Orientadora: Prof.ª Thaline Luize R. Fontenele Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas - Campus Penedo Rodovia Engenheiro Joaquim Gonçalves s/n, Loteamento São José Penedo/AL. CEP: 57200-000
Revolução, termo que figura – muitas vezes – ações insólitas de um indivíduo ou
grupo, injustamente transmite essa ideia para tantas pessoas. E é assim que, também de maneira injusta, a sociedade julga as posições dos homens e das mulheres como importantes atores dentro dela ou não, seja no nosso país ou assim como em tantas outras regiões do mundo. E tal juízo estabelecido, de maneira generalizada, é o que faz a diferença para que grande parte das pessoas preceituem o diferente e ao mesmo tempo o desigual, sendo que em diversas ocasiões estas pessoas atuam mais por influência de ideias disseminadas por outras do que mesmo por suas próprias ponderações. Por um lado, homem e mulher são sim seres diferentes, porém, “um diferencial” – neste fato – tão somente em suas particularidades superficiais, em suas características, digamos, sexuais. E por outro lado, entre homem e mulher existe “um desigual”, uma amarra histórica que prende a mulher ao poder do homem quase que de forma passiva e consciente, tornando aquele o senhor e, aquela, a serva. E dessa forma temos o homem, o sujeito da força (uma superioridade/autoridade) e a mulher, submissa à fraqueza; e por muito tempo assim a humanidade evoluiu, o lado masculino do ser humano julgou-se como a classe superior, enquanto que o lado feminino humano tornou-se uma classe imposta à inferioridade e de tal modo que, por muito tempo, não ousava soltar aquela amarra de desigualdade. Essa desigualdade é um determinante social negativo que cresceu com a humanidade, e analogamente, ao longo das mudanças sociais, isso ainda perdura. O problema que essa desigualdade produz está vinculado às atuações do homem e da mulher no seu meio social, para ser mais preciso, está intrínseco às “funções” de cada um na sociedade. Funções estas dispostas pela sociedade masculina, exaltando as atribuições dos homens em detrimento das mulheres. Por longas décadas – por exemplo – a função da mulher para seus maridos estava associada aos cuidados ao lar e aos filhos; a mulher – esposa – tinha no homem o companheiro e protetor, que era o responsável pela segurança da família e o sustento de todos na casa, e todos venerando a autoridade do pai e marido trabalhador, ou seja, esta é uma marca social principalmente dos tempos das sociedades patriarcais em que as mulheres nada mais eram do que pessoas leigas e, sobretudo ainda, vítimas das mais diversas formas de preconceito, pois as mulheres eram até mais inferiorizadas, humilhadas, tratadas como seres incapazes de agir e sobreviver as suas próprias custas e, além disso, desestimuladas a praticarem quaisquer atividades que não fossem condizentes àquelas de uma “dona do lar”. Essas e outras condições transformaram as mulheres em objetos, escravas do homem e de suas próprias amarras. Decerto contra sua vontade é que as mulheres viveram por muitos anos sob os domínios extremos de uma cultura machista, a qual desvalorizou excessivamente a participação e contribuição da mulher para a construção da sociedade brasileira. Pois o que tínhamos era a mulher sem direito a usufruir de sua completa vida social e mesmo pessoal; a mulher impedida de desfrutar dos seus direitos como cidadã; a mulher que despretensiosamente já trabalhava (pois uma vez que é trabalhadora do lar) sem receber os privilégios do seu emprego; a mulher sem voz e vez. Não obstante a mulher vem conquistando e se estabelecendo na sociedade, apesar de toda dificuldade que se enfrenta. Então, já se pode ver a importância da revolução para a consagração do papel feminino na sua sociedade. E, primeiramente, se faz imprescindível um revolucionarismo íntimo em cada uma das mulheres, visto como muitas apresentam sequelas de suas amarras e que sentem um fardo enorme por sobre suas cabeças; por consequência, elas devem buscar ainda mais por sua autovalorização e autoconhecimento, pois toda revolução em si se torna forte e influente quando se mostra grandiosa, assim como a beleza que há na mulher. É a partir desse momento que se torna preciso que a mulher se valha das oportunidades para dar início à revolução maior, aquela que afligirá as verdadeiras mudanças esperadas. E em tal ocasião, aquela servidão, e aquela submissão à fraqueza e inferioridade serão destruídas, quando não subitamente, irão desaparecer aos poucos. Isso representará o diferencial para se alcançar a igualdade, à medida que as reais mulheres revolucionárias manifestem seu valor e que sejam enxergadas; que deem suas contribuições e que sejam homenageadas; que mostrem seu intelecto e que sejam valorizadas. Assim, é difícil dizer o que a mulher representa a si mesma e para nós? Não é! Pois cada um de vocês – homens e mulheres – sabem o quão importante é uma verdadeira mulher: a mãe, a filha, a irmã, a amiga e todas as outras mulheres que fazem parte não somente de uma sociedade, mas de várias vidas ao seu redor. A maior revolução já começou! E podemos vê-la em vários lugares e nas ações de várias mulheres, pois o que não poderia existir em poucas épocas passadas, hoje está se observando com a atuação da mulher em diversos âmbitos sociais, que é algo real e mais frequente também. E aquele fardo causado pela desigualdade está sendo diminuído aos poucos, através da força da mulher, que cria suas próprias oportunidades e do mesmo modo aproveitando-se dos momentos favoráveis da modernidade, das novas tecnologias e desse mundo de globalização. E a tal revolução vem se valendo desse novo mundo. Por muitas vezes, esse novo mundo globalizado e direcionado pelo capitalismo contribui demasiadamente para a desigualdade. Contudo, ainda assim proporciona os momentos e a participação das mulheres. Se antes a “dona do lar” estava fadada à monotonia, trancafiada em sua própria vida, hoje ela encontra uma perspectiva real de reconhecimento e merecimento como pessoa e cidadã. Se as portas eram cerradas à ela e as fraquezas anulavam sua perseverança, agora ela abre os caminhos e sorri para compensar toda lágrima derramada no passado. Dessa maneira, o trabalho que antes poderia dignificar o homem, agora pode dignificar a mulher também; e as funções de homem e mulher caminham para se tornarem mais próximas, mais semelhantes e mais justas. Entretanto, não nos prendamos no ideal capitalista, que por trás das suas cortinas esconde um palco da escravidão. E entendamos tal escravidão como a alienação trabalhista que tantas vezes nos força a aceitar suas propostas, visto que nem sempre é possível alcançar facilmente nossos objetivos, e isso principalmente para as mulheres, fazendo-as se contentar com pouco, enquanto podem obter bem mais. Por isso é importante se valer das alternativas e criar o espaço para revolucionar. E todos nós podemos participar dessa revolução, que nos permite novos horizontes de pensamento e de convívio com as diferenças. E o desigual se extingue, à medida que se soltam as amarras de preconceitos e nos dispomos às semelhantes “funções”, ou melhor, aos nossos papéis como seres humanos. E que as mulheres sejam o que podem e querem ser: a dona do lar (e esta tem um pouco de todas as outras), e a dona de outros lares (trabalhadora doméstica), a poetiza, a professora... A mulher que se move e se mostra à sociedade e vai, pacientemente, – todavia confiante –, revolucionando o seu espaço, tornando-o um lugar comum ou mais igual, onde prevalece-se o único gênero: humano.