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Motores Elétricos de Indução

Motores Elétricos de Indução Monofásicos


Os motores de indução monofásico precisam implementar outras soluções para
conseguir tornar o campo girante. Por serem alimentados apenas com uma
fase, os campos induzidos do rotor estão alinhados com os do estator, o que
impede a criação de um conjugado de partida. Ou seja, precisam de auxílio
para arrancar. Daí entra o circuito auxiliar para criar um campo magnético
defasado em relação a alimentação, o que virtualmente transforma o motor em
bifásico. Após iniciar a rotação, o circuito de arranque é desligado e o  rotor
continuará girando.

Alguns circuitos auxiliares de partida podem implicar num surto inicial de


corrente 5 a 10 vezes maior que a corrente nominal do motor. É por isso que
ao ligar um motor monofásico ocorre um “tranco” inicial na luz. Isso obriga a
prever na instalação o excesso momentâneo  de corrente, para evitar
desligamentos indevidos dos disjuntores de proteção.

Os motores monofásicos podem ser classificados em 2 grandes grupos. No


primeiro a defasagem é conseguida através de alterações elétricas no percurso
do sinal de alimentação e por uma disposição bem específica das bobinas. São
motores de 2 enrolamentos, principal e auxiliar. Estão exemplificados nas
figuras abaixo:

No segundo grupo, a fase da corrente é modificada através de alterações


construtivas do polo do motor. São os motores de polos sombreados.

Em motores com enrolamento auxiliar, o campo magnético girante é criado posicionando os


enrolamentos no estator, deslocados 90° um do outro, alimentando um deles com
alguma defasagem de corrente. Há diversas formas de fazer isso: com o motor
de fase dividida, motor com capacitor de partida, motor com capacitor
permanente e motor com capacitor permanente e de partida.

 Motor trifásico
Este motor não necessita de circuito auxiliar para começar a girar, pois
apresenta um conjunto de partida, força de arranque, elevado. O motor de
indução trifásico cria um campo magnético girante por causa dos 120° de
defasagem existentes entre as 3 fases, como mostra as figuras abaixo. Cada
fase é representada por uma cor de fio.

Os motores trifásicos tem grandes faixas de potência. Já os motores


monofásicos normalmente são fabricados até  12,5CV e são comumente
maiores e mais pesados que os trifásicos, considerando a mesma potência.

Apesar de consumirem um pouco mais de energia que os trifásicos, os


modelos monofásicos tem facilidade de ligação, o que os torna apropriados
para uso doméstico, rural e para o comércio, lugares onde a instalação elétrica
geralmente é monofásica.
O Princípio de funcionamento (campo girante)

O campo girante é um campo magnético rotativo usado em máquinas elétricas.


A maneira mais simples de obter um campo girante é usar um ímã ou eletroimã
e fazê-lo rodar por qualquer processo.

Galileo Ferraris Conseguiu realizar o campo magnético girante (elíptico ou


circular) com a composição de dois campos magnéticos alternados, criados por
bobinas fixas colocadas em quadratura no espaço, sendo cada uma percorrida
por uma corrente elétrica alternada. 

Só em 1888 comunicou sua experiência à Academia de Ciências de Turim,


onde refere-se às formas laboratoriais de obter duas correntes elétricas
alternadas enfasadas entre si, a descrição de dois aparelhos eletromecânicos
que mandou construir e as considerações que as experiências efetuadas
resultaram em uma nova forma de converter energia elétrica em mecânica.

Seus estudos foram muito importantes para a aplicação em diversas tarefas,


como a distribuição de energia em corrente alternada (divulgação do
transformador) e transformação imediata dessa forma de energia em energia
mecânica (motor do campo girante). Galileo Ferraris deu evolução a
eletrotécnica, suas descobertas, fundamentais para a época, continuam
contribuindo para a ciência e tecnologia atuais.
Campo girante trifásico, como o nome indica é o campo girante a partir de três
bobinas fixas. Este princípio do eletromagnetismo clássico é extremamente
interessante e sua descoberta possibilitou o desenvolvimento dos modernos
motores de corrente alternada, em particular os motores de indução. Três
correntes alternadas senoidais, com mesma amplitude e defasadas de 120º,
circulando por três bobinas fixas, cujos eixos magnéticos distam 120º entre si,
produzindo um campo magnético girante de intensidade constante.

O Velocidade síncrona

O Motor de indução funciona normalmente com velocidade constante


proporcionada pelo campo magnético girante, logo a velocidade do campo é
chamada de velocidade síncrona, e é em função de, basicamente, dois fatores,
são eles:

Polos Magnéticos gerados em função de sua construção física

Frequência da rede elétrica a qual está instalado

Portanto, dizemos que:A velocidade do motor elétrico de indução é diretamente


proporcional a frequência e inversamente proporcional a quantidade de pólos
magnéticos

Sendo assim podemos definir a seguinte equação

Veja um exemplo
Um motor elétrico trifásico possui as seguintes especificações:

 Tensão: 220VCA – 3Ø – 60Hz

 Polos Magnéticos: 4 Polos


Aplicando os valores à formula:
Escorregamento

Alguns fatores faz com que a velocidade real no eixo do motor deixe de
ser exatamente a velocidade do campo magnético girante, por exemplo,
esta velocidade varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada a seu
eixo, etc… Por natureza, o motor elétrico trifásico possui uma diferença
entre a velocidade do campo magnético girante (Ns) e a velocidade real
em seu rotor (N) este fato se dá em função de um fenômeno chamado
escorregamento e é fornecido pelo fabricante do motor podendo variar de
motor para motor. Na maioria das vezes este fenômeno é descrito pelo
fabricante em porcentagem (%). Temos a seguinte fórmula para
representar o escorregamento do motor elétrico trifásico:

Vejamos a seguir um exemplo de cálculo de escorregamento:

1.

1. Motor elétrico trifásico 220VCA

2. Velocidade síncrona: 1800 RPM (4 polos – 60Hz)

3. Velocidade medida no rotor: 1760 RPM

Calcular o escorregamento em porcentagem e RPM

Sendo assim a velocidade real no eixo do motor elétrico será a diferença


entre a velocidade síncrona e o escorregamento. Esta recebe o nome de
Velocidade Nominal
A fórmula fica assim:

Velocidade nominal

Temos que entender que a velocidade do campo girante, ou velocidade


síncrona do motor, nem sempre possuí a mesma velocidade no rotor, pois
existe a exceção para os motores síncronos. A velocidade no rotor podemos
chamar de velocidade nominal, sendo que nos motores que possuem
escorregamento, essa velocidade nominal sempre será menor do que a sua
velocidade síncrona do motor de indução.

A velocidade no rotor sempre é menor do que a velocidade do campo


magnético devido a vários fatores, entre eles podemos citar o pequeno atrito
que é gerado entre os rolamentos e o eixo do motor e principalmente as cargas
ligadas ao motor e entre outras perdas.

O fenômeno que definimos como escorregamento em um motor, nada mais é


do que a perda de velocidade que temos no rotor de um motor, ou seja, é
diferença entre a velocidade do campo girante magnético do motor e a
velocidade medida no eixo do motor, o valor que obtemos de escorregamento
do motor é fornecido em porcentagem pela maioria dos fabricantes, mas que
pode ser calculada.

O conceito de escorregamento consiste na diferença entre a velocidade no eixo


do motor (o rotor) e a velocidade do campo girante magnético. É importante
mencionar que é o motor ligado a vazio, ou seja, não possui carga ligada a ao
motor. Nesta condição a rotação do motor é praticamente a mesma que a
velocidade síncrona, dessa forma podemos falar que o escorregamento diminui
de acordo com o quanto a potência aumenta.

A imagem abaixo mostra a fórmula usada para calcular o escorregamento em


um motor de indução:
O Conjugado
 É o torque ou força de Arranque para a partida de um motor elétrico. Por ter
que vencer a inércia do motor parado, esse conjugado de partida é
sensivelmente maior do que o valor nominal de conjugado para a velocidade
normal do motor. O conjugado não é constante do movimento da partida até
que a velocidade nominal seja alcançada. Essa variação chama-se curva de
conjugado, cujos valores são expressos em porcentagem em relação ao
conjugado original, ou seja, com relação ao conjugado na velocidade a plena
carga. Cada motor tem sua própria curva de conjugado. Essa curva varia com
a potência e a velocidade do motor. Assim, em motores de velocidade e
potência iguais, mas de fabricantes diferentes, geralmente a curva do
conjugado é diferente.

- Pode ser calculado pela fórmula:

M = 9,55 . P(W)/n (em newton/metro)

Nessa igualdade, M é o Conjugado (momento); P é a potência; n é a rotação.

P em W. Qual tipo de P? Mecânica (cv) em W? Ativa em (W)? "Ativa =


Aparente x fator de potência"
O Esquemas de ligação

Motor elétrico: Ligação estrela


A ligação estrela é realizada ligando os terminais 4, 5 e 6 entre si. Cada uma
das pontas 1, 2 e 3 é ligada às fases de um sistema trifásico formando uma
estrela, assim como mostra a imagem abaixo. O ponto de união entre os
terminais 4, 5 e 6 formam um ponto neutro.

Exemplo de uma ligação estrela de motor trifásico

Na ligação estrela cada bobina está ligada entre uma fase e um neutro, e este
tipo de ligação aceita a tensão de fase de um sistema trifásico. Se você não
sabe o que é tensão de fase e linha, tem um artigo completo aqui no site
explicando isso, vale a pena ler!

Motor elétrico: Ligação triângulo


A ligação triângulo é realizada ligando os terminais 1 com 6, 2 com 4 e 3 com
5, assim como mostra a imagem abaixo! Cada uma destas pontas é ligada em
uma das fases de um sistema trifásico. Neste tipo de ligação não existe neutro
e cada bobina está ligada à duas fases. A ligação triângulo aceita a tensão de
linha de um sistema trifásico.
 Características de placa de um motor elétrico
\
Motor de Rotor Bobinado

• Motor de indução trifásico, rotor tipo bobinado (motor de anéis):


No rotor tipo bobinado, o rotor é envolvido por um enrolamento isolado
semelhante ao enrolamento do estator. Os enrolamentos de fase do rotor são
conduzidos para o exterior através de três anéis coletores montados sobre o
eixo do rotor. O enrolamento do rotor não é ligado a nenhuma fonte de
alimentação.

Os anéis coletores e as escovas tem a função de ligar o rotor com as


resistências variáveis externas, que possuem o objetivo aumentar a resistência
do rotor durante a sua partida. Além disso, as resistências variáveis permitem o
controle de corrente no rotor e a velocidade do motor. Ao atingir a sua
velocidade normal, os enrolamentos são curto-circuitados e então, o
funcionamento passa a ser semelhante ao de um rotor tipo gaiola. Por essas
razões, o motor possui um conjugado de partida elevado e baixa corrente de
partida.

 Motor de 2 velocidades 2 enrolamentos


MONTAGEM E DESMONTAGEM DO MOTOR

A) ROTOR GAIOLA Lado acionado:

1. Retire o trocador de calor (se houver).

2. Retire os detetores de temperatura de m ancal (se existir).

3. Solte os parafusos que fixam o conjun to mancal.

4. Retire os anéis de fixação externos (para motores com mancais de


rolamento).

4.1. Para motores com mancais de deslizamento, seguir o procedimento


descrito no item

4.2.2.2. 5. Desparafuse a tampa.

Os parafusos que forem retirados deverão ser inseridos nas roscas vazias
existentes nas tampas para forçar sua saída. Certifique-se que o eixo esteja
apoiado para evitar a queda do rotor sobre o estator.
6. Remova o(s) rolamento(s) (para motores com mancais de rolamentos).

7. Retire o anel de fixação interno (para motores com mancais de rolamentos).


Lado não acionado:

1. Desparafuse a tela de proteção do ventilador (motores fechados).

2. Retire o ventilador soltando os parafusos que o prendem sobre o eixo.

3. Solte as 4 porcas que fixam a caixa de proteção do ventilador e remova-a.


Retire os parafusos distanciadores.

4. Repita a operação 2 a 7 do item anterior. B) ROTOR DE ANÉIS Lado


acionado: Idêntico ao de rotor gaiola. Lado não acionado:

1. Retire a tampa traseira de proteção do porta-escovas.

2. Desconecte os cabos do anel coletor. Retire as escovas e desmonte o porta-


escovas.

3. Desparafuse a caixa de proteção d o porta-escovas da caixa de ventilação.

4. Retire o coletor de anéis e o disco de ventilação.

5. Repita as operações 2 a 4 do "lado não acionado" para motores de gaiola.

Por meio de um dispositivo adequado, retire o rotor de dentro do estator. O


dispositivo deverá impedir que o rotor raspe no pacote do estator ou nas
cabeças de bobina.

Lado acionado:

1. Desconecte os cabos das resistências de aquecimento das caixas de


ligação.

2. Retire os detetores de temperatura dos mancais (se houver).

3. Solte os parafusos que fixam o conjunto mancal.

4. Retire os anéis de fixação externos (para motores com mancal de


rolamento).

4.1. Para motores com mancal de deslizamento, seguir o procedimento descrito


no item 4.2.2.2.

5. Desparafuse a tampa. Por meio de ferramenta adequada vá forçando a


tampa a sair, girando-a. Certifique-se que o eixo esteja apoiado para evitar a
queda do rotor sobre o estator.

6. Remova o(s) rolamento(s) (para motores com mancais de rolamentos).


7. Retire o anel de fixação interno. Lado não acionado:

1. Retire a tampa defletora.

2. Solte o anel de retenção do ventilador.

3. Repita as operações 2 a 7 do item 4.8.2(a).

OBS: 1. Para retirar o rotor observe o item 4.8.1.1. 2. O estator não necessita
ser retirado da carcaça para eventual rebobinamento.

4.9.3. LINHA F Lado acionado: Idêntico linha A e H. Lado não acionado: 1.


Repetir operações 1 a 3 do item

4.8.2(b).

2. Retire a tampa traseira de proteção dos portaescovas.

3. Desconecte os cabos dos anéis coletores. 4. Retire as escovas e desmonte


o porta-escovas.

4.10. RECOMENDAÇÕES GERAIS - Qualquer peça danificada (trincas,


amassamento de partes usinadas, roscas defeituosas), deve ser,
preferencialmente substituída, evitando-se recuperações. - Todos os serviços
aqui descritos deverão ser efetuados por pessoal especializado e experiente
sob pena de ocasionar danos completos ao equipamento. Em caso de dúvidas,
consulte a WEG Máquinas.

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