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19/02/2021 Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TJ-DF : 0006652-93.2016.8.07.0004 DF 0006652-93.2016.8.07.

0004

Tribunal de Justiça do Distrito


Federal e Territórios TJ-DF :
0006652-93.2016.8.07.0004 DF
0006652-93.2016.8.07.0004
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Poder Judiciário da União Fls. _____

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

Órgão : 8ª TURMA CÍVEL

Classe : APELAÇÃO CÍVEL

20160410067674APC
N. Processo :
(0006652-93.2016.8.07.0004)

FERNANDA RODRIGUES DE CARVALHO


Apelante(s) :
OLIVEIRA

SURA SEGUROS S.A. (ROYAL E


Apelado(s) : SUNALLIANCE SEGUROS BRASIL SA E
OUTROS

Relatora : Desembargadora ANA CANTARINO

Acórdão N. : 1097600

EMENTA

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APELAÇÃO. APÓLICE DE SEGURO. CELULAR. FURTO QUALIFICADO


E ROUBO. COBERTURA. FURTO SIMPLES. EXCLUSÃO.
ABUSIVIDADE. INEXISTÊNCIA.

1. A relação jurídica estabelecida se caracteriza como de consumo, eis que


as partes se subsomem, respectivamente, às figuras de consumidor e
fornecedor, segundo os arts. 2° e 3° do Código de Defesa do Consumidor,
uma vez que uma comercializa produtos e serviços no mercado de
consumo, o que é adquirido pela outra, tida como consumidor, que é o
destinatário final, mediante contraprestação.

2. É defeso ao homem médio alegar desconhecimento ou ignorância da lei


acerca da distinção entre furto simples e furto qualificado, ainda mais se
no próprio contrato entabulado consta a explicação dos termos em
questão.

3. Quando da assinatura de um contrato de forma geral, como também de


uma apólice de seguro especificamente, mister se faz sua leitura e, em caso
de qualquer dúvida, deve ser sanada de imediato e antes de se levar a
termo.

4. É válida a cláusula que exclui o furto simples da cobertura da apólice de


seguro quando não restou comprovada sua abusividade.

Código de Verificação :2018ACO1TU1CIPNIQE7RVMSEZ8I

GABINETE DA DESEMBARGADORA ANA CANTARINO 1

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

5. Recurso conhecido e improvido.

Código de Verificação :2018ACO1TU1CIPNIQE7RVMSEZ8I

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

ACÓRDÃO

Acordam os Senhores Desembargadores da 8ª TURMA CÍVEL do


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ANA CANTARINO
- Relatora, DIAULAS COSTA RIBEIRO - 1º Vogal, EUSTÁQUIO DE
CASTRO - 2º Vogal, sob a presidência da Senhora Desembargadora ANA

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CANTARINO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO


CONHECIDO E IMPROVIDO. UNÂNIME. , de acordo com a ata do
julgamento e notas taquigráficas.

Brasilia(DF), 17 de Maio de 2018.

Documento Assinado Eletronicamente

ANA CANTARINO

Relatora

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

RELATÓRIO

FERNANDA RODRIGUES DE CARVALHO OLIVEIRA ajuizou contra


SURA SEGUROS S/A (ROYAL E SUNALLIANCE SEGUROS BRASIL S/A)
E VIA VAREJO S/A ação de indenização por danos materiais e morais,
alegando, em síntese, ter contratado seguro contra roubo e furto de
aparelho celular, e, diante do furto, não recebeu o valor da seguradora.

Relatou que adquiriu um celular em 13/01/2016 no valor de R$1.399,00,


incluído o valor do seguro. Em 23/03/2016, percebeu que seu aparelho
celular havia sido furtado de sua bolsa, provavelmente no trajeto entre
residência e trabalho.

Informou que comunicou o sinistro à seguradora e não houve o pagamento


da indenização sob o argumento de não se tratar de furto cuja cobertura
consta no contrato.

Defendeu que para a concretização do furto, mister a abertura de sua


bolsa, o que significaria forçar o obstáculo para vencer sua resistência,
possibilitando a execução do crime.

Aduziu que em nenhum momento os termos do contrato foram colocados


de forma clara, mas apenas que aquele contrato cobriria qualquer evento
criminoso com relação a roubo ou furto.

Requereu a procedência dos pedidos para condenar os réus,


solidariamente, ao pagamento de indenização por danos materiais no
valor de R$1.399,00 e R$5.000,00 a título de danos morais.

Citada, a ré VIA VAREJO S/A contestou os pedidos às fls. 48/74.

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Alegou, preliminarmente, ilegitimidade passiva, já que o contrato de


seguro seria de exclusividade da outra ré; e inépcia da inicial, porque da
narração dos fatos não decorreria uma conclusão lógica.

No mérito, arrazoou que o seguro foi contratado para casos de roubo e


furto qualificado e a autora teria sido vítima de furto simples, o que não
estaria coberto pelo seguro.

Assegurou que o procedimento adotado pela empresa não permite que o


cliente contrate seguro sem plena ciência e completa informação a
respeito.

Refutou a reparação por danos morais pelo fato de a autora não ter sofrido
nenhum tipo de ofensa a sua integridade ou constrangimento.

Requereu, por fim, o acolhimento da preliminar e, no mérito, a


improcedência dos pedidos e, subsidiariamente, a observância do disposto
no art.

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

944 do Código Civil.

Citada, a ré SURA SEGUROS S/A (ROYAL E SUNALLIANCE SEGUROS


BRASIL S/A) contestou os pedidos às fls. 94/97.

Sustentou que o furto simples está excluído da cobertura, consoante item


“q” da apólice.

Ponderou que, caso tenha de indenizar a autora, esta tem de efetuar o


pagamento da franquia ou ao menos o desconto sobre o valor do aparelho,
nos termos do contrato.

Asseverou a inexistência de dano moral já que não teria havido lesão à


dignidade da autora.

Requereu a improcedência dos pedidos.

Sobreveio a sentença às fls. 156/158 que julgou improcedentes os pedidos.


E, em razão da sucumbência, condenou a autora ao pagamento das custas
processuais e dos honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da
causa, mas suspendeu a exigibilidade pela justiça gratuita deferida.

Inconformada, apela a autora às fls. 164/169.

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Em suas razões, aduz que a empresa afirmou que o seguro contratado


cobria furto, não especificando que o furto simples estaria excluído da
cobertura.

Defende que a distinção entre furto simples e qualificado é de natureza


exclusivamente jurídica, não sendo possível tal entendimento pelo
consumidor leigo, sendo o objetivo do contrato de seguro resguardar o
patrimônio do segurado, independentemente da modalidade, mesmo
decorrente de furto simples.

Assevera que sair ou ficar sem o celular na sociedade moderna traz


transtornos imensuráveis que ultrapassam meros aborrecimentos.

Requer, ao final, o conhecimento e provimento do apelo para reformar a


sentença e julgar procedentes os pedidos.

Sem preparo em face do deferimento da gratuidade à fl. 44.

Contrarrazões da ré SURA SEGUROS S/A (ROYAL E SUNALLIANCE


SEGUROS BRASIL S/A) às fls. 172/177.

Sem contrarrazões da ré VIA VAREJO S/A, consoante certidão à fl. 185.

É o relatório.

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

VOTOS

A Senhora Desembargadora ANA CANTARINO - Relatora

Conheço do recurso porque presentes os requisitos de admissibilidade.

A controvérsia se circunscreve à obrigatoriedade ou não de a seguradora


indenizar a autora em virtude do furto de seu aparelho celular.

A autora relata que percebeu que seu celular havia sido furtado de sua
bolsa, provavelmente, no trajeto entre sua residência e seu trabalho. Alega
que fez adesão ao seguro quando da compra do celular e foram omitidas
informações importantes para a devida ciência dos termos do contrato.
Além disso, aduz não ser razoável exigir do consumidor leigo a diferença
entre furto simples e qualificado. E, por conseguinte, requer ser
indenizada, tanto em danos materiais, quanto em danos morais, em razão
do furto.

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A primeira ré, por sua vez, defende que apenas o roubo e o furto
qualificado estariam cobertos pelo seguro contratado, não fazendo jus à
indenização a autora.

Razão assiste à parte ré.

A relação jurídica estabelecida se caracteriza como de consumo, eis que as


partes se subsomem, respectivamente, às figuras de consumidor e
fornecedor, segundo os arts. 2° e 3° do Código de Defesa do Consumidor,
uma vez que as rés comercializam produtos e serviços no mercado de
consumo, o que é adquirido pelos consumidores como destinatários finais
mediante contraprestação.

Destarte, indubitavelmente, a relação jurídica em análise sofre a


incidência de normas protetivas de ordem pública, interesse social e de
natureza cogente, devendo, portanto, ser analisada à luz da legislação
consumerista.

Portanto, a toda evidência, o Código de Defesa do Consumidor é


plenamente aplicável ao caso em exame.

Ao analisar a apólice acostada pela parte autora às fls. 10/13, constata-se


que o título do documento é "BILHETE DE SEGURO - ROUBO E FURTO
QUALIFICADO" em caixa alta e em negrito. O item 2 aponta as coberturas
como sendo "roubo ou furto qualificado" e traz ainda o que vem a ser cada
um deles:

2. COBERTURAS

Roubo ou Furto Qualificado

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

Roubo: é a subtração do bem, cometida mediante ameaça ou emprego de


violência contra pessoa ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência, quer pela ação física, quer pela aplicação
de narcóticos ou assalto à mão armada;

Furto Qualificado: é a subtração do bem, cometida com destruição ou


rompimento de obstáculos ou mediante escalada ou emprego de chave
falsa, gazua ou instrumentos semelhantes, desde que a utilização de
qualquer destes meios tenha deixado vestígios materiais inequívocos, ou
tenha sido constatada por inquérito policial.

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Já o item 8 traz as exclusões gerais do seguro contratado, sendo que a


alínea "q" explicita o furto simples do bem segurado e explica que
"entende-se por Furto simples o furto cometido sem emprego de violência
e sem que seja deixado qualquer vestígio".

Portanto, não há como alegar o desconhecimento do que vem a ser furto


simples e qualificado diante das explicações constantes na própria apólice
de seguro. Ademais, a autora é estudante e, pelo que dos autos consta,
assemelha-se ao "homem médio" explicitado pela doutrina, não sendo
possível alegar ignorância do que dispõe a lei.

Diante disso, não há que se falar em nulidade da cláusula contratual que


exclui o furto simples da cobertura securitária sob o argumento de que tal
distinção é de natureza eminentemente jurídica.

Acresça-se a isso o fato de constar a assinatura da autora ao final do


contrato, o que pressupõe o conhecimento do seu conteúdo. Não é
razoável, assim, explicitar que a ré não colocou de forma clara os termos
do contrato se no próprio título está consignado os crimes cobertos pela
apólice com a explicação de cada um deles logo em seguida.

Dessa forma, como não restou comprovada a abusividade das cláusulas,


não há como aumentar a abrangência do que foi entabulado entre as
partes para que o furto simples também esteja incluído.

Nesse sentido, este Tribunal já se manifestou:

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

CIVIL. CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE


FAZER. CONTRATO DE SEGURO PATRIMONIAL. TELEFONE
CELULAR. INCIDÊNCIA DO CDC. FURTO DENTRO DE TRANSPORTE
COLETIVO. SINISTRO NÃO PREVISTO NA APÓLICE. AUSÊNCIA DE
AMEAÇA OU VIOLÊNCIA. ARROMBAMENTO OU ROMPIMENTO DE
OBSTÁCULO. NÃO VERIFICADOS. SITUAÇÃO

EXPRESSAMENTE EXCLUÍDA DO CONTRATO. NEGATIVA DE


INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA QUE NÃO CONFIGURA
INADIMPLEMENTO DO CONTRATO. ABUSIVIDADE NAS CLÁUSULAS
CONTRATUAIS. NÃO VERIFICADA. FALHA NO DEVER DE
INFORMAÇÃO. INOCORRÊNCIA. COBERTURA NÃO ABRANGIDA.
LEGÍTIMA RECUSA DA SEGURADORA. APELO DESPROVIDO.
HONORÁRIOS RECURAIS. SENTENÇA MANTIDA.
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[...]

2.A relação entabulada entre as partes litigantes está regida pelo Código de
Defesa do Consumidor, porquanto a relação jurídica existente entre elas
resta qualificada tipicamente de consumo, sendo a segurada autora
destinatária final dos serviços prestados pela seguradora (CDC, art. 2º).

3.Na hipótese, a autora pretende que a cobertura securitária contratada


abranja o sinistro veiculado nos autos, qual seja a subtração do celular
de dentro da mochila da segurada , sem deixar qualquer vestígio,
quando fazia uso de transporte coletivo de passageiros, tendo somente
notado a ausência do item posteriormente à consumação do ato.

4.O objeto do contrato de seguro veiculado nos autos consigna previsão do


evento subtração do bem segurado, no caso um aparelho celular,
delimitando a cobertura para os casos em que é cometida "mediante a
ameaça direta ou emprego de violência" ou "rompimento de obstáculo
deixado vestígios materiais evidentes ou constatado por inquérito
policial", excluídas as demais modalidades.

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

5. Primeiramente, as cláusulas que expressamente excluem determinados


riscos são comuns em contratos securitários, visto que necessárias para a
delimitação do objeto segurado, determinando a abrangência da apólice e,
por conseguinte, a precificação do risco coberto.

5.1.Tal espécie de previsão contratual é vital ao contrato de seguro, não


sendo, de per si, abusivas. Isso porque, a restrição da abrangência do risco
contratado, desde que cumprido o dever de informação, para além de
influenciar diretamente a precificação do serviço, fundamenta a própria
viabilidade da contratação, em função, por exemplo, da sinistralidade do
objeto segurado, no caso telado, do furto simples de celulares, até mesmo
considerando-se a dificuldade de se distinguir o sinistro em tais casos de
eventuais fraudes, visto a ausência de indícios.

6.Assim, a limitação contratual no sentido de prever cobertura para a


modalidade subtração tão somente aos sinistros ocorridos mediante
ameaça direta ou emprego de violência ou mediante arrombamento e/ou
rompimento de obstáculo do local sem deixar vestígios ou constatado por
inquérito policial não infringe as normas de proteção ao consumidor, não
se configurando como cláusula abusiva ou desvantagem exagerada ao

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consumidor, porquanto a restrição declinada expressamente nas cláusulas


gerais, ao mesmo tempo não ameaça o objeto do contrato, nem tampouco
seu equilíbrio econômico, não se verificando, ademais, situação
excessivamente onerosa ao consumidor, mormente tendo em vista a
natureza do contrato de prestação de serviço securitário.

7.Forçoso se reconhecer, portanto, mesmo em se tratando de relação de


consumo, onde as cláusulas devem ser interpretadas em favor do
consumidor (ar. 47 do CDC), parte hipossuficiente na relação jurídica
desenvolvida nessa espécie de contratação , nada há de leonino na
cláusula que, prévia e expressamente, exclui da cobertura
securitária sobre aparelho celular risco atinente ao furto
simples, delimitando a indenização derivada de subtração do
bem

Fls. _____

Apelação Cível 20160410067674APC

para os casos de roubo e furto qualificado .

[...]

(Acórdão n. 1028929, 20160310157050APC, Relator: ALFEU MACHADO


6ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 28/06/2017, Publicado no DJE:
04/07/2017. Pág.: 329/355)

Portanto, a sentença não merece reparos e resta prejudicada a análise do


pedido concernente aos danos morais.

Ante o exposto, CONHEÇO do recurso e NEGO PROVIMENTO.

Em razão da sucumbência recursal, nos termos do art. 85, §11, do CPC,


majoro os honorários advocatícios devidos pela autora, ora apelante, de
10% (dez por cento) para 12% (doze por cento) sobre o valor da causa,
ficando suspensa a exigibilidade em razão da gratuidade de justiça
concedida à fl. 44.

É como voto.

O Senhor Desembargador DIAULAS COSTA RIBEIRO - Vogal

Com o relator

O Senhor Desembargador EUSTÁQUIO DE CASTRO - Vogal

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Com o relator

DECISÃO

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