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1. EUROPA
Em 476 foi o fim da Antiguidade Clássica e o início da Idade Média que terminou em 1453. No ocidente da
Europa, os Bárbaros e os Germanos (que sucederam os Romanos), provocaram as seguintes alterações:
• Degradação da economia mercantil → passou a haver uma economia de subsistência
(baseada na agricultura e pecuária);
• Decadência dos centros urbanos → deslocação da população para zonas rurais;
• Depressão demográfica;
Estes fatores agravaram-se devido às invasões muçulmanas, à precaridade da subsistência e devido à
permanente instabilidade e insegurança aliadas aos costumes bárbaros – foram séculos de crise (VII a X).
À medida que o império Romano decaía, o cristianismo tornou-se o sustentáculo do Ocidente violento e
rural – tornou-se religião oficial e única em 381:
Os bispos tornaram-se autoridades perante a sociedade;
A Igreja alargou o seu raio de ação → evangelização junto de povos invasores;
Igreja com função civilizacional→ contribuiu para o desenvolvimento da agricultura,
artesanato, conservação de artes e letras, suavização de costumes e incentivo a
peregrinações e organização de cruzadas.
Estas ações deram origem ao conceito de Cristandade (comunidade de povos e reinos unidos pelos mesmos
laços religiosos e culturais). A influência do Oriente na Europa, deu a conhecer o monaquismo que povoou-
se de Igrejas e mosteiros.
Após o Ano Mil, entrou em crescimento com o fim das invasões e das guerras feudais o que provocou uma
maior estabilidade e segurança → desenvolvimento da agricultura, revitalização demográfica e formação da
burguesia.
Foi herdeiro dos reis francos e deu origem á dinastia carolíngia e criou um Império (que abrangia quase toda
a Europa ocidental e central). A Igreja encarava-o como defensor do Cristianismo, e ao dar-lhe o título de
Imperador, restaurou nele a dignidade dos antigos imperadores cristãos de Roma.
Após a sua morte o Império entrou em decadência, apesar de ser um modelo de imperador cristão.
3. CRISTÃO SÃO BERNARDO (1090-1153)
Fundou o Mosteiro de Claraval, em França, e ensaiou os princípios da Arquitetura Gótica. Não era um teórico
e as suas ideias não fizeram doutrina, mas foi bem aceite por reis e papas. A sua posição contra a dialética e
raciocínio fez que que tomasse posição a favor da condenação à morte de Abelardo. São Bernardo:
➢ Lutou pelo regresso à pobreza e à humildade na vida religiosa;
➢ Baniu a decoração faustosa das Igrejas propondo maior simplicidade;
➢ Valorizava o trabalho manual e o desprendimento dos bens materiais e de si mesmo.
4. GUARDIÃES DO SABER
Os guardiães do saber foram os clérigos, que eram os únicos a manter a leitura de obras sagradas, a escrita
em latim e a cópia de obras clássicas nos seus scriptoria.
O Renascimento Carolíngio contribuiu para essa revitalização do saber. Nas escolas monacais do Império
Carolíngio, a tradição clássica foi estudada e completada pela cultura cristã e pela muçulmana na Filosofia,
Matemática, Astronomia e Medicina.
5. MOSTEIRO
Surgiram devido à vida monástica. Inicialmente serviam como lugar para viver sozinho (isolados do exterior),
mas passaram a designar uma comunidade religiosa instalada num edifício e terras envolventes.
➢ O Mosteiro era a escola ao serviço do Senhor (treino de princípios como obediência,
humildade e silêncio) – abade (pai) e monges (irmãos);
➢ 1ª obrigação – ofício divino (nos scriptoria, oficinas e campos) em horário rígido;
6. CÂNTICO GREGORIANO
O canto tornou-se um elemento importante de ritual nos serviços litúrgicos (recebeu influências das músicas
grega, romana e judaica). É uma música monódica, destinada a acompanhar os salmos. Foi a base de toda a
música clássica ocidental.
Só foi chamado gregoriano quando o Papa Gregório I reformou a liturgia, tornando o canto uma parte
obrigatória dos vários ofícios religiosos.
Todos deviam cantar os cânticos gregorianos como se fossem uma só voz e com o mesmo sentimento
místico.
7. ARQUITETURA MEDIEVAL
Arquitetura paleocristã
Usava como fonte a arte pagã, à qual atribuía significado, espírito e tema cristãos. Esta arquitetura
concretizou-se em 3 tipos de construções: as igrejas, os batistérios e os mausoléus. Nas Igrejas, haviam dois
modelos:
➢ O de planta centrada (de influência helenística e oriental) – formas circulares, octogonais e em cruz
grega com cúpula;
➢ O de planta basilical (cópia da basílica romana) – foi o mais usado.
Os exteriores são pobres contrastando com os interiores decorados com pinturas a fresco e mosaicos.
Arquitetura bizantina
O nome vem da capital do antigo Império Romano do Oriente, Bizâncio (atual Istambul). É uma arquitetura
de influências helenística, judaica, cristã ortodoxa, egípcia, síria e persa. A planta combina o modelo basilical
com o centrado e está coberta por uma cúpula central.
Arquitetura românica
Foi a arquitetura que unificou a arte europeia. Nasceu de influências das artes romana, bizantina, germânica
e muçulmana. A estabilidade política por volta do ano Mil, o crescimento económico e demográfico e a
atuação da igreja e das cortes reais e senhoriais contribuíram para a grandeza que a arte românica atingiu.
Foram os monges os grandes construtores de conventos e catedrais. (ponto 8. Igrejas e Mosteiros).
Em Portugal o românico religioso e rural tem características próprias ligado a ordens religiosas com
pequenas igrejas de aspeto robusto, nave única, com cabeceira em abside quadrangular e teto plano de
madeira a par de abóbada de berço em pedra. Possuem pouca decoração interior e exterior.
Por outro lado, as Sés e Catedrais mostram maior monumentalidade e mais riqueza decorativa.
8. IGREJAS E MOSTEIROS
A Igreja
O conceito de Igreja vai desde a pequena capela rural à catedral (igreja que possui a cátedra do bispo),
situada nas cidades até ao grande centro de peregrinação. Todas as igrejas românicas tem um estilo próprio
definido , com o modelo basilical (com três, cinco ou sete naves) ou com planta centrada (em cruz grega,
hexagonal, octogonal e circular).
➢ Sistemas de Cobertura:
o Abóbadas de berço e de arestas;
o Cúpulas e semicúpulas
➢ Sistemas de suporte:
o Arcos;
o Pilares de sustentação (em cruz compostos por um colunelo);
o Contrafortes adossados;
➢ A iluminação do edifício:
o Através do clerestório;
o Torre lanterna/ zimbório;
o Janelões e rosáceas da fachada (conferiam fortes contrastes de luz-sombra á igreja)
➢ Unidade e diversidade:
o Românico francês: decoração exagerada, coberturas de madeira e cúpulas sobre pendentes;
o Românico italiano: revestimentos exteriores a mármore rosácea na fachada ocidental;
o Românico espanhol: decorações visigóticas e árabes junto de características de influências
europeias.
Igreja de São Pedro de Rates
Modelo basilical com três naves, igreja
maciça e fechada de volumetria
horizontal. A decoração pobre, simples e
rude centrou-se nos portais, nos capitéis,
nos frisos com folhagem estilizada e
animais com caráter apotropaico.
Mosteiros
Os mosteiros são constituídos por quatro corpos que se distribuem à volta do claustro – um espaço
quadrangular, descoberto e ajardinado, utilizado para a oração individual meditação e passeios. Este modelo
arquitetónico foi definido por São Bento. A construção era simples, com fachadas sem decoração e portais
pouco relevados. Não haviam pinturas nem esculturas e os vidros eram incolores (ver imagem no ponto 5.
Mosteiros).
9. ESCULTURA MEDIEVAL
A pintura paleocristã era feita nas catacumbas, mas passou a ser aplicada nos interiores das igrejas. A pintura
bizantina continuou com este modelo, com pinturas de ícones em painéis de madeira, a têmpera. As
características técnico-formais e temáticas da pintura mural são:
• O desenho sobrepõe-se à cor;
• A figura é deformada para acentuar os traços
expressivos;
• A figura apresenta posições formais e rigidez;
• As cenas são enquadradas em cenários
simbólicos e exíguos;
• A composição segue esquemas geométricos;
• A cor, aplicada a cheio, acentua o sentido
bidimensional da pintura;
• Os temas bíblicos são organizados em ciclos
narrativos.
A arte muçulmana tuas características: unidade (por ser regida pelas regras do Corão) e diversidade
(integração de influências, persa, helenística, bizantina e paleocristã). Na arquitetura utilizou os elementos
estruturantes: arcos de várias formas, colunas e abóbadas.
• Na arquitetura civil a construção mais importante é o palácio (centro político e administrativo) –
planta quadrada, com um pátio interior central aberto.
• Na arquitetura religiosa temos a mesquita, as madrasah (escolas de teologia) e os mausoléus
(túmulos para homenagear guerreiros e príncipes).
• Na arquitetura militar existe o ribat – convento fortificado.
A decoração é feita em mármore, mosaicos, ladrilhos, pedra, madeiras, etc., com motivos geométricos,
vegetalistas e epígrafos – arabescos. Os tapetes ornamentados também fazem parte da arte muçulmana.
A arte moçárabe é a arte produzida pelos cristãos da Península Ibérica sob a alçada dos muçulmanos. Em
Portugal existem a igreja de São Pedro de Lourosa da Serra e São Pedro de Balsemão, do século X
representativas desta arte.
Exercícios de aplicação
1.1. A partir da cronologia, descreva o evoluir da vida política e económica da Europa, entre os séculos
V e X.
1.2. Faça o mesmo para o período a partir do ano mil e até ao século XII.
1.3. Explique o papel da Igreja, quanto à criação da Cristandade.
1.4. Descreva duas das ideias do pensamento religioso de São Bernardo.
1.5. Refira as implicações do pensamento cristão de São Bernardo na arte.
1.6. Refira o papel do mosteiro na sociedade medieval.
1.7. Partindo da cronologia, identifique o acontecimento deste módulo.
1.8. Que razões explicam a coroação de Carlos Magno, como Imperador do Ocidente pelo Papa?
1.9. Durante a Idade Média, quem foram os guardiães do saber? E como o faziam?
1.10. Porque foi a escrita um poder?
1.11. O que foi o canto gregoriano? E quem o integrou na liturgia?
2. Os primeiros tempos da Idade Média representaram a história do lento esforço do Ocidente para
integrar as diferentes populações e culturas.
Figura 1
Figura 3 Figura 2
3.1. Caracterize dois aspetos formais e temáticos da decoração escultórica do capitel românico, a partir
da análise da Figura 3.
3.2. Descreva quatro aspetos técnico-formais e temáticos da decoração escultórica dos portais, a partir
da Figura 2.
3.3. Diga se as frases seguintes são verdadeiras ou falsas:
a) A estatuária românica foi relegada em relação ao relevo.
b) A estatuária apresenta um tratamento formal pormenorizado, um retrato individualizado.
c) Na escultura românica, a expressividade é exuberante.
d) A estatuária era pintada.
Figura 4
Figura 5
Figura 6
6.1. Mencione duas das características unificadoras da arte muçulmana, partindo da análise da Figura
6.
6.2. Justifique a expansão geográfica desta arte.
6.3. Identifique as zonas europeias com maior permanência/ influência árabe.
6.4. Justifique o uso exagerado da decoração.
6.5. Defina arte moçárabe e exemplifique.