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Introdução à Fisiologia --------------------------------------------------------------------------------------- pág. 3
Bioquímica Celular ------------------------------------------------------------------------------------------- pág. 4
Fisiologia da Membrana Plasmática ------------------------------------------------------------------------ pág. 6
Fluidoterapia ------------------------------------------------------------------------------------------------ pág. 7
Fisiologia do Sistema Nervoso ------------------------------------------------------------------------------ pág. 11
Sistema Nervoso Central ---------------------------------------------------------------------------------- pág. 15
Sistema Nervoso Periférico ------------------------------------------------------------------------------- pág. 17
Fisiologia Muscular ------------------------------------------------------------------------------------------ pág. 20
Sistema Endócrino ------------------------------------------------------------------------------------------ pág. 23
Sistema Circulatório ---------------------------------------------------------------------------------------- pág. 33
Sistema Respiratório --------------------------------------------------------------------------------------- pág. 41
Fisiologia Renal --------------------------------------------------------------------------------------------- pág. 53
Equilíbrio Ácido-Base --------------------------------------------------------------------------------------- pág. 64
Sistema Renal das Aves ----------------------------------------------------------------------------------- pág. 65
Sistema Digestório ----------------------------------------------------------------------------------------- pág. 66
Sistema Reprodutor Masculino ---------------------------------------------------------------------------- pág. 80
Sistema Reprodutor Feminino ----------------------------------------------------------------------------- pág. 84

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Definição
Toda vez que seu corpo tem que fazer algo para que uma anormalidade
seja reparada, isso é uma homeostase, sendo um processo fisiológico.
→ Estudo das funções corporais. Quanto mais homeostase seu corpo fazer, mais desequilibrado ele está.
→ Funcionamento do corpo considerando mecanismos de ação que A homeostase não é boa e nem ruim, as vezes causa prejuízos.

Meio interno
envolvem sequências de causa e efeito em processos físicos e
químicos.
→ Relação entre fisiologia e anatomia, pois as funções corporais são O corpo vivo, embora necessite do ambiente que o circunda, é
dependentes da estrutura das partes corporais que as executam. relativamente independente do mesmo. Essa dependência do organismo
→ As funções corporais são divididas em órgãos e sistemas, como por em relação ao seu ambiente externo deriva do fato de que nos seres
exemplo, como funciona o coração e como funciona o sistema vivos, os tecidos são removidos das influências externas diretas e são
cardiovascular. protegidos pelo ambiente interno que é constituído por fluídos que
→ Os animais são conjuntos de sistemas interligados, sendo então um circundam no corpo.
organismo. A tendência do nosso corpo é em trabalhar por si só, mas em sistemas
→ A fisiologia é a base para entender todos os processos clínicos e conjuntos. O que é dentro do nosso corpo é chamado de meio interno,
manejo, como por exemplo, a umidade nos galpões tem que ser tentando trabalhar na normalidade, porém, é afetado por coisas do meio
controlada em dias muito quentes. externo, alterando o funcionamento. Através da homeostase, ocorre
→ Quando você encontra algo anormal na fisiologia, você avalia o uma tentativa de o corpo trabalhar na sua normalidade.
Retroalimentação ou feedback
resultado e começa as suposições do que está errado e qual a
doença.
→ A fisiologia agrega as matérias de anatomia, histologia, biologia celular RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA: uma alteração em uma variável
e bioquímica. promove essa alteração em sentido oposto, por exemplo:
BAIXA Tº CORPORAL ----------> AUMENTA Tº CORPORAL
Histórico BAIXA PROSTAGLANDINA ----------> AUMENTA PROGESTERONA
Aristóteles (384 - 322 a.C.): foi um pensador da Grécia Antiga, chamado de → Para que uma função seja exercida no nosso corpo, pode
"pai da medicina", classificou mais de 500 espécies de peixes, examinou o precisar de dois hormônios.
estômago dos ruminantes, a vida das abelhas e os processos vitais das → São duas ações inversamente proporcionais, se tem muita
plantas. É um dos mais notáveis filósofo e cientista da antiguidade. prostaglandina terá pouca progesterona, ou seja, quando a
→ É chamado de "pai da medicina" pois foi ele que conseguiu pensar em prostaglandina está alta, a progesterona está baixa, quando a
funcionamento animal, deu início a classificação taxonômica, fazendo progesterona está alta a prostaglandina está baixa. O sistema
com que cada um dos seres vivos tivesse um nome em particular. endócrino funciona invertido, quando um hormônio sobe o outro
Não compartilhava do mesmo pensamento sobre doenças que os desce..
gregos antigos tinham, não relacionava a ciência com religião. RETROALIMENTAÇÃO POSITIVA: é a menos comum, uma ação acontece
→ Aristóteles começou a abrir corpos por não acreditar no mesmo por conta de outra ação, possuindo o mesmo sentido, por exemplo:
pensamento dos gregos antigos, ele acreditava que para cada entrada de sódio na célula do cérebro promove a abertura de novos
doença existia seres minúsculos que a causava, já tendo o conceito canais de sódio.
de bactérias, vermes e etc. Relacionava algumas doenças com a AUMENTA CÁLCIO ------> AUMENTA A CONTRAÇÃO MUSCULAR
higiene, tirando a doença do padrão religioso. → Toda vez que tem cálcio no corpo acontece a contração
Na idade média teve muito avanço na medicina, Leonardo da Vince teve muscular, quando não tem cálcio, não tem contração muscular. As
muita contribuição para o sistema cardiovascular e entre outros. duas ações acontecem no mesmo sentido, sendo dependente de
Claude Bernard (1813 - 1878): chamado de "pai da fisiologia", na sua época a uma outra ação.
fisiologia já estava adiantada, porém, ele foi um fisiologista francês que → PONTO DE AJUSTE: febre e concentrações de sangue.
conceituou a homeostase. Não teve muito interesse em saber como os
órgãos funcionavam, foi um dos primeiros a falar que os animais não
sentiam dor.
→ "Todos os mecanismos vitais, apesar de sua diversidade, têm apenas 1) QUAIS SÃO AS SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS E INORGÂNICAS?
uma finalidade, a de manter constante as condições de vida no ORGÂNICAS -> carboidratos, lipídios, vitaminas, proteínas, ácidos
ambiente interno". nucléicos e glicídios.
INORGÂNICAS -> água e sais minerais.
Homeostase 2) QUAL É A DIFERENÇA QUÍMICA DA SUBSTÂNCIA ORGÂNICA
PARA A SUBSTÂNCIA INORGÂNICA?
Devemos entender a homeostase como sendo a tendência a manutenção
As SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS são todas aquelas que não são
das condições internas de um organismo, sempre dentro dos parâmetros
sintetizadas pelos organismos vivos, exemplo: água, essas substâncias
normais ou fisiológicos, a cada momento em que houver a tendência a um
não possuem o carbono como principal elemento da sua composição. As
desequilíbrio, os mecanismos de homeostase se apresentarão para garantir
SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS são sintetizadas pelos seres vivos, também
a regulação, ou o retorno à normalidade.
chamadas de biomoléculas, açúcares, proteínas e lipídios são substâncias
A homeostase é quando o corpo está em desequilíbrio e começa a tentar
orgânicas encontradas nos tecidos vivos, estas têm como principal
entrar em equilíbrio, essa tentativa é a homeostase, ou seja, é a tentativa
elemento de sua composição o carbono e o hidrogênio, também pode
de equilíbrio do organismo frente a uma anormalidade, é algo muito bom,
conter oxigênio, nitrogênio, enxofre´, fósforo, boro e entre outros.
mas dependendo do tempo em que ela se instalar pode causar prejuízos.
3) QUAL É A FUNÇÃO DE CADA UMA DAS SUBSTÂNCIAS
EXEMPLO: quando bebe pouca água e o organismo diminui a "produção" de
ORGÂNICAS?
urina.

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Os CARBOIDRATOS possuem diversas funções, dentre elas temos a produção de corticosteroides no córtex da glândula adrenal -, B3
principalmente a função energética, sendo o maior provedor de energia (niacina ou ácido nicotínico) - importante constituinte de 2 coenzimas do
para os seres vivos, possuem também, as funções: plástica (participando organismo, o NAD e o NADP, necessário para a respiração celular,
de estruturas, como a celulose que é um açúcar que forma a parede processo que ocorre nas mitocôndrias. A nicotinamida também participa
celular das células vegetais e, queratina que forma a parede celular dos do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Nos ruminantes não
fungos e compõem a carapaça dos artrópodes), composição química dos são necessárias por conta da síntese da microbiana ruminal, mas é
ácidos nucléicos e são divididos em: monossacarídeos, dissacarídeos e essencial nas dietas de animais não ruminantes, para a prevenção de
polissacarídeos. muitos distúrbios metabólicos da pele, trato gastrointestinal e outros
Os LIPÍDIOS são insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos (ex. órgãos. Também possui efeito específico sobre o crescimento animal,
éter, álcool e clorofórmio), constituem as membranas, são encontrados diminui os níveis de colesterol e protege contra infarto do miocárdio -,
livres nas células, servindo como material de reserva energética, como as B6 - atua na forma de coenzimas, realiza o metabolismo de gorduras,
gorduras. Também atuam como hormônios (ex. hormônios sexuais). Seu proteínas e carboidratos, o metabolismo de aminoácidos, necessária na
principal grupo é formado pelos glicerídeos (óleos e gorduras, é o mais dieta de animais monogástricos, que requerem suplementação,
importante como fonte energética), fosfolipídios (componentes das sobretudo durante a fase de crescimento e reprodução -, B12 - exerce
membranas celulares), cerídeos (cera) e esteroides (hormônios). função na síntese de ácidos nucléicos, formação de hemácias,
As PROTEÍNAS desempenham importantes funções nas células, sendo os manutenção do tecido nervoso e biossíntese de grupos metil (-CH3).
principais componentes estruturais dos organismos, compondo as Participa do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas, é
membranas celulares, formando o citoesqueleto, mantendo a forma da essencial para o crescimento animal. Todas as espécies animais não
célula e participando dos mecanismos de movimentação celular (ex. ruminantes necessitam dessa vitamina na ração -.
contração muscular), formam cílios e flagelos, constituem as fibras que → Vitamina C (ácido ascórbico): é uma importante substância
ocorrem nos espaços intracelulares destes tecidos, proporcionando antioxidante para o organismo, uma de suas principais funções é
resistência e elasticidade. Exemplos de proteínas: enzimas (são de co-fator para a formação e manutenção do colágeno, é uma
catalisadoras, ou seja, aumentam a velocidade das reações químicas), vitamina hidrossolúvel.
anticorpos ( atuam na defesa do organismo) e hormônios (ex. a insulina e o → Vitamina D (calciferol): fortalecimento dos ossos e dos dentes,
glucagon que atuam no metabolismo de açúcares). coagulação do sangue, é uma vitamina lipossolúvel.
Os aminoácidos são as estruturas que irão formar as proteínas, existindo → Vitamina K (naftoquinoma): coagulação sanguínea, é uma vitamina
20 tipos diferentes de aminoácidos, cada tipo de proteína existente é lipossolúvel.
composto sempre pelos mesmos tipos de aminoácidos, em determinado 4) QUAL É A DOENÇA CARENCIAL DE CADA UMA DAS
número e dispostos na mesma ordem, ou seja, uma determinada proteína SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS?
tem sempre a mesma sequência de aminoácidos, desempenhando a mesma As doenças carenciais das principais vitaminas, são:
função. → B1: perda de apetite, fadiga muscular, nervosismo e beribéri.
Os ÁCIDOS NUCLÉICOS são divididos em ácido desoxirribonucleico (DNA) e → B2: ruptura da mucosa da boca, dos lábios, da língua e das
ácido ribonucleico (RNA). O DNA é o principal constituinte dos cromossomos, bochechas.
é neles que estão os genes. O RNA participa do processo de síntese de → B3: inércia e falta de energia, nervosismo extremo, distúrbios
proteínas. Ambos são formados por várias unidades de nucleotídeos.. digestivos e pelagra.
As VITAMINAS são substâncias orgânicas necessárias aos organismos, em → B5: anemia, fadiga e dormência dos membros.
pequenas quantidades, onde a sua ausência pode acarretar em doenças que → B6: inflamações na pele, distúrbios neuro-musculares.
decorrem de carências nutritivas. As vitaminas A, D, E e K são de natureza → B9: anemia, esterilidade masculina, na gestação predispõe
lipídica. Não são produzidas no organismo, sendo necessária a sua ingestão, malformação do feto, conhecida como espinha bífida.
funcionam como aditivos, sendo indispensáveis para o mecanismo de
→ B12: anemia perniciosa e distúrbios nervosos.
produção de energia e outros.
→ C: inércia e fadiga em adultos, insônia e nervosismo em crianças,
→ Vitamina A-caroteno: importante no crescimento, protege o
sangramento de gengivas, dores nas juntas, dentes alterados,
aparelho respiratório, digestivo e urinário, também é importante
escorbuto, problemas de pele e gengivite.
para a visão (vitamina lipossolúvel).
→ A: cegueira noturna (xeroftalmia), "olhos secos" em crianças e
→ Vitaminas do complexo B: são hidrossolúveis, atuam principalmente
cegueira total.
como coenzimas no metabolismo celular, são elas: B1 (tiamina) -
importante na transformação de carboidratos em lipídios e participa → D: problemas nos dentes, ossos fracos, contribui para os
diretamente na excitação dos nervos periféricos, funciona como sintomas da artrite, raquitismo.
coenzima importante no metabolismo energético da glicose, → E: esterilidade masculina e aborto.
convertendo-a em gordura, também atua na manutenção do apetite → K: hemorragia.
e do tônus muscular, é recomendado para a manutenção, 5) QUAL É A FUNÇÃO DE CADA UMA DAS SUBSTÂNCIAS
crescimento e reprodução dos animais -, B2 (riboflavina) - atua no INORGÂNICAS?
metabolismo energético e tem função essencial nas reações de ÁGUA: sua propriedade mais importante é a polaridade, é um solvente
oxidação em todas as células do organismo, para a liberação de excelente para outras substâncias iônicas ou polares, da coesão. Resiste
energia, sendo necessária na dieta de animais monogástricos, pois os a mudanças de temperatura, durante a digestão, as reações de
ruminantes a sintetizam através da microflora ruminal e intestinal. É decomposição quebram as grandes moléculas dos nutrientes em
importante também no metabolismo de aminoácidos, ácidos graxos e moléculas menores pela adição de moléculas de água, essa reação é
carboidratos, também é um importante pigmento da retina, chamada de hidrólise.
participa do funcionamento da glândula adrenal e é importante para SAIS MINERAIS:
→ Cálcio (Ca): atua na formação de tecidos, ossos e dentes, age na
coagulação do sangue e contração muscular. Sua falta provoca:

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osteoporose, raquitismo e enfraquecimento dos dentes. → FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS
→ Fósforo (P): atua na formação de ossos e dentes, ATP e das Hormonal, estrutural, defesa, transporte de gases (através das
moléculas dos ácidos nucleicos. Sua falta provoca maior probabilidade hemácias) e enzimas. A unidade funcional são os aminoácidos, sendo
de ocorrência de fraturas e raquitismo. constituída por no mínimo vinte tipos de aminoácidos.
→ Ferro (Fe): indispensável na formação da hemoglobina que atua como As proteínas, glicídios e lipídios são cadeias longas, constituídas por várias
veiculadora de gases para todo o organismo. Sua falta provoca: unidades funcionais que passam pelo lúmen intestinal, caindo na corrente
anemia ferropriva. sanguínea, sendo absorvidas. TODOS OS NUTRIENTES SÃO QUEBRADOS
→ Iodo (I): é formador de hormônios da tireoide, T3 e T4. Sua falta POR UMA ENZIMA.
provoca: bócio endêmico e desordens metabólicas associadas. → FUNÇÃO DOS LIPÍDIOS
→ Cloro (Cl): constitui os sucos gástricos (HCl). Sua falta provoca: Sua unidade funcional são os ácidos graxos.
deficiência digestiva de proteínas.. Hormonal (esterol: estrogênio, progesterona e testosterona), absortiva
→ Potássio (K): atua associada ao sódio no sistema muscular, contribui (com as vitaminas A, D, E e K sendo de natureza lipídica), estrutural,
para a condução do impulso nervoso. Sua falta provoca: diminuição energética e protetora (cera).
da atividade muscular, inclusive a do coração. A mitocôndria produz ATP para a contração muscular, o ATP é formado
→ Magnésio (Mg): forma a clorofila. Sua falta provoca: clorose nos a partir do açúcar ingerido, o açúcar cai na corrente sanguínea e se liga
vegetais (perda da cor verde). na insulina que entra na mitocôndria e faz o ciclo de Krebs e através da
→ Flúor (F): forma o esmalte nos dentes. Sua falta provoca: cáries respiração celular vira ATP (é pouco armazenado). O excesso de
dentárias. carboidrato que não foi transformado em ATP vai para o tecido adiposo,
→ Sódio (Na): atua associada ao potássio no sistema muscular, contribui ou seja, vem no tecido adiposo o hormônio glucagon, enviando o
para a condução do impulso nervoso. Sua falta provoca: cãibras, triglicerídeo para o fígado que o transforma em piruvato (açúcar,
retardamento na cicatrização de feridas e hipotensão. quando quebrado é a base da glicose), entrando na mitocôndria e
6) QUAIS SÃO AS DOENÇAS CARENCIAIS DE CADA UMA DAS transformando-a em ATP, sendo a neoglicogênese.
SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS? → FUNÇÃO DOS GLICÍDIOS
CÁLCIO: deformação óssea na fase de crescimento, retardo no Estrutural e energética. Sua unidade funcional são os monossacarídeos.
crescimento, enfraquecimento dos dentes e nos mais idosos causa 1. Monossacarídeo: é um carboidrato menor, tem no máximo 10
osteoporose (ossos ficam fracos e quebradiços, podendo causar fraturas carbonos, sua absorção é imediata.
espontâneas). 2. Dissacarídeo: é um carboidrato intermediário, constituído por dois
CLORO: normalmente está em equilíbrio com o sódio e potássio. monossacarídeos, tem que ser quebrado para a absorção.
COBALTO: fadiga crônica, falta de resistência física, perda de sensibilidade, 3. Polissacarídeo: mais de 1000 carbonos, ex. celulose (parede
depressão mental, anemia e retardo no crescimento. celular dos vegetais) e glicogênio (é quebrada em monossacarídeo
COBRE: diminui a absorção de ferro pelo organismo. e se transforma em energia). A celulose será quebrada pela
CROMO: ansiedade, fadiga, problemas de crescimento e fraqueza muscular. celulase (enzima), os animais que apresentam essa enzima são os
ENXOFRE: fraqueza física e mental, dores nos ossos e articulações, odor poligástricos e monogástricos herbívoros.
ruim na saliva. Sua função estrutural tem relação com o glicocálice, que é a parede
FERRO: causa anemia, pois predispõe fadiga crônica pela quantidade celular dos fungos, bactérias e vegetais.
reduzida de oxigênio nos tecidos. → VITAMINAS
FLÚOR: baixa visão, cáries, susceptibilidade à perda auditiva, língua escura e Divididos em lipossolúvel e hidrossolúvel. O cálcio só é absorvido através
tremores ósseos. da vitamina D no intestino. A vitamina E faz a proteção de neurônios e
FÓSFORO: maior possibilidade de fraturas, músculo atrofiados, alterações células da glia, atuando principalmente no sistema nervoso.
nervosas e raquitismo (enfraquecimento e amolecimento dos ossos). As doenças carenciais são sérios problemas para os animais. O excesso
IODO: pode resultar em bócio (aumento de volume da glândula tireoide, de vitaminas não faz bem, sobrecarrega o rim, fígado e outros órgãos.
inchando-a ou formando nódulos na região do pescoço, tendo dificuldades As vitaminas não são armazenadas.
para respirar e deglutir, além de tossir com mais frequência), obesidade e → ÁGUA
cansaço. É o solvente universal (dissolve quase tudo, menos a gordura), participa
MAGNÉSIO: aumento da sensibilidade térmica, hipertensão (tensão acima do de 99% de todas as reações químicas (ex. hidrólise). Para que aumente a
normal exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos) e fraqueza. temperatura corporal tem que aumentar a temperatura da água
MOLIBDÊNIO: taquicardia, náusea e vômitos, letargia, desorientação e (quando aumenta no organismo a temperatura da água, aumenta 1ºC no
taquipneia. corpo e assim por diante), os animais trabalham bem até 40ºC, muitas
POTÁSSIO: diminui a atividade muscular, inclusive do miocárdio. proteínas desnaturam acima de 40ºC. Pacientes desidratados podem
SELÊNIO: é rara, mas contribui para doenças cardíacas, disfunção da apresentar hipotermia, pois não tem o ganho de temperatura através
tireoide e depressão do sistema imune. da água, não tendo uma regulação.
SÓDIO: cãibras, retardamento na cicatrização de feridas, tonturas e → SAIS MINERAIS
hipotensão arterial. O átomo de ferro presente na hemoglobina que prende o oxigênio e o
ZINCO: deprime o sistema imunológico, diminui a produção de hormônios gás carbônico na hemácia. O cálcio ajuda na calcificação, constituindo os
masculinos, favorece a perda do paladar e do olfato. ossos, importante para a contração muscular. O cálcio em excesso pode
calcificar cartilagens, órgãos moles (ex. fígado e intestino) e etc.
.Resumo
DOENÇA CARENCIAL: doença causada pela falta da substância.
→ SUBSTÂNCIA ORGÂNICA: carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.
→ SUBSTÂNCIA INORGÂNICA: elemento químicos da tabela periódica.

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1. FOSFOLIPÍDIOS
Membrana plasmática 2. PROTEÍNAS
FUNÇÃO: separar o conteúdo extracelular do intracelular, é constituído por Os principais lipídios presentes na membrana celular são os fosfolipídios,
proteínas e lipídios. colesterol e os glicolipídios. Sua distribuição pelas duas camadas é
A célula é um compartimento microscópio isolado do ambiente pela assimétrica, o que pode refletir as diferentes funções das duas
membrana plasmática em todos os seres vivos. superfícies da membrana.
→ PROCARIONTE: não tem um núcleo organizado e nem todas as As proteínas são responsáveis pela maioria das funções da membrana
organelas citoplasmáticas, só os ribossomos. celular. As proteínas da membrana dividem-se com base na força de
→ EUCARIONTE: apresenta núcleo e organelas, são complexos. interação com os fosfolipídios, em intrínsecas e extrínsecas.
→ O citoplasma é um espaço celular preenchido pelo citosol, onde fica As proteínas extrínsecas ou periféricas ligam-se às superfícies interna
mergulhado o núcleo e as organelas citoplasmáticas. ou externa e podem ser removidas por procedimentos químicos fracos.
A membrana plasmática é uma barreira de permeabilidade que permite à As proteínas intrínsecas ou integrais (proteína principal) interagem com
célula manter um meio químico apropriado para os seus processos os lipídios de membrana e somente são removidos por detergentes
metabólicos, regular o volume citoplasmático e transferir informações sob potentes ou solventes orgânicos.
a forma de sinais químicos e elétricos.
Permite a compartimentalização funcional da célula com possibilidade de
Funções da membrana
limitar processos bioquímicos a certos locais. As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de
funções:
→ Mecanismos de transporte, permitindo a passagem de
substância para dentro e para fora da célula.
→ Receptores de transporte, encarregadas de receber sinais de
substâncias que levem alguma mensagem para a célula.
→ Adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto
de ancoragem para o citoesqueleto.
Nunca uma substância do lado de fora terá a mesma quantidade do lado
de dentro, permitindo assim, a entrada e saída de substâncias, estando
em movimento, possui diferença no gradiente de concentração.
Função de agrupar as células, juntar as células proporcionando
resistência (exemplo: barreira hematoencefálica).

Transporte transmembrana
Só entra e sai da célula substâncias necessárias, faz o transporte
seletivo e a permeabilidade seletiva, executa a função de transporte em
É uma estrutura firme, com bastante resistência, mas não é dura. A 2 tipos:
membrana plasmática muda sua conformação através das substâncias 1. TRANSPORTE PASSIVO: não gasta energia, movimentação de
presentes na célula, sem que a lesione, é maleável. substâncias do meio mais concentrado para o menos
Dupla camada de lipídio, em um determinado segmento da membrana concentrado.
plasmática temos um espaço, preenchido por uma proteína. 2. TRANSPORTE ATIVO: gasta energia, movimentação de substâncias
É lipoprotéica, os carboidratos prendem as substâncias que estão passando do meio menos concentrado para o mais concentrado.
ao redor da célula, reconhecem as substâncias circulantes capturando-as, Há constante troca de substâncias entre a célula e o meio externo, mas
passando pela membrana plasmática, para que a proteína a pegue ou, apenas as substâncias necessárias devem entrar ou permanecer na
passa direto, como é o caso dos gases (oxigênio e gás carbônico). célula, enquanto as indesejáveis devem sair ou ficar fora dela.
As proteínas secundárias (moléculas de proteínas do lado de fora), tem a De modo geral, podemos dizer que as substâncias atravessam a
função de recepção, sendo receptores de membrana, quase todos os membrana plasmática de duas maneiras: transporte ativo (substância
medicamentos para fazer efeito tem que se ligar nesses receptores. em baixa concentração vai para um lugar de alta concentração, indo
As moléculas de proteínas do lado de dentro da célula, transportam as contra o gradiente de concentração) e o transporte passivo (substância
substâncias de dentro da célula. em um meio mais concentrado vai para um meio menos concentrado, vai
O receptor da membrana se encaixa com o medicamento, desempenhando a favor do gradiente de concentração.
a função na qual foi destinado, sendo o mecanismo de ação. O hormônio No transporte passivo, uma substância move-se de uma região em que
também se encaixa nos receptores. está mais concentrada para a outra em que está menos concentrada.
A proteína principal faz a segunda função da membrana plasmática, Nesse caso, não há gasto de energia.
fazendo o transporte seletivo, responsável pela entrada e saída de No transporte ativo, ocorre o inverso, a substância move-se contra o
substâncias, nem toda a substância do lado de dentro sai e vice-versa, gradiente de concentração, havendo consumo de energia.
depende da necessidade da célula.

Constituição da membrana plasmática Movimentação de soluto ou de solvente. A movimentação do soluto


recebe o nome de difusão.
→ DIFUSÃO: passagem de soluto (gás, sólidos ou líquidos) do meio

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mais concentrado para o meio menos concentrado. Pode passar pela dupla de medidas terapêuticas corrija as perdas de líquidos e equilíbrio
camada de lipídios ou pela proteína. Se estiver mais concentrado dentro da eletrolítico.
célula a substância vai para fora, se estiver mais concentrado fora da Processo que repõe água e sais minerais em um corpo que sofreu
célula, a substância entra para dentro da célula. perda, ex. em casos de desidratação, faz fluidoterapia, a desidratação é
a perda do volume líquido e da quantidade eletrolítica do paciente.

Utilização
Correção de desidratação ou manutenção da hidratação em pacientes
que não estão se alimentando ou ingerindo água.
Manutenção do acesso venoso para a administração de medicamentos
ou para preservar a função renal em pacientes anestesiados.
→ OSMOSE: compreende a passagem do solvente do meio menos Reposição de água e eletrólitos, pode fazer a fluidoterapia via oral e
concentrado para o mais concentrado de soluto, tenta equilibrar os intravenosa. A via intravenosa também serve como forma de
dois meios. administração de medicamentos, usada como veículo de uma
determinada droga.

Distribuição da água corpórea e


eletrólitos
70% do peso vivo de um determinado indivíduo é água -> isso vira 100%
da água corporal.
→ Dos 100% temos: 40% está no espaço intracelular e os outros
A desidratação é a saída de água para fora da célula, desidratando a célula. 60% está no espaço extracelular, interstício e transcelular (a
água das cavidades, ex. bexiga, olho, articulações e etc).
A água é a substância mais abundante nos seres vivos, todas as reações
Células de diversos organismos mantêm diferentes concentrações internas químicas do organismo são realizadas em meio aquoso.
de íons e de outras substâncias em relação ao meio extracelular. O íon A água corporal total representa de 60% a 70% do peso corporal,
potássio está em altas concentrações dentro da célula e em baixas porém considera-se menor em animais idosos (cerca de 50%) e obesos,
concentrações fora da célula. Já o sódio está em altas concentrações fora e uma porcentagem maior em animais jovens (pode chegar até 80%),
da célula e em baixas concentrações dentro da célula, isso é um exemplo da em indivíduos adultos varia em 70%. Entre uma espécie e outra não
bomba de sódio e potássio. Durante a ação do neurônio, para gerar costuma variar a quantidade de água.
eletricidade, acontece: entra sódio e sai potássio, gerando a eletricidade, 40% está localizada no espaço intracelular e 20% no espaço
ocorre a inversão da bomba de sódio e potássio, gerando o potencial de extracelular, que inclui plasma e espaço intersticial. Tomar cuidado com a
ação, se transforma em um transporte passivo. desidratação de animais idosos, pois qualquer perca de água é
significativa para eles.
A água ingressa no organismo através dos alimentos e da água ingerida
e é eliminada pela pele, pulmão, rins e intestino. Mesmo que ocorram
variações no consumo e perda de água e eletrólitos no organismo, as
concentrações destes nos diferentes compartimentos, é mantida de
forma relativamente constante.
Nas espécies domésticas, aproximadamente 60% do peso corpóreo no
adulto e 80% no neonato consiste de água divididos em compartimentos
intracelulares (LIC) e extracelulares (LEC).
 Os lipídios que atuam como lubrificante, ex: mesentérico, peritônio, → LIC: 40% do peso vivo.
omento.. → LEC: 20% do peso vivo -> líquido plasmático (5%), líquido
 GLICÍDIOS: função energética e estrutural. intersticial (14%) e líquido transcelular (1% - via digestória,
 A alta temperatura quebra a ligação peptídica formando os urinária, líquor, humor aquoso, cavidade peritoneal e líquido sinovial.
aminoácidos, perdendo sua função. O constante movimento da água entre os compartimentos é decorrente
 Vitamina D: reabsorve cálcio no intestino. do gradiente osmótico existente entre os dois lados da membrana
 HOMEOSTASE: mecanismo que evita a desidratação. celular.

Perda de água corporal


A perda de água pode ocorrer por várias rotas em animais normais:
Definição 1. PERDAS IMPERCEPTÍVEIS: ocorrem pelo trato respiratório
durante a respiração ou perdas pelo suor. Não consegue
Restauração do volume e composição dos líquidos corporais e manutenção quantificar.
do equilíbrio líquido, de modo que a interação destes componentes através 2. PERDAS PERCEPTÍVEIS: consegue quantificar, facilmente

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detectadas e mensuradas como urina e fezes. Vômito, diarreia, hemorragia → Pleurite difusa.
e poliúria resultam em aumento das perdas perceptíveis. → Obstrução pilórica.
→ Ectopias de abomaso.
→ Obstruções intestinais.
→ Acidose láctica ruminal.
→ Choque endotoxêmico e septicêmico.
→ Possui muita água oculta no alimento, animais que fazem a ingesta
de água via alimentação têm que tomar cuidado com a
desidratação quando tira esse alimento úmido..

Desidratação reduz a produção do leite -> de 30% em vacas com


privação hídrica por 48 horas.
Produção leiteira também é reduzida pela hipocloremia (diminuição de
cloro) e hipocalemia (diminuição de cálcio) que frequentemente aparecem
nas vacas desidratadas.
Como ocorrem os desequilíbrios?
Consomem muita água.

Causa mais comum de desidratação: não tomar água ao longo do dia. Desequilíbrios hídricos, eletrolíticos e
Os desequilíbrios podem se estabelecer em qualquer uma das condições a
seguir: ácido-básicos em equinos
→ Redução da ingestão de água. → Diarreias.
→ Diminuição da absorção: problema no intestino grosso e entre outras. → Choque.
→ Aumento da eliminação/secreção. → Síndrome cólica.
→ Sequestro em cavidades ou na luz do tubo digestório. → Desidratação após exercício físico extenuante.
→ Acúmulo no espaço intersticial. → Ruptura de bexiga em potros.
Desidratação →

Obstrução ou ruptura esofágica.
Desequilíbrios metabólicos.
Outra causa da desidratação é a desnutrição, ascite (acúmulo de água na → Doenças renais.
cavidade abdominal). → As bactérias no intestino grosso dos equinos na presença de
A desidratação ocorre sempre que as perdas diárias excedem o aporte de muitos carboidratos dá gases, expandindo o intestino grosso e
água para o organismo. causando cólica, não fazendo a absorção de água e resultando
→ CAUSAS: hipodipsia (pouca água, baixa ingestão), aumento das perdas em diarreia.
por vômito, diarreia, febre, sudorese, queimaduras extensas e → O cavalo vomita, mas o esfíncter cárdico e pilórico é muito rígido,
perdas para o terceiro espaço (ascite). não conseguindo fazer os movimentos antiperistálticos com o
alimento.

Avaliação do paciente
A desidratação é uma condição clínica, nunca é uma casa clínica/doença.
Avaliação prévia do paciente para escolha adequada do tipo de
fluidoterapia e a via de administração.
A água sai por osmose do meio menos concentrado para o mais Histórico sobre a via de perda de fluído pode surgir o compartimento ou
concentrado que é o vaso sanguíneo, se o indivíduo carece de uma doença os compartimentos de fluídos envolvidos, assim como anormalidades no
carencial que é a hipoproteinemia, a quantidade de proteína no sangue equilíbrio eletrolítico e ácido-básico do paciente.
diminui e a água não vai para o vaso sanguíneo, se acumulando na cavidade Informações como período de tempo no qual ocorre a perda de fluído,
abdominal. O tratamento é feito por uma sonda para retirar a água da estimativa de sua magnitude, consumo de alimentos e água, ocorrência
cavidade e depois é corrigida a nutrição, a impermeabilidade capilar faz com de perdas gastrointestinais, urinárias ou perdas decorrentes de
que a água vá para o espaço extracelular se acumulando. traumatismo, podem ser obtidas do proprietário.

Desequilíbrios hídricos, eletrolíticos e Classificação da desidratação


Classificadas de acordo com a tonicidade do fluído que permanece no
ácido-básicos em ruminantes organismo após a perda de água e eletrólitos em:
1. HIPOTÔNICA
→ Disfagia: dificuldade na ingestão de água ou alimento. 2. ISOTÔNICA
→ Obstrução esofágica: deglutição de corpos estranhos que causam a 3. HIPERTÔNICA
obstrução. As manifestações clínicas da desidratação irão variar com o tipo de
→ Diarreia. desidratação. Dentro do nosso corpo temos uma solução (solvente +
→ Poliúria. soluto).
→ Peritonite difusa.

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Porcentagem de Sinais clínicos
desidratação
6-8 (moderada) Demora evidente o retorno da pele à posição normal,
ligeiro prolongamento do tempo de preenchimento
capilar, possível retração do globo ocular, possível
ressecamento das membranas mucosas. Histórico:
impotência, vômito e diarreia moderados
10-12 (severa) Permanência da pele em forma de "tenda" no local do
150 ml/kg de teste, evidente prolongamento do tempo de
Perde mais soluto (sódio, potássio, cloro, magnésio. .) do que solvente. Ocorre fluidoterapia preenchimento capilar, retração do globo ocular,
quando há perdas maiores de soluto do que de água, levando à hiponatremia. ressecamento das membranas mucosas, possíveis
Transposição de água do LEC (líquido extracelular) para o LIC (líquido sinais de choque (taquicardia, extremidades frias,
intracelular), levando a uma diminuição severa do volume circulante e sinais pulso fraco e rápido). Histórico: anorexia, vômito e
clínicos evidentes de desidratação. diarreia severos, insuficiência renal crônica.
CAUSAS: insuficiência adrenocortical e uso abusivo de diuréticos. 12-15 (choque) Sinais evidentes de choque, morte eminente.
SINAIS CLÍNICOS: convulsões. Histórico: hemorragias e queimaduras.

Perde proporcionalmente soluto e solvente, numa desidratação isotônica Componentes da fluidoterapia


perde outros minerais, não perde muito sódio (faz co-transporte com a A fluidoterapia pode ser dividida em três categorias:
célula, sendo a tendência da água não sair da célula). 1. EMERGENCIAL: pacientes que apresentam hipotensão severa e sinais
O meio intracelular e o extracelular tendem ser normais. Ocorre diminuição clínicos de choque. Quando o paciente estiver hemorrágico.
proporcional de água e sais, permanecendo a osmolalidade inalterada. → Soluções cristaloides administradas rapidamente em grandes
A concentração de sódio permanece normal, não havendo transposição de quantidades.
água entre o LEC e o LIC. → Soluções cristaloides em concentração hipertônica.
CAUSAS: vômito, diarreia, anorexia, choque hipovolêmico, glicosúria, doença → Soluções cristaloides misturadas com soluções coloidais.
renal, lesão de tecidos moles e peritonite. → Soluções coloidais.
SINAIS CLÍNICOS: hematócrito normal, PPT (proteínas plasmáticas totais) 2. REPOSIÇÃO: utilizada em pacientes desidratados sem apresentar
normal. sinais clínicos de choque, quando o paciente tiver vômito e diarreia.
→ Soluções cristaloides.
Perde mais solvente do que soluto, ocorre quando há perda maior de água 3. MANUTENÇÃO: utilizada quando o déficit hídrico do paciente já foi
do que soluto, levando à hipernatremia. reposto. O volume de fluído pode ser reposto através de um cálculo com
Há transposição de água do LIC para o LEC, a migração de água do LIC para relação as necessidades diárias.
o LEC minimiza os sinais de desidratação. → Soluções de manutenção ou/e cristaloides.
CAUSAS: aumento de perdas insensíveis, salivação excessiva, estresse e Repõe as perdas diárias

Composição dos fluídos parenterais


enfermidades que causam com febre intensa e diabetes insípido.

Duas categorias principais de líquidos administrados na fluidoterapia:


cristaloides e coloides.
→ HIPERTÔNICA: vômito, diarreia, diabetes melito, insuficiência renal, → De acordo com o tamanho molecular e permeabilidade capilar:
queimaduras, diabetes insípido, diminuição da ingestão de água. cristaloide ou coloide.
→ ISOTÔNICA: vômito, diarreia, hemorragia e hipoadrenocorticismo. → De acordo com a osmolaridade ou tonicidade: hipotônico, isotônico
e hipertônico.
→ HIPOTÔNICA: diuréticos, peritonite, pancreatite, diarreia, hemorragia
e hipoadrenocorticismo. → De acordo com a função pretendida: manutenção e reposição.

Avaliação do grau de desidratação Repõe água e sais minerais. São as mais empregadas na fluidoterapia,
Os sinais clínicos relacionados à perda hídrica, são: perda de peso, aumento consistem em uma solução à base de água com moléculas pequenas, às
da frequência cardíaca e do tempo de preenchimento capilar, perda de quais a membrana capilar é permeável, são de entrar em todos os
elasticidade cutânea, ressecamento das mucosas, diminuição da compartimentos corpóreos.
temperatura nas extremidades, diminuição da produção de urina e de saliva. Soluções cristaloides são divididas em dois tipos: soluções de manutenção
Porcentagem de Sinais clínicos e de reposição.
desidratação 1. SOLUÇÕES DE REPOSIÇÃO: os líquidos de reposição são formulados
para corrigir deficiências específicas na concentração plasmática ou na
<5 (muito suave) Não detectável. Histórico: menor ingestão de água quantidade corporal total de eletrólitos e álcalis (sódio, potássio, cloreto,
5-6 (suave) Discreta perda do tugor cutâneo ou elasticidade bicarbonato, cálcio e fósforo). São soluções isotônicas, acidificantes ou
cutânea. Histórico: episódios esporádicos de vômito e alcalinizantes e, apesar de apresentarem composição de eletrólitos
diarreia. similar à do plasma, tem o sódio como base da sua constituição. Podem
ser administrados rapidamente e em grandes volumes, sem alterar as

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concentrações eletrolíticas normais do plasma. nasoesofagiano. É um método barato, porém com absorção lenta.
→ Ringer com lactato de sódio: solução isotônica, cristaloide, com → VIA INTRAVENOSA: mais comum via de administração de fluídos.
composição semelhante ao LEC, pH 6,5, utilizado para reposição. Os cateteres são introduzidos nas vias periféricas ou na veia
Tem características alcalinizantes, uma vez que o lactato sofre jugular. É necessária técnica de assepsia e realização de
biotransformação hepática em bicarbonato, sendo indicado para tricotomia local. É uma das vias de acesso mais caras, porém
acidoses metabólicas. mais efetivas e com efeito imediato.
→ Ringer simples: características semelhantes ao ringer lactato, → VIA SUBCUTÂNEA: muito utilizada, entretanto não é indicada para
porém não contém lactato, é utilizado para reposição. Contém mais pacientes com desidratação moderada a grave ou para aqueles
cloreto e cálcio que outras soluções, tornando-a levemente que apresentam comprometimento circulatório. A circulação
acidificante (pH 5,5), é uma solução de emprego ideal nas alcaloses cutânea está diminuída em animais com depleção de volume,
metabólicas. É uma solução cristaloide e isotônica. resultando em absorção lenta.
→ Solução NaCl a 0,9%: solução cristaloide, isotônica, utilizada para → VIA INTRA-ÓSSEA: em pequenos animais pediátricos e neonatos,
reposição, não é uma solução balanceada pois contém apenas sódio, a medula óssea do fêmur e do úmero, ocasionalmente, é
cloro e água. É acidificadora, sendo indicada para pacientes com acessada com mais facilidade do que as veias de pequeno calibre
alcalose, hipoadrenocorticismo, insuficiência renal, oligúria ou anúria e colapsadas. É necessário rigorosa técnica de assepsia para evitar
hipercalcemia. infecção e, por conseguinte, formação de abscesso e sepse.
2. SOLUÇÕES DE MANUTENÇÃO: definem-se como soluções de manutenção
aquelas utilizadas nos pacientes ainda enfermos, após a recuperação do Cálculos
déficit hídrico. As soluções de manutenção são formuladas visando à MANUTENÇÃO: não teve vômito nem diarreia, são as perdas diárias,
reposição das perdas diárias normais de líquido hipotônico e eletrólitos. reposição de 50 ml/kg/24 horas. Acontece em casos que ficou 24
Essas soluções são também elaboradas para satisfazer as necessidades de horas sem beber água.
potássio em animais saudáveis. Assim, as soluções de reposição deverão ser REPOSIÇÃO: vômito ou diarreia, 100 ml/kg/24 horas (50 ml perdas
acrescidas com cloreto de potássio de modo que a concentração final deste diárias + 50 ml no que ele perdeu no vômito ou diarreia). Vômito e
eletrólito seja 30 mEq/L ou 30 mmol/L. diarreia -> 150 ml/kg/24 horas (o máximo que pode fazer, 60 ml
→ Fluído isotônico: osmolalidade semelhante à do plasma, promove perdas diárias + 50 ml do vômito + 50 ml da diarreia).
expansão do compartimento intravascular. Soluções de NaCl 0,9% e EMERGENCIAL: 150 ml/kg/24 horas, coloide -> repõe o volume
ringer lactato. circulante para o vaso não colabar.
→ Fluído hipotônico: osmolalidade menor que a do plasma, dilui o plasma O controle é feito pelo equipo que tem um pingador que dá:
por redução da osmolalidade, a água passa do compartimento → macrogota: 1 ml tem 20 gotas (ou 16). Pacientes acima de 5 kg.
vascular para o intersticial. Se o fluído intersticial ficar diluído, a água → microgota: 1 ml tem 60 gotas.
passará para as células adjacentes. Soluções de NaCl 0,45%. EXERCÍCIOS:
→ Fluído hipertônico: osmolalidade maior que a do plasma, atrai os 1) Cão, 17 kg, volume de 10 horas, gotas por minuto, vômito.
fluídos e eletrólitos do compartimento intersticial e celular para 100 ml X 17 kg = 1700 ml/24 horas.
vascular, auxilia na estabilização da pressão arterial, fluxo urinário e 1700 ml - 24 horas
redução de edema. Coloides e cristaloides. x - 1 hora
X = 70,83 ml/hora ~71 ml/hora -: 71 ml X 10 horas = 710 ml/10 horas.
71 ml - 60 min
Repõe as proteínas plasmáticas, o volume de dentro do vaso sanguíneo,
x - 1 min
molécula grande com alta osmolalidade para colocar a água dentro do vaso
X = 1,18 ml/min -> 1 ml - 20 gotas
sanguíneo.
1,18 ml - x
Contém substâncias de alto peso molecular restritas ao compartimento
X = 24 gotas/min
plasmático. Os coloides sintéticos disponíveis no mercado são derivados de )
2) Bovino, 200 kg, vômito + diarreia, volume em 15 horas, gotas por
dextranos (Dextran 40 e 70), polímeros de gelatina (Haemacel e Polisocel),
segundo.
amido de hidroxitila (Hitastarch) ou fluídos carreadores de oxigênio à base
150 ml/kg/24 horas.
de hemoglobina (Oxyglobin®, Biopure Corporation, Cambridge, MA).
150 ml X 200 kg = 30.000 ml/24 horas.
Cálculos de fluidoterapia 30.000 ml - 24 horas
x - 1 hora
A quantidade de fluído a ser administrada em 24 horas deve ser suficiente X = 1250 ml/hora -> 1250 ml X 15 horas -> 18.750 ml/15horas.
para corrigir a desidratação inicial, suprir as necessidades de manutenção e 1250 ml - 60 min
compensar as perdas concomitantes. x - 1 min
VOLUME DE REIDRATAÇÃO (litros/dia) = % de desidratação X peso corporal X = 21 ml/min
(kg) 21 ml - 60 s
 5 a 7% = 7,0% 50 ml/kg/dia x-1s
 8 a 9% = 100 a 150 ml/kg/dia X = 0,35 ml/s
 10 a 12% = 150 ml/kg/dia 1 ml - 20 gotas
Vias de administração
0,35 ml - x
X = 7 gotas/seg.
→ VIA ENTERAL: indicada para hidratação de pacientes estáveis, 3) Gato, 700 g, diarreia, gotas/15 segundos.
supondo que não há perda de fluído. Podem-se administrar soluções 100 ml - 1000g
de manutenção por esta via, através de seringa ou tubo x - 700 g

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X = 70 ml/24 horas. 10% do sistema nervoso são neurônios (unidade funcional) e 90% são
70 ml - 24 horas células da glia/gliócitos (células auxiliares). Maior parte do oxigênio vai
x - 1 hora para o sistema nervoso.
X = 2,91 ml/hora ~3ml/hora. NEURÔNIOS: são células modificadas, que captam informações externas
3 ml - 60 min e internas, ocorre a tradução da informação e a resposta, sendo uma
x - 1 min célula excitável.
X = 0,05 ml/min. → Ficam desligados na maior parte do tempo (em repouso), quando
0,05 ml - 60 s acontece a chegada da informação, ele entra no seu estado de
x-1s excitação e depolarização, respondem rápido ao estímulo e depois
X = 0,0008 ml/s da resposta eles entram no estado de repouso.
60 gotas - 1 ml
x - 0,0008 ml Definição
X = 0,05 gotas/s -> 0,05 gotas X 15 s = 1 gota/15 s. Rede de comunicação que capacita o animal a se ajustar ou ajustar suas
3) Cão, 23 kg, vômito + diarreia, antibióticos IV (3%) 10 mg/kg. partes às alterações nos ambientes externos e interno. Detecta as
150 ml/kg/24 horas modificações ambientais, processando as informações sensoriais junto
a) Quantos ml de fluído 24 horas? 3450 ml/24 horas. com as informações armazenadas na memória, fornecendo uma
b) Quantas gotas por segundo? 1 gota/s. resposta à informação processada.
c) Quantos ml de antibiótico por minuto? 0,005 ml/min.
Funções básicas
a) 150ml X 23kg = 3450ml/24hrs + 8ml de ATB = 3458ml/24 hrs.
IV 3% = 3% 30 mg/ml → FUNÇÃO INTEGRADORA: coordenação das funções dos vários
10 mg - 1 kg órgãos.
x - 23 kg → FUNÇÃO SENSORIAL: sensações gerais e específicas (especiais).
X = 230 mg → FUNÇÃO MOTORA: contrações voluntárias ou involuntárias, são
230 mg - x contrações musculares.
30 mg - 1 ml → FUNÇÃO ADAPTATIVA: adaptação do animal ao meio ambiente.

Divisão anatômica do sistema nervoso


X = 8 ml.
b) 3458 ml - 24 horas
x - 1 hora O sistema nervoso central é dividido em encéfalo e medula espinhal. O
X = 144,1 ml/hora encéfalo é subdividido em cérebro, cerebelo e tronco encefálico, o
144,1 ml - 60 min tronco encefálico por sua vez, se divide em mesencéfalo, ponte e bulbo.
x - 1 min O sistema nervoso periférico é dividido em nervos (que são subdivididos
X = 2,4 ml/min em espinhais e cranianos), gânglios e terminações nervosas.
2,4 ml - 60 s O sistema nervoso dos vertebrados é subdivido em duas partes: o
x-1s sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP).
X = 0,04 ml/s O sistema nervoso central é dividido em encéfalo e medula espinhal (faz
20 gotas - 1ml a condução dos impulsos nervosos para o cérebro, coordenação das
x - 0,04 ml atividades reflexas) e o sistema nervoso periférico que é dividido em
X = 0,8 gota/s ~1 gota/s. nervos e gânglios, esses nervos e gânglios podem fazer parte do
c) 8 ml - 24 horas sistema nervoso somático (regula as funções motoras, os movimentos
x - 1 hora do corpo está relacionado com os movimentos dos músculos
X = 0,3 ml/hora esqueléticos) ou do sistema nervoso autônomo (controla os processos
0,3 ml - 60 min vitais do organismo).
x - 1 min O sistema nervoso central tem a função de integrar e processar as
X = 0,005 ml/min de ATB. informações que o restante do organismo envia e recebe. O sistema
nervoso central conduz informações entre o sistema nervoso central e
o resto do corpo.

O sistema nervoso tem importância tem importância para o organismo, pois


coordena as funções do corpo. O tecido nervoso é o principal constituinte
do sistema nervoso.
O sistema nervoso tem a capacidade de captar, transmitir e integrar
informações de todas as regiões do corpo. Os neurônios são células
excitáveis capazes de captar informações do meio interno e externo e
Não é o sistema mais importante, mas faz com que todos os órgãos
responder a elas por meio de sinais elétricos chamados de impulsos
trabalhem em um ritmo.
nervosos. O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central
Sistema nervoso central: recebe todas as informações do corpo e
(encéfalo + medula espinhal) e sistema nervoso periférico (gânglios +
traduz elas, propondo uma resposta. Traduz a informação gerando uma
nervos).
determinada ação.

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ligam nos receptores dos dendritos seguintes, transmitindo informação,
Células do tecido nervoso o neurônio que recebe essa informação sai do seu estado de repouso.

Tipos de neurônios
Tecido nervoso formado por:
→ 10% neurônios.
→ 90% gliócitos. 1. QUANTO À MORFOLOGIA: bipolar, multipolar e pseudo-unipolar.
2. QUANTO À POSIÇÃO:
→ neurônio aferente ou sensitivo: responsável por levar
Células especializadas na condução de impulsos nervosos que são alterações informações da superfície do corpo para o interior, relaciona o
elétricas que se propagam pela membrana plasmática. São células meio interno com o meio externo. Recebem informações vindas
especializadas em receber e transmitir estímulos. É dividido em 3 regiões do ambiente ou do próprio organismo e as transmitem para o
específicas: sistema nervoso central.
1. DENDRITOS: processo da célula que conduz o impulso para o corpo → neurônio eferente ou motor: conduz o impulso do sistema
celular, são ramificações que saem do corpo celular. Eles recebem nervoso central ao efetuador (músculo ou glândula). Transmitem
informações vindas de outros neurônios ou de células sensoriais, e informações do sistema nervoso central para as estruturas
as transmitem para o corpo celular. efetoras ou motoras que realizarão uma determinada ação.
2. CORPO CELULAR: núcleo da célula, região onde encontra-se o núcleo → neurônio associativo ou interneurônio: presentes no encéfalo e
e as organelas citoplasmáticas. na medula espinhal, fazem conexão entre os neurônios.
3. AXÔNIO: processo da célula que conduz o impulso para longe do
corpo celular, ou seja, conduz informações do corpo celular a outros
neurônios.
São as unidades funcionais do sistema nervoso central, são responsáveis
por gerar impulsos nervosos e liberar os neurotransmissores.

REGIÃO DORSAL DO SISTEMA NERVOSO: neurônio sensitivo (raiz dorsal).


O neurônio sensitivo leva para o interneurônio que leva para o sistema
nervoso central, quando chega no sistema nervoso central pega a
mensagem e traduz, o interneurônio leva para o neurônio motor que
leva a informação até o órgão efetor.
RAIZ VENTRAL: neurônio motor.
CÉLULAS DA GLIA: células auxiliares que dão suporte ao funcionamento
do sistema nervoso. Diferem em função e forma, pois cada uma
desempenha um papel diferente na estrutura e no funcionamento do
Pode ser dividido em corpo celular, dendrito, axônio e terminal pré-sináptico. tecido nervoso. Não geram impulsos nervosos.
MIELINA: substância branca lipídica, localizada ao redor dos axônios, ASTRÓCITOS: suporte mecânico e fornecem alimento à complexa e
formando as fibras nervosas, tem função de isolante elétrico. delicada rede de circuitos nervosos.
NÓDULOS DE RANVIER: são intervalos circunferenciais que ocorrem OLIGODENDRÓCITOS: desempenham função equivalente à das células de
intermitentemente na bainha de mielina que garantem a condução saltatória Schwann, formando bainhas protetoras sobre os neurônios que ficam
do impulso nervoso. no encéfalo e na medula espinhal.
Os neurônios conduzem os estímulos sob a forma de impulsos nervosos, MICRÓGLIAS: tipo especializado de macrófago cuja função é fagocitar
pelas cadeias neuronais. detritos e restos celulares presentes no tecido nervoso.

Impulso nervoso
Um impulso nervoso é a transmissão de uma alteração elétrica ao longo
da membrana do neurônio a partir do ponto em que ele foi estimulado.
Estímulos nos dendritos dos axônios -> geram um impulso nervoso -> o
impulso nervoso é transmitido para o corpo celular e segue pelo axônio
do neurônio.
→ essa transmissão ocorre em grande velocidade e em um curto
O axônio gera uma eletricidade chamada de potencial de ação. A bainha de espaço de tempo.
mielina é um isolante elétrico, impedindo que o potencial de ação passe para Os impulsos elétricos são gerados no corpo celular e dendritos e depois
outros neurônios, fazendo com que a resposta chegue no seu local de propagados para o axônio.
origem. Os axônios, dependendo de sua função, podem ou não se apresentar
NÓDULOS DE RANVIER: sem bainha de mielina, onde o potencial de ação tem revestidos pela bainha de mielina.
um impulso saltatório, quando chega no final do axônio tem as vesículas No sistema nervoso central, a bainha de mielina tem origem pelos
contendo neurotransmissores que são liberados na fenda sináptica onde se oligodendrócitos.

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No sistema nervoso periférico, a bainha de mielina tem origem pelas células número de nervos pois varia o número de vértebras.
de Schwann.
Apresenta funções como: isolante elétrico e aumento da velocidade do
impulso.
Os axônios mielinizados apresentam interrupções chamadas de nódulos de
Ranvier.
axônio + bainha de mielina = fibra nervosa.

Organização dos neurônios


NÚCLEO: grupo de corpos celulares localizados no cérebro ou na medula
espinal.
Sinapse
GÂNGLIO: grupo de corpos celulares localizados fora do cérebro ou da
medula espinal.
TRATO: fibras nervosas paralelas localizadas no cérebro ou na medula Continuidade de um neurônio para o seguinte, pois não há contato físico
espinal. entre os neurônios, mas sim um espaço chamado de fenda sináptica, e
NERVO: ramo de fibras nervosas fora do cérebro ou da medula espinal. os impulsos de um neurônio para o outro são transmitidos através deste
No sistema nervoso central há regiões com alta concentração de corpos espaço.
celulares de neurônios. Estas regiões têm uma coloração acinzentada, sendo As sinapses são regiões em que o impulso nervoso é conduzido de um
por isso denominadas de substância cinzenta. Por outro lado, há regiões neurônio para outra célula. Há dois tipos de sinapse: química e elétrica.
com uma grande quantidade de prolongamentos de neurônios de axônios, Características notáveis da sinapse: condução em uma direção,
estas regiões têm coloração esbranquiçada e em conjunto formam a facilitação, maior esgotamento que o neurônio.
substância branca.

Nervos IMPULSO NERVOSO: um impulso nervoso é a transmissão de uma


alteração elétrica ao longo da membrana do neurônio a partir do ponto
Feixe de axônios que tem uma determinada função. em que ele foi estimulado.
Conjunto de feixes de fibras nervosas que funcionam como via de POTENCIAL DE AÇÃO:
comunicação entre sistema nervoso central e as estruturas sensoriais e
→ POTENCIAL DE REPOUSO: potencial de repouso é a diferença de
efetoras.
potencial elétrico que as faces internas e externas na
1 nervo = muitos axônios.
membrana de um neurônio que não está transmitindo impulsos
Gânglios nervosos. O valor do potencial de repouso é da ordem de -70mV
(milivolts). O sinal negativo indica que o interior da célula é negativo
1 gânglio = muitos corpos celulares. em relação ao exterior. A existência do potencial de repouso
Conjunto de corpos celulares de neurônios sensitivos e motores. Os nervos deve-se principalmente a diferença de concentrações de íons de
podem ser classificados em: sódio (Na+) e de potássio (K+) dentro e fora da célula. Essa
1. Nervo sensitivo. diferença é mantida por meio de um mecanismo de
2. Nervo motor. bombeamento ativo de íons pelas membranas celulares, em que o
3. Nervo misto. sódio é forçado a sair da célula e o potássio a entrar.
→ DESPOLARIZAÇÃO: a membrana celular possui estruturas
proteicas que permitem a passagem de íons de sódio e potássio.
Essas portas ficam normalmente fechadas em um neurônio em
repouso, abrindo-se quando ele é estimulado. Quando um estímulo
atinge o neurônio, as portas de passagem de sódio abrem-se na
área da membrana que foi estimulada: o íon sódio, por estar em
maior concentração no meio celular externo, penetra
rapidamente através dessas aberturas na membrana. O influxo
de cargas positivas faz com que o potencial da membrana, que
era de -70mV (potencial de repouso), passe a aproximadamente
+35mV. Essa mudança de potencial denomina-se despolarização..
→ REPOLARIZAÇÃO: após a onda de despolarização ter se
propagado, a membrana volta a ser impermeável ao sódio, e
devido à saída de potássio, cria-se novamente uma
eletronegatividade no interior da célula e uma positividade no
exterior. Após a repolarização, a bomba de sódio e potássio
NERVO MISTO: tem neurônios sensitivos e motores dentro do seu feixe. bombeia os íons de sódio para o exterior, e os íons potássio para
Localização dos nervos o interior, restabelecendo a condição inicial.
TIPO DE POTENCIAIS DE AÇÃO: se o neurotransmissor causar
NERVOS CRANIANOS: emergem do encéfalo (12 pares), saem da cabeça e despolarização na membrana pós-sináptica, o neurotransmissor e a
do pescoço. sinapse são chamados de excitatórios. Se causarem hiperpolarização
NERVOS ESPINHAIS: emergem da medula espinhal (depende do número de
vértebras do animal). O nome deles é conforme da onde saem, variam o

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são chamados de inibitórios. Há vários tipos de neurotransmissores pré-sináptico, o que sua vez faz com que as vesículas contendo
excitatórios e inibitórios. O potencial pós-sináptico despolarizante é substâncias químicas fusionem com a membrana da célula, liberando seu
denominado pós-sináptico excitatórios (PEPS) e o hiperpolarizante, potencial conteúdo do lado de fora do terminal - ou seja, na fenda sináptica.
pós-sináptico inibitório (PIPS). Os PEPS e PIPS são, portanto, alterações Essas substâncias liberadas são os neurotransmissores.
localizadas no potencial de membrana causadas por aberturas de canais A célula pós-sináptica possui receptores em sua membrana:
iônicos dependentes de neurotransmissores. → proteínas que detectam a presença de neurotransmissores e
mudam sua forma como resultado, disparando assim mudança
químicas e/ou elétricas no neurônio pós-sináptico.
COMUNICAÇÃO NERVOSA QUE DISPENSA MEDIADORES QUÍMICOS. A ligação do neurotransmissor ao receptor faz com que este se abra,
A neurotransmissão é estabelecida através da passagem direta de íons por formando um canal do neurônio pós-sináptico.
meio das junções abertas ou comunicantes. Os canais iônicos ficam A abertura de vários canais ao mesmo tempo provoca uma modificação
acoplados e formam unidades funcionais denominadas conexinas. A na voltagem do neurônio pós-sináptico que é propagada até o corpo da
transmissão da informação é muito rápida, mas oferece quase nenhuma célula, onde fica o núcleo.
versatilidade quanto ao controle da neurotransmissão. São úteis na nas vias Se um número suficiente de sinapses de um só neurônio pré-sináptico,
reflexas rápidas e nas respostas sincrônicas de alguns neurônios do ou de vários neurônios pré-sinápticos ao mesmo tempo forem acionados
sistema nervoso central. e produzirem uma mudança grande o suficiente na voltagem da célula
pós-sináptica, esta pode chegar a disparar potenciais de ação e, assim,
A sinapse química é a mais comum, ocorrendo a liberação de uma passar o sinal adiante para outros neurônios.
substância química chamada de neurotransmissores. Os Ao mesmo tempo que a transmissão sináptica segue adiante do neurônio
neurotransmissores são liberados na fenda sináptica e se ligam em pós-sináptico, o neurônio pré-sináptico reconstrói suas vesículas e as
estruturas chamadas de receptores. Após a sua liberação, os enche de novo, com novos neurotransmissores e também, com as
neurotransmissores são degradas por enzimas. moléculas recolhidas do espaço sináptico.
LIBERAÇÃO DOS NEUROTRANSMISSORES: com a chegada do potencial de Disso é feito o funcionamento do sistema nervoso:
→ da transmissão constante de sinais elétricos e químicos de um
ação no terminal, os canais de Ca++ voltagem dependentes abrem-se e
lado para outro.
ocorre a difusão de Ca++ para o interior da fenda sináptica. Os O que você faz, pensa ou sente a cada instante, depende de quais
neurotransmissores ligam-se a receptores da membrana pós-sináptica e neurônios estão mais ou menos ativos a cada instante.
causam mudanças de permeabilidade iônica. O fluxo resultante de íons muda Para cada tipo de neurotransmissor tem um receptor, onde eles se
o potencial de membrana pós-sináptica transitoriamente, causando uma ligam, depois de exercer sua função o neurônio libera uma substância
resposta pós-sináptica. Os neurotransmissores por outro lado, são enzimática que quebra os neurotransmissores para ele voltar para a
inativados por enzimas específicas. vesícula. Na vesícula, eles são reconstituídos, acontece a reciclagem dos
Os neurônios se comunicam através do potencial de ação, os estímulos neurotransmissores.
nervosos podem acontecer através da eletricidade (sinapse elétrica) e se Enzimas que quebram acetilcolina = acetilcolinesterase.
for através de substâncias químicas como os neurotransmissores (sinapse Enzimas que quebram as catecolaminas (adrenalina, dopamina e
química). noradrenalina) = MAO e COMT.

Neurotransmissores e neuromoduladores
Um neurotransmissor tem como características típicas:
→ Ser sintetizado pelos neurônios pré-sinápticos.
→ Ser armazenado dentro de vesículas e armazenados nos
terminais axônicos.
→ Ser exocitado para a fenda sináptica com a chegada do potencial
de ação.
→ Possuir receptores pós-sinápticos cuja ativação causa potenciais
pós-sinápticos (excitatórios ou inibitórios).
→ Uma vez purificado, mimetizar os efeitos fisiológicos.

Tipos de neurotransmissores
Os neurotransmissores são dos seguintes tipos químicos: aminoácidos,
A sinapse (comunicação entre neurônios) é o estímulo gerado por um aminas, purinas, peptídeos e gases.
neurônio e passado para outro. Quando o pré-sináptico recebe um estímulo, São sintetizados a partir dos sistemas enzimáticos presentes nos
ele sai do seu estado de repouso e fica excitado, gerando uma eletricidade terminais axônicos ou no corpo celular. Os aminoácidos são sintetizados
que é o potencial de ação, quando chega no final do axônio ele faz com que em todas as células a partir da glicose ou de proteínas decompostas.
as vesículas sinápticas se abram liberando os neurotransmissores na fenda A única exceção é o GABA que é sintetizado a partir do glutamato por
sináptica. determinados neurônios.
O neurônio pós-sináptico será estimulado pelos neurotransmissores, As aminas são todas sintetizadas no terminal sendo que a acetilcolina é
fazendo com que no final também libere neurotransmissores. sintetizada a partir da colina, a serotonina a partir do triptofano e as
No neurônio pré-sináptico, a chegada de um potencial de ação à
extremidade do axônio provoca uma alteração em proteínas sensíveis à
voltagem da membrana celular. Isso leva à entrada de cálcio no terminal

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catecolaminas (dopamina, adrenalina e noradrenalina) a partir da tirosina. → As drogas conhecidas como tranquilizantes benzodiazepínicos
(ansiolíticos) estimulam estes receptores, aumentando o nível de
inibição do sistema nervoso central e são utilizados nos
A acetilcolina é um neurotransmissor clássico e o primeiro a ser tratamentos de ansiedade e convulsão.
descoberto. Atua como mediador de várias sinapses nervosas centrais e → Já os barbitúricos têm o mesmo efeito, agindo em outro sítio de
periféricas. ligação, são tão potentes que são utilizados como anestésicos
Os neurônios colinérgicos possuem a enzima-chave, a acetilcolina gerais.
transferase que transfere um grupo acetil do acetil-CoA à colina. O → A glicina é um neurotransmissor inibitório que aumenta a
neurônio também sintetiza a enzima acetilcolinesterase (AchE) que é
secretada para a fenda sináptica e degrada o neurotransmissor em colina condutância para o Cl- na membrana pós-sináptica dos neurônios
e ácido acético. A colina é recaptada e reutilizada para a síntese de novos espinhais. A sua presença é essencial para que os receptores
neurotransmissores. NMDA funcionem.
Venenos como o gás dos nervos e os inseticidas organofosforados inibem a
ação da acetilcolinesterase. Esse efeito leva a uma exacerbação da
Como desativar a neurotransmissão?
atividade parassimpática e da atividade colinérgica sobre a musculatura Os neurotransmissores (ou os neuromoduladores) excitados não podem
esquelética. permanecer ligados aos receptores permanentemente. O sistema de
recepção precisa voltar rapidamente ao seu estado de repouso,
prontificando-se para receber novas mensagens.
O aminoácido tirosina é o precursor de três neurotransmissores que → Difusão local.
possuem o grupo catecol: noradrenalina, adrenalina e dopamina conhecidas → Degradação enzimática.
como catecolaminas. Sofrem recaptação na membrana pré-sináptica e são → Recaptação pela membrana pré-sináptica.
enzimaticamente degradadas pela MAO (monoaminaoxidase) no terminal A acetilcolina é o único neurotransmissor que não sofre recaptação.
pré-sináptico. Muitas drogas interferem com a sua recaptação prolongando
a presença do neurotransmissor na fenda como a anfetamina e cocaína.

O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central e sistema


Não é uma catecolamina, pois é uma amina sem o grupo catecol. É nervoso periférico.
sintetizada a partir do aminoácido essencial triptofano. Entre aas funções executadas pelo sistema nervoso central estão a
Os neurônios serotonérgicos centrais parecem estar envolvidos na recepção e a interpretação dos estímulos que chegam dos meios
regulação da temperatura, percepção sensorial, na indução do sono e na externos.
regulação dos níveis de humor. O sistema nervoso central, anatomicamente, é dividido em encéfalo e
Como as catecolaminas, são recaptadas pela membrana pré-sináptica e medula espinhal. Ele é protegido por um conjunto de ossos e meninges,
degradadas pela MAO. que são a pia-máter, aracnóide e dura-máter. Entre a pia-máter e a
Drogas que atuam bloqueando a sua recaptação como fluoxetina (Prozac) aracnóide, acumula-se um líquido chamado de líquido cerebro-espinhal
são utilizados nos tratamentos antidepressivos. (líquido cefalorraquidiano - LCR) responsável por proteger
mecanicamente, realizar trocas entre o encéfalo e o sangue e regulação
da pressão no sistema nervoso. O líquido cefalorraquidiano protege o
sistema nervoso central, tem a presença de anticorpos, glicose, o LCR
GLUTAMATO E ASPARTATO: mais da metade dos neurônios do sistema se movimenta mantendo a pressão.
nervoso central utiliza o glutamato (Glu) e aspartato (Asp), principais SUBSTÂNCIA CINZENTA: é feita de corpos de neurônios e por dendritos.
neurotransmissores excitatórios do sistema nervoso central sendo que o Forma no encéfalo o córtex, a camada mais externa do cérebro. Na
glutamato responde por 75% da atividade despolarizante. Os receptores medula espinhal, a massa cinzenta forma um núcleo em forma de "H", no
para o glutamato são do tipo: qual ocorre uma comunicação entre os neurônios.
→ o glutamato apresenta quatro tipos de receptores, sendo três deles SUBSTÃNCIA BRANCA: atua como uma rede de comunicação, interligando
inotrópicos: partes do encéfalo e ligando-as à medula espinhal, é formada na sua
1. AMPA: canal iônico para cátions (Na) produzindo despolarização maior parte por axônios.

Proteção do encéfalo
rápida.
2. KAINATO: parecido com o AMPA.
3. NMDA: canais para dois cátions (Na e Ca) produzindo despolarização O sistema nervoso central é protegido por:
lenta e persistente. → estruturas esqueléticas: caixa craniana no encéfalo e coluna
GABA E GLICINA: o ácido ƴ-aminobutírico (GABA) é um aminoácido que não vertebral na medula.
entra na síntese de proteínas e só está presente nos neurônios → membranas sobre as estruturas esqueléticas: dura-máter
gabaérgicos. É o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso (externa), aracnóide (mediana) e a pia-máter (interna).
central. Os receptores são de dois subtipos: → entre as meninges aracnóide e pia-máter: líquido
1. GABAa: ionotópicos que abrem os canais de Cl- e hiperpolarizam a cefalorraquidiano.
membrana.
2. GABAb: metabotópicos que estão acoplados a proteína G e
aumentam a condutância para os íons K+, hiperpolarizando a Principal dentro da integração e coordenação do sistema nervoso. O
membrana. encéfalo é formado por: cérebro, cerebelo e tronco encefálico.

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→ Cérebro → Cerebelo
Ocupa 70% do volume encefálico Relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus
TELENCÉFALO muscular. Ao contrário do cérebro, cada hemisfério está mais
Responsável por várias funções cerebrais. É dividido em quatro lobos: relacionado com o mesmo lado do corpo.
1. LOBO FRONTAL: contém a área motora, área relacionada ao Lesões do cerebelo produzem movimentos musculares convulsivos,
comportamento e memória de trabalho. Responsável por atividades andar cambaleante e dificuldade em manter o equilíbrio.
intelectuais e planejamento de movimentos complexos. O cerebelo é uma região importante, pois controla o equilíbrio e a
2. LOBO TEMPORAL: contém o centro cortical da audição, estruturas coordenação motora. Ele também mantém o tônus muscular e controla
emocionais, centros relacionados à memória, áreas relacionadas ao movimentos complexos, como: andar, escrever e nadar, também
circuito do "eu', área relacionada à crença religiosa. Responsável pela controla a musculatura estriada esquelética.
audição. Junto com o sistema vestibular dá o equilíbrio.
3. LOBO PARIETAL: contém a área da sensibilidade, de noções → Tronco encefálico
espaciais, de memória. Integração de informações e memória.
4. LOBO OCCIPITAL: contém a área visual cortical. Responsável pela Contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula
visão. espinhal até outras regiões encefálicas e do encéfalo para a medula
Dividido em hemisfério direito e esquerdo. Os lobos têm sulcos e girus que espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado
servem para aumentar a área de superfície cerebral, os lobos são direito do corpo e o lado direito do cérebro controla os movimentos do
responsáveis pelos comportamentos. lado esquerdo do corpo).
NÚCLEOS BASAIS: o córtex recobre um grande centro medular branco, Regula a atenção, função mediada pela formação reticular (agregação
formado por fibras axonais. Em meio a este centro branco, há mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes,
agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os núcleos da separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central
base ou núcleos basais: caudato, pútamen, globo pálido e núcleo subtalâmico. do tronco encefálico).
Função dos núcleos basais: É dividido em três regiões:
→ NÚCLEO CAUUDATO: controla movimentos intencionais grosseiros do 1. MESENCÉFALO: importante para o movimento ocular e o controle
corpo e auxilia no controle do corpo. postural subconsciente, além de conter a formação reticular, que
→ PÚTAMEN: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle regula a consciência. Dispõe de um sistema de conexões dos
de movimentos intencionais grosseiros. sistemas auditivos e visual.
→ GLOBO PÁLIDO: controla a posição das principais partes do corpo. → Responsável por controlar as funções motoras, sensoriais e
→ NÚCLEO SUBTALÂMICO: controla possivelmente os movimentos da viscerais.
marcha e talvez outros tipos de motilidades grosseiras do corpo. 2. PONTE: contém grande quantidade de neurônios que
DIENCÉFALO retransmitem informações dos hemisférios cerebrais para o
O diencéfalo é dividido em três regiões: tálamo, epitálamo e hipotálamo. cerebelo, garantindo a coordenação dos movimentos e a
1. TÁLAMO: região de substância cinzenta localizada entre o tronco aprendizagem motora, ou seja, serve de elo entre as
encefálico e o cérebro. Atua na retransmissão de impulsos nervoso informações do córtex que vão para o cerebelo para que este
para o córtex cerebral e responsável pela condução dos impulsos às coordene os movimentos pretendidos e os reais. Participa da
regiões apropriadas do cérebro, onde eles devem ser processados. regulação da respiração.
Recebe e envia informações dos órgãos dos sentidos. 3. BULBO: contém vários núcleos motores de nervos cranianos e
2. HIPOTÁLAMO: controle das funções vegetativas do corpo, centros autônomos que controlam o coração, a respiração,
expressão que define o conjunto das funções orgânicas internas pressão sanguínea, reflexo da tosse, da deglutição e do vômito.
subconscientes: → Controla a frequência cardíaca, transpiração, respiração e
→ Regulação do sistema cardiovascular, em especial da frequência movimentos involuntários.
cardíaca e da pressão arterial.
→ Regulação da temperatura corporal.
→ Regulação da água corporal, pelo controle da sede e do mecanismo
de ingestão de água e secreção do hormônio ADH.
→ Regulação da alimentação pela excitação do centro da fome no
hipotálamo.
→ Controle da excitação e da raiva.
→ Controle da secreção de quase todos os hormônios pituitários.
→ Sensação somestésica e interpretação dos sinais sensoriais.
→ É o mais importante centro organizador das emoções (amor, ódio,
fome), regula a pressão arterial, temperatura e hormônios. Nessa
região, encontramos a hipófise (não controla apenas a insulina e o
glucagon pois são glicose dependente). O hipotálamo produz e libera  CÉREBRO -> TELENCÉFALO E DIENCÉFALO.
hormônios hipotalâmicos, o hipotálamo manda informação para a  CEREBELO.
hipófise para que a hipófise libere hormônios.  TRONCO ENCEFÁLICO -> MESENCÉFALO, PONTE E BULBO.
3. EPITÁLAMO: contém a glândula pineal, responsável pelo sono e vigília O tronco encefálico controla as funções viscerais, todos os órgãos
(acordar). constituídos por músculo liso ou músculo estriado cardíaco, órgãos
involuntários, promovendo a contração dessas musculaturas.

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O lado direito controla o lado esquerdo do corpo e vice-versa, porém não
serve para tudo. Quando a informação sobe para o encéfalo e passa pela
ponte, pode inverter de lado. Em lesões cerebrais do lado direito, pode
comprometer o lado esquerdo e vice-versa, áreas cerebrais que tem o
comando do lado direito exercem suas funções no lado esquerdo (em
algumas situações).
Comunicações que não invertem de lado se chama sistema extrapiramidal.
HIPOCAMPO: região de memória SNP autônomo não depende do seu desejo, é independente/involuntário,
recente. dividido em simpático e parassimpático. Têm dois comandos pois os
Dentro da substância branca temos órgãos internos não param de funcionar, eles ficam de um modo rítmico.
alguns núcleos de neurônios/corpos → Sistema nervoso simpático: de modo geral é excitatório.
celulares, são os núcleos basais, → Sistema nervoso parassimpático: de modo geral é inibitório.
responsáveis pelas movimentações Órgãos internos são inervados pelo simpático e parassimpático, são
grosseiras, também dá o equilíbrio de antagonistas.
eixo. Os nervos levam informações da periferia do corpo para o SNC: nervos
Região de substância negra, mal de aferentes ou sensitivos.
Parkson -> morte da região de núcleos, região de movimentos finos. Os nervos que transmitem impulsos do SNC para os músculos ou
Medula espinhal
glândulas: nervos motores ou eferentes
Existem ainda nervos mistos, formados por axônios de neurônios
A medula espinhal está localizada dentro do canal vertebral e é contínua ao sensoriais e por neurônios motores.

Nervos espinhais
bulbo superiormente. Ela se inicia na altura do forame magno e no seu
crescimento embrionário se desenvolve mais lentamente que a coluna
vertebral. Como resultado, a medula no adulto termina na altura da segunda Conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do
vértebra lombar. Sua extremidade inferior é denominada cone medular. tronco, membros e parte da cabeça. Saem aos pares da medula pelo
Após o cone medular a medula ramifica-se dando origem a cauda equina. espaço intervertebral.
Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Homem = 8C, 12T, 5L, 5S, (2 Coc)
Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes Bovinos = C7, T13, L6, S5, Co 18-20
do corpo, recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as Equino = C7, T18, L6, S5, Co 15-21
várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios. Cães = C7, T13, L7, S3, Co 20-23
1. SISTEMA DESCENDENTE: controla funções motoras dos músculos, São formados pela união das raízes dorsais e ventrais, saem pelo
regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais forame intervertebral e logo em seguida formam os ramos anteriores e
originados no cérebro até seu destino. posteriores.
2. SISTEMA ASCENDENTE: transporta sinais sensoriais das
extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro.
Os corpos celulares de neurônios se concentram na massa cinzenta. Os
axônios ascendentes e descendentes, na massa branca.
As duas regiões também abrigam gliócitos. Dessa forma, na medula FIBRAS AFERENTES SOMÁTICAS:
espinhal, a massa cinzenta localiza-se internamente e a massa branca, → EXTEROCEPTIVAS: temperatura, dor, pressão e tato.
externamente. → PROPRIOCEPTIVAS: conscientes (sensação de posição e
Medula espinhal leva e traz informações para o encéfalo, substância movimento de uma parte do corpo) e inconscientes (regulação
cinzenta está interna e a branca externa. Os nervos espinhais emergem da reflexa da atividade do cerebelo -> reflexo miotático).
medula espinhal. Via de comunicação entre o SNP (nervos) e SNC (encéfalo), FIBRAS AFERENTES VISCERAIS: impulsos sensitivos das vísceras.
qualquer lesão na medula espinhal para a comunicação do SNP com o FIBRAS EFERENTES SOMÁTICAS: para musculatura estriada esquelética.
encéfalo. FIBRAS EFERENTES VISCERAIS: fibras autônomas para musculatura
cardíaca, lisa e glândulas.

Nervos cranianos
→ Nervos que partem do encéfalo.
→ Doze pares de nervos cranianos.
→ Três deles sensoriais.
O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos e pelos gânglios
nervosos, e sua função é conectar o sistema nervoso central às diversas → Cinco são motores.
partes do corpo do animal. → Quatro mistos.
Faz a integração do resto do corpo com o sistema nervoso central. 1. OLFATÓRIO: sensitiva -> percepção do olfato.
 SISTEMA NERVOSO: sistema central (encéfalo e medula) e sistema 2. ÓPTICO: sensitiva -> percepção visual.
nervoso periférico - vias sensoriais e vias motoras - SNP somático e 3. OCULOMOTOR: motora -> controle da movimentação do globo
SNP autônomo (simpático e parassimpático). ocular, da pupila e do cristalino.
Dentro do SNP precisa atender os músculos estriados cardíacos, músculo 4. TROCLEAR: motora -> controle da movimentação do globo ocular.
estriado esquelético e músculo liso, dentro dos tipos de músculos, temos o 5. TRIGÊMEO: mista -> controle dos movimentos da mastigação
SNP somático, que atende os músculos estriados esqueléticos, que (ramo motor), percepções sensoriais da face, seios da face e
funcionam através do comando dos indivíduos.

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dentes (ramo sensorial). Na via motora só tem neurônio motor, que faz a comunicação com o
6. ABDUCENTE: motora -> controle da movimentação do globo ocular. músculo estriado esquelético.
7. FACIAL: mista -> controle dos músculos faciais - mímica facial (ramo PLACA MOTORA ou JUNÇÃO NEUROMUSCULAR: fenda sináptica +
motor), percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo receptor + músculo.
sensorial). Quanto mais acetilcolina é liberada na fenda sináptica mais insensível se
8. VESTÍBULO-COCLEAR: sensitiva -> percepção postural originária do torna a ela, os receptores sofrem uma dessensibilização.
labirinto (ramo vestibular) e percepção auditiva (ramo coclear). A acetilcolinesterase quebra a acetilcolina e faz com que ela volte para
9. GLOSSOFARÍNGEO: mista -> percepção gustativa no terço posterior da as vesículas armazenadoras de acetilcolina.
língua, percepções sensoriais da faringe, laringe e palato. Todos os neurônios da medula espinhal são os interneurônios ou
10. VAGO: mista -> percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax associativos.
e vísceras. Inervação das vísceras torácicas e abdominais.
11. ACESSÓRIO: motora -> controle motor da faringe, laringe, palato, dos Sistema nervoso autônomo
músculos esternocleidomastóideo e trapézio. O sistema nervoso autônomo está relacionado ao controle e comunicação
12. HIPOGLOSSO: motora -> controle dos músculos da faringe, da laringe e interna do organismo, a vida vegetativa, baseado no controle de vasos
da língua. sanguíneos, vísceras, glândulas, respiração, regulação da temperatura e
digestão.
É constituído por um conjunto de neurônios que se encontram na medula
e no tronco encefálico.
FIBRAS AFERENTES SOMÁTICAS:
→ GERAIS: fibras de dor, pressão e frio.
A organização estrutural do ramo eferente do SNA consiste num afluxo
→ ESPECIAIS: visão e audição. constituído de dois neurônios, em que os axônios pré-ganglionares que
FIBRAS AFERENTES VISCERAIS: surgem dos corpos celulares no eixo cerebroespinhal fazem sinapses
→ GERAIS: sensibilidade visceral. com fibras pós-ganglionares que se originam nos gânglios autônomos,
→ ESPECIAIS: gustação e olfação. fora do SNC.
FIBRAS EFERENTES SOMÁTICAS: para fibras musculares em geral. É dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático, tem uma
FIBRAS EFERENTES VISCERAIS: terceira divisão em que é o sistema nervoso entérico (recebe a
→ GERAIS: SNA (músculo liso e glândulas). informação do simpático e parassimpático), executando no sistema
→ ESPECIAIS: musculatura da laringe e faringe. entérico (trato gastrintestinal) a função.
Como funciona o sistema nervoso
1. SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO: sai da região toracolombar.
2. SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO: sai da região
craniossacral.
periférico?
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: controla as funções básicas e
involuntárias do organismo. Subdivide-se em dois sistemas -> sistema
parassimpático e sistema simpático. SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: estabelece a comunicação entre o
sistema nervoso central e o resto do corpo. Corpo celular - neurônio torácico ou segmento medula ou sacral
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO: recebe e processa informações da pré-ganglionar. lombar
pele, músculos, olhos.. transmite ordens do SNC aos músculos.. Axônio pré-ganglionar axônio curto axônio longo
Sistema nervoso somático Transmissor ganglionar acetilcolina acetilcolina
O sistema nervoso somático é responsável pela contração dos Receptor ganglionar nicotínico nicotínico
músculos estriados esqueléticos. A sinapse do neurônio motor ocorre Axônio do neurônio pós- axônio longo axônio curto
com a musculatura em uma região chamada de placa motora. O ganglionar
neurotransmissor do sistema é a ACETILCOLINA, que se liga nos
receptores específicos, chamados de NICOTÍNICOS. A enzima Transmissor - junção noradrenalina acetilcolina
degradadora específica é a ACETILCOLINESTERASE. neuroefetora
Receptor da junção alfa ou beta muscarínico
neuroefetora adrenérgico

→ Quanto a posição do neurônio pré-ganglionar


SIMPÁTICO: toracolombar -> os axônios pré-ganglionares deixam a coluna
lateral da medula entre T1 e L2.
PARASSIMPÁTICO: crânio-sacral -> os axônios pré-ganglionares eixam o
tronco encefálico pelos nervos cranianos III, VII, IX e X e através da
medula sacral.

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→ Quanto a posição do neurônio pós-ganglionar
SIMPÁTICO: em gânglios próximos a medula.
PARASSIMPÁTICO: em gânglios da parede visceral ou muito próximos a esta.
→ Quanto ao comprimento das fibras
SIMPÁTICO: pré-ganglionares curtas, pós-ganglionares longas.
PARASSIMPÁTICO: pré-ganglionares longas e pós-ganglionares curtas.

SIMPÁTICO: utilizado em estímulos de LUTA e FUGA, as respostas são


massivas e em cadeia.
PARASSIMPÁTICO: produz respostas viscerais localizadas importantes para
a homeostase.

 IMPORTANTE: a maioria dos órgãos recebem inervação do simpático


e parassimpático.

Receptores pós-ganglionares
RECEPTORES ADRENÉRGICOS
alfa1 -> aumenta Ca2+.
→ alfa 1a, alfa 1b e alfa 1d.
alfa 2 -> inibe adenil ciclase.
→ alfa 2a, alfa 2b e alfa 2c.
beta -> estimula adenil ciclase.
→ beta 1, beta 2. e beta 3.

Biossíntese das catecolaminas

Transmissão adrenérgica EPINEFRINA = ADRENALINA


MEDIADORES QUÍMICOS NOREPRINEFRINA = NORADRENALINA
ÓRGÃO OU FUNÇÃO SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO
arteríola em geral vasoconstrição vasodilatação
frequência cardíaca aumenta diminui
pressão sanguínea aumenta diminui
amplitude (potência) aumenta diminui
cardíaca
metabolismo basal aumenta diminui
atividade mental aumenta diminui
brônquios dilata contrai
pupila dilata contrai

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concentração de glicose no aumenta - O simpático faz a contração e relaxamento dos esfíncteres.
sangue ( glicemia) O sistema nervoso simpático só faz a sinapse com os neurônios do
entérico para a liberação de enzimas digestivas, sendo uma sinapse
glicogenólise (fígado) aumenta - glandular. Também faz sinapse com o gânglio mesentérico que leva para
glândulas sudoríparas aumenta sudorese - o sistema nervoso entérico.
coronárias vasodilatação vasoconstrição
peristaltismo diminui aumenta
secreção gastrintestinal diminui aumenta Tipos de tecido muscular
glândulas salivares - aumenta salivação Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido
masculino orgasmo, ejaculação ereção do pênis muscular:
feminino orgasmo ereção do clitóris 1. ESTRIADO ESQUELÉTICO
2. LISO
bexiga urinária relaxa a musculatura contrai a musculatura 3. ESTRIADO CARDÍACO
da parede e contrai da parede e relaxa o O músculo estriado esquelético recebe o comando do sistema nervoso
o esfíncter da esfíncter da uretra. somático. É um tecido multinucleado, sua contração é forte, rápida,
uretra descontínua e voluntária (mexe a partir do desejo do animal).
O músculo liso recebe o comando do sistema nervoso autônomo, sua
Sistema nervoso entérico contração é fraca, lenta e involuntária (não é controlado pelo animal,
O sistema nervoso entérico é um sistema pertencente ao sistema nervoso contrai e relaxa sem o desejo do indivíduo).
autônomo. Ele é corresponsável pelo funcionamento do sistema nervoso O músculo estriado cardíaco recebe o comando do sistema nervoso
entérico. Seus neurônios estão agrupados em plexos chamados de plexo autônomo e entre as suas fibras apresenta o disco intercalar (realiza a
submucoso e plexo mioentérico. Ele faz conexão com o sistema nervoso propagação de maneira harmoniosa do impulso nervoso). Sua contração é
simpático e parassimpático. Seus corpos celulares estão localizados nas forte, rápida, contínua e involuntária
camadas musculares e na camada mucosa doo trato gastrintestinal.
Se não houvesse essa rede, os nervos teriam que ser muito grossos. Propriedades do músculo
É um conjunto de neurônios distribuídos ao longo do trato gastrintestinal. .CONTRATILIDADE: designa a capacidade que o músculo tem de se
VÁRIOS CORPOS CELULARES JUNTOS SÃO GÂNGLIOS. contrair, produzindo uma determinada força. Encurtamento e
VÁRIOS GÂNGLIOS JUNTOS SÃO CHAMADOS DE PLEXOS. alongamento, ou seja, é a capacidade de contrair e relaxar.
EXCITABILIDADE: capacidade de responder a um estímulo, seja essa
resposta ao estímulo do sistema nervoso somático ou autônomo.
EXTENSIBILIDADE: estiramento até ao seu normal comprimento em
repouso ou para além dele, é a sua capacidade de se estirar.
ELASTICIDADE: depois de serem estirados, os músculos retornam ao seu
comprimento original em repouso, ou seja, é o retorno ao seu local de
origem após o estiramento.

Características gerais dos tecidos


musculares
Células alongadas que compõem a fibra muscular, no músculo liso essas
células são fusiformes. Presença de miofibrilas, proteínas contráteis
dentro das fibras.
Dentro das fibras musculares têm as miofibrilas que são guardadas nos
sarcômeros.
Revestimento por tecido conjuntivo:
→ ENDOMÍSIO: recobre uma fibra muscular.
→ PERIMÍSIO: recobre o feixe muscular (conjunto de fibras
musculares).
→ EPIMÍSIO: recobre o conjunto de feixes musculares.

Por que o músculo não tem células, mas


sim fibras?
A informação é distribuída para o sistema nervoso entérico, a partir do
momento que chega ocorre uma sinapse.
NEURÔNIO SENSITIVO -> SNC -> PARASSIMPÁTICO + SIMPÁTICO -> chega no A sua origem embrionária é a partir do mesoderma, no mesoderma
SNE que executa as funções. ocorre a diferenciação celular. A célula embrionária do músculo é o
Outros sistemas: nervo sensitivo -> SNC -> SNC ou SNP -> órgãos mioblasto, esses mioblastos começaram a se juntar, formando um
O parassimpático faz a contração da musculatura das alças. sincício (agrupamento de células para ter uma determinada função),

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através desse sincício, ocorre a formação das fibras musculares (conjunto Nas fibras musculares, podemos encontrar as proteínas contráteis,
de mioblastos), não tem células separadas. chamadas de actina e miosina, dispostas em unidades chamadas de
→ MIÓCITO: sinônimo de fibras musculares. SARCÔMEROS.

Diferenças entre as células musculares

Fibra muscular estriada esquelética revestida por um envoltório:


endomísio.
Feixe de fibras revestida por um envoltório: perimísio.
Conjunto de feixes de fibra revestida por um envoltório: epimísio
ENDOMÍSIO + MEMBRANA PLASMÁTICA = SARCOLEMA
DOBRAMENTOS DA MEMBRANA PLASMÁTICA = TÚBULOS T
Características Lisa Estriada Cardíaca RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO = RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO
Forma fusiforme filamentar filamentar ramificada CITOPLASMA = SARCOPLASMA
(anastosomada) Difícil separar o endomísio da membrana plasmática.
O retículo endoplasmático rugoso faz a produção de proteínas, enquanto
Tamanho diâmetro: 7mm. 30 mm 15 mm que o retículo endoplasmático liso faz o armazenamento e produção de
(valores médios) Comprimento: centímetros 100 mm enzimas, as enzimas microssomais.
100 mm. RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO: armazenamento de cálcio, pois só tem a
Estrias não há há há contração muscular por causa do cálcio.
transversais As invaginações são os túbulos T, para cada fibra muscular tem um
Núcleo um central muitos um central neurônio do sistema nervoso somático. Faz o transporte do potencial de
periféricos ação, corre pela membrana plasmática para transportar o potencial de
(sincício) ação, quando tem a sinapse os retículos liberam o cálcio, o retículo foi
colocado nesse ponto para receber o potencial de ação.
Discos não há não há há Também tem núcleos, multinucleados e na periferia.
intercalares
Contração lenta e rápida e rápida e involuntária Organização dos sarcômeros
involuntária voluntária As miofibrilas apresentam um padrão de faixas transversais, cada
Apresentação formam formam formam as paredes unidade de repetição denomina-se sarcômero.
camadas pacotes bem do coração DELIMITAÇÃO DO SARCÔMERO -> linha Z.
envolvendo definidos, os (miocárdio). Para que a contração muscular aconteça, é necessário íons de cálcio e
órgãos músculos de energia armazenada nas moléculas de ATP. O estímulo nervoso chega
esqueléticos até as células musculares esqueléticas através dos neurônios
musculares. Na placa motora, o impulso nervoso que chega, provoca
Musculatura estriada esquelética liberação de acetilcolina, que torna o sarcolema permeável ao sódio.

Recebe esse nome por estar preso a um osso, sua origem e inserção é em
um osso. É estriado pois as proteínas contráteis presentes nos sarcômeros
(actina e miosina) estão distribuídas de forma própria.
PROTEÍNAS CONTRÁTEIS -> actina e miosina.
Já o músculo liso, recebe esse nome pelo fato de não estar organizado em
sarcômeros dispostos paralelamente, seus sarcômeros estão
desorganizados, não formando estrias.
Células do tecido muscular esquelético: fibras com presença de miofibrilas.
Miócito - constituído por inúmeras células musculares. Dentro das fibras musculares têm unidades contráteis chamadas de
Durante o desenvolvimento embrionário, produzem grande quantidade de sarcômeros, que contém proteínas contráteis (actina e miosina), a linha
proteínas que se fundem, formando filamentos contráteis chamados Z delimita o sarcômero, a actina está presa na linha Z e no meio a
de miofibrilas. miosina. Durante a contração, a miosina fica parada, quem se movimenta
Histologicamente, a fibra muscular apresenta padrão definido de estrias é a actina, indo de encontro com a miosina, se contraindo. A miosina tem
transversais claras e escuras alternadas, decorrente do arranjo das estruturas ligantes para a actina, durante a contração temos o
proteínas actina e miosina. deslizamento da actina sobre a miosina.
As fibras musculares estriadas esqueléticas recebem essa denominação O neurônio dispara o potencial de ação, o neurônio do sistema nervoso
devido ao seu formato alongado, cada fibra é um aglomerado de células somático, fazendo a liberação de cálcio e ATP (energia) para a
formadas embriologicamente. contração.

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Constituído por 3 faixas claras e 2 faixas escuras:
→ FAIXAS CLARAS: região onde não há sobreposição de actina e
miosina.
→ FAIXAS ESCURAS: região onde há sobreposição de actina e miosina.
BANDA I: apenas filamentos de actina.
BANDA A: apenas filamentos de miosina.
O sarcômero é o espaço delimitado que contém filamentos contráteis, que A tropomiosina é o filamento que disponibiliza o ponto de ativação ou não,
é a actina e a miosina. Através da movimentação da actina e da miosina quando a tropomiosina está sofrendo a contração a contração o ponto
temos a contração e relaxamento. de ativação fica aberto, quando ela está relaxada, ocorre a oclusão do
A actina é constituída de 4 estruturas, sendo formada por 2 filamentos de ponto.
actina, 1 filamento de tropomiosina e várias troponinas. A tropomiosina e as Toda vez que contrai o músculo, a cabeça da miosina se encaixa no
troponinas não são contráteis, mas auxiliam no processo de contração ponto de ativação e movimenta a actina, se o ponto está fechado, a
muscular (proteínas não contráteis) e a actina são contráteis. miosina não consegue se encaixar e movimentar o músculo.
O cálcio ligado na troponina expõe o ponto de ativação, fazendo com que
a actina se movimente.
CABEÇA DA MIOSINA OU BRAÇO DA MIOSINA.
Para que o cálcio seja liberado no citoplasma, precisa de um potencial de
ação.

Mecanismo da contração muscular


Na contração das fibras musculares esqueléticas, ocorre o encurtamento
dos sarcômeros: filamentos de actina deslizam sobre a miosina em pontos ENQUANTO TEM ACETILCOLINA TEM A CONTRAÇÃO MUSCULAR, É
de união que se formam entre esses dois filamentos, levando à formação CESSADA QUANDO A ACETILCOLINA É CLIVADA PELA
da actomiosina. ACETILCOLINESTERASE.
Para esse deslizamento acontecer, há a participação de grande quantidade A miosina fica parada no processo de contração muscular.
de dois elementos importantes: Anexo as pás de miosina têm as moléculas de ATP (forma de energia
íons cálcio e ATP inativa), toda vez que o cálcio se liga na troponina, vai sofrer um
Nesse caso, cabe à molécula de miosina o papel de hidrolisar o ATP, processo chamado de FOSFORILAÇÃO, transformando o ATP em ADP +
liberando a energia necessária para a ocorrência de contração. P, enquanto tiver ATP a cabeça da miosina estará abaixada. Quando o
Um neurônio do sistema nervoso somático chega na fibra muscular, o cálcio se liga, o ATP é quebrado em sua forma ativa, formando o ADP +
neurônio vai estimular fazendo uma sinapse com a fibra muscular, libera P, o P solto é a forma de energia, fazendo a pá se levantar e se
acetilcolina na fenda sináptica que se liga nos receptores nicotínicos encaixar na actina e acontece a contração.
presente na fibra muscular, proporciona que as organelas citoplasmáticas Quando some a acetilcolina da fenda, o cálcio volta para o retículo
armazenadoras de cálcio (retículo sarcoplasmático) se abram e liberem o sarcoplasmático, a tropomiosina oclui o ponto de ativação e o ATP se
cálcio no momento da neurotransmissão, sendo liberado no citoplasma forma, dessa forma, o músculo volta na sua forma de relaxamento.
(espaço onde fica as organelas), esse cálcio se liga na troponina, toda vez Para a contração cessar, a acetilcolinesterase começa a degradar a
que o cálcio liga-se na troponina, acontece dois efeitos fisiológicos. O ponto acetilcolina, fazendo o estímulo parar.
de ativação é um canal com um flap que abre e fecha, sendo um espaço JUNÇÃO NEUROMUSCULAR: acetilcolina é o neurotransmissor.
presente na actina, o canal fica tampado pelo filamento de tropomiosina,
sendo o flap, deixando o ponto de ativação disponível ou fechando-o. Metabolismo celular
1. ATP.
2. FOSFATO DE CREATINA: doa fosfato.
3. GLICOGÊNIO: glicose + glicose + glicose + glicose..
4. NEOGLICOGÊNIO.

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O carboidrato é o alimento que mais fornece ATP, o carboidrato é Quando o trabalho muscular é intenso, as células musculares repõem
transformado em glicose. O ATP preso na miosina veio da transformação seus estoques de ATP e de fosfocreatina pela intensificação da
da glicose em ATP na mitocôndria, dentro das fibras musculares tem muita respiração celular.
mitocôndria. O ATP sai dessa mitocôndria e vai para a miosina, sendo Para isso utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras
rapidamente degradado e reposto, para ser reposto tem uma sequência musculares como combustível.
para a sua produção.
Outra forma de colocar ATP é usando o fosfato de creatina, presente na Músculo esquelético cardíaco
mitocôndria, doando fosfato para energia. Fibras cardíacas são interconectadas umas com as outras. Estão
O ATP é transformado em ADP + P, o P fica sendo reposto pelo fosfato organizadas paralelamente, e fisicamente conectadas por junções que
de creatina, resulta em ATP que volta para miosina e é quebrado formando permitem a condução de um estímulo de uma fibra para a outra.
ADP + P. Entre as fibras, há a interposição de um disco intercalar, apresenta
A primeira fonte de energia que é utilizada para reconstituir o ATP é o túbulos T e retículo sarcoplasmático menos desenvolvido que no estriado
composto fosfocreatina, que contém uma ligação fosfato de alta energia esquelético.
semelhante à do ATP. Essa ligação fosfato de alta energia da fosfocreatina O cálcio para contração provém principalmente do meio extracelular.
contém quantidade pouco maior de energia livre que a do ATP. Como Controle involuntário, com contração rítmica e espontânea. Responsável
resultado, a fosfocreatina é clivada de imediato e a energia liberada pelo batimento do coração, que impulsiona o sangue na circulação.
provoca a ligação de novo íon fosfato ao ADP, para reconstituir o ATP. O estímulo que inicia a contração é gerado por um conjunto de células
O fosfato de creatina é quebrado para a doação de um fosfato, que irá musculares cardíacas especializadas localizadas no nódulo sinoatrial e
para o ADP formando ATP que será clivado para a liberação de ADP + P, conduzido por outras células especializadas denominadas: células de
como produto final dessa reação irreversível é a liberação da creatinina que Purkinje
é excretada na urina. O estímulo é passado entre células adjacentes através de junções GAP
Chega uma hora que o fosfato de creatina ou fosfocreatina acaba, que estabelecem uma continuidade entre fibras musculares cardíacas e
durante a ingestão de carboidratos, o organismo armazena um pouco de que permite que elas trabalhem juntas.

Músculo liso
glicose na fibra muscular e no fígado, onde ocorre a sua junção para a
formação do glicogênio. Quando acaba o fosfato de creatina ocorre a
quebra do glicogênio em glicose, sendo a glicose utilizada como fonte de As fibras nervosas autonômicas que inervam o músculo liso se ramificam
energia. Essa glicose entra na mitocôndria sendo fonte para a produção de por sobre uma lâmina de fibras musculares. Substâncias transmissoras
ATP. excitatórias e inibitórias na junção neuromuscular são responsáveis pelo
Na neoglicogênese, temos a obtenção de ATP através de outras fontes estímulo da contração muscular.
não-glicídicas, como os lipídios, proteínas, ácido pirúvico e ácido lático. Acetilcolina e Norepinefrina
Nutrientes que não são carboidratos, quando excede a quantidade de Quando a acetilcolina excita uma fibra muscular, a norepinefrina em
carboidrato o corpo o armazena na forma de lipídio, sendo encaminhado geral a inibe, inversamente, quando a acetilcolina inibe uma fibra, a
para dentro do adipócito e formando ácido graxo + glicerol. Quando não tem norepinefrina em geral a excita.
carboidrato e precisa de energia, o glucagon retira o açúcar/lipídio que foi
armazenado e joga na corrente sanguínea, a insulina encaminha para a
célula como fonte energética para a produção de ATP. → Despolarização da membrana (estímulo).
→ Quando falta carboidrato e tem um estresse muscular, a adrenalina → Cavéolas do sarcolema contém cálcio (meio extracelular).
é liberada junto com o glucagon. → Migração dos íons cálcio para o sarcoplasma (passivo).
→ Proteínas também podem ser utilizadas na produção de ATP. → Cálcio se combina com a calmodulina.
→ O produto da quebra da glicose gera ácido lático (em excesso causa → Complexo calmodulina-Ca2+ ativa a enzima cinase da cadeia leve
intoxicação nas fibras musculares, resultando em cãibras), ácido de miosina II, fosforilando-a.
pirúvico e ATP. → Miosina II fosforilada assume forma de filamento, descobrindo os
→ O ácido lático e o ácido pirúvico também podem formar ATP. sítios com atividade de ATPase e se combina com actina.
→ Libera subprodutos chamados de corpos cetônicos, são tóxicos para → Liberação de energia do ATP para deformação da cabeça da
os neurônios. miosina II e o deslizamento dos filamentos de actina e miosina II
uns sobre os outros.
Energia para a contração muscular
A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP O sistema muscular apresenta 2 tipos de fibras:
produzidas durante a respiração celular. 1. FIBRAS LENTAS: muito oxidativas, músculo vermelho.
O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, 2. FIBRAS RÁPIDAS: não precisam de oxigênio, músculo branco.
que ocorre durante o relaxamento muscular.
A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir
apenas alguns segundos de atividade muscular intensa.
A principal reserva de energia nas células musculares é uma substância
denominada fosfato de creatina.
Definição
A energia é inicialmente fornecida pela respiração celular e armazenada Conjunto de órgãos que produzem secreções denominadas hormônios,
como fosfocreatina e na forma de ATP. que são lançados na corrente sanguínea e irão atuar em outra parte do
Quando a fibra muscular necessita de energia para manter a contração, organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua função.
grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o Os órgãos que tem sua função controlada ou regulada pelos hormônios
ADP, que se transforma em ATP.

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são denominados órgãos-alvo. mudanças nos processos intracelulares.
É um sistema de controle paralelo do organismo animal, sendo um controle Inicia-se com a ligação do hormônio a seu receptor e prossegue com o
via hormonal, se soma ao sistema nervoso central. A substância liberada acoplamento do complexo formado a uma proteína G, o que leva a
são os hormônios, sendo que, uma vez que caem na corrente sanguínea produção de um segundo mensageiro.
irão para as células-alvo (células específicas), faz o controle das funções PROTEÍNA G: transforma o sinal molecular externo em sinal intracelular.
corporais. As células-alvo faz com que as células desempenhem uma função
específica. Glândulas
Tem dois tipos de glândulas: Os hormônios são normalmente produzidos pelas glândulas.
1. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS: cai na corrente sanguínea. EX: hipotálamo, hipófise, tireoide, paratireoide, adrenal, pineal, gônadas,
2. GLÂNDULAS EXÓCRINAS: liberadas fora do corpo, consegue pâncreas..
visualizar.
Funções principais do sistema endócrino
Ação hormonal
→ Manutenção do meio interno.
Os hormônios são os primeiros mensageiros do sistema endócrino. → Integração e regulação do crescimento e desenvolvimento.
hormônio -> célula-alvo -> modificações → Controle e manutenção dos diferentes aspectos da reprodução.
HORMÔNIOS ESTERÓIDES: cortisol, aldosterona, estradiol, progesterona e
testosterona.
HORMÔNIOS PEPTÍDICOS: insulina e glucagon.
Hormônios
CATECOLAMINAS: epinefrina e norepinefrina (adrenalina e noradrenalina). Substâncias químicas produzidas por glândulas especializadas sem ductos,
Realizando uma comparação do sistema nervoso com o sistema endócrino, liberadas no sangue e carreadas para produzir efeitos reguladores
é visto que, o sistema nervoso para efetuar a sua ação libera os específicos. Agem especificamente em células-alvo.
neurotransmissores, enquanto que o sistema endócrino libera os hormônios. São mediadores de funções, produzidos pelas glândulas endócrinas,
liberam a substância na corrente sanguínea, produz hormônios.
GLÂNDULAS EXÓCRINAS: lacrimal, salivar, mamária, sudoríparas,
sebáceas. Substâncias liberadas para fora do corpo, em um lúmen.

O funcionamento dos órgãos são influenciados por reguladores neurais,


parácrinos e endócrinos. Cada tipo de regulador químico se liga de uma
maneira específica a um receptor proteico na superfície ou dentro da
célula do órgão-alvo. Os hormônios são mediadores de funções, onde ao se ligar em
O neurônio sensitivo é o neurônio aferente, que leva a informação. Quando receptores específicos em uma célula, essa célula irá executar uma
a informação chega no tálamo e ponte, são transferidas para as outras determinada função.
regiões do sistema nervoso central. Esse sistema nervoso central tem que Os hormônios podem ter base proteica, amina e esteroidal, conforme a
responder com algo líquido (ex. urina, sangue, saliva, hormônios e etc), sua estrutura química.
quando a resposta tem que ser hormonal, ela vai para o diencéfalo, onde se
localiza o tálamo, epitálamo, hipotálamo e hipófise. Dentro do diencéfalo tem
o hipotálamo, sendo uma região NEURO-ENDÓCRINA, essa região só não → PEPTÍDEOS/PROTEÍNAS: compreende a maioria dos hormônios.
controla a liberação de insulina e glucagon, mas, os outros hormônios ele → AMINAS: derivados da tirosina, incluem epinefrina, norepinefrina
controla. Também faz o controle da hipófise, que manda nos outros e hormônios da tireoide.
hormônios. → ESTERÓIDES: derivados do colesterol, incluem hormônios sexuais e
Dentro do sistema endócrino tem uma hierarquia, sendo o hipotálamo que vitamina D.
controla a hipófise, a hipófise que pega a informação do hipotálamo e faz a
liberação doo hormônio para ser encaminhado até a célula-alvo. Mecanismo de controle de
O hipotálamo libera hormônios hipotalâmicos que irão atuar na hipófise, a
hipófise libera os hormônios hipofisários que irão atuar na tireoide, ovários,
testículos, adrenais, ossos, glândulas mamárias (atua em todas as glândulas
retroalimentação
endócrinas do corpo animal). O controle de retroalimentação mais importante para os hormônios é o
O hipotálamo tem vários hormônios, conforme o tipo de hormônio feedback negativo, no qual a concentração aumentada de um hormônio
hipotalâmico (um hormônio específico) a hipófise terá uma resposta. resulta em menor produção desse hormônio, geralmente por uma
interação com o hipotálamo ou hipófise.
Transdução do sinal Seu mecanismo de funcionamento, na maioria das vezes, para que
Mecanismos pelo qual os hormônios interagem com a células para efetuar

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ocorra uma determinada função é necessários dois comandos. organismo animal.
→ EXEMPLO: insulina/glucagon controla os níveis de açúcar no sangue, Exerce ação direta sobre a hipófise e indireta sobre outras glândulas,
quando o animal come a quantidade de açúcar aumenta, ou seja, a tais como: adrenal, gônadas, tireoide, mamárias e ainda sobre vários
glicose. A glicose entra na mitocôndria e é transformada em ATP, a tecidos orgânicos.
glicose consegue adentrar a mitocôndria pela ação da INSULINA, que Age sobre a regulação do metabolismo em geral, através dos vários
facilita a sua entrada. A glicose que sobra é armazenada no tecido centros que influenciam no sono/vigília, fome, sede e entre outras, a
adiposo, quando o organismo precisa de energia novamente, o partir da sensibilização dos diferentes receptores que despolarizam
GLUCAGON retira o triglicerídeo para que ele seja quebrado em quando a composição do sangue é alterada, a temperatura..
ácido graxo mais glicerol para que ocorra a formação de ATP, esses hormônio nome hormônio ação
dois hormônios são inversamente proporcionais, ou seja, quando a hipotalâmico hipofisário
concentração de insulina está alta a de glucagon está baixa, quando
a concentração de glucagon está alta a de insulina está baixa. Isso GnRH Hormônio Liberador FSH/LH ação sobre
recebe o nome de feedback negativo. de Gonadotrofina testículos e ovários
TRH Hormônio Liberador TSH ação sobre a
de Tireotrofina tireoide
CRH Hormônio Liberador ACTH ação sobre o
de Corticotrofina córtex da adrenal
GHRH Hormônio Liberador SOMATOTRO ação sobre o
de GH FINA metabolismo em
geral
GHRIH Hormônio Inibidor da
Liberação do GH
PRF Fator Liberador de PROLACTINA ação sobre
Prolactina glândulas mamárias
PIF Fator Inibidor da
Prolactina
MSHRF Fator Liberador de MSH ação sobre os
MSH melanóforos
Neurotransmissor
MSHIF Fator Inibidor de
MSH
Age na hipófise, os hormônios hipotalâmicos que irão agir na hipófise. O
hipotálamo tem dois hormônios que não agem na hipófise, sendo eles:
hormônio antidiurético (ADH) e ocitocina, são hormônios hipotalâmicos que
irão ser armazenados na hipófise posterior, a hipófise anterior produz
hormônios.
A adrenalina é produzida na medula da glândula adrenal.

Hipófise
Localizada na base do cérebro e envolvida pela dura-máter, exceto onde
está ligada ao assoalho do diencéfalo pelo infundíbulo.
É dividida em ADENOHIPÓFISE e NEUROHIPÓFISE.
1. ADENOHIPÓFISE: responsável pela secreção de ACTH, TSH, FSH,
LH, GH, PRL. É a parte da frente da hipófise, sendo a hipófise
→ Quando tem bastante glicose a insulina está alta, quando diminui a anterior, formada por tecido conjuntivo.
glicose o glucagon irá aumentar e começar a retirar a glicose → ACHT -> adrenocorticotrófico.
armazenada (glicogênio e triglicerídeos) aumentando-a, e com isso, → TSH -> tireotrófico.
aumenta a insulina e diminui glucagon. → GH -> somatotrópico.
→ INSULINA: leva a glicose para dentro da célula, seja para a formação → FSH e LH -> gonadotróficos. O LH é o hormônio luteinizante e o
de ATP ou para o seu armazenamento na forma de triglicerídeo FSH o hormônio folículo estimulante.
(tecido adiposo) e glicogênio (tecido muscular e hepático). → PRL -> prolactina.
→ GLUCAGON: quebra o triglicerídeo ou glicogênio para a liberação de 2. NEUROHIPÓFISE: responsável pelo e liberação de ADH e
glicose, após a liberação, retira a glicose da célula e a deposita na OCITOCINA/OXITOCINA. É a hipófise posterior, localizada na parte
corrente sanguínea. detrás da hipófise, constituída de neurônios por ter uma conexão
Hipotálamo
direta com o hipotálamo.

Pequena área no SNC responsabilizada por fenômenos vitais dentro do

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Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)
Cinco diferentes tipos de células secretoras:
1. CÉLULAS SOMATOTRÓPICAS: secretam o hormônio do crescimento. Age na região cortical da glândula suprarrenal (adrenal), estimulando-a a
2. CÉLULAS CORTICOTRÓPICAS: secretam hormônios produzir os hormônios cortisol e aldosterona.
adrenocorticotrópicos e beta-lipotropina). É um hormônio hipofisário que age na glândula adrenal ou suprarrenal, a
3. CÉLULAS MAMOTRÓPICAS: secretam prolactina. adrenal se divide em medular e cortical, esse hormônio atua na porção
4. CÉLULAS TIREOTRÓPICAS: secretam o hormônio estimulante da cortical, não atua na porção medular pois lá é produzido adrenalina que
tireoide. tem o comando de produção através do sistema nervoso simpático. O
5. CÉLULAS GONADOTRÓPICAS: secretam os hormônios folículo córtex produz os hormônios cortisol, glicocorticoides e aldosterona.
estimulante e luteinizante). Prolactina (PRL)
Atua estimulando a produção de leite pelas glândulas mamárias durante a
lactação.
Faz feedback negativo com o GnRH (exceção: égua e porca).
Hormônio responsável pela produção de leite, apenas pela produção, não
realiza a ejeção, a ejeção é controlada pela ocitocina. A prolactina é
produzida pelo comando hipofisário e também pode ser liberada pelo ato
de sugar.

Hormônio folículo estimulante (FSH) -


gonadotrofina
Age nos ovários, estimulando o desenvolvimento dos folículos ovarianos,
no interior dos quais ocorre a maturação dos óvulos.
Nos machos, estimula a formação dos espermatozoides.
Hormônio produzido pela hipófise, responsável por induzir o crescimento
dos folículos ovarianos, que passam a produzir estrogênio. O aumento
dos níveis de FSH induz o espessamento da parede interna do útero,
aumentando a sua vascularização.
Hormônio do crescimento (GH)
Hormônio luteinizante (LH) -
Produzido pela hipófise através de um controle hipotalâmico, atuam nos
ossos e músculos (músculo estriado esquelético), estimulam a mitose óssea
e estiramento do músculo. Enquanto estiver na fase de filhote e pré- gonadotrofina
puberdade, tem uma alta concentração de GH e quando chega na Age na ruptura dos folículos ovarianos, o que resulta na liberação do
puberdade, a quantidade de GH diminui até chegar em quantidades basais. óvulo.
O GH estimula a mitose. OS HORMÔNIOS TRABALHAM EM FEEDBACK Após a ruptura, o folículo transforma-se no corpo lúteo. Nos machos,
NEGATIVO. age nos testículos, estimulando a síntese de testosterona.
Age no crescimento de vários tecidos e órgãos, particularmente ossos, Presente em altas taxas desde a ovulação, formando o corpo lúteo que
como resultado da estimulação da síntese proteica. é responsável junto com a placenta pela produção de progesterona.
Na infância, sua deficiência leva a um quadro de nanismo hipofisário,
provocando baixa estatura, e seu excesso leva a um quadro de gigantismo,
caracterizado por crescimento exagerado de todo o organismo.
O excesso, no adulto, provoca aumento das extremidades, conhecido como
acromegalia.
Mobiliza ácidos graxos e promove melhor aproveitamento deste para o
consumo de energia.
Melhora a eficiência do uso da glicose no organismo, reduzindo o consumo
da mesma.
EFEITO ESTIMULANTE NAS CÉLULAS SOMÁTICAS (corpos celulares).
Associado ao aumento do tamanho corpóreo. Promove o crescimento dos
tecidos no corpo. Aumenta o tamanho das células e estimula mitose (divisão
celular).
Estimula o fígado a formar várias e pequenas proteínas (somatomedinas)
que atuam na cartilagem e nos ossos - promotores de crescimento. O hipotálamo libera na corrente sanguínea o GnRH que controla toda a
Hormônio necessário durante a vida toda e não somente durante a fase de cascata de hormônios sexuais), o GnRH atua na hipófise para a produção
crescimento, pois: aumenta a síntese proteica em todas as células do FSH e LH, ambos hormônios atuam nos ovários e testículos
corpóreas.

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para a produção dos gametas e hormônios sexuais, que posteriormente,
irão secretar progesterona, testosterona e estrogênio. O LH e o FSH Tireoide
comandam a produção de hormônios sexuais secundários e gametas. Localiza-se no pescoço, logo abaixo das cartilagens da glote, sobre a
Para o hipotálamo começar a produzir o GnRH, o animal tem que entrar na porção inicial da traqueia.
puberdade, que é a maturidade sexual, isso dependerá dos níveis de GH, que Hormônios tiroxina e triiodotironina, que contêm respectivamente, quatro
sofre uma regressão no final da adolescência e início da puberdade, peso e três átomos de iodo em suas moléculas.
(sendo que, quanto mais pesado o indivíduo mais rápido ele entra na Entre as espécies com glândulas com istmo temos o homem, o cavalo, o
puberdade) e a luminosidade do ambiente (quanto maior a luminosidade mais cão, o bovino e o carneiro.
rápido entra na puberdade). Nas aves, os lobos são ovoides e completamente separados, não
O FSH é o primeiro hormônio a ser liberado, produz os gametas. Nas justapostos à traqueia muito próximos das veias jugulares.
fêmeas durante o desenvolvimento embrionário já nasce com um número
pré-determinado de ovócitos, esses ovócitos ficam estacionados em uma
fase específica da meiose (fase I), quando a fêmea entra na puberdade Os hormônios tireoidianos também são lipofílicos, pertencem ao grupo
produz o FSH que estimula o ovócito I a continuar a gametogênese e das aminas (são derivados de aminoácidos).
formar o ovócito II. Nos machos, os testículos são responsáveis pela
produção dos espermatozoides (a fêmea não produz óvulos, os ovários são
responsáveis apenas pelo armazenamento e maturação dos mesmos), o
início da espermatogênese se dá pelo FSH, o FSH em fêmeas também
estimula a liberação de outro hormônio, que é o estrogênio.
Quando o óvulo está prestes a ser liberado, o corpo produz o LH que
estimula a liberação de progesterona, induzindo a ovulação e também sendo
o hormônio da gestação.
A progesterona faz feedback negativo com o GnRH. O anticoncepcional tem
como princípio ativo aa progesterona.
GnRH -> hormônio liberador do GH (gonadotrofina).

Hormônio estimulante da glândula


Característica adicional: hormônios sintetizados com aminoácidos e iodo.
tireoide (TSH) TETRAIODOTIRONINA -> tiroxina T4
TRIIODOTIRONINA -> tiroxina T3
Age estimulando a síntese os hormônios tireoidianos, os quais atuarão na TSH (hormônio estimulante da tireoide): responsável pela ligação do iodo.
regulação do metabolismo celular. T3 e T4: combinam-se com proteínas plasmáticas no sangue.
O TSH é um hormônio hipofisário, faz a tireoide produzir T3, T4 e FUNÇÃO PRINCIPAL: capacidade de aumentar o calor interno do corpo
calcitonina. elevando a taxa de consumo de oxigênio.
O hipotálamo libera o TRH que irá agir na hipófise. A hipófise irá produzir o HORMÔNIOS DA TIREOIDE: estimulam as atividades metabólicas da
TSH que atuará na tireoide, que por fim, liberará o T3, T4 e calcitonina (pela maioria dos tecidos do corpo. A calcitonina é um hormônio produzido pela
ausência dos hormônios da tireoide no sangue, o hipotálamo entende que é tireoide e é responsável pelo controle da hipercalcemia (excesso de
necessário começar a liberação do TRH). cálcio no organismo), inibe a reabsorção óssea osteoclástica de cálcio,
Hormônio melanotrófico (MSH)
diminuindo a concentração do mesmo no plasma sanguíneo, é antagônico
ao paratormônio (hormônio da paratireoide).
Relacionado à coloração da pele em anfíbios e répteis, principalmente em
ocasiões de camuflagem ou de corte nupcial -> mudança de cor para atrair
a fêmea.
O hipotálamo libera o MSHRF que vai na hipófise e libera o MSH que atuará
nos melanócitos.

Ocitocina (OT) e antidiurético (ADH)


Porção posterior libera dois hormônios que são produzidos pelo hipotálamo:
a ocitocina e o hormônio antidiurético.
A ocitocina estimula a contração uterina durante o trabalho de parto e a
contração dos músculos lisos das glândulas mamárias na expulsão do leite.
O hormônio antidiurético, cuja sigla é ADH, atua nos túbulos renais,
promovendo a reabsorção de água.
A ocitocina e o antidiurético são produzidos pelo hipotálamo e armazenados
na neurohipófise, a ocitocina atua na musculatura lisa das glândulas
mamárias e na contração uterina. O antidiurético, quando cai a Início do processo secretor se deve a diversos fatores, tais como:
porcentagem de água no organismo, ou seja, a volemia (volume hídrico) cai, → feedback, estímulos neurais vindos de dentro ou de fora do
o hipotálamo libera o ADH (que é armazenado na neurohipófise) para atuar corpo.
nos túbulos renais, aumentando a reabsorção de água e fazendo com que A ativação do hipotálamo promove a liberação do hormônio liberador de
ela volte a circular e reestabeleça o volume hídrico do corpo. TSH.
VOLEMIA -> volume circulante.

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O controle da tireoide é exercido pelo hipotálamo. O hipotálamo consegue
perceber a diminuição dos hormônios tireoidianos pela corrente sanguínea.
O hipotálamo começa a produzir TRH (hormônio hipotalâmico) pela queda ou → Aumentam a sensibilidade dos receptores adrenérgicos.
ausência de T3 e T4 na corrente sanguínea, essa queda é percebida pelos → Diminui a letargia no sistema nervoso central.
osmorreceptores. Após a secreção do TRH, ele irá agir na hipófise → Aumento fluxo sanguíneo.
estimulando-a a produzir o TSH, por sua vez, o TSH agirá na tireoide → Aumento da frequência cardíaca e a força de contração.
estimulando a liberação de T3 e T4 (principalmente, as baixas Agem no sistema cardiovascular, toda vez que libera T3 e T4 aumenta a
concentrações de T4 que faz o hipotálamo liberar o TRH), com a liberação sensibilidade do coração a adrenalina. A adrenalina quando liberada atua nos
desses hormônios, aumenta a concentração de T3 e T4 na corrente receptores adrenérgicos causando uma taquicardia (100 - 120 bpm),
sanguínea, quando chega nos seus níveis ideais, o hipotálamo cessa a quando ocorre a liberação de hormônios tireoidianos e caem na corrente
liberação de TRH. sanguínea, eles passam pelo coração causando um aumento da sensibilidade
T3 e T4 faz feedback negativo com o TRH. miocárdica pelas catecolaminas, fazendo o coração bater mais rápido.
Altos níveis de T3 e T4 -> baixa concentração de TRH

p
Baixos níveis de T3 e T4 -> alta concentração de TRH receptor
A calcitonina não é por controle hipotalâmico, o cálcio que realiza esse
controle.

→ Transcrição nuclear de grande número de genes, agindo


principalmente nas mitocôndrias; Aumenta a sensibilidade do receptor pela adrenalina aumentando a sua ação
→ Aumento generalizado do metabolismo corporal como carboidratos e (180 - 200 bpm, potencializa), o coração trabalha na presença de
lipídios; Produzem calor; neurotransmissores e T3 e T4 (sensibilidade para adrenalina -> efeitos
→ Transporte ativo nas membranas por serem lipofílicos; sinápticos).
O T3 e T4 fazem as células trabalharem mais depressa, auxiliam na → HIPERTIREOIDISMO: taquicardia
produção de ATP, toda vez que tem esses hormônios é para o metabolismo → HIPOTIREOIDISMO: bradicardia
celular manter um certo nível. As duas doenças endócrinas envolvendo
esses hormônios, são: hipotireoidismo (baixas concentrações dos hormônios Problemas comuns
tireoidianos) e hipertireoidismo (altas concentrações dos hormônios
tireoidianos).

→ Aumentam a absorção de glicose intestinal e facilitam o transporte


de glicose para o tecido adiposo e o músculo.
→ Facilitam a absorção, nas células, de glicose medicada pela insulina.
→ Facilita a formação de glicogênio pelo fígado.
→ Aumentam a absorção de aminoácidos por tecidos e sistemas
enzimáticos envolvidos na síntese proteica.
Os hormônios da tireoide (T3 e T4, sendo o T4 o carro chefe dos
hormônios tireoidianos) auxiliam na quebra de nutrientes geradores de ATP
(carboidratos, lipídios e proteínas). Aumentam o metabolismo celular numa
quantidade ideal.
O T3 e T4 trabalham com a insulina, fazem com que a glicose entre na
mitocôndria para ser transformada em ATP, a glicose é o principal
monossacarídeo. Deficiência dos hormônios produzidos pela glândula tireoide: a triiodotironina
carboidrato -> quebra -> glicose -> mitocôndria -> ATP (T3) e a tiroxina (T4).
Essa condição provoca fadiga, sonolência, lentidão muscular, aumento do
peso corporal, diminuição da frequência cardíaca e o desenvolvimento de
→ Aumentam a quebra das gorduras, disponibilizando os ácidos graxos.
aspecto edematoso em todo o corpo.
→ Reduzem o colesterol plasmático. A glândula para de funcionar e o organismo aumenta o tamanho, tentando
→ Aumentam a absorção celular de lipoproteínas de baixa densidade. fazer com que ele produza hormônios. O indivíduo tem acúmulo de gordura
Quando se esgota a glicose circulante, é usado os polissacarídeos corporal, osteoporose e etc. Tratamento: T3 e T4.
armazenados no fígado e no músculo, que é o glicogênio, o glicogênio é
quebrado e libera a glicose, o T3 e o T4 que realiza essa quebra do
glicogênio, a glicose resultante entra na mitocôndria e é transformada em
ATP. Auxiliam a quebra do glicogênio em glicose. Auxiliam a quebra do ácido
graxo, é um substrato para utilização da célula, o ácido graxo é quebrado
em acetil-CoA que entra na célula e é transformado em ATP. Auxiliam na
quebra da proteína, liberando os aminoácidos que entram na célula
formando ATP.
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 DIABETE MELITOS: alta ingestão de água e urina.

Calcitonina
Outro hormônio secretado pela tireoide, participa do controle da
concentração sanguínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos
e a saída dele para o plasma sanguíneo, estimulando sua incorporação
pelos ossos.

Outro hormônio secretado pela tireoide é a calcitonina, que participa do


Doença da glândula tireoide, que se caracteriza pela hiperfunção da glândula controle da concentração sanguínea de cálcio, inibindo a remoção do
tireoide com consequente tirotoxicose. cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma sanguíneo, estimulando sua
Tirotoxicose é o resultado clinico, fisiológico e bioquímico resultante do incorporação pelos ossos.
excesso de hormônio tireoidiano. Controle pela concentração de cálcio no sangue, quando tem altos níveis
Consome muita energia por causa do metabolismo acelerado. de cálcio no sangue, o cálcio em excesso vai para a cartilagem, rim,
ureter, tecidos moles e etc. A calcitonina pega quase todo o cálcio
circulante e coloca no osso, só que o esqueleto armazena apenas uma
certa quantidade de cálcio, o cálcio que não é guardado tem que ser
eliminado, seja pelo intestino ou rim, toda vez que come algo que tem
cálcio, o cálcio vai para a corrente sanguínea, quando tem a calcitonina o
cálcio não é absorvido, ele passa para o intestino e é eliminado na forma
de fezes. O cálcio circulante passa pelo rim e é eliminado na forma de
urina, é eliminado para baixar os níveis de cálcio, acontece tudo ao
mesmo tempo.
Retira o cálcio da circulação sanguínea, é um hormônio para diminuir o
cálcio circulante promovendo 3 efeitos:
. → depósito de cálcio nos ossos.
→ diminui a absorção de cálcio via intestino.
→ diminui a reabsorção de cálcio pelos rins, excreta cálcio via urina.
Faz com que tenha uma hipocalcemia, é importante ter uma redução de
cálcio, pois em altos níveis começa a ser depositado em tecidos moles,
cartilagem e rim. Se aumenta o nível de cálcio, aumenta a contração
muscular, no músculo estriado cardíaco pode levar a uma taquicardia. A
calcitonina promove uma hipocalcemia severa, nesse momento, o
organismo libera o paratormônio fazendo uma ação contrária, o
paratormônio estimula a produção de osteoclasto que quebra a matriz
óssea e libera o cálcio através da remodelagem do osso, aumenta a
absorção de cálcio no intestino e aumenta a sua reabsorção pelo rim.

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A calcitonina faz feedback negativo com o paratormônio, não possuem hormônio tireoide regula o crescimento, a maturação e a
correlação com a hipófise, o que fazem ser liberados é o cálcio circulante. tireoidiano velocidade do metabolismo
Hormônio Local de Função hormônio hipófise estimula a produção e a secreção de
produção estimulante da hormônios pela tireoide
aldosterona adrenais ajuda na regulação do equilíbrio do sal e tireoide
da água através de sua retenção e da
excreção de potássio Paratireoide
ADH hipófise faz com que os rins retenham água e, Ficam sobre a tireoide, estão localizadas próximo às glândulas tireoides
(vasopressina) juntamente com a aldosteronas, ajuda ou nelas embutidas. Em animais domésticos, elas consistem em:
no controle da pressão arterial → 1 par: suínos.
corticosteroides adrenais produz efeitos disseminados por todo o → 2 pares: cães, gatos, ruminantes, equinos.
organismo: em especial, tem uma ação
anti-inflamatória, mantém a
concentração sérica de açúcar, a → Produzir o paratormônio.
pressão arterial e a força muscular, → Elevar a concentração de cálcio e reduzir de fosfato nos líquidos
auxilia no controle do equilíbrio do sal e extracelulares.
da água → Atua no metabolismo ósseo e renal de cálcio e no metabolismo
gastrintestinal do cálcio.
corticotropina hipófise controla a produção e a secreção de → No osso, há transferência do cálcio pelo aumento da atividade
hormônios do córtex adrenal osteoclástica e inibição osteoblástica.
eritropoietina rins estimula a produção de eritrócitos → Nos rins, aumenta a absorção de cálcio pelo túbulo contorcido
estrogênios ovários controla o desenvolvimento das proximal e ativa a vitamina D.
características sexuais e do sistema
reprodutivo feminino
glucagon pâncreas aumenta a concentração sérica de
açúcar
hormônio do hipófise controla o crescimento e o
crescimento desenvolvimento, promove a produção
de proteínas
insulina pâncreas reduz a concentração sérica de açúcar,
afeta o metabolismo da glicose, das
proteínas e das gorduras em todo
corpo
LH e FSH hipófise controlam as funções reprodutoras,
como a produção de espermatozoides e
de sêmen, a maturação dos óvulos e os
ciclos menstruais, controlam as
características sexuais masculinas e
femininas (ex. distribuição dos pelos,
formação dos músculos, a textura e a → Importante: na absorção de cálcio no intestino.
espessura da pele, a voz e talvez, os → Química: similar a um esteroide
traços da personalidade) → Local de síntese: toda vitamina D é produzida na pele.
ocitocina hipófise produz contração da musculatura O paratormônio tem o auxílio de uma vitamina, que é a VITAMINA D. A
uterina e dos condutos das glândulas pele junto com os raios solares produz a vitamina D3 inativa (vitamina
mamárias pró-D3), ao passar pelo fígado e pelo rim, forma a vitamina D ativa,
paratormônio paratireoide controla a formação óssea e a atuando no intestino para a absorção de cálcio e nos ossos para a
s excreção do cálcio e do fósforo mobilização do cálcio armazenado.
prolactina hipófise inicia e mantém a produção e leite das
glândulas mamárias
progesterona ovários prepara o revestimento do útero para
a implantação de um ovo fertilizado e
prepara as glândulas mamárias para a
secreção de leite
renina e rins controlam a pressão arterial
angiotensina

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do colesterol, com um total de 7 hormônios:
1. Glicocorticoides:
a. corticosterona
b. cortisol
c. cortisona
d. 11-desidrocorticosterona
2. Mineralocorticoides
a. 11-deoxicorticosterona
b. 17-hidroxideoxicorticosterona
c. aldosterona
ALDOSTERONA: hormônio responsável pelo aumento da pressão arterial
através da reabsorção de sódio. Reabsorve apenas sódio. O hormônio
antidiurético que reabsorve água, ele quem faz o controle hídrico.
Quando ocorre a reabsorção de sódio ocorre a reabsorção de água, o
sódio faz co-transporte de água.
→ quando ocorre a diminuição da pressão arterial, o rim libera a
RENINA que atua sobre o ANGIOTENSINOGÊNIO, transformando-o
em ANGIOTENSA I. A angiotensina I é transformada em
ANGIOTENSINA II pela ação da ENZIMA CONVERSORA DE
→ CAUSAS: escoamento lactacional e formação óssea fetal, as causas ANGIOTENSINA (ECA).
são pacientes gestantes e amamentando, sendo conduções → a renina não é produzida normalmente no corpo, pois sempre
hipocalcemiantes. que tem renina ocorre o aumento da pressão arterial.
→ Faz com que o indivíduo fique com sequelas neurológicas e etc. → a presença da ANGIOTENSINA II faz com que a glândula adrenal
→ CONSEQUÊNCIAS: distúrbios nervosos, tetania, deficiência de libere a ALDOSTERONA, que realiza a reabsorção de sódio e
mineralização óssea -> raquitismo e osteomalácia (deformidade) aumenta a pressão arterial. Reabsorvendo o sódio e junto a água,
→ Osteoporose: morte dos osteoblastos aumentando o espaço o aumento do volume hídrico aumenta a pressão arterial.
intraósseo e deixando-o fraco. GLICOCORTICOIDES: são anti-inflamatórios que altera o metabolismo
celular. Produzido pelo córtex adrenal, o principal hormônio é o cortisol
(hormônio do estresse, pois está interligado com o sistema nervoso
→ CAUSAS: IRC, tumor de paratireoide, iatrogênica. simpático), toda vez que libera ADRENALINA libera junto os
→ CONSEQUÊNCIAS: calcificação de tecidos moles e parada cardíaca GLICOCORTICOIDES. É liberado junto, pois no momento que libera
em sístole. ADRENALINA o animal está preparado para lutar ou fugir (sistema
→ Osso de vidro: os ossos absorvem o impacto, a hipercalcemia deixa o nervoso simpático -> luta ou fuga), irá liberar glicocorticoides pois ao
osso muito duro, facilitando a sua quebra. lutar ou fugir o animal pode acabar se machucando e com isso, não pode
sentir dor e precisa de energia para executar essas ações, a principal
fonte energética é a glicose. Os glicocorticoides fazem o metabolismo
Realizada através das concentrações de cálcio livre no sangue. celular ficar invertido, primeiro irá gastar ácidos graxos, depois
Redução dos níveis de cálcio e aumento do PTH proteínas e por fim, a glicose.
Aumento dos níveis de cálcio e redução do PTH → os GLICOCRTICOIDES mudam a ordem energética, inibem o
Epinefrina estimula a secreção, magnésio influencia similarmente ao cálcio, processo inflamatório (impedem a produção de prostaglandina via
mas em menor impacto, e, o sono afeta a secreção. ácido hialurônico), interrompem o transporte das células de
Glândulas adrenais ou suprarrenais
defesa até o ponto da inflamação, ocorrendo uma
imunossupressão.
São estruturas pequenas e pareadas localizadas sobre os rins e estão → invertem o metabolismo energético, ou seja, passa a usar outras
próximas da junção da veia renal e veia cava caudal. fontes energéticas para que a glicose seja guardada para o
A única correlação com o rim é a aldosterona. É dividida em duas regiões: instante final, quando o animal precisar de uma energia pronta e
1. MEDULAR rápida.
2. CORTICAL → está correlacionado com o sistema nervoso simpático.
Na cortical possui 3 divisões: → o excesso causa a Síndrome de Cushing.
1. ZONA GLOMERULOSA/GLOMERULAR: produção da aldosterona → a escassez de glicocorticoides irá causar a Síndrome de Addison.
(mineralocorticoides). AÇÕES METABÓLICAS DOS GLICOCORTICOIDES:
2. ZONA FASCICULATA: produção dos glicocorticoides. → SOBRE OS CARBOIDRATOS: os glicocorticoides produzem redução
3. ZONA RETICULAR: produção de andrógenos e estrógenos. da captação e utilização da glicose e aumento da gliconeogênese,
A medula da adrenal produz adrenalina e noradrenalina. O córtex produz resultando em hiperglicemia.
aldosterona, glicocorticoides e esteroides sexuais (andrógenos e → SOBRE AS PROTEÍNAS: produzem aumento do catabolismo e
estrógenos). 5% dos hormônios sexuais são pelas glândulas adrenais, quem redução do anabolismo com perda de massa muscular.
mais produz é o aparelho reprodutor. → SOBRE AS GORDURAS: causam efeito permissivo sobre os
hormônios lipolíticos e redistribuição da gordura.
CÓRTEX → SOBRE OS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS: diminuição na
Os hormônios do córtex da adrenal são esteroides formados principalmente

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produção e ação das citocinas, diminuição da produção de eicosanoide
(prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos), diminuição da
produção de IgG, diminuição dos componentes do complemento no
sangue. Menor produção de histamina.
→ SOBRE OS ÍONS: reduzem a absorção de Ca+ e aumentam a
excreção de Ca+ ocasionando um balanço negativo de cálcio com
perda desses íons nos ossos – osteoporose.
→ O aumento de glicocorticoides produz ação mineralocorticoide o que
significa retenção de sódio e excreção de K+ resultando em
hipertensão e edema periférico.
AÇÕES REGULADORAS DOS GLICOCRTICOIDES:
→ SOBRE O HIPOTÁLAMO: ação de retroalimentação negativa,
resultando em diminuição da liberação dos glicocorticoides endógenos.
→ SOBRE OS EVENTOS MUSCULARES: vasodilatação reduzida e
diminuição de exsudação de líquidos.
→ SOBRE OS EVENTOS CELULARES: redução do influxo e da atividade
dos leucócitos, redução da atividade das células mononucleares.
SÍNDROME DE CUSHING
Enfermidade resultante de uma superprodução crônica de glicocorticoides
pelo organismo. MEDULA
SINAIS CLÍNICOS: aumento do consumo de água e do volume urinário, Os hormônios da medula adrenal pertencem à classe química amina e
aumento de apetite, aumento abdominal e queda de pelos e afinamento da são: noradrenalina e adrenalina.
pele. A cascata da produção da adrenalina e noradrenalina, tem início com a
tirosina se transformando em DOPA.
A neurotransmissão na medula adrenal, faz a biossíntese da tirosina e
forma adrenalina e noradrenalina. A noradrenalina também é produzida
nos neurônios.

Pâncreas
O pâncreas é dividido em duas porções, na anatomia microscópica
conseguimos visualizar o pâncreas exócrino (apresenta funções
digestivas, ácinos que secretam sucos digestivos para o duodeno) e
pâncreas endócrino (insulina e glucagon, ilhotas de Langerhans que
secretam insulina e glucagon para o sangue).

O pâncreas endócrino tem cerca de 1 milhão de ilhotas e nestas tem


pelo menos quatro tipos de células diferentes:
SÍNDROME DE ADDISON → Célula alfa: 20% secreta glucagon.
Resultado da diminuição da produção de hormônios esteroides pelas → Célula beta: 75% secreta insulina e amilina (insulina ->
glândulas adrenais. hipoglicemiante)
SINAIS CLÍNICOS: letargia, fraqueza, distúrbios gastrointestinais e → Célula delta: 3-5% secreta somatostatina (inibe os outros
ausência de apetite. hormônios).
É uma glândula mista, tem sua parte exócrina e uma endócrina,
produzindo três hormônios principais: insulina, glucagon e somatostatina,
que irão controlar a glicemia circulante, essas células produtoras desses
hormônios são as Ilhotas de Langerhans.
A INSULINA retira o açúcar no sangue e o GLUCAGON deposita o açúcar
no sangue (efeito hiperglicemiante), ambos fazem feedback negativo
entre eles.
O pâncreas tem um formato de V, sendo que uma de suas bordas está
localizado lateral a primeira porção do duodeno, irá liberar o bicarbonato
para diminuir a acidez do quimo proveniente do estômago.

Afeta todo o metabolismo de carboidratos, dos ácidos graxos e das


proteínas. A insulina, sempre que houver excesso de carboidratos,
estará presente., desempenha papel importante no armazenamento de
substâncias energéticas:
→ aumento de glicose originará formação de glicogênio no
fígado.

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→ formação de ácidos graxos e seu armazenamento nos tecidos
adiposos, além de inibição da proteólise.

Após a ingestão alimentar ocorre a liberação de insulina que terá um efeito


hipoglicemiante, a liberação de insulina irá permitir a entrada de glicose na
célula, formação de glicogênio hepático e depósito de triglicerídeos. Uma
hiperglicemia poderá acarretar em sobrecarga renal.
A insulina é liberada através da ingesta de carboidratos (principalmente) e
ácidos graxos. A glicose é o start para a produção de insulina.
O hipotálamo não controla as ilhotas de Langerhans para a produção de
insulina, glucagon e somatostatina.
A ingesta de carboidratos liberará glicose, pela ingesta de carboidratos
teremos um efeito hiperglicemiante no organismo, a hiperglicemia faz com
que comece a secreção de insulina para encaminhar a glicose até a célula,
após a entrada da glicose, será transformada em ATP. A glicose que sobra
na corrente sanguínea sofrerá a ação da insulina (efeito hipoglicemiante)
sendo transformado em glicogênio (armazenado no fígado e no músculo) e
triglicerídeo (armazenado no tecido adiposo), nesse momento, a
hiperglicemia do início se transforma em hipoglicemia.
Na hipoglicemia teremos a liberação do glucagon (efeito hiperglicemiante)
para retirar a glicose armazenada pela insulina, promove a quebra do
glicogênio hepático e do triglicerídeo para a liberação de glicose na corrente
sanguínea, causando uma hiperglicemia.
Os glicocorticoides fazem naturalmente uma hipoglicemia.
→ DIABETE TIPO 1: pâncreas não produz insulina.
→ DIABETE TIPO II: para o açúcar entrar na célula é necessário ter um
receptor para insulina, em alguns casos ocorre uma
dessensibilização dos receptores ou têm poucos receptores, sendo
assim, a insulina não consegue se ligar e fazer a glicose entrar na Sistema cardiovascular
célula, é uma diabetes adquirida. "A fisiologia cardiovascular é o estudo da função do coração, dos vasos
sanguíneos e do sangue. A função primária do sistema cardiovascular
pode ser resumida em uma palavra: transporte. A corrente sanguínea
Secretado pelas células alfa do pâncreas endócrino. Possui funções opostas transporta numerosas substâncias que são essenciais para a vida e
à insulina – é hiperglicêmico. para a saúde, incluindo o oxigênio e os nutrientes necessários para cada
Efeito sobre a glicose: quebra o glicogênio hepático (glicogenólise). célula no corpo. O sangue também transporta dióxido de carbono e
Regulação da Secreção do Glucagon outros produtos metabólicos não aproveitáveis para longe das células
Glicemia aumentada inibe a secreção do glucagon. metabolicamente ativas, encaminhando-os para o pulmão, para os rins e
Exercício exaustivo = aumento do glucagon. para o fígado, onde serão excretados".
"Em cada tecido do corpo, a função normal depende da chegada de fluxo
sanguíneo adequado. Quanto maior a taxa de metabolismo em um tecido,
maior a necessidade de fluxo sanguíneo. A condição em que há
inadequado fluxo sanguíneo para qualquer tecido é denominada isquemia.
Mesmo uma isquemia transitória pode levar à disfunção. A isquemia
persistente leva à lesão tecidual permanente (infarto) e, por fim, morte
celular (necrose)."
É fundamental para a manutenção do equilíbrio homeostático: transporte
de nutrientes, transporte de metabólitos, transporte hormonal e
transferência térmica.

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Não é apenas constituído pelo sistema cardíaco, tem o sistema cardíaco e
linfático, os dois juntos formam o sistema circulatório, esse sistema faz o
transporte de substâncias no corpo, algumas substâncias são
transportadas pelo sistema sanguíneo - sangue - (metabólitos, nutrientes,
hormônios), lipídeos, células de defesa, água e algumas proteínas podem ser
transportadas pelo sistema linfático - linfa -.
SISTEMA CARDÍACO: coração, vasos e sangue. A bomba é o coração, o
coração é o motor que transporta e pega o sangue de todo o corpo. Os
vasos sanguíneos são as artérias, veias, capilares, arteríolas e vênulas.
O coração encaminha e traz o sangue para duas regiões do corpo:
1. PEQUENA CIRCULAÇÃO: pulmão (microcirculação). O baço é um órgão linfoide do sistema
2. GRANDE CIRCULAÇÃO: corpo (macrocirculação).
SISTEMA CARDIOVASCULAR: transporte de sangue <-> tecidos. Sangue, cardíaco, dentro do baço passa grande
coração e vasos (bidirecional). quantidade de sangue, que passa devagar
SISTEMA VASCULAR LINFÁTICO: transporte de linfa, tecidos -> coração.
Linfa e vasos linfáticos (unidirecional). para que seja realizado a reciclagem das
hemácias e presenciar microrganismos
invasores. Dentro do baço temos a morte de
hemácias velhas, presença de células de
defesa e, também é um órgão armazenador
de sangue por entrar um grande volume
sanguíneo.

A organização funcional da fibra


muscular cardíaca
1. MEMBRANA PLASMÁTICA (excitabilidade e condutibilidade).
2. RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO (armazena cálcio).
3. MIOFIBRILAS (aparelho contrátil).
Parede cardíaca é composta por fibrócitos, células musculares estriadas
cardíacas e matriz extracelular. A espessura da parede de cada câmara
cardíaca está relacionada diretamente com a sua função:
→ átrios: desenvolvem baixa pressão -> parede fina.
→ ventrículos: alta pressão -> parede mais espessa (obs: o ventrículo Sistema cardíaco
esquerdo tem a parede mais espessa).
A parede do coração é constituída por três camadas: pericárdio (tecido que O coração é cavitário e dividido em quatro câmaras, serve para que o
protege o coração), miocárdio (tecido muscular estriado cardíaco) e sangue circulante chegue no pulmão e retorne ao coração. É no pulmão
endocárdio (reveste a parede interna do coração). que ocorre a hematose.
Origem embrionária: mesoderma. O coração é constituído por 2 átrios e 2 ventrículos, o que separa o
O coração é um órgão tubular, em uma gestação de 9 meses começa a átrio do ventrículo são as valvas atrioventriculares, no lado direito temos
funcionar com 21 dias. a valva tricúspide e no lado esquerdo a valva bicúspide ou mitral. Tudo
que chega no coração é veia e o que sai é artéria.
Células marcapasso e de condução O sangue venoso é rico em gás carbônico e pode ser transportado por
veia ou artéria, o sangue arterial é rico em gás oxigênio e pode ser
Células nodais dos nodos sinoatriais (AS) e AV (atrioventricular) são transportado por veia ou artéria.
responsáveis pela atividade de marcapasso e pelo retardo da condução do No átrio direito tem um conjunto de veias que chegam no coração, sendo
nodo AV. um sangue venoso (esse sangue veio do corpo), o conjunto de veias
Células de Purkinje são células especializadas na condução rápida do impulso recebe o nome de veia cava cranial (superior) e caudal (inferior). No
(feixe de His e rede de Purkinje). ventrículo direito sai a artéria pulmonar que carrega um sangue venoso,
leva o sangue para o pulmão, no pulmão é dividida em arteríolas e depois
em capilares que encontram os alvéolos pulmonares e ocorre a
hematose (o gás carbônico - CO2 - sai do meio mais concentrado, ou
seja, do vaso, e vai para o menos concentrado, ou seja, vai para o

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alvéolo). O gás carbônico sai do sangue e vai para o alvéolo, saindo pela
traqueia e sendo expelido pelo corpo, o gás oxigênio que está no alvéolo vai
para os capilares, vênulas e depois se fundem formando as veias CIRCUITO PULMONAR: coração -> pulmões -> coração.
pulmonares (sangue oxigenado) que chega no átrio esquerdo e passa para o CIRCUITO SISTÊMICO: coração -> tecidos -> coração.
ventrículo esquerdo saindo pela artéria aorta. (sangue arterial), por
diferença de gradiente de concentração, oxigena os tecidos e pega o gás
carbônico (produto final da respiração celular).

Anatomia do sistema cardiovascular


ÁTRIO DIREITO: nele desembocam as veias cavas caudal e cranial,
trazendo sangue dos tecidos para o coração.
VENTRÍCULO DIREITO: se comunica com o átrio direito e dele parte o tronco
pulmonar, que se dividirá em artérias pulmonar direita e esquerda, levando o
sangue que chegou do átrio direito para os pulmões.
ÁTRIO ESQUERDO: as veias pulmonares trazem a ele o sangue que já foi
oxigenado nos pulmões.
VENTRÍCULO ESQUERDO: se comunica com o átrio esquerdo, propele o
sangue para a artéria aorta, e daí ele o distribui a todo o organismo.
VALVA ATRIOVENTRICULAR DIREITA (TRICÚSPIDE): localiza entre o átrio
direito e o ventrículo direito, evita o refluxo de sangue do ventrículo para o
átrio. VASOS SANGUÍNEOS: artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.
VALVA ATRIOVENTRICULAR ESQUERDA (BICÚSPIDE/MITRAL): localizada 2 grandes vasos: artérias e veias.
entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, impede o refluxo para o O sangue circula por um vaso maior, as artérias levam o oxigênio para
átrio. as células (na maioria das vezes), as artérias sofrem ramificações para
VALVA SEMILUNAR PULMONAR: encontra-se no tronco pulmonar e se chegar oxigênio nas células, a primeira ramificação é a arteríola, que
fecham, evitando o refluxo de sangue deste vaso para o ventrículo direito. depois se ramifica para capilar, o capilar que passa ao redor das células.
VAALVA SEMILUNAR AÓRTICA: encontra-se na artéria aorta e impede o Depois da troca gasosa, o sangue fica venoso e volta para o coração, a
refluxo de sangue desta artéria para o ventrículo esquerdo. partir da troca gasosa o que volta é pelas veias, os capilares fazem uma
anastomose e se juntam formando as vênulas, que depois vira a veia e
volta para o coração.

→ REDE DE TUBOS = 50.000 km total de sangue transportado por


dia - 10.000 L.
→ As artérias e as veias seguem um modelo estrutural histológico
comum, diferenciando-se uma das outras por características
próprias destes componentes.

Apresenta três divisões principais:


1. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO (coração, artérias e arteríolas).
2. SISTEMA DE PERFUSÃO (artérias, arteríolas e capilares)
3. SISTEMA DE COLETA (vênulas, veias e coração).
No trato gastrointestinal tem uma rede de vasos linfáticos para levar os
ácidos graxos.
Nó sinoatrial emite potencial de ação para a contração. Valvas semilunares
na subida da artéria pulmonar e artéria aorta, o fechamento delas são as
bulhas cardíacas. As células de Purkinje transporta o potencial de ação
para os ventrículos.

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→ Apresentam 3 camadas (túnicas):
1. Camada mais externa (ADVENTÍCIA) - fibras colágenas.
2. Camada intermediária (MÉDIA) - músculo liso e elastina.
3. Camada mais interna (ÍNTIMA) - endotélio.

Difusão é o segundo tipo de transporte no sistema cardiovascular.


Difusão é o mecanismo primário pelo qual substâncias dissolvidas movem-
se através das paredes dos vasos sanguíneos, da corrente sanguínea
para o líquido intersticial, ou vice-versa. Líquido intersticial é o líquido
extracelular fora dos capilares. É o líquido que envolve cada célula de um
tecido. A maior parte do movimento de substâncias entre o sangue e o
líquido intersticial ocorre através das paredes dos capilares, os menores
vasos sanguíneos.
A fonte de energia para a difusão é a diferença de concentração. Uma
substância difunde-se da corrente sanguínea, através da parede de um
capilar para o líquido intersticial, apenas se a concentração da substância
for maior no sangue do que no líquido intersticial (e se a parede do
capilar for permeável à substância). Se a concentração da substância
for maior no líquido intersticial do que no sangue, a substância vai
difundir-se do líquido intersticial para o sangue do capilar. É importante
diferenciar difusão, em que a substância se move passivamente de uma
área de alta concentração para uma área de baixa concentração, de
transporte ativo, em que substâncias são forçadas a se mover em uma
direção oposta ao seu gradiente de concentração. Geralmente, as
No sistema cardiovascular encontramos dois tipos de transporte, sendo substâncias não são transportadas ativamente através das paredes dos
eles: fluxo em massa e difusão. capilares. O movimento de substâncias entre a corrente sanguínea e o
O sangue move-se através do coração e dos vasos sanguíneos por fluxo líquido intersticial ocorre por difusão passiva.
em massa. A característica mais importante do fluxo em massa é ser
rápido por longas distâncias. O sangue que é bombeado para fora do
coração viaja rapidamente através da aorta e de seus vários ramos, dentro
de 10 segundos ele alcança partes distantes do corpo, incluindo a cabeça e
membros. O transporte requer energia, e a fonte de energia para o fluxo
em massa é a diferença de pressão hidrostática, a menos que a pressão
em uma extremidade do vaso sanguíneo seja maior do que na outra, o fluxo
não ocorrerá. A diferença de pressão entre dois pontos em um vaso
sanguíneo é chamada de diferença de pressão de perfusão ou, mais
frequentemente, de pressão de perfusão simplesmente. Perfusão significa,
literalmente, “fluxo através”, e pressão de perfusão é a diferença de
pressão responsável pela movimentação do sangue através dos vasos
sanguíneos. O efeito de bomba muscular produzido pelo coração gera a
pressão de perfusão, que constitui a força motriz para o fluxo em massa
do sangue através da circulação.
É importante distinguir diferença de pressão de perfusão de diferença de
pressão transmural (geralmente abreviada como pressão transmural).
Transmural significa “através da parede”, e pressão transmural é a
diferença entre a pressão do sangue dentro de um vaso sanguíneo e a
pressão do fluido no tecido imediatamente adjacente ao vaso (a pressão
transmural é igual à pressão interna menos a pressão externa). A pressão
Artérias
transmural é a diferença de pressão que causaria o extravasamento de
sangue do vaso, se existisse uma ruptura na parede desse vaso. A pressão
transmural é chamada, também, de pressão de distensão, porque As diferenças histológicas e anatômicas das veias e artérias são as
corresponde ao “empurrão” do líquido externo na parede de um vaso VÁLVULAS que estão presentes nas veias, as artérias têm contração
sanguíneo. muscular, por conta disso, não apresentam as válvulas. A camada
muscular das artérias é bem desenvolvida (túnica média), as veias não
têm esse conjunto de músculos, para voltar para o coração sem refluxo

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foi necessário a presença das válvulas. Na hora que o sangue passa por
elas, elas se fecham impedindo o retorno sanguíneo. Contratilidade cardíaca
1. ELÁSTICOS OU DE CONDUÇÃO: lúmen amplo -> baixa resistência ao O coração apresenta o nó sinoatrial, no miocárdio tem células
fluxo. especializadas em gerar e transportar o potencial de ação porque o
2. MUSCULARES (DISTRIBUIÇÃO): distribuem sangue para os órgãos músculo só contrai se tiver o potencial de ação. Para o coração bater se
específicos. faz necessário o potencial de ação para que ocorra a liberação de cálcio
3. ARTERÍOLAS: 1 a 2 camadas de músculo liso, poucas fibras para a contração muscular.
elásticas.. O coração tem as regiões de marcapasso ou nó sinoatrial que gera
4. METARTERÍOLAS: pequenos vasos entre arteríolas e capilares. potencial de ação, que segue uma homeostase, o potencial de ação é
gerado no nó sinoatrial, que não pode ficar parado no átrio direito, sendo
necessário à sua redistribuição.
O coração tem um sistema que faz com que o potencial de ação seja
transportado para os ventrículos, o feixe de His distribui o potencial de
ação que sofre uma bifurcação e o distribui através das fibras de
Purkinje para os ventrículos.
CICLO CARDÍACO: movimento do sangue dentro do coração, é uma
sequência de sístoles (contração do músculo cardíaco) e diástoles
(relaxamento do músculo cardíaco), passa uma quantidade determinada
de sangue em um determinado período.
→ entrada de um volume sanguíneo e a saída de um determinado
ventrículo.
→ quantifica o volume sanguíneo em um período de tempo é
chamado de débito cardíaco.

Capilares
Mede a velocidade que passa em cada câmara cardíaca, traduz em
imagens a eletricidade gerada em cada câmara cardíaca, se está
Apenas túnica íntima (endotélio), organizados em leitos capilares -> 10 - 100 contraindo e relaxando adequadamente.
capilares suprimidos por uma arteríola. A outra forma de analisar é avaliando a pressão arterial.
Troca de gás oxigênio, nutrientes e eletrólitos, grande área de superfície,
paredes finas e poros.
Os capilares não têm massa muscular, o sangue é encaminhado através da
contração dos músculos e vasos próximos.
VASOS LINFÁTICOS NÃO TEM MASSA MUSCULAR.

1. CONTÍNUOS: maioria dos tecidos, principalmente pele e músculos,


células adjacentes unidas por junções intercelulares, principalmente
do sistema nervoso central, não apresentam frestas.
2. FENESTRADOS: locais de absorção ativa ou formação de filtrado
(intestino delgado, glândulas endócrinas e rins), maior permeabilidade
a soluções e fluídos.
3. SINUSÓIDES: fígado, medula óssea e tecido linfoide.

Veias/vasos de capacitância
Parede mais fina que as artérias, maior diâmetro e menor pressão.
Reservatório de sangue: 65% do suprimento sanguíneo.

Vênulas
As vênulas coletam sangue dos capilares, tecido fibroso, muscular e elástico
e valvas.
VÊNULAS MAIORES X VÊNULAS PÓS-CAPILARES: uma ou mais camadas de
músculo liso.
O retorno venoso é realizado pela bomba respiratória e bomba muscular. → Onda P: despolarização/contração dos átrios.
→ Complexo QRS: contração ventricular.

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→ Onda T: relaxamento ventricular. hipofisários. Quando esse sangue atinge os capilares da glândula hipófise
A velocidade do batimento sofre influência do sistema nervoso autônomo. O anterior, as substâncias se difundem da corrente sanguínea para o
potencial e ação é medido pela contração e relaxamento das câmaras líquido intersticial hipofisário, e agem nas células hipofisárias para
cardíacas. aumentar ou diminuir sua secreção de hormônios específicos. Este
LEI DE STARLING: fala sobre o volume circulante. sistema é chamado de sistema porta hipotalâmico-hipofisário.
RVP - resistência vascular periférica.
No momento da auscultação, notamos as bulhas cardíacas.
A pressão do sangue nas paredes do átrio direito dispara o nó sinoatrial
(eletricidade).
O fechamento das valvas atrioventriculares dá o som das bulhas cardíacas,
sendo o primeiro som o mais audível. O segundo som das bulhas cardíacas
(menos audível) é do fechamento das valvas semilunares.

Circulação
O sangue é bombeado do ventrículo esquerdo até a aorta. A aorta divide-se
e subdivide-se para formar várias artérias, que levam sangue fresco e
oxigenado para cada órgão do corpo, com exceção do pulmão. É chamado de
paralelo o padrão de ramificação arterial que leva o sangue, com a mesma
composição, a cada órgão. Depois que o sangue passa pelos capilares dos
órgãos individualmente, ele entra nas veias. Pequenas veias se juntam para
formar progressivamente veias maiores até que o fluxo sanguíneo inteiro é
levado ao átrio direito através da veia cava. Os vasos sanguíneos presentes
entre a aorta e a veia cava (incluindo os vasos sanguíneos de todos os
órgãos do corpo, exceto do pulmão) são coletivamente chamados de
circulação sistêmica. Do átrio direito, o sangue passa ao ventrículo direito,
que o bombeia para a artéria pulmonar. A artéria pulmonar ramifica-se,
progressivamente, em artérias menores, que levam o sangue para cada
capilar alveolar (pulmonar). O sangue dos capilares pulmonares é recolhido
pelas veias pulmonares e levado ao átrio esquerdo. O sangue, então, passa
ao ventrículo esquerdo, completando o circuito. Os vasos sanguíneos do
pulmão, incluindo as artérias pulmonares e veias, constituem a circulação
pulmonar. A circulação pulmonar e o coração são coletivamente chamados
de circulação central. A circulação pulmonar e a circulação sistêmica são
arranjadas em séries; isto é, o sangue precisa passar pelos vasos
pulmonares entre cada passagem pelo circuito sistêmico.
Débito cardíaco
O sangue que sai dos capilares gástricos, esplênicos ou mesentéricos
entram na veia porta. A veia porta leva o sangue venoso esplâncnico até o
fígado, onde ele passa através de outra rede de capilares antes de voltar Devido às circulações sistêmica e pulmonar estarem dispostas em série,
ao coração. Esse arranjo de dois leitos capilares em série é chamado de o volume de sangue ejetado pelo lado direito deve ser igual ao volume de
sistema porta. O sistema portal esplâncnico permite que os nutrientes que sangue ejetado pelo lado esquerdo do coração a cada minuto. O volume
foram absorvidos pelo trato gastrointestinal sejam levados diretamente ao de sangue ejetado por minuto, tanto pelo ventrículo direito quanto pelo
fígado. Lá, os nutrientes são transformados para armazenamento ou ventrículo esquerdo, é chamado de débito cardíaco.
permitidos passar para a circulação geral. O fígado também recebe sangue
diretamente da aorta pela artéria hepática. Sangue
Os rins também possuem um sistema porta. O sangue entra no rim pela O sangue pode ser separado em seus componentes líquido e celular por
artéria renal e passa através de duas redes de capilares (chamadas de centrifugação. A fase líquida do sangue é mais leve em peso do que as
glomerular e tubular), antes de retornar ao lado venoso da circulação células, e, portanto, sobe ao topo de um tubo de centrifugação. Esse
sistêmica. Grandes quantidades de água, eletrólitos e outros solutos são líquido acelular ou extracelular no sangue é chamado de plasma. A água
filtrados para fora do sangue, conforme ele passa pelos capilares constitui 93% do volume do plasma. Cerca de 5% a 7% do volume do
glomerulares. A maior parte desse material filtrado é, subsequentemente, plasma é constituído de moléculas de proteína. A presença de proteínas
reabsorvida pela circulação sanguínea, à medida que ele passa pelos dá ao plasma a cor típica amarelo-pálido. As proteínas plasmáticas são
capilares peritubulares. O restante forma a urina. Os rins usam o sistema sintetizadas no fígado e adicionadas à corrente sanguínea conforme ela
porta renal para ajustar as quantidades de água, eletrólitos e outros passa pelos capilares hepáticos. Globulina, albumina e fibrinogênio são as
solutos críticos no sangue. proteínas primárias do plasma. A globulina e a albumina são importantes
Um terceiro sistema porta é encontrado no cérebro e é importante para nas respostas imunes do corpo. O fibrinogênio é importante no processo
controlar a secreção hormonal pela glândula hipófise. Após atravessar os de coagulação do sangue. Se o sangue é removido do corpo e deixado em
capilares do hipotálamo, o sangue entra nos vasos porta, que o levam para um frasco por alguns momentos, as moléculas solúveis de fibrinogênio
a glândula hipófise anterior (adenohipófise) e para outra rede de capilares. polimerizam-se para formar uma matriz insolúvel de fibrina. Isso
Ao atravessar os capilares hipotalâmicos, o sangue recebe várias promove a solidificação do sangue, isto é, a coagulação do sangue. A
substâncias químicas sinalizadoras que controlam a liberação de hormônios coagulação pode ser prevenida adicionando-se um anticoagulante ao

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sangue; os anticoagulantes mais comuns são a heparina e o citrato. Deve filamentos espessos são compostos por moléculas de miosina. Na
ser adicionado um anticoagulante nas preparações para separação do presença de trifosfato de adenosina (ATP) e de íons cálcio (Ca 2+ ), a
sangue em suas frações celular e plasmática por centrifugação. miosina interage com a actina em uma série de etapas denominada ciclo
da ponte cruzada, que resulta em contração e geração de força em
cada sarcômero e, portanto, na célula muscular inteira.
As células musculares cardíacas estão eletricamente ligadas umas às
outras. Quando um potencial de ação é iniciado em uma única célula
muscular cardíaca, este se propaga ao longo de toda a extensão daquela
célula. Em pontos especializados de contato com as células vizinhas,
correntes iônicas criadas pelo potencial de ação fluem para as células
vizinhas e iniciam potenciais de ação nestas células. Como os potenciais
de ação propagam-se de célula para célula através do tecido cardíaco,
todas as células musculares cardíacas vizinhas contraem-se em
sincronia, como uma unidade, e depois relaxam. Isto posto, o tecido
muscular cardíaco comporta-se como se fosse uma única célula.
Portanto, costuma-se dizer que o músculo cardíaco forma um sincício
funcional.
O músculo cardíaco aparece como um arranjo de fibras (células
musculares cardíacas individuais) que estão dispostas quase em paralelo,
mas com algumas ramificações. Células adjacentes estão unidas entre si
por estruturas escuras, conhecidas como discos intercalados. A
microscopia eletrônica revelou que dentro desses discos há minúsculos
canais abertos entre as células vizinhas. Estes nexos, ou junções em
fenda, fornecem pontos de contato entre o líquido intracelular de células
Atividade elétrica do coração
adjacentes. Quando um potencial de ação despolariza a célula em uma
extremidade de um disco intercalado, íons positivos fluem através das
O coração é uma bomba muscular que propele o sangue através dos vasos junções em fenda e entram nas células vizinhas. Esta corrente iônica
sanguíneos por relaxamento e contração alternados. Conforme o músculo local despolariza as células vizinhas até o limiar para a formação de um
cardíaco relaxa, os átrios e os ventrículos são preenchidos com sangue potencial de ação. Na realidade, um potencial de ação propaga-se de
venoso. Durante a contração cardíaca, uma parte deste sangue é ejetada célula para célula através das junções em fenda, que estão localizadas
para dentro das artérias. A contração cardíaca acontece em dois estágios: no interior dos discos intercalados.
1. Os átrios direito e esquerdo começam a se contrair.
2. Após um retardo de 50 a 150 milissegundos (ms), os ventrículos
direito e esquerdo começam a se contrair.
A contração atrial ajuda a terminar o preenchimento de sangue dos
ventrículos. O retardo permite um tempo para este preenchimento
completo do volume ventricular. A contração ventricular ejeta o sangue
para fora do ventrículo esquerdo em direção à aorta e para fora do
ventrículo direito em direção à artéria pulmonar. Depois de os átrios e O fato de o tecido muscular cardíaco formar um sincício funcional e o
ventrículos se contraírem, eles relaxam e começam a se preencher. A potencial de ação cardíaco levar à contração, qualquer célula do músculo
sequência contrátil completa é iniciada e organizada por um sinal elétrico, cardíaco pode iniciar um batimento cardíaco. A maioria das células
um potencial de ação, que se propaga de célula muscular para célula musculares cardíacas tem a propriedade de se manter estável durante
muscular, através do coração. o potencial de repouso da membrana; elas nunca geram potenciais de
ação por si próprias. Entretanto, algumas poucas células musculares
cardíacas especializadas têm a capacidade de despolarizar-se
espontaneamente, aproximando-se do limiar para a formação do
potencial de ação. Quando qualquer uma destas células especializadas
O músculo cardíaco, assim como o músculo esquelético, tem uma aparência atinge o limiar e gera o potencial de ação, um batimento cardíaco
estriada ao microscópio de luz. Essas estrias cruzadas têm a mesma base acontece. As células cardíacas que se despolarizam espontaneamente
estrutural nos músculos cardíaco e esquelético. Cada célula muscular são chamadas de células marca-passo, pois iniciam os batimentos
cardíaca estriada (fibra muscular) é constituída de algumas centenas de cardíacos e, por conseguinte, determinam a frequência, ou ritmo, do
miofibrilas. Cada miofibrila tem um padrão repetitivo de faixas claras e coração.
escuras. As diversas faixas no interior de uma miofibrila recebem No coração normal, as células marca-passo que se despolarizam mais
denominações por letras (faixa A, faixa I, disco Z). O alinhamento destas rapidamente até o limiar estão localizadas dentro do nó sinoatrial (SA). O
faixas em miofibrilas adjacentes é responsável pela aparência estriada da nó SA localiza-se na parede atrial direita, no ponto onde a veia cava
fibra muscular inteira. Cada unidade repetida de faixas miofibrilares é entra no átrio direito.
chamada de sarcômero. Os neurônios motores (simpáticos e parassimpáticos) influem na
Como no músculo esquelético, cada sarcômero do músculo cardíaco é frequência cardíaca, influenciando a rapidez com que as células marca-
composto por um arranjo de filamentos espessos e finos. Os filamentos passo despolarizam-se até o limiar, mas as células marca-passo iniciam
finos estão ancorados nos discos Z; eles se interdigitam com os filamentos os potenciais de ação e, portanto, os batimentos cardíacos ocorrem,
espessos. Os filamentos finos são compostos por moléculas de actina. Os mesmo sem qualquer influência simpática ou parassimpática. Desta

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maneira, um coração denervado ainda bate, enquanto um músculo sequência, há uma breve pausa (causada pela propagação lenta do
esquelético denervado permanece relaxado (na verdade, paralisado). A potencial de ação através do nó AV). Os dois ventrículos, então,
capacidade de o coração bater sem estímulo nervoso permite que corações contraem-se, quase simultaneamente. Por fim, o coração inteiro relaxa e
transplantados funcionem. Quando um coração do doador é conectado à novamente se enche de sangue.
circulação receptora durante o transplante cardíaco, nenhum nervo é
ligado ao coração transplantado. As células marca-passo do coração
transplantado iniciam seus potenciais de ação e suas contrações. O único
fator ausente é o controle da frequência cardíaca por meio de nervos
simpáticos e parassimpáticos.
Quando formado, o potencial de ação é propagado rapidamente de célula
para célula através dos átrios direito e esquerdo, causando a contração de
ambos os átrios. Em seguida, o potencial de ação se propaga lentamente, de
célula para célula, através de uma via especial de células musculares
cardíacas que se localizam entre os átrios e os ventrículos. Esta via é
constituída pelo nó atrioventricular (AV) e pela primeira parte do feixe AV,
também denominado feixe de His. O nó AV e o feixe AV representam a
única via para a propagação dos potenciais de ação dos átrios para os
ventrículos. Nas outras regiões, os átrios e ventrículos são separados por
uma camada de tecido conjuntivo, que não pode formar e nem propagar
potenciais de ação. Além de representarem a única via condutora entre os
átrios e os ventrículos, o nó AV e a primeira parte do feixe AV têm a
propriedade especial de conduzir o potencial de ação muito lentamente. A
condução lenta através da junção AV cria o retardo entre as contrações
atrial e ventricular.

Ao passar pelas células de condução lenta da junção AV, o potencial de ação


cardíaco entra em uma rede de ramos de células cardíacas especializadas,
que tem a propriedade de propagação extremamente rápida do potencial
de ação. A zona de transição de células de condução lenta a células de
condução rápida situa-se no interior do feixe AV, o qual apresenta células
de condução lenta em sua primeira porção (conectada ao nó AV) e células
de condução rápida mais além. A porção de condução rápida do feixe AV O prolongamento do potencial de ação cardíaco é ocasionado por
dividese para formar os ramos de feixes esquerdo e direito. No ápice mudanças prolongadas na permeabilidade da membrana muscular
ventricular, os ramos de feixes dividem-se em uma dispersa rede de fibras cardíaca aos íons sódio, potássio e cálcio (Na + , K+ e Ca 2+ ). As
de Purkinje, que transportam o potencial de ação rapidamente ao longo das membranas das células musculares cardíacas têm canais de Na + e K+
paredes internas de ambos os ventrículos. As fibras de Purkinje propagam semelhantes àqueles encontrados no músculo esquelético, mas o
os potenciais de ação para dentro das fibras musculares ventriculares momento de suas aberturas e de seus fechamentos é diferente no
normais, por dentro das paredes internas (camadas subendocárdicas) de músculo cardíaco. Além disso, as membranas das células cardíacas
ambos os ventrículos. Deste ponto, os potenciais de ação são propagados também têm canais de Ca 2+ especiais, que não estão presentes no
muito rapidamente para fora, de célula para célula, através das paredes músculo esquelético. O movimento do Ca 2+ extracelular através dos
ventriculares. Conforme o potencial de ação atinge cada fibra muscular canais de Ca 2+ cardíacos tem um papel especialmente importante no
ventricular, esta fibra se contrai. A condução extremamente rápida, de prolongamento do potencial de ação cardíaco. A presença dos canais de
célula para célula, através da porção final do feixe AV, dos ramos de feixes Ca 2+ e o importante papel do Ca 2+ extracelular no potencial de ação
e do sistema de Purkinje resulta em uma contração quase sincrônica de são a quarta maior diferença entre os músculos cardíaco e esquelético.
todas as fibras em ambos os ventrículos.
Os nós SA e AV, o feixe AV, os ramos de feixes e as fibras de Purkinje
são, em conjunto, denominados sistema especializado de condução do
coração. Este sistema é composto por células musculares cardíacas
especializadas, e não por nervos. As características particulares dos
componentes do sistema especializado de condução fazem com que cada
batimento cardíaco siga uma sequência padronizada e específica. Em um A norepinefrina exerce seu efeito pela ativação de receptores β-
batimento normal, ambos os átrios contraem-se quase simultaneamente. Na adrenérgicos na membrana celular das células marca-passo. A ativação

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destes receptores acelera as mudanças no canal iônico que é responsável as seguintes fases:
pela despolarização espontânea das células marca-passo. Como as células → Celular: leucócitos
marca-passo atingem o limiar mais rapidamente na presença de → Micelar: proteínas e lipídios
norepinefrina, há um intervalo mais curto entre os batimentos cardíacos. → Molecular: uréia, ácido úrico
Portanto, a frequência cardíaca é elevada acima do seu nível intrínseco ou → Iônica: sais minerais dissociados em íons
espontâneo.
A acetilcolina tem o efeito oposto. Ela ativa receptores colinérgicos
muscarínicos na membrana celular das células marca-passo, o que retarda → Drenagem dos metabólitos, catabólitos e água dos espaços
as mudanças no canal iônico que são responsáveis pela despolarização intersticiais;
espontânea das células marca-passo. Como as células marca-passo levam → Reintegrar as proteínas ao sangue;
mais tempo para atingir o limiar na presença de acetilcolina, há um intervalo → Conduzir ao sangue os elementos que atravessam a mucosa
mais longo entre os batimentos cardíacos. Portanto, a frequência cardíaca intestinal no processo de digestão;
é reduzida abaixo do seu nível intrínseco ou espontâneo. Os neurônios → Defender o organismo das agressões de microrganismos e agentes
simpáticos liberam norepinefrina nas células do nó SA e, desta maneira, a tóxicos do interstício conduzindo-os para linfonodos onde sensibilizam
atividade nervosa simpática aumenta a frequência cardíaca. A epinefrina e o organismo ou são destruídos;
a norepinefrina, liberadas das glândulas suprarrenais e que circulam na
corrente sanguínea, têm o mesmo efeito. Os neurônios parassimpáticos
liberam acetilcolina nas células do nó SA e, assim, a atividade parassimpática Maior órgão linfoide, especializado em filtrar o sangue, destruição de
diminui a frequência cardíaca. eritrócitos velhos e anormais, depósito de ferro.

Eletrocardiograma

Funções
Sua função básica é em realizar as trocas gasosas, atuam nas células. É
dividido em dois conjuntos:
1. troca gasosa no pulmão onde ocorre a troca gasosa nos alvéolos
pulmonares, no processo de inspiração o alvéolo fica carregado de
oxigênio. O sangue oxigenado vai para as células e ocorre uma troca
gasosa onde a célula dá o gás carbônico e recebe o gás oxigênio.
2. Troca gasosa nas células: as células precisam de oxigênio porque é
um produto utilizado no ciclo de Krebs para formar ATP, gás
carbônico e água (a água fica na célula e o gás carbônico vai para i
sangue).
Fisiologicamente, a divisão do trato respiratório superior e inferior é feito
com base nas trocas gasosas no alvéolo.
Ao redor de cada alvéolo passa um capilar alveolar (presença de gás
carbônico que vai para o alvéolo e recebe o gás oxigênio que se funde ao
sangue).
O sistema respiratório na fisiologia é dividido em três áreas:
1. ZONA DE TRANSPORTE GASOSO: não faz troca gasosa, é o trato
superior (filtra, umedece e aquece o ar inspirado para não ocorrer
Sistema Linfático choque térmico e expansão dos gases).
2. ZONA RESPIRATÓRIA: ocorre as trocas gasosas, nos alvéolos.
Constituído por rede de vasos linfáticos distribuídos por todo corpo animal. 3. ZONA DE TRANSIÇÃO: tem gases circulantes, gás carbônico e
Os vasos linfáticos localizam-se entre as células dos tecidos, de onde oxigênio, mas não faz trocas gasosas, é uma transição entre a zona
captam os restos do líquido tissular extravasados dos capilares sanguíneos. de transporte gasoso com a zona respiratória.
VENTILAÇÃO: entrada de gás oxigênio e saída de gás carbônico.
RESPIRAÇÃO: troca gasosa entre o alvéolo e o capilar e, o capilar e as
→ Capilares linfáticos originam vasos linfáticos, convergindo para região células.
torácica. Anastomose com as veias subclávias. ESPAÇO MORTO RESPIRATÓRIO: sistema respiratório superior, os cães
fazem resfriamento corporal pelo espaço morto.


Capilares.
Vasos. Ventilação pulmonar
→ Ductos.
→ Linfonodos.

Os pulmões podem ser expandidos e contraídos por duas maneiras:


Sistema coloidal polifásico, heterogêneo, com dispersão em água. Apresenta
1. por movimentos de subida e descida do diafragma para aumentar ou

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diminuir a cavidade torácica. quarto dos encontrados em adultos. Além disso, o surfactante não
2. pela elevação e depressão das costelas para aumentar e diminuir o começa a ser secretado nos alvéolos até o sexto ou sétimo mês de
diâmetro anteroposterior da cavidade torácica. gestação e, em alguns casos, até mesmo mais tardiamente. Assim,
A respiração tranquila normal é realizada quase inteiramente pelos muitos recém-nascidos prematuros têm pouco ou nenhum surfactante
movimentos do diafragma. nos alvéolos quando nascem, e os seus pulmões têm tendência extrema
ao colapso, algumas vezes de seis a oito vezes maior que a de pessoa
adulta. Isso causa a condição chamada síndrome de angústia respiratória
do recém-nascido. Ela é fatal, caso não seja tratada com medidas
enérgicas, especialmente, respiração assistida por pressão positiva
Os pulmões são estruturas elásticas que colapsam, como um balão, e expele
contínua.
todo o ar pela traqueia, toda vez que não existe força para mantê-lo
inflado. Também não existem conexões entre os pulmões e as paredes da
caixa torácica, exceto onde ele está suspenso no hilo a partir do mediastino, REGISTRO DAS MUDANÇAS NO VOLUME PULMONAR - ESPIROMETRIA: a
região situada no meio da caixa torácica. Em vez disso, o pulmão “flutua” na ventilação pulmonar pode ser estudada por meio do registro do
cavidade torácica, cercado por fina camada de líquido pleural que lubrifica o movimento do volume de ar para dentro e para fora dos pulmões, o
movimento dos pulmões dentro da cavidade. método chamado espirometria.
1. PRESSÃO PLEURAL: é a pressão do líquido no estreito espaço entre VOLUMES PULMONARES:
a pleura visceral e a pleura parietal. Normalmente ocorre leve 1. O volume corrente é o volume de ar inspirado ou expirado, em
sucção entre os folhetos pleurais, o que significa discreta pressão cada respiração normal.
negativa. 2. O volume de reserva inspiratório é o volume extra de ar que
2. PRESSÃO ALVEOLAR: a pressão do ar dentro dos alvéolos pode ser inspirado, além do volume corrente normal, quando a
pulmonares. Quando a glote está aberta e não existe fluxo de ar pessoa inspira com força total.
para dentro ou para fora dos pulmões, as pressões em todas as 3. O volume de reserva expiratório é o máximo volume extra de ar
partes da árvore respiratória, até os alvéolos, são iguais à pressão que pode ser expirado na expiração forçada, após o final de
atmosférica, que é considerada a pressão de referência zero nas expiração corrente normal.
vias aéreas. 4. O volume residual é o volume de ar que fica nos pulmões, após a
3. PRESSÃO TRANSPULMONAR: a diferença entre a pressão alveolar expiração mais forçada.
e a pressão pleural. É chamada pressão transpulmonar. .É a
diferença de pressão entre os alvéolos e as superfícies externas
dos pulmões, sendo medida das forças elásticas nos pulmões que A importância fundamental da ventilação pulmonar é a de renovar
tendem a colapsá-los a cada instante da respiração, a chamada continuamente o ar nas áreas de trocas gasosas dos pulmões, onde o ar
pressão de retração. está próximo à circulação sanguínea pulmonar. Essas áreas incluem os
alvéolos, sacos alveolares, duetos alveolares e bronquíolos respiratórios.
A velocidade/intensidade com que o ar novo alcança essas áreas é
chamada ventilação alveolar.
PRINCÍPOS DA TENSÃO SUPERFICIAL: quando a água forma uma superfície
de contato com o ar, as moléculas da água na superfície têm atração
especialmente forte umas pelas outras. Como resultado, a superfície da
água está sempre tentando se contrair. Isto é o que mantém as gotas de Parte do ar que a pessoa respira nunca alcança as áreas de trocas
chuva unidas. Na superfície interna do alvéolo, a superfície da água também gasosas, por simplesmente preencher as vias respiratórias onde essas
está tentando se contrair. Isso resulta em tentativa de forçar o ar para trocas nunca ocorrem, tais como o nariz, a faringe e a traqueia. Esse ar
fora do alvéolo, pelo brônquio, e, ao fazer isso, induz o colapso do alvéolo. O é chamado ar do espaço morto, por não ser útil para as trocas gasosas.
efeito global é o de causar força contrátil elástica de todo o pulmão que é Na expiração, o ar do espaço morto é expirado primeiro, antes de
referida como força elástica da tensão superficial. qualquer ar dos alvéolos alcançar a atmosfera. Portanto, o espaço morto
SURFACTANTE E SEUS EFEITOS NA TENSÃO SUPERFICIAL: o surfactante é é muito desvantajoso para remover os gases expiratórios dos pulmões.
um agente ativo da superfície da água, o que significa que ele reduz ESPAÇO MORTO ANATÔMICO VERSUS FISIOLÓGICO: o método descrito
bastante a tensão superficial da água. É secretado por células epiteliais para medida do espaço morto mede o volume de todos os espaços,
especiais secretoras de surfactante chamadas células epiteliais alveolares excetuando-se os alvéolos e outras áreas de trocas gasosas
tipo II, que constituem cerca de 10% da área de superfície alveolar. Essas intimamente relacionadas; esse espaço é chamado espaço morto
células são granulares, contêm inclusões lipídicas que são secretadas no anatômico. Ocasionalmente, alguns dos próprios alvéolos podem ser não
surfactante dentro dos alvéolos. O surfactante é mistura complexa de funcionantes ou parcialmente funcionantes por causa da ausência ou
vários fosfolipídios, proteínas e íons. redução do fluxo sanguíneo pelos capilares pulmonares adjacentes.
PRESSÃO EM ALVÉOLOS OCLUÍDOS CAUSADA PELA TENSÃO SUPERFICIAL: Assim, do ponto de vista funcional, esses alvéolos também devem ser
caso as vias aéreas que levam aos alvéolos pulmonares estejam bloqueadas, considerados como parte do espaço morto. Quando o espaço morto
a tensão superficial, no alvéolo, tende a colapsá-lo. Isso cria pressão positiva alveolar é incluído na medida total do espaço morto, ele é chamado
alveolar, tentando empurrar o ar para fora. espaço morto fisiológico, em contraposição ao espaço morto anatômico
EFEITO DO RAIO ALVEOLAR NA PRESSÃO CAUSADA PELA TENSÃO
SUPERFICIAL: quanto menor o alvéolo, maior a pressão alveolar causada pela
tensão superficial. duplicadas. Isto é especialmente significativo em recém-
nascidos prematuros, muitos dos quais têm o raio alveolar menor que um O ar é distribuído, nos pulmões, pela traqueia, brônquios e bronquíolos.

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Para evitar o colapso da traqueia, múltiplos anéis cartilaginosos existem por automática de eventos é desencadeada por circuitos neuronais locais,
cinco sextos do diâmetro traqueal. Nas paredes brônquicas, placas causando o seguinte efeito.
cartilaginosas encurvadas menos extensas mantêm a rigidez de forma 1. até 2,5 litros de ar são rapidamente inspirados.
razoável, embora permitam mobilidade suficiente para a expansão e 2. a epiglote se fecha e as cordas vocais são fechadas com
contração dos pulmões. Essas placas ficam progressivamente menos firmeza para aprisionar o ar no interior dos pulmões.
extensas nas últimas gerações de brônquios, e não estão presentes nos 3. os músculos abdominais se contraem com força, empurrando o
bronquíolos. Os bronquíolos não estão livres de colapso pela rigidez de suas diafragma, enquanto outros músculos expiratórios, tais como os
paredes. Em vez disso, eles são mantidos expandidos pelas mesmas intercostais internos, também se contraem com força.
pressões transpulmonares que expandem os alvéolos. Isto é, conforme os 4. as cordas vocais e a epiglote subitamente se abrem de forma
alvéolos aumentam, os bronquíolos também aumentam, mas não na mesma ampla, e o ar sob alta pressão nos pulmões explode em direção
intensidade. ao exterior.
PAREDE MUSCULAR DOS BRÔNQUIOS E BRONQUÍOLOS E SEUS → Fundamentalmente, a forte compressão dos pulmões colapsa os
CONTROLES: Em todas as áreas da traqueia e brônquios não ocupadas por brônquios e a traqueia, ao fazer com que as partes não
placas cartilaginosas as paredes são compostas principalmente por músculo cartilaginosas se invaginem, de forma que o ar explosivo, na
liso. As paredes dos bronquíolos também são quase de modo completo realidade, passa pelas fendas brônquica e traqueal. O ar que se
formadas por músculo liso, com a exceção do bronquíolo mais terminal, move rapidamente, carrega em geral consigo qualquer material
denominado bronquíolo respiratório, que é constituído, em sua maior parte, estranho que esteja presente nos brônquios e na traqueia.
de epitélio pulmonar e tecido fibroso subjacente, mais algumas fibras REFLEXO DO ESPIRRO: o estímulo que inicia o reflexo do espirro é a
musculares lisas. irritação das vias nasais; impulsos aferentes passam pelo quinto par
CONTROLE NEURAL E LOCAL DA MUSCULATURA BRONQUIOLAR: craniano para o bulbo, onde o reflexo é desencadeado.
1. Dilatação “simpática" dos bronquíolos: o controle direto dos
bronquíolos pelas fibras nervosas simpáticas é relativamente fraco
porque poucas dessas fibras penetram nas porções centrais do Conforme o ar passa pelo nariz, três funções respiratórias distintas são
pulmão. Entretanto, a árvore brônquica é muito mais exposta à realizadas pelas cavidades nasais:
norepinefrina e epinefrina, liberadas na corrente sanguínea pela 1. o ar é aquecido nas extensas superfícies das conchas e septo.
estimulação simpática da medula da glândula adrenal. Ambos os 2. o ar é quase completamente umidificado, até mesmo antes de
hormônios, especialmente a epinefrina, por causa de sua maior
ultrapassar por completo as cavidades nasais.
estimulação dos receptores betadrenérgicos, causam dilatação da
3. o ar é parcialmente, furtado.
árvore brônquica.
2. Constrição parassimpática dos bronquíolos:. umas poucas fibras Essas funções em conjunto são chamadas de função de
parassimpáticas, derivadas do nervo vago, penetram no parênquima condicionamento do ardas vias respiratórias superiores.
pulmonar. Esses nervos secretam acetilcolina e, quando ativados, FUNÇÃO DE FILTRAÇÃO DO NARIZ: os pelos, na entrada das narinas, são
causam constrição leve a moderada dos bronquíolos. importantes para a filtração de grandes partículas. Muito mais
FATORES SECRETORES LOCAIS FREQUENTEMENTE CAUSAM CONSTRIÇÃO importante, entretanto, é a remoção de partículas por precipitação
BRONQUILAR: Diversas substâncias, formadas nos próprios pulmões, são turbulenta. Isto é, o ar, passando pelas vias nasais, choca-se com
com frequência muito ativas em produzir a constrição bronquiolar. Duas das anteparos obstrutivos: as conchas, o septo e a parede da faringe.
mais importantes dessas são a histamina e a substância de reação lenta da Sempre que o ar se choca com uma dessas estruturas obstrutivas, ele
anafdaxia. Ambas são liberadas pelos mastócitos dos tecidos pulmonares, deve mudar a direção de seu movimento.
durante reações alérgicas, especialmente as causadas pelo pólen no ar.
REVESTIMENTO MUCOSO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS E AÇÃO DOS CÍLIOS
NA LIMPEZA DESSAS VIAS: todas as vias respiratórias, do nariz aos
bronquíolos terminais, são mantidas úmidas por camada de muco que O mecanismo de turbulência nasal para remoção das partículas do ar é
recobre toda a superfície. O muco é secretado, em parte, por células tão efetivo que quase nenhuma partícula maior que 6 micrômetros de
mucosas caliciformes individuais do revestimento epitelial das vias aéreas e, diâmetro entra no pulmão pelo nariz. Esse tamanho é menor que o de
em parte por pequenas glândulas submucosas. Além de manter as uma hemácia.
superfícies úmidas, o muco aprisiona pequenas partículas do ar inspirado e
evita que a maior parte delas alcance os alvéolos. O próprio muco é Circulação pulmonar, edema pulmonar
removido das vias respiratórias da seguinte maneira. Toda a superfície das
vias respiratórias, tanto no nariz quanto nas vias inferiores tão distantes
quanto os bronquíolos terminais, é revestida com epitélio ciliado. A direção
e líquido pleural
desse “movimento ciliar de força” é sempre para a faringe. Isto é, os cílios
pulmonares vibram em direção superior, enquanto os no nariz vibram em
direção inferior.
REFLEXO DA TOSSE: os brônquios e a traqueia são tão sensíveis a leve VASOS PULMONARES: a artéria pulmonar é fina, com espessura de sua
toque que quantidades mínimas de material estranho ou outras causas de parede com um terço da espessura da aorta. Os ramos da artéria
irritação iniciam o reflexo da tosse. A laringe e a carina (o ponto onde a pulmonar são muito curtos, e todas as artérias pulmonares, mesmo as
traqueia se divide nos brônquios) são especialmente sensíveis, e os menores artérias e arteríolas, têm diâmetros maiores do que suas
bronquíolos terminais e mesmo os alvéolos também são sensíveis a correspondentes na circulação sistêmica. Isso, combinado ao fato de que
estímulos químicos corrosivos. Impulsos neurais aferentes passam das vias os vasos são finos e distensíveis, dá à árvore pulmonar grande
respiratórias, principalmente pelo nervo vago, até o bulbo, onde sequência complacência. Essa grande complacência permite que as artérias

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pulmonares acomodem o volume sistólico do ventrículo direito. adequada do sangue, é importante que ele seja distribuído para os
As veias pulmonares, como as artérias pulmonares, também são curtas. segmentos pulmonares onde os alvéolos estejam melhor oxigenados.
Elas drenam imediatamente seu sangue efluente no átrio esquerdo, sangue
este que é bombeado pelo lado esquerdo do coração para toda a circulação
sistêmica. O edema pulmonar ocorre da mesma forma que os edemas de outros
VASOS BRÔNQUICOS: o sangue também flui para os pulmões pelas locais do organismo. Qualquer fator que aumente a filtração de líquidos
pequenas artérias brônquicas originárias na circulação sistêmica, sendo para fora dos capilares pulmonares ou que impeça o funcionamento dos
responsável por, aproximadamente, 1% a 2% do débito cardíaco total. Esse linfáticos pulmonares provocando o aumento da pressão do líquido
sangue da artéria brônquica é sangue oxigenado, em contraste com o intersticial pulmonar, que passe da faixa negativa para a positiva,
sangue parcialmente desoxigenado encontrado nas artérias pulmonares. Ele causará o rápido enchimento dos espaços intersticiais pulmonares e dos
supre os tecidos de suporte dos pulmões, incluindo o tecido conjuntivo, os alvéolos, com grande quantidade de líquido livre.
septos e os grandes e pequenos brônquios. Depois que esse sangue As causas mais comuns de edema pulmonar são as seguintes:
brônquico e arterial passa pelos tecidos de suporte, ele é drenado para as 1. Insuficiência cardíaca esquerda ou doença da válvula mitral, com
veias pulmonares e entra no átrio esquerdo, em vez de voltar para o átrio grandes elevações da pressão venosa pulmonar e alagamento
direito. Portanto, o fluxo para o átrio esquerdo e o débito do ventrículo dos espaços intersticiais e dos alvéolos.
esquerdo são cerca de 1% a 2% maiores do que o débito do ventrículo 2. Lesão das membranas dos capilares pulmonares, causada por
direito. infecções, como a pneumonia, ou pela inalação de substâncias
VASOS LINFÁTICOS: os vasos linfáticos estão presentes em todo o tecido tóxicas, como o cloro gasoso ou o gás dióxido de enxofre. Cada
de suporte do pulmão, começando nos espaços de tecido conjuntivo que um desses gases causa rápido vazamento tanto de proteínas
circundam os bronquíolos terminais, cursando para o hilo do pulmão e, desse plasmáticas quanto de líquido dos capilares para os espaços
ponto, principalmente para o dueto linfático torácico direito. Partículas que intersticiais dos pulmões e para os alvéolos.
chegam aos alvéolos são parcialmente removidas por meio desses canais, e
a proteína plasmática que escapa dos capilares pulmonares também é
removida dos tecidos pulmonares, ajudando a prevenir um edema pulmonar. Quando os pulmões se expandem e se contraem, durante a respiração
normal, eles deslizam para frente e para trás, dentro da cavidade
pleural. Para facilitar esse deslizamento, fina camada de líquido mucoide
Durante a sístole, a pressão na artéria pulmonar é essencialmente igual à existe entre as pleuras parietal e visceral.

Sistema respiratório
pressão no ventrículo direito. Entretanto, depois que a válvula pulmonar se
fecha, ao final da sístole, a pressão ventricular cai vertiginosamente,
enquanto a pressão arterial pulmonar cai mais lentamente à medida que o RESPIRAÇÃO é o meio pelo qual os animais obtêm e usam o oxigênio e
sangue flui pelos capilares dos pulmões. eliminam o dióxido de carbono. Os aspectos físicos da respiração estão
relacionados com o abastecimento de oxigênio para as células, onde ele é
recebido pelas mitocôndrias ao final da cadeia de transferência de
O volume sanguíneo dos pulmões é de cerca de 450 mililitros, cerca de 9% elétrons. Ali, os co-fatores reduzidos do metabolismo são novamente
do volume total de sangue em todo o sistema circulatório. Aproximadamente oxidados e, nesse processo de transferência de elétrons, o hidrogênio
70 mililitros desse volume sanguíneo ficam localizados nos capilares combina-se com o oxigênio para formar água. Essa água é referida
pulmonares, e o restante é dividido igualmente entre as artérias e veias como água metabólica
pulmonares.
OS PULMÕES SERVEM COMO RESERVATÓRIO DE SANGUE: sob várias Aparelho respiratório
condições fisiológicas e patológicas, a quantidade de sangue nos pulmões
pode variar desde a metade do normal até duas vezes o volume normal. O aparelho respiratório consiste em pulmões e pleura e passagens de ar
conduzindo a eles, incluindo narinas, cavidades nasais, faringe, laringe,
traqueia, brônquios e bronquíolos.

Narinas são aberturas externas pareadas para passagem de ar. São


mais flexíveis e dilatáveis em equinos e mais rígidas em suínos. A
A insuficiência do lado esquerdo do coração ou aumento da resistência ao dilatação das narinas é vantajosa quando se requer mais ar, como em
fluxo sanguíneo pela válvula mitral, resultante de estenose ou regurgitação corridas e em situações nas quais a respiração não é feita pela boca.
mitral, faz com que o sangue se acumule na circulação pulmonar, algumas As narinas oferecem as aberturas externas para as cavidades nasais
vezes aumentando o volume pulmonar por até 100% e causando grandes pareadas. As cavidades nasais são separadas entre si pelo septo nasal e
elevações nas pressões vasculares pulmonares. Como o volume da da boca por palato duro e palato mole. Além disso, cada cavidade nasal
circulação sistêmica é aproximadamente nove vezes o da circulação contém ossos turbinados cobertos por mucosa (conchas) que se
pulmonar, o desvio de sangue de um sistema para o outro afeta projetam para o interior a partir das paredes dorsal e lateral,
enormemente o sistema pulmonar, mas geralmente tem somente leves separando a cavidade em passagens conhecidas como meatos: comum,
efeitos na circulação sistêmica. dorsal, médio e ventral. A mucosa dos turbinados é bem vascularizado e
serve para aquecer e umidificar o ar inalado. Outra função é o
resfriamento do sangue que supre o cérebro. As artérias que suprem
O fluxo de sangue pelos pulmões é essencialmente igual ao débito cardíaco. sangue para o cérebro dividem-se em várias artérias menores na sua
Na maioria das condições, os vasos pulmonares atuam como tubos base e daí juntam-se novamente antes de entrar. Essas artérias
distensíveis passivos que se dilatam com o aumento da pressão e se menores banham-se numa "poça" de sangue venoso que vem das
estreitam com a diminuição da pressão. Para que ocorra a aeração paredes das passagens nasais, onde foi resfriado. O cérebro é o órgão

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mais sensível do corpo, então esse método de resfriamento é razão da pleura, uma membrana serosa lis, constituída de uma única
particularmente importante durante momentos de extrema atividade. A camada de células fundidas na superfície de uma camada de tecido
respiração pela boca quando o ar ambiente está extremamente frio conjuntivo. Ela envolve ambos os pulmões (pleura visceral). A pleura para
parece ser reflexo, o que evitaria o super-resfriamento do cérebro, os pulmões direito e esquerdo encontra-se próxima da linha média e ali é
passível de ocorrer se todo o ar inalado atravessasse o meato e entrasse refletida para cima (dorsalmente), retorna pela parede torácica interna
em contato com as conchas. O epitélio olfatório está localizado na porção e a reveste (pleura parietal). O espaço entre as respectivas camadas de
caudal da cavidade nasal e a maior percepção dos odores (uma função não pleura visceral conforme ascendem para a parede dorsal é conhecido
respiratória) é conseguida pelo ato de fungar (inspirações e expirações como espaço mediastínico. Dentro do espaço mediastínico, estão veias
rápidas alternadas e superficiais). cavas, ducto linfático, torácico, esôfago, aorta e traqueia. O espaço
A faringe está caudal às cavidades nasais e é uma passagem comum para mediastínico está intimamente associado ao espaço intrapleural (espaço
ar e comida. As aberturas para a faringe abrangem as duas narinas entre as pleuras visceral e parietal), assim, as alterações da pressão no
posteriores, duas tubas de Eustáquio, boca (cavidade oral), glote e esôfago. espaço intrapleural são acompanhadas por alterações similares no
A abertura da faringe levando à continuação da passagem respiratória é a espaço mediastínico. Além disso, as alterações de pressão no espaço
laringe, o órgão da fonação (produção de som) nos mamíferos. O som é mediastínico são acompanhadas por alterações internas das estruturas
produzido pela passagem controlada de ar, que provoca a vibração das mediastínicas, produzidas porque suas paredes são suscetíveis de
cordas vocais na laringe. O órgão da fonação em pássaros é chamado de dilatação por uma pressão relativamente baixa.
siringe, localizada onde a traqueia se divide para formar os brônquios.
Glote é a abertura semelhante a uma fenda entre as cordas vocais e o Fatores associados à respiração
local de inserção de um tubo endotraqueal (dentro da traqueia) quando este Vários fatores da terminologia respiratória precisam ser entendidos
é usado para proporcionar ventilação, assistida e para administração de para observação, descrição e mensuração do comportamento individual
anestésicos inalatórios. Estendendo-se cranialmente a partir da laringe está animal relacionado à respiração.
a epiglote, uma placa cartilaginosa em formato de folha coberta por
membrana mucosa. Está localizada na raiz da língua, que passivamente se
inclina sobre a laringe durante o ato de deglutição, evitando a entrada na Um ciclo respiratório consiste numa fase inspiratória seguida de uma
traqueia de um bolo sendo deglutido. fase expiratória. A inspiração compreende o aumento de tamanho de
A traqueia é a primeira via de acesso do ar para os pulmões. Continua-se a tórax e pulmões, com entrada conjunta de ar. O tórax aumenta de
partir da laringe, cranialmente e divide-se caudalmente para formar os tamanho por contração do diafragma (separação musculotendínea entre
brônquios direito e esquerdo. A parede traqueal contém anéis cartilaginosos o tórax e o abdome) e pela contração dos músculos intercostais
que evitam o colapso da via aérea. Cada anel traqueal é incompleto (não apropriados (músculos localizados entre as costelas). A contração
unido dorsalmente), o que permite variações em diâmetro reguladas pelo diafragmática aumenta o tórax em direção caudal e a contração do
músculo liso traqueal. Esse diâmetro aumenta em momentos de maior músculo intercostal, em direção cranial e para fora. Em condições de
necessidade ventilatória. respiração normal, a inspiração requer maior esforço do que a
Os brônquios direito e esquerdo e suas subdivisões continuam-se em toda expiração e, às vezes, a expiração parece ser passiva. A expiração pode
via até os alvéolos, subdivisões menores e finais das passagens aéreas. As se tornar um processo bem ativo, particularmente durante períodos de
subdivisões da traqueia para os alvéolos, de maior para menor, são: respiração acelerada e quando existem impedimentos à saída do ar. Os
→ BRÔNQUIOS. músculos intercostais apropriados contraem-se para ajudar na
→ BRONQUÍOLOS. expiração. Outros músculos esqueléticos podem auxiliar tanto na
→ BRONQUÍOLOS TERMINAIS. inspiração como na expiração, como os músculos abdominais. Quando
→ BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS. contraídos, esses músculos forçam as vísceras abdominais para frente,
→ DUCTOS ALVEOLARES. para pressionar o diafragma, o que por sua vez diminui o volume
→ SACO ALVEOLAR. torácico.
→ ALVÉOLOS.

Alvéolos pulmonares Existem dois tipos de respiração:


1. RESPIRAÇÃO ABDOMINAL: é caracterizada por movimentos
Os alvéolos pulmonares são os principais pontos de difusão de gases entre visíveis do abdome, quando este se projeta durante a expiração.
o ar e o sangue. A separação do ar e sangue, e assim a distância de Normalmente, predomina o tipo abdominal de respiração.
difusão, é mínima no nível alveolar. O epitélio alveolar e o endotélio capilar 2. RESPIRAÇÃO COSTAL: caracterizada por movimentos
estão intimamente associados. O sangue venoso das artérias pulmonares pronunciado das costelas. Durante condições dolorosas do
transforma-se em sangue arterial e retorna ao átrio pelas veias abdome, como a peritonite, na qual o movimento das vísceras
pulmonares. A cor arroxeada do sangue torna-se vermelha brilhante no agrava a dor, a respiração costal pode predominar. Semelhante,
sangue arterial durante a restauração da hemoglobina com novo oxigênio em condições dolorosas do tórax, tais como pleurite, a respiração
que se difundiu pelos alvéolos. abdominal pode ficar mais aparente. A retenção do tórax para
Pulmões e pleura
minimizar sua expansão para fora e cranialmente requer maior
esforço diafragmático, e o subsequente movimento das vísceras
Os pulmões são as principais estruturas do sistema respiratório, estruturas abdominais acentua o tipo abdominal de respiração.
pareadas que ocupam todo o espaço no tórax não preenchido. Quando o
tórax se expande em volume, os pulmões também se expandem, permitindo
a entrada do ar. Além dos tipos de respiração, existem variações relacionadas com a
Os pulmões têm movimentos quase livres de fricção dentro do tórax, em frequência dos ciclos respiratórios, profundidade da inspiração, ou
ambas.

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a. EUPNÉIA: termo usado para descrever a respiração normal, sem expansão dos pulmões fica restrita, a ventilação adequada é mantida
desvios em frequência ou profundidade. pela elevação da frequência, por exemplo, quando os bovinos se deitam,
b. DISPNÉIA: respiração dificultosa, na qual é visível o esforço o grande rúmen empurra o diafragma e restringe seu movimento e a
requerido para respirar. O animal usualmente está ciente desse frequência respiratória parece aumentar.
estágio de respiração. A frequência respiratória costuma aumentar durante doenças. Então,
c. HIPERPNÉIA: respiração caracterizada por aumento de profundida, ela é determinante no estado de saúde, mas a frequência para as
frequência ou ambas e é notada após esforço físico. O animal não espécies sob condições variadas precisa ser conhecida, para que esse
está consciente desse estágio. parâmetro possa ser interpretado adequadamente. Valores são
d. POLIPNÉIA: respiração rápida e superficial, de certa forma similar significativos somente quando obtidos oportunamente dos animais em
ao arfar. Assemelha-se a hiperpnéia quanto à frequência, mas é repouso.
diferente em relação a profundidade.
e. APNÉIA: refere-se à interrupção da respiração. Porém, como usado A velocidade do fluxo de ar diminui progressivamente da traqueia em
clinicamente, em geral se aplica a um estágio transitório de direção aos bronquíolos. Escutar os sons pulmonares com a ajuda de um
cessação de respiração. estetoscópio denomina-se ausculta. O fluxo de ar de alta velocidade e
f. TAQUIPNÉIA: é a rapidez excessiva da respiração. turbulento na traqueia e nos bronquíolos produz sons pulmonares que
g. BRADIPNÉIA: é uma lentidão anormal da respiração. podem ser ouvidos através do estetoscópio num animal normal. O fluxo
laminar de baixa velocidade nos bronquíolos não produz som. Para
amplificar os sons, esforços respiratórios profundos podem ser
As descrições convencionais para os volumes pulmonares são associadas à produzidos colocando-se um saco plástico frouxamente sobre o focinho
quantidade de ar dentro deles num período de tempo ou à quantidade numa do animal.
respiração. O termo som respiratório aplica-se a qualquer som que acompanhe o
Volume corrente é a quantidade de ar respirada para dentro ou para fora movimento do ar através da árvore traqueobrônquica. Os sons
durante um ciclo respiratório. Pode aumentar ou diminuir em relação ao respiratórios variam aleatória e amplamente em intensidade, dependendo
normal, dependendo das necessidades ventilatórias. de serem produzidos nas vias aéreas maiores ou no parênquima
Volume de reserva inspiratório é a quantidade de ar que pode ainda ser pulmonar remanescente.
inspirada após a inalação do volume corrente. Os sons adventícios são extrínsecos ao mecanismo normal de produção
Volume de reserva expiratório é a quantidade de ar que pode ainda ser de som do trato respiratório e são sons anormais sobrepostos aos sons
expirada após se exalar o volume corrente. respiratórios. Os sons adventícios são ainda classificados como
Volume residual é a quantidade de ar remanescente nos pulmões depois de crepitação e sibilo. Doenças que provocam edema ou exsudato nas vias
expiração mais forçada. Além disso, uma parte do volume residual aéreas podem resultar em crepitação. Os sibilos sugerem vias aéreas
permanece nos pulmões após estes terem sido removidos durante o abate estreitas (por exemplo, broncoconstrição, espessamento da parede
ou exame pós-morte. Devido ao volume residual remanescente, os cortes brônquica, compressão externa das vias aéreas).
do pulmão flutuam na água. A consolidação do tecido pulmonar, como corre Com exceção do fluxo laminar e de baixa velocidade nos bronquíolos, a
em pneumonia, faz com que afundem. ausência de sons respiratórios implica em não haver nenhum tecido
Às vezes, é útil combinar dois ou mais desses volumes. Tais combinações pulmonar funcional abaixo do estetoscópio.
são chamadas de capacidades.
Capacidade pulmonar total é a soma de todos os valores. Pressões respiratórias
Capacidade vital é a soma de todos os volumes além do volume residual, é a Solutos e solventes difundem-se de uma área cuja concentração é maior
quantidade máxima de ar que pode ser respirada depois do maior esforço para uma em que ela é menor, assim também os gases. As
respiratório. concentrações de gases em geral são expressas como pressões. Isso às
Capacidade inspiratória é a soma dos volumes de reserva inspiratória e a vezes ajuda a pensar em termos de concentração, ao invés da pressão
corrente. quando se determina a difusão de um único gás numa mistura de gases.
Capacidade residual funcional é a soma do volume de reserva expiratório e
do volume residual.
Usualmente, a pressão do gás é considerada em termos de pressão
total, independentemente de ser um único gás ou mistura de gases.
Frequência respiratória refere-se ao número de ciclos respiratórios a cada Quando se considera o equilíbrio de duas misturas de gases separadas
minuto. A frequência respiratória pode ser afetada pelos seguintes por uma membrana permeável, porém, é necessário ter em conta cada
fatores: gás na mistura separadamente em termos de contribuição À pressão
→ Tamanho corpóreo. total. Portanto, usa-se o termo pressão parcial, definido como a pressão
→ Idade. exercida por um gás em particular numa mistura de gases. A soma das
→ Exercício. pressões parciais dos gases numa mistura iguala-se à pressão total. A
→ Excitação. notação fisiológica para pressão parcial é P. Gases específicos são
→ Temperatura ambiente. registrados com seus símbolos químicos. Assim, a pressão parcial do
→ Gestação. oxigênio numa mistura de gases é registrada como PO2. A pressão
→ Grau de preenchimento do trato digestório. parcial de oxigênio no sangue arterial e no sangue venoso é fornecida,
respectivamente, como PaO2 e PvO2, onde a particularidade dos sangues
→ Estado de saúde
arterial e venoso é expressa pelas letras a e v.
A gestação e o preenchimento do trato digestório aumentam a frequência
porque limitam o movimento do diafragma durante a inspiração. Quando a

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Como o oxigênio é consumido e o dióxido de carbono é produzido pelas O volume corrente é usado para ventilar não somente os alvéolos, mas
células, espera-se que o sangue venoso (sangue que retorna aos pulmões também as vias aéreas que levam a eles. Devido a pouca ou nenhuma
após servir as células) tenha maior PCO2 e menor PO2 do que o sangue difusão de oxigênio e dióxido de carbono através das membranas da
arterial (sangue que foi reabastecido pelos pulmões e está no trajeto para maior parte das vias, eles formam parte do que é chamado de
as células). O sangue arterial obtido de uma parte do corpo tem ventilação do espaço morto. A outra parte da ventilação do espaço
aproximadamente o mesmo conteúdo de gases do que o obtido de outra morto é feita dos alvéolos com reduzida perfusão capilar. A ventilação
parte porque nenhum atingiu os sistemas capilares onde ocorrem as desses alvéolos é ineficiente nas trocas produtivas de gases sanguíneos.
trocas (perda de oxigênio e ganho de gás carbônico). O sangue venoso de A ventilação dos alvéolos e vias aéreas não perfundidos, graças a
diferentes partes do corpo pode variar, porém, devido ao metabolismo nenhuma troca dos gases respiratórios, é referida como espaço morto
diferente associado à função da parte do corpo. Um local mais ativo fisiológico. O espaço morto fisiológico é definido como o volume de gás
consome mais oxigênio e produz mais gás carbônico do que um pouco que é inspirado, mas não participa das trocas de gases nas vias aéreas
menos ativo. Devido a essas diferenças, o sangue da veia jugular pode não e alvéolos. Por isso, o volume corrente (Vc) tem um componente de
ser representativo de todo o sangue venoso corpóreo (sangue do átrio espaço morto (VM) e um componente alveolar (VA) ou Vc = VM + VA.
direito). A ventilação do espaço morto é uma parte necessária do processo de
ventilação dos alvéolos e não é totalmente desperdiçada. Ela ajuda no
aquecimento e umidificação do ar inalado e no resfriamento do corpo
A pressão total de uma atmosfera (1 atm) de ar sob condições de sob certas condições, tais como quando é preciso arfar. Durante o ato
temperatura e pressão padrão é de 760mmHg. A composição apropriada de arfar, a frequência respiratória aumenta e o volume corrente
do ar atmosférico seco (e pressões parciais correspondentes) é: 21% de diminui, de forma que a ventilação alveolar permanece aproximadamente
O2 (PO2 cerca de 159mmHg), 0,03% de CO2 (PCO2 cerca de 0,23mmHg), constante.
79% de N2 (PN2 cerca de 600mmHg). A pressão total é de
aproximadamente 760mmHg. O CO2 está quase ausente no ar
atmosférico, o que explica o gradiente de difusão eficiente para o CO2 do A pressão dentro dos pulmões é chamada de pressão intrapulmonar e a
corpo (onde é produzido) para o ar ao redor de nós. Qualquer quantidade pressão fora dos pulmões, mas dentro da cavidade torácica (entre as
de umidificação é representada por um valor de pressão parcial do valor pleuras visceral e parietal) é a pressão intrapleural. O ar flui para dentro
de água (PH2O). Sua presença causaria diluição de outros gases e assim dos pulmões durante a inspiração porque a pressão do interior dos
suas pressões parciais ficariam reduzidas para manter a pressão total de pulmões, pressão intrapulmonar, torna-se menor do que a pressão
760mmHg. atmosférica. Semelhante, o ar flui para fora dos pulmões durante a
Supõe-se que a composição do ar alveolar seja a mesma do ar atmosférico expiração porque a pressão intrapulmonar excede a pressão
porque simplesmente ele representa a transferência de ar de um local atmosférica messe momento.
para outro. O processo de ventilação não evacua completamente os A pressão intrapulmonar diminui durante a inspiração porque o volume
alvéolos a cada respiração, mas antes é reabastecimento e evacuação dos pulmões aumenta. Os pulmões podem aumentar em volume porque
gradativos. A composição aproximada do ar alveolar, medido em pressão são estruturas elásticas que podem esticar. Além disso, a pressão ao
parcial, é como se segue (pressões parciais do ar atmosférico seco estão redor deles, a intrapleural, vai sendo reduzida porque o volume do
entre parênteses): PO2 - 104mmHg (159); PCO2 - 40mmHg (0,23); PN2 - espaço intrapleural, aumenta em resposta à contração do diafragma e
569mmHg (600); PH2O - 47mmHg (0,00). As diferenças em relação ao ar dos músculos intercostais. Quando a contração dos músculos
atmosférico são evidentes. A pressão total do ar alveolar é igual a respiratórios cessa, começa a expiração.
760mmHg e todos os seus componentes estão diluídos pelo vapor de água, Para permitir que o ar flua para fora dos pulmões durante a expiração,
que é igual a 47mmHg. A PH2O de 47mmHg representa 100% da a pressão intrapulmonar precisa se tornar positiva. A pressão positiva é
umidificação do ar alveolar na temperatura corpórea (37ºC para humanos). principalmente gerada pela tendência de retração dos pulmões, que
Além disso, a PO2 é menor e a PCO2 é maior do que as respectivas foram previamente esticados durante a inspiração. A tendência de
pressões atmosféricas porque o oxigênio é continuamente difundido do ar retração é produzida não somente pelas fibras elásticas dentro do
alveolar para os tecidos (onde é usado) e o CO2 é continuamente difundido pulmão, mas também pela tensão de superfície do líquido que guarnece
dos tecidos (onde é produzido) para o ar alveolar (onde é expelido). A PN2 os alvéolos. A retração dos pulmões pode também ser auxiliada pelos
do ar alveolar é menor do que seu valor no ar atmosférico principalmente músculos expiratórios. O diafragma é um músculo inspiratório e sua
por sua diluição pelo vapor de água. contração ajuda somente a inspiração, inversamente, seu relaxamento
permite a expiração. Durante a eupneia, a pressão intrapulmonar pode
Ventilação pulmonar ser cerca de -1mmHg (abaixo da atmosférica) durante inspiração, e de +
A ventilação em geral se relaciona como o processo pelo qual o gás em 1mmHg durante a expiração.
locais fechados é renovado ou trocado. Quando se aplica aos pulmões, é um A pressão intrapleural (pressão num espaço fechado) normalmente é
processo de troca entre gases nas vias aéreas e alvéolos e gases do menor do que a atmosférica, mesmo ao final da expiração e antes da
ambiente. A principal função da respiração é prover a ventilação. Quando inspiração, como resultado da tendência constante de retração dos
bovinos são atordoados no momento do abete, observou-se que a pulmões e da absorção de gases dos espaços fechados causado pela
respiração frequentemente para. O coração continua aa bater por 4a 10 existência de um gradiente de difusão entre o espaço fechado e o
minutos mais, mas também para quando o oxigênio disponível da capacidade sangue venoso. A pressão total no espaço intrapleural está em equilíbrio
funcional residual foi depletado. Por isso, um animal sem respirar ainda com o sangue venoso. É menor do que a pressão atmosférica em
pode ter potencial de ressuscitação se o coração continuar a bater. virtude da redução de PO2. A pressão total reduzida do espaço
intrapleural é comparável com a existente num pequeno vácuo.

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Se o espaço intrapleural for aberto para a atmosfera (por exemplo,
durante certos procedimentos cirúrgicos), não é possível a contração do
diafragma gerar maior vácuo no espaço intrapleural, e os pulmões não
inflam. Essa condição é conhecida como pneumotórax. Pode-se necessitar de
um respirador para ventilar os pulmões ou o animal morrerá. A correção do
pneumotórax implica no fechamento final eficiente da abertura não natural
simultaneamente com a completa inflação pulmonar. A retração pulmonar
normal poderia, então, restabelecer a pressão intrapleural negativa normal.
A inspiração seguinte gera pressão negativa no espaço intrapleural e os
pulmões se expandem porque a traqueia passa a ser a única passagem Transporte de oxigênio
disponível para a entrada de ar.

Durante a inspiração, quando a pressão intrapleural está reduzida, a


pressão no espaço mediastínico também fica reduzida. A redução da
pressão do espaço mediastínico é seguida pela expansão do volume e a
redução da pressão dentro das estruturas passíveis de distensão do espaço
mediastínico (veias cavas, ducto linfático torácico, esôfago). Essa redução na
pressão ajuda no retorno de sangue e linfa para o coração. Durante a
regurgitação em ruminantes, menor pressão no esôfago associada à
inspiração exagerada com a glote fechada também ajuda nesse processo.

Difusão dos gases respiratórios


Os gases respiratórios difundem-se prontamente através dos tecidos
corpóreos. Decido a sua grande solubilidade lipídica, o dióxido de carbono
difunde-se cerca e 20 vezes mais prontamente do que o oxigênio. Além O processamento de oxigênio durante sua absorção pela hemoglobina
disso, conforme aumenta a distância da difusão, como em edema intersticial (Hb) é do ar nos alvéolos para sucessivas soluções no líquido intersticial,
pulmonar, diminui a taxa de difusão. Sob esta condição, pode-se observar no plasma e no líquido eritrocitário e, finalmente para se combinar com a
maior esforço ventilatório na tentativa de compensar a hipoxemia hemoglobina. Para o oxigênio fornecido para as células, o processamento
(concentração reduzida de oxigênio no sangue arterial) que se desenvolve do oxigênio vem do líquido intersticial, seguido por aquele do plasma e do
devido à menor velocidade de difusão. líquido eritrocitário, o qual retorna pleno de oxigênio e se combina com a
A ventilação leva oxigênio para os alvéolos e remove gás carbônico. Como o hemoglobina.

Transporte de dióxido de carbono


oxigênio está sendo consumido tecidos, existe uma diferença de pressão
para sua difusão dos alvéolos para o sangue venoso (que se torna arterial) e
do sangue arterial para os tecidos. Como o gás carbônico está sendo O transporte de dióxido de carbono é facilitado por várias reações que
produzido nos tecidos, existe uma diferença de pressão para sua difusão efetivamente oferecem outras formas de CO2 além de que encontra
dos tecidos para o sangue arterial (que daí se torna venoso) e do sangue em solução. Mesmo que o CO2 seja mais solúvel que o O2, a quantidade
venoso para os alvéolos. produzida excede aquela que pode ser carreada em solução.
A PCO2 adicionada é menor que a PO2 subtraída. Isso também é verdadeiro
para O2 e CO2 nos tecidos, mas somente é verdadeiro num certo grau em
sangue arterial, pois nem todo sangue que vai aos pulmões se torna arterial Cerca de 80% do transporte de dióxido de carbono ocorrem na forma
(alvéolos não perfundidos). de bicarbonato (HCO3-). Essa forma resulta da reação de hidratação:
CO2 + H2O <-> H2CO3 <-> H+ + HCO3-
A reação é favorecida dentro dos eritrócitos, graças à enzima anidrase
carbônica e ela atua com facilidade, formando H+ e HCO3-. Porém, a
reação seria numa limitada velocidade, se os produtos da reação não
fossem removidos. A remoção é feita por tamponamento químico do H+
e pela difusão do HCO3- dos eritrócitos em direção ao plasma. Nem todos
os íons de hidrogênio são tamponados, então o sangue venoso tem pH
menor do que o sangue arterial. Também, pela difusão do HCO3- dos
eritrócitos para o plasma, o sangue venoso tem maior concentração de
HCO3- do que o sangue arterial.
O componente mais abundante disponível para tamponamento do
hidrogênio formado durante a reação de hidratação é a hemoglobina.
Quando há deficiência de hemoglobina, como em anemia, o
tamponamento do hidrogênio oriundo de todas as fontes ficam
comprometido e resulta em acidemia (maior concentração de H+ no
sangue) nos períodos de maior produção de H+, como em esforços
físicos.

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podem ser ativados quando a deflação é mais completa.
Além dos receptores pulmonares, existem outros perifericamente
Outra reação responsável pelo transporte de CO2 é a combinação do CO2 localizados que modificam o ritmo básico. A estimulação dos receptores
com os agrupamentos amino terminais nas proteínas de plasma e na pele excita o centro respiratório e pode ser observada durante uma
hemoglobina para formar os compostos carbamino. inspiração mais profunda do que o usual. A excitação da área inspiratória
A quantidade produzida com a hemoglobina excede a produzida com as pode ser pela área apnêustica, porque são ocasionalmente notadas
proteínas plasmáticas porque nestas existem menos agrupamentos amino dificuldades inspiratórias. Obtém-se vantagem desses receptores
terminais. quando se deseja o estímulo da respiração em animais neonatos.
Esfregar a pele com um pano áspero frequentemente inicia os ciclos
Quando o sangue venoso atinge os alvéolos e a diferença de pressão de respiratórios. Também se acredita que, quando os impulsos descem do
CO2 favorece a difusão do CO2 do plasma para os alvéolos, existe uma córtex cerebral para os músculos esqueléticos, uma ramificação possa
pronta reversão da reação de hidratação e da reação que forma migrar para o centro respiratório para aumentar a ventilação. Esse
compostos carbamino (retorno do CO2 para a solução). O efeito é perda de mecanismo poderia explicar as alterações durante o exercício, quando
CO2 que foi transportado dos tecidos. existem aumentos na ventilação não são explicados, meramente pelas
modificações nas concentrações sanguíneas de CO2, O2 e H+.
Regulação da ventilação Vários reflexos respiratórios originam-se de receptores nas passagens
aéreas anteriores. O estímulo das membranas mucosas nessas regiões
A ventilação pulmonar é rigorosamente regulada para manter as provoca o reflexo de inibição da respiração. Um exemplo notável desse
concentrações de H+, CO2 e O2 em níveis relativamente constantes reflexo é a inibição da respiração durante a deglutição: além disso, em
enquanto satisfazem às necessidades corpóreas sob várias condições. Se pássaros e mamíferos mergulhadores, existe um reflexo de inibição da
as concentrações de H+ ou de CO2 aumentarem ou se a concentração de respiração quando eles submergem. O estímulo da membrana mucosa
O2 diminuir, seus níveis retornarão ao normal por meio do aumento da laríngea em animais não anestesiados não somente inibe a respiração,
ventilação. Inversamente, se as concentrações de H+ ou CO2 diminuírem ou mas também promove esforços expiratórios poderosos (tosse).
a de O2 aumentar, a ventilação pulmonar também se reduzirá. Esse Semelhantemente, o ato de espirrar pode ser observado após
mecanismo regulador é controlado por modificações no volume corrente, na estimulação da membrana mucosa nasal por vários mecanismos. A
frequência dos ciclos respiratórios ou ambos. O mediador central de tais função de todos esses últimos reflexos é proteger a delicada passagem
alterações é o centro respiratório no tronco encefálico, que tem quatro respiratória e os alvéolos pulmonares de substâncias perigosas (por
regiões específicas: exemplo, gases irritantes, poeira, fumaça, partículas de comida) que
1. CENTRO PNEUMOTORÁCICO: acredita-se que modele a sensibilidade poderiam ser inspirados. Para garantir proteção, a glote fecha-se e os
do centro respiratório às chegadas que ativam o término da brônquios podem se constringir.
inspiração e facilitam a expiração. Respirações comuns ocorrem involuntariamente. É verdade, porém, que
2. CENTRO APNÊUSTICO: acredita-se que esteja associado às elas podem ser alteradas voluntariamente dentro de amplos limites -
inspirações profundas, tais como o suspirar. podem ser aceleradas, desaceleradas ou completamente interrompidas,
3. GRUPOS RESPIRATÓRIO DORSAL: grupo de neurônios por um tempo. A fonação e o uso de pressão abdominal nos atos
predominantemente associados à atividade inspiratória expulsivos de defecar, urinar e de parto, são exemplos do (mais ou
(particularmente envolvida no término da inspiração induzida pela menos) completo controle voluntário dos movimentos respiratórios.
inflação do pulmão). Esses atos, porém, não estão relacionados com as trocas gasosas entre
4. GRUPO RESPIRATÓRIO VENTRAL: grupo de neurônios contendo o organismo e o ambiente, mas representam funções secundárias do
neurônios inspiratórios e expiratórios (ajudam a inspiração iniciada aparelho respiratório.
por aqueles no grupo respiratório dorsal e também provêm a Os impulsos aferentes dos receptores de pressão nos seios carotídeos
expiração assistida). e aórtico têm como função principal uma participação na regulação da
Formulou-se a hipótese de um gerador de padrão central, acredita-se que circulação, mas os impulsos desses receptores também vão ao centro
o aparelho central seja responsável pela ritmicidade. Também se acredita respiratório. Os impulsos são inibtórios por natureza - quanto maior a
que esse gerador de padrão central esteja no tronco encefálico, sendo pressão sanguínea, maior a inibição à respiração. Devido à influência da
influenciado pelas chegadas dos nervos vago e glossofaríngeo e por inspiração no retorno de sangue para o coração, pode ser visto que a
quimiorreceptores. redução nas inspirações reduziria o fluxo de retorno de sangue para
esse e assim ajudariam a reduzir a pressão sanguínea.
Identificaram-se impulsos para o centro respiratório (impulsos aferentes)
das várias fontes receptoras. Os reflexos de Hering-Breuer provavelmente Controle humoral refere-se àqueles fatores nos líquidos corpóreos que
sejam os mais notáveis. Os receptores para esses reflexos estão influenciam a ventilação: dióxido de carbono, íons hidrogênio e oxigênio.
localizados nos pulmões, particularmente nos brônquios e bronquíolos. Os Como eles são constituintes dos líquidos corpóreos, parece natural que
impulsos nervosos gerados pelos receptores dos reflexos de Hering-Breuer devem exercem maior influência na ventilação mantendo sua constância.
são transmitidos por fibras aos nervos vagos para o centro respiratório. O Suas concentrações no sangue afetam a ventilação alveolar de várias
efeito do estímulo do receptor de inflação é inibir mais inspiração formas:
(estimulação dos neurônios no grupo respiratório dorsal) e estimular os 1. O aumento do dióxido de carbono faz com que a ventilação
neurônios expiratórios no grupo respiratório ventral. O volume corrente alveolar também aumente, sua redução leva à diminuição da
pode ser aumentado, porém, pela modulação do centro pneumotorácico. ventilação alveolar.
Outro componente do reflexo de Hering-Breuer é ativado em algum ponto 2. O aumento do íon hidrogênio também acarreta aumento da
particular de deflação. Os receptores de deflação podem não ser ativados ventilação alveolar, sua redução provoca diminuição da ventilação
para causar a inspiração seguinte durante a eupneia, mas

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alveolar. aquelas com menos massa.
3. A redução de oxigênio promove aumento da ventilação alveolar, seu Inércia está relacionada com deposição de partículas quando, devido a
aumento causa redução na ventilação alveolar. sua massa, elas continuam para frente à medida que o ar no qual estão
suspensas faz uma curva. Considerando as ramificações dos bronquíolos,
existe considerável oportunidade para deposição por inércia.
A movimentação browniana está relacionada com a deposição das
partículas submicrônicas, o que mostra uma movimentação aleatória
Os efeitos do dióxido de carbono e íons hidrogênio são mediados por áreas
conferida pelo bombardeamento de moléculas de ar. A deposição por
quimiossensíveis bilaterais sob a superfície ventral da medula. Devido a
movimentação browniana é mais significativa em vias aéreas
maior capacidade de difusão do dióxido de carbono, quando comparado com
extremamente pequenas, onde a superfície é grande em relação ao
o H+, ele é distribuído mais rapidamente do sangue para o líquido intersticial
diâmetro.
da medula e para o líquido cerebroespinhal do que os íons hidrogênio.
Acredita-se, porém, que a concentração de H+ no líquido intersticial do
tronco encefálico seja o estímulo decisivo para o curso respiratório. A A remoção das partículas depositadas cranialmente aos ductos
influência de CO2 é exercida por sua conversão em H+ por meio da reação alveolares é realizada pela cobertura mucosa em movimento. Essa
de hidratação. cobertura de líquido mucinóide está localizada na superfície das células
epiteliais que repousam nas vias aéreas e é derivada do líquido alveolar e
células secretoras de muco ao longo das vias aéreas. A cobertura
A influência do oxigênio é transmitida dos corpos carotídeo e aórtico para o
mucosa contém as partículas depositadas e movimenta-se em direção à
centro respiratório. Os receptores dos corpos carotídeo e aórtico também
faringe.
respondem às concentrações de dióxido de carbono e íons hidrogênio, mas
a eficiência dessa resposta é muito menor do que a resposta do tronco
encefálico. Assim, os corpos carotídeo e aórtico são considerados os mais As partículas podem escapar das forças gravitacionais e de inércia e
influentes para a regulação do oxigênio. Esses corpos são estruturas ser depositadas nos alvéolos. Em geral elas têm menos de 1 um de
distintas com um abundante suprimento diâmetro. Os mecanismos de clearance alveolar dessas partículas podem
sanguíneo localizado imediatamente fora do arco aórtico, na divisão das ser resumidos:
artérias carotídeas. Eles respondem às alterações na PaO2 do sangue. O 1. Após sua deposição nos alvéolos, eles podem ser fagocitados por
sangue com reduzida quantidade de hemoglobina (Hb), e consequentemente um macrófago ou continuar como partículas livres. O macrófago
menos oxigênio, tem a mesmo PAO2 que o sangue com hemoglobina e carreado de "poeira" ou as partículas livres podem ser
oxigênio normais, e assim nenhuma resposta ventilatória seria evocada por direcionados pela cobertura mucosa em movimento junto com o
não haver alteração de PAO2. Além disso, o sangue no qual o oxigênio foi filme de líquido alveolar.
deslocado da hemoglobina pelo monóxido de carbono tem a mesma PAO2 que 2. As partículas podem entrar no espaço intersticial dos alvéolos e
o sangue normal. A PAO2 deverá permanecer a mesma porque é uma ser transportadas para os linfonodos ao longo dos pulmões.
expressão da PO2 alveolar (a qual não se altera) e representa a PO2 de 3. As partículas podem ser dissolvidas e transferidas em solução,
oxigênio na solução. No caso de Hb reduzida (por exemplo, anemia), a para a linfa ou para o sangue.
ventilação pode estar aumentada, não por menos oxigênio, mas por maior 4. Algumas partículas podem não ser fagocitadas ou podem ser
concentração de íon hidrogênio causada pelo tamponamento reduzido insolúveis. Em vez disso, elas poderiam estimular uma reação local
associado à Hb reduzida. Em envenenamento por monóxido de carbono e do tecido conjuntivo e ser sequestradas (isoladas) dentro do
falta de oxigênio carreado pela Hb, a ventilação não aumenta apenas pulmão. Exemplos incluem as condições conhecidas como abestose
porque PAO2 está normal, mas também porque existe adequada e silicose. Cães e gatos vivendo em áreas ricamente
hemoglobina presente para o tamponamento dos íons hidrogênio. industrializadas podem mostrar sinais de antracose causada pela
Clearance respiratório inalação de poeira carvão.
A importância do clearance respiratório é óbvia quando se considera a
A superfície dos aspectos mais internos dos pulmões é cerca de 125 vezes exposição do gado aos aerossóis que emanam na poeira do pasto ou de
maior do que a do corpo e, por isso, os pulmões representam uma outras fontes de confinamento. Os aerossóis podem estar combinados
importante via de exposição para várias substâncias ambientais. A inalação com bactérias e vírus, então sua pronta remoção pode ajudar a
de certos químicos usados na agricultura representa um perigo significativo prevenir doenças causadas por esses agentes. Semelhantemente, a
para a saúde, para o qual foram desenvolvidas medidas de precaução. A remoção de substâncias irritantes evita doença pulmonar e protege a
remoção de partículas inaladas para os pulmões é chamada de clearance eficiência dos pulmões.
respiratório. Existem dois tipos, o clearance respiratório anterior e
clearance alveolar, cada um dependente da profundidade atingida pelas Funções não respiratórias do sistema
partículas. As partículas que se assentaram na membrana do trato
respiratório são conhecidas como depositadas. respiratório
O sistema respiratório tem outras funções além de prover ventilação
As forças físicas que afetam a deposição são gravitacional, inércia e alveolar e isto foi observado em clearance respiratório, cuja função é a
movimentos brownianos. de remover as partículas inaladas. Também de interesse particular entre
O assentamento gravitacional (sedimentação) causa a deposição das os animais estão o arfar e ronronar. Arfar produz o resfriamento
partículas simplesmente pela força de gravidade e da massa da partícula. corpóreo e a razão do ronronar não é conhecida.
As partículas de massa maior se assentam mais rapidamente do que

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ronronar. A mesma sequência ocorre durante a expiração, porém o
diafragma não se contrai e o fluxo de ar, e assim a vibração das cordas
ARFAR é prevalente entre várias espécies animais e foi bem descrito em vocais, se dá pela retração pulmonar.
cães. A razão para os gatos ronronar não é conhecida. Gatos ronronam
O centro respiratório do cão responde não somente aos estímulos usuais, quando estão satisfeitos, doentes ou dormindo. O ronronar pode
mas também à temperatura central do corpo. Quando esses estímulos de fornecer uma ventilação mais eficiente em períodos de respiração
entrada estão integrados, o corpo do cão responde às necessidades superficial, em virtude de inspiração e expiração intermitentes.
metabólicas com regulação da ventilação do espaço morto. Esta aumenta
com o ato de arfar, o que permite o resfriamento corpóreo por
evaporação da água das membranas mucosas dos tecidos implicados.
Estudos mostram que os três padrões de arfar são:
1. Inalação e exalação pelas narinas: menor resfriamento é obtido,
porque o calor e a água adicionados ao ar durante a inalação são
parcialmente readquiridos durante a exalação.
2. Inalação pelas narinas e exalação por narinas e boca: mais eficiente
porque o ar, entrado pelas narinas, é exposto a uma grande área
(conchas nasais) quando comparada com a boca, e a água é
adicionada pelas mucosas nasais e glândulas nasais. Essa combinação
capta uma quantidade considerável de calor, que é então dissipada
principalmente pela exalação pela boca.
3. Inalação e exalação por narinas e boca: é similar ao padrão dois,
Termos descritivos e condições
patológicas
exceto que a inalação por boca e narinas permite maior volume
corrente, o que pode ser necessário em momentos de esforço.
A vantagem de modificar a quantidade relativa de ar exalado tanto pelas a. ANÓXIA: sem oxigênio.
narinas quanto pela boca é que o cão pode modular a quantidade de calor b. HIPÓXIA: redução do oxigênio.
dissipado sem modificar a frequência ou o volume corrente associados ao
ato de arfar. c. HIPERCAPNIA e HIPOCAPNIA: quantidades excessivas e reduzidas,
respectivamente, de dióxido de carbono no sangue.
d. CIANOSE: coloração azulada ou arroxeada de pele e membranas
mucosas. A intensidade da cor resulta do grau de desoxigenação
da hemoglobina. Como observada sistematicamente, está
relacionada à inadequada oxigenação do sangue. Quando notada
localmente, talvez seja causada pela obstrução do fluxo de
sangue.
e. ASFIXIA: é uma condição de hipóxia combinada com hipercapnia. A
hipóxia e a hipercapnia podem ocorrer como entidades
separadas, mas somente sua combinação promove asfixia. A
respiração num espaço fechado é um exemplo, resultando no
que é comumente chamado de sufocamento.
f. ENFISEMA: é uma condição na qual houve destruição das
membranas alveolares, acarretando menor área disponível para
a difusão de gás. Costuma-se somar a outras condições, como
bronquite crônica, que aumenta a pressão positiva dos alvéolos,
necessária para a fase expiratória do ciclo respiratório.
O ronronar é notado em alguns membros da família felina e é tanto audível g. PNEUMONIA: condição inflamatória dos pulmões em que alvéolos
quanto palpável na maioria dos gatos domésticos. Estudos com gatos se preenchem com líquidos e debris celulares.
domésticos demonstram que o ronronar resulta de uma ativação altamente h. ATELECTASIA: é um colapso alveolar, pode decorrer da obstrução
regular e alternada do diafragma e dos músculos laríngeos intrínsecos das vias aéreas e da falta de surfactante. Surfactante pulmonar
(aqueles dentro da laringe) numa frequência de 25 vezes/segundo durante é uma substância redutora da tensão de superfície produzida
inspiração e expiração. A contração dos músculos laríngeos fecha as pelas células epiteliais alveolares. A superfície alveolar fica
cordas vocais. Os músculos laríngeos, então, relaxam enquanto o diafragma comprimida durante a expiração, o que concentra o surfactante.
se contrai. A contração do diafragma promove a entrada do fluxo de ar, o A concentração de surfactante reduz a tensão de superfície e
que vibra as cordas vocais e resulta no som de ronronar enquanto estão torna o início da inspiração mais fácil. Ao final da inspiração, ele
abertas (não mais fechadas pela contração laríngea) e também contribui se espalha devido ao aumento de tamanho dos alvéolos e tensão
para uma fração da fase inspiratória do ciclo respiratório. O diafragma, de superfície aumenta, o que ajuda na expiração.
então, relaxa e os músculos laríngeos se contraem, isso é novamente
seguido pelo seu relaxamento e contração diafragmática. Todo o processo Respiração aviária
se repete 25 vezes/segundo até se completar a inspiração. O acúmulo de Exceto por diferenças sutis, várias características básicas da
pequenos sons produzidos a cada abertura das cordas vocais faz o som de respiração em mamíferos aplicam-se aos pássaros (por exemplo,
pressões respiratórias, transporte de oxigênio, transporte de dióxido de
carbono, regulação da respiração).

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dos sacos aéreos, forçando o ar de dentro a refluir através dos pulmões e
para o ambiente.
Segue-se a inspiração, quando os músculos da parede corpórea se relaxam
e o volume corpóreo aumenta. Esse aumento é seguido por redução de
pressão, depois pela expansão dos sacos aéreos e diminuição em suas
pressões. Menor pressão permite que o ar flua através dos pulmões e
para dentro dos sacos aéreos.
Durante a inspiração, o ar movimenta-se para os sacos craniais através de
um grande grupo de parabrônquios (paleopulmonares) antes de atingir os
sacos. O ar em movimento para os sacos aéreos caudais prossegue
através de um grupo menor de parabrônquios (neopulmonares) antes da
atingir os sacos.
Durante a expiração, o gás dos sacos aéreos caudais passa novamente
pelos parabrônquios neopulmonares e, então, através dos parabrônquios
paleopulmonares (direcionados para os sacos aéreos craniais). O gás dos
sacos aéreos craniais movimenta-se para o interior dos brônquios
secundários e para fora dos pulmões através de brônquios primários e
traqueia, sem passar pelas superfícies de troca de gases (mantas
parabrônquicas). Um bolus de ar é seguido por dois ciclos respiratórios, de
O aparelho respiratório dos pássaros decididamente é diferente do sua entrada durante a inspiração do primeiro ciclo para a saída durante a
observado em mamíferos. Foi mencionado que o órgão da fonação, a siringe, expiração do segundo ciclo. Observe que o ar entrando nos sacos aéreos
está localizada na bifurcação da traqueia, próximo aos pulmões, ao invés de caudais, na inspiração, já foram sujeitos a trocas gasosas e novamente
próximo à faringe. Além disso, os anéis traqueais são completos, e não aeram os pulmões durante a expiração. Os sacos aéreos craniais recebem
incompletos como nos mamíferos. Além da traqueia, existem diferenças gases que passaram através das mantas parabrônquicas, na inspiração e
mais óbvias. Os pulmões continuam a ser as estruturas de troca de gás, expelem os gases para o ambiente, na expiração, sem enviá-los para as
mas eles não se expandem e contraem durante os ciclos respiratórios, são mantas parabrônquicas.
relativamente pequenos e fixos por suas inserções às costelas. Sua O ar movimenta-se através dos parabrônquios por convecção e para
ventilação depende de extensões semelhantes a foles, conhecidas como dentro dos capilares aéreos, por difusão. O sangue perfundindo uma manta
sacos aéreos, os quais se expandem e contraem durante os ciclos parabrônquica é dividido de modo que cada incremento perfunde capilares
respiratórios. Os pulmões e os sacos aéreos são providos por divisões das aéreos separados ao longo do parabrônquio. Essa disposição, por onde o gás
vias aéreas a partir da traqueia, conhecidas como brônquios primários, flui através de um parabrônquio em ângulos retos ao fluxo de sangue, é
secundários e terciários. Os brônquios terciários são também conhecidos conhecida como fluxo de corrente cruzada.
como parabrônquios. Os sacos aéreos ocupam espaço entre as cavidades À medida que o gás flui pelo parabrônquio, o CO2 continuamente se difunde
torácica e abdominal e muitos têm divertículos (extensões) dentro de do sangue e o O2 continuamente se difunde para o sangue. Apesar de os
inúmeros ossos, tornando-os pneumáticos. Nas espécies domésticas, o osso capilares aéreos que avançam para o fluxo parabrônquico terem PCO2
pneumático mais proeminente é o úmero. Não se conhece a função dos elevada e PO2 reduzida, o potencial para a difusão de gases é mantido
ossos pneumáticos. porque cada incremento de sangue perfundindo os capilares aéreos têm a
Os parabrônquios ascendem para bolsas externas (átrias), para extensões mesma PCO2 elevada e a PO2 baixa. Devido a essa disposição, a contínua
das átrias (infundíbulos) e finalmente para extensões dos infundiíbulos perda de CO2 e o ganho de O2 faz com que a PACO2 que deixa o pulmão
conhecidas como capilares aéreos. As estruturas que se originam dos seja menor e a PAO2 maior do que o gás que deixa os parabrônquios . Não é
parabrônquios são conhecidas como manta. Os capilares sanguíneos têm o caso do sangue venoso exposto ao gás alveolar em mamíferos, nos quais
íntimo contato com os capilares aéreos e sustentam as trocas gasosas que o sangue que deixa a exposição alveolar (sangue arterial) tem PACO2 igual ou
ocorrem na manta do pulmão. Na maioria das espécies aviárias, existem dois maior e PAO2 igual ou menor do gás alveolar. A disposição de corrente
grupos de parabrônquios, conhecidos como parabrônquios paleopulmonares cruzada é mais eficiente do que as trocas gasosas no pulmão de mamíferos
e parabrônquios neopulmonares. Esse último é caudal ao anterior e está e é mais evidente quando há maior ventilação em resposta ao oxigênio baixo
imediatamente cranial aos sacos aéreos caudais. (altitude alta). Sob essas condições a PO2 arterial pode ser somente alguns
Os sacos aéreos são sacos seromucosos tidos como continuação dos milímetros de mercúrio menor do que a dor ar que entra nos parabrônquios.
brônquios secundários além dos pulmões. Suas paredes são delgadas e têm
parco suprimento sanguíneo, por isso, os sacos aéreos são vulneráveis a
infecções e a uma condição conhecida como saculite aérea. Não existe
troca gasosa significativa nos sacos aéreos. Eles alteram seu volume
durante os ciclos respiratórios e por isso funcionam para aumentar a
ventilação pulmonar.

Os pássaros não têm diafragma, então não há separação entre as


cavidades torácica e abdominal. Assim, todo o volume corpóreo altera-se em
cada ciclo respiratório. A energia para tal alteração origina-se dos músculos
esqueléticos na parede corpórea.
Durante a expiração, os músculos da parede corpórea contraem-se,
causando redução do volume corpóreo. Essa redução aumenta a pressão
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néfrons são as unidades funcionais que dá ao rim a possibilidade de
Introdução exercer seis funções:
O sistema urinário, está localizado no espaço retroperitoneal, de cada lado 1. filtrar o sangue.
da coluna dorsolombar (vertebral). É constituído pelos: rins, ureter, bexiga e 2. reabsorção de água.
uretra -> serve para os mamíferos. 3. formar a urina (não é uma função do rim, mas é um resultado).
RIM: a função urinária se dá através dos rins, mas o processo de excreção 4. controle da pressão arterial (sistema renina-angiotensina-
se dá pelos ureteres, bexiga e uretra. Dentro da fisiologia urinária, o aldosterona).
principal objeto de estudo são os rins, que fazem a filtração do sangue 5. equilíbrio hidroeletrolítico (o rim avalia a osmolalidade do plasma, a
para a formação da urina, o ureter encaminha a urina até a bexiga, local osmolalidade - concentração de solvente e soluto - são avaliados
onde é armazenado. Logo após a uretra encaminha a urina para o meio no néfron, para que ocorra a eliminação e reabsorção, então
externo, no macho tem a função de encaminhar o sêmen para o meio mantém a concentração constante).
externo, associando o sistema reprodutor e urinário. 6. elimina produtos do metabolismo celular, resultante da quebra da
Os rins são fundamentais na regulação do meio externo, em que estão proteína, a partir da quebra liberamos a amônia que é tóxica,
imersas as células de todos os órgãos. Os principais mecanismos através sendo então, excretada pelo rim.
dos quais os rins exercem as suas funções, são: filtração glomerular,
reabsorção tubular, secreção tubular e excreção renal. 1. manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico.
FUNÇÃO RENAL: eliminação de produtos terminais do metabolismo orgânico, 2. manutenção da pressão arterial.
como ureia, creatinina e ácido úrico. Controle das concentrações de água e 3. eliminação de produtos nitrogenados -> principalmente ! a partir
da maioria dos constituintes dos líquidos do organismo, tais como: sódio, da quebra das proteínas.
potássio, cloro, bicarbonato e fosfato.
→ A junção da filtração, reabsorção, excreção e secreção dá ao
Anatomia do rim rim essas três características funcionais a partir do néfron, que
faz a função básica (filtrar, excretar, reabsorver e secretar).
O rim direito é mais baixo pois precisa acomodar o fígado. O formato do rim
varia nas espécies e a diferença do número e tamanho dos néfrons
também.
→ rim do bovino: lobulado.
→ rim do equino: formato de coração.
→ rim do cachorro: formato de feijão com superfície lisa.
Tecido embrionário que forma o rim: mesoderma.
Sistema nervoso: ectoderma.
Digestório: endoderma.
Os rins são de origem mesodérmica e sua formação passa por três fases,
ou seja, três tipos de rins embrionários:
1. PRÓ-NÉFRON: faz parte do cordão nefrogênico, ele demarca o
posicionamento dos rins.
2. MESONÉFRON: substitui o pró-néfron, ele é funcional e também é
um cordão (rim intermediário). Na região do córtex é encontrado o néfron cortical (possui toda a
3. METANÉFRON: rim definitivo. estrutura no córtex).
Estrutura interna dos rins é composta por três distintas regiões: Na região medular encontramos o néfron justaglomerular, também
1. córtex renal encontra-se a pelve renal (faz o encontro de todos os ductos coletores
2. medula renal que sofreram uma anastomose e irão originar o ureter após
3. pelve renal desembocarem na pelve).
 Também vê a cápsula (junção dos ductos coletores para formar o
ureter). Unidade funcional do rim
HILO RENAL: encontro da artéria renal, veia renal e pelve renal. COMPOSIÇÃO: glomérulo, cápsula renal, túbulo contorcido proximal, alça
de Henle (ramo descendente delgado, ramo ascendente delgado e ramo
CÁPSULA: membrana mais externa que envolve, suporta e protege os rins. ascendente espesso), túbulo contorcido distal e ducto coletor.
CÓRTEX: camada mais externa dos rins que contém a maior parte dos Número de néfrons entre as espécies:
néfrons. → bovinos -> 4 milhões.
MEDULA: contém as pirâmides, colunas e papilas. → suínos -> 1,25 milhões.
PÉLVIS RENAL: coleta a urina de todos os cálices. → humanos -> 1 milhão.
URETER: transporta a urina da pélvis renal até a bexiga. → cão -> 500 mil.
→ a nutrição é feita pela artéria renal que emerge diretamente da → gato -> 250 mil.
aorta e a drenagem é feita pela veia renal que drenam diretamente Dentro das espécies, quando ocorre variação do tamanho do animal, não
na cava. ocorre variação no número de néfrons, ocorre um aumento do tamanho
→ apresenta forma variável entre as espécies. Na maioria das do néfron.

Néfron
espécies têm formato de feijão, no cavalo tem formato de coração
e no bovino é lobulado.
O rim é um aglomerado de unidades funcionais que são os néfrons, os Também faz a produção de renina, prostaglandina e detecta a

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osmolalidade do fluído glomerular para avaliar se está muito ou pouco Se movimentam pelo gradiente de concentração. alta taxa de
concentrado de soluto. reabsorção pois tem alta concentração de substâncias por ser o início
Para o rim exercer a sua função, temos a ação do aparelho do filtrado glomerular, no decorrer do néfron tem uma seletividade
justaglomerular, sendo uma região do néfron que há o encontro da arteríola maior, 99% da água que entra no filtrado é reabsorvida ao longo do
eferente, arteríola aferente e porção ascendente da alça de Henle, toda néfron. Não eliminamos 100% da ureia por ter o nitrogênio e por ser
vez que há o encontro tem a produção da renina que dispara o aumento da utilizado, posteriormente, para a formação das proteínas não
pressão arterial. estruturais.
Três funções do APARELHO JUSTAGLOMERULAR PELAS CÉLULAS A ureia também pode ser reabsorvida no ducto coletor, água
DIFERENCIAIS: absorvida -> 65%, absorção ativa de soluto.
1. Produção de renina. Substâncias exógenas nos capilares peritubulares pela secreção, migra
2. Mede a osmolalidade do fluído glomerular (se o fluído tem uma taxa para dentro do túbulo contorcido proximal, onde permanecem até serem
de osmolalidade alta, significa que tem pouca água, então, o rim irá excretadas, estando ionizadas e hidrossolúveis, a creatinina também faz
aumentar a reabsorção de água. Baixa osmolalidade ocorre um isso, a creatinina é o produto da quebra da fibra muscular.
aumento na excreção de água e o soluto começa a voltar -Cl, Na, Quando o sangue passa pelo túbulo contorcido proximal, recebe um
Mg, Ca- para a corrente sanguínea para que aumente a aporte grande de solutos, com isso, os capilares ficam com muito soluto
osmolalidade). e uma alta osmolaridade, por isso, tem um alto aporte de água para
3. Produção de prostaglandina (atua em processos inflamatórios, lise diminuir a osmolaridade com o solvente, com isso, vai ureia junto.
do corpo lúteo e na produção de muco no tubo digestivo) OSMOLARIDADE: diferença na concentração de soluto da relação com a
concentração de solvente, resultando no volume de soluto sendo a
Glomérulo unidade mol (6x1024 -> constante de Avogadro).
Tufo capilar onde ocorre a filtração do plasma e inicia a formação da A osmolaridade do túbulo contorcido proximal fica alta por conta dos
urina. Apresenta uma arteríola aferente e uma arteríola eferente. A solutos (glicose e aminoácidos), com isso, a água sai do meio mais
arteríola eferente dá origem a uma estrutura vascular (capilares concentrado e vai para o meio menos concentrado, diminuindo a
peritubulares ou Vasa Recta) que penetra na medula renal e envolve a alça osmolaridade, para equilibrar, aumentando a osmolaridade a ureia é
de Henle. reabsorvida.
Local onde ocorre o processo de co-transporte, a glicose e os
Cápsula renal aminoácidos precisam ser reabsorvidos no túbulo contorcido proximal
Camada de células epiteliais que envolve o glomérulo e recebe o filtrado pois, em nenhuma outra região do néfron eles conseguem ser
glomerular conduzindo-o do espaço de Bowman para o túbulo contorcido reabsorvidos.
proximal. 1. CO-TRANSPORTE: sódio faz co-transporte com aminoácidos,
glicose e água, fazendo eles serem reabsorvidos. O co-
Túbulo contorcido proximal transporte acontece através do sódio, que volta para os
capilares levando os aminoácidos, glicose e água, a enzima que
Possui uma porção convoluta e outra reta. Revestido por um epitélio cúbico carreia o sódio é a Na+/K+/ATPase (sódio-potássio-ATPase)
simples, cujas células apresentam duas membranas com diferentes carreando também outras estas outras substâncias, com isso, a
permeabilidades e características de transporte. osmolaridade aumenta (meio hipertônico). A água sai do filtrado e
→ Membrana luminal ou apical vai para dentro do capilar peritubular e leva junto a ureia para
→ Membrana peritubular ou basolateral. controlar a osmolaridade (não é um mecanismo de co-
Suas células apresentam núcleo redondo, citoplasma rico em mitocôndrias e transporte), faz isso pois os capilares peritubulares estão em um
a membrana apical apresenta a chama borda em escova. meio hipertônico e o túbulo contorcido proximal está hipotônico,
Ocorre reabsorção do Na+ , glicose e aminoácidos para o meio intersticial e por isso faz esse processo, para deixar os capilares
daí para os capilares peritubulares. peritubulares hipotônicos, como o túbulo contorcido proximal
A glicose e os aminoácidos utilizam o mesmo carreador do Na+ para entrar estará hipertônico por conta desse processo, a ureia volta para
na célula tubular. equilibrar a osmolaridade no túbulo contorcido proximal.
No interior da célula tubular ocorre o desacoplamento e difusão simples 2. CONTRATRANSPORTE: água + gás carbônico = H2CO3 (ácido
para o meio intersticial e de lá para os capilares peritubulares. carbônico), a enzima ANIDRASE CARBÔNICA quebra o ácido
O aumento do gradiente osmótico no meio intersticial favorece a carbônico em íons H+ + HCO3-, o H+ deixa o sangue ácido e o
reabsorção da água do túbulo para o meio intersticial e daí para os HCO3- (bicarbonato) básico. O sangue prefere o bicarbonato pois
capilares. ele tem características básicas, altas quantidades de hidrogênio
A remoção de água do lume tubular leva a ureia por difusão simples para o torna o sangue ácido. O rim faz a reabsorção de sódio e o
meio intersticial e daí para o capilar. hidrogênio é secretado, realizando essa troca iônica, com isso,
O TCP absorve 65% da água, Na+, Cl- e HCO3- e 100% da diminui a acidez do sangue, mantendo o equilíbrio ácido-básico.
glicose e aminoácidos. A maioria dos medicamentos que excretamos, eles são secretados no
Região de maior reabsorção de água, Na, C, bicarbonato (substância túbulo contorcido proximal, esse medicamento fica preso a uma
tampão) e 100% da reabsorção de glicose e aminoácidos. Por ter alta taxa proteína, passa pelo glomérulo e no capilar peritubular se desprende da
de reabsorção de sódio, a glicose e aminoácidos são reabsorvidos juntos, albumina (proteína, principalmente ela) e consegue ir para o túbulo
ureia também é reabsorvida (toda vez que quebra a proteína e é utilizado contorcido proximal, eles são serão reabsorvidos por estarem nas suas
os aminoácidos para energia, gera amônia - tóxica -, no fígado a água se características ionizadas e hidrossolúveis, só são reabsorvidos quando é
junta com a amônia e forma a ureia). o mecanismo da droga.
A amônia não causa intoxicação nos peixes pois ela é liberada na água,
sendo então, diluída e não causa intoxicação.

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carreadores de transporte ativo secundário.
Impermeabilidade a água, só deixa passar soluto (basicamente sódio e
cloro), a osmolaridade é baixa pois só tem permeabilidade ao soluto, que
sai e vai para os capilares peritubulares.
Mecanismo na membrana luminal: co-transportador Na+, K+, 2Cl-, canais
de potássio.
IMPERMEÁVEL A ÁGUA, REABSORVE APENAS SOLUTOS (Na e Cl),
osmolalidade baixa.

Movimentação de sódio, cloro e uma certa movimentação de água, fica


uma osmolaridade baixa pois ainda é bastante reabsorvido o soluto, é
permeável a água em baixas concentrações.
OSMOLALIDADE CONTINUA CAINDO PELA REABSORÇÃO DE SOLUTO,
BAIXA REABSORÇÃO DE ÁGUA (próximo ao túbulo contorcido distal).
 Dependendo da concentração de ureia no filtrado glomerular
Gera a hiperosmolaridade medular através: (retorna, pois é um dos componentes que contorna a reabsorção
→ Transporte ativo de sódio e co-transporte de potássio e cloreto da de água), ao chegar no ducto coletor pode voltar para o néfron,
porção ascendente espessa da alça de Henle para o interstício isso acontece, pois é necessário manter uma certa quantidade
medular de ureia no néfron e na corrente sanguínea.
→ Transporte ativo de íons dos ductos coletores para o interstício  Baixa quantidade de ureia no filtrado, ela sofre uma SECREÇÃO,
medular sai do ducto coletor e vai para o líquido intersticial, após isso,
retorna para a alça de Henle, mantendo a osmolalidade do
→ Difusão passiva de ureia dos ductos coletores para o interstício
filtrado -> RECIRCULAÇÃO DA UREIA.
medular
 Alta quantidade de ureia, a água permanece.
→ Difusão de pequenas quantidades de água
Aprisionamento de solutos na medula, multiplicando o gradiente de  A ureia foi reabsorvida no túbulo contorcido proximal e aumenta
concentração estabelecido pelo transporte ativo de íons da porção a osmolalidade.
ascendente espessa da alça de Henle.  Um dos sinais de insuficiência renal é a urina mais ESCURA.

Alça de Henle
Apresenta 3 segmentos: ramo descendente delgado, ascendente delgado e
ascendente espesso.

Túbulo contorcido distal


O Ramo ascendente da alça de Henle retorna até o glomérulo e passa
entre a arteríola aferente e eferente e prossegue dali como túbulo
Membranas são permeáveis a água, mas não ao NaCl (reabsorção de água contorcido distal (TCD).
e secreção de sais e ureia). Poucas proteínas de membranas funcionam A junção do TCD com o glomérulo é chamada de aparelho
como canais. justaglomerular.
Aumenta a osmolaridade do fluído tubular. Neste segmento o transporte O TCD se une ao túbulo coletor cortical que está ligado ao duto coletor e
ativo de solutos é virtualmente inexistente. A função ramo fino é finalmente à pelve renal.
determinada por suas propriedades de permeabilidade passiva e sua
orientação espacial dentro da medula interna. Estas características são
essenciais para seu papel na absorção hídrica.
Permite apenas a reabsorção de água, apenas reabsorve o solvente (água),
permeável apenas a água. A osmolaridade é alta pois só tem reabsorção de
água, ficando com uma alta concentração de soluto
IMPERMEÁVEL AOS SOLUTOS e PERMEÁVEL A ÁGUA, é o ramo
concentrador de urina por fazer reabsorção de água, a osmolalidade é alta.

Reabsorção de sais, impermeável à água. Regulação da excreção de Mg2+.


Possui pouca e pequenas microvilosidades, muitos canais de íons e

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Reabsorção de pequena fração do NaCl, bicarbonato e cálcio. Regulação da elementos químicos e faz contratransporte com o hidrogênio.
excreção de Ca2+, secreta hidrogênio e amônio, tanto reabsorve como A reabsorção de sódio faz com que ele seja trocado pelo hidrogênio,
secreta K+. toda vez que ocorre essa troca, o sangue começa a se tornar
Capazes de reabsorver solutos contra um alto gradiente. Obs: porção inicial BÁSICO/ALCALINO, já que os íons hidrogênio tendem a manter o sangue
é relativamente impermeável a água. ÁCIDO, para manter o pH em torno de 7,5, aumenta a concentração de
Mecanismo na membrana basolateral: Na+, K+, -ATPase, canais de cloro, sódio (alcalose).
canais de potássio. → O sódio altera a liberação de hormônios e o equilíbrio ácido-base.
Mecanismo na membrana luminal: co-transportador de NaCl e canal de Quando a aldosterona age na porção final do néfron, ocorre a excreção
sódio. de potássio, pois esse potássio faz contratransporte com o sódio, ou
Tem três funções básicas: seja, toda vez que o sódio é reabsorvido ocorre a excreção de um
1. REABSORVER ÁGUA (função primária). potássio e a secreção de um hidrogênio.
2. REABSORÇÃO DE Na E Cl. A angiotensina II promove a liberação do hormônio antidiurético que está
3. PROMOVE A EXCREÇÃO DE K E SECREÇÃO DE H+. armazenado na neurohipófise, e o sódio também.
Tem uma alta reabsorção de água pois o ramo ascendente da alça de Henle
reabsorve mais soluto, com isso, o filtrado fica com uma baixa
concentração de soluto quando chega no túbulo contorcido distal (os
capilares têm uma alta osmolaridade), por osmose, a água sai do túbulo
contorcido distal e passa para os capilares.
A aldosterona está envolvida na manutenção da concentração de potássio.
Primeiramente, promove uma excreção de potássio, permanecendo no
filtrado glomerular. Toda vez que o potássio fica no filtrado glomerular (um
potássio), o sódio é reabsorvido (um sódio), para o sódio ser reabsorvido
tem que sair da corrente sanguínea o hidrogênio (um hidrogênio) e ser
secretado no túbulo contorcido distal.
→ ocorre pela ação da aldosterona a excreção de potássio, reabsorção
de sódio e no contratransporte, ocorre a secreção de hidrogênio.
A reabsorção de água no túbulo contorcido distal e no ducto coletor vai ser
alta quando tiver a presença dos hormônios antidiurético e aldosterona,
sendo que, o antidiurético aumenta a permeabilidade da água no ducto
coletor e a aldosterona no túbulo contorcido distal. A aldosterona aumenta a
reabsorção de sódio e por co-transporte a reabsorção de água.
A movimentação de cálcio se dá pelo túbulo contorcido distal através dos
hormônios que controlam (calcitonina e paratormônio).

Ducto coletor
Reabsorção de Na+ -> ação da aldosterona.
Reabsorção de água e ureia -> ação do ADH.
Aumento da permeabilidade a água e ureia. Saída de Na+ e água dos TCC e
DCME para o interstício. Saída de Na+, água e ureia do DCMI para o
interstício.
Área de maior reabsorção de água e ureia pela recirculação da ureia. Tem
grandes áreas permeáveis a água , tem áreas de reabsorção de sódio. O
hormônio que promove a reabsorção de água é o ANTIDIURÉTICO no ducto
coletor, e a ALDOSTERONA reabsorve o sódio fazendo a secreção de
hidrogênio. Aparelho justaglomerular
Tem a ação de dois hormônios:
1. ALDOSTERONA Função: auxiliam na regulação do fluxo renal e da taxa de filtração
2. ANTIDIURÉTICO (ADH) glomerular.
Para a ação do antidiurético, o ducto coletor precisa ter essa A porção inicial do túbulo contorcido distal de cada néfron entra em
permeabilidade à água. Para a ação da aldosterona tem o envolvimento de contato com seu correspondente glomérulo e suas respectivas
potássio e sódio, sendo o potássio excretado e o sódio reabsorvido, pela arteríolas aferentes e eferentes -> unidade vasotubular chamada de
reabsorção de sódio, terá áreas com secreção de hidrogênio. aparelho justaglomerular -> apresentam:
→ Também tem reabsorção de ureia. → CÉLULAS GRANULARES OU JUSTAGLOMERULARES: citoplasma
→ O que sai do ducto coletor é a urina. rico em grânulos com renina.
AÇÃO DO ADH LIBERADO ATRAVÉS DA HIPOVOLEMIA, se o sódio está muito → CÉLULAS DA MÁCULA DENSA: detectam a variação de volume e
elevado na corrente sanguínea ocorre a liberação do ADH, essa reabsorção composição do fluído tubular distal. Detecta a quantidade de sódio
promove a queda da osmolalidade sanguínea. É liberado pelo aumento da que entra no filtrado.
concentração de sódio circulante (ou seja, o plasma fica com uma alta → CÉLULAS MESANGIAIS EXTRAGLOMERULARES: suporte
concentração de soluto e baixa de solvente), o objetivo é diminuir a estrutural, atividade fagocítica e secretam prostaglandinas.
concentração de sódio circulante, que realizará o co-transporte de vários Secreta prostaglandina (a prostaglandina tem duas funções no

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rim: vasodilatação - se contrapõe com a angiotensina II, impede a capilares peritubulares (recebem ramificações de outros vasos).
vasoconstrição intensa - permite a movimentação de macrófagos CAPILARES PERITUBULARES: substâncias que estão dentro, estão por
na região pela vasodilatação). diferença de gradiente de concentração, enquanto que no glomérulo são
substâncias de baixo peso molecular (pega substância do néfron ou do
sangue).

Vascularização renal Quando os capilares peritubulares passam ao redor da alça de Henle


sofrem uma nova ramificação para abranger toda a alça de Henle, esses
Os rins possuem rico suprimento sanguíneo que permite continuamente capilares se chamam de vasa recta (conjunto de capilares oriundos dos
filtrar e limpar o sangue. capilares peritubulares, exclusivo da alça de Henle), os capilares
aorta abdominal -> artérias interlobares -> artérias arqueadas -> artérias peritubulares se juntam e formam a veia renal.
interlobulares -> artérias aferentes -> artérias eferentes Sistema portal -> de um vaso sofre ramificação e depois sofrem a junção
formando apenas um vaso.

Fisiologia renal
Envolve 4 processos:
1. FILTRAÇÃO GLOMERULAR
2. REABSORÇÃO TUBULAR
3. SECREÇÃO TUBULAR
4. EXCREÇÃO RENAL
Toda a estrutura do néfron é responsável por esses quatro processos, que
são as funções do néfron..
TRIÂNGULO DA ALÇA ASCENDENTE ESPESSA E VASOS SANGUÍNEOS É O
O sangue sai do coração pelo ventrículo esquerdo através da artéria aorta
APARELHO JUSTAGLOMERULAR, ONDE PRODUZ RENINA.
que sofre ramificações e origina artérias menores, onde uma das
Três principais produtos nitrogenados: amônia (muito tóxica), ácido úrico (as
bifurcações é a artéria renal que entra no rim. No rim, ela é ramificada
aves eliminam ácido úrico, com baixa concentração de água) e ureia (a ureia
para que cada um dos néfrons receba aporte sanguíneo, o que chega no
é a amônia diluída em água).
néfron é a arteríola aferente, a arteríola aferente entra no glomérulo que
tem os capilares glomerulares (surgem das ramificações da arteríola
aferente), dentro do glomérulo é ramificada originando os capilares
glomerulares (onde faz a saída de substâncias do sangue encaminhando
para o túbulo contorcido proximal, esse sangue filtrado sai pela arteríola
eferente.
ARTERÍOLA AFERENTE -> CAPILARES GLOMERULARES -> ARTERÍOLA
EFERENTE (os capilares se juntam formando a arteríola eferente, volta
para a corrente sanguínea através da veia renal saindo rim).
artéria aorta -> artéria renal -> arteríola aferente -> capilares
glomerulares -> arteríola eferente -> veia renal -> veia cava caudal
Toda vez que o néfron faz reabsorção ou excreção precisa dos vasos
sanguíneos.
REABSORÇÃO: aquilo que volta para o local de origem.
SECREÇÃO: o que é eliminado para outro meio, toda vez que uma substância
sai da corrente sanguínea e volta para o néfron é a secreção, os capilares
peritubulares é uma ramificação, esses capilares são formados através de
uma arteríola. O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no
O sangue entra pela arteríola aferente -> capilar glomerular -> sofrem interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde
anastomose -> arteríola eferente -> parte se ramifica e origina os cada uma ramifica-se no interior da cápsula do néfron, formando um
enovelado de capilares denominado glomérulo.
.
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 MAMÍFEROS: sangue arterial renal -> arteríola aferente que quando
entra no néfron se divide em capilares peritubulares e sofrem
anastomose formando a vênula e depois a veia renal, o sangue dos
capilares peritubulares passam pelo glomérulo, quando faz a
reabsorção de substâncias, essas substâncias voltam para os
capilares peritubulares, a secreção acontece quando a substância
não consegue ser totalmente absorvida no glomérulo, ela vai para o
capilar onde consegue ser secretada para dentro do néfron.
FILTRAÇÃO: retirada de componentes presentes no plasma sanguíneo e a
ida destes componentes para o túbulo contorcido proximal.
 sangue: dividido em plasma (vai para o túbulo contorcido proximal -
tirando a proteína -, é formado por água, glicose, proteínas, sais
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo minerais, ureia e aminoácidos) e elementos figurados (linha vermelha
com intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula e linha branca).
do néfron, processo denominado filtração. CADA GRUPO DE ANIMAIS TEM UM NÚMERO DIFERENTE DE NÉFRONS.
Essas substâncias extravasadas para a cápsula do néfron constituem o
filtrado glomerular, que é semelhante, em composição química, ao plasma → Forças envolvidas
sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de – Pressão hidrostática capilar glomerular -> 60 mmHg = favorece a
atravessar os capilares glomerulares. filtração.
Passagem de substâncias do plasma sanguíneo para o filtrado glomerular. – Pressão hidrostática espaço de Bowman -> 18 mmHg = opõe-se a
Toda substância que entra pela arteríola aferente chega nos capilares filtração.
glomerulares, para passar para o túbulo contorcido proximal é necessário – Pressão coloidosmótica capilar glomerular -> 32 mmHg = opõe-se a
ter uma pressão no glomérulo para que as substâncias saiam. Os capilares filtração.
possuem fenestras para que substâncias dentro do sangue possam vir A DIFERENÇA DE 10 mmHg É A PRESSÃO DE FILTRAÇÃO
para o túbulo contorcido proximal. O sangue chega no néfron e dentro dela A membrana glomerular é porosa e permite a passagem de pequenas
encontramos o sangue dividido em duas partes: moléculas (menores que albumina < 4nm) e solutos em geral, além de líquido
1 PLASMA: água, proteína, sódio, glicose, aminoácidos, cálcio, cloro, plasmático
magnésio, bicarbonato, ureia e entre outros.
2 ELEMENTOS FIGURADOS: células da linha branca (células de defesa)
e células da linha vermelha (hemácias).
A filtração é a saída de substâncias do plasma sanguíneo através das três
pressões, alcançando o túbulo contorcido proximal. A filtração não
"seleciona", ela só faz passar substâncias com baixo peso molecular, a
seleção ocorre no decorrer do néfron.
O processo de seleção de substâncias se dá pela diferença de gradiente de
concentração, alta quantidade de uma substância dentro do sangue (capilar
peritubular) e alta quantidade no néfron também, ela é EXCRETADA. Baixa
quantidade de uma substância no capilar peritubular e alta no néfron é
REABSORVIDA para o capilar peritubular (onde tem mais vai para onde tem
menos, ou seja, do néfron para a corrente sanguínea, e alta quantidade no
néfron com alta quantidade no sangue, será excretado).
Os capilares peritubulares recolhem essas substâncias reabsorvidas,
O sangue entra no néfron e sofre três tipos de pressão: a do glomérulo
também estão ligados com outras redes de vasos, nesses capilares podem
conter outras substâncias que não passaram pelo néfron, nesse capilar, se sobre a cápsula e vice-versa. Após isso, o sangue progride para o túbulo
contorcido proximal apenas aquilo que é pequeno, o néfron seleciona
tem alta quantidade de uma substância no capilar e baixa no néfron, ela
primeiro pelo tamanho das moléculas. O néfron tem diversas diferenças
migra para o néfron, sendo a SECREÇÃO, essa substância está em alta
pois determinadas substâncias só podem ser excretadas ou secretadas
quantidade por não ter passado ainda pela filtração glomerular e ela ainda
numa determinada região.
tem baixo peso molecular.
Aminoácidos e glicose são absorvidos exclusivamente no túbulo contorcido
REABSORÇÃO: saída da substância do néfron para dentro do capilar
proximal, água (porção ascendente da alça de Henle é impermeável a água).
peritubular.
Quando o sangue chega no capilar passa por três forças de pressões que
SECREÇÃO: saída da substância do capilar peritubular para dentro do
são responsáveis pelo processo de filtração, sendo elas:
néfron.
a. PRESSÃO ONCÓTICA
FILTRAÇÃO: saída da substância do plasma sanguíneo que forma o filtrado
b. PRESSÃO HIDROSTÁTICA DA CÁPSULA DE BOWMAN
glomerular, a movimentação ao longo do néfron poderá ter a reabsorção de
c. PRESSÃO HIDROSTÁTICA GLOMERULAR
substâncias e secreção de substâncias pelos capilares peritubulares..
Essa pressão faz com que as substâncias dentro do plasma passem
 Glicose e aminoácidos já são reabsorvidos no túbulo contorcido
através das fenestrações para a cápsula indo para o túbulo contorcido
proximal, encaminhando-os para os capilares peritubulares. proximal. Todas as substâncias encontradas no plasma sanguíneo estarão
 Dos capilares peritubulares volta para a circulação sistêmica. no túbulo contorcido proximal, esse líquido no túbulo contorcido proximal é
 Capilares peritubulares sofrem ramificações de outros vasos, os chamado de filtrado glomerular (mesma constituição do plasma, só quem
capilares peritubulares não passam no glomérulo -> AVES. sem proteínas, do tipo, albumina e sem elementos figurados), no líquido é
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encontrado substâncias de baixo peso molecular.
A reabsorção tubular é um processo que pode ser ativo ou passivo e
permite a transferência de substâncias do lúmen do túbulo renal para os
capilares peritubulares.
REABSORÇÃO TUBULAR: substâncias que estavam em um lugar foram para
outro e depois, voltaram para o seu lugar de origem.
substância no sangue -> néfron -: sangue.
É o processo de retorno de substâncias que estão no filtrado glomerular e
que retornarão para o sangue. São reabsorvidas pelo gradiente de
concentração, substâncias muito concentradas no néfron passam para
onde tem menos (capilares).
As plaquetas fazem tamponamento de fenestras, tipo em casos de
erliquiose que diminui as plaquetas e as hemácias conseguem sair.
Através da pressão exercida também são reabsorvidas (gradiente de
SUBSTÂNCIAS ENCONTRADAS NO FILTRADO: água, Na (elemento químico pressão), a substância se movimenta em regiões de alta pressão para
mais filtrado), glicose, mioglobina (baixo peso molecular, a albumina não passa regiões de baixa pressão, sendo que a substância que faz essa pressão.
por ter um alto peso molecular), os aminoácidos e glicose são reabsorvidos. O filtrado glomerular tem partículas de baixo peso molecular que não podem
Para que ocorra o filtrado glomerular é necessário: ser eliminadas em sua totalidade, essas substâncias voltam para a corrente
FLUXO SANGUÍNEO RENAL. sanguínea através da reabsorção por dois motivos:
PRESSÕES GLOMERULARES: para que as substâncias passem pelas 1. GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO: substâncias migram do meio mais
fenestras glomerulares e pela cápsula de Bowman é importante passar concentrado para o menos concentrado. Quanto maior o gradiente
por essas pressões, que apertam o glomérulo de concentração maior será a pressão exercida dessas substâncias
para sair o filtrado. (na maioria dos casos).
a. pressão hidrostática glomerular: pressão da água (vence porque sua 2. PRESSÃO EXERCIDA DAS SUBSTÂNCIAS: pressão hidrostática
pressão é maior que a pressão oncótica), é a pressão do capilar (pressão da água onde as partículas de baixo peso molecular
para dentro da cápsula, é maior, faz com que a água leve os solutos passam), pressão oncóticas/osmóticas (pressão da proteína onde
de menor tamanho para o filtrado glomerular. as substâncias de baixo peso molecular não passam), a região de
b. pressão oncótica: pressão do capilar, se dá pela pressão da maior pressão leva as substâncias para a região de menor pressão
proteína, ou seja, pela presença das proteínas que impedem que os (entre a alça de Henle e túbulo contorcido distal para os capilares
solutos de menor tamanho vão para dentro do néfron, "tampa" as peritubulares).
fenestras para que os solutos não saiam. PRESSÃO NEGATIVA. Para cada região do néfron temos diferentes substâncias sendo
c. pressão hidrostática capsular: pressão da água dentro da cápsula reabsorvidas, para cada região tem uma concentração e seletividade
que fazem nos capilares, impedem quem as substâncias saiam do diferente, onde algumas regiões são mais permeáveis.
capilar para o glomérulo. → EX: sódio tem em quase todo segmento do néfron a capacidade de
A PRESSÃO HIDROSTÁTICA GLOMERULAR É MAIOR DO QUE A SOMATÓRIA ser reabsorvido, cloro e potássio só são reabsorvidas em algumas
DAS PRESSÃO ONCÓTICA E DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA GLOMERULAR. regiões.
→ Características da substância a ser filtrada → Substâncias resultantes da quebra da proteína e exógenas são
excretadas.
Tamanho - peso molecular → Medicamento: ionizado e hidrossolúvel.
Substância Peso Molecular Filtrabilidade ALTA QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIA NO CAPILAR E ALTA QUANTIDADE NO
NÉFRON NÃO SÃO REABSORVIDAS.
água 18 100% A reabsorção de substâncias pode se dar pelo gasto de energia (processo
sódio 23 100% ativo ou passivo), quando saem do néfron, podem passar pela parede do
glicose 180 100% túbulo por dois caminhos:
1. VIA TRANSCELULAR: passam por canais iônicos da parede do túbulo
mioglobina 17000 75% renal, passam dentro da célula.
albumina 69000 0,5% 2. VIA PARACELULAR: passam por regiões de GAP entre as células, no
meio de duas células
→ CO-TRANSPORTE: ocorre no túbulo contorcido proximal. Ex: quando o
sódio volta para a corrente sanguínea, ele possui um canal iônico
específico para a sua movimentação, levando-o para o capilar
peritubular. Quando o sódio se movimenta, outras substâncias como
glicose e aminoácidos se aproveitam do mesmo canal iônico do sódio.
São substâncias específicas que utilizam o mesmo canal iônico ou
carreador. O sódio faz co-transporte com a glicose e os
aminoácidos.
→ CONTRATRANSPORTE: movimento de substâncias em sentidos
opostos. Ex: sódio e hidrogênio, quando um sódio retorna para a
corrente sanguínea (ou seja, é reabsorvido) um hidrogênio da

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corrente sanguínea é secretado no néfron. Se o sódio está no filtração glomerular, o rim tenta manter constante a taxa de filtração
capilar peritubular e precisa ir para o néfron, o hidrogênio vai para glomerular, para isso, precisa ser constante o fluxo de sangue que entra
o capilar. O hidrogênio (forma o ácido carbônico quando encontra o no glomérulo, pois é a partir disso que forma o filtrado glomerular, esse
gás carbônico) é importante para o pH, altas concentrações de filtrado possui componentes iguais ao do plasma sanguíneo, o filtrado tem
hidrogênio na corrente sanguínea o pH cai (entra em acidose), então total dependência da quantidade de sangue que passa no glomérulo.
o hidrogênio precisa ser excretado para manter o pH do sangue → muito filtrado (mais sangue igual a mais filtrado) tem alta perda de
pois o sódio volta para a corrente sanguínea aumentando o pH, o água e soluto, e temos uma taxa de perda. Não é bom retirar muitas
sódio pode ser reabsorvido em qualquer parte do néfron, precisa substâncias pois permite a perda de muita água, sódio, potássio e
ser excretado. entre outros que serão excretados.
→ O rim também mantém o pH sanguíneo. → baixa quantidade de sangue não terá pouco filtrado glomerular, pois
o rim mantém uma taxa, com isso, vai ter uma alta pressão para
formar o filtrado glomerular.
A secreção tubular atua em direção oposta à reabsorção. As substâncias O RIM GOSTA DE MANTER UMA TAXA DE FILTRAÇÃO CONSTANTE, para
são transportadas do interior dos capilares para a luz dos túbulos, de onde isso, precisa da auto-regulação, para manter constante o fluxo sanguíneo
são eliminadas pela urina. renal (FSR) e a taxa de filtração glomerular (TFG).
Os mecanismos de secreção tubular, à semelhança dos mecanismos Toda vez que o fluxo sanguíneo renal estiver muito alto, teremos uma alta
de reabsorção, podem ser ativos ou passivos, quando incluem a utilização de taxa de filtração glomerular, a longo prazo é perceptível que a excreção de
energia pela célula para a sua execução . muitas substâncias via urina não sendo bom para o organismo, como por ex:
o hidrogênio faz a acidez do sangue se manter equilibrado com a alcalose,
Eliminação da urina formada, contendo as substâncias que permaneceram caso perca uma alta quantidade de hidrogênio, o sangue que era neutro
no néfron através da filtração e outras que entraram no néfron através come a ficar alcalino, se perde potássio, altera a composição da
do processo de secreção. musculatura, da bomba de sódio e potássio. Se proporcionamos esse fluxo
maior, também resulta na saída de substâncias necessárias, além de
provocar uma sobrecarga renal.
CO-TRANSPORTE: transporte simultâneo de dois ou mais compostos no A queda do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular, o
mesmo transportador na mesma direção (ex: Na+ - glicose e Na+ - néfron tenta manter a taxa normal, então exerce uma força de pressão
aminoácido). maior para a retirada do filtrado, isso leva a uma insuficiência renal.
CONTRATRANSPORTE: movimento de um composto em uma direção, dirigido
pelo movimento de um segundo composto na direção oposta (ex: VASOCONSTRIÇÃO DA ARTERÍOLA AFERENTE E EFERENTE (fenômeno
contratransporte Na+ - H+). fisiológico).
VIA TRANSCELULAR: passa através das membranas basolaterais e luminal. → VASOCONSTRIÇÃO DA ARTERÍOLA AFERENTE: quando tem um
VIA PARACELULAR: passa através das tight junction. aumento do fluxo sanguíneo renal, para manter o fluxo normal, não
Auto-regulação resultando em uma alta quantidade de filtrado.
→ VASOCONSTRIÇÃO DA ARTERÍOLA EFERENTE: quando tem uma
Com vários níveis de atividades, fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração queda do fluxo sanguíneo renal, fazendo o sangue permanecer mais
glomerular permanecem relativamente constantes em uma pressão tempo no glomérulo.
sistêmica média. Quando temos o fluxo sanguíneo renal aumentado, teremos o mecanismo de
Existem 2 mecanismos de auto-regulação: vasoconstrição da ARTERÍOLA AFERENTE para diminuir o fluxo sanguíneo
1. Feedback túbulo-glomerular renal, diminuindo a entrada de sangue e controlando o volume, sendo uma
2. Produção de angiotensina II das formas de fazer feedback.
Os anti-inflamatórios (inibem prostaglandina) tem ação direta na produção Outra forma de fazer feedback é quando temos uma queda do fluxo
de prostaglandina, onde sua função é ser VASODILATADORA, quando toma sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular, o rim faz uma
anti-inflamatórios ocorre uma VASOCONSTRIÇÃO do corpo inteiro, também vasoconstrição da ARTERÍOLA EFERENTE, fazendo o sangue passar mais
das arteríolas e artérias. A vasoconstrição não deixa ir muito sangue, com devagar, aumentando dessa forma, a taxa de filtração glomerular, esse
isso, o glomérulo faz muita força para formar o filtrado glomerular, toda mecanismo possui relação com a secreção da renina.
vez que faz isso, causa uma lesão renal que leva ao quadro de insuficiência
renal.
AUMENTA O FLUXO SANGUÍNEO RENAL E AUMENTA A TAXA DE Células justaglomerulares da parede da arteríola aferente, em face da
FILTRAÇÃO GLOMERULAR diminuição da pressão de perfusão e da pressão sistêmica, secretam o
A auto-regulação é a tentativa dos rins de manter o filtrado glomerular (a hormônio renina, que leva a formação de angiotensina II.
prostaglandina não entra diretamente no mecanismo de auto-regulação). ANGIOTENSINOGÊNIO -> RENINA -> ANGIOTENSINA I -> ECA ->
Com vários níveis de atividade, o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração ANGIOTENSINA II.
glomerular permanecem relativamente constantes em uma pressão Libera angiotensina II pela queda da PRESSÃO ARTERIAL por hipovolemia
sistêmica média. (diminui a quantidade de plasma circulante), temos receptores ou
Como já dito, existem dois mecanismos de auto-regulação, sendo eles: marcadores de volume no ventrículo esquerdo e artérias. No ventrículo
feedback túbulo-glomerular e produção de angiotensina II. esquerdo os receptores detectam que a parede do miocárdio não está
A prostaglandina não entra diretamente no processo de auto-regulação, estirando numa normalidade, isso implica na dificuldade de chegada do
porém, toda vez que tem vasoconstrição, o rim libera prostaglandina. oxigênio nas células, sendo que, sem esse aporte, as células entram em
A auto-regulação tem relação com o fluxo sanguíneo renal e a taxa de hipóxia, se isso ocorre, temos uma queda do débito cardíaco, sendo o rim

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um dos principais órgãos afetado por essa queda. Também temos outro fator causado pela hipovolemia, ocorre uma
HIPOVOLEMIA -> DIMINUIÇÃO DO PLASMA CIRCULANTE -> VENTRÍCULO hemoconcentração. A hemoconcentração aumenta a quantidade dos
ESQUERDO -> INIBIÇÃO DA INERVAÇÃO VAGA (diminui o estímulo do nervo elementos figurados e do plasma, aumenta a concentração dos solutos
vago, sendo um dos controladores do ritmo cardíaco, junto com o sistema circulantes, esse sangue chega no hipotálamo ele causa uma reação
nervoso autônomo) -> APARELHO JUSTAGLOMERULAR -> LIBERAÇÃO DE hipotalâmica, lendo que a concentração de sódio está aumentada por não
RENINA. estar diluída na água, vê a osmolalidade de sódio e a queda de água
O vago tem uma comunicação direta com o aparelho justaglomerular, é circulante, ele corrige a hipovolemia imediatamente, realizando a liberação
importante essa inibição pois estimula o aparelho justaglomerular a liberar do hormônio antidiurético que age no ducto coletor e causa a reabsorção de
renina. A renina cai na corrente sanguínea e encontra o angiotensinogênio, água, com isso, diminui a osmolalidade de sódio e corrige a hipovolemia.
com isso, forma a angiotensina I, a angiotensina I sofre a ação da ECA
(enzima conversora de angiotensina) e forma a angiotensina II, na presença
da angiotensina II ocorre a liberação da aldosterona pela glândula adrenal, → Promove a vasoconstrição tanto sistêmica quanto da arteríola
que irá atuar na reabsorção de sódio com um co-transporte de água, eferente com consequente aumento da taxa de filtração. Esse
restabelecendo a volemia e mantendo o débito cardíaco. processo de auto-regulação permite que a taxa de filtração seja
O nervo vago faz parte do sistema nervoso parassimpático, a sua inibição mantida mesmo quando o fluxo sanguíneo renal e baixo.
promove uma taquicardia, o nervo vago percebe que o estiramento está → Impede a falência renal na hipotensão arterial.
menor que o habitual, o nervo vago promove uma bradicardia e a sua → Estimula a liberação da aldosterona que promove a reabsorção do
inibição uma taquicardia, esse estiramento ocorre por causa da pressão Na+ que carreia água para o leito capilar auxiliando no aumento da
exercida do sangue na parede ventricular, quanto mais sangue fica no pressão arterial.
ventrículo esquerdo maior será o estiramento e o estímulo dos receptores → Induz a liberação de ADH que aumenta a reabsorção de água e ureia.
vagais, com isso, o nervo vago entende que o organismo não está em
hipovolemia.
Pouco volume sanguíneo no ventrículo esquerdo, não irá estimular os
receptores vagais, através disso, o sistema nervoso central entende que
tem pouco plasma circulante (hipovolemia), quanto maior a hipovolemia mais
o rim sofrerá (é um dos órgãos que mais recebe sangue), o vago inerva o
rim também, o vago faz uma neurotransmissão com o aparelho
justaglomerular para a liberação de renina, a angiotensina II faz liberar
aldosterona, promove a reabsorção de sódio junto com ele, a água.
O aparelho justaglomerular tem duas funções:
1. LIBERAR RENINA PELA INIBIÇÃO DO VAGO.
2. MEDIR A CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO NO FILTRADO GLOMERULAR.
MEDIR A CONCENTRAÇÃO DE SÓDIO NO FILTRADO GLOMERULAR: no
glomérulo tem células que medem a quantidade de sódio que está circulando
no filtrado glomerular, já que esse composto ajuda a controlar a água, se
tem pouco sódio no filtrado a água é reabsorvida, alta quantidade no filtrado
puxa a água para o filtrado. O sódio regula a absorção e excreção de água,
a hipovolemia proporciona baixa quantidade de sódio no filtrado por ter
menos plasma circulante (diminui todos os compostos), a baixa quantidade de
sódio diz para o organismo que o animal está em hipovolemia, não diminui o
sódio circulante, mas sim o plasma (a água do plasma), isso junto com a
inibição do vago faz liberar renina. A medida que libera renina (enzima) que
atua no angiotensinogênio (proteína liberado pelo fígado), a renina
transforma esse angiotensinogênio em angiotensina I que ao encontra a
ECA (produzida pelo pulmão, por ser um órgão extremamente vascularizado
e ser um produto próprio da secreção vascular) e forma a angiotensina II, a
angiotensina II antes de passar pelo córtex adrenal, ela tem quatro funções
básicas:
i. VASOCONSTRIÇÃO GERAL, tem a intenção de agir na arteríola
eferente, para deixar o sangue passando mais tempo no glomérulo,
tendo a chance de produzir uma taxa maior de filtrado glomerular. 1. A arteríola aferente sofre dilatação pelo aumento do fluxo
ii. chega no sistema nervoso central para alcançar a hipófise, passa sanguíneo renal, sempre que aumenta ocorre uma vasocontração da
pela neurohipófise fazendo a liberação do hormônio antidiurético que arteríola aferente, acionando receptores de dilatação que promove
estava armazenado, o ADH circulante aumentará a reabsorção de uma vasoconstrição rebote. A vasodilatação aciona a liberação de
água, age no ducto coletor aumentando a volemia. cálcio, como consequência temos a contração da arteríola aferente.
iii. passa pelas adrenais, estimula o córtex a liberar aldosterona que 2. FEEDBACK TÚBULO-GLOMERULAR = aparelho justaglomerular.
corrige o volume de sódio, promovendo a reabsorção de sódio e com Sempre que aumenta o fluxo sanguíneo renal, na arteríola aferente,
isso, corrige a hipovolemia pelo co-transporte da água. o aparelho justaglomerular irá perceber o aumento na entrada de
iv. age no córtex cerebral para estimular o centro da sede, fazendo o sódio, fazendo uma vasoconstrição da arteríola aferente, a mácula
indivíduo beber água para corrigir a hipovolemia. densa promove essa vasoconstrição (mácula

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densa dentro do aparelho justaglomerular). A mácula densa tem Age na porção final do TCD, túbulo coletor cortical e ductos coletores.
células quimiorreceptoras que percebem a entrada de sódio.
APARELHO JUSTAGLOMERULAR = libera prostaglandina, renina e Contração da bexiga
media a quantidade de sódio. Funciona a partir do segmento do sistema nervoso periférico, na bexiga
temos a ação direta do sistema nervoso periférico, pois sua musculatura é
lisa, possuindo inervação com o sistema nervoso autônomo e no primeiro
esfíncter ou esfíncter interno (inervação do sistema nervoso periférico
1. O baixo fluxo sanguíneo renal passa pouco sangue pela arteríola pelo ramo autônomo, pois essas duas estruturas têm musculatura lisa.
aferente, a arteríola aferente faz vasodilatação para tentar fazer A bexiga possui um segundo esfíncter que promove a contração e o seu
com que entre mais sangue, aumentando dessa forma, a taxa de fechamento, relaxamento e a sua abertura. Esse segundo esfíncter é feito
filtração glomerular, isso acontece pelo MECANISMO MIOGÊNICO. de musculatura estriada esquelética possuindo inervação do sistema
2. O segundo mecanismo é com o feedback justaglomerular -> mácula nervoso periférico do ramo somático.
densa. A diminuição do fluxo sanguíneo renal vai diminuir a quantidade Na parte do sistema nervoso autônomo temos a ação do sistema nervoso
de sódio que promove os seguintes mecanismos: simpático (mantém o esfíncter interno fechado e a musculatura lisa
→ VASOCONSTRIÇÃO DA ARTERÍOLA EFERENTE, para evitar relaxada), o parassimpático mantém o esfíncter interno relaxo e a parede
que o sangue saia, aumentando a quantidade de sangue no da bexiga contraída.
capilar glomerular e aumenta a taxa de filtração glomerular, Toda vez que aciona o SIMPÁTICO, temos o enchimento da bexiga com a
quando diminui sódio, a mácula densa libera renina que age urina, assim que a bexiga se encontra repleta, onde toda a parede da
sobre o angiotensinogênio e o transforma em angiotensina I, bexiga está em contato com a urina, ocorre a micção, que diminui o
logo após, encontra a ECA e na sua presença se transforma simpático e aciona o parassimpático, ocorrendo assim, a micção.
em angiotensina II. A angiotensina II faz a vasoconstrição da → PREENCHIMENTO DA BEXIGA -> sistema nervoso simpático mantém
arteríola eferente, também age no córtex da glândula a bexiga relaxada e o esfíncter interno, na micção age o sistema
adrenal para liberar a aldosterona, que promoverá a nervoso parassimpático, relaxando o esfíncter interno e contraindo
reabsorção de sódio no ducto coletor e junto com ele, vem a a bexiga.
água, com isso, aumenta o fluxo sanguíneo renal e a taxa de O esfíncter externo funciona sobre pressão, é um controle voluntário, a
filtração glomerular, através disso, reestabelece a contração promove um aumento da pressão da urina sobre o esfíncter
osmolalidade do glomérulo. externo, fazendo ele relaxar.
REFLEXO MIOGÊNICO: vasodilatação da arteríola aferente e vasoconstrição Quando o indivíduo não quer urinar, mas precisa, a pressão da contração
da arteríola eferente (a angiotensina II tem mais receptores na arteríola exercida no esfíncter faz uma diminuição do sistema nervoso somático, que
eferente). faz o relaxamento do esfíncter externo. Os animais só seguram a urina até
HIPOVOLEMIA: baixa concentração de sódio. um determinado ponto.
REABSORÇÃO TUBULAR: retirada de substâncias do filtrado glomerular e o CONTRAÇÃO MEDIADA PELA ACETILCOLINA.
encaminhamento das mesmas para os capilares peritubulares, se dá pela Regiões específicas no sistema nervoso central percebem o enchimento da
diferença do gradiente de concentração. bexiga.
→ SOLUTOS: meio mais concentrado para o meio menos concentrado. A partir do momento que enche a bexiga, nessa fase, temos a contração
→ SOLVENTE: é por osmose, sai do meio menos concentrado para o dos dois esfíncteres e relaxamento do músculo deutrusor, através da urina
mais concentrado. encaminhada pelo rim ela chega na bexiga e é percebida pelos receptores
REABSORÇÃO: filtração glomerular -> capilar peritubular. de volume e de pressão, enviando a informação do estiramento da bexiga.
SECREÇÃO: capilar peritubular -> filtrado glomerular. Seu preenchimento aciona a liberação do sistema nervoso parassimpático
para contrair a bexiga e relaxar os esfíncteres.
Hormônios da função renal
Micção
Termo fisiológico para o esvaziamento da bexiga
Estruturas associadas e suas funções:
→ Ureteres – tubos musculares que transportam a urina por
Aumenta a permeabilidade das células do túbulo coletor cortical e ductos peristalse da pelve até a bexiga.
coletores a água. → Bexiga – é um órgão oco, muscular, que varia de tamanho conforme
Os osmoreceptores hipotalâmicos percebem variações de na osmolaridade a quantidade de urina.
plasmática e regulam a liberação de ADH. → Uretra – continuação caudal do colo da bexiga e transporta a urina
Na ausência de ADH não haverá reabsorção de água e ureia, mas haverá da bexiga para o exterior.
reabsorção de NaCl por ação da aldosterona.
Inervação parassimpática – inervação motora para o músculo no corpo e
Hipovolemia estimula a liberação de ADH.
no colo da bexiga.
Baixas temperaturas e álcool etílico inibem a liberação de ADH.
A micção é controlada por um centro de controle localizado no segundo,
terceiro e quarto níveis sacrais da medula espinal.
Mais envolvida com a regulação da concentração de K+ no liquido O enchimento da bexiga urinária ativa receptores de estiramento
extracelular. (mecanorreceptores) que enviam impulsos a esse centro de controle, o qual
Secretada quando há aumento da concentração de K+ no liquido extracelular promove a ativação parassimpática e a inibição simpática. Assim, as
(hipercalemia). contrações do músculo detrusor da bexiga urinária são estimuladas e o
Promove a secreção de K+ e consequentemente a reabsorção de Na+. esfíncter interno da uretra relaxa.

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corrente sanguínea, sendo encaminhada ao fígado e pode ser utilizada para
a formação dos aminoácidos.
2 O que é creatinina e qual é a sua importância na função renal?
A creatinina é derivada do metabolismo da creatinina muscular e a sua
produção é diretamente proporcional à massa muscular. Ela é importante
por ser 100% excretada pelo rim. Pois é 100% excretada no rim e é um
produto não nitrogenado proteico. Excreção de 100% da creatinina, toda
vez que faz contração muscular e usa o fosfato de creatinina para repor
o ATP, o ATP ao ser quebrado libera energia, toda vez que o fosfato de
creatinina é utilizado, sua clivagem libera a creatinina que é 100%
excretada.
3 Como a bilirrubina é eliminada pela urina?
Através da quebra do grupo M das hemácias teremos a liberação
da bilirrubina que é direcionada para o fígado. No fígado, parte será
destinada para o intestino, sendo a bilirrubina direta que fará a
emulsificação da gordura e a sua quebra, essa bilirrubina recebe o
nome de urobilinogênio e dá a coloração das fezes. A bilirrubina que
não é direcionada para o intestino é a bilirrubina indireta, que cai na
corrente sanguínea e é excretada pelo rim. A bilirrubina é o
pigmento amarelo na urina, produzida pela quebra das hemácias
pelos macrófagos no baço ou fígado, quando ocorre a quebra do
grupo M libera a biliverdina, por ação enzimática se transforma em
bilirrubina indo para o plasma, no plasma ela se agrega com
proteínas (como a albumina), a bilirrubina liga a albumina (bilirrubina
indireta) vai para o fígado e nos hepatócitos se separa e se junta
com o ácido glicurônico e vira a bilirrubina direta ou conjugada, vai
para a bile e se encaminha para o duodeno, uma parte dá coloração
para as fezes, outra parte volta para a corrente sanguínea e é
excretada pela urina.
BILIRRUBINA INDIRETA OU NÃO CONJUGADA, LIGADA A ALBUMINA.
BILIRRUBINA CONJUGADA -> BILE ---LIBERADA---> INTESTINO
DELGADO SOFRE UMA AÇÃO MICROBIANA -> UROBILINOGÊNIO ->
→ Continência urinária – condição normal de estocagem de urina na PODE SEGUIR 3 CAMINHOS:
bexiga. i - excretado com as fezes, sofre um processo de oxidação e
→ Poliúria. forma a estercolina e dá coloração para as fezes.
→ Oligúria. i - volta para a corrente sanguínea (95% que voltam) e volta para o
→ Anúria. fígado, faz o mesmo ciclo (CICLO ENTEROHEPÁTICO).
→ Disúria. i i - corrente sanguínea vai para o rim, é excretado junto com a
→ Estrangúria (síndrome urológica felina). urina (5%).
Problemas com a bilirrubina em pacientes hepáticos e por
insuficiência renal (não excreta a bilirrubina, dando a icterícia). O rim
COMPOSIÇÃO: maior parte das substâncias presentes do fluido extracelular libera eritropoetina.
também está presente na urina.
4 O que é azotemia/uremia?
COR: geralmente amarela - urobilinogênio.
ODOR: característico da espécie - dieta. A manifestação clínica da azotemia é a uremia. AZOTEMIA:
CONSISTÊNCIA: aquosa na maioria das espécies, exceção o equino (muco). presença no sangue de produtos de excreção nitrogenados;
COMPONENTE NITROGENADO: o principal é a ureia (formada a partir da UREMIA: condição em que os constituintes da urina são encontrados
amônia). no sangue, anomalia que ocorre na insuficiência renal, caracteriza-se
QUANTIDADE E DENSIDADE: varia de acordo com a dieta, atividade, por azotemia, acidose crônica, anemia e diversos sintomas e sinais
temperatura externa, consumo de água, estação e outros fatores. sistêmicos e neurológicos.
5 Conceitue:
Questões sobre função renal
a. Poliúria: aumento da produção de urina.
1. Por que os mamíferos eliminam ureia?
b. Disúria: dificuldade para urinar, em geral provocada por uma
Porque é uma forma de eliminar a amônia diluída em água. Através infecção urinária.
da quebra das proteínas no metabolismo celular, teremos como um
dos mecanismos para evitar a toxicidade, a amônia diluída na água e c. Anúria: falta de produção ou emissão de urina.
formando a ureia, que não é tóxica, com isso, no rim a ureia é d. Estrangúria: micção, emissão lenta e dolorosa da urina.
excretada. Parte da ureia é eliminada e o que fica irá para a
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Para o sistema funcionar é importante ter um equilíbrio entre ácido e base. → Outra forma de regulação é manter o hidrogênio preso a
Um desequilíbrio causa perda de íons positivos e íons negativos (cátion é hemoglobina, pois caso ele saia da hemácia e vá para o plasma, ele
positivo e ânion é negativo). irá tornar esse plasma ácido, indivíduos com anemia ferropriva
SUBSTÂNCIA ÁCIDA: é aquela capaz de doar elétrons, a substância básica entram em acidose respiratória (não conseguem levar o oxigênio
recebe elétrons, o sinal do elétron é negativo, quem ganha elétrons fica para dentro da célula, não liberando o gás carbônico, a queda das
com sinal ou carga negativo, e quem doa elétrons fica com carga positivo, a hemácias diminui as hemoglobinas, então o hidrogênio preso cai na
substância básica fica com sinal negativo, substância ácida com sinal corrente sanguínea tornando-a ácida).
positivo. → O íon bicarbonato atua como solução tampão, na corrente sanguínea
pH: potencial hidrogeniônico encontramos íons hidrogênio circulante, o encontro do hidrogênio
O íon hidrogênio diminui o pH sanguíneo, quando mede o pH é para relacionar com o bicarbonato faz a ligação do H+ com HCO3- pela anidrase
a quantidade de ácido e base numa solução. carbônica, formando o H2CO3 e pela ação da anidrase carbônica,
0 ---- ÁCIDA ---- 7 ---- BÁSICA ---- 14 ocorre a dissociação de água e gás carbônico, sendo o gás carbônico
|______
NEUTRO expelido no corpo ao chegar nos alvéolos.
2 íons extremamente importantes: → Íon hidrogênio pode ser eliminado com a troca do íon sódio ou
1. H+: pH ácido. associado ao HCO3- para formar o H2CO3.
2. HCO3-: pH básico. Esse sangue ao chegar no capilar alveolar, o gás
O íon hidrogênio (H+) surge pelo encontro do H2O mais CO2, formando H2CO3 carbônico por diferença de gradiente de
(ácido carbônico), dentro do organismo ele encontra a enzima anidrase concentração, sai do sangue e vai para o alvéolo. O
carbônica que dissocia os íons H+ mais íons HCO3-, esses dois íons são as
principais medidas para o equilíbrio ácido-base. gás carbônico dissolvido no plasma sai sozinho do
Extremamente importante para o funcionamento do corpo, para manter o sangue e migra para o alvéolo, a solução tampão ao
pH do sangue aproximadamente em 7,4 a 7,6, utiliza três mecanismos: liberar o gás carbônico também faz ele ser eliminado.
1. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA.
2. FUNÇÃO RENAL. O gás carbônico ligado a hemoglobina se desprende
3. SISTEMA TAMPÃO: reabsorção de bicarbonato e produção de da hemoglobina e vai para dentro do alvéolo. No caso
amônia. Fosfato, bicarbonato, hemoglobina e etc. do gás carbônico que é transportado na forma de
Função respiratória bicarbonato, o HCO3- volta para dentro da hemácia,
Todo o processo ocorre através das trocas gasosas, ocorre a troca de encontrando o hidrogênio preso na hemoglobina, esse
oxigênio por gás carbônico e gás carbônico por oxigênio. Toda vez que encontro através da anidrase carbônica transforma-o
inspira ocorre a entrada de oxigênio no alvéolo, por diferença de gradiente em ácido carbônico (H2CO3), novamente, pela ação da
de concentração. anidrase carbônica haverá a dissociação que resulta
O oxigênio entra no sangue e a hemácia prende o oxigênio na hemoglobina,
saindo do pulmão e indo para o coração, as trocas gasosas do sangue para em H2O mais CO2,, por diferença de gradiente de
as células ocorre no capilar, a hemácia chega através do capilar que passa concentração, o gás carbônico na hemácia cai na
ao redor de uma célula, ocorrendo a troca gasosa entre a hemácia e a corrente sanguínea e é eliminado, com isso também
célula por diferença de gradiente de concentração, o oxigênio sai e vai para
a célula sendo trocado pelo gás carbônico (produzido na respiração celular), some com o íon H+ por ele ter formado a água.

Função renal
sai do meio mais concentrado de gás carbônico e indo para o meio menos
concentrado.
O oxigênio é movimentado pelo fato dele estar ligado na hemoglobina que se Faz o controle por dois mecanismos:
encontra dentro da hemácia. O gás carbônico pode ser transportado de 1. No túbulo contorcido proximal tem reabsorção de água, glicose e
outras maneiras, o gás carbônico é um óxido ácido, então na presença de ureia pelo mecanismo simples de reabsorção de bicarbonato (HCO3-),
gás carbônico o pH do sangue cai, quanto mais elimina o gás carbônico, mais quando entra no filtrado ele é reabsorvido e encaminhado para o
altera o pH (aumentando o pH). capilar peritubular para a manutenção do pH.
Quando produz CO2 e ele vai para o capilar, ele pode se movimentar em 2. Mecanismo de contratransporte no túbulo contorcido proximal:
três formatos: troca de íons de sódio pelos íons de hidrogênio, o sódio é reabsorvido
1. DISSOLVIDO NO PLASMA e o hidrogênio é secretado, todo o hidrogênio que está presente nas
2. LIGADO A HEMOGLOBINA: entra na hemácia e se prende na células é encaminhado para o néfron pela troca com o sódio. Ocorre
hemoglobina. no túbulo contorcido proximal, alça de Henle ascendente, túbulo
3. AO ENTRAR NA HEMÁCIA ENCONTRA A ÁGUA (forma mais comum) contorcido distal e ducto coletor, em todos os lugares que
FORMANDO O H2CO3 (ácido carbônico) E ATRAVÉS DA AÇÃO DA reabsorvem sódio, junto é secretado o hidrogênio. O íon hidrogênio
ANIDRASE CARBÕNICA ELE É DISSOCIADO EM H+ MAIS HCO3- (tudo dá a característica ácida para o sangue, ou seja, altera o pH pela
dentro das hemácias). O hidrogênio permanece preso a hemoglobina, secreção do hidrogênio.
os íons HCO3- (bicarbonato, é uma forma indireta de carregar o O rim também contribui excretando a amônia (não é a produzida pelo
CO2) é liberado na corrente sanguínea (plasma). fígado, pois essa é eliminada na forma de ureia), é uma solução tampão via
→ Ao redor da hemácia encontra o ácido carbônico (H2CO3) e o gás produção de amônia (é uma amônia produzida dentro do rim, que serve de
carbônico (CO2), dentro da hemácia temos preso na hemoglobina o troca com o bicarbonato, ela é secretada para o néfron, por isso, o
CO2 e o H+. bicarbonato tem que voltar para o capilar peritubular.

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Faz com que a água seja excretada por não ter a ala de Henle.
2. NÉFRON MAMÍFERO: apresenta a alça de Henle.
Este sistema tampão compreende a eliminação do íon amônio (NH4+) a partir Quando a osmolaridade de água está muito alta ela usa o néfron
do metabolismo da glutamina. mamífero, quando quer excretar o excesso de água ela usa o néfron
O aminoácido glutamina entra nas células da parede (células epiteliais) do reptiliano, perdendo o peso extra da água.
túbulo contorcido proximal e do ramo ascendente da alça de Henle e Os néfrons possuem o aparelho justaglomerular (presença da renina,
também, dos túbulos distais. Dentro dessas células, a glutamina é controle da liberação de aldosterona). O funcionamento é diferente do
metabolizada em NH4+ (amônio) e bicarbonato (HCO3-). Para que ocorra a de mamíferos.
secreção do amônio, há a reabsorção de sódio e bicarbonato para os A ave usa mais o néfron reptiliano (70%) e 30% o néfron mamífero.
capilares peritubulares. As aves que se alimentam de produtos de origem marinha terão uma
concentração maior de sal (NaCl) ingerida, por conta disso, possuem uma
estrutura que promove a excreção de sal pela glândula de sal. Esse sal
precisa ser excretado para controlar a osmolalidade, a falta da glândula
de sal, acarreta na vida das aves, pois se esse sódio não for eliminado,
irá atuar na reabsorção de água. Os líquidos corporais teriam uma alta
concentração de sal, com isso, a corrente sanguínea ficaria com um
plasma rico em sódio, isso gera para as células um aumento no consumo
de água para que esse sal fique diluído. A água do meio intracelular
começa a ir para o plasma com o intuito de diluir o sal, os dois
mecanismos para a diluição, são: aumento na sede e desidratação
intracelular.
A glândula de sal fica próxima aos olhos das aves, próximo do canal
lagrimal, o sangue passa por esse canal e o sódio migra por diferença de
concentração para a glândula de sal, pois a glândula é um meio hipotônico
e o sangue hipertônico, com isso, a glândula mistura o sódio com água e
libera no canal lagrimal.
VASCULARIZAÇÃO SANGUÍNEA NOS RINS DAS AVES: o sangue que
chega no néfron vem da artéria renal que vai para a arteríola aferente
A amônia que vai ser uma solução que faz o controle do pH. Ao mesmo sendo dividida em capilar glomerular, sai pela arteríola eferente que se
tempo, o sódio volta para o capilar peritubular para a amônia ser eliminada, dividem em capilares peritubulares.
também retorna bicarbonato. O bicarbonato promove o aumento do pH A ave tem um sistema que aumenta a excreção de ácido úrico, só esses
sanguíneo. vasos não possibilitam isso, por isso, tem um sistema paralelo sanguíneo
→ Troca iônica por processos renais (falhas) é ACIDOSE METABÓLICA. que chega ao rim sendo denominado sistema porta renal (esses vasos
→ ACIDOSE RESPIRATÓRIA: problemas nas trocas gasosas, pacientes vêm do intestino delgado e dos membros posteriores).
com taquipneia (por exemplo). Além da artéria renal, os rins recebem o sangue proveniente do
→ Excreção grande de hidrogênio -> alcalose metabólica. intestino grosso e membros pélvicos através das veias ilíacas externa,
→ HIPERVENTILAÇÃO: alcalose respiratória (exemplo). interna e veia isquiática.
Sistema tampão
Quando a ave tem alta produção de ácido úrico, a taxa de filtração
glomerular não dá conta de eliminar, com isso, aumenta o fluxo do rim
É uma solução onde encontra ácidos e bases conjugadas que impedem para que consiga ser excretado, por conta disso, usa um sistema
alterações bruscas do pH quando adicionado na solução os ácidos ou bases. paralelo que entra no rim e não passa pelo filtrado, essas veias se
Essa solução não permite alterações do pH (dissociação da base ou ácido, comunicam com os capilares peritubulares, o ácido úrico passa para os
que fariam a doação ou recebimento de elétrons). O H2CO3 em uma solução capilares peritubulares sendo secretados no rim.
tampão não é dissociado, em soluções normais ele é dissociado em H+ mais A excreção do ácido úrico ocorre pela chegada do sangue na arteríola
HCO2. aferente e capilares peritubulares.

Elimina ácido úrico (proveniente da quebra das proteínas, não tem a mesma
toxicidade que a amônia).
A ave não tem bexiga e uretra, a comunicação é direta de RIM para
URETER e depois CLOACA (região que tinha o alantoide), a cloaca é o ponto
de encontro do sistema urinário, sistema digestivo e sistema reprodutor.
Ela não tem bexiga para não ficar pesada para o voo.
O rim das aves é lobulado, dividido em três lobos: cranial, médio e caudal, se
localiza na parte alta do abdome e está colada aos testículos no macho e os
ovários na fêmea estão próximos aos rins, encontra-se no fundo da
cavidade abdominal.
Possui dois tipos de néfrons:
1. NÉFRON REPTILIANO: divisão anatômica não tem a alça de Henle.

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Essas veias não têm comunicação com a arteríola aferente, se esse
sangue entra na arteríola aferente, a taxa de filtração glomerular iria Concentração da urina
aumentar e também, aumentaria a concentração de ácido úrico. → Pelo menos 70% da água filtrada pode ser reabsorvida durante
Essas veias não têm comunicação com os capilares peritubulares, e dos a diurese.
capilares peritubulares esse ácido úrico migra para o néfron. → Até 99% da água filtrada pode ser reabsorvida durante a
O ácido úrico vem através de duas formas: antidiurese.
1. DO GLOMÉRULO RENAL PELA ARTERÍOLA AFERENTE (alta → O túbulo proximal absorve cerca de 70% do volume de água
concentração de ácido úrico). filtrada, o qual depende da reabsorção ativa de sódio.
2. DOS CAPILARES PERITUBULARES.
→ Regulação da reabsorção da água ocorre nos ductos coletores.
Através disso, o ácido úrico se condensa formando o halo branco na
→ Gradiente osmótico estabelecido pelas alças de Henle dos néfrons
excreção.
do tipo mamífero.
Diferenças com os mamíferos → O hormônio antidiurético (arginina vasotocina) age aumentando a
permeabilidade dos ductos coletores à água.
→ Presença de dois tipos principais de néfrons. → A ureia (1 a 10% do nitrogênio urinário total) não é responsável
→ Presença do sistema porta renal. pela hipertonicidade do interstício.
→ Ácido úrico é o principal produto final do metabolismo de nitrogênio.
→ Modificação pós-renal da urina ureteral. Composição da urina (ácido úrico)
Semelhanças com os mamíferos → Aves e répteis, o ácido úrico é formado no lugar da ureia, pois o
seu desenvolvimento embrionário ocorre nos ovos (impermeável à
→ Ocorrem os três processos: filtração glomerular, reabsorção água).
tubular e secreção tubular. → Ácido úrico se forma nos rins e fígado a partir da amônia.
→ A urina ureteral pode apresentar osmolalidade acima ou abaixo → Ácido úrico é livremente filtrado no glomérulo e secretado pelos
daquela do plasma. túbulos (secreção tubular = 90% da excreção total).
Anatomia
→ Presença do sistema porta renal fornece mais sangue para os
túbulos e maiores quantidades de ácido úrico podem ser
→ Rins são retroperitoneais. eliminadas.
→ Cada rim é dividido em lobos cranial, médio e caudal. → Maiores quantidades de ácido úrico nos túbulos excedem a
→ Cada lobo é composto de lóbulos. solubilidade e precipita.
→ Apresenta área cortical e medular. → Ácido úrico precipitado continua pelos túbulos e aparece na urina
→ Ureteres transportam a urina dos rins a cloaca (estocagem). como coágulo esbranquiçado.

Tipos de néfrons Particularidades


→ Apresentam dois tipos de néfrons: dos répteis e dos mamíferos. → Ocorre modificação pós-renal da urina ureteral devido a
→ NÉFRONS DO TIPO RÉPTIL estão localizados no córtex e não exposição às membranas da cloaca, do cólon e do ceco (fluxo
possuem alça de Henle. Não são capazes de concentrar urina. retrógrado).
→ NÉFRONS DO TIPO MAMÍFERO possuem alça de Henle bem definidas → Reabsorção ativa de sódio e de água no cólon.
na medula e a presença dos vasos retos. → Urina das aves não misturadas com fezes = coloração creme
(presença de muco espesso).
Sistema porta renal → Ácido úrico precipitado fica misturado ao muco.
OBS: secreção de muco facilita transporte de solutos precipitados
→ Sangue venoso que chega aos rins provenientes dos membros
(semelhante ao papel do muco na urina do equino).
posteriores.
→ Fornece sangue aos capilares peritubulares, misturando com o
sangue arteriolar eferente (glomérulo).
Glândula salina aviária
→ Fornece metade a dois terços do sangue para os rins. → Todas as aves possuem glândulas na cabeça conhecidas como
→ Válvula porta renal (esfíncter de músculo liso) -> veias renais direita glândulas nasais (função incerta).
e esquerda e veias ilíacas. → Nas espécies com habitat marinho são bem desenvolvidas e
→ Inervação adrenérgica e colinérgica. produzem secreções contendo concentrações elevadas.
→ Estrutura inteiramente diferente do rim e pode excretar solução
Controle da taxa de filtração glomerular salina de até duas vezes a concentração da água do mar.
→ Secretam excesso de sal, devido a ingestão de água do mar ou
→ Em respostas as diferentes variações de pressões arteriais de alimento com alto teor de sal (funcionam apenas quando existe
(resposta ao estiramento). carga salina).
→ Variação entre o uso de néfrons tipo réptil e mamífero. → SECREÇÃO DA GLÂNDULA -> flui para cavidade nasal - escorre
EX 1: aves que recebem uma grande carga de sal, cerca de 80% dos pelas narinas e goteja pela ponta do bico.
néfrons tipo réptil suspendem a filtração.
EX 2: em situações de diurese normal, 25% do filtrado provém dos
néfrons tipo mamífero e 75% dos néfrons tipo réptil.
FUNÇÕES: quebra os nutrientes (digestão), absorção e eliminação daquilo
que não possui mais funcionalidade.

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O material orgânico eliminado é aquilo que não consegue mais ser quebrado fonte de água e carboidratos de cadeia curta e amido, não
ou absorvido, excreta nutrientes que o sistema digestório não consegue consegue quebrar a celulose, sendo um dos carboidratos mais
absorver. energéticos (aves, suínos e humanos).

Tipos de sistema digestório


→ EX: monogástrico não tem a enzima celulase e não consegue
degradar a celulose.
1. SUBSTÂNCIA ORGÂNICA: proteínas (unidade funcional -> 1. MONOGÁSTRICOS: carnívoros, onívoros e equídeos.
aminoácidos), carboidratos (unidade funcional -> monossacarídeos),
lipídios (clivado em ácido graxo mais glicerol) e vitaminas. Tem que 2. POLIGÁSTRICOS: ruminantes, como os bovídeos, caprinos e ovinos.
serem quebrados nas unidades funcionais para serem absorvidos. Os monogástricos se diferem dos poligástricos por conta do estômago,
2. SUBSTÂNCIA INORGÂNICA: água (absorvida de forma inalterada, ou ambos possuem um estômago, porém, o que difere é que os
seja, não sofre digestão) e sais minerais. poligástricos possuem um estômago com funções diferentes e dividido
INTESTINO GROSSO tem a função básica de reabsorver água. em compartimentos, isso ocorreu ao longo da evolução, os poligástricos
Pâncreas produz a enzima lipase que quebra o lipídio, se o animal possui necessitaram dividir o estômago para armazenarem a comida.
algum problema pancreático, ele não terá essa digestão, dessa forma, suas OS EQUINOS SÃO MONOGÁSTRICOS, MAS SEU CECO TEM UMA
fezes irão sair VOLUMOSAS e com um ODOR FÉTIDO, além de MICROBIOTA PARECIDA COM O DO RÚMEN.

Componentes - anatomia
GORDUROSAS.
Introdução 1. Boca.
Digestão é o processo de transformação de moléculas de grande tamanho, 2. Dentes.
por hidrólise enzimática, liberando unidades menores que possam ser 3. Língua.
absorvidas e utilizadas pelas células.
O trato gastrintestinal é a parte do organismo onde ocorre a ingestão, 4. Faringe.
digestão e absorção. Toda parte da ingesta que não pode ser absorvido é 5. Esôfago.
eliminado com as fezes. 6. Estômago.
Função do sistema digestório 7. Intestino delgado.
8. Intestino grosso.
→ Promover a digestão e absorção de água, eletrólitos e nutrientes.
→ Captura de alimentos. 9. Ânus.
→ Redução mecânica (mastigação). Órgãos acessórios: fígado, vesícula biliar (ausente
→ Insalivação do bolo alimentar. nos cavalos e ratos), pâncreas e glândulas
→ Deglutição (passagem da faringe para o esôfago).
salivares.
→ Digestão proteica.
→ Absorção do alimento. → Trato digestivo: ENDODERMA.
→ Absorção de água (intestino grosso). → Sistema nervoso e pele: ECTODERMA.
→ Eliminação de resíduos não absorvidos. → Todo o restante: MESODERMA.
As glândulas acessórias são as invaginações do trato digestivo.

Histologia
1. SEROSA
2. CAMADA MUSCULAR LONGITUDINAL
3. CAMADA MUSCULAR CIRCULAR
4. SUBMUCOSA
5. MUCOSA

Tipos de dietas
O sistema digestório é adaptado ao tipo de nutrição que o animal tem:
a. CARNÍVOROS: se alimentam de proteínas de origem animal (canídeos
e felídeos).
b. HERBÍVOROS: animais que se alimentam de produtos de origem
vegetal, um herbívoro não é um poligástrico, mas um poligástrico é
um herbívoro (bovídeos, caprinos, ovinos e equídeos).
c. ONÍVOROS: não produz celulase, sendo assim, os vegetais são mais

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A camada muscular faz o peristaltismo e segmentação, o longitudinal motilidade .
permite que o alimento desça e o circular permite a segmentação (são SIMPÁTICA: predomina na inibição da digestão.
ondas de contração).Comr

Substância Fonte Ações


Acetilcolina neurônios Contração do músculo liso da parede,
(ACh) colinérgicos relaxamento dos esfíncteres,
O intestino delgado apresenta as vilosidades que aumentam a taxa de aumento da secreção salivar, da
absorção dos alimentos, é altamente vascularizado. secreção gástrica e da secreção
Controle nervoso
pancreática.
Norepinefrina neurônios Relaxamento do músculo liso da
Com dois componentes: EXTRÍNSECO (inervação simpática e parassimpática) (NE) adrenérgicos parede, contração de esfíncteres e
e INTRÍNSECO (sistema nervoso entérico, contido dentro dos plexos aumento da secreção salivar.
submucoso e mioentérico).
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO: age conforme o sistema nervoso central, Peptídeo neurônios da relaxamento do músculo liso, aumento
para que ocorra o controle muscular e produção de enzimas, temos o intestinal mucosa e do da secreção intestinal e da secreção
controle nervoso, mas não é um comando direto via sistema nervoso vasoativo (VIP) músculo liso pancreática.
central, a via no trato gastrointestinal é sistema nervoso autônomo que se Peptídeo neurônio da aumento da secreção de gastrina.
divide em simpático e parassimpático, que se comunicará com o sistema liberador de mucosa
nervoso entérico. A neurocomunicação ocorre nos neurônios do sistema gastrina (GRP) gástrica
nervoso entérico, são encontrados nos plexos (conjunto de corpos ou bombesina
celulares) submucoso e mioentérico. A partir da neurocomunicação que
ocorre a motilidade do trato intestinal, o resultado final ocorre pelo sistema Encefalinas neurônios da contração do músculo liso e diminuição
nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático, mas sua ação é pelo (opiáceos) mucosa e do da secreção intestinal.
sistema nervoso entérico. músculo liso
→ Sistema nervoso periférico é acionado para contração, fazendo Neuropeptídeo neurônios da relaxamento do músculo liso e
comunicação com o sistema nervoso entérico, envolvido na Y mucosa e do diminuição da secreção intestinal.
musculatura lisa. Acionado com a contração dos esfíncteres que músculo liso
estão abertos. Substância P co- contração do músculo liso e aumento
→ Sistema nervoso simpático envolvido na abertura e fechamento dos secretados da secreção salivar.
esfíncteres. com ACh
→ O pâncreas também recebe inervação do sistema nervoso entérico.
O controle neural da função gastrointestinal é predominantemente regido
pelos neurônios intrínsecos do sistema nervoso entérico, embora possa
haver modulação por parte de neurônios extrínsecos provenientes do
sistema nervoso simpático, parassimpático e neurônios sensoriais. O
sistema nervoso entérico controla a motilidade gastrointestinal, secreção,
absorção de nutrientes, o fluxo sanguíneo e processos inflamatórios.
Diversos neurotransmissores estão envolvidos no funcionamento do sistema
nervoso entérico: acetilcolina (Ach), colecistoquinina (CCK), serotonina (5-HT),
neuropeptídeo Y (NPY), peptídeo intestinal vasoativo (VIP, etc).
Sistema nervoso entérico está localizado em gânglios nos plexos submucoso
e mioentérico.
Controla as funções contrátil, secretora e endócrina.

A atividade do sistema nervoso autônomo modula a atividade do sistema


nervoso entérico.
PARASSIMPÁTICA: facilita a digestão, ativando a produção de fluídos e a

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Os três principais mecanismos de transmissão de sinais no trato colecistoc duodeno ácidos parácrina terminaçõ inibição do
gastrointestinal: inina (células I) graxos, e es esvaziamento
1. PARÁCRINO: a regulação das funções é realizada por células proteína endócrina aferentes gástrico e da
especializadas (enterocromafins), presentes na mucosa (incluindo a hidrolisada vagais e secreção de
lâmina própria) que secretam substâncias que difundem no células H+, estimulação
interstício e atuam em células-alvo vizinhas a elas. acinares da secreção
do enzimática do
pâncreas pâncreas,
contração da
O sistema nervoso parassimpático (via vago, por exemplo) influencia as vesícula biliar,
atividades do trato gastrointestinal através dos neurônios do sistema inibição da
nervoso entérico. ingestão e
A ativação vagal estimula múltiplas respostas celulares via alimentos
neurotransmissores. secretina duodeno prótons parácrina terminaçõ estimulação da
(células S) e es secreção das
endócrina aferentes células do
vagais, ducto
célula do pancreático
ducto (H2O e HCO3-)
pancreáti
co
GIP intestino ácidos endócrina células estimulação da
(células K) graxos e beta do secreção de
glicose pâncreas insulina
Os principais mecanismos de transmissão de sinais no trato gastrointestinal: PYY intestino ácidos endócrina neurônios inibição do
exemplo de integração da regulação neurócrina, parácrina e endócrina. (células L) graxos, e e músculo esvaziamento
A acetilcolina (A), a histamina (H), o GRP e a gastrina (G) estimulam a glicose e parácrina liso gástrico, da
secreção ácida gástrica. proteína secreção
hidrolisada pancreática,
da secreção
ácida do
estômago, da
motilidade
intestinal e da
ingestão de
alimentos
GLP-1 e intestino ácidos endócrina neurônios homeostasia
GLP-2 (células L) graxos, e e células da glicose,
glicose e parácrina epiteliais proliferação
proteína das células
hidrolisada epiteliais.
Hormônio Fonte Estímulo Via de Alvos Efeito LEGENDA:
GI para ação GIP: peptídeo insulinotrópico dependente de glicose.
liberação PYY: peptídeo YY.
gastrina antro do oligopeptí endócrina células estimulação GLP-1 e GLP-2: peptídeos derivados do pró-glucagon 1 e 2.
estômago deos
(células G)
CSCEC e das células
células parietais para
Boca
parietais que secretem Localizada na cavidade oral, é o local destinado para recepção do alimento,
do corpo H+ e das redução do tamanho das partículas de alimento, partículas são misturadas à
do células CSCEC saliva e formação do bolo alimentar.
estômago para que FUNÇÃO de quebrar as partículas maiores em menores, apreensão do
secretam alimento e digestão mecânica.
histamina Local que faz o armazenamento do alimento, através da estocagem do
alimento forma o bolo alimentar (exceção das aves) para serem então,
digeridos.
Compreende os dentes, língua e glândulas salivares.
Local onde se inicia a digestão química e física, revestida por mucosa e
possui a atuação das glândulas salivares (amilase salivar), sendo elas as
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parótidas, submandibulares e sublinguais. Quando o indivíduo mastiga aumenta a superfície de contato com os
Início da decomposição de alimentos ricos em amido. dentes, sendo mais rápido o processo de digestão.
O estímulo para secreção vem do sistema nervoso vegetativo Mistura a saliva com o alimento fazendo a amilase salivar agir nos
parassimpático que aumenta o volume da saliva na cavidade bucal. carboidratos. Faz a homogeneização do bolo alimentar.
Volume salivar Presença das papilas gustativas: são órgãos do sentido, presente na
Humano: 2 litros superfície da língua, faz a transmissão do sabor para o sistema nervoso
Bovinos de médio para grande porte: 110 a 180 litros central.
Ovinos e caprinos: 10 a 20 litros → papila para SALGADO.
Equinos: 40 a 50 litros → papila para DOCE.
Suinos: 15 litros → papila para AZEDO.
Aves: 7 a 25 mL → papila para AMARGO.
No decorres do caminho do alimento, ele vai entrando em contato com
os botões gustativos e ocorre uma neurocomunicação. Diretamente
ligada ao sistema nervoso central, que faz a tradução do sabor.
O SABOR É ACENTUADO PELO OLFATO.
 PARASSIMPÁTICO: acetilcolina.
 SIMPÁTICO: noradrenalina.
A papila gustativa que irá perceber o sabor do glutamato.

Dentes
Localizada na cavidade oral. Reduzem tamanho das partículas e
promovem aumento da superfície de contato do alimento para a
degradação química e microbiológica.
Função geral: proteger, captura de alimentos, triturar os alimentos
(Incisivos I, caninos C, pré-molares PM e molares M).
Apreensão do alimento, rasga e tritura os alimentos para aumentar a
superfície de contato com as enzimas.
BOVINOS: não possuem incisivos superiores.
Tipos de dentes: incisivos, caninos, pré-molares e molares. É um
identificador de idade do animal, em alguns animais temos a mudança da
dentição.

As aves se alimentam de fragmentos pois não formam o bolo alimentar,


esse bolo alimentar é formado no papo.
Os dentes possibilitam a quebra dos alimentos em partículas menores.
O bolo alimentar é formado com a ajuda da mastigação e insalivação
(produzidas pelas glândulas salivares parótidas, submandibulares e
sublinguais), a saliva contém bicarbonato, serve para umidificar o alimento e
contém a amilase salivar, sendo a primeira porção que digere os
carboidratos do tipo amido, isso faz com que a absorção do carboidrato
seja realizada rapidamente.
Importante na produção de bicarbonato que é uma solução tampão
importante para os poligástricos.

Língua
Órgão muscular usado para movimentar o alimento dentro da boca.
Superfície grossa da língua é repleta de papilas. Identificação do sabor pelos
botões gustativos.

UM CÃO ADULTO POSSUI:


→ 6 incisivos superiores e 6 incisivos inferiores.

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→ 2 caninos superiores e 2 caninos inferiores. associados com a deglutição evitam que o alimento entre na glote e nas
→ 8 pré-molares superiores e 8 inferiores. cavidades nasais.
→ 4 molares superiores e 6 inferiores, totalizando 42 dentes. Se encontra a epiglote!!

A fórmula dentária indica o número de dentes incisivos, caninos, pré-


molares e molares em cada lado da boca.
O numerador da fração representa os dentes da arcada superior e o
denominador, representa os dentes a arcada inferior.
CONSEGUE SABER QUANTOS DENTES TEM O ANIMAL.
Os equinos têm as seguintes fórmulas dentárias: primeira dentição,
dentição decídua, temporária ou de leite = 24 dentes.

→ 2ª dentição, dentição permanente, definitiva ou adulta = 36 a 44


dentes.

Esôfago
→ Nesta espécie, a dentição definitiva pode diferir nos machos (40 a
Estende-se desde a faringe até o estômago, cruzando o tórax e
44 dentes) e nas fêmeas (36 a 44 dentes), o que se deve ao fato
perfurando o diafragma. Na maioria dos animais domésticos, toda
de nas éguas os caninos geralmente não existirem.
extensão da musculatura esofágica é estriada.
A dentição nos bovinos é formada da seguinte maneira, em pares:
Em equídeos, primatas e gatos, a porção do esôfago distal é composta
Maxilar inferior:
de músculo liso.
4 incisivos, 0 caninos, 3 pré-molares e 3 molares, aos pares, totalizando
Constituído por um esfíncter superior, corpo e esfíncter inferior. A
20 dentes;
passagem do alimento ocorre devido ao peristaltismo.
Maxilar superior:
Encaminha o alimento para o estômago, é um órgão muscular sem área
0 incisivos, 0 caninos, 3 pré-molares e 3 molares, em cada lado, totalizando
absortiva.
12 dentes.
Produz muco que possibilita a sua impermeabilização. Dividido em:
Mastigação e dentição 1. REGIÃO CERVICAL.
A mastigação e a deglutição são as principais etapas no processamento do 2. REGIÃO TORÁCICA.
alimento ingerido. Mastigação tem três funções importantes: 3. REGIÃO ABDOMINAL: na sua entrada encontra-se o esfíncter da
1. Mistura do alimento com a saliva. cárdia.
ESTENOSE DE ESÔFAGO: não ocorre o relaxamento.
2. Reduz o tamanho das partículas alimentares.
Esôfago só relaxado, pode ser por uma lesão nervosa que impossibilita a
3. Mistura os glicídios ingeridos com a amilase salivar. contração do esôfago.

Estômago
O carboidrato é a primeira fonte energética do indivíduo. Grande área
absortiva nos monogástricos é o intestino delgado.
Órgão homogeneizador alimentar, sendo um reservatório temporário do
alimento, realiza um retardo no tempo de trânsito gástrico, a
1. FASE ORAL: entrada do alimento na cavidade oral, mastigação e degradação de proteínas e a dissolução física do alimento, sendo então
deglutição do bolo alimentar. Estímulo da deglutição do alimento pela chamado de QUIMO ao sair do estômago.
sua presença na cavidade oral. Quebra a proteína em aminoácidos ou polipeptídeos pela PEPSINA, já que
2. FASE OROFARÍNGEA: elevação e propulsão do bolo alimentar pela possui as enzimas pancreáticas que continuam a sua digestão.
língua à faringe, elevação do palato para ocluir a laringe, FÁRMACOS COM pH ÁCIDO SÃO ABSORVIDOS NO ESTÔMAGO (poucos).
movimentação da laringe e osso hioide para frente e para cima, Pode ser dividido em três zonas:
movimentação da epiglote para baixo e para trás com oclusão da
1. FUNDO: está envolvido com a recepção, estocagem do conteúdo,
traqueia e interrupção da respiração. e adaptação do volume.
3. FASE ESOFÁGICA: relaxamento do esfíncter superior do esôfago, 2. CORPO: funciona como reservatório para misturar a saliva e suco
passagem do bolo alimentar para o esôfago, propulsão do bolo pelo gástrico ao alimento.
peristaltismo, relaxamento do esfíncter inferior do esôfago e
3. ANTRO: regula a propulsão do alimento que passa pelo piloro e vai
entrada do alimento no estômago. Musculatura lisa contraída pelo
para o duodeno.
parassimpático, esfíncteres relaxados durante esse processo pelo
É dividido também, em:
simpático.
1. CORPO.
Faringe 2. CÁRDIA.
Via comum de alimentos e ar e tem localização posterior a boca. Abre-se 3. PILORO.
para boca e para cavidade nasal, laringe e esôfago. 4. ANTRO.
Durante a passagem pela faringe, o reflexo e fatores mecânicos 5. FUNDO.

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É um órgão considerado uma grande "glândula" por secretar PEPSINOGÊNIO
e o HORMÔNIO GASTRINA. Toda a mucosa é produtora de alguma
substância: muco (faz a proteção do estômago contra a pepsina),
pepsinogênio (enzima inativa, ativada pela presença de HCl), liberação de HCl
e a gastrina.
O FUNDO tem como função a armazenagem de alimento, gradativamente
se espalha no CORPO. O CORPO realiza a mistura do bolo alimentar com o
suco gástrico, sendo então, homogeneizado. O ANTRO empurra o quimo
para dentro do intestino delgado.

Na maior parte do tempo, as contrações rítmicas do estômago são


fracas e servem para misturar o alimento e as secreções gástricas.
As contrações peristálticas da parte distal do estômago misturam o
suco gástrico, trituram os sólidos gástricos e efetuam a propulsão do
conteúdo pelo antro até o piloro.
Depois que o alimento é bem misturado com as secreções estomacais, a
mistura que passa para o intestino é chamado quimo.

Os monogástricos possuem apenas um estômago, igual as aves, porém, as


Motilidade gástrica: 3 componentes
aves têm a moela que diminui as partículas, também apresenta o papo que
umidifica o alimento e forma o bolo alimentar, ao chegar no estômago
recebe o HCl e prossegue para a moela, sendo o local que é triturada e
encaminhada para o intestino delgado. Os equinos também apresentam
apenas um estômago.
Os ruminantes ou poligástricos, apresentam um estômago que é dividido em
quatro cavidades, sendo elas: rúmen, retículo, omaso e abomaso, o abomaso
é considerado o estômago verdadeiro.
A gastrina produz o HCl. Tem uma pequena produção de lipase que degrada
os lipídios, a maior parte é via lipase pancreática.

Função do estômago é homogeneizar e processar quimicamente o alimento


semi-sólido deglutido (preparar o quimo).
ABSORÇÃO: álcool e alguns fármacos. Os eventos motores importantes relacionados ao esvaziamento gástrico
normal incluem:
→ o relaxamento de fundo gástrico receptivo pós-prandial, que
permite a acomodação da comida sem aumento significativo da
pressão gástrica;
→ as contrações antrais rítmicas para quebra das partículas de
alimento em partículas menores e esvaziamento para dentro do
duodeno;
→ o relaxamento do piloro, que permite a entrada no duodeno das
partículas de alimento quebradas;
→ a retroalimentação neural ou hormonal do estômago a partir da
presença dos nutrientes no intestino delgado.
O esvaziamento gástrico normal é regulado pelas influências do sistema
nervoso central (SNC), predominantemente por meio das vias vagais
eferentes, e pelo sistema nervoso entérico (SNE), que atua sobre a
musculatura lisa gástrica.
Quando uma refeição é ingerida, a porção proximal do estômago (fundo)
relaxa para acomodar o alimento.
As contrações subsequentes da musculatura lisa do fundo e do antro
resultam sobretudo das contrações de mediação colinérgica.

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Controle do esvaziamento gástrico
SECRETINA: quando o quimo ácido chega ao duodeno (pH básico), os
quimiorreceptores estimulam a secreção de secretina que contrai o
piloro e provoca a liberação do suco pancreático para tamponar a
O quimo chega ao duodeno: carboidratos e proteínas estão parcialmente solução. O piloro permanece contraído até que todo HCl seja tamponado,
digeridos, não há digestão considerável de gorduras no estômago. ou seja, até que a secretina pare de ser ativada.
Digestão continua no intestino delgado: quimo é liberado lentamente no COLECISTOCININA: quando o quimo, rico em lipídeos, chega ao duodeno, é
duodeno, é necessário a liberação da bile e da secreção pancreática, secretada a CCK que, além de contrair o piloro, estimula a produção do
absorção de todos nutrientes acontecem no intestino delgado. suco pancreático e a contração biliar (relaxamento do esfíncter de Oddi),
que libera a bile, emulsificando as gorduras presentes no quimo,
Digestão facilitando a ação das lipases.
GASTRINA: quando o quimo, rico em proteínas, chega ao duodeno, é
O bolo alimentar com a presença das proteínas estimula a produção de estimulada a gastrina que promove a contração do piloro. No estômago,
gastrina (produzido pelas células principais), a gastrina é um hormônio a gastrina é secretada para estimular a secreção de HCl.
liberado na corrente sanguínea e retorna para o estômago, pois na parede O alimento no estômago já está pré-mastigado, o contato com a pepsina
do estômago temos células que produzem HCl. A função da gastrina é e HCl reduz o tamanho das partículas, esse alimento é misturado com o
estimular a produção de ácido clorídrico (HCl), pois a enzima que quebra a suco gástrico (rico em HCl), o conteúdo no estômago passa a ser
proteína só é ativada na presença de HCl. chamado de QUIMO, no estômago só ocorre a digestão de proteínas, a
O HCl é produzido dentro da luz do estômago. contração do estômago e o HCl ajuda a diminuir e dissolver as partículas.
Ao se ligar com a gastrina, as células parietais que contém água e gás O quimo tem um pH ácido e só o estômago suporta esse pH ácido. Para
carbônico, irão sofrer a ação da ANIDRASE CARBÔNICA, ocorrendo assim, não ocorrer lesão no intestino delgado, o alimento ao sair do estômago
uma reação química e formando o ácido carbônico (H2CO3), ao ser produzido tem que ser neutralizado, na entrada do duodeno já temos a ação da bile
é quebrado novamente pela ação da anidrase carbônica e libera o H+ e o e do suco pancreático. O conteúdo no estômago sofre um atraso na
bicarbonato (HCO3), o íon hidrogênio cai na luz do estômago e o bicarbonato velocidade do trato fisiológico (retardo, motivos: alteração do pH,
é encaminhado para a corrente sanguínea (é uma solução tampão, ao aumento da ação das enzimas digestivas), as justificativas do retardo,
chegar na corrente sanguínea é trocado, ou seja, ele continua na corrente são:
sanguínea e o íon da corrente vai para a célula parietal, esse íon é o cloro, 1. NEUTRALIZAÇÃO DO QUIMO.
que logo após, cai na luz do estômago e ocorre uma ligação iônica, pegando
o hidrogênio e o cloro e formando o ácido clorídrico. 2. AUMENTO DA SUPERFÍCIE DE AÇÃO DAS ENZIMAS DIGESTIVAS.
A partir do HCl que ocorre a degradação das proteínas, o comando de start Ocorre por dois grandes reflexos, sendo eles: REFLEXO
se dá pela GASTRINA, mas para a sua produção deve acontecer as ENTEROGÁSTRICO e REFLEXO ENTEROGASTRONA.
seguintes ligações: gastrina ligada a célula parietal, acetilcolina ligada a célula
parietal e histamina ligada a célula parietal, para a produção de ácido
clorídrico precisa da gastrina, acetilcolina e histamina, precisa dos três Ação do sistema nervoso sobre o duodeno, promovendo um relaxamento
comandos pois a ação da pepsina pode degradar o próprio estômago. da musculatura lisa. Reflexo neuronal relaxa a musculatura circular e
Mediante a presença de HCl as células irão produzir o PEPSINOGÊNIO que longitudinal (sistema nervoso parassimpático, não atua diretamente na
será liberado no lúmen estomacal, sofre a ação do HCl e forma a PEPSINA musculatura do trato gastrointestinal, quem atua é o entérico). Para
(enzima ativa), a pepsina é a enzima que promove a degradação da relaxar precisa de uma ação do sistema nervoso entérico sobre o
proteína. sistema nervoso parassimpático, causando o relaxamento . O conteúdo
A proteína no estômago faz a produção de gastrina, a motilidade estomacal alimentar, através da contração do fundo e corpo e relaxamento do
tem relação com o sistema nervoso por conta da acetilcolina, a motilidade piloro, porém, isso não acontece pela divergência do pH. O retardo
fala da função do estômago. acontece para não lesionar o intestino delgado.
alimentação -> alcalose pós-prandial -> aumento de bicarbonato -> aumento Através de receptores específicos para osmolalidade e receptores de
do pH sanguíneo -> HCl. hidrogênio, aciona o sistema nervoso entérico, com isso, diminui a ação
CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO DOS ESFÍNCTERES: simpático. do sistema nervoso parassimpático, como consequência, ocorre um
MUSCULATURA LISA: parassimpático. relaxamento, quando o quimo vai para o duodeno tem dois receptores
No esôfago e intestino o alimento se movimenta em formato de bolo. interligados com o sistema nervoso entérico:
1. OSMORRECEPTORES.
2. RECEPTOR DE HIDROGÊNIO.
Toda vez que os receptores são estimulados, diminui a neurotransmissão

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do sistema nervoso parassimpático, relaxando o músculo, com isso, diminui o → secreção de hormônios secretina e colecistocinina.
trânsito, fazendo a saída do quimo ser reduzida. → liberação do polipeptídeo inibidor gástrico (PIG).
O OSMORRECEPTOR é acionado a partir do momento que as proteínas Colecistocinina: é secretada pelas do duodeno e no jejuno, estimula a
presentes no quimo passam pelo duodeno, a proteína e a sua quantidade é contração da vesícula biliar, CCK liberada atua sobre o pâncreas exócrino,
percebida pelos osmorreceptores, alta quantidade de proteína aumenta a resultando na liberação das enzimas pancreáticas na luz duodenal.
pressão osmótica da proteína sobre o osmorreceptor, a resposta do Secretina: é liberada pelas células do duodeno e no jejuno, estimulando a
parassimpático é o relaxamento da musculatura lisa. secreção de pepsinogênio pelas células principais e inibindo a de HCl pelas
→ a água se movimenta do meio menos concentrado para o mais células parietais, inibe contrações nas regiões fúndica e pilórica ,estimula a
concentrado. O quimo no duodeno tem uma concentração osmótica secreção de bicarbonato pelo pâncreas, a secreção intestinal e a liberação
alta, possuindo uma enorme quantidade de soluto e baixa de de insulina;
solvente, a água na parede do duodeno e dos vasos sanguíneos PIG: é liberado na corrente sanguínea pelas células do duodeno e jejuno, é
tendem a migrar, espera-se que a água deixe suas cavidades e vá um potente inibidor da secreção de ácido gástrico e de pepsina, assim como
para o quimo, sem esse controle do esvaziamento gástrico (pela da motilidade e do esvaziamento gástricos.
mão nervosa) teríamos uma grande perda de água indo para o
intestino grosso, se ela não é absorvida no intestino grosso ela se Intestino delgado
perde, com esse retardo, pequena porções de quimo são liberadas Possui funções digestiva e absortiva Anatomia: dividido em 3 porções:
para que não ocorra a perda de água. duodeno, jejuno e íleo.
Por causa do HCl temos a presença dos RECEPTORES DE HIDROGÊNIO,
quanto maior a quantidade de HCl maior será o estímulo nos receptores de
hidrogênio. Quando o ácido clorídrico passa e chega no duodeno também
contribui para o retardo do esvaziamento gástrico.
Temos dois comandos no sistema digestório, sendo eles o nervoso (reflexo
enterogástrico) e hormonal (reflexo enterogastrona).

Realizado por hormônios que promovem o retardo do esvaziamento


gástrico. O quimo que chega no duodeno está repleto de HCl, que estimulará No intestino delgado, ocorre a maior parte da digestão dos nutrientes, bem
as células presentes no intestino delgado a produzirem um hormônio como a sua absorção, ou seja, a assimilação das substâncias nutritivas.
chamado de SECRETINA, cai na corrente sanguínea e chega em dois locais No duodeno, são lançadas as secreções do fígado e do pâncreas.
específicos: Nessa primeira porção do intestino delgado, é realizada principalmente, a
1. ESTÔMAGO: inibe a produção de ácido clorídrico. digestão química com a ação conjunta da bile, do suco pancreático e do suco
2. PÂNCREAS: se liga em células específicas do pâncreas, fazendo ele entérico ou intestinal atuando sobre o quimo.
liberar no lúmen intestinal o bicarbonato (HCO3-), o pâncreas é uma Os movimentos do intestino delgado como em qualquer parte do trato
glândula mista que produz INSULINA e GLUCAGON (parte endócrina) gastrointestinal, podem ser divididos em dois tipos:
e sua parte exócrina que produz a lipase pancreática e bicarbonato, 1. SEGMENTAÇÃO OU CONTRAÇÕES DE MISTURA: tipo de motilidade
isso permite que o quimo não destrua a parede do intestino, que faz com que o quimo proveniente do estômago se misture com
neutralizando o quimo, a não produção de HCl faz parar o estômago. as enzimas.
A secretina chega em células do fígado fazendo ele produzir a bile. O quimo 2. PERISTALTISMO OU CONTRAÇÕES PROPULSIVAS: propulsão do quimo
ao chegar no duodeno, faz as células duodenais produzirem a colecistocinina ao longo de todo o tubo digestório.
pela presença dos lipídios, cai na corrente sanguínea e chega em dois
órgãos: SEGMENTAÇÃO: quando o quimo chega ao duodeno, distende a parede do
1. PÂNCREAS: faz liberar as enzimas digestivas, para liberar a lipase. duodeno e promove contrações próximas a camada do músculo circular.
2. VESÍCULA BILIAR: promove a contração da vesícula, liberando a bile PERISTALTISMO: ondas propulsoras, envolvem pequenas extensões do
que emulsifica a gordura, facilitando a ação da lipase. intestino, contração progressiva de segmentos sucessivos do músculo
Secreção de gastrina
circular liso..

QUAL É O ESTIMULO PARA A SECREÇÃO DE GASTRINA? Produtos da


digestão (carne), distensão do estômago e estimulação vagal, fazendo as
células G liberarem gastrina.
Em resposta à ingesta de uma refeição, a gastrina é liberada das células G
do antro.
GASTRINA: estimula a secreção de ácido clorídrico pelas células parietais, a
secreção de insulina pelas células B das ilhotas de Langerhans e a motilidade
gástrica e o crescimento das células da mucosa.
Ácido clorídrico inibido por:
→ pH estomacal abaixo de 2.
→ presença de substâncias ácidas, gordurosas e hipertônicas no
duodeno.
→ neurônios inibitórios liberadores de gastrina.

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produzido pelo próprio intestino.
1. SUCO ENTÉRICO: as peptidases continuam a metabolização, ou
seja, a digestão das proteínas, no caso, os peptídeos que são
formados pela quebra das proteínas pela pepsina no estômago.
Além disso, temos a tripsina e a quimotripsina advinda do
pâncreas para formar os aminoácidos e serem absorvidos.
2. SUCO PANCREÁTICO: o pâncreas tem duas porções, sendo elas:
endócrina e exócrina. A endócrina secreta INSULINA e
GLUCAGON, a exócrina é um conjunto de enzimas, como a lipase
pancreática (90% da gordura é quebrada pela ação dessa
enzima, liberando os ácidos graxos mais glicerol), tripsina e
quimotripsina (são liberadas no lúmen intestinal nos formatos
inativos, sendo eles: tripsinogênio e quimotripsinogênio). Ao serem
liberadas no intestino e encontrarem as enzimas do suco
entérico, como a ENTEROQUINASE, irão se transformar em
tripsina, após isso, a tripsina atua sobre o quimotripsinogênio
quebrando-o e o transformando em quimotripsina.
→ Entrando no duodeno tem a ligação pancreática, chegando no
pâncreas pelo ducto biliar comum (parte exócrina).
→ A parte endócrina do pâncreas (hormônios) são liberados na
corrente sanguínea.
3. BILE: formada no fígado, atua nos mais diversos sistemas, atua
no sistema renal (o fígado que transforma a amônia em ureia),
sistema hematológico (promove a quebra das hemácias, liberando
o ferro e armazenando-o), excreção de bilirrubina (produto da
quebra das hemoglobinas) e liberação da bile que emulsifica a
gordura, facilitando sua quebra pela lipase pancreática, armazena
glicogênio também.
→ A secretina estimula a produção de bile, mas a colecistocinina
promove a contração da vesícula biliar.

Ao término do processo digestório no intestino delgado, o conjunto de


substâncias resultantes forma um líquido viscoso de cor branca denominado
quimo. A digestão continua no jejuno e no íleo.
O quimo é composto pelos nutrientes transformados em moléculas muito
pequenas, mais as vitaminas e sais minerais. As substâncias que formam o
quimo podem ser absorvidas pelo organismo, atravessam as células do
intestino, por meio das vilosidades do intestino delgado.
Com isso, ocorre a passagem das substâncias nutritivas para os capilares
sanguíneos.
O que não é absorvido, parte da água e massa alimentar, formada
principalmente pelas fibras, passa para o intestino grosso.
Na digestão química, há a ação dessas secreções:
→ BILE: secreção do fígado armazena na vesícula biliar. Ela é lançada
no duodeno através de um canal e não contém enzimas digestivas,
mas os sais biliares separam as gorduras em partículas
microscópicas, funcionando de modo semelhante a um detergente.
Ao longo do intestino delgado, as enzimas vão agindo e quebrando os
Isso facilita a ação das enzimas pancreáticas sobre os lipídios.
substratos para a sua absorção. Ao redor do intestino temos uma alta
→ SUCO PANCREÁTICO: produzido pelo pâncreas. Possui várias enzimas vascularização para a absorção de nutrientes (intestino delgado) e água
que atuam na digestão das proteínas, carboidratos e lipídios. (intestino grosso). Os nutrientes que são absorvidos pelo intestino
→ SUCO ENTÉRICO: produzido pela mucosa intestinal. Possui enzimas delgado seguem através de um ramo de capilares e param na veia porta
que atuam na transformação, entre outras substâncias, proteínas e hepática, esse mecanismo é chamado de sistema porta hepático
carboidratos. (compreende os capilares do intestino delgado que fazem uma
confluência, chegando na veia porta e depois, no fígado, que a partir
O alimento ao chegar no intestino delgado, sofre a ação de três grupos de disso, chega ao coração para serem distribuídos para todas as células).
substâncias: suco entérico (produzido pela parede do duodeno), suco → Glicose pode se transformar em glicogênio.
pancreático e bile (não tem enzimas). → Medicamentos são metabolizados no fígado.
Esses três grupos são liberados no lúmen do intestino, o suco entérico é No intestino grosso tem uma grande rede vascular, mas a absorção de
ácidos graxos voláteis (nos herbívoros), água, eletrólitos e vitaminas não

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vai para a veia porta e cai no sistema porta indo para o fígado.
Alguns tipos de gordura que é absorvida no intestino delgado não são Funções do fígado
transportados pela circulação sanguínea (pelo sistema porta-hepático, como → Formação e secreção de bile;
os quilomícrons), sendo transportados pelo sistema linfático, chegando no → Armazenamento de glicogênio;
coração via linfa. → Síntese de proteínas do plasma;
→ Excreção de bilirrubina;
1. Contração da vesícula biliar que ejeta a bile da vesícula biliar em → Armazenamento de ferro;
direção a luz do intestino delgado. → Inativação de várias substâncias exógenas e endógenas;
2. Secreção de enzimas pancreáticas, como lipases, amilases e → Degradação de hormônios.
proteases pancreáticas.
3. Secreção de bicarbonato pelo pâncreas.
A secreção biliar pode ter dois trajetos distintos:
4. Crescimento do pâncreas exócrino e da vesícula biliar. 1. animais com vesícula, pode ir para o duodeno ou ser armazenada
5. Inibição do esvaziamento gástrico que torna lenta a saída do quimo na vesícula biliar nos intervalos entre as refeições.
do estômago, essa etapa é crítica para o processo de digestão e 2. animais sem vesícula, como o cavalo, tem fluxo constante para o
absorção de lipídeos. duodeno, mas aumenta quando ocorre ingestão de alimentos;
BILE: ácidos biliares, pigmentos biliares; colesterol, fosfolipídios, íons e
água.
1. Peptídeo de 27 aminoácidos estruturalmente homólogo ao glucagon. Emulsifica os lipídios e solubiliza os produtos da digestão lipídica (digestão
2. Secretada pelas células S (células de secretina) do duodeno, em e absorção dos lipídios no intestino delgado).
resposta ao hidrogênio e aos ácidos graxos na luz do intestino Produzida e secretada pelo fígado, armazenada na vesícula biliar e
delgado. liberada no lúmen do intestino delgado.
A secreção este hormônio se inicia quando os conteúdos gástricos ácidos
chegam ao intestino delgado.
O fígado -> ácidos biliares mais aminoácidos (glicina e taurina) -> sais
biliares (moléculas anfipáticas).
Promover a secreção pancreática e biliar de bicarbonato que neutraliza o Os sais biliares se orientam em torno de pequenas gotículas de lipídios,
hidrogênio na luz do intestino delgado. Essa neutralização é essencial para a mantendo-os dispersos na solução aquosa e aumentando sua área e
digestão de lipídios. superfície, para ação das enzimas.
Os sais biliares formam micelas com os produtos da digestão lipídica,
tornando estes solúveis no meio aquoso e permitindo sua absorção pelas
Estimulação da secreção de insulina pelas células beta do pâncreas e inibição células epiteliais.
da secreção gástrica de hidrogênio.
Enzima Substrato Produtos
Peptidase peptídeos aminoácidos
Sacarase sacarose glicose e frutose
Maltase maltose glicose
Lactase lactose glicose e galactose
Nuclease nucleotídeos ácido fosfórico, pentose e base nitrogenada

Armazena a bile, concentra a bile e ejeta a bile para o lúmen do intestino


delgado (contração da vesícula).
ESTÍMULO: CCK (aminoácidos, pequenos peptídeos e ácidos graxos ->
células I) -> dois efeitos = contração da vesícula biliar e relaxamento do
esfíncter de Oddi.

Pâncreas é localizado sob o estômago e é composto de dois tipos

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separados de tecido glandular: Nuclease ácidos nucléicos nucleotídeos
1. Pâncreas endócrino: secretam hormônios no sangue.
2. Pâncreas exócrino: secreção de enzimas no lúmen intestinal.

Secreção consiste em dois componentes:


1. Componente rico em bicarbonato -> neutralizar o hidrogênio que
chega ao duodeno.
2. Componente enzimático -> digerir carboidratos, lipídios e proteínas.
Pâncreas exócrino possui inervação do sistema nervoso autônomo:
→ PARASSIMPÁTICO: estimula secreção.
→ SIMPÁTICO: inibe a secreção.

Secreção aquosa rica em bicarbonato (neutralizadora). Hidrogênio no


duodeno estimula a secreção de secretina (células S) -> receptores no
pâncreas -> secreção aquosa. Suco Enzima pH ótimo Substrato Produtos
Os efeitos da secretina são potencializados tanto pela colecistocinina como digestivo
pela acetilcolina. Saliva ptialina neutro polissacaríde maltose
os
Suco pepsina ácido proteínas oligoppetíd
gástrico eos
Suco quimotripsina, alcalino proteínas, peptídeos
pancreático tripsina, proteínas, peptídeos
amilopepsina, polissacaríde maltose,
rnase, osRNA, ribonucleotí
dnase, DNA, deos,
lipase lipídeos desoxirribo
nucleotideo
glicerol e
ácidos
graxos.
SECREÇÃO ENZIMÁTICA (DIGESTIVA): pequenos peptídeos, aminoácidos e Suco carboxipeptidase alcalino oligopeptídeo, aa's
ácidos graxos -> estimulam secreção de CCK (células I) -> receptores no intestinal ou aminopeptidase, oligopeptídeo, aa's
pâncreas -> secreção enzimática. Estimulado por reflexos vago-vagais entérico dipeptidase, dipeptídeos, aa's
(acetilcolina). maltase, maltose, glicose,
sacarase, sacarose, glicose e
lactase lactose frutose,
glicose e
galactose,

Intestino grosso
Local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções
digestivas.
Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco que lubrifica as
fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.
Divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon
descendente, cólon sigmóide e reto.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu
trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis,
reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra
bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
Enzima Substrato Produtos O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos,
Amilase pancreática amido maltose, sacarose ou lactose absorvendo água, em quantidade bastante consideráveis.
Lipase lipídios ácidos graxos e glicerol Última porção do trato digestivo, faz a formação das fezes e promove a
sua eliminação, formação do bolo fecal.
Tripsina proteínas peptídeos FEZES: quando a massa fecal ganha um formato, não é só pela
Quimotripsina proteínas peptídeos desidratação.

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As bactérias no intestino não causam prejuízos, elas competem pelo
mesmo sítio de ação que as bactérias patogênicas. Responsáveis pela
produção de vitaminas do complexo B e K, principalmente nos indivíduos
herbívoros, e produção de ácidos graxos voláteis (AGV's).

O cólon exibe padrões motores que incluem contrações fásicas de curta e


longa duração, contrações tônicas e contrações migratórias gigantes
(contrações propulsivas de alta amplitude - CPAA) com variações de
frequência e amplitude.
A motilidade colônica é caracterizada por contrações fásicas não Evacuação
propulsivas de baixa amplitude ou quiescentes. Estas contrações misturam e
compactam o conteúdo colônico. CPAAs ocorrem 1 ou 2 vezes ao dia e Em indivíduos normais, a chegada do alimento ao estômago desencadeia
causam movimento propulsivo de massa. contrações do cólon que se propagam movimentando o conteúdo
O trânsito colônico normal dura 24 a 48 horas. intestinal.
No cólon, o trânsito através do ascendente, transverso, descendente, A esse fenômeno chamamos de reflexo gastrocólico. Por esse motivo,
sigmóide e reto tem duração variável e depende basicamente da ocorrência frequentemente, o reflexo da evacuação se segue à alimentação.
de CPAAs e da distância da propagação. Normalmente, as fezes progridem através do cólon reduzindo-se em
Temos dois tipos de motilidade: volume pela absorção de água, até chegarem ao reto, produzindo sua
1. MOVIMENTO DE HASUTRAÇÃO: é a produção do bolo fecal, ou seja, distensão e, na dependência da capacidade de armazenamento do reto,
o conteúdo líquido é absorvido, formando o bolo fecal. Numa desencadeiam o reflexo evacuatório.
determinada região do cólon temos os bolos fecais se juntando. Várias estruturas anatômicas são importantes no mecanismo da
2. MOVIMENTO PROPULSIVO DE MASSA: através da compactação das evacuação. Estas incluem o canal anal, a musculatura lisa circular do
fezes, temos a propulsão e a sua eliminação. cólon, o reto, os esfíncteres anais e os nervos. O ato da evacuação é,
portanto, um reflexo que se origina pela distensão brusca da
→ REFLEXO GASTROCÓLICO: quem faz com que as fezes sejam
eliminadas, ocorre a contração da musculatura lisa, fazendo as musculatura retal.
fezes serem eliminadas e o relaxamento do esfíncter anal. É a Se inicia assim uma grande onda peristáltica e é a contração do reto
contração da musculatura lisa e relaxamento dos esfíncteres. junto com a dilatação do esfíncter anal, que provoca o esvaziamento de
MOVIMENTOS NO INTESTINO GROSSO/FUNÇÕES: absorção de água e todo o intestino grosso desde o cólon transverso até adiante.
eletrólitos, armazenamento de material fecal. Favorecem a defecação, a contração do diafragma e dos músculos da
TIPOS DE MPVIMENTOS: movimentos de mistura/haustração, movimentos parede abdominal.
de massa/propulsivo.
HAUSTRAÇÕES
Estômago dos ruminantes
Combinação de contração do músculo circular e músculo longitudinal, → Ingestão
formando protusões saculares, denominados haustrações. Como são → Regurgitação
movimentos lentos, o material fecal é lentamente empurrado e exposto a → Remastigação
superfície do intestino grosso. Ruminantia: bovinos, ovinos, caprinos, girafa, alce.
MOVIMENTOS DE MASSA OU PROPULSIVOS Tylopoda: camelo, lhama, alpaca (não apresentam omaso).
A finalidade principal é a propulsão do alimento. Ocorre mais intensamente
na porção final do intestino grosso (cólon armazenador) depois que já
ocorreu toda absorção necessária (massa fecal mais sólida). Pré-estômago: rúmen, retículo e omaso.
Pode se iniciar no cólon transverso e terminar no cólon sigmoide. Estômago verdadeiro: abomaso.

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presentes no rúmen.
Produzem ácidos graxos voláteis de cadeia curta, glicose, gás carbônico e
→ Ruminantes são animais herbívoros. metano por fermentação de carboidratos.
→ Obtenção de carboidratos através da digestão fermentativa. AGV: ácido acético, ácido propiônico, ácido butírico encaminhados para o
→ Digestão da celulose através da celulase bacteriana. fígado
→ Animais jovens não digerem por fermentação.
→ Presença da goteira esofágica (ligação retículo-omaso).

→ Rúmen permite embebição e fermentação de alimento fibroso e,


devido sua motilidade, o conteúdo é continuamente misturado;
→ Retículo atua como bomba que estimula o fluxo de líquido para
dentro e fora do rúmen, regula a passagem para o omaso;
→ Omaso promove a fermentação e absorção contínuas e a regulação
da propulsão entre retículo e abomaso;
→ Abomaso, estômago verdadeiro.

Processo de trazer o material alimentar de volta do estômago à boca para


a mastigação adicional.
Composto por 4 fases:
1. Regurgitação
2. Remastigação
3. Ressalivação
4. Redeglutição

No rúmen também ocorre hidrólise das proteínas e desaminação dos


aminoácidos.
Utilização da amônia como precursor de proteínas por bactérias ruminais.
A glicose produzida é utilizada como fonte de energia.
Bactérias ruminais sintetizam vitaminas do complexo B.

O estômago poligástrico é adaptado ao tipo de alimento, nesse caso, se


alimentam exclusivamente de vegetais. Seu estômago foi dividido em quatro
ou três cavidades para o animar ter o máximo de aproveitamento dos
vegetais.
1. RÚMEN: local que possui uma microbiota capaz de produzir a enzima
celulase, que atuará na quebra da celulose (extremamente
energética). Função fermentativa, que disponibiliza glicose através da
celulose. Transforma a glicose em ácidos graxos voláteis, sendo
absorvidos no rúmen e caindo na corrente sanguínea, pH quase
neutro. A segunda mastigação é a ruminação, o ato de voltar para a
boca, ser novamente mastigado e engolido.
→ As bactérias também quebram gordura em ácidos graxos, quebra a
proteína e extrai amônia para posteriormente produzir a sua
própria proteína microbiana. A microbiota que morre é reciclada
para utilizar seus aminoácidos da membrana plasmática.
2. RETÍCULO: o alimento caminha em formato de bolo, o retículo
transforma o conteúdo do rúmen em bolo, o alimento é prensado e
a água é retirada do meio das fibras, formando o bolo, volta para a
boca, depois é engolido e vai para o rúmen, depois para o omaso e
abomaso. O retículo forma o bolo vegetal e controla a propulsão do
alimento do rúmen para o omaso e do omaso para o abomaso.
3. OMASO: promove a absorção de água, a água é absorvida no omaso
Fermentação: realizada por bactérias e protozoários anaeróbicos pois ele tem uma alta produção de saliva. O rúmen por produzir
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ácidos graxos voláteis têm que fazer com que diminua o pH, com de energia, é pobre em ATP, é produzido só dois ATP's. processo de
isso, aumenta a sua produção de saliva por conter bicarbonato e transformação de uma substância (glicose) em outra, e essa outra será
neutralizar o pH. Absorve água para manter o equilíbrio usada para formação de ATP, temos três tipos de fermentação:
hidroeletrolítico. 1. FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA
4. ABOMASO: faz a quebra da proteína. 2. FERMENTAÇÃO ACÉTICA
O rúmen, retículo e omaso são chamados de PRÉ-ESTÔMAGOS, e o rúmen 3. FERMENTAÇÃO LÁTICA
é a maior cavidade.
O abomaso é o estômago verdadeiro e faz a quebra da proteína. Os nutrientes ao chegarem no rúmen são transformados em AGV's,
SISTEMAS AUXILIARES: ruminação e eructação, que auxiliam na digestão dos esses AGV's caem na corrente sanguínea e é encaminhado para a
ruminantes. mitocôndria para a formação de energia.
Poligástricos fazem neoglicogênese para a produção de energia. São
→ RUMINAÇÃO: retorno do alimento a boca para ser remastigado,
ressalivado e redeglutido. Etapas da ruminação -> regurgitação hipoglicêmicos pois a glicose que chega no rúmen é transformada em
(alimento volta para a boca), remastigação, ressalivação e ácidos graxos voláteis.
redeglutição. O objetivo é aumentar a eficiência de extração dos
nutrientes e manter o pH ruminal. Fazem com que as partículas do
alimento fiquem menor, para que as enzimas consigam agir para
serem absorvidos. A saliva é rica em bicarbonato e no rúmen temos
uma microbiota com pH neutro e nesse rúmen temos a produção de
ácidos graxos voláteis, diminuindo o pH e matando os
microrganismos, com isso, a saliva neutraliza o pH. POLIGÁSTRICOS Função
MORREM COMENDO APENAS RAÇÃO, POIS NA RAÇÃO NÃO TEM Eliminação do sêmen, produção de espermatozoides e armazenamento.
CELULOSE, OU SEJA, NÃO ESTIMULA A RUMINAÇÃO E COM ISSO As funções reprodutivas dos machos abrangem:
NÃO TEM A PRODUÇÃO DE SALIVA PARA NEUTRALIZAR O pH. 1. FORMAÇÃO DOS ESPERMATOZOIDES
→ ERUCTAÇÃO: ao utilizar o carboidrato no rúmen, os microrganismos
liberam dois tipos de gases, sendo eles o gás carbônico e o metano, 2. DEPOSIÇÃO DO MATERIAL EJACULADO NA FÊMEA
a eructação é a eliminação desses gases que ocupam espaço no Resumindo, suas funções são a produção dos espermatozoides e
rúmen, fazendo o animal ingerir menos alimentos e atrapalhando a possibilitar a chegada até o aparelho reprodutor feminino.
sua movimentação, causando a estase/parada do alimento no O sistema endócrino produz os hormônios sexuais pela glândula adrenal
rúmen. Eliminação de gases produzidos durante o processo na região cortical, a medula produz catecolaminas (adrenalina e
fermentativo. noradrenalina). Então, os hormônios sexuais não são exclusivos do
boca -> rúmen -> retículo -> rúmen -> boca -> omaso -> abomaso. aparelho reprodutor (alta porcentagem no sistema reprodutor), a
Na primeira mastigação, o alimento da boca vai para o rúmen e depois adrenal deixa essas concentrações em níveis basais.

Constituição
prossegue para o retículo, formando um bolo fibroso que retorna para o
rúmen, indo para a boca, após isso, é deglutido e encaminhado para o
rúmen e depois para o omaso, nesse local, é desidratado e prossegue para Na maioria das vezes constituído pelo pênis, bolsa escrotal, testículos,
o abomaso para sofrer a digestão mecânica. Na segunda vez que vai para a epidídimos, ductos deferentes e glândulas acessórias:
boca ocorre aquelas etapas. → ampolas (ausentes no cão e porco)
→ próstata
A fermentação no rúmen e no retículo é realizada por bactérias e → glândulas vesiculares (ausentes no cão)
microrganismos. Esses microrganismos fermentam a celulose e as → glândulas bulbouretrais (ausentes no cão)
proteínas em ácido graxo volátil. A uretra nos machos é um órgão que encaminha a urina e o ejaculado.
→ ÁCIDO ACÉTICO As aves não têm pênis, eles têm uma evaginação da cloaca que é o
→ ÁCIDO PROPIÔNICO FALO. A ave apresenta o testículo dentro da cavidade abdominal, sendo
→ ÁCIDO BUTÍRICO que a espermatogênese nessas aves não é atrapalhada pela
Esses ácidos conseguem ser absorvidos no rúmen pela sua alta necessidade temperatura.
energética. FELXURA SIGMOIDE: bovinos, é o "S" peniano.
Os triglicerídeos são transformados em ácidos graxos mais glicerol, sendo
absorvidos pelo duodeno.
A celulase que quebra a celulose em glicose, que sofrerá o processo
fermentativo formando os ácidos graxos voláteis. A proteína é quebrada
em aminoácidos.
Para a produção de energia, ocorre a conversão dos ácidos graxos voláteis
em acetil coenzima A (CoA), que após ser oxidado, entra no ciclo de Krebs
para a obtenção de energia.
Após a fermentação e hidrólise, os ácidos graxos são utilizados como fonte
de energia, dentro da mitocôndria é transformado em CoA, a partir da sua
oxidação, entra no ciclo de Krebs para a obtenção de energia, sendo a
neoglicogênese (através dos lipídios e proteínas).
FERMENTAÇÃO: é um processo que ocorre na mitocôndria para a produção

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a produção de espermatozoide e óvulo), essas células migram no macho
para os testículos e são chamadas de ESPERMATOGÔNIA (tem a
capacidade de fazer sucessivas mitoses).
→ Mitoses e meioses ocorrem dentro do túbulo seminífero.
→ Anexo embrionário com função nutritiva e formação das células
primordiais.
É uma estrutura formada por túbulos seminíferos que se encontra
todas as células da linhagem espermática, células de Leydig (produtoras
de testosterona) e de Sertoli (proteção, nutrição e espermatogênese).

Túbulos seminíferos
Pequenos tubos, com luz interna contendo os espermatozoides. Formado
por uma lâmina basal onde estão as células de Sertoli e as células da
linhagem germinativa (espermatogônias, espermatócitos I e II,
espermátides e espermatozoides).
As células de Leydig estão situadas fora do túbulo seminífero, no espaço
intersticial, por esta razão são chamadas de células intersticiais do
testículo.

Testículos
Gônada dupla, de forma ovoide, de localização extra-abdominal nos
mamíferos. Na maioria das espécies, localiza-se no interior de uma bolsa
cutânea na região inguinal, caracterizado por uma função celular e outra
endócrina.
Nas aves e algumas espécies como os elefantes, tatus, baleias e golfinhos
os testículos têm localização intracavitária.
Nos suínos, gatos e alguns cães a localização dos testículos é perineal.

FUNÇÕES: produção de espermatozoide e testosterona.


HISTOLÓGICO: temos os túbulos seminíferos que a espermatogônia se
transforma em espermátide. Também encontramos as células de Sertoli e
Leydig que recobre o túbulo seminífero. 1. CÉLULAS DE LEYDIG: produtoras de hormônios denominados de
1. CÉLULAS DE SERTOLI: faz uma barreira, impedindo que a célula androgênios, fazem secreção de testosterona, androstediona e
dentro do túbulo não caia na corrente sanguínea e a nutrição do dehidroepiandrosterona (DHEA), quando sofrem ação (LH).]
espermatozoide. 2. CÉLULAS DE SERTOLI: responsáveis pela estrutura do túbulo,
2. CÉLULAS DE LEYDIG: produção de testosterona. além de servirem de proteção e fonte de nutrição para as
células germinativas, constituem o principal elemento da chamada
ANEXOS EMBRIONÁRIOS: saco vitelínico, córion, alantoide, placenta e saco barreira hemato-testicular e participam da espermatogênese,
amniótico. quando são sofrem ação do (FSH).
SACO VITELÍNICO: ovovivíparos e vivíparos nutrem o feto durante o
processo embrionário, o vitelo vem da célula da mãe, a função secundária é
que nessa estrutura encontra-se as células primordiais que são 2N (um
número total de cromossomos, através dessa célula que ocorre a meiose e

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O espermatozoide libera uma enzima para remover as barreiras e entrar
no núcleo do óvulo, o acrossomo (localizado na superfície do núcleo) permite
o pareamento de cromossomos.
Dividido em cabeça, corpo e cauda (após a cauda inicia-se o ducto
deferente).
 Brucella abortus: causa orquite, é uma zoonose.

Epidídimo Espermatogênese X Espermiogênese


Túbulo coletor e armazenador presente nos testículos. Os espermatozoides 1. ESPERMATOGÊNESE: processo de transformação de células
germinativas em espermatozoides. CÉLULAS GERMINATIVAS ->
movimentam-se para o epidídimo via fluxo de líquidos dos túbulos
ESPERMÁTIDE.
seminíferos.
O armazenamento do epidídimo permite que os espermatozoides adquiram 2. ESPERMIOGÊNESE: mutação da espermátide em espermatozoide
maturidade e se tornem móveis propriamente dito.
O espermatozoide precisa encontrar o óvulo na tuba uterina para que o
zigoto consiga se fixar no endométrio. Na ampola encontra o óvulo com o
espermatozoide, ocorrendo a fecundação e formando o zigoto que passa
por sucessivas mitoses até a fase de mórula. O embrião vai descendo e vai
se transformando em blástula, formando uma divisão, além disso, possibilita
a entrada de água uterina e a remodulação.

Ao redor surge o SINCICIOTROFOBLASTO (produtor de enzimas), ao chegar


na entrada do útero faz com que o embrião fique perto do útero, as
enzimas causam uma lesão no endométrio para colocá-lo na parede do
útero, realizando a niidação, a partir desse momento, passa para a fase de
gástrula. Se for uma fecundação tardia, esse embrião se fixa perto da
cérvix sendo de risco e podendo causar um aborto.
1º PROCESSO - ESPERMATOGÊNESE: produção de uma célula inviável,
chamada de espermátide (não possui o flagelo nem o acrossomo).
Faz a maturação do espermatozoide, deixando-o móvel, isso realiza-se pela 2º PROCESSO - ESPERMIOGÊNESE: maturação da espermátide formando o
aquisição do flagelo. É a confluência de todos os túbulos seminíferos, esse espermatozoide viável.
espermatozoide que chega não está viável para a reprodução, não tem a As espermátides saem do testículo e se encaminham ao epidídimo (junção
capacidade de se movimentar, sendo chamado de ESPERMÁTIDE. Para dos túbulos seminíferos), local que ocorre a maturação, a espermiogênese.
conseguir se locomover, se faz necessário o ganho do flagelo, a membrana
plasmática da espermátide sofre um estiramento, o núcleo e as organelas Onda espermática
citoplasmáticas se localizam em um dos polos, originando do outro lado, a
cauda (flagelo). Cada espermatogônia que substitui a célula- mãe começa a se dividir em
intervalos característicos de cada espécie:

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→ Porco: 8 dias
→ Ovino: 10 dias
→ Bovino: 14 dias;
→ Rato: 12 dias;
→ Cavalo: 12 dias;
→ Cão: 14 dias;
Após a mitose das células germinativas, inicia-se a espermatogênese
propriamente dita.
→ Nova mitose de células germinativas: 1 ciclo
→ Meiose de espermatócitos: 2 ciclos
Onda espermática é a sequência de eventos que ocorrem dentro do túbulo
seminífero.

Ducto deferente
Continuação do sistema de ductos da cauda do epidídimo para a uretra
pélvica.
Circundado por artéria, veia e nervo testiculares e vasos linfáticos.

Glândulas sexuais acessórias


Fornecem as secreções que são esvaziadas na uretra pélvica. São
formadas pelas ampolas, glândulas seminais, glândula prostática, e glândulas
bulbouretrais.
→ Gatos: não possuem as seminais.
→ Suínos: não possuem as ampolas.
→ Cães: não possuem as ampolas, seminais e bulbouretrais.
SÊMEN = ESPERMATOZOIDE MAIS LÍQUIDO SEMINAL.

Constituído por uma parte líquida originada principalmente das secreções


das glândulas sexuais acessórias e pelos espermatozoides. O pH é
aproximadamente de 7,5.

Pênis
Principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos
de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso.
Na extremidade do pênis encontra-se a glande onde pode-se visualizar a
abertura da uretra. A uretra é comumente um canal destinado para a urina
e sêmen.

Apresentam pênis fibroelástico e dispõem de uma flexura sigmoide que fica


esticada durante a ereção e extensão do pênis.

Apresenta um apêndice filiforme que contém a uretra.

Pênis vascular e sua uretra faz protrusão de alguns centímetros desde a


superfície da glande.

Apresentam um osso peniano. Gato apresenta espículas penianas e


orientação posterior.

Fases da monta
EREÇÃO: vasodilatação por origem parassimpática.
EJACULAÇÃO: condução do sêmen para a uretra através de estímulos
simpáticos

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cascata hormonal. A testosterona também faz o feedback negativo na
Endocrinologia do sistema reprodutor hipófise, parando a produção do LH.

masculino

As células de Sertoli fazem feedback negativo também, as células de


Sertoli que produzem pelas altas quantidades de testosterona, um
hormônio inibitório que é a INIBINA, que age na hipófise fazendo um
Vigente mesmo com o indivíduo filhote, hormônios produzidos pelo feedback negativo com o FSH, parando a linha do FSH e LH.
aparelho reprodutor e pela glândula adrenal. Baixos níveis de testosterona voltam a produzir o GnRH e toda a
95%dos hormônios vêm à tona na puberdade (fase em que o indivíduo cascata.
consegue produzir hormônios sexuais e gametas), nessa fase, o indivíduo Desenvolvimento das glândulas mamárias pela administração exógena de
está apto para a reprodução. testosterona, a testosterona foi biotransformada em estrogênio,
QUANTO MAIOR A CALORIA E INCIDÊNCIA DE LUZ, MAIS RÁPIDO ENTRA fazendo com que as glândulas mamárias e células anteriormente inativas
NA PUBERDADE. comecem a se desenvolver, o estrogênio faz feedback negativo com o
O hipotálamo entende que o macho já está apto para reprodução, ele hipotálamo, fazendo o hipotálamo entender que tem muita testosterona
libera o GnRH que irá agir na hipófise, fazendo ela liberar o hormônio circulante, pois para ter estrogênio precisa ter testosterona.
folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). O FSH age sobre
as células de Sertoli e o LH sobre as células de Leydig, a de Sertoli
controla a espermatogênese e a de Leydig a produção de testosterona.
O FSH e LH fazem feedback positivo, eles são liberados no mesmo
momento no macho, liberados em conjunto pois a testosterona interfere
na espermatogênese.
A espermatogênese é a divisão celular de uma célula 2N em quatro
células do tipo N (meiose), para isso acontecer é necessário a presença Desenvolvimento genital
de testosterona, permitindo a meiose. → O sexo genotípico do animal é determinado na fecundação por um
A testosterona dá as características sexuais secundária, como massa espermatozoide X ou Y.
muscular. bócio, força e etc. Importante manter os níveis de → O sexo gonadal será estabelecido ao redor dos 35 dias de
testosterona constantes. gestação nos fetos machos e mais ou menos 45 dias nas
Testosterona quebra os lipídios (lipólise). Para que ocorra a produção do fêmeas, através da migração e colonização das células
espermatozoide são necessários os dois processos, a testosterona é germinativas primordiais sobre a estrutura gonadal
liberada e absorvidas pelas células de Sertoli depois que cai na corrente indiferenciada.
sanguínea, após serem absorvidas irá liberar o estrogênio, a
→ A diferenciação inicia-se no bovino quando o embrião mede entre
testosterona é biotransformada em estrogênio, que tem como função 2,5 e 3,0 cm e no suíno entre 2,0 e 2.5 cm.
fazer espermiogênese.
→ As gónadas originam-se de um espessamento da região média do
O espermatozoide tem um tempo para ser produzido, do dia 1 que pega
mesonéfron chamada de Crista Gonadal, logo é um espessamento
a espermatogônia até a formação do espermatozoide temos a ONDA
mesenquimal coberto de mesotélio.
ESPERMÁTICA, sendo o ciclo de formação do espermatozoide.
Diariamente tem espermatozoide sendo terminados e começando, → As células Germinativas primordiais migram do endoderma do
mantendo quantidades niveladas, ou seja, realizando a manutenção dos saco vitelínico para a crista gonadal e fazem o povoamento desta
espermatozoides produzidos. estrutura formando os cordões gonadais. Nas fêmeas haverá
A produção de testosterona não se mantém elevada sempre, quando formação de cordões corticais na e nos machos cordões
tem muita testosterona circulante (extrapola os níveis permitidos) temos medulares.
o feedback negativo. → O gen organizador testicular (TDF) localizado no braço curto do
cromossomo Y é associado com a migração das células
primordiais indiferenciadas originarias do saco vitelino próximo à
Aumenta os níveis de testosterona circulante na corrente sanguínea, vai alantóide. Além das células germinativas primordiais também
chegar no hipotálamo e reconhecer as altas concentrações de migram as células mesenquimais e celulas germinativas epiteliais.
testosterona, o hipotálamo para de produzir o GnRH, parando toda a Estas darão origem a novos tipos celulares no macho ou na
fêmea.

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Machos Fêmeas
Células germinativas espermatogônia ovogônia
primordiais
Células mesenquimais Leydig Teca e
estroma
Células germinativas epiteliais túbulo seminífero e folículos I
Sertoli

Função
Receber os gametas masculinos durante o ato sexual. Propiciar as
Ovários
condições favoráveis à fecundação, isto é, a união de um espermatozoide
com um óvulo formando um zigoto e, ocorrendo de fato uma fecundação.
Após o nascimento, durante vários meses, a alimentação básica do filhote
depende de nutrientes produzidos pela mãe.
O desenvolvimento das mamas, para que a produção de leite seja possível, É um órgão duplo de forma variável encontrado dorsalmente na cavidade
também depende de hormônios produzidos pelas gônadas femininas. abdominal próximo ao bordo pélvico, apresentando função celular e
Sua função é mais complexa que a do masculino, é o local de endócrina.
armazenamento de ovócitos em desenvolvimento, local que ocorre a
fecundação e desenvolvimento do indivíduo, facilita o encontro do
espermatozoide com o óvulo e amamentação. MULTÍPARAS: cacho de uva -> porca, cadela e gata.
FUNÇÃO DE GESTAR. UNÍPARAS: ovoide -> vaca, ovelha e água.
Armazenagem de óvulos pois a fêmea já vem com um número pré- A égua apresenta ovários riniformes com presença de uma fossa de
determinado de gametas femininos. ovulação. Nas aves apenas o ovário esquerdo é funcional, o direito muitas
Saco vitelínico manda as ovogônias que chegam do ovário, elas se vezes é um ovostestis.
desenvolvem e param no estágio de meiose I, quando cicla, o óvulo sai da
fase de meiose I e vai para a meiose II, se transformando no óvulo. .Apresenta uma parte medular interna com vasos e nervos. Apresenta
Na puberdade ganha a possibilidade de continuar a meiose I, os altos níveis uma parte cortical externa com estruturas funcionais, tais como
de estrogênio fazem um óvulo sair da meiose I. folículos, corpo lúteo e corpo hemorrágico e, estruturas vestigiais como
A prolactina é produzida através do parto com a queda da progesterona e o corpo fibrosum e corpo albicans. O revestimento é feito pelo epitélio
a produção de leite também é estimulada pelo ato de sugar. germinativo e a falsa albugínea ovariana.
Anatomia
OVÁRIOS, TUBAS UTERINAS, ÚTERO, VAGINA E TETOS. FUNÇÃO CELULAR: corresponde tão somente a produção de gametas
femininos. -> oócito.
FUNÇÃO ENDÓCRINA: produção de estrogênio (responsável,
principalmente, pelas características sexuais secundárias, sinais de cio e
desenvolvimento da glândula mamária), produção de progesterona
(responsável pela manutenção da gestação, lactação e ainda pelo
comportamento materno), produção de inibina (importante para a
regulação endócrina por feedback negativo), produção de ocitocina
ovariana que parece influir no processo de involução do corpo lúteo e,
além disso, já foram evidenciadas cerca de 25 substâncias diferentes
no líquido folicular com funções ainda pouco esclarecidas..

Armazenamento dos óvulos em desenvolvimento, não armazena ovócito

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viável, eles são liberados.
Produz hormônios que dão características secundárias e mantém a
gestação, como por exemplo, a progesterona.
Altamente vascularizado pois é um local de produção de hormônios. Nas
fêmeas mamíferas, a nutrição do feto ocorre pela placentação, o
sinciciotrofoblasto tem tropismo pelos vasos sanguíneos, perfurando esses
vasos e formando uma piscina de sangue (vilosidades coriônicas), o vaso do
feto vai para a "piscina" de sangue e nesse local, os gases (gás carbônico e
oxigênio) se encaminham para os vasos fetais e nutre o feto.
Dentro do ovário, encontramos os folículos primordiais (congelados na
meiose I). Após a liberação do ovócito II temos o corpo lúteo, que é
responsável pela produção de progesterona, se a fêmea fica prenha, ela
fica produzindo progesterona até o final da gestação, caso não fique
prenha, o corpo lúteo involui, indicando que a fêmea vai voltar a ciclar.
Os ovários são glândulas parecidas que estipulam o desenvolvimento dos
órgãos e a produção de hormônios. Os folículos dentro dos ovários são
classificados em:
1. FOLÍCULOS PRIMORDIAIS OU PRIMÁRIOS.
2. FOLÍCULOS EM CRESCIMENTO.
3. FOLÍCULOS DE GRAAF.
As fêmeas nascem com uma reserva dos folículos primordiais, conforme
chega no estro, o folículo primordial passa para a fase do folículo em
crescimento que, logo após, vira o folículo de Graaf, sendo o final do ciclo, o
óvulo está localizado dentro do folículo de graaf.
FASES DO CICLO ESTRAL: proestro -> estro (ocorre a ovulação) ->
metaestro -> diestro -> anestro.

FOLÍCULOS PRIMORDIAIS: após a migração das células germinativas


primordiais para a crista gonadal, ocorre o envolvimento destas pelas
células foliculares que se originam e passa a ser chamado de folículo
primordial. Assim, o folículo primordial consta de um ovócito envolvido por
uma camada única de células epiteliais achatadas. A vaca apresenta ao
nascimento cerca de 150.000 folículos primordiais.
FOLÍCULOS SECUNDÁRIOS: são folículos com 2 ou 3 camadas de células
epiteliais cuboidais. Nestes folículos já ocorrem a formação da membrana
pelúcida.
FOLÍCULOS TERCIÁRIOS: produzem estrogênio. A medida que ocorre
processo de multiplicação das células foliculares, ocorre aumento no
número de camadas e formação de lacunas repletas por líquido rico em
estrogênio devido a coalescência dessas células. Também ocorre a
diferenciação da parede do folículo que passa a ter duas camadas
chamadas de Teca e Granulosa. A camada da Teca pode ainda ser
dividida em duas camadas -> a teca externa de estrutura fibrosa e a

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teca interna celular e produtora de hormônio esteroide.
Observa no final desse estágio uma grande lacuna (ou antro) repleta de
líquido e com manutenção do oócito envolvido por células da granulosa que
forma o cummulus oophorus (montículo ovárico ou eminência germinal).
FOLÍCULOS ATRÉSICOS: correspondem a folículos em qualquer estágio (I, II
ou III) em processo de degeneração que acabam desaparecendo e deixando
apenas uma estrutura vestigial com aspecto hialino chamada de Corpus
fibrosum.
CORPO LÚTEO: produzem progesterona. Também inexistente nas aves,
corresponde a uma estrutura amarela (por isso também chamado de corpo
amarelo) que substitui o corpo hemorrágico. Ocorre proliferação das células
da Teca e granulosa que invade o corpo hemorrágico alterando-o
completamente, seguindo-se a acumulação de grânulos de luteína que
confere o aspecto já mencionado. Após a luteinização a estrutura é
chamada de coro lúteo. O corpo lúteo pode ter duração variável, quando
este é formado em ciclo estral sem ocorrência de gestação é chamado de Folículo de Graaf
corpo lúteo cíclico e tem vida curta (mais ou menos de 12 a 14 dias). Caso
ocorra a gestação, o corpo lúteo é chamado de gestacional e se mantém
até o final da gestação. Na égua, mesmo quando prenhe ocorre formação
de corpos lúteos acessórios até mais ou menos 150 dias de gestação, pois
estes são sempre de curta duração, mas nesta espécie a produção de
progesterona é substituída pela placenta. Na cadela o corpo lúteo dura em
média 30 a 60 dias, quando ultrapassa este período e ainda ocorre o
aumento de prolactina, a cadela normalmente apresenta a pseudociese.

Folículo primário
Quando a fêmea entra na puberdade, ela tem os folículos primários ou
primordiais que possuem camadas produtoras de hormônios.

Não é especificamente o ovócito II, é o ovócito II mais as células ao redor.


As células granulares e da Teca produzem testosterona e estrogênio.
Quando o folículo está pronto, ele se rompe e as fímbrias pegam o óvulo
e o leva para a tuba uterina, o lugar que tinha o ovócito II começa a ser
chamado de CORPO LÚTEO, que possui as células da Teca e granulares,
sendo importante para a gestação e para o próximo ciclo.
Se o corpo lúteo continua, significa que a fêmea está prenha, pois o
corpo lúteo produz progesterona. Caso ele morra, ela volta a ciclar.
Para a fêmea ganhar o filhote, o corpo lúteo tem que involuir, então ela
libera autacoides, sendo a prostaglandina que causa a lise do corpo lúteo.
Encontra-se no primeiro estágio do desenvolvimento, ainda não é capaz de Fêmeas juntas no mesmo ambiente, através do feromônio fazem
ser fecundado. Possui duas grandes estruturas: sincronização de cio.
1. LÂMINA BASAL: mais externa. SINCRONIZAÇÃO DE CIO NO PLANTEL: quando administra prostaglandina,
ela agirá no corpo lúteo, então, as fêmeas que já ovularam perdem o
2. CÉLULAS DA GRANULOSA: responsável pela produção de hormônios. corpo lúteo, retomando o ciclo, e as fêmeas que não ciclaram terá um
A função hormonal do aparelho reprodutor feminino se dá por um período curto de diferença, fazendo a sincronização de cio.
grupo de células, sendo elas as células da granulosa e as células da
Teca. Útero
Folículo em crescimento Cavidade pélvica anterior à bexiga/posterior ao reto. Parede muscular
espessa miométrio.
Ao redor da membrana plasmática encontramos a zona pelúcida, que faz a Revestido de tecido vascularizado rico, em glândulas.
proteção do ovócito (o que se encaminha para dentro da tuba uterina é a Colo, Corpo, Fundo.
zona pelúcida e o ovócito). O espermatozoide tem que produzir enzimas Função reprodutiva, é um lugar específico para crescimento
capazes de perfurar a coroa radiata e a zona pelúcida para fazer com que embrionário, é constituído de 2 camadas:
o núcleo do espermatozoide encontre o do óvulo, quem produz enzimas é o 1. ENDOMÉTRIO: camada mais interna, muito vascularizada. Ocorre
acrossomo do espermatozoide. a placentação e sofre uma vasodilatação, preparando o útero
CÉLULAS DA GRANULOSA CONVERTEM ANDRÓGENOS EM ESTROGÊNIO. para a gestação, favorecendo a niidação.
2. MIOMÉTRIO: camada mediana, responsável por acomodar o feto

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pelo relaxamento da parede, também realiza a contração da
musculatura e a expulsão fetal. Puberdade
A fêmea recém-nascida e até 3 meses de idade, apresenta folículos em
crescimento com pouca concentração de esteroides, porém o
hipotálamo é hipersensitivo a estes esteroides e mantém-se hipoativo
por feedback negativo.
Na puberdade, o hipotálamo perde a hipersensitividade aos esteroides e
passa a secretar o GnRH que atua na hipófise e leva a liberação de FSH
e LH e ocorre a primeira ovulação normal, entretanto, sem sinais
externos de cio.
AÇÃO DO FOTOPERÍODO: quanto maior a incidência de luz e maior o
peso, o hipotálamo reconhece que essa fêmea está apta para entrar na
puberdade. A maioria das fêmeas ovulam na primavera, para que a
gestação se mantenha no verão, assim, não tem muito gasto energético
com a temperatura para se manter e também, pela oferta da comida
ser maior.
Libera o GnRH que age na hipófise, liberando o FSH e o LH, que age nas
gônadas para a liberação de testosterona, progesterona e estrogênio.

Vagina
A vagina é a porção do canal do parto, localizada dentro da pelve entre
o útero e a vulva. Sua função é servir de base para o pênis durante a
monta.

Hormônios do sistema reprodutor


feminino
Agentes da capacitação reprodutiva:
→ Preparação do corpo do corpo da fêmea para atividade
reprodutiva. Gerar ovulação.
→ Possibilitar, manter e dar continuidade à gestação.
→ Promover parto e lactação.
Principais: estrógenos (17-beta-estradiol, estrona, estriol) e
progesterona.
Demais: andrógenos (androstenediona, testosterona e DHT).
Estrógenos derivados do colesterol.
A fêmea entra na puberdade ativando o hipotálamo que libera o GnRH
que age na hipófise produzindo o FSH e o LH. O LH age nas células da
Tubas uterinas
Teca e o FSH nas células da granulosa.
Quando o LH age nas células da Teca, o colesterol circulante entra na
Ligam ovário a útero. Epitélio de células ciliadas e secretoras (batimento + célula da Teca, sobre a ação do LH, transforma o colesterol em
peristálticos). testosterona. A testosterona vai ser transformada em estrogênio.
Parte uterina, istmo, ampola A testosterona entra na célula da granulosa e sob a ação do FSH, a
Acontece o processo de fecundação e a eliminação do óvulo que não foi testosterona é transformada em estrogênio.
fecundado. O óvulo é captado pelas fímbrias do infundíbulo, pelos ESTROGÊNIO NO APARELHO REPRODUTOR FEMININO: manifestação das
movimentos de contração caminha pela tuba uterina e chega no útero. características sexuais secundárias (oleosidade da pele, glândula
mamária. .), promove a maturação dos óvulos, aumenta a vascularização
do endométrio.

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A testosterona é transformada em estrogênio, promovendo a maturação um espaço no endométrio para a niidação, através dessa ação, libera a
dos folículos, após a maturação dos folículos pela ação do FSH, já que é gonadotrofina coriônica que impede que ocorra a liberação de
esse hormônio que facilita a biotransformação da testosterona em prostaglandina, permanecendo viável o corpo lúteo. Além do corpo lúteo,
estrogênio, sendo assim, diminui o FSH pois não precisa mais de estrogênio tem a placenta que junto com o corpo lúteo faz a produção de
por já ter maturado os folículos. progesterona, possuindo como função a mantença da gestação.
Acontece a QUEDA DO FSH e AUMENTO DO LH após a maturação, o pico O corpo lúteo é degradado quando o feto entra em angústia
de LH é chamado de onda pré-ovulatória (pois é através do LH que o respiratória, ou seja, começa a se estressar pela escassez de oxigênio,
hormônio progesterona faz a ovulação, a progesterona faz com que os com isso, o feto libera corticosteroides, fazendo o útero liberar
ovócitos II sejam maturados. prostaglandina e lisar o corpo lúteo, além disso, também faz com que
A progesterona é produzida através do estrogênio em progesterona. entre cálcio no útero e ocitocina para a expulsão fetal.

Ovulação
Conforme o FSH vai diminuindo, também diminui os receptores de FSH na
célula da granulosa e aumenta a capacidade de receptores de LH, pois
quando a testosterona entra na célula da granulosa, ela será transformada Corresponde a ação do LH sobre o folículo que passa a sintetizar
em estrogênio, e pela ação do LH na célula da granulosa (pelo aumento de enzimas hidrolíticas capazes de desintegrar a matriz de tecido conjuntivo
receptores de LH) será transformada em progesterona, a progesterona fragilizando a parede do folículo e permitindo o seu rompimento.
rompe o corpúsculo de Graaf, liberando o ovócito II. Quando o ovócito II foi A maioria dos animais apresenta cios naturais com ovulações
liberado, não precisa mais de LH, a progesterona faz feedback negativo espontâneas, mas alguns apresentam ovulações induzidas como as
com o LH. fêmeas de coelhos, gatos, camelos, furão.
O óvulo é encaminhado para a tuba uterina, porém, mesmo sem o FSH e o Os ratos de laboratório, camundongos e hamster ficam a meio caminho,
LH, ainda tem muita progesterona, pois a progesterona após a ovulação vai pois quando há coito a prolactina é liberada e o corpo lúteo se mantém,
depender do corpo lúteo, então, não vem da hipófise, o corpo lúteo fica entretanto, na ausência do coito o corpo lúteo dura apenas 3 dias.
vivo por um determinado tempo, se essa fêmea não está prenha ele irá
involuir, com isso, o hipotálamo perceberá que não tem mais progesterona
pois o corpo lúteo morreu, começando novamente o ciclo e liberando o
GnRH. Em casos de prenhez, o corpo lúteo permanece vivo para manter a
gestação.

O corpo lúteo fica produzindo progesterona, a progesterona tem funções


de aumentar o tamanho da mama e manter a cérvix fechada durante a
gestação. Caso haja uma fecundação, o embrião fica preso na parede do
útero e libera a gonadotrofina coriônica mandando o sistema endócrino não
fazer a lise do embrião.
Se a fêmea não ficou prenhe, o óvulo desce sem estimular a gonadotrofina
coriônica, fazendo as células do endométrio liberarem prostaglandina, que
terá ação na lise do corpo lúteo, fazendo acontecer uma queda de
progesterona e o hipotálamo a secretar o GnRH.
Na prenhez libera a gonadotrofina coriônica, que não deixa o útero liberar a
prostaglandina e fazer a lise do corpo lúteo.
TESTE DE GRAVIDEZ: observação de gonadotrofina coriônica.
Não houve prenhez, o útero produz a prostaglandina (PGFα2). A
prostaglandina promove lise do corpo lúteo e aumenta o GnRH.

O embrião ao redor das células chamadas de SINCICIOTROFOBLASTO, cava

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4. ANESTRO: período de inatividade hormonal.
5. PRÓ-ESTRO: início da produção de estrogênio.
PRÓ-ESTRO E ESTRO: fases estrogênicas ou proliferativas.
METAESTRO E DEISTRO: fases progesterônicas ou secretoras.
É o ciclo que comanda a vida reprodutiva da fêmea, é a alteração
hormonal durante os processos de ovulação.
A fêmea ao longo do período fértil passa pelas fases do ciclo estral,
todas as espécies têm todas essas fases de ciclo estral.
ESTRO: cio verdadeiro, essa fêmea está manifestando todas as
características de recepção do macho, tem a secreção vaginal. A fêmea
aceita a monta, quando faz pressão no dorso da porca e ela fica
parada, significa que está no estro. A VACA OVULA NO METAESTRO, AS
OUTRAS OVULAM NO ESTRO. A vaca tem que esperar no mínimo 10
horas para colocá-la para cruzar. Assim que a fêmea ovula, no ovário
terá a formação do corpo lúteo.
METAESTRO: formação do corpo lúteo, pois é após a ovulação.
DIESTRO: é a degeneração do corpo lúteo se a fêmea não está prenha.
ANESTRO: nessa fase, o hipotálamo está começando a liberar o GnRH, é
o período de infertilidade pois não tem estrogênio, ou seja, ainda não
está maturado o óvulo.
PRÓ-ESTRO: aumento dos níveis de GnRH, FSH e LH, aumentando os
níveis de estrogênio, sendo o período de crescimento folicular. Quando
ele for maturado, estará no estro para ser ovulado.
PERÍODO DE PRENHEZ: no metaestro e diestro.
PERÍODO DE AMAMENTAÇÃO: no anestro.
Quando ocorre a desamamentação, a fêmea voltará a cruzar. Com
exceção da égua, a égua amamentando pode entrar no cio pelos altos
níveis de estrogênio.
SINCRONIZAÇÃO DE CIO: Na IATF (inseminação artificial em tempo fixo)
faz prostaglandina em todo mundo, matando o corpo lúteo e fazendo
todas entrarem no anestro.
Quando a fêmea está no final do estro, ela ovula, antes dela ovular ela
aceita o macho e depois ovula. Isso ocorre por conta do tempo do
ovócito ser menor que o do espermatozoide, e também, porque o o
espermatozoide leva um tempo para chegar na tuba uterina. Se a
fêmea ovula primeiro e depois aceita a monta do macho, o óvulo estaria
no meio do corpo uterino, fazendo com que o embrião se fixe perto da
cérvix e com isso, aumenta as chances de aborto.
As gatas só ovulam quando tem o estímulo da monta, que é doloroso.
Dessa forma, estimula a liberação do óvulo, fazendo com que não se
perca o óvulo. Caso ela não receba a monta, ela também irá ovular pela
progesterona, mas quando recebe a monta, o óvulo é liberado na hora
certa por conta do estímulo doloroso e pela progesterona. Isso tudo
acontece na fase de estro. No final do pró-estro ela já aceita a monta.
Ciclo estral
Período compreendido entre dois estros, de duração variável, porém em
torno de 20 dias, apresentando fases bastante evidentes e caracterizado
por modificações da genitália tanto interna quanto externa, assim como no
comportamento da fêmea.
Os animais quanto ao desenvolvimento do ciclo estral são classificados em:
→ POLIÉSTRICOS ESTACIONAIS: éguas
→ POLIÉSTRICOS NÃO ESTACIONAIS: vacas
→ MONOÉSTRICOS: cadelas

1. ESTRO: momento de receptividade do macho e ovulação.


2. METAESTRO: período pós-ovulatório e desenvolvimento do corpo
lúteo.
3. DIESTRO: período de regressão do corpo lúteo:

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Gestação

Período compreendido entre a fecundação e o nascimento, caracterizado


por alto nível de progesterona em circulação e íntimo contato materno-
fetal.

PERÍODO DE OVO: vai da fecundação até a fixação, neste período a


nutrição se faz pelos histiotrofos, neste período ocorre a migração
embrionário.

PESO CORPORAL: aumento de 15 a 25%.


METABOLISMO ENERGÉTICO: aumento de 30 a 40%.
VOLUME/MINUTO NO CORAÇÃO: aumento de 30 a 35%.
APROVEITAMENTO DE NUTRIENTES: aumento de 10 a 30%.
HIPERTROFIA UTERINA.

PARTURIÇÃO: expulsão fetal que está apto a ser independente em relação


as condições placentárias, já é capaz de respirar sozinho. A placenta envia
o oxigênio e nutrientes, retira o gás carbônico e os excrementos, é uma
estrutura complexa. Expulsão do feto e a sua capacidade de desenvolver
algumas habilidades.
O indivíduo não precisa mais da placenta para respirar, para o metabolismo,
nutrição e retirada de excrementos.
GLÂNDULA MAMÁRIA: importante por nutrir o indivíduo.
Para que ocorra a parturição é necessário uma cascata hormonal, para
isso, precisa-se de uma endocrinologia do parto.
PLACENTA: córion (fetal), endométrio (materno) e vasos sanguíneos.
O indivíduo pronto para nascer
O indivíduo pronto para nascer precisa se incomodar com o ambiente
uterino. Chega em um determinado momento que o indivíduo está tão
grande que faz vasoconstrição placentária, quando começa a se incomodar
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com o seu tamanho e faz vasoconstrição placentária, ele entra em lactação pode ser considerada como a fase final de um ciclo de reprodução.
angústia respiratória (falta oxigênio), desenvolvendo o estresse, liberando
dessa forma, o cortisol fetal (hormônio do estresse). Quando aumenta o
cortisol estimula a produção de estrogênio, que é fundamental para o A Glândula mamária corresponde a uma glândula sudorípara modificada que
processo de parturição. secreta leite para nutrição da prole. Ela origina-se, embrionariamente, a
O estrogênio aumentado faz as células do útero produzirem a partir do espessamento linear bilateral do ectoderma ventrolateral na
prostaglandina (pois é ela que faz a lise do corpo lúteo, que mantém os parede abdominal, denominados de “linhas lácteas” ou “cristas mamárias”.
níveis de progesterona junto com a placenta), a prostaglandina faz lise do Nelas se formam os botões mamários que dão origem a porção funcional da
corpo lúteo, sendo que dessa forma, diminui os níveis de progesterona, glândula mamária. Isto ocorre quando o embrião tem cerca de 35 dias de
resultando em abertura da cérvix e contração uterina. idade.
O aumento do estrogênio também faz o aumento de proteínas contráteis Está composta por um sistema de ductos que conectam massas de epitélio
no útero e aumento da relaxina, que auxiliam no relaxamento das estruturas secretor (parênquima) envolvidos por tecido conjuntivo, gordura, vasos e
pélvicas, fazendo o feto se posicionar pela abertura das estruturas nervos (estroma). O conjunto encontra-se sustentado por uma cápsula
pélvicas, aumenta as proteínas contráteis para aumentar a entrada de fibro-elástica. O parênquima consiste de uma camada única de células
cálcio e fazer a contração. Conforme diminui progesterona, aumenta a epiteliais secretoras, que formam os alvéolos mamários que drenam para
prolactina para a produção de leite. ductos pequenos que vão progressivamente se unindo a ductos maiores,
A partir do posicionamento fetal é liberado o hormônio ocitocina, que até abrir em uma cisterna ou diretamente na teta.
promove intensas contrações uterinas. Conforme diminui progesterona e Os alvéolos são agrupados em unidades conhecidas como lóbulos, cada um
aumenta ocitocina, pois a diminuição da progesterona possibilita o deles envolvido por um septo distinto de tecido conjuntivo. Os lóbulos são
relaxamento da cérvix, favorecendo a ação da ocitocina. agrupados em unidades maiores denominadas lobos, que são rodeados por
→ o útero se contrai e expulsa o feto. septos de tecido conjuntivo. Os alvéolos são recobertos por células
→ perigo de ter aumento de ocitocina e pouca relaxina: contrai mas a contráteis de natureza mioepitelial e que respondem ao reflexo de ejeção
cérvix não relaxa, precisando fazer cesárea. Se a fêmea não do leite. As células mioepiteliais também se localizam ao longo dos ductos.
contrai, pode fazer ocitocina. A proporção parênquima secretor e tecido conjuntivo é controlada por
mecanismo hormonal. Durante a lactação da vaca encontra-se maior
proporção de parênquima do que de estroma, e fora da lactação (período
seco da vaca), isto se inverte.
Com exceção dos monotremados, os mamíferos apresentam tetas,
normalmente pares, ligadas às glândulas mamárias. As tetas estão
presentes em ambos os sexos. Exceção para ratos e camundongos cujos
machos não dispõem de tetas.

Amamentação
Enquanto a fêmea está amamentando a progesterona e o estrogênio está
baixo para aumentar a prolactina (hormônio que produz o leite) e o
hormônio que faz a ejeção do leite é a ocitocina.
Para o indivíduo mamar, precisa da prolactina e ocitocina, enquanto a
prolactina está alta o estrogênio está baixo, para que a fêmea não
engravide novamente.
A fêmea só volta a produzir estrogênio quando o indivíduo desmamar, pois o
estrogênio que faz a maturação folicular.
EXCEÇÃO: éguas -> possível retornar ao cio mesmo que ela esteja
amamentando, não faz isso para o animal não entrar em esgotamento Apresenta 4 glândulas mamárias individuais chamadas de quartos mamários,

Glândula mamária
que são unidades glandulares completamente independentes. O úbere tem
revestimento piloso e o teto é completamente sem pelo. O peso do úbere é
A glândula mamária é considerada uma parte do sistema reprodutor, e a variável, e no caso da vaca em lactação é de 14 a 32 kg. Sua capacidade de
produção não está totalmente relacionada com o tamanho já que a relação
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parênquima (tecido secretório) e estroma (tecido conjuntivo) varia próximo a origem da veia cava cranial.
amplamente. 1. CÉLULAS ALVEOLARES: sintetizam proteínas, lipídeos e
O úbere dispõe de dois ligamentos (lateral e mediano) como estruturas carboidratos (açúcares).
primárias de suporte, que impedem que o úbere encoste no chão. A pele → Gordura: citoplasma -> ápice -> luz do alvéolo.
oferece pequeno suporte mecânico, mas não suficiente para proteger o → Proteínas: retículo endoplasmático -> aparelho de Golgi.
úbere. → Açúcar (lactose): aparelho de Golgi.
As duas metades do úbere bovino estão separadas pelo ligamento 2. OCITOCINA: é responsável pelo reflexo de ejeção do leite e o faz
suspensório médio formado por duas lamelas de tecido conjuntivo elástico a partir de um estímulo que é enviado pela inervação aferente
que se origina da túnica abdominal. A extremidade posterior desse ligamento para o hipotálamo e neurohipófise, que então libera a ocitocina na
está ligada ao tendão pré-púbico. circulação sanguínea. A partir disso são criados os intervalos
Os ligamentos suspensórios laterais são compostos de tiras fibrosas, não- entre as mamadas:
elásticas, formando numerosas lamelas que penetram na glândula e se → Ninhadas: 1 hora ou menos
tornam contínuas com o tecido intersticial do úbere. Eles estão unidos aos → Únicos: 2 horas
tendões pré-púbicos e sub-púbicos, que estão unidos à sínfise pélvica. → Coelhos: 24 horas
Os alvéolos e os ductos são rodeados por células mioepiteliais contráteis
também chamadas de “células em cesta”, que respondem à ocitocina e
favorecem a “descida do leite”. O crescimento mamário é o principal determinante da capacidade e
O leite é drenado dos ductos principais para a cisterna da glândula e daí rendimento do leite, pois o número de células alveolares mamárias
passivamente para a cisterna da teta onde fica retido. A cisterna da influencia diretamente o rendimento do leite. O controle da mamogênese
glândula comunica-se com a cisterna da teta através de uma crista circular é genético e também endócrino, feito por hormônios hipofisários,
(ânulo) que contém uma veia e algumas fibras de musculatura lisa. A ovarianos, da córtex adrenal e placentários. De todos os órgãos a
cisterna da teta ficam entre os esfíncteres e comunica-se com o exterior glândula mamária é o que está sobre controle hormonal estrito, tanto
por uma abertura estreita no final da teta, chamada de ducto papilar (canal para o crescimento quanto para a sua função.
da teta). O óstio papilar dispõe de fibras musculares lisas. A estrutura NA FASE FETAL
primária responsável pela retenção do leite é um esfíncter muscular que → Aos 35 dias de idade, forma-se uma linha mamária do estrato
rodeia o canal da teta. Irradiando- se para cima existe uma estrutura germinativo.
conhecida como roseta de Furstenberg, formada de 7 a 8 dobras de → Aos 60 dias de idade o botão mamário se aprofunda na derme e
camadas duplas de epitélio e tecido conjuntivo subjacente. A cisterna do a teta começa a se formar.
úbere fica entre a pele e o tecido glandular, e fica repleta de leite. → Aos 100 dias começa a formação de canais na extremidade do
As duas metades do úbere (direita e esquerda) recebem suprimento botão e prossegue produzindo eventualmente uma abertura para
sanguíneo das artérias ipsilaterais existentes (artéria pudenda externa o exterior.
direita e esquerda). Na vaca, o suprimento sanguíneo é feito principalmente NA FASE PRÉ-ÚBERE
pela artéria pudenda externa que passa pelo canal inguinal e divide-se em O aparelho mamário do nascimento até a puberdade sofre pouco
ramo cranial e caudal. O ramo cranial supre de sangue o quarto mamário desenvolvimento e sua velocidade do crescimento mamário está de
anterior e o ramo caudal supre o quarto mamário posterior do mesmo lado acordo com a velocidade de crescimento corporal (crescimento
da artéria. Uma pequena parte do suprimento sanguíneo é garantido pela isométrico) mantendo-se assim até o início da atividade ovariana que
artéria perineal ventral (ramo da pudenda interna) que passa logo abaixo da precede a puberdade. O aumento do tamanho se deve ao aumento de
vulva, na linha mediana, e chega até a parte caudal de ambos os lados da tecido conjuntivo e gordura.
glândula mamária da vaca. NA PUBERDADE
A drenagem sanguínea do úbere da vaca é feita pela veias pudendas Antes do primeiro ciclo estral o parênquima mamário começa a crescer
externas de cada lado. Elas recebem o sangue dos quartos mamários cranial a uma taxa mais rápida do que o corpo como um todo (crescimento
e caudal do mesmo lado e drenam para a veia epigástrica superficial caudal alométrico). Durante cada ciclo estral a glândula mamária é estimulada
do mesmo lado. Caudalmente drena para a veia perineal. As veias das por hormônios ovarianos (Estrogênio e Progesterona) e também pelos
glândulas mamárias são desprovidas de valvas. hormônios GH, esteróides adrenais e prolactina, e ocorre o crescimento
Um intenso fluxo sanguíneo é a condição para uma alta produção associado com o alongamento e ramificação dos ductos mamários e
secretória das glândulas mamárias. Após o parto ocorre rapidamente um desenvolve-se o sistema lobuloalveolar.
desvio do fluxo sanguíneo do útero para as glândulas mamárias. Um estudo APÓS A CONCEPÇÃO:
feito em vacas demonstrou que: No decorrer da primeira gestação, ocorrerá a maturação das glândulas
mamárias permitindo que elas atinjam sua completa capacidade funcional.
As células epiteliais mamárias completarão a sua diferenciação.
O crescimento acelerado durante a gestação deve-se provavelmente a
Para produzir 1 litro de leite é necessário circular pelo úbere 500 litros de secreção aumentada e sincrônica de hormônios esteroides (estrogênio e
sangue. Quando a vaca está produzindo 60 litros de leite por dia, significa progesterona) e polipeptídicos (prolactina, GH e lactogênio placentário).
que pelo menos 30.000 litros de sangue estão circulando através da Após 3 ou 4 meses de gestação em vacas, por ação do estrogênio, GH
glândula mamária. Assim, as vacas de leite de alta produção de hoje estão e glicocorticoides, os ductos mamários alongam-se novamente, e os
expostas a grandes demandas. alvéolos se formam e começam a substituir o estroma (adipócitos). Ao
As glândulas mamárias têm uma extensa rede de vasos linfáticos que drena final do sexto mês, com os efeitos adicionais da prolactina e da
para os linfonodos supramamários. Os vasos eferentes desses linfonodos progesterona observa-se um extenso desenvolvimento lobuloalveolar
passam para os linfonodos ilíacos externos. Por meio dos troncos lombares, A secreção de leite normalmente começa durante a última parte da
a linfa passa através do ducto torácico, penetrando no sistema venoso gestação e resulta na formação do colostro. O colostro é uma secreção

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mamária do pré e pós-parto, que é formado antes do parto e rico em → Filhotes: o intestino possui a lactase, que é a enzima responsável
imunoglobulinas A (IgA), que devem ser ingeridas e absorvidas pelo pela quebra da lactose para que esta possa posteriormente ser
intestino de 24 a 36 horas, para que haja a garantia da transmissão de absorvida.
imunidade passiva para o recém-nascido. Ele também é rico em vitamina → Adultos: pode levar a uma diarreia osmótica.
A, caseína, albuminas e poucos açúcares, e não possui lactose até o PROTEÍNA: caseína, albuminas e globulinas
momento do parto.
O lactogênio placentário está presente na placenta dos primatas,
ruminantes e roedores além de outras espécies, e é responsável por
sinalizar para a glândula que a fêmea está gestante. Até o final da
gestação a glândula mamária terá se transformado em uma estrutura É a manutenção da lactação que requer a conservação do número de
cheia de células alveolares que sintetizam ativamente e secretam leite. células alveolares, uma intensa atividade de síntese celular e a eficácia
INVOLUÇÃO MAMÁRIA do reflexo de ejeção do leite. Um complexo hormonal controla a lactação,
Caracterizada pela diminuição por apoptose no número de células mas a não ser que o leite seja removido frequentemente da glândula
epiteliais mamárias e também na atividade por célula. Os espaços mamária, a síntese do leite não persiste apesar do estado hormonal
previamente ocupados pelos alvéolos em degeneração são substituídos adequado. A ocitocina é requerida para a retirada do leite, enquanto
por células adiposas. Esse processo ocorre para que haja a renovação diversos outros hormônios são essenciais para a manutenção de intensa
do tecido mamário. A extensão da degeneração alveolar varia com a síntese e secreção do leite.
espécie e está governada pela capacidade hormonal manter as A secreção láctea inicia-se com a síntese dos constituintes dentro das
estruturas lobuloalveolares. células alveolares, o transporte intracelular desses constituintes e a
descarga dos constituintes no lume alveolar. Em seguida ocorrera o fluxo
passivo para os grandes ductos e cisternas. Finalmente, ocorre o
reflexo de ejeção do leite.
Associado ao reflexo de liberação da ocitocina ocorre um reflexo para
É o processo de preparação da glândula mamária para a produção de liberação de prolactina que está associado com supressão da ovulação
leite, no qual ocorre a diferenciação e multiplicação das células alveolares das mulheres. Foi demonstrado experimentalmente que a liberação de
mamárias e envolve diversos hormônios: estrogênio, progesterona, prolactina pelo reflexo da sucção é necessária para a secreção e
prolactina, GH e glicocorticoides. O primeiro estágio consiste em manutenção da lactação em gatas e ratas, mas não nas cabras.
diferenciação parcial enzimática e citológica das células alveolares e Após a hipofisectomia, de acordo com a espécie, para manter a
coincide com a pouca secreção de leite. O segundo estágio começa com produção de leite será necessária a suplementação hormonal conforme
a secreção copiosa de todos os componentes do leite na proximidade se segue:
com o parto e permanece por diversos dias após o parto em muitas → RATAS: prolactina e ACTH.
espécies. No final da gestação, com a queda da progesterona e a → COELHAS: somente prolactina.
presença de prolactina e glicocorticoides, ocorre a lactogênese. → CABRAS e OVELHAS: prolactina, ACTH, gH, TSH (após o
O bloqueio do hormônio progesterona sobre a lactogênese não é restabelecimento da produção, a prolactina pode ser suprimida
absoluto, pois se fosse a gestação simultânea com a lactação seria que a produção se mantém)..
impossível. Duas moléculas de glicose devem entrar nas células epiteliais
mamárias para cada molécula de lactose a ser formada. Uma unidade de
glicose é convertida em galactose. A lactose-sintetase catalisa a reação
da glicose e galactose, para formar a lactose no aparelho de Golgi. Esta
enzima compõe-se duas subunidades: galactosiltransferase e α- DUCTOS ATRÓFICOS -A-> DUCTOS EM CRESCIMENTO -B-> CRESCIMENTO
lactoalbumina. LOBULOALVEOLAR -C-> SECREÇÃO DO LEITE
A glicose é um fraco aceptor de resíduos de galactosil, mas na presença → A: estrogênio, GH e glicocorticoides
da α-lactoalbumina a galactosiltransferase é modificada tornando a → B: estrogênio, GH, glicocorticoides, progesterona e prolactina
glicose um aceptor eficiente para a galactose. Assim, após o declínio da → C: prolactina e glicocorticoides
progesterona plasmática e secreção aumentada da prolactina no parto, Prolactina: estimula a lactogênese, suprime a ovulação e inibe a síntese
a α-lactoalbumina aumenta, resultando na formação de lactose- de dopamina. Também age na estimulação do núcleo paraventricular do
sintetase ativa, permitindo o início da síntese de lactose. hipotálamo, que procede a liberação do peptídeo intestinal vasoativo, que
OBS: A glândula mamária retira glicose do sangue para que ocorra a aumenta a circulação nos vasos intestinais aumentando a absorção no
produção de leite. Em vacas é comum ocorrer CETOSE devido ao alto intestino.
consumo de glicose. 30 minutos após a amamentação = aumento da prolactina
O gado de leite tem mais GH e menos insulina que o gado de corte, mas o
nível de prolactina é igual. A prolactina em ruminantes varia com a
O leite é composto por lipídios, carboidratos, proteínas, aminoácidos, estação do ano, sendo maior no verão que no inverno. Essas mudanças
vitaminas, minerais, eletrólitos e água. hormonais também são observadas nos machos.
GORDURA: fonte de energia mais importante, que pode estar na forma Embora a manutenção da lactação usualmente requeira a presença de
de mono, di ou triglicerídeos, ácidos graxos livres, fosfolipídeos e vários hormônios da hipófise anterior, a prolactina tem papel importante
esteróides; variando entre as espécies, raças e indivíduos. em todos os não ruminantes estudados, nos ruminantes o papel mais
CARBOIDRATO: A lactose é o principal carboidrato do leite. A lactose importante é desempenhado pelo GH. O mecanismo exato para a copiosa
sintase catalisa a reação que transforma a glicose e galactose em secreção do leite na proximidade do parto ainda precisa ser
lactose. A síntese se lactose é impedida pela progesterona e estimulada completamente elucidado, mas a queda de progesterona é um fator de
pela prolactina. importância.

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