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Escatologia Bíblica – Estudo e Comparação

Introdução
“ENTRETANTO, o Espírito Santo nos diz claramente que nos últimos
tempos alguns na igreja se desviarão de Cristo e se tornarão
seguidores de mestre com idéias de inspiração diabólica” 1Tm 4.1.
Alguns falsos ensinadores têm introduzido no meio do povo de
Deus ensinos deturpantes sobre as coisas que ainda hão de
acontecer. Ë de se lamentar que essas heresias têm desviado
muitos cristão que por sua vez perdem o gosto pelo verdadeiro
ensino, contido nas Sagradas Escrituras, concernente ao futuro.
O estudo da Escatologia requer muita atenção e cuidado para não
entrar na classe dos falsos mestres que Paulo enfatizou que, nos
últimos tempos surgiriam.
Não é difícil o estudo sobre Escatologia, desde que o estudante
dedicado busque a orientação de Deus que por sua vez iluminará a
mente do seu discípulo. Uma coisa é certa: o Espírito Santo é o
único e verdadeiro intérprete que merece toda a nossa confiança,
no que tange a todo o conteúdo plausível da Bíblia Sagrada, o Livro
de Deus.
I – DEFININDO O TERMO ESCATOLOGIA
O termo escatologia deriva de duas palavras gregas: escathos e
logos, que se traduzem por “últimas coisas” e “estudo” ou
“tratado”. É o estudo ou doutrina das últimas coisas. É chamada
bíblica, no nosso caso, porque ela pode ser extrabíblica.
No estudo da escatologia bíblica, é de caráter fundamental, Ter o
cuidado em não apresentar falsas interpretações, evitando, com
isso, questionamento e especulações. Deus nos adverte dizendo
que devemos “manejar bem a Palavra da verdade.”(II Tm.2.15).
“Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim
falará e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá,
não tardará”.(Hc 2.3).
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II – ENTENDENDO O CAMPO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA


Littera scripta manet – “a palavra escrita permanece”, disse
Horácio na Roma Antiga a mais de 2.000 anos atrás. O que
caracteriza o vislumbre do cumprimento das profecia no palco da
escatologia, é a maneira de como Deus trabalha para mostrar a sua
vontade, revelada na palavra escrita. Este trabalho consiste em
ampliar a revelação divina, nos dando a entender que a palavra
escrita continua em pé, revigorada pela forte atuação e inspiração
do Espírito Santo de Deus. A ordem que o profeta Jeremias recebeu
do Senhor foi esta: “escreve num livro todas as palavras que eu te
disse”, Jr. 30.2.
Não podemos duvidar nem admitir falha na palavra de Deus. Ela é
inspirada pelo Espírito Santo; 2Tm 3.16. A inerrância das escrituras
tem sua base na infabilidade da Palavra do Senhor.
Com isso podemos ir mais além do que Horácio afirmou. “a palavra
escrita ‘não’ apenas permanece – ela floresce como trepadeira nas
fronteiras do nosso entendimento”. Ela alcança o mais profundo
dos recônditos da nossa alma.

A IGREJA – ALVO DA REVELAÇÃO DIVINA


Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num
plano traçado por Deus para que a Igreja caminhe neste mundo
“pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na esperança
da glória de Deus”, Rm. 5.2
Argumentando o fato de nós sermos alvo da revelação divina, o
apóstolo Paulo escreveu aos Efésios dizendo que Deus “nos elegeu
antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis
diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de
adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da
sua vontade”, Ef. 1.4,5. Somente aqueles que são santos e filhos de
Deus é que têm o privilégio de ter a revelação das coisas que em
breve hão de acontecer.
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Em contraste, o mundo pagão, que não tem a revelação de Deus,


se fecha num ciclo de falsas expectativas em relação ao futuro.
No consenso filosófico da humanidade a maior parte da população
do mundo vê com grande otimismo a era que está por vir.
Pressentindo um fantástico progresso material e científico, vivendo
na era da velocidade e vendo a aquisição do conhecimento se
acelerar, muitos poderão se tornar otimistas demais. Contudo o
apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e
segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição”, ITm. 5.3.
Aos olhos dos franceses do final do século XIX, o novo século
parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o entusiasmo durou
até 1914, quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado.
Outra parte da humanidade certamente adentrará o 3º milênio
cheia de superstições, medo, insegurança e pessimismo;
preocupada com desgraças, desemprego, violência e caos social.
A história registra que, na passagem do ano 999 para 1.000, a
maior parte da Europa não conseguiu comemorar a data, pois
esperava o “Apocalipse”. Segundo o historiador Frederick H.
Martins, um sentimento de terror dominou a multidão amontoada
na imensa Basílica de São Pedro, em Roma, na noite de 31 de
dezembro de 999. Inclusive o Papa Silvestre II parecia aterrado.
Isso aconteceu porque o povo não tinha acesso à Bíblia. Quem
conhece a revelação sabe que o mundo irá de mal a pior, mas não
se desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens desmaiarão de
terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e
quando estas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e
levantem a cabeça, pois a vossa redenção está próxima”. Lc.
21.26,28.

TIPOS DE ESCATOLOGIA
As reflexões escatológicas são divididas em dois temas:
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a) Escatologia individual.
Estudo das últimas coisas que dizem respeito exclusivamente ao
indivíduo, tratando de sua morte, estado intermediário,
ressurreição e destino eterno. Neste contexto, nenhuma
abordagem é feita, quer a Israel, quer a Igreja.

b) Escatologia Geral.
Este estudo trata da Segunda Vinda de Cristo, ressurreição geral,
do juízo final, bem como da condição dos justos no novo céu e na
nova terra e o destino dos ímpios.

III – MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA


Nesta seção aprenderemos os métodos utilizados na interpretação
de porções bíblicas que concerne ao futuro. Lembrando que, na
história da Igreja tem sido adotados vários métodos de
interpretação no que tange às escrituras proféticas. No entanto,
faz-se necessário o bom conhecimento e a maneira correta de se
aplicar dois métodos de interpretação que devem merecer nossa
atenção.

1 – Método alegórico ou figurado


O termo alegoria é definido, por alguns teólogos, como qualquer
declaração de fatos supostos que admite a interpretação literal,
mas que requer, também, uma interpretação moral ou figurada. Se
não atentarmos para o sentido real, figurado ou literal, de uma
profecia bíblica, negamos o seu valor histórico, dando uma
interpretação de menos importância, e assim corremos o risco de
anular a revelação de Deus naquela profecia.
Portanto, o método alegórico deve ser utilizado de maneira
correta. Leia Gl. 4.21-31 e observe que Paulo tomou figuras
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ilustradas no texto com focos literais da antiga dispensação, mas


apresentou-os como sobras de eventos futuros.

2 – Método literal ou textual


Este método se preocupa em dar um sentido literal às palavras da
profecia, interpretando-as conforme o significado ordinário, de uso
normal. A preocupação básica é interpretar o texto sagrado
consoante a natureza da inspiração da profecia.
Ambos os métodos são válidos. Há uma perfeita ralação entre as
verdades literais e a linguagem figurada. Por exemplo, no texto de
Jo.1.6 diz: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era
João. E em Jo. 1.29 nos fala: “Eis aí o Cordeiro de Deus.” Palavras
pronunciadas pelo próprio João Batista ao ver a Jesus.
Agora vejamos os métodos de interpretação aplicado em ambos os
textos. O 1º está falando literalmente de um homem, cujo nome,
de fato, era João. No 2º texto João Batista usou a forma figurada
para denotar a pessoa de Jesus.
Em se tratando do livro de Apocalipse, que em sua parte, é um livro
escatológico, têm surgido diversas classes de intérpretes, as quais
devem ser conhecidas pelos pastores e por aqueles que exercem o
Ministério da Palavra. Por quê?
Porque os crentes pentecostais, em sua maioria, não sabem em
que classe de intérpretes do Apocalipse, eles se encaixam, e por
conseguinte deixam ser levados por ensinos deturpantes que
contradizem a Palavra de Deus. Por exemplo, os Adventistas do 7º
Dia, vêem a vinda de Cristo, a este mundo, como em uma única
vez, sem ser dividida em duas fases distintas, e assim não dão
espaço para o período da Grande Tribulação e a restauração de
Israel.
Vejamos os principais intérpretes com seus respectivos ensinos.
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1º – Os Preteristas Esta classe crê que a maior parte do Apocalipse


já foi cumprida, a muito tempo atrás. Eles relegam tudo ao
passado. O relacionamento que eles fazem entre o texto e o evento
é muito subjetivo e precário.
2º – Os Historicistas Os intérpretes que assumem esta posição
procuram encaixar todos os acontecimentos previstos no
Apocalipse em várias épocas da história humana. Interpretam o
Apocalipse como um estudo progressivo dos destinos da Igreja
desde o seu início até a consumação. Estes asseveram que as
profecias estão cumpridas em parte e em parte estão por cumprir e
algumas estão sendo cumpridas diante de nós.

3º – Os futuristas Estes interpretes dividem-se em dois grupos:


a) Futuristas extremos – acham que todo o Apocalipse refere-se à
vinda do Senhor Jesus Cristo.
b) Futuristas simples – Aceitam que os 3 primeiros caps. do livro
como já cumpridos; tudo o que se segue refere-se à aparição
vindoura de Cristo. A maioria dos Pentecostais Fundamentalistas
têm uma visão futurista do livro. Sob esta perspectiva tudo, ou
quase tudo que é narrado após o cap. 4, será cumprido num curto
espaço de tempo (sete anos) após o término da Dispensação da
Igreja.
Os intérpretes do Apocalipse estão também divididos na forma
COMO ABORDAM O MILÊNIO. (Os mil anos mencionados no cap.
20). A maneira como se encara o Milênio afeta a interpretação do
Apocalipse como um todo. É necessário resumir aqui alguns
pontos:

1º – Amilenistas Ensinam que não haverá nenhum Milênio, pelo


menos não na terra. Alguns simplesmente dizem que, como o
Apocalipse é simbólico, não há sentido algum em se falar em
Milênio Literal. Outros interpretam os mil anos como algo que
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ocorrerá no céu. Pegam o número mil como um algarismo ideal,


um período indefinido. Assim, esperam que este período da Igreja
termine com a ressurreição e julgamento geral, tanto do justo
como do ímpio, seguindo-se imediatamente o reinado eterno no
novo céu e na nova terra. A maioria dos amilenistas consideram
Agostinho (o bispo de Hipona, no Norte da África 396 – 430 d.C.)
um dos principais promotores do amilenismo.

2º – Pós-Milenista Começou a espalhar-se a partir do século XVIII.


Seus adeptos interpretam os mil anos do Milênio, como uma
extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o poder do
Evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o
controle dos reinos seculares. Após haverá a ressurreição e o
julgamento geral tanto do justo como do ímpio, seguido pelo
reinado eterno no novo céu e na nova terra. O pós-milenismo
também espiritualiza irritadamente as profecias da Bíblia, não
dando espaço à restauração de Israel ou reinado literal de Cristo
sobre a terra durante o Milênio.

3º- Pré-Milenista Acreditam que, o retorno de Cristo, a


ressurreição dos salvos e o tribunal de Cristo, será antes do
Milênio. No final deste, Satanás será solto, engana as nações, mas
há de ser prontamente derrotado para todo o sempre. Segue-se o
julgamento do Grande Trono Branco, que sentenciará o restante
dos mortos. Aí sim, teremos o reino eterno no novo céu e na nova
terra.
A perspectiva Pré-Milenista e futurista simples, juntas, encaixam-se
melhor nas orientações de Jesus. É essa classe de intérpretes do
Apocalipse que a maioria dos Pentecostais pertence.
* A posição Pré-Milenista divide-se ainda em duas, Pré-Milenista
Clássico e Pré-Milenista Dispensacionalista. Vermos mais a frente
essa diferença.
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Alguns Pontos Escatológicos

1 – ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS.


Para se ter uma seqüência lógica deste fato, vamos fazer uma
revisão sobre a doutrina da Morte.
O QUE É MORTE?
É o resultado do pecado de nossos pais.
A morte caracteriza-se de duas maneiras: 1º, morte como estado; e
morte do agente, Ap.6.8.
Como estado a Bíblia fala de 3 tipos de morte: Física, espiritual e
eterna.
a) Morte física O seu significado é: dissolução vital do organismo.
O que acontece na morte física?
Resposta: alma e espírito separam-se do corpo.
Mas para melhor entender o que é alma, a Bíblia nos revela 4
designações para a alma, a saber:
Primeiro – alma como indivíduo, como cidadão; Rm.13.1.
Segundo – alma no sentido biológico, isto é, o sangue; Lv. 17.11.
Terceiro – como sentimento do homem; Mt. 26.38.
Quarto – alma como parte imortal do homem. Jesus disse: Não
temeis o que mata o corpo e não mata a alma.
Quando a Bíblia fala do sono da alma, refere-se ao corpo físico.
Jacó falou: Irei e dormirei com os meus pais.
No sentido espiritual e eterno, alma não dorme; Ap. 6.9.
b) Morte espiritual É o estado do pecador separado de Deus. É a
separação da comunhão com Deus; Ef. 2.1
Existe solução para a morte espiritual?
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Sim, desde que o pecador aproxime-se de Deus com um coração


arrependido.
c) Morte eterna É a eterna separação da presença de Deus – a
impossibilidade de arrependimento e perdão. Portanto não há
solução para esse tipo de morte. É chamada a 2ª morte, porque a
primeira é física. É identificada como punição do pecado; Rm. 6.23.
Os ímpios, depois de julgados, receberão a punição da rejeição que
fizerem à graça de Deus e, serão lançados no Geena (Lago de
Fogo); Ap. 20.14,15. Esse tipo de morte tem sido alvo de falsas
teorias que rejeitam o ensino real da Bíblia.
O que é estado Intermediário?
E um modo de existir entre a morte física e a ressurreição final do
corpo sepultado. No A.T., esse lugar é identificado como sheol (no
hebraico), e no N.T. como Hades (no grego). Os dois termos dizem
respeito ao reino da morte.
A) OS MORTOS – JUSTOS. Todos os justos, de Adão até à
ressurreição de Cristo, ao morrerem, suas almas (com possível
exceção de Enoque e Elias), desciam ao Paraíso, que naquele
tempo constituía um compartimento do Sheol ; cf. Gn. 37.35.
B) OS MORTOS – ÍMPIOS. Desde o tempo de Adão até o
julgamento do GTB, as almas dos ímpios seguem para o mundo
invisível, ou seja, o Sheol ou Hades aguardando o julgamento final
quando serão lançados no Lago de Fogo; cf. Nu.16.30,33.
CORRIGINDO UM GRAVE ERRO
Infelizmente, estes nomes Sheol e Hades têm sido traduzidos
incorretamente em certos casos em algumas versões das
Escrituras, por exemplo, como inferno, sepultura, e abismo. Por
exemplo, Gn. 37.35, Jacó expressou-se: “…na verdade com choro
hei de descer ao meu filho à sepultura”. (grifo nosso). Este termo
sepultura não é a cova, propriamente dito, que no original hebraico
é traduzido por Queber. E sim o Mundo Invisível dos mortos
traduzido por Sheol. A Bíblia, Edição revista e Corrigida, traduz de
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maneira correta este termo em Jó 17.15,16: “Onde estaria então


agora a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá
ver? Ela descerá até aos ferrolhos (portas) do Sheol”.
Observe agora o contraste entre as palavras Sheol (mundo invisível)
e Queber (sepultura, cova, túmulo) no A.T.
QUEBER 
– usada no plural;
– existe muitas queberes
– abriga ou recebe cadáveres
– localizada na superfície da terra
– há uma para cada indivíduo
– o homem coloca corpos na queber 
SHEOL 
– usada na forma singular; Jó 17.15,16
– existe apenas um Sheol
– jamais recebe cadáveres
– localizado abaixo (no centro) da terra
– lugar onde há muita gente
– somente Deus envia o homem ao Sheol; Lc.16.22,23.
Concluímos, então, que o uso da palavra queber prova que ela
significa sepultura, túmulo, que acolhe o cadáver, enquanto o
Sheol acolhe o espírito do homem.
O Sheol-Hades, antes e depois do Calvário. 
Antes do Calvário, o Sheol-Hades dividia-se em 3 partes distintas. A
primeira parte é o lugar dos justos, chamada Paraíso, Seio de
Abraão, Lugar de consolo; Lc. 16.22,25. A Segunda é a parte dos
ímpios, e é denominada lugar de tormento; Lc.16.23. A terceira fica
entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como lugar de
trevas, Lugar de prisões eternas, Abismo. Lc. 16.22; 2Pe. 2.4; Jd. v.
6. É aí onde Satanás será preso durante o Milênio, e onde se
encontra aprisionada uma classe de anjos caídos, a qual não sai
desse abismo, senão quando Deus permitir nos dias da Grande
Tribulação.
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Depois do Calvário, houve uma mudança dentro do mundo dos


mortos. Depois da sua morte Jesus esteve 3 dias no coração da
Terra, isto é, no Paraíso, do qual Ele havia dito ao malfeitor. Por
esta ocasião, Cristo aproveitou a oportunidade e “pregou aos
espíritos em prisão, os quais noutro tempo foram rebeldes, quando
a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé”; 1 Pe. 3.18-
20. Depois disso efetuou a grande mudança no Sheol-Hades
“subindo ao alto levou cativo o cativeiro”; Ef. 4.8, isto é, trasladou
o Paraíso para o 3º céu, na presença de Deus, debaixo do seu altar;
Ap. 6.9, separando completamente das partes inferiores onde
continuam os ímpios mortos. E isto foi o cumprimento cabal de sua
promessa, quando esteve ainda na terra: e as portas do inferno
(Hades) não prevalecerão contra a minha Igreja.
Somente os justos gozam dessa mudança em esperança pelo dia
final quando esse estado temporário se acabará, e viverão para
sempre com o Senhor, num corpo espiritual ressurreto.

2 – O ARREBATAMENTO DA IGREJA. 
Uma característica singular que identifica a Igreja fiel é o
sentimento de constante expectativa que a domina no tocante ao
retorno de Cristo. E ela sabe que não ficará neste vale de lágrimas.
Os crentes sabem que o arrebatamento é uma realidade que lhe
diz respeito.
A definição da 2ª vinda de Cristo é bastante ampla; é vista pelo
menos de duas maneiras diferentes. E localizada, às vezes, para
indicar o drama dos tempos do fim, abrangendo tanto o
arrebatamento da Igreja quanto a revelação de Cristo em glória no
Monte das Oliveiras; Zc. 14.4. Outras vezes, é enfocada
especificamente para diferenciar a revelação de Cristo do
arrebatamento da Igreja que a antecederá.
2.1 – Palavras usadas para descrever o arrebatamento 
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Existem usualmente três palavras que todos nós usamos para


explicar tão maravilhoso fenômeno.
a) Arrebatamento; 1 Ts. 4.17.
b) Trasladação; Na carta aos hebreus vemos Enoque, um símbolo
da Igreja.
c) Rapto. Palavra latina, RAPERE; significa transportar de um lugar
para outro. Equivale ao grego: ARPAZO, usado em Jo. 10.28,29;
At.8.39, etc.
2.2 – Propósitos do Arrebatamento
a) Livrar os embaixadores do Rei do perigo iminente; 2Co. 5.20;
Ap.3.10; I Ts. 1:10.
b) Recompensar a Igreja de Cristo, mediante a outorga de
galardões, no soleníssimo Tribunal de Cristo; 2 Co. 5.10.
c) Conduzir a Igreja à Bodas do Cordeiro, que se dará em seguida
ao Tribunal e, enquanto na Terra ocorrerá a Grande Tribulação.
d) Introduzir a Igreja no Reino da Glória e imortalidade, conforme o
desejo expresso por Jesus; Jo. 14.3
2.3 – A trombeta do arrebatamento 
O toque da trombeta no dia do arrebatamento se relaciona com o
alarido e a voz do arcanjo. O alarido significa originalmente uma
expressão militar, uma voz de comando. Nesse dia ouvir-se-á a voz
do ARCANJO. Como se sabe, a palavra ARCANJO significa chefe de
anjos. Certamente a voz do ARCANJO será para comandar os anjos,
que se oporão às hostes demoníacas instaladas nos ares, abrindo
caminho para o povo de Deus que estará sendo arrebatado.
Visto que, em Mt. 24.30,31 encontramos os anjos a recolher os
eleitos, logo após ser proferida a lamentação por todas as nações,
alguns serão levados a pensar que a Igreja não será arrebatada até
Cristo haver destruído os exércitos do anticristo. Ora, devemos
considerar, porém, que o cap. 24 de Mateus não apresenta os
eventos em ordem cronológica. Jesus não tinha qualquer intenção
13

em revelar o dia ou a hora de sua vinda. A palavra então, no início


de Mt. 24.30, traduz um vocábulo grego de sentido muito geral
(tote), dando a entender que os acontecimentos ocorrerão todos
dentro do mesmo período de tempo, mas não necessariamente na
ordem apresentada.
2.4 – Fatos ligados ao arrebatamento
Quando Cristo vier para buscar a Igreja, ocorrerão duas coisas na
terra, por ocasião desse evento:
a) Ressurreição dos mortos crentes. Em 1 Ts. 4.14, diz que Cristo
trará em sua companhia os espíritos daqueles que dormem no
Senhor, e Ele ficará parado nas nuvens, enquanto os espíritos
continuam descendo a procura de seus corpos a serem
ressuscitados em um corpo glorioso. ALELUIA!!! cf. 1 Ts. 4.16.
b) Transformação dos vivos. Após a ressurreição dos mortos
crentes, segue-se a transformação dos vivos que estiverem
preparados para aquele momento; 1 Co. 15.52.
“Vai pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas
sobre ti”. Is. 26.20ª.

3 – A GRANDE TRIBULAÇÃO.
Logo após o arrebatamento da Igreja e antes da manifestação
pessoal de Jesus a este mundo, terá lugar uma série de eventos
terríveis em sua magnitude e alcance. É um tempo de tribulação e
angústia predito pelos profetas do Antigo Testamento. Daniel
refere-se a uma tribulação jamais dantes experimentada; Dn. 12.1.
Jeremias descreve-a como o tempo de angústia para Jacó; Jr. 30.7.
confira também as palavras de Jesus em Mc. 13.19. O ponto
culminante deste tempo de angústia será de tal forma que se “o
Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria;
mas por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aqueles dias;
Mc. 13.20.
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Deve ficar bem claro que uma das condições para o


desencadeamento da Grande Tribulação será precisamente, o
rapto da Igreja. O rapto assinalará o fechamento do longo
parêntese que definiu a Dispensação da Graça. Após, é que o Rei
Jesus voltará a tratar diretamente com Israel e com o mundo
gentílico.
3.1 – Quanto tempo durará a Grande Tribulação?
A Grande Tribulação durará uma semana de anos, Dn. 9. 27. Será a
Septuagésima semana de Daniel. Uma semana de anos
corresponde a sete anos; a semana será dividida em duas etapas
de três anos e meio. A última etapa da 70ª semana é assim
designada: tempo, tempos e metade de um tempo.
3.2 – Desvendando um mistério.
O anjo disse a Daniel sobre estas setenta semanas de anos que
estão determinadas sobre o povo de Israel. As primeiras sessenta e
nove terminaram com a crucificação do Messias; Dn. 9.26. Muitos
acreditam num interlúdio entre a 69ª e a 70ª semana, como se esta
estivesse indefinidamente adiada. Esse interlúdio é a era da graça.
Quando a influência restringidora da operação do Espírito Santo
em, e através da Igreja, for removida, por ocasião do
arrebatamento, então iniciará a última e terrível semana.
3.3 – Quem dominará o mundo naqueles dias?
O líder terreno durante a G.T. será o arquiinimigo do Senhor Jesus:
o anticristo. A palavra anti tem este sentido básico no grego: em
lugar de e não contra. Ele não dirá ser o anticristo. Antes
reivindicará ser o verdadeiro Cristo.
O anticristo aparecerá no cenário mundial. Fará um concerto por
sete anos com o povo de Israel. Já que o mundo está em suas
mãos, três espíritos imundos semelhantes a rãs saem da boca da
trindade satânica para congregar todas as nações para a peleja
contra Israel, isto é, para a Grande Batalha do Armagedom. Esta
Batalha culminará no triunfo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quanto
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ao anticristo e aos seus aliados, serão lançados no Lago de Fogo.


Israel, é claro, será restaurado e purificado; Is. 2.5-22; 16.1-5; 24.1-
15; 26.20,21. E as nações serão julgadas; Mt. 25.31-46.
3.4 – A Igreja passará pela Grande Tribulação?
Mui freqüentemente, os que afirmam que a Igreja passará pela
G.T., salientam: Deus não prometeu que a Igreja escapará da
tribulação e do sofrimento. O que eles não sabem é que a Bíblia
usa a palavra tribulação (no grego, thlipsis) de duas maneiras
diferentes. Algumas vezes, ela refere-se à aflição, à perseguição, à
pressão e à angústia que nos são causadas por um mundo ímpio.
Ela também é traduzida por aflições quando Paulo fala de nossas
tribulações diárias que, se comparadas à eternidade, duram apenas
um momento; IICo. 4.17. Mas os julgamentos da tribulação,
referidos em Apocalipse, não pertencem à mesma classe;
representam a ira de Deus. Mas não estamos esperando a ira; quer
vivamos ou morramos, aguardamos o arrebatamento para
estarmos para sempre com o Senhor; 1 Ts. 5.10.
“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te
guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para
tentar os que habitam na terra”; Ap. 3.10. A passagem em foco
indica que a Igreja jamais passará pela G.T. Aqueles que advogam
que a Igreja passará por este sombrio período, fazem sua defesa no
significado da preposição “EK”.
Esta preposição “ek” leva os intérpretes a uma interpretação literal
de sair de dentro. Para emergir de dentro da hora da tentação,
deve (segundo este conceito) ter estado presente durante aquela
hora. Mas essa forma de interpretação, não combina com a tese e
argumento principal da natureza do pensamento das Escrituras,
por vários motivos:
a) Ora, usando a preposição gramatical de: “ek” e “apo” (fora de)
reforça o conceito geral das demais escrituras. À referência direta
deste versículo, qualquer estudioso sabe que se refere à hora da
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G.T., que de um certo modo envolverá todo o mundo, e, na sua


fase final, terá como alvo a cidade de Jerusalém e a Terra Santa.
b) A palavra da significa para fora de e em si traz a idéia de ser
guardado da Tribulação (não meramente conservado através dela,
como alguns asseveram). Ora, se a Igreja estivesse destinada a
passar pela G.T., uma coisa seria certa; em lugar de ler-se: “…eu te
guardarei ‘da’ hora da tentação”. Ler-se-ia: “eu te guardarei ‘na’
hora da tentação”. Convictos, desta verdade podemos afirmar: A
IGREJA NÃO PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO. 

4 – O MILÊNIO
“…e reinarão com Cristo durante mil anos”; Ap. 20.4b. O milênio
será, de acordo com as escrituras, um tempo de restauração para
todas as coisas. Ao invés do pecado, a justiça encherá a Terra.
Será verdadeiramente a Idade Áurea da Terra, acerca do qual os
poetas têm entoado, e pela qual este mundo triste e sofrido tem
esperado através de todos os séculos, desde que o seu Rei foi
crucificado e assim o Senhor da Glória foi rejeitado pelos que lhe
pertenciam e por cuja razão, o reino foi adiado.
Haverá profundas mudanças na Terra, durante o Milênio. A
maldição que Deus pronunciou devido ao pecado, será removida e
assim a benção de Deus mover-se-á sobre a Terra.
Vejamos agora alguns itens a serem considerados sobre o Milênio.
4.1 – A forma de Governo 
TEOCRÁTICO, isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa do
Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo; Dn. 7.4.
4.2 – A Sede do Governo
Jerusalém, será a capital do mundo. A desprezada cidade tantas
vezes pisada pelos exércitos invasores.
4.3 – Condições espirituais 
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As condições espirituais em evidência durante o Milênio


contrastarão fortemente com as prevalecentes nos dias atuais.
Então terá sua total realização a profecia de Joel 2.28,29, em que, o
Espírito Santo será derramado sobre Israel e as demais nações.
4.4 – O conhecimento do Senhor será universal durante o
Milênio; Is. 11.9; Jr. 31.34. Tal qual hoje o mal prevalece e muitas
nações jazem nas trevas da idolatria, naquele tempo a justiça de
Deus prevalecerá e todas as nações conhecerão o nome do Senhor
Jeová Rafá.
4.5 – Satanás será amarrado durante o Milênio. Esse inimigo,
tanto de Deus como do homem, será algemado e lançado no
abismo, de maneira que ele ficará impossibilitado de exercer o seu
nefasto programa de engano entre os homens; Ap. 20.1-3.
4.6 – Haverá paz universal durante este período em estudo. Hoje
os esforços humanos para promover a paz entre os homens são
vãos. Porém chegará o dia em que o Príncipe da Paz estabelecerá a
perfeita harmonia entre as nações.
4.7 – Fim do Milênio 
Satanás será solto do abismo, por um pouco de tempo e enganará
as nações afim de congregá-las para a batalha.
O fato de que o homem dará ouvidos aos enganos de Satanás,
embora tenha usufruído das bênçãos e das melhores influências
espirituais, durante este período, mostrará que o estado de
depravação natural do coração humano, ainda se encontra
enraizado dentro do seu instinto pecaminoso, por natureza, e este
estado de depravação será revelado no fim desse período de 1.000
anos.
Mas, no ponto pinacular da rebelião contra o Senhor, Deus enviará
fogo do céu que os devorará.
O fim do Milênio marcará também o fim de todas as dispensações
terrestre e o fim do tempo.
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5 – O JULGAMENTO FINAL
E Ap. 20.11-15 descreve-se o julgamento que terá lugar ao fim do
Milênio, mil anos depois do julgamento das nações, realizando-se
não sobre a terra, como foi o caso do julgamento das nações, mas
sim nas regiões celestiais onde Deus habita. A primeira
ressurreição, Ap.20.6, ocorrerá antes do início do Milênio e será
para os mortos justos pertencentes a todas as dispensações, à
Igreja, e ao grupo salvo durante a Grande Tribulação: Ap.7
Sendo que os participantes da 1ª ressurreição são descritos como
bem aventurados, e santos, naturalmente os demais mortos que
não viverem até o fim do Milênio não o são. Por essa razão cremos
que perante o GTB comparecerão os mortos ímpios.
A presença do Livro da Vida será necessária na condenação
daqueles que alegarão méritos das suas obras, quando deveriam
ter aceitado a Cristo como seu Salvador, fato que teria colocado
seus nomes nesse livro do Cordeiro.
Os ímpios serão julgados segundo as suas obras. O registro delas
será aberto e lido para determinar o grau de castigo. O Lago de
Fogo será para todos os ímpios. Para este lugar serão removidos
para sempre a morte e o Hades.

6 – O ESTADO PERFEITO E ETERNO. 


Jesus não deixou de mencionar sobre essa era perfeita. Apocalipse
21 e 22 descrevem as glórias deste estado eterno.
A cidade de Jerusalém, a celestial, baixará de vez sobre a Terra. A
nova terra tem seu relevo totalmente diferente.
Quem preparou esta cidade foi Jesus. A cidade é quadrangular.
Nessa cidade não haverá mais noite, nem precisará da luz do sol,
porque o Senhor Deus brilhará sobre os seus e reinarão pelos
séculos dos séculos. Deus enxugará de nossos olhos toda a lágrima.
19

Conheceremos as águas límpidas do Rio da Vida e sentiremos o


gostoso sabor do fruto da Árvore da Vida. ALELUIA!!!
20

1. FONTES BIBLIOGRÁFICAS
CABRAL, Elienai. Revista Lições Bíblicas (3º trimestre 1998) CPAD.
FALCÃO, Napoleão. Fita K-7. As cinco verdades sobre a morte.
GILBERTO, Antônio. O calendário da profecia (9ª Edição 1997)
CPAD.
GOMES, Gesiel Nunes. O Rei está voltando (1ª Edição 1978) LEAL.
HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas (2ª Edição 1996) CPAD.
HORTON, Stanley M. A Vitória Final (1ª Edição 1995) CPAD.
LOCKYER, Sr. Herbert. Apocalipse – O drama dos Séculos, (1ª Edição
em Português 1992) Editora Vida.
OLSON, N. Laurence. O plano Divino Através dos Séculos (18ª
Edição 1998) CPAD.
JEOVÁ, O Senhor. A Bíblia Sagrada.
___, Jornal “Chamada da Meia Noite”. (1995) 
Autor: José Marcílio da Silva
21

As 4 Possíveis e Principais Interpretações do “Milênio”


Primeiramente, temos que entender o que é o ‘Milênio”. Milênio
significa “mil anos” (do lat. Millennium, “mil anos”). O termo vem
do livro do Apocalispe 20: 4-5, onde se diz que “viveram e reinaram
com Cristo durante mil anos”. No mesmo capitulo nos versos 2-3
também lemos que um anjo desceu dos céus, agarrou o diabo “ e o
prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo
sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se
completarem os mil anos”. Que passagem deveras complicada!
Quando tratamos sobre o final dos tempos o debate é inevitável,
uma vez que não temos uma clareza doutrinaria como outros
assuntos da bíblia.
Haverá um milênio literal na Terra após o retorno de Cristo,
conforme pregam os pré-milenistas? Ou o milênio é apenas uma
representação da presente era da igreja como defendem os
amilenistas? Ou ainda o milênio seguirá um desenrolar gradativo e
progressivo após uma era de conquistas por parte da igreja, o qual
instaurará o Reino de Deus no mundo conforme crêem os pós-
milenaristas?
O presente estudo tem como objetivo estudar, analisar e dar
algumas considerações quanto aos 4 possíveis e principais
interpretações do Apocalipse 20.1-6.
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1°) O Pré-milenista (clássico ou histórico):


O prefixo já da a entender a relação do termo com o episódio. O
retorno de Cristo acorrerá antes do milênio. Essa interpretação é a
mais antiga da historia do cristianismo, alguns a defendem desde
os primeiros séculos. O pré milenismo histórico acredita que a era
que estamos vivendo atualmente (a era da igreja) continuara e
prolongará até que, com a proximidade do fim, venha sobre a terra
um período de grande tribulação e sofrimento. Então, depois desse
período de tribulação e sofrimentos no final da era da igreja, Cristo
voltará á terra para estabelecer um Reino milenar. Quando o
acontecimento se concretizar, os cristãos que já morreram serão
então ressuscitados, terão seu corpo reunido ao espírito, e esses
crentes reinarão com Cristo sobre a terra por mil anos.
Os interpretes pré-milenistas discordam entre si em alguns pontos
de como será o ocorrido. Alguns acreditam que os mil anos sejam
literais enquanto outros acreditam que os mil anos seja um longo
período simbólico e gradativo.
Seja literal ou simbólico, os pré-milenistas defendem que Cristo
reinará fisicamente presente sobre a terra e dominará toda a terra
com seu poder. Para aqueles que morreram em Cristo e para
cristãos que estarão vivos no acontecimento, receberão o corpo
glorificado da ressurreição e assim reinaram juntamente com Cristo
na terra no período de mil anos. Para os que morreram sem Cristo
estes aguardaram o juízo na segunda ressurreição, ou seja no dia
do grande juízo.
Os pré-milenistas históricos defendem que ao termino dos mil anos
satanás será solto para um breve momento de perseguição a igreja.
Sem êxito na tribulação e na perseguição, Satanas então é
derrotado por Cristo e lançado no fogo. Ao fim desse episódio os
crentes entraram com Cristo em sua Glória para todo o sempre.
Alguns teólogos defensores do Pré-Milenismo
– Orígenes
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– Tertuliano
- John Wesley
– Charles Spurgeon
– George Lad
Pré Milenismo e as Alianças
Os pré –Milenistas entendem que a promessa da aliança abrâmica,
que dava aos descendentes de Abraão a terra desde o rio do Egito
até o rio Eufrates, jamais foi cumprida, mas será totalmente
realizada durante o reino milenar (Gn 15.18). As promessas da
aliança davídica também requerem o estabelecimento do Reino
milenar para que sejam cumpridas (2 Sm 7:12-16).
O pré-milenarismo e a bíblia
O pré-milenarismo tem grande respeito pelo que esta nas
escrituras. Provavelmente, seria seguro afirmar que, quase sem
exceção, os pré-milenaristas acreditam na inerrância da bíblia.
A historia do pré-milenismo clássico
A interpretação pré-milenista clássica foi defendida nos primeiros
séculos da história da igreja. Ainda que os detalhes cronológicos
não fossem tão claros, a visão pré-milenista teve grande aceitação
no período dos pais da igreja. O historiador da igreja Philip schaff,
resumiu isso da seguinte maneira: “ A questão mais intrigante da
escatologia do período anteniceno é o quiliasmo proeminete, ou
milenismo, crença no reino visivel de Cristo em glória na terra com
os santos ressurretos durante mil anos, antes do julgamento e da
ressurreição generalizada. Isso não foi, de fato, uma doutrina da
igreja incorporada a nenhum credo ou forma de devoção, mas sim
uma opinião de renomados professores grandemente aceita”. A
esperança da volta de Cristo foi minada pelo união da Igreja e o
estado sob o governo de Constantino. Anos depois Agostinho
reinterpretaria o conceito e a duração do milênio como vamos ver
logo adiante.
24
25

2°) O Pré-Milenismo Dispensacionalistas:


Os pré-milenistas dispensacionalistas tem sua origem no pré-
dispensacionalismo histórico. Assim como os históricos, os
dispensacionalistas acreditam também que o retorno de Cristo
ocorrerá antes do milênio. Sua distinção é quanto ao momento da
tribulação. Os pré-milenistas dispensacionalistas acreditam que o
arrebatamento é antes da grande tribulação (ou seja, pré-
tribulacional). A visão dispensacionalista defende um segundo
retorno secreto de Cristo para reinar no milênio (arrebatamento).
Entre o primeiro retorno de Cristo e o segundo retorno há um
período de 7 anos, onde exatamente nesse período irá se cumprir
varias profecias inclusive o grande ajuntamento de judeus
convertidos e sua evangelização em massa. Segundo esse ponto de
vista, a era da igreja continuará até que, de repente, de maneira
inesperada e secreta, Cristo chegará a meio caminho da terra e
chamará para si os crentes: “… os mortos em Cristo ressuscitaram
primeiro ; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos
arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro
do Senhor nos ares” (1Ts 4:16-17). Ao termino dos 7 anos Cristo
voltará com os seus santos para reinar sobre a terra por mil anos.
Depois desse período milenar haverá uma ultima rebelião que
resultará na derrota final de Satanás e suas forças, e então virá à
ressurreição dos incrédulos, o ultimo julgamento e do novo estado
eterno sobre a terra.
A visão dispensacionalista do milênio não esta somente inserida no
cumprimento das ultimas coisas. O pré-milenismo
dispensacionalista não esta ligada somente com a escatologia. A
visão pré-milenista dispensacionalista é somente uma
conseqüência de todo uma hermenêutica bíblica e sobre os
eventos nela registrados.
A historia do Pré-milenismo Dispensacionalista
A visão pré-milenista dispensacionalista iniciou com os estudos de
John Nelson Darby (1800-1882) e ficou popularizado nos Estados
Unidos no século XX com a “Bíblia Comentada de Scofield”. O
26

dispensacionalismo delineado por Darby e apresentado por


Scorfield entende que Deus opera na humanidade de diferentes
dispensações. Podemos aqui salientar também a contribuição que
o Seminário de Dallas teve como precursor da interpretação pré-
milenista dispensacionalista até os dias de hoje.
Teólogos que defendem o Pré-Milenismo Dispensacionalista
– Norman Gaisler
– Lewis Sperry Chafer
- Francis Schaeffer
- Charles C. Ryrie
– John MacArthur (Pré-dispensacionalista Progressivo)
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28

3°) O Pós-milênismo:
O prefixo pós descreve o significado do termo em relação ao
milênio: a volta de Cristo será depois do milênio. De acordo com os
pós-milenistas, o avanço do evangelho e o crescimento da igreja se
acentuarão de forma gradativa, de tal modo que umam proporção
cada vez maior da população mundial se tornará cristã. Segundo
Larine Boettner : Essa visão das ultimas coisas que temos do Reino
de Deus esta sendo estendida pelo mundo por meio da pregação
do evangelho e da obra redentora do Espírito Santo no coração das
pessoas, de modo que o mundo todo acabará cristianizado e a
volta de Cristo deverá ocorrer no final de um período de justiça e
de paz normalmente chamado de “Milênio”… A segunda vinda de
Cristo será seguida, imediatamente, pela ressurreição generalizada,
o juízo geral e a introdução do céu e do inferno em sua plenitude.”
Uma característica central do pós-milenismo é o otimismo quanto
as futuro de todas as coisas. O evangelho dará ao mundo uma
transformação social, econômica e de bem estar espiritual na Terra
que será resultado do avanço do evangelho desde a era apostólica.
Os pós milenistas assim como todos os outros não acreditam que
todos serão salvos nesse período. Entretanto o os princípios e
valores cristãos serão prevalecentes na terra de modo que o
pecado terá proporções mínimas. Sua duração será um longo
período de tempo, mas não necessariamente mil anos.
Provavelmente mais longo que mil anos literais.
Os pós-milenistas entendem também que Satanás ficará amarrado
durante todo o tempo e sempre debaixo do controle de Deus. Mas
ele será amarrado de uma maneira especial no inicio do milênio, de
acordo com Apocalipse 20.
Muitas passagens os pós-milenistas usam como base. Muitos dos
textos usados pelos pré-milenistas também são usados pelos pós-
milenistas de forma que os estes acreditam no cumprimento antes
da volta de Cristo. Os textos sãos: Salmos 2:8; 22:27;47;72; 86:9;
Isaías 2:2-4; 11:6-9; Jeremias 31:34; Daniel 2:35,44 e Miqueias 4:1-
4.
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Teólogos que defendem o Pós-Milenismo


– Calvino ?
-Martin Bucer
-John Owen
-Matthew Henry
-Jonathan Edwards
– Loraine Boettner
– Iain Murray
– Kenneth Gentry
30
31

4°) O Amilênismo:
O amilenismo é a interpretação do milênio não literal antes da
volta de Cristo. Os amilenistas acreditam que no final haverá um
desenvolvimento paralelo tanto do bem quanto do mal, do Reino
de deus e do que pertence a Satanás. A visão amilenista é a mais
simples de todas as interpretações, pois descreve o milênio de
Apocalipse 20.1-10 como sendo a “ Era da Igreja”. A era da Igreja (o
milênio não literal) trata-se de uma era em que a influencia de
satanás sobre as nações sofre grande redução de modo que o
evangelho pode ser pregado por todo o mundo. Aqueles que
Reinam com Cristo por mil anos são os cristãos que morreram e já
estão reinando com Cristo no Céu. De acardo com essa posição a
presente era da igreja continuará até o tempo da volta de Cristo e
que quando este voltar, haverá ressurreição tanto de crentes como
de incrédulos. Os crentes terão o corpo ressuscitado e unido a
novamente com o espírito e entrarão assim no estado eterno do
céu para sempre.
As divergências Amilenistas.
Entre os defensores do amilênismo clássico, existem duas visões
acerca do milênio. A Primeira defende a possibilidade de ver, nesta
era, o cumprimento das passagens que falam do milênio mediante
a Igreja da Terra. A segunda defende que as passagens estão sendo
cumpridas pelos santos no céu agora. As duas interpretações
chagam na conclusão que não haverá um Reino terreno e futuro.
O amilenismo e as Alianças
Os amilenistas acreditam que as promessas que não foram
cumpridas literalmente, foram ou serão cumpridas em Cristo ou na
igreja. O amilênismo defende que muitas passagens eram de modo
condicional. Assim muitos amilenistas crêem que os novos céus e a
nova terra tem haver com a era da igreja sobre a terra.
O Amilenismo e a Igreja
32

A visão amilenista defende que na igreja se cumpre as promessas


de Deus de maneira espiritual e serve como antítipo. A igreja então
é um reino celestial espiritual que cumpre as promessas não literais
do Antigo e novo testamento de forma que o novo céu e nova terra
são consumadas durante a história.
A historia do Amilenismo
Entende-se que Agostinho (354-430) foi o primeiro a que deu um
significado amilinista sobre o Milênio. Segundo Agostinho no livro “
Cidade de Deus”: “ durante os mil anos enquanto o diabo estiver
amarrado, os santos tambem reinarão durante “mil anos” e, sem
duvida os dois períodos são idênticos e significam o período entre a
primeira e a segunda vinda”. Conservando a visão de Agostiana do
Milênio os reformadores também aderiram ao amilenismo, mas
diferente de Agostinho, Calvino e outros reformadores acreditavam
na visão não literal do milênio. Em geral os credos reformados
falam muito pouco sobre a questão do milênio, preferindo
concentrar-se na ressurreição, no julgamento e na eternidade.
Alguns teólogos que defendem o Amilenismo:
– Agostinho
– Calvino?
– Louis Berkhof
-John Murray
– D.M. Lloyd Jones
– John Stott
-Robert B. Strimple
33
34

Conclusão
Obviamente é impossível fechar questão sobre determinada
interpretação. A complexidade e a nuança do tema não nos
permite excluir nenhuma das 4 principais e possíveis interpretações
e logo não nos deixa ameno da responsabilidade de compreensão
do que a bíblia ensina. Embora busquemos uma possível solução
para este “problema” devemos ter em mente que grandes teólogos
e homens de Deus divergem em sua opinião ao longo da própria
história da Igreja.
Por isso o tema tem sua importância didática. Aprendemos a nos
importar mais com o assunto, pesquisar mais, ter a mente mais
aberta para possíveis variações do tema e assim reconhecer que o
assunto demanda de nós uma responsabilidade devocional e
acadêmica do apocalipse.
João começa o Apocalipse afirmando: “Feliz é aquele que lê as
palavras desta profecia e felizes aquele quês que ouvem e guardam
o que nela está escrito” Se o tema nos levar a ler, meditar e
guardar como preciosidade todas as promessas que estão no livro,
então este estudo cumpriu o seu papel na edificação.
Deus abençoe

Bibliografia
Berkhof,Louis. Teologia Sistemática – Campinas: Luz Para o
Caminho Publicações,1990
Ryrie,Charles C. Teologia Básica ao Alcance de Todos – São Paulo:
Mundo Cristão, 2004
Grudem, Waine A. Teologia Sistemática – São Paulo: Vida Nova,
1999
Bock, Darrell L. O Milênio – São Paulo: Vida Acadêmica, 2005
Grenz, Stanley J. Dicionário de Teologia – São Paulo: Editora Vida,
2007
BÍBLIA SAGRADA NVI

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