevolência, mas
procura incentivá-los a dar voluntariamente por amor.
Ele cita o exemplo de Jesus. Ele deixou a riqueza dos céus e se fez pobre por
causa do seu amor para conosco. Através da pobreza dele, nós adquirimos as
riquezas espirituais que ele mandou.
**Obs. Querer e realizar. Devemos sempre nos esforçar para pôr em prática os
nossos planos espirituais. É importante querer crescer e fazer o bem. Cabe a
nós cumprir a nossa parte para realizar tais intenções boas. Veja Filipenses
2:12-13.
Paulo não espera que ninguém dê acima das suas condições, nem quer que
alguns fiquem sobrecarregados enquanto outros são aliviados. Ele procura
igualdade entre irmãos.
8:16-24
Paulo quer evitar a vergonha de irmãos chegarem a Corinto para achar os
coríntios despreparados. Por isso, ele enviou três irmãos para ajudar na
preparação da coleta dos coríntios antes de chegarem outros com Paulo.
Esses três são: Tito (8:16), um irmão escolhido pelas igrejas (8:18), e mais um
irmão de confiança (8:22).
**Eleito pelas igrejas (8:19). Alguns procuram qualquer apoio para justificar a
criação de grandes denominações, completas com seus congressos nacionais,
etc. Mas uma vez que uma igreja mostrou sua confiança num irmão para
acompanhar Tito, ele foi "eleito" ou "escolhido" por aquela igreja. Quando uma
outra congregação, conhecendo o mesmo irmão, pediu a mesma coisa, ele foi
"eleito pelas igrejas". Não há nada aqui que justifique reuniões ou organizações
2 Coríntios 9
9:1-5
No início do capítulo 8, Paulo usou o exemplo dos macedônios para incentivar
a liberalidade dos coríntios. Agora, ele disse que usou, também, o exemplo dos
coríntios para estimular os macedônios! Devemos estimular uns aos outros em
amor e boas obras (veja Hebreus 10:24).
9:6-15
Paulo incentiva os coríntios a darem generosamente. Ele cita um princípio bem
conhecido nas Escrituras: ceifamos o que semeamos.
**Obs.: É obrigação contribuir? Aqui, Paulo diz que a oferta não deve ser feita
por necessidade, mas 1 Coríntios 16:1-2 aborda o mesmo assunto como
ordem. Podemos entender assim: é a responsabilidade de cada cristão
contribuir, mas não devemos fazê-lo só por causa da obrigação. Devemos
entender o propósito da oferta e participar com alegria, reconhecendo o
privilégio de participar do trabalho do Senhor.
Leia mais:
2 Coríntios 10
10:1-6
Paulo falou que era humilde entre eles mas ousado nas suas cartas. Mais
tarde, ele explica que essa foi uma acusação feita por seus detratores
(compare com o versículo 10: "dizem").
Por enquanto, Paulo usa esta imagem para reforçar seu ponto. O sentido é
este: "Tudo bem, vocês me consideram manso quando presente e severo
quando ausente. Então, façam tudo para corrigir os seus problemas, porque
não quero ser severo quando chego aí."
Apesar das opiniões de outros sobre Paulo, ele afirma a sua determinação de
fazer o certo, agindo de acordo com a vontade de Deus e não a dos homens.
Os versículos 3 a 6 descrevem bem a atitude e as táticas do servo de Deus nas
batalhas espirituais. Observe:
10:7-12
Paulo pede para seus críticos serem justos com ele. Eles se consideravam
servos de Cristo, mas negavam a posição dele na família do Senhor. De fato,
Paulo não era nem um pouquinho inferior a eles. Ele tinha recebido autoridade
de Cristo para edificar, e não para destruir.
**Obs.: Para edificar e não para destruir. Paulo mostra um dos problemas
fundamentais do partidarismo. Ao invés de edificar, o espírito carnal destrói.
Em 1 Coríntios 3:1-16, ele frisou este mesmo ponto. Os verdadeiros servos não
procuram criar ou defender seus próprios partidos (assim destruindo o corpo de
Cristo). Cada um de nós deve edificar e contribuir ao bem do corpo.
Paulo não aceitou a acusação que ele fosse forte nas cartas e fraco quando
presente. Prometeu, se fosse necessário, usar da mesma severidade na
presença deles.
10:13-18
Paulo não tentou validar seu trabalho por comparações com os trabalhos de
outros. Ele se viu no contexto da responsabilidade que Deus lhe deu. A esfera
de ação dele incluiu Corinto e ele faria o trabalho entre eles, apesar da
oposição de alguns "irmãos".
**Obs.: A esfera de ação. Embora Paulo comente sobre locais geográficos, ele
não sugere limites de território físico no trabalho do Senhor. Os apóstolos
foram enviados ao mundo (Marcos 16:15), e a mesma responsabilidade de
pregar o evangelho foi transmitida a homens fiéis e idôneos (2 Timóteo 2:2).
Pessoas que se acham hoje donas de determinados "territórios" no trabalho do
Senhor mostram a mesma atitude carnal que Paulo condenou. Como servos de
Deus, podemos e devemos pregar em qualquer lugar onde exista
oportunidade.
11:1-6
Paulo justifica sua loucura! Na segunda metade deste capítulo, ele usará
alguns argumentos que normalmente não empregaria. Aqui, ele explica o
motivo. Ele estava agindo por amor aos coríntios, fazendo tudo para evitar que
eles caíssem no engano de falsos apóstolos.
**Obs.: A noiva de Cristo. Paulo emprega aqui uma ilustração muito comum
para descrever o povo de Deus. Desde o Velho Testamento, a relação entre
Deus e seu povo foi comparada ao noivado e ao casamento. No Novo
Testamento, encontramos a mesma figura em vários livros (Sugestão para seu
próprio estudo: faça uma lista de passagens que usam a figura de casamento
para descrever esta relação espiritual). Dessa figura, vêm diversas aplicações:
a pureza da noiva (aqui), o amor do marido e a submissão da mulher (Efésios
5:22-33), o problema de adultério espiritual (o livro de Oséias; Ezequiel 16); o
adorno da noiva para o casamento (Apocalipse 21:2), etc.
11:7-15
Ao invés de se exaltar como outros, especialmente os falsos apóstolos (tais
apóstolos-11:5), Paulo tinha se humilhado para servir. Viveu humildemente.
Não pediu dinheiro aos coríntios, mesmo passando privações.
**Obs.: "Despojei outras igrejas..." (8-9). Paulo recebeu seu sustento de outras
congregações. Ele não se fez pesado aos coríntios. Ele não viu o trabalho com
uma igreja como "negócio" para lucrar materialmente e, sim, como serviço e
sacrifício. Ele precisava de sustento, é claro, e o recebia de outras
congregações. Especificamente, ele cita ajuda recebida da Macedônia durante
seu tempo em Corinto. Da mesma forma, evangelistas hoje podem ser
sustentados por igrejas (veja 1 Coríntios 9:11-15). Como aqui, o sustento deve
ser enviado diretamente da igreja ao pregador (Filipenses 4:15-17). Não há
nenhuma autorização nas Escrituras para criar ou manter algum tipo de
sociedade missionária, nem de elevar uma congregação acima de outras como
matriz ou igreja patrocinadora.
Por qual razão Paulo confrontaria esses falsos apóstolos? Para destruir vidas e
mostrar falta de amor? De modo algum! Ele entrou nesta batalha espiritual para
poupar os amados coríntios dos estragos e da perdição que os falsos mestres
trazem.
**Obs.: O aspecto polêmico do nosso serviço. Qualquer servo fiel a Deus terá
que enfrentar os inimigos da cruz, e devemos nos preparar para tais confrontos
(1 Pedro 3:15). Nunca devemos esquecer que são batalhas espirituais (2
Coríntios 10:3-6) e que o propósito não é a destruição das pessoas que se
opõem a nós, e sim a salvação das mesmas. O nosso foco não deve ser na
batalha em si, mas nas pessoas que queremos extrair dos erros perniciosos do
Maligno (2 Timóteo 2:24-26).
11:16-33
Este trecho é exemplo da "loucura" de Paulo. Na verdade, ele jamais se
defenderia com argumentos carnais, tentando se exaltar. O ponto que ele quer
ensinar aqui é simples: Se os servos de Deus tivessem direito de se gloriar,
como os falsos apóstolos entre vocês fazem, eu poderia me defender muito
bem. Mas, de fato, não temos direito de nos exaltar. A tolerância dos falsos
mestres levará vocês à escravidão espiritual.
(2) O seu trabalho: ministro de Cristo que sofria muito por causa da sua fé.
(3) Preocupação com as igrejas: um peso até maior do que o sofrimento físico.
Paulo não se gloriou nestas coisas. A única coisa dele que deu motivo para se
gloriar foi a sua própria fraqueza. Quando enfrentou perseguições intensas, foi
Deus que deu livramento. A fraqueza de Paulo, até a sua incapacidade de se
defender, destacou a grandeza de Deus e seu poder (veja 10:17). Este é o
tema do início do capítulo 12.
**Obs.: Como precisamos de homens como Paulo hoje! É triste observar a falta
de humildade entre supostos servos de Cristo. Homens procuram se glorificar,
e exaltam uns aos outros, mesmo no contexto de igrejas e trabalhos espirituais.
Cultos especiais para honrar homens, destaque dado a alguns por causa de
sua formação teológica, exaltação de pessoas que têm conquistado bens
materiais ou posição social e o uso de líderes políticos como convidados
especiais são exemplos da carnalidade que Paulo rejeitou e condenou. Um dos
aspectos tristes dos desvios de igrejas e pessoas "religiosas" é o esquecimento
das qualidades que Deus quer na vida de todos os cristãos (leia Gálatas 5:22-
23; 2 Pedro 1:3-11), nos evangelistas (1 Timóteo 4:12-16), nos diáoncos (1
Timóteo 3:8-13) e nos presbíteros/pastores/bispos (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9).
Alguns destes trechos falam sobre habilidade e talento, mas a grande ênfase
está no caráter, nas atitudes e na conduta das pessoas. Paulo não confiou nas
coisas que ele trouxe a Cristo, mas no que Cristo fez para ele, transformando a
sua vida.
2 Coríntios 12
12:1-6
Se fosse para se exaltar, Paulo citaria as suas próprias experiências espirituais,
principalmente as suas visões e revelações. Até uma vez ele foi levado ao
terceiro céu (o paraíso) onde ouviu coisas que o homem não pode falar! Mas,
esta experiência não deu motivo para Paulo se exaltar. Foi algo que ele
recebeu, não algum ato que ele fez. Foi Deus que lhe concedeu esta bênção, e
Paulo continua sendo um mero homem.
**Obs.: Se Paulo recusa se gloriar nos seus feitos e nas suas experiências
espirituais, ele pode se gloriar no que? Ele já falou várias vezes: na sua
fraqueza. Alguns dos detratores de Paulo o consideravam fraco (10:10; 11:21).
No seu argumento aqui, ele torna seu ponto "fraco" em ponto forte. Ele se
gloria na fraqueza, porque a fraqueza dele destaca com mais clareza a força de
Deus (11:30; 12:5,9,10; 13:3).
12:7-10
A ilustração de fraqueza que Paulo escolheu foi de algum sofrimento que ele
descreve como "espinho na carne". Ele não identifica o espinho, mas fala
algumas coisas interessantes que nos ajudam quando enfrentamos diversos
tipos de sofrimento em nossas vidas:
(3) Paulo pediu três vezes, mas Deus recusou tirar o espinho de sua vida. As
doutrinas de algumas igrejas hoje que sugerem que a vida cristã deve ser livre
de sofrimento, ou que sofrimento é prova de pecado na vida da pessoa, são
doutrinas erradíssimas. Paulo, um servo fiel e dedicado, sofreu na carne.
Servos fiéis hoje podem sofrer pobreza, doenças e outras tristezas.
(4) A graça de Deus basta. Satanás mandou o espinho, mas Deus o usou para
mostrar a importância de sua graça para com Paulo.
(6) Paulo prefere gloriar em Cristo do que receber a glória dos homens.
(7) Uma vez que Paulo aprendeu entender as coisas desta maneira, ele sentia
prazer nas fraquezas, injúrias, etc, pois nestes momentos ele viu o poder de
Deus com mais nitidez. Veja Tiago 1:3-4.
(8) Quando Paulo era fraco em termos de circunstâncias desta vida, ele se
sentiu mais forte por causa da força de Deus na vida dele.
12:11-13
Paulo considerou toda esta "loucura" desnecessária e constrangedora. Os
fatos deveriam ter sido evidentes aos coríntios:
(3) O fato que ele não recebeu sustento da igreja dos coríntios não a fez
inferior a outras. (Ele pede perdão pela "injustiça" de não ser pesado para
eles!)
12:14-18
Paulo não pretendia ser "pesado" na próxima visita a Corinto. Ele não foi atrás
dos bens, e sim procurou as pessoas. Ele não se interessou pelo dinheiro dos
coríntios.
**Obs.: "pela terceira vez" sugere a possibilidade de uma visita por Paulo a
Corinto entre a primeira e segunda carta. Veja comentários a esse respeito na
introdução (Estudo 1/15).
Paulo se gastou no trabalho em prol das almas dos outros irmãos (15).
Voltando a usar um tom de ironia, ele diz que prendeu os coríntios com dolo
(16). Assim, ele chama atenção ao fato da sinceridade e falta de qualquer
egoísmo no seu trabalho. Nem ele, nem os seus companheiros, tinham
explorado os coríntios.
**Obs.: Paulo e outros poderiam ter aproveitado as coletas que foram feitas
para ajudar os irmãos necessitados na Judéia, mas não o fizeram. De fato,
Paulo fez tudo para evitar qualquer suspeita ou acusação em relação ao
dinheiro levado (veja 8:19-24). Como o trabalho dele foi diferente dos negócios
ocultos e, às vezes, sujos de algumas igrejas hoje!
12:19-21
Mostrando a sinceridade do seu amor para com os coríntios, Paulo faz mais um
apelo incentivando-os a praticar a pureza. Ele não gostaria de encontrá-los
praticando pecado.
2 Coríntios 13
13:1-4
Paulo se preparou para visitar Corinto pela terceira vez (veja comentário sobre
12:14 no estudo anterior) e estaria preparado para confrontar os falsos
apóstolos com a justiça que a palavra de Deus exige.
Paulo mostrou certeza de que Cristo falava nele, e afirmou a sua fé no poder
de Jesus. Jesus morreu na fraqueza mas ressuscitou e vive no poder. Paulo (e
qualquer outro) é fraco (veja 12:10), mas vive pelo poder de Deus.
13:5-10
Paulo desafiou os leitores que se examinassem para verificar a sua situação
espiritual (5).
Paulo continuou orando para que os coríntios fizessem o bem, sem depender
da atitude deles em relação a ele (7).
As correções que Paulo fez por carta tinham o propósito de evitar uma
reprovação mais forte na visita a Corinto (10). Se for necessário ser duro, ele o
faria com a autoridade que o Senhor lhe concedeu.
13:11-13
Como costumava fazer, Paulo encerrou a carta com algumas saudações para
os irmãos. Ele enfatiza:
Paulo encerra com uma bênção que inclui as três pessoas divinas: Jesus, o Pai
e o Espírito Santo (13).
**Obs.: Algumas Bíblias dividem o versículo 12 em dois (12 e 13), assim dando
um total de 14 versículos no capítulo. Outras têm apenas 13 versículos. O
conteúdo é o mesmo. Aqui seguimos uma tradução que tem 13 versículos no
capítulo.
Pessoas residentes no Brasil que não têm acesso às publicações na Internet
podem receber muitas das mesmas pelo correio (grátis), pedindo pelo título ou
código. Escreva para: Estudos da Bíblia, C. P. 60804, São Paulo, SP, 05786-
990.