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ENSAIOS 

NÃO DESTRUTIVOS – CINFU 

EXECUÇÃO DE ENSAIOS POR PARTÍCULAS MAGNÉTICAS

INSTRUÇÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DO ELECTROÍMAN OU “YOKE”

1 – Introdução

Um enrolamento de várias espiras convenientemente dimensionadas, quando


alimentado por uma corrente, produz um campo magnético através de um núcleo
articulado constituído por lâminas.
Nas pontas do núcleo são obtidas duas polaridades; pólos norte e sul os quais,
quando em contacto com a peça produzem um fluxo magnético que passa através
da área compreendida entre os dois pontos de contacto com a peça.

As fendas mais pequenas que se encontram na peça inseridas entre os dois pólos
do “YOKE”, serão mais visíveis na superfície de contacto, quanto mais elevada for
a intensidade do campo magnético na peça, desde que o valor da corrente através
do núcleo seja constante.
Isto pode ser determinado através das seguintes fórmulas:

1 1
NI=RØ R 
 S

Onde: N – é o número de espiras


I – é o valor da corrente passando através do núcleo
R – é a relutância (resistência) do circuito magnético
Ø – é o fluxo magnético passando através do circuito
μ - é a permeabilidade magnética
1 – é a largura do circuito magnético
S – é a secção transversal do circuito magnético

Por este motivo o núcleo foi desenhado com duas juntas (articulações) em cada
braço as quais, qualquer que seja a forma geométrica da peça, permitem obter uma
maior adesão entre as pontas e a superfície de contacto na peça.

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2 – Modo de utilização do “YOKE”

Para ser possível detetar os defeitos mais pequenos, as superfícies de contacto


das pontas dos braços do yoke, devem ser colocadas tangencialmente em relação à
área da peça a ensaiar.

A direção básica da deteção dos defeitos é aquela que for perpendicular ao


alinhamento da junção das duas polaridades. Assim, será fácil ver todos os defeitos
com uma direção de ±45º em relação à linha básica de deteção anteriormente
definida.
Na situação da figura anterior a linha básica de máxima sensibilidade na deteção
de descontinuidades será paralela ao cordão se soldadura.
De notar que a área efetiva de análise tem, segundo a norma ISO 17638, um
comprimento do valor “d” subtraído de 50 mm. Os 25 mm associados a cada braço
do yoke não se consideram por serem zonas “queimadas”.

3 – Uso do transformador de alimentação do “YOKE”

a) Apresentação

- Ligue a ficha de cinco pernos do cabo de alimentação do YOKE na tomada do


transformador.
- Ligue a ficha do transformador na tomada principal de 220V.
- Ligue o interruptor do transformador e a lâmpada de aviso de tensão acende.
- Coloque o seletor de corrente em “DC” ou “AC” de acordo com a corrente que
pretender utilizar; respectivamente “corrente contínua” ou “corrente alternada”.
- Se existir um botão de controlo da potência de magnetização, rode no sentido
dos ponteiros do relógio parando no ponto mais conveniente à magnetização
pretendida.
Tenha em atenção que a corrente usada geralmente vai de “6 a 10A” e é
selecionada de acordo com:
- A distância entre os pólos do YOKE (pontas);
- A sensibilidade da inspeção requerida;
- A forma geométrica da peça a ser verificada;
- O tipo de material da peça.

b) Procedimento de ensaio

- Decidir quais as áreas de contacto;

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- Colocar o YOKE sobre a peça;


- Pressionar o botão do interruptor de controlo no punho do YOKE. A saída de
corrente e consequentemente a magnetização dura o tempo em que o botão do
interruptor de controlo ficar pressionado;
- Aplicar o detetor magnético (líquido ou pó magnético) antes e durante a
magnetização de forma a conseguir-se uma camada mais ou menos uniforme de
detetor magnético, com melhores possibilidades de deteção.

Nota: Para controlar a magnetização utilizar um medidor de intensidade de campo magnético


e, para evitar um possível impacto, causado pela força magnética, não pressionar o botão do
interruptor de controlo no punho do YOKE, enquanto este é colocado sobre a peça.

- Avançar para as restantes áreas a inspecionar tendo em conta as distancias


normalizadas de movimentação para um varrimento efetivo da análise. Na figura
seguinte está representada esquematicamente a sequência a cumprir no caso de
um espécime com soldadura de topo. Para outras configurações de corpos de
prova consultar a norma ISO 17638.

NOTA:
Lembre-se que este equipamento é destinado a trabalhar em magnetoscopia, em
serviço intermitente, e só enquanto colocado sobre a peça a verificar.

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