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Advocacia, Consultoria e Assessoria

Jurídica
Ricardo Silva Eleutério Lucas Silva Eleutério
OAB/MG 110.515 OAB/MG 173.298
Mateus Augusto de Faria
OAB/MG 169.150

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO DO 1º JUIZADO ESPECIAL


CÍVEL DA COMARCA DE BOM DESPACHO/MG.

Autos: 0074.17.005537-5

ALISSON JULIANO FRAGA, já devidamente qualificado nos autos da


ação anulatória de contrato de empréstimo consignado na modalidade cartão de
crédito c/c reparatória por danos morais c/c repetição de indébito que move em face
de BANCO BONSUCESSO S/A, também qualificado, vem respeitosamente na
presença de Vossa Excelência, através de seu advogado ao final assinado,
apresentar IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que,
a seguir, passa a expor.

SÍNTESE DA DEFESA

Sustenta o banco Réu que a pretensão do Autor encontra-se eivada


pela decadência, conforme disposição do art. 178, inc. II, do Código Civil.

Enuncia incompetência do juízo, uma vez que haveria necessidade de


perícia técnica contábil para atestar a abusividade das parcelas descontadas.

No mérito, menciona que o Autor, por livre e espontânea vontade,


contratou o intricado cartão de crédito, conforme termo de adesão nº 820215385.
Neste passo, disse que o Autor solicitou a operação “saque no cartão”, sendo o dito
“saque”, realizado através de transferência bancária (TED), disponibilizada em sua
conta.

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Só não informa o banco Réu que a dívida contraída pelo Autor, o


acompanhará até os últimos dias de sua existência terrena, pois o que é descontado
de seu pagamento, não é suficiente sequer para amortizar os juros, uma vez que a
dívida, ao invés de diminuir, tem aumentado.

É o que se tem a relatar.

PRELIMINARMENTE

Em relação à caducidade sustentada pelo Réu, resta de plano


afastada, uma vez que os descontos perduram até o presente momento, renovando-
se, daí o prazo para propositura da demanda, tendo em vista que com a permanência
dos descontos, a lesão também se perdura.

No tocante à incompetência do juízo em face da necessidade prova


pericial, melhor sorte não socorre o Réu, ao passo que eventuais cálculos a serem
realizados em liquidação de sentença, podem facilmente serem elaborados pelas
partes, dispensando-se a realização da perícia contábil.

MERITORIAMENTE

Muito opostamente ao alegado pelo Réu, o Autor, necessitando de


levantamento de uma quantia urgente de dinheiro, compareceu em uma loja
correspondente do banco Réu para efetivar um contrato de empréstimo consignado,
cuja quitação se daria através de parcelas fixas descontadas diretamente em seu
pagamento, cujas parcelas amortizariam o montante devido.

O Autor realizou o empréstimo da quantia correspondente ao salário


que recebia na época da contratação.

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Desde o mês de fevereiro de 2012, vem sendo descontado


mensalmente no pagamento do Autor, a quantia aproximada de R$ 280,00 (duzentos
e oitenta reais).

Dessa forma, o Autor já pagou ao Réu, aproximadamente, R$


18.000,00 (dezoito mil reais), por ter tomado emprestado a quantia de R$ 524,03
(quinhentos e vinte e quatro reais). Seria cômico, se não fosse trágico.

Ocorre que o Autor não foi suficientemente esclarecido acerca da


natureza e das condições dacontratação, o que revela não apenas violação aos
deveres da boa fé negocial, comopatente má fé por parte do banco réu.

Observe que no demonstrativo de pagamento do Autor o número de


parcelas referente ao cartão de crédito Bonsucesso nunca progride, ou seja, as
parcelas são sempre 000/000, sendo assim, a dívida torna-se infinita causando
grande onerosidade ao Autor.

Ademais, corrobora a falta de ciência do Autor sobre o ajuste, a


ausência de entrega do instrumento contratual, bem como a ausência de remessa das
faturas mensais do cartão de crédito.

Dessa forma, o Réu, aproveitando-se da condição hipossuficiente do


Autor, quando da contratação, não esclareceu a ele que os valores cedidos referem-
se a um crédito na modalidade de cartão de crédito, descontado apenas um valor
mínimo no seu contracheque, fato que caracteriza a má-fé e viola o princípio da boa-
fé contratual e o dever de informação, visto que em nenhum momento foi dada a
oportunidade de efetivo conhecimento acerca das implicações das contratações,
mormente quando elas resultam em desvantagem excessiva ao vulnerável.

Ademais, os valores cobrados são abusivos, sendo patente que o Réu


ludibriou o Autor com a venda casada realizada por ele, visto que foi informada seria
credita da certa quantia a título de empréstimo, mas na modalidade de consignado,

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que prevê juros abaixo do praticado no mercado e com data final prevista, ou seja,
parcelas fixas e prazo determinado.

Portanto, a conduta perpetrada pelo banco réu não possui qualquer


amparo contratual, se mostrando abusiva e ilegal, pois houve, em essência, vício de
consentimento, já que o Autor celebrou o contrato em erro provocado pelo requerido
(dolo).

DO PEDIDO

Isto posto, requer seja rejeitada em todos os seus termos a defesa ora
combatida, pelo que, reitera o Autor pela procedência dos pedidos formulados na
petição inicial.

Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos.

Termos em que pede deferimento.

Bom Despacho, 01 de Fevereiro de 2019.

LUCAS SILVA ELEUTÉRIO


OAB/MG 173.298

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