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1. INTRODUÇÃO
“Não nascemos cristãos, mas tornamo-nos cristãos”, (Tertuliano, escritor do século II).
4. Jesus respondeu aos que o buscavam: “Vinde e vede!”. Eles foram, viram, se encantaram
com o que vivenciaram, ficaram, aprenderam, depois partiram em missão com a vida
transformada para sempre. A iniciação à vida cristã supõe uma comunidade que passe no
teste do “Vinde e vede”. Iniciação não é só aprendizado de doutrina. É inserção na totalidade
da experiência de fé dentro de uma comunidade em que se identifica a presença ativa do
fermento do evangelho e a força transformadora do amor de Jesus.
5. Jesus, ao falar do Reino, chama-o de mistério: “A vós é confiado o mistério do Reino de Deus”
(Mc 4,11; cf. Mt 13,11; cf. Lc 8,10). Ser cristão é participar desse mistério e se comprometer
com ele. Requer uma mudança de vida, é fruto de experiência, não apenas de conhecimento.
Mistério é a realidade do Reino de Deus presente em Jesus.
6. A mensagem cristã apresentada como mistério leva naturalmente à realidade da iniciação.
No nosso imaginário o mistério carrega em si algo de fascinante, sublime, surpreendente,
deslumbrante, inacessível ao simples mortal; enfim, algo de divino, de fantástico e
espantoso. O mistério é um segredo que se manifesta somente aos iniciados. Diferentemente
de outros conhecimentos ou práticas, não se tem acesso ao mistério através de um ensino
teórico, ou com a aquisição de certas habilidades. Para ter acesso aos divinos mistérios a
pessoa precisa, de uma maneira ou de outra, ser iniciada a essas realidades maravilhosas
através de experiências que a marcam profundamente.
7. O Documento de Aparecida é enfático ao falar da necessidade urgente de assumir o processo
iniciático na evangelização: “Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato
com Jesus Cristo e convidando-as para seu seguimento, ou não cumpriremos nossa missão
evangelizadora. Tarefa irrenunciável de oferecer modalidade de iniciação cristã,” (nº 287-
294).
8. A restauração do catecumenato, solicitada pela Igreja (cf. CD 14, SC 64-68 e AG 14), com a
devida enculturação, quer retomar a dimensão mística e de celebração da catequese,
considerando que um dos aspectos essenciais da educação da fé é levar as pessoas a uma
autêntica experiência cristã, na integridade de suas várias dimensões.
4. DESAFIOS ATUAIS
“Hoje um dos desafios de nossa pastoral é a transmissão da fé às novas
gerações (suscitar a fé), incorporar as pessoas na comunidade cristã, celebrar consciente e
profundamente os sacramentos e manter e alimentar a fé recebida e professada. Para os
batizados mas não evangelizados, apresenta-se o desafio de uma re-iniciação na comunidade
e na vida cristã, já que o batismo os iniciou “sacramentalmente” na fé. Paralelamente, o
desafio também é a luta contra o fenômeno da descristianização de grande parte da
população, fomentada pelo secularismo, consumismo materialista e ideologias anticristãs”,
(3ª semana brasileira de catequese, 2009).
“A iniciação cristã é um desafio que devemos encarar com decisão, com coragem e
criatividade, visto que em muitas partes a iniciação cristã tem sido pobre e fragmentada. Ou
educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-
as para seu seguimento, ou não cumprimos nossa missão evangelizadora”, (DAp 287). Temos
uma multidão iniciada ontologicamente na fé, mas não existencialmente.
“Muitos buscam os sacramentos para si ou para seus filhos sem motivações tão
claras; frequentam a Missa ou outras praticas de devoção tendo em vista alcançar graças,
milagres, favores...”, (IVC 105). Outras vezes nem frequentam a comunidade e voltam a
dialogar com alguém da igreja na ocasião da necessidade do sacramento: podem estar com
medo, não conseguem entender porque precise uma catequese, vão atrais de lugares com
menos encontros e menos burocracia. Buscam sacramentos e não vida de fé, não desejam
nenhum compromisso ou responsabilidade, não querem mudar a própria vida.
“São muitos os cristãos que não participam da Eucaristia dominical nem recebem
com regularidade os sacramentos, nem se inserem ativamente na comunidade eclesial. (...)
Além disso, temos alta porcentagem de católicos sem a consciência de sua missão de ser sal e
fermento no mundo, com identidade cristã fraca e vulnerável”, (DAp 286).
Outro desafio é compreender como os três sacramentos da iniciação Crista são uma
única realidade, porque única é a ação que liberta os seres humanos das trevas e doa o
espirito de filhos adotivos; única é a união a Cristo, que confere a capacidade de viver a
mesma vida de doação. “Os fiéis, renascidos no Batismo, são fortalecidos pelo sacramento
da Confirmação e nutridos com o alimento da vida eterna na Eucaristia”,(CIC 1212). O
catequista da Eucaristia, não pode não dialogar com o catequista da Crisma e aquilo do
Batismo: é a única iniciação cristã!
A nível diocesano, onde mais e onde menos, temos ainda uma evasão seja de
catequistas que de crianças. É pouca a participação dos catequistas nas formações e ainda
menor a participação da família na catequese. A comunidade não vive a responsabilidade do
anúncio e do testemunho da fé na frente das novas gerações.
No centro da espiritualidade de Israel está a Palavra pela qual Deus se fez conhecer e
que ajuda a interpretar os novos acontecimentos da história. Logo, toda ação
evangelizadora, tanto no Antigo como no Novo Testamento, era perpassada pela dimensão
Bíblico-Catequética.
“Todo roteiro catequético deverá incluir estímulos e orientações com vista a uma
leitura da Bíblia, segundo um plano adequado à idade e às condições culturais do leitor. O
plano deve favorecer uma leitura interessante, viva, com acesso direto aos textos, ajudando
a compreensão da mensagem, assim como o Magistério da Igreja a interpreta (cf. DV 10b)”,
(CR 88).
“Nossa recente tradição catequética tem valorizado a Sagrada Escritura
como livro de catequese por excelência: os textos catequéticos lhe servem de
complementação (cf. TM 24 e CR 154) em sintonia com o DGC: A Igreja quer que, em todo o
ministério da Palavra, a Sagrada escritura tenha uma posição pró-eminente (DGC 127)”,
(DNC 107).
“A iniciação à leitura da Bíblia, na Catequese, deve levar não só ao contato com a
Palavra de Deus na leitura pessoal ou grupal da Escritura, mas principalmente à
compreensão da Palavra proclamada e meditada na Liturgia”, (CR 89).
③ DIMENSÃO LITURGICA (DNC 115-122)
A comunidade cristã é o lugar por excelência da catequese: cada passo e cada etapa
da catequese acontece dentro da vida da comunidade.
Para que a comunidade cristã seja um ambiente propício à catequese é necessário: ser
espaço acolhedor de amizade, de convivência humana e fraterna; ser espaço onde se
aprenda e se expresse solidariedade, integrando fé e vida; ser espaço de vida eclesial onde a
celebração da Eucaristia e dos sacramentos seja expressão da presença viva de Jesus; ser
espaço para o engajamento, segundo a idade e os carismas.
Sujeito da Iniciação à Vida Cristã é a comunidade inteira, uma comunidade
ministerial, que vivencia os sacramentos e a Palavra. Precisamos favorecer um maior
envolvimento da comunidade, para que se senta responsável por aqueles que dali em diante
fariam parte dela.
O catequizando deve participar da vida comunitária. Pertence às finalidades da
catequese introduzir na vida da comunidade e não se dá Iniciação Cristã sem participação
ativa e afetiva da vida de uma comunidade. Uma catequese em estilo catecumenal atua numa
pastoral de conjunto.
Quem encontra Jesus, não pode ficar calado. “Cada cristão e cada comunidade há de
discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar
esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias
que precisam da luz do Evangelho. A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade
dos discípulos, é uma alegria missionária”, (EG 20-21). “Esse despertar missionário (...)
procurará colocar a Igreja em estado permanente de missão”, (DAp 551).
“A dimensão missionária da Iniciação Cristã, deve impregnar todas as estruturas
eclesiais e todos os planos pastorais da Diocese e paróquias. Requer uma real conversão
pastoral que vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral
decididamente missionária”, (cf. DAp 370).
“Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os
costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal
proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação”, (EG 27).
6. IDENTIDADE DO CATEQUISTA
O catequista deve ser pessoa convertida, evangelizada, entusiasmada. Pessoa de
oração diária, que fez a experiência do amor de Deus e dá catequese como um ato de amor. O
catequista reflete em seu rosto a alegria, o entusiasmo, o encantamento por Jesus Cristo, seu
reino e sua Igreja. Transmite uma experiência de vida, não uma teoria, nem uma doutrina
racional e vazia.
Dá catequese com alegria e os catequizandos são tocados pela alegria do catequista.
Esta alegria convence, inflama, atrai as pessoas ao seguimento de Jesus. A alegria é sinal da
fé, manifesta a experiência feita do amor de Deus e o desejo de comunicá-la.
Uma catequese dada com amor e por amor e dada com alegria, suscita no coração do
ouvinte a esperança de ser melhor, o desejo de mudar, a aspiração de se converter e se
salvar e de ajudar os outros a descobrirem este amor.
O catequista da Iniciação Cristã faz diariamente a meditação da Palavra de Deus, tem
seu ritmo de silêncio, de escuta, de oração pessoal, precisa permanecer na “escola da
Palavra” para interiorizar a mensagem e comunicá-la com ardor. Participa de toda a vida da
comunidade e principalmente da celebração festiva, que reconhece como centro da vida
espiritual. É um contemplativo que transmite o que armazena em seu coração. A boca fala do
que vem do coração. Na iniciação Cristã acontece a catequese apostólica: “Chamou-os, para
estar com Ele e enviou-os a evangelizar” (Mc 3,14-15).
Ele se preocupa da preparação das atividades catequéticas: uma preparação que
inicia bem antes, participando das formações e estudando, e uma preparação próxima, pela
especifica atividade semanal. Não é vergonha dizer que não sabe, vergonha é não querer
estudar.
O catequista está consciente de pertencer a uma comunidade, age em nome da
comunidade, interagindo sempre com os outros catequistas e todas as pastorais.
Vive a própria missão como um ministério, realizado em nome da Igreja,
fundamentado na graça batismal e dos outros sacramentos da iniciação crista.
7. CALENDÁRIO PARA UMA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
PREMISSAS
O calendário anual da catequese prevê o acompanhamento do Ano Litúrgico,
iniciando no mês de agosto e tendo três meses de introdução básica, que transforme a turma
de crianças em pequena comunidade de vida cristã. Os primeiros três meses ajudarão no
conhecimento recíproco, na visita das famílias, na aprendizagem das regras fundamentais
de relacionamento e introduzirão na metodologia da Iniciação Cristã. Cada mês será
caraterizado por um tema principal: Vocação, Bíblia, Missão.
Novembro será o mês da solene entrada no catecumenato. No primeiro domingo do
advento inicia o ritmo do ano litúrgico, que passando pela celebração do Natal, chega ao
inicio da Quaresma no momento melhor do caminho pedagógico e encontra no Tríduo
Pascal o centro do percurso de fé e no Tempo Pascal a época melhor pela celebração dos
sacramentos da Iniciação Cristã.
No tempo inteiro da Iniciação à vida cristã haverão os ritos de entrega: Cruz, Bíblia,
Pai Nosso, Símbolo da Fé, ... Cada entrega não pode que acontecer uma única vez: o mesmo
catecúmeno não é bom que receba duas ou três vezes a cruz durante as celebrações da
própria comunidade, ou duas ou três vezes a Bíblia, ....
Os padrinhos do batismo serão sempre convidados a participar destes ritos, assim
como da Missa da Primeira Eucaristia e dos outros momentos significativos da vida religiosa
do próprio afilhado.
Os conteúdos específicos dos encontros de catequese serão diversificados segundo a
etapa do caminho de iniciação à vida cristã e por enquanto podemos utilizar a apostila
diocesana de 2011 aguardando as previstas indicações da CNBB.
Nesta seção vamos colocar os conteúdos gerais, que podem acompanhar todos os
grupos de catequese, as sugestões, as modalidades para vivenciar as dimensões que foram
apresentadas acima. Não quere se tornar regra prescritiva, mas sim proposta, na
possibilidade de mudanças, sobretudo na colocação no calendário.
JUNHO
® Semana catequética diocesana: planejada para acontecer no final do mês. Será pelo
menos de três ou quatro dias, sendo que os primeiros um ou dois dias será de formação para
os catequistas iniciantes e a segunda parte para todos os catequistas.
ADVENTO e NATAL
® 1° domingo do advento: solene início do novo ano litúrgico e do tempo do advento,
apresentando o caminho no ritmo das quatro semanas. Coroa do Advento e sua explicação.
® 2° domingo do advento: dia da caridade, convidar membros da Cáritas paroquial.
® 3° domingo do advento: dia da alegria pela aproximação de Jesus.
® 4° domingo do advento:
· Advento de fraternidade: um compromisso de caridade que acompanhe as 4
semanas.
· Confissões em preparação ao Natal.
· Educar a preparar o Presépio na própria casa e na igreja, (Concurso dos
presépios?).
· Viver a Novena de Natal.
TEMPO DE NATAL
® 1° domingo depois do Natal – Sagrada Família de Jesus: é na ultima semana do ano
social. Rezar pra todas as famílias da Paróquia e agradecer por todos os dons que recebemos
no ano que está encerrando.
® 1° de janeiro – Maria Mãe de Deus: participar da Missa do início do ano. Não vai ter
catequese neste dia. Oração pela paz no mundo (dia mundial da paz).
® 2° domingo depois do Natal – Epifania: colocar os Magos no presépio da igreja e
celebrar a fé dos povos de todo o mundo. Último dia dos símbolos de Natal na igreja e nas
casas.
® 3° domingo depois do Natal – Batismo de Jesus: lembrar o nosso batismo,
compreender a distinção entre o batismo de João Batista e o batismo que nós recebemos.
Inicia o Tempo Comum da liturgia.
QUARESMA
® Na quaresma agendar um retiro espiritual por cada grupo. O grupo do primeiro ano
do catecumenato eucarístico viverá durante o retiro pela primeira vez o sacramento da
Reconciliação: “Primeira Confissão”. Também os outros grupos viverão o sacramento da
Confissão durante este retiro.
® Quarta-feira de Cinzas: abertura da Quaresma e rito das Cinzas, apresentação do
tempo quaresmal: jejum, oração e caridade (Mt 6,1-6.16-18). Início da Campanha da
Fraternidade.
® 1° domingo de quaresma: onde necessário, acontece hoje a abertura da Quaresma
com rito das Cinzas e apresentação do tempo quaresmal. As tentações de Jesus no deserto e
as nossas tentações. É o dia do da eleição e inscrição do nome ( Rito da eleição e inscrição do
nome): os candidatos que estão preparados são eleitos e podem inscrever o próprio nome
sobre o grande Livro da Comunidade entre aqueles que receberão os sacramentos no tempo
pascal, respondendo assim ao chamado de Deus. A eleição acontecerá mais ou menos dois
meses antes da celebração do sacramento. Além da fé e da vontade firme de receber os
sacramentos da Igreja, requer-se “a conversão da mente e dos costumes, conhecimentos
suficientes da doutrina cristã e sentimentos de fé e de caridade”. (RICA, Obs. Prévias, 23).
® 2° domingo de quaresma: Transfiguração de Jesus.
® 3° domingo de quaresma: apresentar e desenvolver o tema da Campanha da
Fraternidade.
® 4° domingo de quaresma: atualizar e praticar o tema da Campanha da Fraternidade.
® 5° domingo de quaresma: continuação dos temas quaresmais.
® Domingo de Ramos: procissão de Ramos e meditação da Paixão de Jesus.
® Quinta-feira Santa: celebração da Ceia do Senhor. As crianças do catecumenato
eucarístico tenham um lugar privilegiado na celebração. Liturgia do lava-pés.
® Sexta-feira Santa: Via Sacra vivente preparada pela catequese.
® Páscoa: a Vigília Pascal veja o convite de toda comunidade e uma participação ativa
dos diferentes ministérios. Os crismandos participem ativamente da liturgia da luz.
® 2° domingo da Páscoa: todo domingo do tempo Pascal vai ser solenizado o rito de
acender o círio pascal e de vez em quando o rito da aspersão da água benta no momento do
Ato penitencial (no 2° domingo sempre).
® 3° domingo da Páscoa: preparação mais especifica aos sacramentos.
® 4° domingo da Páscoa: Domingo de Jesus Bom Pastor; Dia mundial das vocações.
® 5° domingo da Páscoa: ...
® 6° domingo da Páscoa: ...
® Ascensão: ...
® Pentecostes: o grupo do catecumenato crismal prepara a celebração, junto com a
equipe de liturgia. A celebração da Crisma, se possível, não fique longe desta época (pelo
menos em Macapá). Pode se pensar um envio missionário daqueles que receberam os
sacramentos.
® SS. Trindade: ...
® Corpus Christi: onde oportuno haja Missa em cada Paróquia na parte da manhã,
deixando a tarde pela celebração diocesana.
Nesta época seria bom celebrar a Missa da Primeira Eucaristia; em qualquer caso depois da
Páscoa e antes o fim do mês de junho.
® No primeiro domingo de maio o grupo Caminhando com Jesus (os pequeninos) recebe
a oração da Ave Maria (entrega da Ave Maria) na celebração dominical, rezando todos juntos
na frente do altar e da comunidade. Abertura do mês mariano.
® No segundo domingo de maio celebrar o “Dia das mães”, como momento forte da vida
familiar e ocasião para convidar toda família a participar da Missa e da vida da comunidade.
® Domingo X do tempo comum no mês de junho: Tempo da Mistagogia. Como viver os
sacramentos que recebemos? Qual vida de caridade nasce pelos sacramentos?
® Domingo X do tempo comum no mês de junho: ...
® Domingo X do tempo comum no mês de junho: ...
® Domingo X do tempo comum no mês de junho: encerramento da catequese,
convidando os pais num evento no qual cada grupo da catequese apresenta algumas
atividades vivenciadas no ano. Lançamento da Colônia de Férias.
FASE DE 4 A 6 ANOS – A criança se sente limitada pela vontade dos outros e se torna
“difícil”. É nessa idade que as crianças começam a descobrir as diferenças entre
menino e menina e a perceber que, em relação a isso, cada um tem papel diferente
na sociedade. Neste período acontece a identificação ou não, a aceitação ou não
deste papel. É a primeira crise do eu. A criança é sensível ao elogio e à repressão. É
realista e imaginativa; as imagens tomam vida: o sol que brilha, o colorido da flor, a
água corrente, tudo é motivo para olhar, escutar, mexer.
Nessa fase predomina a afetividade: deseja fazer alguma coisa pelo prazer e
não pelo resultado. Por exemplo: brinca com barro, com água, areia... É o despertar
da consciência moral, a idade do sim e do não. É capaz de distinguir o bem do mal. É
o nascimento da liberdade, ela começa a responder pro si mesma.
Orientações para a catequese – Catequese afetiva, ocasional, à base da confiança;
catequese inseparável da ação. Sentida da grandeza de Deus e sua bondade através
da criação. A criança faz perguntas que devem ser respondidas, de acordo com sua
capacidade de compreensão.
Atividades: Gestos concretos, oração espontânea, desenho...
FASE DE 7 A 9 ANOS (crise do uso da razão) – A criança é muito ativa, começa a querer
conhecer o mundo de fora: é a idade dos porquês. Só aceita e compreende as coisas
concretas. É nessa fase que a criança “gosta de quebrar” as coisas, pela vontade que
tem de “descobrir” tudo. A criança vai saindo do ambiente familiar para entrar em
contato com o mundo. Esse contato provoca um intenso desenvolvimento psico-
social. Encontra dificuldades no relacionamento. Ela começa a perceber que seus
pais não são perfeitos, não sabem, nem podem tudo.
A criança já diz “a gente”, pois começa a ter companheiros. Antes do uso da
razão, a criança tem o senso religioso, mas não tem ato livre e, portanto, fé pessoal.
O relacionamento com Deus é muito marcado pelos pais. É a época da catequese de
introdução na comunidade, a catequese de interiorização da fé, pois a criança já tem
a capacidade de amar a Jesus e entender o sofrimento das pessoas. Ainda não
compreende as ideias abstratas de Deus, mas entende claramente que Deus a ama.
É uma idade muito importante, pois aqui se forma a personalidade
espiritual da criança. Precisa dizer-lhe sempre a verdade, com respostas claras e
simples à altura de seu desenvolvimento mental. É o despertar responsabilidade e
da criatividade, descobre o certo e o errado, deixa-se influenciar pelos outros,
sobretudo pelas crianças maiores e pelos adultos. Deseja “ser grande”. A afetividade
é passiva e ativa ao mesmo tempo. Seus sentimentos são violentos, mas de pouca
duração: é capaz de bater no irmãozinho e, em seguida, dar-lhe um beijo.
Orientações para a catequese – O catequista deve estimular para o bem e para o
belo: atitudes de partilha, cartazes bem feitos, cores e gravuras adequadas.
Canalizar a agressividade para o bem; aproveitar sua energia com atividades e não
através de castigos. É necessário que o catequista procure ter contato com a família
para conhecer melhor a criança e o meio em que ela vive. Organizar atividades com
participação em equipes; brincadeiras com certas regras, que estimulem as
lideranças.
Ensinar as verdades essenciais de tal maneira que ajudem a vida de fé. Nesta
fase, iniciar a preparação para os sacramentos, a reflexão e interiorização – o
sentido de Deus: sua grandeza e sua bondade, através da criação em clima de amor.
Leva-los a descobrir que Deus é grande, é Pai bondoso e que ama muito.
Atividades: Desenho livre, modelagem, cantos, orações (com gestos), simples mas
não infantis, que levem a assumir algum compromisso concreto; desenvolver o
sentido da doação.
FASE DE 11 A 13 ANOS (Pré-adolescência) – De agora em diante será tudo aquilo que
ele descobrir. O pré-adolescente é inseguro (crise do eu consciente) e busca ideal e
segurança nos heróis. É a fase das grandes transformações que chamamos
puberdade (mudanças físicas, afetivas, intelectuais). Descobre a própria
sexualidade, mas ainda tem dificuldades em lidar com ela. Ele não se sente aceito na
sociedade: não é mais criança, por isso não gosta de se misturar com crianças,
gerando crítica, violência interior e exterior. Não quer receber ordens impostas; tem
conflitos consigo e sua família; questiona as ordens estabelecidas. É capaz de grande
generosidade, mas desanima-se facilmente quando não consegue o que deseja.
Orientações para a catequese – Nessa fase a catequese apela par o EU, para o que há
de melhor dentro do catequizando; o catequista tem que ser muito amigo para
poder orientá-lo bem. Tratá-los com amor, mas com muita firmeza, porque eles
precisam de muita segurança. Ouvir reclamações, sem dar importância, mas dar
orientações e orientá-los. Nesta idade vale a “pedagogia do herói” e as testemunhas
da Igreja. Personagens concretos no contexto histórico em que viveu: dificuldades,
lutas, limitações. A pedagogia da fantasia e do medo não vale mais.
Atividades: Nesta fase, faz-se necessária ampla documentação: cartazes, fontes de
consulta, mapas, fotografias, gravuras, jornais, pois catequizando precisa confirmar
tudo o que lhe dizem.
10. GRUPO DA PERSEVERANÇA
® Participam do grupo da perseverança todos os catequizandos depois da primeira Eucaristia e
antes do inicio do catecumenato crismal.
® Cada criança/pré-adolescente assume um serviço específico na própria comunidade,
escolhendo entre:
§ Coroinha
§ Acolhida na igreja
§ Ministério de dança
§ Ministério de música
§ Outro serviço que a comunidade determina
® No mês de outubro aconteceram na celebração festiva da comunidade os envios das
diferentes equipes (pode acontecer numa única celebração as quatro equipes e pode ser no
primeiro domingo).
® Os conteúdos dos encontros serão segundo o mesmo calendário da catequese, mas com muita
liberdade e priorizando o aspecto social e o mundo da adolescência.
12. BIBLIOGRAFIA e SIGLAS
v IC sigla da Iniciação Cristã
v AG Ad Gentes – Concilio Vaticano II – 1965
v RICA Ritual da Iniciação Cristã de Adultos – 1973 (reeditado no Brasil em 2001)
v EN Evangelii Nuntiandi, Paolo VI – 1975
v CT Catechesi Tradendae – Giov.Paolo II – 1979
v CR Catequese Renovada – 1983
v CIC Catecismo Igreja Católica – 1992
v DGC Diretório Geral da Catequese – 1997
v DNC Diretório Nacional da Catequese – 2005
v DAp Documento de Aparecida – 2007
v IVC Iniciação à Vida Cristã – estudos da CNBB n° 97 – 2009
v 3SB 3ª Semana Brasileira de catequese – 8/12.10.2009
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