- Claudio Campos
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Introdução
Então para elucidar esta questão, este livro em suas páginas pretende
demonstrar se a Igreja Primitiva era Católica Romana ou não.
1 NOTA: Curiosamente a Bíblia surge com seu cânon em 382, isto é depois de
313, e os protestantes assim aceitam.
2 Pão Eucarístico Catacumba de São Calixto - Em grego é dito "IXTHYS" Quando
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Agradecimentos
Pelas providencia: Deus
Pelas sugestões e Ajuda: Ricardo Ferreti Maciel – Maria Rosa – Edmilson Silva
Pelo apoia-se: Nelly Rocha de Matos - Mila Maria de Almeida Leite - IGOR FERREIRA
BATISTA - Neusa Silva - Mela Paes - Fernando Lazaro dos Santos - Anderson de
Azevedo - Luiz Carlos Moreira de Santana - Lucas Doi - Pedro Henrique Do Carmo -
OLIMPIO DE ABREU LIMA NETO - MARCELO REIS VICENTIN - MARCELO DA
SILVA VIEIRA - Fabio Rossini Sluzala - Gisele de Oliveira Guimarães
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Fonte https://cpaj.mackenzie.br/historia-da-igreja/reforma-protestante/sola-scriptura/
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Foi ele quem encarregou São Jerônimo na tradução da Bíblia da língua original para
o latim, língua oficial da Igreja. O Concílio de Roma ou Sínodo de Roma foi um concílio
regional da Igreja antiga realizado em 382, sob a autoridade do Papa Dâmaso I. Os
assuntos abordados foram os livros bíblicos aceitos pela Igreja e a autoridade papal.
Sua importância encontra-se no fato de que o Decretum Gelasianum do Papa Gelásio
I (492-496), que oferece uma lista de livros canónicos da Bíblia, foi baseado nele.
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Reforma Protestante do XVI tem quatro pilares: Solus Christus (somente Cristo), Sola
fide (somente a Fé), Sola Scriptura (somente a Escritura) e Sola Gratia (somente a
Graça). Com o princípio somente Escritura (Sola Scriptura).
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"19.José, seu esposo, que era homem JUSTO, não querendo difamá-la,
resolveu rejeitá-la secretamente." São Mateus, 16
"1.Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis
que magos vieram do Oriente a Jerusalém.* 2.Perguntaram eles: “Onde está o
rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos
adorá-lo”.* 3.A essa notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém
com ele. 4.Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e
indagou deles onde havia de nascer o Cristo.* 5.Disseram-lhe: “Em Belém, na
Judeia, porque assim foi escrito pelo profeta: 6.E tu, Belém, terra de Judá, não
és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe
que governará Israel, meu povo” (Mq 5,1). 7.Herodes, então, chamou
secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro
lhes tinha aparecido. 8.E, enviando-os a Belém, disse: “Ide e informai-vos bem
a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que
eu também vá adorá-lo”. 9.Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis
que a estrela, que tinham visto no Oriente, os foi precedendo até chegar sobre o
lugar onde estava o menino e ali parou. 10.A aparição daquela estrela os encheu
de profunda alegria. 11.Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua
mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros,
ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. 12.Avisados em sonhos
de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho." São
Mateus, 2
"22.Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai
Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para
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19 Joseph autem vir ejus cum esset justus, et nollet eam traducere, voluit occulte
dimittere eam.
19 ἰωσὴφ δὲ ὁ ἀνὴρ αὐτῆς, δίκαιος ὢν καὶ μὴ θέλων αὐτὴν δειγματίσαι, ἐβουλήθη λάθρᾳ
ἀπολῦσαι αὐτήν.
Δίκαιος (dikaios) – justo.
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Esta frase não se encontra no Antigo Testamento.
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52 Responderunt, et dixerunt ei: Numquid et tu Galilæus es? scrutare Scripturas, et
vide quia a Galilæa propheta non surgit.
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39 Scrutamini Scripturas, quia vos putatis in ipsis vitam æternam habere: et illæ sunt
quæ testimonium perhibent de me:
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Fonte DEMAPRO: DESMASCARANDO MANOBRAS PROTESTANTES
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Lutero
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"1.Em seguida, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado
pelo demônio. 2.Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. 3.O
tentador aproximou-se dele e lhe disse: “Se és Filho de Deus, ordena que estas
pedras se tornem pães”. 4.Jesus respondeu: “Está escrito: Não só de pão vive o
homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Dt 8,3). 5.O
demônio transportou-o à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo
e disse-lhe:* 6.“Se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele deu
a seus anjos ordens a teu respeito; eles te protegerão com as mãos, com
cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra” (Sl 90,11s). 7.Disse-
lhe Jesus: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus (Dt 6,16)”. 8.O
demônio transportou-o uma vez mais, a um monte muito alto, e lhe mostrou todos
os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: 9.“Eu te darei tudo isto se,
prostrando-te diante de mim, me adorares”. 10.Respondeu-lhe Jesus: “Para trás,
Satanás, pois está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás (Dt
6,13)”. 11.Em seguida, o demônio o deixou, e os anjos aproximaram-se dele para
servi-lo." São Mateus, 4
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Jesus quando sobe para o Céu não deixa um livro e sim uma Igreja como
autoridade suprema sobre a terra e da essa autoridade aos apóstolos13. Sendo
a Igreja desde o princípio mais que um grupo de pessoas.
" 15.“Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente;
se te ouvir, terás ganho teu irmão. 16.Se não te escutar, toma contigo uma ou
duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou
três testemunhas. 17.Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir
também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. 18.Em verdade
vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que
desligardes sobre a terra será também desligado no céu.” 19.“Digo-vos ainda
isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, o
conseguirão de meu Pai que está nos céus. 20.Porque onde dois ou três estão
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”" São Mateus, 18
Objeções protestante.
1a. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome....
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"Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma
montanha" São Mateus, 5
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"18. E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as
portas do inferno não prevalecerão contra ela." São Mateus, 16
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"18. Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: “Toda autoridade me foi dada no céu e
na terra. 19.Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo." São Mateus, 28
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São Cipriano de Cartago, deve-se destacar que ele foi bispo do Cartago, no Norte
da África entre 249 e 258. Deixou numerosos escritos teológicos, hoje em dia editados.
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"Jesus lhe respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim. (São João 14, 6)"
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prova mais uma vez o desconhecimento Bíblico deles, pois em várias passagens
isso é demonstrado.
“Não descuideis do carisma que há em ti, que te foi comunicado pela intervenção
profética através da imposição das mãos do colégio de presbíteros.“ (1Tm
4,14)
“Não te precipites a impor as mãos sobre alguém, nem participes dos pecados
alheios. Conserva-te puro.“ (1Tm 5,22)
“O motivo de ter-te deixado em Creta foi para que acabasses de organizar o que
faltava e estabeleceres presbíteros em cada cidade, como te ordenei.“ (Tt 1,5)
“Tu, pois, filho meu, mantei-te forte na graça de Cristo Jesus; e do quanto me
tens ouvido na presença de muitas testemunhas, confiai-o a homens fiéis, que
sejam capazes, por sua vez, de instruir a outros“ (2Tm 2,1-2)
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Importância da Carta
Esta carta foi redigida, provavelmente, pelos fins do reinado de Domiciano (81-
96 DC), durante a segunda perseguição aos cristãos movida por este
Imperador.
É a melhor introdução à História da Igreja. É importante para a jurisdição
eclesiástica, sucessão apostólica, hierarquização dos membros da
comunidade, mostrando como os fiéis são inferiores aos presbíteros e para a
liturgia. A Igreja aparece fundada sobre a autoridade imediata dos apóstolos.
É una (não existindo outras), apostólica (gerada através da sucessão regular
dos apóstolos), corpo de Cristo.
A sucessão apostólica
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- “Seguí todos o bispo, como Jesus Cristo [segue] o Pai; e o colégio de anciãos
como os Apóstolos; quanto aos diáconos, reverenciai-os como o mandamento
de Deus. Sem contar com o bispo, ninguém faça nada que preocupe a Igreja.
Somente tenha-se por válida aquela Eucaristia celebrada pelo bispo ou por quem
dele possua autorização. Onde quer que apareça o bispo, aí esteja a multidão,
de modo que onde quer que esteja Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica. Sem
contar com o bispo, não é lícito nem batizar nem celebrar a Eucaristia; mas -
melhor - aquilo que ele aprovar, isso é também agradável a Deus, a fim de que
tudo o que fizeres seja seguro e válido” (Carta aos Esmirniotas 8,1-2).
- “Como quiser, pois, que nas pessoas supra citadas contemple na fé toda vossa
multidão e a todos vos cobre amor, eu vos exorto a que coloqueis empenho por
fazer tudo na concórdia de Deus, presidindo o bispo, que ocupa o lugar de Deus;
e os anciãos, que representam o colégio dos Apóstolos; e tendo os diáconos,
para mim dulcíssimos, confiado o ministério de Jesus Cristo, aquele que antes
dos séculos estava junto do Pai e se manifestou no últimos tempos” (Carta aos
Magnésios 6,1).
- “Segue-se daí que convém para vós correr unidos com o sentir do vosso bispo,
que é justamente o que já fazeis. Com efeito, vosso colégio de anciãos, digno do
nome que carrega, digno outrossim de Deus, está com efeito harmoniosamente
concentrado com o seu bispo, como as cordas de uma lira” (Carta aos Efésios
4,1)
- “Assim, pois, tive a sorte de ver todos vós na pessoa de Damas, vosso bispo,
digno de Deus; e de vossos dignos presbíteros Baixo e Apolônio; assim como do
diácono Socião, meu companheiro, de quem oxalá fosse dado a mim me alegrar,
pois se submete ao seu bispo como à graça de Deus e ao colégio de anciãos
como à lei de Jesus Cristo” (Carta aos Magnésios 2,1).
Somente pode ostentar autoridade aquele que a tem por direito próprio (Deus)
ou aquele a quem lhe foi conferida (delegada).
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– “Embora pudéssemos impor nossa autoridade por ser Apóstolos de Cristo, nos
mostramos amáveis com vós, como uma mãe cuida com carinho de seus filhos”
(1Tessalonicenses 2,6-7).
Eles foram enviados assim como o Pai havia enviado a Cristo (com a mesma
autoridade):
– “Jesus disse-lhes outra vez: ‘A paz esteja convosco. Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio’. Dito isto, soprou sobre eles e lhes disse: ‘Recebei
o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, estes lhes serão
perdoados; aqueles a quem os retiverdes, estes lhes serão retidos” (João 20,21-
23).
– “Conforme iam passando pelas cidades, iam também entregando, para que
observassem, as decisões tomadas pelos Apóstolos e presbíteros em
Jerusalém” (Atos 16,4).
Nas epístolas paulinas, vemos comumente São Paulo enviar ordens a todas as
igrejas:
– “No demais, que cada um viva conforme foi apontado pelo Senhor, cada um
da forma como foi chamado por Deus. É o que ordeno em todas as igrejas”
(1Coríntios 7,17).
Só é possível ter real autoridade quando esta foi conferida por alguém que, por
sua vez, possui legítima autoridade. E quando na Igreja primitiva se veem casos
onde certas pessoas ostentam uma autoridade que não lhes correspondia, suas
atitudes são severamente condenadas pela Bíblia. Exemplos clássicos
encontramos nas pessoas de Alexandro, Himeneo e Fileto, que por conta própria
passaram a pregar doutrinas diferentes da Igreja; desconhecendo a autoridade
do colégio apostólico, foram excomungados:
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
– “Evita o palavreado profano, pois os que a ele se dão cresceram cada vez mais
na impiedade e sua palavra evoluirá como gangrena. Himeneo e Fileto estão
entre esses: desviaram-se da verdade ao afirmar que a ressurreição já ocorreu
e perverteram a fé de alguns” (2Timóteo 2,16-18).
“De Deus recebi todo o poder no céu e na terra. Portanto vão e façam de todos
os povos discípulos meus, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo e ensinando-os a observar o que eu ordenei” (Mateus 28,18-20).
“Eu lhes disse estas coisas enquanto permaneço com vocês. Mas o Paráclito, o
Espírito Santo, que o Pai vai enviar-lhes em Meu nome, ele lhes ensinará todas
as coisas e lhes recordará tudo o que eu lhes disse. Quando vier o Paráclito, que
eu lhes enviarei da parte do Pai, ele dará testemunho de mim, porque desde o
princípio estão comigo” (João 14,25-26 – 15,26-27).
“Enquanto lhe escrevo isso …que você saiba como se comportar na casa de
Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”. I Timóteo 3,15
Portanto, é a própria Bíblia que nos previne que "a letra mata".
Entretanto, os protestantes leem essa palavra e confiam na letra.
Não compreendendo que "a letra mata", os que se dizem hoje "evangélicos"
passam por cima de outro texto de São Paulo que nos ensina: "Por isso Isaías
diz: ‘Senhor, quem creu em nossa pregação?’ (Is. LIII,1 e LII, 7) "Logo, a Fé é
pelo ouvido, e o ouvido pela palavra de Cristo" (Rom. X, 16-17).
São Paulo deduz dos termos usados por Isaías - Diz e Pregação - que a Fé vem
pelo ouvido e não pela leitura, embora Isaías tivesse escrito suas palavras, e não
dito, ou pronunciado. O livro de Isaías devia, então, ser ouvido pelo povo judeu,
isto é, explicado por alguém idôneo, e não simplesmente ser lido por todos.
Essa explicação é confirmada noutro passo das Escrituras Sagradas,
exatamente tratando da leitura de Isaías, nos Atos dos Apóstolos, quando o
Diácono Felipe é enviado por Deus a falar com o eunuco da Rainha de Candace
que, em viagem, lia a Sagrada Escritura: "Correndo Felipe, ouviu que lia o
Profeta Isaías e disse: ‘Compreendes o que lês?’ Ele disse: ‘Como o poderei (eu
compreender) se não houver alguém que me explique?" (At. VIII, 30-31).
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Portanto, é a própria Bíblia quem nos diz que não é possível compreendê-la, se
não houver alguém que a explique!
A Religião verdadeira tem por princípio o Verbo de Deus, isto é, a Palavra de
Deus: "No princípio era o Verbo" (Jo. I, 1). Se, no plano divino, o princípio está
no Verbo, no plano humano, o princípio da Fé é pelo ouvido, porque "a Fé vem
pelo ouvido" (Rom. X, 16-17 ), e não pelo olho que lê. Pelo olho, vem a letra que
mata" (II Cor. III,6).
Por todas essas razões, Cristo Nosso Senhor não mandou ler a Bíblia, e sim
ouvir o que Ele revelou na Bíblia, repetindo cinco vezes, no Sermão da
Montanha, o verbo ouvir e não o verbo ler: "Ouvistes o que foi dito aos antigos:
‘Não matarás...’" (Mt. V, 21)
Ora, isso não "foi dito aos antigos". Foi escrito.
Apesar disso ter sido escrito e não dito, Jesus Cristo, ao citar o livro de Moisés,
diz ao povo: "Ouvistes" e não "lestes". E diz "ouvistes", porque normalmente o
povo judeu ouvia a leitura da Escritura nas Sinagogas, onde era lida pelos
Mestres: os Rabis e Doutores da Lei.
Por cinco vezes, no Sermão da Montanha, Cristo emprega a expressão
"Ouvistes o que foi dito aos antigos", em vez de "lestes", embora se referisse a
um texto escrito (Cfr. Mt V, 21, 27, 33, 38 e 43). Essa insistência no uso do verbo
ouvir e não do verbo ler é significativa. Devemos ouvir, mais do que ler a palavra
de Deus, porque a Fé vem pelo ouvido, enquanto a letra mata. Cabe aos mestres
idôneos e autorizados ler e explicar ao povo o que está escrito. E esse foi
também o exemplo deixado por Jesus Cristo que, quando ia à Sinagoga, tomava
o Rolo das Escrituras, lia um trecho e o explicava ao povo, que ouvia e não lia:
"Foi a Nazaré, onde se tinha criado, e entrou na Sinagoga, segundo o seu
costume, em dia de sábado e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe dado o
livro do profeta Isaías..." (Luc. IV 16-17).
O costume dos judeus era ir ouvir a leitura e a explicação das Escrituras na
Sinagoga, aos sábados.
Repetidamente, na Sagrada Escritura, Cristo diz que se deve ouvir a palavra de
Deus. Praticamente Ele não usa o verbo ler. Só uma vez, no Apocalipse, aparece
o verbo ler, mas imediatamente seguido do verbo ouvir: "Bem aventurado aquele
que lê e aquele que ouve as palavras dessa profecia, e observa as coisas que
nela estão escritas, porque o tempo está próximo"(Apoc. I, 3).
E por que teria sido usado aí, no Apocalipse, o verbo ler?
Julgamos que, sendo o Apocalipse um livro profético, o mais misterioso da
Sagrada Escritura, Cristo usa nele o verbo ler imediatamente seguido do verbo
ouvir, porque seria extremamente difícil captar e meditar as palavras desse livro
apenas ouvindo. Cristo acrescenta ainda o verbo observar ao ler, porque não
basta ler e ouvir se não se observar, isto é, se não se puser em prática o que se
leu ou ouviu. Esse excepcional uso do verbo ler na Escritura não muda, porém,
a regra geral com relação à importância e preponderância única do verbo ouvir.
Aliás, para confirmar o que dissemos note-se que o verbo ouvir aparece
sistematicamente no final de cada carta do Apocalipse. Sete vezes ali se utiliza
a fórmula final: "Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas"
(Apoc. II, 7; II, 11; II, 17; II, 29; III, 6; III, 11; III, 22).
Embora seja cansativo multiplicar as citações, é preciso repeti-las aos
protestantes, pois não se está tratando com bons entendedores, para os quais
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meia palavra basta. Está se tratando com maus leitores, para os quais muitas
letras não são suficientes.
Vejamos, então, uma primeira citação dos Evangelhos: "Todo aquele que ouve
minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna." (Jo. V,24).
Note-se: tem a vida eterna quem ouve, não quem lê. Porque que adianta ler, se
não houver quem explique (Cfr At. VIII, 30-31).
E mais: "Todo aquele, pois, que ouve essas minhas palavras, e as observa, será
semelhante ao homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha" (Mt. VII,
24).
Notem-se três coisas:
1) O uso do verbo ouvir e não do verbo ler, que seria o preferido pelos
"evangélicos";
2) Não basta ouvir. É preciso ainda observar as palavras de Deus. Não basta,
então, a Fé. São necessárias as obras, pelas quais se observa a palavra de
Deus;
3) Quem ouve e observa as palavras de Cristo constrói sua casa sabiamente
sobre a rocha, sobre a pedra, isto é, sobre Pedro.
E assim como Cristo não ordenou aos Apóstolos: "Ide e imprimi e distribuí
Bíblias", assim também não disse: "Quem vos lê, a Mim lê". Pelo contrário, Cristo
disse: "Quem vos ouve, a Mim ouve" (Lc. X, 16).
Não se pense que no Antigo Testamento fosse diferente, pois que no Livro da
Sabedoria se pode encontrar a seguinte regra: "Qui audet me, non confundetur"
"Aquele que me ouve, não será confundido" (Sir. XIV, 30).
No Livro do Eclesiástico (Sirac) também se pode ter a confirmação do que
dizemos: "Se inclinares teu ouvido, receberás a doutrina, e se amas escutar,
serás sábio" (Sir. VI, 34).
Conclui-se, então, que é também pelo ouvido - e não pela vista e pela leitura da
letra - que se adquire a sabedoria. Pois, se a Fé vem pelo ouvido, como poderia
a Sabedoria vir pela vista e pela leitura?
E como poderia ser de outro modo, se Cristo é essa mesma Sabedoria feita
Homem?
Os protestantes gostam de se referir ao texto em que Cristo fala de seus
"irmãos", isto é, de seus parentes, dizendo: "Minha mãe e meus irmãos são
aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a praticam" (Jo. VIII,21); e eles
interpretam literalmente a palavra "irmãos" desse texto, dizendo que Cristo teve,
então, irmãos carnais. Deveriam também interpretar literalmente o resto da frase,
concluindo que eles (os protestantes) não são "irmãos" de Jesus, porque eles
não ouvem, mas leem as palavras de Cristo.
Noutra ocasião disse Nosso Senhor: "Bem aventurados os que ouvem a palavra
de Deus e a põem em prática" (Lc. XI,28).
Ao contar a parábola do semeador, Cristo conclui solenemente dizendo: " E dizia:
‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mc. IV, 9).
Aliás, nessa parábola do semeador, no Evangelho de São Mateus, Cristo utiliza
cinco vezes o verbo ouvir, e nenhuma vez o verbo ler. Se Ele quisesse que
fizéssemos o que fazem os protestantes com a Bíblia, Ele bem facilmente
poderia ter usado aí, pelo menos uma vez, o verbo ler. Não usou, para que –
exatamente – não caíssemos no erro luterano de que é obrigatório ler a Bíblia
para que nos salvemos (Cfr Mt. XIII, 18, 19, 20, 22, 23).
Repetidamente, Cristo adverte aos judeus e a nós, dizendo: "Se alguém tem
ouvidos para ouvir, ouça" (Mc. IV, 23).
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Também São Paulo prefere o verbo ouvir ao verbo ler - e poderia São Paulo ter
um preferência diferente daquela de Cristo? - pois diz na I epístola a Timóteo:
"... e fazendo isso, te salvarás a ti mesmo e àqueles que te ouvirem" (I Tim. IV
23).
Já São João nos diz: "Quem conhece a Deus, nos ouve, quem não é de Deus,
não nos ouve. Nisso distinguireis o espírito da verdade e o espírito do erro" (I Jo.
IV,6).
Claríssimo, pois. Para distinguir quem busca a verdade daquele que busca o
erro, aí está a regra: quem tem o espírito do erro não quer ouvir! Mas o
protestante só quer ler.
Deus ordenou a Jeremias, o Profeta, que clamasse: "Anunciai isso à casa de
Jacó, e fazei-o ouvir em Judá, dizendo: Ouve, povo insensato, que não tens
coração; vós que tendes olhos, não vedes; tendes ouvidos, não ouvis" (Jer. V,
20-21). Isso se aplica tão perfeitamente aos hereges que parece até ter sido dito
diretamente para os que se dizem "evangélicos", que leem mas não entendem,
e que se recusam a ouvir.
O livro de Jó expõe a mesma doutrina: "Eis que tudo isso não é senão uma parte
de suas obras, e, se apenas temos ouvido um ligeiro murmúrio de sua voz, quem
poderá compreender o trovão de sua grandeza" (Job. XXVI, 14).
Se as obras da criação são para nós, agora, como que um murmúrio da voz de
Deus, que nos fala através delas - murmúrio, porque na criação material vemos
apenas vestígios de Deus, e nelas vemos a Deus longinquamente - como
poderemos compreender por nós mesmos - sem a orientação da autoridade
posta por Cristo, Pedro, aquele que tem as chaves do reino dos Céus - como
poderemos entender o trovão da voz de Deus na Sagrada Escritura?
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Agora pergunto o protestante não leu isso na Bíblia dele? Então porque
dizem que o Batismo não salva. Ou dizem que o seguinte quem salva é Cristo e
não o Batismo.
Isso se dá pelo simples motivo, devido a reforma os protestantes
perderam a capacidade cognitiva, eles sabem quem salva (Jesus), mas não
entendem como Jesus salva, para eles basta crer num cristo de qualquer jeito e
se chamar “cristão” que já se tem uma vaga no Céu.
Isso é um erro fatal, pois saber quem salva e ignorar como salva é como
estar num navio afundando ter um bote salva-vidas na mão e desconhecer o seu
uso.
Agora se eles dizem que o batismo não salva contrariando ao que está
claríssimo na Bíblia imagina que são mais obscuras.
Para os católicos e mesmo que não tivesse claro na Bíblia temos provas
documentais dentro da patrística.
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Ainda outro exemplo. Se Jesus ensinou que “quem repudia sua mulher e
se casa com outra, comete adultério contra a primeira” (Mc 10, 11); se São João
Batista, enquanto Cristo ainda vivia neste mundo, perdeu a própria vida por
causa desta verdade e, com ele, no século XVI, São João Fischer e São Thomas
More derramaram o próprio sangue para não aceitar os sucessivos casamentos
de Henrique VIII, não é possível que nós simplesmente decretemos — sejam
quais forem os subterfúgios de que queiramos nos servir — que “agora mudou”,
porque “os tempos são outros” e nós “somos Igreja do novo milênio”... Ora, que
sejamos deste ou daquele milênio pouco importa; a verdade é que nós só
seremos Igreja se continuarmos a crer no que creram os católicos de todos os
tempos e lugares (quod ubique, quod semper, quod ab omnibus creditum est, na
fórmula já consagrada de São Vicente de Lérins).
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São Mateus, 16
Assim: "Os batizados em nome da Trindade (Mt 28,19-20), são edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. É
nele que todo edifício, harmonicamente disposto, se levanta até formar um templo santo
no Senhor. É nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito, na
estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus" (Ef 2,20-22).
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Outro exemplo está no começo do Evangelho de João onde diz que o verbo era
Deus
"1.No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era
Deus.*" São João, 1
Alguns protestantes leem isso e pensam que Jesus deixa de ser Deus por
causa do verbo ERA. Contudo o português, que eles deveriam conhecer diz
outra coisa.
"4.Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens." São João, 1
Ora se o verbo ERA faz Jesus deixar de ser Deus, o mesmo faria o deixar
de ser a luz dos homens. O que não ocorre no mesmo evangelho.
"Falou-lhes outra vez Jesus: “Eu sou a luz do mundo; aquele que me
segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.* (São João 8, 12)"
“Entrando, o anjo disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28).
BÍBLIA PROTESTANTE: (Versão: Atualização Revisada de João Ferreira de Almeida)
E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo.(LC 1:28)
PROVA DA ADULTERAÇÃO:
A expressão “Cheia de Graça” consta no original grego como KARITOU.
Esta palavra grega expressa a Graça de Deus em sentido máximo, isto é, em toda sua
plenitude.
Ela é também utilizada por São Paulo em sua carta aos Efésios:
“No seu amor nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua livre vontade, para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça
[charitoo], que nos foi concedida por ele no Bem-amado” (Ef 1,5-6)
30
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Não foi sem razão que São Jerônimo (séc. IV), o MAIOR ESPECIALISTA cristão nas línguas
bíblicas, quando traduziu as Escritura para o Latim (tradução conhecida como Vulgata),
traduziu karitou por gratia plena.
O termo protestante“agraciada” NÃO TRANSMITE a plenitude da Graça recebida por Nossa
Senhora.
Este termo transmite uma imprecisão que não se encontra no original grego, portanto torna-se
infiel à Verdade, LOGO É IMORAL.
FINALIDADE DA ADULTERAÇÃO PROTESTANTE :
NEGAR A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA, AFIRMANDO QUE ELA É
PECADORA
É claro que esta manobra protestante foi aí colocada para negar a bem-aventurança dada por
Deus à Virgem Maria.
Falsearam a Verdade sob o véu da imprecisão.
Enfim, se fosse para o Protestantismo ensinar a Verdade, não existiria, seria Catolicismo
MULHER IRMÃ ou ESPOSA CRENTE????
BÍBLIA CATÓLICA – Acaso não temos nós direito de deixar que nos acompanhe uma MULHER
IRMÃ, a exemplo dos outros apóstolos e dos irmãos do Senhor e de Cefas? “(I Coríntios 9,5)
BÍBLIA PROTESTANTE – “Não temos nós direito de levar conosco uma ESPOSA CRENTE,
como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? ” (1Co 9:5)
==========================
PROVA: Original Grego: “me ouk ecomen exousian ADELFEN GUNAIKA periagein on kai oi
loipoi apostoloi kai oi adelfoi tou kuriou kai kefan”
GUNAIKA – significa mulher mas pode também ser traduzido como esposa assim como acontece
no português;
ADELFE – significa irmã e nunca “CRENTE” como foi traduzido no texto protestante.
==========================
FINALIDADE DA ADULTERAÇÃO: – Provar que os apóstolos não praticavam o celibato.
PARENTA OU PRIMA???
==========================
BÍBLIA CATÓLICA = (Também Isabel, tua PARENTA, até ela concebeu um filho na sua
velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril…) (Lc 1,36)
==========================
BÍBLIA PROTESTANTE = (Também Isabel, tua PRIMA, até ela concebeu um filho na sua
velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril…) (Lc 1,36)
==========================
FINALIDADE: Provar que existia esta expressão (PRIMA) na época para tentar provar Jesus
tinha irmãos.
==========================
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
OBS: Na época de Jesus não se tinha, as palavras tios, tias, primos, primas…
MAS, O TERMO IRMÃO OU PARENTE.
IRMÃOS OU SEGUIDORES?
BÍBLIA CATÓLICA ORIGINAL:
“Depois apareceu a mais de quinhentos IRMÃOS de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive
(e alguns já são mortos);” ( 1 Cor.15,6)
==========================
BÍBLIA PROTESTANTE:
Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Barueri (SP) Sociedade Bíblica do Brasil, 2000
Série NTLH40/7 SBB 2003
“Depois, apareceu de uma só vez, a mais de quinhentos SEGUIDORES, dos quais a maior parte
ainda vive, mas alguns já morreram” (1 Cor.15,6)
==========================
FINALIDADE MAQUIAVÉLICA:
Maliciosa e malandramente Trocaram IRMÃOS por SEGUIDORES.
Fazendo isso, escamoteiam que assim fica provado que a palavra IRMÃOS, não pode ser usada
para justificar que os supostos irmãos de Jesus eram filhos de Maria.
EXCLUIU A PENITÊNCIA
Encontramos várias passagens mais destacarei MT 3,2
BÍBLIA CATÓLICA (Versão Ave Maria)
“Dizia ele: Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus”. (MT 3,2)
VERSÃO GREGA SEPTUAGINTA + NT
“Kai legwn metanoeite hggiken gar h basileia twn ouranwn..” (MT 3,2)
==========================
BÍBLIA PROTESTANTE: (Versão Almeida corrgida e revisada)
“E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”. (MT 3,2)
==========================
PROVA:
A palavra Grega “Metanoia” significa fazer penitênica, mas essa foi omitida e trocada por outras
palavras.
==========================
FINALIDADE:
Primeiramente atacar a penitência do sacramento da confissão e segundo para dar suporte a
heresia do Sola Fide, pois ao ser salvo pela fé já não há mais necessidade de penitências.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
“PROCISSÃO”
OU “CARREGAM OS SEUS ÍDOLOS”
==========================
.
BIBLIA PROTESTANTE ADULTERADA
.
45:20 Congregai-vos, e vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os
que conduzem em procissão as suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus
que não pode salvar.
==========================
ORIGINAL FRANÇES:
.
20. Assemblez-vous et venez, approchez ensemble, Réchappés des nations! Ils n`ont point
d`intelligence, ceux qui portent leur idole de bois, Et qui invoquent un dieu incapable de sauver.
==========================
.
FINALIDADE DA ADULTERAÇÃO:
..
Forçar a falsa idéia que a procissão católica não passa de uma forma de idolatria, ou melhor
caluniar os católicos de IDÓLATRAS
BIBLIA CATOLICA,Ed. Pastoral,43° ediçao de fevereiro 2001:
‘Jesus respondeu:”Eu lhe garanto:hoje mesmo vc estarà comigo no paraiso.”(S. Lucas 23,43).
O mesmo Cap. e vers. na traduçao das Testemunhas de Jeová. (O novo mundo das escrituras):
33
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Finalidade: Colocar uma virgula onde nao há, para dizer que o ladrao IRIA pro paraiso um dia, e
nao subito a sua morte!
OS EVANGÉLICOS DIZEM: jesus falou quando orares não sejam como os gentios, que por
muito falarem acham que são ouvidos….não useis vãs repetiçoes…
_________________________________
TEXTO ORIGINAL GREGO:
Προσευχόμενοι δὲ μὴ βατταλογήσητε ὥσπερ οἱ ἐθνικοί, δοκοῦσιν γὰρ ὅτι ἐν τῇ πολυλογίᾳ αὐτῶν
εἰσακουσθήσονται.
==========================
TRADUÇÃO CATÓLICA:
Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão
ouvidos à força de palavras.
==========================
TRADUÇÃO PROTESTANTE:
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão
ouvidos.
==========================
SIGNIFICADO DA PALAVRA:
βατταλογήσητε – gaguejar, isto é (por conseqüência) tagarelar tediosamente, isto é, FICAR
FALANDO, FALANDO… Nada, portanto de “vãs repetições” como adulteram os protestantes
para condenar os católicos.
==========================
FINALIDADE DA ADULTERAÇÃO:
Acusar falsamente a IGREJA CATÓLICA de rezar orações repetitivas. muito, embora meditadas
e proferidas com muito amor.
BÍBLIA DE LUTERO
OS PRÓPRIO PROTESTANTES FALAM DE SUAS FALSIFICAÇÕES:
AUTORES PROTESTANTES:
– JERÔNIMO EMSER – “Lutero vira de tal modo a Bíblia para a fé sem as obras, que no fim,
não há mais uma coisa nem outra”. Indica 1400 falsificações;
– JOÃO DIETENBERGER, contemporâneo de Lutero: “O que Lutero não quer, ele o suprime da
Bíblia; o que se ajusta com o seu querer ele o ajunta, em prova de seus erros”. (Grisar III. 440
nota 1)
– PHILIPS VON MARNIX – “De todas as traduções em uso nas igrejas protestantes, nenhuma
existe que se afaste tanto do texto original, como a de Lutero”. (Tübenger Theol.: Quartalschrift,
1848);
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
– JOSIAS BUNSEN – assinala cerca de 3.000 passagens falsificadas, e intitula a obra de Lutero a
menos exata de todas. (F. Nippold: Christian Von Bunser. 1868, III, 182)
Bíblia Protestante
I Coríntios, 11 23:24
.
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi
traído, tomou o pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que
é PARTIDO por vós; fazei isto em memória de mim.
.
http://www.bibliaonline.com.br/acf/1co/11
Bíblia Católica
I Coríntios, 11 23:24
.
Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é ENTREGUE por vós;
fazei isto em memória de mim.
.
http://www.bibliacatolica.com.br/01/53/11.php
.
Finalidade da Adulteração: Dizer que o Pão e Vinho é Simbólico, e é somente Pão. Negar a
Eucaristia como sendo verdadeiro Corpo e Sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo.
São Lucas 1,43
.
Bíblia Católica http://www.bibliacatolica.com.br/01/49/1.php
E de onde me PROVÉM isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
.
35
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
O inferno lá em baixo comoveu-se à tua chegada, enviou gigantes ao teu encontro. Todos os
príncipes da terra se levantaram dos seus tronos, todos os príncipes das nações.
.
Bíblia Protestante – http://www.bibliaonline.com.br/acf/is/14
.
O inferno desde o profundo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda; despertou por
ti os mortos, e todos os chefes da terra, e fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações.
.
Motivo : Este versículo é uma das provas que os mortos não estão insconscientes nem dormindo,
ao contrário do que querem mostrar os protestantes em sua tradução.
.
PS. Inferno, em hebraico cheol, a região dos mortos; nos tempos de Isaías era considerado lugar
comum dos mortos.
Bíblia protestante
.
.
http://www.bibliaonline.com.br/acf/1pe/5
.
Motivo:
.
Por que esconderam a palavra Igreja? Pra tentar fazer acreditar que a Igreja eleita não estava em
Roma? Além do que, usaram babilônia com letra minúscula para não parecer um nome próprio.
Virginia Mollenkott
sempre tem sido parte de mim…” (New International Version – What today’s
Christian needs to know about the NIV, G.W. & D.E. Anderson, article no.
74 TBS).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
A corrupção foi tanta, que 64.576 palavras estão faltando na corrupta NVI e
DEZESSETE VERSOS INTEIROS! Veja a lista:
“Se as agressões às Escrituras continuarem, virá o tempo quando quem for fiel
a Deus terá um refúgio, e será a Igreja Católica Romana”.
15
William Booth (10 de abril de 1829 — 20 de agosto de 1912) foi um pregador
metodista britânico, fundador do Exército de Salvação, e o primeiro general desta
instituição.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
É a doutrina que ensina que devemos crer apenas na Bíblia, mesmo sabendo
que até o século IV, não existia o Novo Testamento que foi compilado por uma
igreja mentirosa, desonesta e manipuladora, de nome católica, que definiu
pela inspiração do Espírito Santo os 27 livros do novo testamento, mas que
traiu a fé em Cristo se tornando herética, sendo necessário que Deus
inspirasse o profeta, chamado Martinho Lutero (que errou na sua profecia),
que apenas depois de 1500 anos D.C. ensinaria o cristianismo verdadeiro, mas
que depois apareceu outro desmentido este primeiro profeta ensinando o
cristianismo verdadeiro chamado Calvino, e depois o outro profeta que
desmentiu o Calvino e fundou finalmente a verdadeira Igreja de Cristo quer
dizer por enquanto que depois surgiu um outro profeta que...
Eu pergunto: isso faz algum sentido?
A Bíblia não contém todos os ensinamentos de Jesus. (Mc 4,33; 6,34) (Lc 24,25-
27) (Jo 16,12-13; 20,30; 21,25) (At 1,2-3). Mesmo assim os protestantes passam
39
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
por cima dessas passagens dizendo que todo ensinamento de Cristo está
registrado nas Escrituras.
Tradição não é uma palavra ruim na Bíblia, ela recorre a algo passado de um
para outro. A Tradição é falada em (1 Cor 11,2) (2 Ts 2,15, 3,6) (Cl 2,8). Mesmo
assim, os protestantes não aceitam a Tradição. Eles confundem tradição
humana com a Tradição que os próprios Apóstolos deixaram aos sucessores.
105. A Tradição Cristã, de acordo com a Bíblia, pode ser oral ou escrita (2 Ts
2,15) (2 Tm 1,13-14; 2,2). São Paulo não faz nenhuma distinção entre as duas
formas.
Tradição cristã, apostólica (Lc 1,1-2) (Rm 6,17) (1 Cor 11,23 15,3) (Jd 1,3), ou
Tradição Cristã “receptora” acontece em (1 Cor 15,1-2) (Gl 1,9,12) (1 Tess 2,13).
São Paulo, em (1 Tm 3,15) põe a Igreja sobre a Bíblia como coluna e fundamento
da verdade, e como ensina o Catolicismo.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
o texto na Bíblia onde é que tem isso para mim já tô falando meu lugar que Jesus
Cristo definiu o cânon bíblico
Lutero né ele bateu a sua primeiro adulteração das escrituras mentira ele falava
que vale a tudo para fazer contra a Igreja Católica até contar mentira e o falsa
profecia né ele falava que o mundo vai acabar em 1600.
Os seguidores de Lutero né tenta dissociar a Igreja Católica do cristianismo que
é um erro eles estão ali serrando o próprio galho que estão sentados eles a não
católico não é cristão Mas eles mesmo disse que Cristão é aquele que está em
Cristo Então tem que provar que o católico não Segue a Jesus Cristo e ele não
consegue.
A Igreja, diz Chesterton, “tem sido acusada de esconder a Bíblia; mas, ainda que
isso fosse verdade, seria algo muito menos surpreendente do que a fez a
Reforma, que teve grande êxito em esconder tudo o mais”. O protestantismo foi
muito bem sucedido em esconder da civilização ocidental a sua própria história.
Para Santo Inácio de Antioquia e 107 São Policarpo São Clemente já chamavam
a igreja de católica Então você tem esses discípulos dos discípulos né eles
conhecerão os apostos afirmando isso que a Igreja era católica que no sítio de
Oliver tal né Tá pronta a Bíblia fala que nós somos Assembleia Universal é o
termo católico vem da Bíblia em quantas estantes conhece.
16
Sinônimos de Presbítero: ancião padre abade clérigo confessor eclesiástico
pároco prelado presbítero sacerdote cura levita ministro pastor pontífice prior vigário
reverendo tonsurado
41
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
que o sirvo e nunca me fez mal algum: como poderia blasfemar o meu
Redentor?” O procônsul o ameaça: “Posso fazer-te queimar vivo!” Ele
responde: “O seu fogo queima por um momento, depois passa; eu temo é o
fogo eterno da condenação”.
De fato, parece ser um texto tão importante que leva J. Lebreton a afirmar: “O
historiador das origens da religião cristã não poderia desejar um texto mais
autorizado”2. H. Delehaye destaca o valor histórico deste documento
afirmando: “É o mais antigo documento hagiográfico que possuímos e não há
uma só voz para dizer que existe outro mais belo. Basta relê-lo e pesar cada
frase para se persuadir de que esta narração é a que pretende ser a relação
de um contemporâneo que conheceu o mártir, o viu no meio das chamas,
tocou com suas mãos os restos do santo corpo”3.
É o segundo texto mais antigo que se verifica o uso da expressão “Igreja
católica” pelos cristãos primitivos. O Capítulo 20 nos informa que esta
“narração sumária” foi redigida por certo Marcião, um irmão da igreja de
Esmirna. O copista que transcreveu a carta foi Evaristo. É de fato, um sumário,
se se pensa nos onze mártires que precederam Policarpo.
São Clemente
“Não só pela essência, mas também pela opinião, pelo princípio, pela
excelência, só há uma Igreja antiga e é a IGREJA CATÓLICA. Das heresias,
umas se chamam pelo nome de um homem, como as que são chamadas por
Valentino, Marcião e Basílides; outras, pelo lugar donde vieram, como os
Peráticos; outras do povo, como a heresia dos Frígios; outras, de alguma
operação, como os Encratistas; outras, de seus próprios ensinos, como os
Docetas e Hematistas". (Stromata 1.7. c. 15). O mesmo argumento podemos
formular hoje. Há uma só Igreja que vem do princípio: é a IGREJA CATÓLICA.
As seitas protestantes, umas são chamadas pelos nomes dos homens que as
fundaram, ou cujas opiniões seguem, como: Luteranos (de Lutero), Calvinistas
(de Calvino), Zuinglianos (de Zuínglio), etc.Outras, do lugar donde vieram:
Igreja Livre Evangélica Sueca, Irmão de Plymouth;Outras, de um povo:
Anglicanos (da Inglaterra), Irmãos Moravos (da Morávia);
Outros exemplos
No século III, Firmiliano, bispo de Capadócia, diz assim: “Há uma só esposa
de Cristo que é a IGREJA CATÓLICA” (Ep. De Firmiliano nº 14).
Na história do martírio de São Piônio (morto em 251) se lê que Polemon o
interroga:— Como és chamado?— Cristão.— De que igreja?— Católica
(Ruinart. Acta martyrum pág. 122 nº
42
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
17
“Quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, fica na
ilusão de permanecer na Igreja” (São Cipriano - A unidade da Igreja Católica, 4)
17
Gravura de São Pedro e São Paulo contendo um Chi-Rho
43
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Inácio de Antioquia
“Inácio… à Igreja que preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de
honra, digna de ser chamada ‘feliz’, digna de louvor, digna de sucesso, digna de
pureza, que preside ao amor, que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai,
eu a saúdo em nome de Jesus Cristo, o Filho do Pai” (Inácio de Antioquia, +107,
Carta aos Romanos [Prólogo]).
“Nunca tiveste inveja de ninguém; ensinastes a outros. Quanto a mim, desejo
guardar aquilo que ensinais e preceituais” (Inácio de Antioquia, +107, Carta aos
Romanos 3,1).
“Em vossa oração, lembrai-vos da Igreja da Síria que, em meu lugar, tem Deus
por pastor. Somente Jesus Cristo e o vosso amor serão nela o bispo” (Inácio de
Antioquia, +107, Carta aos Romanos 9,1).
44
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
O Senhor diz a Pedro: “Eu te digo que és Pedro e sobre esta pedra edificarei
minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. Dar-te-ei as
chaves do reino dos céus”. O Senhor edifica a sua Igreja sobre um só, embora
conceda igual poder a todos os apóstolos depois de sua ressurreição, dizendo:
“Assim como o Pai me enviou, eu os envio. Recebei o Espírito Santo, se
perdoardes os pecados de alguém, ser-lhes-ão perdoados, se os retiverdes, ser-
lhes-ão retidos. No entanto, para manifestar a unidade, dispõe por sua
autoridade a origem desta mesma unidade partindo de um só. Sem dúvida, os
demais apóstolos eram como Pedro, dotados de igual participação na honra e
no poder; mas o princípio parte da unidade para que se demonstre ser única a
Igreja de Cristo… Julga conservar a fé quem não conserva esta unidade da
Igreja? Confia estar na Igreja quem se opõe e resiste à Igreja? Confia estar na
Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro sobre a qual está fundada a Igreja?”
(Sobre a Unidade da Igreja).
“Porque é com essa Igreja (de Roma), em razão de sua mais poderosa
autoridade de fundação, que deve necessariamente concordar toda igreja, isto
é, que devem concordar os fiéis procedentes de qualquer parte, ela, na qual
sempre, em benefício dos que procedem de toda parte, se conservou a Tradição
que vem dos apóstolos” (Contra as Heresias).
“Pedro, na verdade, ficou para nós como a pedra sólida sobre a qual se apoia a
fé e sobre a qual está edificada a Igreja. Tendo confessado ser Cristo o Filho de
Deus vivo, foi-lhe dado ouvir: “Sobre esta pedra – a da sólida fé – edificarei a
minha Igreja” (Mt 16,18).
45
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
46
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
SOBRE ESSA PASSAGEM ORÍGENES NASCIDO NO ANO 185 DIZ QUE A IGREJA
EM BABILÔNIA DITA POR SÃO PEDRO É ROMA:
VEJA:
A igreja que está na Babilônia eleita juntamente com você, saúda-o, e o mesmo faz Marcus,
meu filho.' 1 Pedro 5:13 E o terceiro de Lucas, o Evangelho recomendado por Paulo e
composto para os gentios convertidos. Por último, por João. (Livro de História Eclesiástica
6, Capítulo 25).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
VEJA:
Clemente no oitavo livro de suas Hipotiposes faz esse relato, e com ele concorda o bispo de
Hierápolis chamado Papias. E Pedro faz menção a Marcos em sua primeira epístola que dizem
que ele escreveu na própria Roma, como é indicado por ele, quando ele chama a cidade, por
uma figura, de Babilônia, como ele faz nas seguintes palavras: “A igreja que está em
Babilônia, eleito juntamente convosco, vos saúda; e assim também o faz Marcos, meu filho
"(1 Pedro 5:13). E eles dizem que este Marcos foi o primeiro a ser enviado ao Egito, e que
ele proclamou o Evangelho que havia escrito, e primeiro estabeleceu igrejas em Alexandria.
(Eusébio, História Eclesiástica 2.15.1-2, 2.16.1)
E assim, quando a palavra divina fez seu lar entre eles [os cristãos em Roma], o poder de
Simão [o mágico] foi extinto e imediatamente destruído, junto com o próprio homem. E tão
grandemente o esplendor da piedade iluminou as mentes dos ouvintes de PEDRO que eles
não ficaram satisfeitos em ouvir apenas uma vez, e não se contentaram com o ensino não
escrito do Evangelho divino, mas com todos os tipos de súplicas que imploraram a MARCOS
, um seguidor de Pedro, e aquele cujo Evangelho ainda existe, que lhes deixasse um
monumento escrito da doutrina que lhes foi comunicada oralmente . E eles não cessaram até
que prevaleceram com o homem, e assim se tornaram a ocasião do Evangelho escrito que
leva o nome de MARCOS. E dizem que Pedro, quando soube, por revelação do Espírito,
daquilo que havia sido feito, agradou-se do zelo dos homens e que a obra obteve a sanção de
sua autoridade com o propósito de ser usada em as igrejas .
Clemente disse que Marcos registrou a pregação romana de Pedro Clemente de Alexandria
(150-215 DC) escreveu um livro intitulado “Hipotiposeis”
(Livro de História Eclesiástica 2, Capítulo 15). Neste livro antigo, Clemente se refere a uma
tradição transmitida pelos "anciãos desde o início": “E tão grande alegria de luz brilhou sobre
as mentes dos ouvintes de Pedro que eles não ficaram satisfeitos com apenas uma única
audição ou com o ensino não escrito do evangelho divino, mas com todos os tipos de súplicas
que imploraram a Marcos, que era um seguidor de Pedro e cujo evangelho ainda existe, deixar
para trás por escrito um registro do ensino transmitido a eles oralmente; e eles não cessaram
até que prevaleceram sobre o homem e se tornaram responsáveis pela leitura das Escrituras
nas igrejas ”. Eusébio também escreveu um detalhe adicional (Livro de História Eclesiástica
6, Capítulo 14) relacionado ao trabalho de Marcos com Pedro: “O Evangelho segundo Marcos
teve esta ocasião. Como Pedro pregou a Palavra publicamente em Roma, e declarou o
Evangelho pelo Espírito, muitos dos presentes pediram que Marcos, que o seguia por muito
tempo e se lembrava de suas palavras, as escrevesse. E tendo composto o Evangelho, ele o
deu para aqueles que o solicitaram. Quando Pedro soube disso, ele não proibiu nem encorajou
diretamente. ” Esta informação adicional relacionada à reação de Pedro ao trabalho de Marcos
é importante, porque demonstra que Clemente não está simplesmente repetindo a informação
inicialmente estabelecida por Papias, Uma outra fonte adicional que lhe forneceu algo a mais,
do que Papias.
Sobre a composição de Marcos e Mateus, citando Papias [Bispo de Hierápolis na Ásia Menor:
NOTA: Papias também dá em seu próprio trabalho outros relatos das palavras do Senhor
sobre a autoridade de Aristion, que foi mencionado acima, e as tradições transmitidas pelo
presbítero João ; a que nos referimos aqueles que gostam de aprender. Mas agora devemos
acrescentar às suas palavras que já citamos a tradição que ele dá a respeito de MARCOS , o
autor do Evangelho. É nas seguintes palavras: "Este também o presbítero disse:Marcos, tendo
se tornado o intérprete de Pedro, escreveu com precisão, embora não de fato em ordem, tudo
o que ele se lembrava das coisas feitas ou ditas por Cristo. Pois ele nem ouviu o Senhor nem
o seguiu, mas depois, como eu disse, ele seguiu a Pedro, que adaptou seu ensino às
48
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
necessidades de seus ouvintes, mas sem a intenção de dar um relato conectado dos discursos
do Senhor, de modo que Marcos cometeu nenhum erro enquanto ele assim escreveu algumas
coisas como ele se lembrava delas. Pois ele teve o cuidado de não omitir nenhuma das coisas
que tinha ouvido, e de não declarar nenhuma delas falsamente . "Essas coisas são relatadas
por Papias a respeito de Marcos. Mas a respeito de MATEUS, ele escreve o seguinte: Então,
Mateus escreveu os oráculos na língua hebraica, e cada um os interpretou como podia . "E o
mesmo escritor usa testemunhos da primeira epístola de João e da de Pedro. E ele relata outra
história de uma mulher, que foi acusado de muitos pecados perante o Senhor, que está contido
no Evangelho segundo os Hebreus . Essas coisas nós julgamos necessário observar além do
que já foi dito. (Eusébio, História Eclesiástica 3.39.14-17).
O Evangelho de Marcos é uma das primeiras memórias do Apóstolo Pedro? Papias disse que
Marcos escreveu os ensinamentos de Pedro. O bispo Papias de Hierápolis repetiu o
testemunho dos antigos presbíteros (discípulos dos apóstolos) que alegaram que Marcos
escreveu seu Evangelho em Roma enquanto escrevia a pregação de Pedro (Livro de História
Eclesiástica 2, Capítulo 15 , Livro 3 Capítulo 30 e Livro 6 Capítulo 14).
Papias escreveu uma obra de cinco volumes intitulada, “Interpretação dos Oráculos do
Senhor”. Neste tratado ele citou alguém que identificou como "o mais velho", (provavelmente
João, o mais velho), um homem que detinha considerável autoridade na Ásia: “E o mais velho
costumava dizer isso, Marcos se tornou o intérprete de Pedro e escreveu exatamente tudo o
que ele se lembrava, não, de fato, na ordem, das coisas ditas e feitas pelo Senhor. Pois ele não
tinha ouvido o Senhor, nem o tinha seguido, mas mais tarde, seguiu a Pedro, que costumava
dar ensino conforme a necessidade exigia, mas não fazendo, por assim dizer, um arranjo dos
oráculos do Senhor, para que Marcos não fizesse nada de errado assim, anotando pontos
individuais à medida que os lembrava.
AGORA VAMOS PARA SÃO JUSTINO NASCIDO NO ANO 100 DA ERA CRISTÃ
SOBRE PEDRO EM ROMA:
NOTA:
São Justino identificou o Evangelho de Marcos com o apologista cristão primitivo de Pedro ,
São Justino Mártir, escreveu “Diálogo com Trifo” (aproximadamente 150 DC) e incluiu esta
passagem interessante: “Diz-se que ele [Jesus] mudou o nome de um dos apóstolos para
Pedro; e está escrito em suas memórias que ele mudou os nomes de outros dois irmãos, os
filhos de Zebedeu, para Boanerges, que significa 'filhos do trovão' ... ”. Justino, portanto,
identificou um determinado Evangelho como a 'memória' de Pedro e disse que essa memória
descreve os filhos de Zebedeu como os 'filhos do trovão'. Somente o Evangelho de Marcos
descreve João e Tiago dessa maneira, então é razoável supor que o Evangelho de Marcos seja
a memória de Pedro.
49
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
NOTAS:
Tertuliano afirmou a influência de Pedro no Evangelho de Marcos O teólogo e apologista
cristão primitivo Tertuliano (160-225 DC) escreveu um livro que refutou a teologia e
autoridade de Marcião. O livro foi apropriadamente chamado de “Contra Marcião” e no Livro
4, Capítulo 5, ele descreveu o Evangelho de Marcos: “Embora aquele [evangelho] que
Marcos publicou possa ser afirmado como sendo de Pedro, de quem Marcos era intérprete.”
VAMOS AGORA AO CÂNON DE MURATORI ANO 150 A 170
O Fragmento Muratoriano confirmou a relação de Marcos com Pedro. O Fragmento
Muratoriano é a lista mais antiga conhecida de livros do Novo Testamento. Normalmente
datado de aproximadamente 170AD, a primeira linha diz: “Mas ele estava presente entre eles,
e então ele registrou [os fatos em seu Evangelho]” Isso parece ser uma referência à presença
de Marcos nas palestras e sermões de Pedro em Roma, e o fato de que ele então gravou essas
mensagens tornou-se o Evangelho de Marcos.
Protestantismo X A Bíblia
50
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
A Doutrina
954. Os três estados da Igreja. «Até que o Senhor venha na sua majestade e
todos os seus anjos com Ele e, vencida a morte, tudo Lhe seja submetido, dos
seus discípulos uns peregrinam na terra, outros, passada esta vida, são
purificados, e outros, finalmente, são glorificados e contemplam “claramente
Deus trino e uno, como Ele é”»
955. «E assim, de modo nenhum se interrompe a união dos que ainda caminham
sobre a terra com os irmãos que adormeceram na paz de Cristo: mas antes,
segundo a constante fé da Igreja, essa união é reforçada pela comunhão dos
bens espirituais»
956. “Pelo fato que os do céu estão mais intimamente unidos com Cristo,
consolidam mais firmemente a toda a Igreja na santidade… Não deixam de
interceder por nós ante o Pai. Apresentam por meio do único Mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus, os méritos que adquiriram na terra… Sua
solicitude fraterna ajuda, pois, muito a nossa debilidade.” (CIC 956)
Por tanto para a Igreja Católica, os santos intercedem por nós junto ao Pai, não
pelos seus méritos, mas pelos méritos de Cristo Nosso Senhor, o único Mediador
entre Deus e os homens.
18
Mil anos significa tempo indeterminado, o conceito de infinito é moderno e não existia
no tempo de Cristo ao qual seu reino não terá fim (Lucas. 1, 33).
19
"Sinto-me pressionado dos dois lados: por uma parte, desejaria desprender-me para
estar com Cristo – o que seria imensamente melhor; (Filipenses 1, 23)"
51
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
9.É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe." II
Coríntios, 5
20
" 35.Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição?
A fome? A nudez? O perigo? A espada? 36.Realmente, está escrito: Por amor de ti
somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao
matadouro (Sl 43,23). 37.Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela
virtude daquele que nos amou. 38.Pois estou persuadido de que nem a morte, nem
a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as
potestades, 39.nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos
poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso
Senhor." Romanos, 8
21
" 25.Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda
que esteja morto, viverá. 26.E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês
nisso?”.*" São João, 11
22
"31.Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos disse: 32.Eu sou o
Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó (Ex 3,6)? Ora, ele não é Deus dos
mortos, mas Deus dos vivos”." São Mateus, 22
23
Teresa de Lisieux, O.C.D., (1873 - 1897) nascida Marie-Françoise-Thérèse Martin,
conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, foi uma freira
carmelita descalça francesa conhecida como um dos mais influentes modelos de
santidade para católicos e religiosos em geral por seu "jeito prático e simples de abordar
a vida espiritual". O papa Pio X chamou-a de "a maior entre os santos modernos".
24
São Francisco de Assis (Assis, 1181 ou 1182 — 3 de outubro de 1226), foi
um frade católico nascido na atual Itália. Depois de uma juventude irrequieta e
mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a ordem
mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, que renovaram
o Catolicismo de seu tempo.
52
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
A Bíblia faz essa distinção dos vivos e mortos que serão julgados pelos
SANTOS quando eles voltarem com Jesus 25 (I Tessalonicenses 3, 13).
Objeções protestantes
Se isto é verdade, por que São Paulo ensinaria que nós cristãos devemos dirigir
orações a Deus em favor de outras pessoas? Vejam 1Tim 2,1: “Acima de tudo,
recomendo que se façam súplicas, pedidos e intercessões, ações de graças por
todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade,
para que possamos viver uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e
honestidade.”
No exposto acima não está São Paulo nos pedindo para que sejamos
intercessores (mediadores) junto a Deus por todas as pessoas da terra? Estaria
então o Santo apóstolo se contradizendo? É claro que não. A questão é que a
natureza da mediação tratada no versículo 1 é diferente da do versículo 5.
25
"Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na
presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos
os seus santos! (I Tessalonicenses 3, 13)"
53
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
2a. objeção: os santos não podem interceder por que após a morte
não há consciência
“Ignora ele que ali há sombras e que os convidados [da senhora Loucura] jazem
nas profundezas da região dos mortos” (Prov 9,18)
“O sábio escala o caminho da vida, para evitar a descida à morada dos mortos”
(Prov 15,24)
54
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
3a. objeção: os santos não podem ouvir as orações dos que estão
na terra porque não são oniscientes e nem onipresentes
São Paulo nos ensina que a Igreja é o corpo de Cristo . Desta forma, os que
estão unidos a Cristo através de seu ingresso na Igreja, são membros do Seu
corpo. Isso quer dizer que tantos nós que estamos na terra, quanto os que já
morreram na amizade do Senhor, todos somos membros do Corpo Místico de
Cristo, onde Ele é a cabeça. Vejam:
Ø São Paulo ensina que a Igreja é corpo de Cristo: “Agora me alegro nos
sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo
na minha carne, por seu corpo que é a Igreja” (Col 1,24)
Ø São Paulo ensina que somos membros do corpo de Cristo e por isto os
cristãos estamos ligados uns aos outros: “assim nós, embora sejamos muitos,
formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro”
(Rom 12,5)
Ø São Paulo ensina que Cristo é a cabeça do seu corpo que é a Igreja: “Ele
é a Cabeça do corpo, da Igreja” (Col 1,18)
Isso quer dizer que nós e os santos (que estão na presença de Deus) estamos
ligados, pois somos membros de um mesmo corpo, o corpo de Cristo, que é a
Igreja.
Assim como minha mão direita não pode se comunicar com a esquerda sem que
esse comando tenha sido coordenado pela minha cabeça (caso contrário seria
um movimento involuntário), da mesma forma, no Corpo de Cristo os membros
não podem se comunicar sem que essa comunicação aconteça através da
cabeça que é Cristo. Desta forma, quando nós pedimos para que os santos
intercedam por nós junto a Deus (comunicação de um membro com o outro no
corpo de Cristo), isso acontece através de Cristo. Assim como a nossa cabeça
pode coordenar movimentos simultâneos entre os vários membros de nosso
corpo, Cristo que é a cabeça da Igreja e é onisciente e onipresente possibilita a
comunicação entre os membros do Seu corpo.
55
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
4a. objeção: nós não podemos dirigir nossa orações aos santos pois
isto caracteriza evocação dos mortos que é severamente proibida
na Bíblia.
“Se uma pessoa recorrer aos espíritos, adivinhos, para andar atrás deles, voltarei
minha face contra essa pessoa e a exterminarei do meio do meu povo. (…)
Qualquer mulher ou homem que evocar espíritos, será punido de morte” (Lev 20,
6 – 27).
Na intercessão dos santos, não estamos pedindo que o santo se apresente para
?bater um papo? a fim obter qualquer tipo de informação, mas sim, dirigimos a
eles nossos pedidos de oração, como se estivéssemos enviando uma carta
solicitando algo (o que é bem diferente de evocar mortos). Na intercessão dos
santos continuamos confiando na Providência Divina, pois os santos são apenas
mediadores, logo, quem atende aos nossos pedidos é Deus.
56
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
“Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados
por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram
depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor,
o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar 26 o nosso sangue
contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste
branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se
completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com
eles para ser mortos” (Ap 6,9-11).
No trecho acima, os santos estão clamando a Deus por Justiça. Alguém poderia
dizer: ?mas eles estão intercedendo por eles mesmos e não pelos que ficaram
na terra?. Ora, e o que impede que o façam pelos que estão na terra? São Paulo
mesmo não recomenda que oremos pelos outros? (cf. 1Tm 2,1). Por alguma
razão estariam os santos incapazes de continuarem orando pelos que estão na
terra? Ora, alguém que esteja no seu juízo perfeito, há de convir que, o fato dos
santos estarem na presença de Deus, não é motivo impeditivo para que
intercedam pelos outros, muito pelo contrário, não há melhor lugar e momento
para fazê-lo. Veja ainda:
Nos versículos acima os santos oram para Deus. Por que estariam orando, já
que estão salvos e gozando da presença do Senhor? Oram em nosso favor, para
que os que estão na terra também possam um dia estar com eles na presença
do Senhor.
26
A vingança dos Santos " 4.Dizei àqueles que têm o coração perturbado: “Tomai
ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem executar a vingança. Eis que chega a
retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos”. 5.Então, se abrirão os olhos do cego.
E se desimpedirão os ouvidos dos surdos; 6.então, o coxo saltará como um cervo, e a
língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na
estepe.* 7.A terra queimada se converterá num lago, e a região da sede, em fontes. No
covil dos chacais crescerão caniços e papiros.* 8.E haverá uma vereda pura, que se
chamará o caminho santo; nenhum ser impuro passará por ele, e os insensatos não
rondarão por ali.* 9.Nele não se encontrará leão, nenhum animal feroz transitará por ele;
mas por ali caminharão os remidos, 10.por ali voltarão aqueles que o Senhor tiver
libertado. Eles chegarão a Sião com cânticos de triunfo, e uma alegria eterna coroará
sua cabeça; a alegria e o gozo os possuirão; a tristeza e os queixumes fugirão." Isaías,
35
57
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
No tempo do profeta, ambos Moisés e Samuel estavam mortos. Que sentido teria
este versículo caso não fosse possível que os dois intercedessem por Israel?
“Meu espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu
chegar a Deus”. (Aos Tralianos, n. 13,3)
O PASTOR DE HERMAS
CLEMENTE DE ALEXANDRIA
58
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
“Deste modo está ele [o verdadeiro cristão] sempre puro para oração. Ele
também reza na sociedade dos anjos, como sendo já da classe dos anjos, e ele
nunca está fora da sagrada proteção deles; e pensou que rezava sozinho, [mas]
ele tem o coro dos santos permanecendo com ele [em oração]” (Miscellanies 7,
12).
“Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos
irmãos” (Cipriano de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)
“Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não
lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos“. (Santo Hilário
de Poitiers, 310-367 d.C).
“Não deixemos parecer para nós pouca coisa; que sejamos membros do mesmo
corpo que elas (Santa Perpétua e Santa Felicidade) (…) Nós nos maravilhamos
59
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
com elas, elas sentem compaixão de nós. Nós nos alegramos por elas, elas oram
por nós (…) Contudo, nós todos servimos um só Senhor, seguimos um só
Mestre, atendemos um só Rei. Estamos unidos a uma Cabeça; nos dirigimos a
uma Jerusalém; seguimos após um amor, envolvendo uma unidade” (Santo
Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 280,6)
“Por vezes, é a intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas
[1Jo 5,16; Tg 5,14-15] ou ainda a misericórdia e a fé” (São João Cassiano. 360-
435 d.C. conferência 20).
Dentro dessa realidade você vê a intercessão dos Santos na Inácio ele fala isso
ele foi bispo da Cinderela 68 107 aposto você tem um texto do pastor de hermas
falando sobre isso no século dois fermento Alexandra de novo não 215 né
quando ele faleceu antes disso ele falando sobre a intenção dos Santos Santo
Agostinho ele tem contratado do culto ou Santos né que vai tendo um slides aqui
mostrado nesta obra.
Protestantismo X A Bíblia
A maioria dos protestantes nega que os anjos possam interceder por nós, ao
contrário da Tradição Cristã e da Bíblia (Ap 1,4; 5,8; 8,3-4) (Zc 1,12-13) (Os
12,5) (Gn 19, 17-21).
O Purgatório
60
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
"Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente
purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua
morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na
alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos,
que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a
doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de
Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura (1 Coríntios 3.15), a
tradição da Igreja fala de um fogo purificador. No que concerne a certas faltas
leves, deve se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que
afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma
blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século
nem no século futuro (Mateus 12.32). Desta afirmação podemos deduzir que
certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no
século futuro. Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos
defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu]
mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de
que fossem absolvidos de seu pecado" (2 Macabeus 12.46). Desde os primeiros
tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu
favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam
chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as
indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos: Levemo-lhes
socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo
sacrifício de seu pai (Jó 1.5), por que deveríamos duvidar de que nossas
oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos
em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles" (Catecismo
da Igreja Católica, pg. 290).
“Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a
morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo
espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que
outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…) Por isto foi o Evangelho
pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua
humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito.” (1Ped 3,18-19;
4,6). Esta “prisão” ou “limbo dos antepassados”, onde os espíritos dos antigos
estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, é figura
do purgatório. Com efeito, o texto menciona que Cristo foi pregar “àqueles que
outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um lugar onde
as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de
tormento eterno, portanto não é o inferno. Não é um lugar de alegria eterna na
presença de Deus, portanto ainda não é o céu. Mas é um lugar onde os espíritos
aguardavam a salvação. Salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.
Por isto, declara o apóstolo, foi o “Evangelho pregado também aos mortos(…)
para que vivam segundo Deus quanto ao espírito”.
PERPÉTUA
61
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Santa Perpétua foi uma mártir cristã martirizada em 203 juntamente com outros
cinco cristãos (Felicidade, Revocato, Saturnino, Segundo e Saturo).
Enquanto estava na prisão, teve uma dupla visão em que viu seu irmão, falecido
7 anos antes, sair de um lugar tenebroso onde estava sofrendo. Santa Perpétua
passou então a rezar pelo descanso eterno de sua alma e, logo após ser ouvida
pelo Senhor, teve uma segunda visão em que viu seu irmão seguro e em paz
porque sua pena havia sido satisfeita:
ABÉRCIO
Bispo de Hierápolis, na Frígia, na segunda metade do século II e início do III, foi
desde cedo bastante venerado pela Igreja grega e, posteriormente, pela Igreja
latina. Sabe-se que visitou Roma regressando logo depois pela Síria e
Mesopotâmia. Antes de morrer, compôs seu próprio epitáfio, datado de finais do
século II ou início do III, em que pede que se ore por ele:
"Cidadão de pátria ilustre, / Construí este túmulo durante a vida, / Para que meu
corpo - num dia - pudesse repousar. / Chamo-me Abércio: / Sou discípulo de um
Santo Pastor, / Que apascenta seu rebanho de ovelhas, / Por entre montes e
planícies. / Ele tem enormes olhos que tudo enxergam, / Ensinou-me as
Escrituras da Verdade e da Vida / [...] / Eu, Abércio, ditei este texto / E o fiz gravar
na minha presença / Aos setenta e dois anos. / O irmão que o ler por acaso / Ore
por Abércio." (Epitáfio de Abércio).[4]
ATOS DE PAULO E TECLA
62
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
"O Senhor conceda sua misericórdia à casa de Onesíforo, que muitas vezes me
reconfortou e não se envergonhou das minhas cadeias! Pelo contrário, quando veio a
Roma, procurou-me com solicitude e me encontrou. O Senhor lhe conceda a graça de
obter misericórdia junto do Senhor naquele dia. Sabes melhor que ninguém quantos
bons serviços ele prestou em Éfeso.” (II Timóteo 1, 16-18)
27
"Stromata / Tapeçarias", livro 7, capítulo 14, em ANF 2,504. Texto em inglês
em http://www.ccel.org/print/schaff/anf02/vi.iv.vi.xiv
28
(Stromata Livro 7, Capítulo 6). "Stromata / Tapeçarias", livro 7, capítulo 6,
em ANF 2. Traduzido de http://www.ccel.org/print/schaff/anf02/vi.iv.vii.vi
63
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
. . . parece haver igual ausência de motivo sério para duvidar de que as palavras em
questão constituem uma oração... Tendo, assim, concluído que, de acordo com a visão
mais provável e razoável, a passagem diante de nós contém uma oração feita pelo
Apóstolo em nome de alguém que está morto, parece ter obtido sua sanção e, portanto,
a sanção das Escrituras, para usar orações semelhantes a nós mesmos. . . .
Essa passagem pode ser citada como prova razoável de que a morte de uma pessoa
não extingue o nosso direito ou o dever de orar por ela, mas ele não deve ser citado
como autoridade para tais orações em favor dos mortos, como são muito diferentes em
espécie a de que nós temos um exemplo aqui. Muitos outros tipos de intercessão pelos
mortos pode ser razoáveis e admissíveis; mas esta passagem prova não mais do que
alguns tipos de intercessão pelos mortos são permitidas; viz., àqueles que oramos para
que Deus tenha misericórdia no dia do juízo sobre aqueles que tiverem feito o bem a
nós e aos outros, durante a sua vida sobre a terra.” (The Expositor's Bible (edited by W.
Robertson Nicoll), The Pastoral Epistles, London: Hodder & Stoughton, 1891, pp. 324-
326)
“Temos, portanto, a sanção de Paulo para lembrar nossas orações, e interceder por
aqueles que agora passaram para o outro mundo. . .” (Truths New and Old,
Westminster: Archibald Constable & Co., 1900, p. 141)
“No geral, então, parece provável que Onesíforo estava morto quando São Paulo orou
em seu nome...” (The Pastoral Epistles, Cambridge University Press, 1899, p. 114:)
“Uma vez que é assumido por muitos estudiosos que Onesíforo estava agora morto, a
questão tem sido levantada se isto sanciona a oração para os mortos. Teólogos
católicos romanos afirmam que sim. Spicq, por exemplo, vê aqui um exemplo de oração
para os mortos única no Novo Testamento. Alguns protestantes concordam com esta
64
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
opinião e citam o precedente judaico de II Mac 12, 43-45...” (The Tyndale New
Testament Commentaries, The Pastoral Epistles: An Introduction and Commentary,
Grand Rapids, Michigan, Eerdmans Pub. Co., 2nd edition, 1990, p. 148)
“...Existem muitos que acham que a implicação é que Onesíforo está morto. É para a
sua família que Paulo primeiro reza. Agora, se ele estava morto, esta passagem nos
mostra Paulo orando pelos mortos, pois mostra a ele orando para que Onesíforo possa
encontrar misericórdia, no último dia.” (The Letters to Timothy, Titus, and Philemon,
Louisville: Westminster John Knox Press, 3rd edition, 2003, p. 175:)
7) J. N. D. KELLY(1909-1997)
“Partindo do pressuposto, que deve ser correto, que Onesíforo estava morto quando as
palavras foram escritas, temos aqui um exemplo, único no NT, da oração cristã para os
mortos . . . a encomendação do morto à misericórdia divina. Não há nada de
surpreendente no uso de Paulo de tal oração, a intercessão pelos mortos tinha sido
sancionada em círculos farisaicos, de qualquer modo, desde a data de II Mac 12, 43-45
(meio do primeiro século antes de Cristo?). As inscrições nas catacumbas romanas e
em outros lugares provam que a prática estabeleceu-se entre os cristãos desde tempos
muito antigos.” (A Commentary on the Pastoral Epistles, London: A&C Black, 1963, p.
171)
8) JOHN E. SANDERS
“Alguns estudiosos afirmam que II Timóteo 1, 16-18 contém uma referência para orar
pelos mortos; alegam que a pessoa para quem Paulo ora, Onesíforo estava morto.”
“Entre os comentaristas que entendem que Paulo estava orando pelos mortos aqui
estão os seguintes: W. Robertson Nicoll, The Expositor's Greek Testament, Vol. 4
(Grand Rapids: William B. Eerdmans, 1951), p. 159; Henry Alford, The Greek Testament,
Vol. 3 (Chicago: Moody Pres, 1958), p. 376 . . . J. E. Huther, Critical and Exegetical
Handbook to Timothy and Titus (Edinburgh: T. & T. Clark, 1871), p. 263.” ((No Other
Name, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1992, pp. 182-183))
“Partindo do pressuposto já mencionado como provável, isso, é claro, ser uma oração
pelos mortos. A referência do antigo testamento o grande dia do juízo cai com esta
hipótese... Do ponto de vista polêmico, isso pode parecer a favor da doutrina e prática
da Igreja de Roma...” (The International Illustrated Commentary on the New Testament,
New York: Charles Scribner's Sons, 1889, Vol. IV, The Catholic Epistles and Revelation,
p. 587)
“Só há poucas dúvidas de que, quando São Paulo escreveu esta epístola, Onesíforo
morte tinha ocorrido recentemente. O Apóstolo nunca poderia pagar agora. . . a bondade
de seu amigo morto, mostrada em sua hora de necessidade; assim ele reza para que o
65
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Juiz dos vivos e dos mortos pudesse se lembrar dele no dia terrível do julgamento. . . .
Esta passagem é famosa uma vez que é geralmente citada entre as declarações muito
raras do Novo Testamento que parecem incidir sobre a questão da doutrina romana de
orar pelos mortos... nós aqui em comum com os intérpretes católicos romanos e a
maioria dos expositores posteriores da Igreja Reformada, supomos que Onesíforo
estava morto quando São Paulo escreveu a Timóteo, e que as palavras usadas tinham
referência ao amigo morto de São Paulo...” (A New Testament Commentary for English
Readers, London: Cassell & Co., Vol. III, 1884, p. 223)
Protestantismo X A Bíblia
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Nossa Senhora
"As orações de Maria junto a Deus têm mais poder junto da Majestade divina que as
preces e intercessão de todos os anjos e santos do Céu e da Terra."
- Santo Agostinho
Esta imagem de uma mulher tirando água de um poço uma vez decorou
o batistério de uma antiga igreja cristã em Dura-Europos. Pode ser a
primeira imagem conhecida da Virgem Maria, segundo um estudioso da
Fordham University. A imagem foi renderizada em preto e branco à
direita para melhor mostrar o contorno da figura.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
No ano de 1927, no Egito, foi encontrado um fragmento de papiro que remonta ao século
III, no qual estava descrita a oração.
Conhecida com o nome de “Sub tuum praesidium” (À vossa proteção), o texto é a mais
antiga oração a Nossa Senhora que se conhece. Além de ser, possivelmente, a primeira
dedicada a Maria, ela traz uma grande importância histórica e teológica:
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Amém.
69
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Para: Maria, a mãe do Cristo De: Inácio A senhora poderia fortalecer e consolar-
me, um discípulo de João, com quem aprendi muitas coisas sobre o seu Jesus,
coisas maravilhosas para contar, e estou perplexo ao ouvi-las. O desejo do meu
coração é ter certeza sobre essas coisas que ouvi por você, que sempre esteve
tão intimamente próxima a Jesus e compartilhou seus segredos. Permita que os
novos cristãos que estão comigo sejam fortalecidos na fé pela senhora, através
da senhora e na senhora.
Para: meu amado discípulo Inácio De: esta humilde serva de Cristo Jesus As
coisas que ouviste e aprendeste com João são verdadeiras. Acredita nelas,
agarra-se a elas, sê firme na realização de seu compromisso cristão e modela
sua vida nisso. Eu irei com João para visitar-te e aqueles que estão contigo.
Permanece firme em tua fé com coragem. Não deixes que as dificuldades da
perseguição te sacudam, e que teu espírito seja forte e alegre em Deus. Amém
Protestantismo X A Bíblia
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Não há certeza sobre a origem dessas cartas, apenas a história de que elas foram transmitidas durante
os anos.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
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Sacramentos
Batismo
Do Catecismo da Igreja Católica:
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NA BÍBLIA
Que é o Batismo Cristão?
É um sacramento da nova lei, que Jesus Cristo instituiu para nos fazer cristãos,
filhos de Deus e da sua igreja.
Pela força sobrenatural que Jesus Cristo lhe deu de produzir um verdadeiro
“Renascimento” ou “Regeneração Espiritual” (João 3,5) (Tito 3,5-7), que perdoa
o pecado original e outros, se houver, comunicando à alma a graça divina e
santificante (Efésios 5,26-27).
Então há pecado original?
Sim. Além dos pecados pessoais que cada um comete após chegar ao uso da
razão, é o que afirma a Bíblia (Romanos 5,19) (Romanos 5,12-14).
Sim, exceto a virgem Maria por sua invencibilidade pelo maligno (Gêneses 3,15)
e por sua plenitude da graça (Lucas 1,28) todos nós contraímos o pecado original
(Romanos 5,12-14) E isso desde o primeiro momento da nossa concepção
(Salmo 50,7) (Romanos 5,14).
Sim. Foi o que Jesus afirmou: “quem não renascer pela água e pelo Espírito
Santo, não entrará no reino dos céus” (João 3,5). Quem não excluí ninguém, não
põe limite de idade.
E as crianças?
As crianças sem o uso da razão, não podendo opor qualquer obstáculo à graça,
estão na melhor das disposições espirituais para receber o batismo e o seu efeito
a graça santificante.
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Não. Como não se espera que peçam o alimento. Assim apenas nascidas para
vida natural as crianças recebem o batismo pelo qual renascem para a vida sobre
natural da graça. É pecado priva-las desse grande benefício. É impedi-las de
irem a Jesus (Marcos 10,14).
Como explicar a frase: “Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer
será condenado” (Marcos 16,16)?
A criança não crê. De que forma, então poderá ser batizada? Vejamos: A fé não
é produto da mente humana, de gente grande; “A fé é dom de Deus” (Efésios
2,8). E, sendo a fé dom de Deus, não é somente individual, mas também
comunitária. A fé manifesta também, na família, no lar, onde a criança participa
da fé paternal e material, como participa do seu afeto, do seu carinho e do seu
amor.
Em (1Cor 10,2) Paulo mostra que todos os Israelitas foram batizados em Moisés,
na nuvem e no mar (como símbolo do batismo Cristão). Sabemos porém que
este batismo não aconteceu por imersão, pois os Israelitas, junto com todas as
crianças passaram o mar vermelho a pé enxuto, tocando apenas a areia úmida
do mar.
É outro erro julgar que o Batismo tem que ser nos rios, e por imersão. Ao
afirmarem tal exclusividade confundem o Batismo instituído por Cristo “que é
Sacramento de regeneração espiritual” com o de João Batista, que era mero rito
para excitar à penitência ou conversão (Mateus 3,11) (Atos 11,16) (João 1,29-
34).
Esse modo de pensar e de agir é pois, contraditório:
1º) porque a Bíblia não afirma que João Batista imergia (mergulhar n’água) as
pessoas. Muito menos o fez com Jesus Cristo, a Quem tinha grandíssimo
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respeito. Além disso, o costume constante dos hebreus era antes o das abluções
rituais, isto é, derramar água por cima da pessoa que se purificava (Marcos 7,4)
(João 2,6).
2º) porque nenhum dos seis casos de batismos cristãos feitos no tempo dos
Apóstolos e registrados na Bíblia, foram feitos em rios.
= o 1.º está em (Atos 2,41): cerca de três mil pessoas batizadas no dia de
Pentecostes em Jerusalém, onde não há rios;
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– Jesus disse: “Ide, pois ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo”.
– Nos Atos dos Apóstolos se lê que estes batizam famílias inteiras, ora, nas
famílias há sempre crianças: Ler: (Atos 16,14-15) (Atos 32-33) (1 Coríntios 1,16)
(Atos 9,18-19) (Colossenses 2,11-14).
Nestas três vezes em que os apóstolos batizavam, eles o fizeram por infusão e
não por imersão, pois não havia nem rios nem riachos, estavam em casa ou no
cárcere (Prisão). Ler ainda: (Atos 18,8).
No diálogo que Jesus teve com Nicodemos sobre o novo nascimento, por
questão de humildade, não falou nada explicitamente sobre a entrega a ele,
frisou sim, que é preciso nascer da água (João 4,14), água viva, simbolizada por
aquela natural, aplicada no batismo e do espírito (João 3,5).
Na Nova e Eterna Aliança ?o Batismo substituiu a circuncisão da Antiga
Aliança?, como rito da entrada para o povo escolhido de Deus. Ora se o próprio
Deus ordenou a Abraão circuncidam os meninos já no 8.º dia depois do
nascimento, sem exigir deles uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico
recusar o Batismo às crianças dos Pais Cristãos, por causa de tais exigências.
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Protestantismo X A Bíblia
O batismo infantil é confirmado também na ocasião do batismo de Lídia e de
Estéfanas. S. Paulo menciona que Lídia recebeu o batismo "com todos os de
sua casa"; (At 16,14.15) e aos coríntios Paulo também diz que batizou a família
de Estéfanas (1Cor 1,16). Nesses casos, certamente não faltavam crianças
pequenas.
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Stuart Edmund McNair (1867-1959)
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Ireneo de Lyon, Fragmento 34. New Advent
Encyclopedia, http://www.newadvent.org/fathers/0134.htm
Early Church Fathers, http://www.ccel.org/print/schaff/anf01/ix.viii.xxxiv
32
Ireneo de Lyon, Contra las herejías 2, 22,4. Carlos Ignacio González,
S.J., Ireneo de Lyon, Contra los herejes, Conferencia del Episcopado
Mexicano, México 2000
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33
Hipólito, Tradición apostólica 20,21 . Enrique Contreras, El Bautismo,
Selección de textos patrísticos, Editorial Patria Grande, Segunda Reimpresión,
Buenos Aires 2005, págs. 45,47
34
Early Church Fathers, http://www.ccel.org/print/schaff/anf05/iv.iv.lviii
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Protestantismo X A Bíbli
Muitos protestantes negaram o batismo infantil, ao contrário da Tradição Cristã
e da Bíblia (At 2, 37-39; 16,15; 16, 33; 18,8) (1Cor 1,16) (Cl 2,11-12). O
Protestantismo é dividido em cinco acampamentos principais na questão do
batismo.
Confissão
“Os Apóstolos receberam, pois, o Espírito Santo para desligar os pecadores da cadeia
dos seus pecados. Deus fe-los participantes do seu direito de julgar; e eles julgam em
Seu Nome e em Seu lugar. Ora, como os Bispos são os sucessores dos Apóstolos tem
o mesmo direito. E o pecador ao se confessar sincera e contritamente os seus pecados,
é como Lázaro: já vive, mas está ainda ligado com as ataduras de seus pecados. Precisa
de que o Sacerdote lhas corte; e corte-lhas absolvendo. (São Gregório Magno – Papa
e doutor da Igreja – AQUINO, Felipe – A Sagrada Tradição – Editora Cléofas – Lorena:
São Paulo – p. 126).
Levítico 5:1-10 — «E quando alguma pessoa pecar… Será, pois, que, culpado sendo
numa destas coisas… confessará aquilo em que pecou… E a sua expiação trará ao
Senhor, pelo seu pecado que cometeu… E os trará ao sacerdote, o qual primeiro
oferecerá aquele que é para expiação do pecado... assim o sacerdote por ela fará
expiação do seu pecado que cometeu, e ele será perdoado.»
Nesta passagem, vemos que o papel do sacerdote era indispensável para o perdão dos
pecados. Isto é ensinado em todo o Livro de Levítico e nos livros fundamentais do Antigo
Testamento. Eis aqui outro exemplo:
Levítico 19:21-22 — «E, por expiação da sua culpa, trará ao Senhor, à porta da tenda
da congregação, um carneiro da expiação, e, com o carneiro da expiação da culpa, o
sacerdote fará propiciação por ele perante o Senhor, pelo pecado que cometeu; e este
lhe será perdoado.»
Era necessário ir ao sacerdote não só para ser perdoado dos pecados (como estas e
outras passagens deixam claro), mas também para tornar-se puro. No Antigo
Testamento, as pessoas ficavam impuras depois de terem feito certas coisas que Deus
disse que fariam a pessoa ficar impura. Para purificar-se, era necessária a participação
do sacerdote. Jesus faz referência a isto em Lucas 5:13-14.
Levítico 12:6-8 — «E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação… se em sua
mão não houver recursos para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois
pombinhos… assim o sacerdote por ela fará expiação, e será limpa.»
Levítico 14:11, 19-20 — «E o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que
houver de purificar-se…Também o sacerdote fará a expiação do pecado, e fará
expiação por aquele que tem de purificar-se da sua imundícia… E o sacerdote oferecerá
o holocausto e a oferta de alimentos sobre o altar; assim o sacerdote fará expiação por
ele, e será limpo.»
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Números 15:22-25 — «E, quando vierdes a errar, e não cumprirdes todos estes
mandamentos, que o Senhor falou a Moisés… toda a congregação oferecerá um novilho
para holocausto… E o sacerdote fará expiação por toda a congregação dos filhos de
Israel, e lhes será perdoado…»
João 20:21-23 — «Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o
Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e
disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são
perdoados; e aqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.»
Apesar de o significado de João 20:23 ser óbvio, há outro ponto que deve ser observado
a este respeito. Em Mateus 9:6-8, lemos:
«Ora, [disse Jesus] para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para
perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua
casa… E a multidão, vendo isto, maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal poder
aos homens.»
“Muitos dos que haviam crido vinham confessar tudo o que tinham feito” (Atos 19,18).
Tiago 5:14-16 — «Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros [sacerdotes]
da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da
fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão
perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para
que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.»
NA IGREJA PRIMITIVA
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“…ao ver Jesus a fé desses homens, disse ao paralítico: ‘Ânimo, filho! Teus pecados
foram perdoados’. Alguns mestres da lei pensaram: ‘Está zombando de Deus’. Porém,
Jesus conhecia os seus pensamentos e lhes disse: ‘Por que pensam mal? Que é mais
fácil dizer? Teus pecados foram perdoados ou levanta-te e anda? Saibam, pois, que o
Filho do homem tem autoridade na terra para perdoar os pecados’. Então disse ao
paralítico: ‘Levanta-te, toma a tua maca e vai para casa’. E o paralítico se levantou e foi
para sua casa. A multidão, ao ver isto, ficou muito impressionada e louvou a Deus por
ter dado tanto poder aos homens” (Mateus 9,1-8).
Que estupendo! O povo simples “louvou a Deus por ter dado tanto poder aos homens”,
enquanto que os supostos “mestres” da lei viram nisto uma ofensa para Deus. Igual ao
que ocorre agora. O povo simples bendiz a Deus por ter dado aos homens este poder
de perdoar os pecados, enquanto que as seitas, com seus “supostos” mestres da Bíblia
gritam escandalizados: “Como um homem pode perdoar os pecados?”. Não sem motivo,
o orgulho foi o pecado que Jesus condenou com maior força.
Protestantismo X A Bíblia
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Eucaristia
NA IGREJA PRIMITIVA
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e reafirmou que aquele pão da criação é seu corpo com o qual incrementa
nossos corpos.
3. Quando, pois, o cálice misturado e o que chegou a ser pão recebem o
verbo de Deus e se fazem Eucaristia, corpo de Cristo, com as quais a
substância de nossa carne aumenta e se vai constituindo, como dizem que a
carne não é capaz do dom de Deus que é a vida eterna, a carne alimentada com
o corpo e sangue do Senhor, que se faz membro dele?
Como disse o bem aventurado Apóstolo em sua carta aos Efésios: Por que
somos membros de seu corpo, de sua carne e de seus ossos; e isto não disse
de um homem pneumático [espiritual] e invisível, por que o espírito não tem
ossos nem carne, mas de um organismo verdadeiramente humano que é
composto de carne, nervos e ossos, e o qual se alimenta de seu cálice, que é
seu sangue, e aumenta com o pão, que é seu corpo. E a maneira que brotou da
vinha colocada na terra, produziu frutos a seu tempo, e o estoque de grãos de
trigos no chão e se desfez, levantou da terra multiplicando pelo Espírito de Deus
que todo o contém; e depois da Sabedoria de Deus se tornou útil para os
homens, e recebendo a palavra de Deus chegaram a ser Eucaristia, que é o
corpo de Sangue de Cristo, assim também nossos corpos, alimentados com ele
e colocados na terra e despostos nela ressuscitarão a seu tempo, concedendo-
lhes a ressurreição do Verbo de Deus para a Glória de Deus Pai.” (Santo Irineu
Contra as heresias Livro V c.2 n.2s)
“É, pois, necessário que ambos se provem a si mesmos: um para ver se é digno
de dizer e deixar comentários, o outro para ver se é tão justo que pode escutar
e ler; assim como também os que, segundo o costume, repartem a Eucaristia,
vão permitindo a cada um do povo tomar a parte correspondente.” (Clemente de
Alexandria – Stromata Livro I C. I)
“E aos privados de inteligência, recomendo dizendo, assim fala a sabedoria
claramente referindo-se aos que andam entre as heresias, o pão tomado às
escondidas é mais delicioso e as águas furtivas mais doces; designando com
claridade o pão e a água, não em outras heresias, mas naquelas que, contra a
regra da Igreja, usam pão e água na oblação; pois há também quem eucatistize
somente água.” (Clemente de Alexandria – Stromata Livro I, 19)
“Depois Salém fica em paz, paz da qual está descrita como rei nosso Salvador,
de quem Moisés disse: Malquisedeque, rei de Salém, o sacerdote do Deus
Altíssimo [Gen 14, 18]; este deu ao pão e o vinho como alimento santificado na
figura da Eucaristia.” (Clemente de Alexandria – Stromata Livro IV, 25)
“Eu [o salvador] sou teu apoio, que me dou-me a mim mesmo [como] pão, do
qual quem degusta jamais experimenta a morte, e que me dou a mim mesmo
[como] bebida de imortalidade.” (Clemente de Alexandria – Qual Rico se salvará,
n.23)
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Santo Hipólito é enfático em afirmar que se evite diligentemente que o infiel coma
a Eucaristia, já que “é o corpo de Cristo, do qual todos os fiéis são
alimentados e não deve ser desprezado.”
“Depois que Judá esteve com ela [Genesis 38, 16), lhe deu uma vestimenta, a
saber: três coisas, o anel de selar, o cordão e o báculo que levava o manto: estas
eram as vestimentas de que ele esteve com ela. Da mesma maneira Cristo deu
a sua Igreja três coisas, a saber, seu corpo, seu sangue e o batismo. E se Tamar
foi salva por três coisas, a saber, pelo anel, pelo cordão, e pelo báculo, assim a
santa Igreja por três coisas, pela profissão de fé, pelo corpo e pelo sangue foi
igualmente salva da idolatria, e elegeu a si mesmo para seus filhos a Salvação
da humanidade por meio de Cristo: e nós recebemos seu corpo e seu sangue,
pois Ele é a vestimenta da vida eterna para todo aquele que com humildada se
aproxima d’Ele.” (Santo Hipólito – Seguimento exegéticos. Gem 38, 19)
“... Depois disse: depois das sessenta e duas semanas havendo passado os
tempos... Ele fará o Testamento para muitos durante uma semana; e no meio de
uma semana será quitado o sacrifício e a libação sacrificial; e sobre o santuário,
uma abominação desoladora [cf. Dan 9, 26]. Assim, pois, uma vez cumpridas as
sessenta e duas semanas e uma vez vindo Cristo e pregado o evangelho em
todas as partes, quando os tempos estiverem cumpridos, será deixada uma
semana, a última; na qual aparecerá Elias e Enoc. E no meio dela virá a
abominação desoladora [Dan 9, 27], o anticristo, que anunciará ao mundo a
devastação. Depois que ele vier, será quitado o sacrifício e a libação sacrificial,
os quais são agora oferecidos a Deus pelos povos em todas as partes [cf. Mal 1,
11].” (Santo Hipólito – Comentário a Daniel, IV, 35)
“Ambas as coisas proporcionam ao mundo o corpo do Senhor, Sangue sagrado
e água Santa”(Santo Hipólito – Sobre os Ladrões (ACHELIS: GChS 211; MG
83,285 A: TEODORETO, Eranistes, diálogo 3))
“Cada fiel procure tomar a eucaristia, antes que haja provado qualquer outra
coisa. Pois se é fiel em toma-la, embora lhe dê veneno mortal, não terá poder
sobre ele [o veneno]. Todos evitem como diligência que o infiel coma da
Eucaristia ou que os ratos ou algum outro animal, nenhuma outra coisa em
absoluto caia na Eucaristia e que algo pereça. É o corpo de Cristo, do qual
todos os fieis se alimentam, e não deve ser desprezado.” (Santo Hipólito –
Tradição Apostólica)
SÃO CIPRIANO DE CARTAGO (258 D.C)
“... Mãos esclarecidas, que não estavam feitas senão obras divinas, resistiram
aos sacrifícios sacrílegos; as bocas santificadas com os manjares celestiais
depois do corpo e o sangue do Senhor rejeitaram o contágio do profano e os
restos de seus ídolos.” (São Cipriano Sobre os que caíram em Idolatria, II)
“Voltando dos altares do diabo se cercaram ao santo do Senhor com mãos
sórdidas e infectadas pelo fedor; arrotando porém quase toda via os mortíferos
alimentos dos ídolos, assaltaram o corpo do Senhor com as mandíbulas que
exalavam ainda seu crime e fedendo os funestos contágios, descumprindo assim
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a Escritura Divina, que clama e diz: [Lev 7,20; 1 Cor 10,21; 11,27]… ” (São
Cipriano Sobre os que caíram em Idolatria, XV)
“... Armemos também a destra com a espada espiritual, para que rejeitem com
força os funestos sacrifícios, para que se lembrem da Eucaristia, a [destra]
que recebe o corpo do Senhor, se a feche, ela que em breve há de receber
do Senhor o prêmio das coroas celestiais.” (Carta 58 n.9 (HARTEL, 665,
BAYARD, ML 4,357 A).)
“...Ameaça agora uma luta mais dura e mais feroz, a qual se deve preparar os
soldados de Cristo com uma fé incorrupta e uma virtude robusta, considerando
que por isso bebem todos os dias o cálice do sangue de Cristo para poder
derramar seus próprios sangues por Cristo”. (Carta 58 n.1 (HARTEL, 656s,
BAYARD, ML 4,350 A: epist 56).)
“Pois é a Eucaristia onde são ungidos os batizados, o óleo santificado no altar,
mas não pude santificar a criatura do óleo quem não tem nem altar nem Igreja.
Nem tampouco a unção espiritual, pois não pode haver entre os hereges, posto
que entre eles é absolutamente impossível consagrar o óleo e fazer a
Eucaristia.” (Carta 70 n.2 (HARTEL 768, BAYARD, ML 3,1040 A – 1041 A:
epist. Synod. Conc. Carthag).)
"3. Antes de se extinguir o medo da perseguição, antes de nosso regresso,
antes quase no mesmo trânsito dos mártires, têm comunhão com os
mortos, oferecem e entregam a Eucaristia."(Carta 16. n.2ss (HARTEL,
518ss; Bayard; ML 4,251 A – 253 B epist. 9))
"Oferecemos por eles Sacrifícios, como os lembrais, sempre que na
comemoração atual os dias da paixão dos mártires.” (Carta 39 n.3
(HARTEL, 583, BAYARD, ML 4,323 A: epist. 34)).
“... Em primeiro lugar, você não está apto ao martírio a quem a Igreja não armou
para a luta, e dá o espírito ao que não levanta e inflama a Eucaristia recebida.”
(Carta 57 n.4 (HARTEL, 651ss, BAYARD, ML 3,856 A – 858 A: epist synod.
Conc. Carthag).)
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Protestantismo X A Bíblia
NAS ESCRITURAS
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NA IGREJA PRIMITIVA
Santo Hipólito de Roma
“O bispo, impondo a mão sobre eles, deve fazer uma invocação, dizendo: ‘Ó
Senhor Deus, que os fez dignos do perdão dos pecados através da lavagem do
Espírito Santo até o renascimento, enviai a eles a tua graça, para que possam
servi-lo de acordo à sua vontade, pois há glória a ti, para o Pai, e do Filho com
o Espírito Santo, na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos.
Amen.’ Então, vertendo o óleo consagrado em sua mão e impondo-a sobre a
cabeça do batizado, ele dirá, 'Eu te unjo com óleo santo no Senhor, o Pai
Todo-Poderoso, e Jesus Cristo e o Espírito Santo. Marcai-os na testa, ele deve
beijá-los e dizer: ‘O Senhor esteja convosco.’ Aquele que foi marcado dirá: ‘E
com teu espírito’. Assim, ele deve fazer para cada um.” (Tradição Apostólica
21-22).
"'E ela disse a suas empregadas, Traga-me óleo’. Pois a fé e o amor preparam
o óleo e ungüentos para aqueles que são lavados. Mas o que eram esses
ungüentos, senão os mandamentos da santa Palavra? E que foi o óleo, senão
o poder do Espírito Santo, com o qual os crentes são ungidos como com
pomada após a camada de lavagem? Todas essas coisas foram figurativamente
representadas na bendita Susanna, por nossa causa, para que nós, que agora
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Protestantismo X A Bíblia
Sacramento da Ordem
NA IGREJA PRIMITIVA
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Clemente de Alexandria
São Clemente (não confundir com o Papa Clemente Romano) foi um teólogo
grego antigo e chefe da escola catequética de Alexandria. Nasceu em Atenas,
(a data é desconhecida) e morreu por volta do ano 215 d.C. Ele foi também
professor de Orígenes.
“Uma vez que, segundo a minha opinião, os graus aqui na igreja, de bispos,
presbíteros, diáconos, são imitações da glória angelical, e de que a economia,
que, dizem as Escrituras, aguarda aqueles que, seguindo os passos dos
Apóstolos, viveram na perfeição da justiça, de acordo com o Evangelho. Pois
estes retomados nas nuvens, o apóstolo escreve, vai primeiro ser ministro,
então, ser classificado no presbitério, por promoção em glória (pois glória
difere de glória) até eles crescem em 'um homem perfeito.” (Alexandria,
Stromata, 13)
“E que você pode ser ainda mais confiante, que arrependendo-se, assim,
verdadeiramente resta a você uma esperança certa de salvação, ouvi um conto?
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Celibato
O primeiro exemplo conhecido de autêntica legislação é o c. 33 do Conselho
Espanhol de Elvira, datado em geral de aproximadamente 305, nos seguintes
termos:
“Estipulamos que todos os bispos, padres e diáconos no serviço do ministério
são formalmente proibidos de manter relações conjugais com suas esposas e de
gerar filhos. Se alguém o fizer, seja excluído da honra clerical”.
Protestantismo X A Bíblia
Sacramento do Matrimônio
Assim define o catecismo oficial da Igreja Católica, o Matrimônio:
“A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma
comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à
geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de
sacramento por Cristo Senhor.” (CIC 1601)
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“A íntima comunhão de vida e de amor conjugal que o Criador fundou e dotou com suas
leis [...] O próprio [...] Deus é o autor do matrimônio. “A vocação para o Matrimônio
está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, conforme saíram da mão do
Criador. O casamento não é uma instituição simplesmente humana, apesar das inúmeras
variações que sofreu no curso dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e
atitudes espirituais. Essas diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e
permanentes. Ainda que a dignidade desta instituição não transpareça em toda parte com
a mesma clareza, existe, contudo, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da
união matrimonial. “A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente
ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar.” (CIC 1603)
NA IGREJA PRIMITIVA
O Pastor de Hermas
O pastor de Hermas é uma obra apocalíptica da primeira metade do século II
depois de Cristo. Nesta obra temos a seguinte citação:
“O que o marido deve fazer, se a mulher continuar em disposição [de adultério]?
Que ele se separe dela, e que o marido continue solteiro. Mas se ele se separar
de sua esposa, e se casar com outra, ele também comete adultério.” (O pastor
4, 1, 6)
Inácio de Antioquia
“Foge às más artes, prega antes contra elas. Fala às minhas irmãs, que amem
o Senhor e se contentem com os maridos na carne e no espírito. Da mesma
forma, recomenda aos meus irmãos em nome de Jesus Cristo que amem
suas esposas como o Senhor ama a Igreja. Se alguém é capaz de
perseverar na castidade em honra da carne do Senhor, persevere sem
orgulho. Caso se orgulhar, está perdido; se ainda for tido como mais do que o
Bispo, está corrompido. Convém aos homens e às senhoras que casam
contraírem a união como consentimento do bispo, a fim de que o
casamento se realize segundo o Senhor e não conforme a paixão. Tudo se
faça para honra de Deus.” (Carta a Policarpo, V)
Justino Mártir
“No que diz respeito à castidade, [Jesus] tem isto a dizer: ‘Se alguém olhar com
cobiça para uma mulher, ele diante de Deus já cometeu adultério em seu
coração’ E, ‘Quem casa com uma mulher que se divorciou de outro marido,
comete adultério.’ De acordo com o nosso Mestre, assim como eles são
pecadores que contraem um segundo casamento, apesar de estar de acordo
com a lei humana, assim também são eles pecadores que olham com o desejo
sensual para uma mulher. Ele repudia não só quem realmente comete adultério,
mas mesmo quem deseja fazê-lo, não só para as nossas ações são que
manifestas a Deus, mas até mesmo os nossos pensamentos.” (Primeira
Apologia 15).
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Clemente de Alexandria
São Clemente (não confundir com o Papa Clemente Romano) foi um teólogo
grego antigo e chefe da escola catequética de Alexandria. Nasceu em Atenas,
(a data é desconhecida) e morreu por volta do ano 215 d.C. Ele foi também
professor de Orígenes.
“Agora que a Escritura aconselha o casamento, e não permite liberação da
união, é expressamente contido na lei, ‘Tu não deve se separar da tua mulher,
a não ser por causa de fornicação’, e que considera a fornicação, o casamento
daqueles separados enquanto que a outra ainda está viva. Não se enfeitar e
adornar além do que está a tornar-se, torna a mulher livre de suspeita caluniosa.
Enquanto ela dedica-se assiduamente à oração e súplicas, evitando saídas
freqüentes da casa, e fechando-se, tanto quanto possível do ponto de vista de
todos os não relacionados a ela, e considerando limpeza mais da conseqüência
do que da impertinente futilidade. ‘Aquele que toma uma mulher que foi
repudiada’, diz-se, ‘comete adultério, e se repudiar sua mulher, ele faz dela uma
adúltera’, isto é, obriga-a a cometer adultério. E não é só ele quem a coloca
culpada disto, mas o que a leva, dando à mulher a oportunidade de pecar, pois
se ele não levasse, ela iria voltar para o marido.” (Stromata / Cristo, o Educador,
Livro 2, Capítulo 23)
Protestantismo X A Bíblia
99
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
NA BÍBLIA
A unção dos Enfermos é claramente mostrada na bíblia. É prefigurada no
Evangelho de Marcos quando ele mostra que os apóstolos expulsavam
demônios e curavam enfermos ungindo os com óleo:
“Partindo, eles pregavam que todos se arrependessem. E expulsavam muitos
demônios e curavam muitos enfermos, ungindo-os com óleo” (Mc 6,12-13).
Já na epístola de Tiago o sacramento é mostrado, recomendado e ensinado
como deve ser feito:
“Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para
que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da
fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados,
estes lhe serão perdoados” (Tg 5,14-15).
NA IGREJA PRIMITIVA
Hipólito de Roma
100
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
“O Deus que santifica este óleo, como Tu garantes a todos os que são ungidos e recebem
dele a consagração com que Tu fizeste ungir reis e sacerdotes e profetas, assim fazei
para pode dar força a tudo o que provam dele e saúde para todos os que usá-lo”.
(Hipólito de Roma, Tradição Apostólica, 5, 2).
Protestantismo X A Bíblia
A Santíssima Trindade
36
36
Jesus Cristo como o Alfa e o Ômega Século IV
37
Publicado originalmente em National Catholic Register.
101
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
O primeiro uso reconhecido do termo foi o dado por Teófilo de Antioquia por volta do
ano 170 para expressar a união das três divinas pessoas em Deus.
Nos três primeiros dias que precedem a criação do sol e da lua, o Bispo vê imagens da
Trindade: “Igualmente os três dias que precedem a criação dos luzeiros são símbolo da
Trindade: de Deus, de seu Verbo e de sua Sabedoria” (Segundo Livro a Autólico 15,3).
Só se pode provar a Trindade através da revelação divina que Jesus nos trouxe. Não
se pode demonstrar pela razão natural ou unicamente a partir do Antigo Testamento. O
CCIC explica:
“O mistério da Santíssima Trindade pode ser conhecido pela pura razão humana? Deus
deixou alguns vestígios do seu ser trinitário na criação e no Antigo Testamento, mas a
intimidade do seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à pura
razão humana e até mesmo à fé de Israel antes da Encarnação do Filho de Deus e da
missão do Espírito Santo. Esse mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte de
todos os outros mistérios” (CCIC, 45).
102
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
“Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de
que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum deus
foi formado antes de mim, e não haverá outros depois de mim” (Is 43,10).
“Eis o que diz o Senhor, o rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou
o primeiro e o último, não há outro Deus afora eu” (Is 44,6).
Por exemplo, nas cartas de São Paulo se narra o seguinte: “Bendito seja Deus, o Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação (...)”
(2Cor 1,3).
“Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua
acima de todos, por todos e em todos” (Ef 4,5-6).
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. (...) E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único
recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,1.14).
Também:
“Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão
no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: Meu
Senhor e meu Deus!” (Jo 20,17-18).
No livro dos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo é retratado como uma pessoa divina
que fala e à qual não se pode mentir:
“Pedro, porém, disse: Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que
mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo? Acaso não o
podias conservar sem vendê-lo? E depois de vendido, não podias livremente dispor
103
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
dessa quantia? Por que imaginaste isso em teu coração? Não foi aos homens que
mentiste, mas a Deus” (At 5,3-4).
A distinção das Pessoas se pode demonstrar, por exemplo, no fato de que Jesus fala
ao seu Pai. Isso não teria sentido se fosse uma e a mesma pessoa.
“Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu
e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos
pequenos. Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me
foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o
Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo” (Mt 11,25-27).
O fato de que Jesus não é a mesma pessoa que o Espírito Santo se revela quando
Jesus – que esteve operando como Paráclito (em grego, Parakletos) dos discípulos –
diz que vai orar ao Pai e que o Pai lhes dará “outro Paráclito”, que é o Espírito Santo.
Isso mostra a distinção das três Pessoas: Jesus que ora; o Pai que envia; e o Espírito
Santo que vem:
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente
convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê
nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em
vós” (Jo 14,16-17).
“É certamente de fé que o Filho procede do Pai por uma verdadeira geração. Segundo
o Credo Niceno-Constantinopolitano, Ele é “gerado antes de todos os séculos”. Mas a
procedência de uma Pessoa Divina, como o termo do ato pelo qual Deus conhece sua
própria natureza é propriamente chamada geração” (Enciclopédia Católica).
O fato de que o Filho é gerado pelo Pai está indicado pelos nomes dessas Pessoas. A
segunda pessoa da Trindade não seria um Filho se não tivesse sido gerado pela
primeira pessoa da Trindade.
O fato de que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho se reflete em outra declaração
de Jesus:
“Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que
procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26).
Isso representa o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho (“que vos enviarei”). As
funções exteriores das Pessoas da Trindade refletem suas relações mútuas entre si.
Também se pode dizer que o Espírito Santo procede do Pai por meio do Filho.
No Catecismo
O PAI
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
233 Os cristãos são batizados "em nome" do Pai e do Filho e do Espírito Santo e não
"nos nomes" destes três (cf. Profissão de fé do Papa Vigilio em 552: DS 415), pois só
existe um Deus, o Pai todo-poderoso, seu Filho único e o Espírito Santo: a Santíssima
Trindade.
105
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
É também chamado de Pai do rei de Israel (cf. 2 S 7,14). Muito particularmente ele é "o
Pai dos pobres", do órfão e da viúva, que estão sob sua proteção de amor (cf. Sal 68,6).
240 Jesus revelou que Deus é "Pai" num sentido inaudito: não o é somente enquanto
Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único, que reciprocamente só é
Filho em relação a seu pai “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece
o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11,27).
241 É por isso que os apóstolos confessam Jesus como "o Verbo” que “ no início estava
junto de Deus” e que “é Deus" (Jo 1,1), como "a imagem do Deus invisível" (Cl 1,15),
como "o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser" Hb 1,3).
243 Antes da sua Páscoa, Jesus anuncia o envio de "outro Paráclito" (Defensor), o
Espírito Santo. Em ação desde a criação (cf. Gn 1,2), depois de ter outroral "falado pelos
profetas" (Credo de Nicéia-Constantinopla), ele estará agora junto dos discípulos e
neles (cf. Jo 14,17), a fim de ensiná-los (cf. Jo 14,16) e conduzi-los “à verdade inteira”
(Jo 16,13). O Espírito Santo é revelado assim como uma outra pessoa divina em relação
a Jesus e ao Pai.
244 A origem eterna do Espirito revela-se na sua missão temporal. O Espírito Santo é
enviado aos Apóstolos e à Igreja tanto pelo Pai em nome do Filho, como pelo Filho em
pessoa, depois que este tiver voltado para junto do Pai (cf. Jo 14,26; 15,26; 16,14). O
envio da pessoa do Espírito após a glorificação de Jesus (cf. Jo 7,39), revela em
plenitude o mistério da Santíssima Trindade.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
dá a vida, que procede do Pai" (DS 150). Com isto a Igreja reconhece o Pai como "a
fonte e a origem de toda a divindade" (Cc. de Toledo VI, ano 638: DS 490). Mas a origem
eterna do Espírito Santo não deixa de estar vinculada à do Filho: "O Espírito Santo, que
é a Terceira Pessoa da Trindade, é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho, da mesma
substância e também da mesma natureza... Contudo, não se diz que Ele é somente o
Espírito do Pai, mas ao mesmo tempo o espírito do Pai e do Filho" (Cc. de Toledo XI,
ano 675: DS 527). O Credo da Igreja, do Concílio de Constantinopla (ano 381) confessa:
"Com o Pai e o Filho ele recebe a mesma adoração e a mesma glória" (DS 150).
246 A tradição latina do Credo confessa que o Espírito "procede do Pai e do Filho
(Filioque38)". O Concílio de Florença, em 1438, explicita: "O Espírito Santo tem sua
essência e seu ser subsistente ao mesmo tempo do Pai e do Filho e procede
eternamente de Ambos como de um só Princípio e por uma única expiração...E uma
vez que tudo o que é do Pai, o Pai mesmo o deu ao seu Filho Único ao gerá-lo,
excetuando o seu ser de Pai, esta própria processão do Espírito Santo a partir do Filho,
ele a tem eternamente de Seu Pai que o gerou eternamente" (DS 1300-1301).
248 A tradição oriental põe primeiramente em relevo o caráter de origem primeira do Pai
em relação ao Espírito. Ao confessar o Espírito como "procedente do Pai" (Jo 15,26),
ela afirma que o Espírito procede do Pai pelo Filho (cf. AG 2). A tradição ocidental põe
primeiramente em relevo a comunhão consubstancial entre o Pai e o Filho afirmando
que o Espírito Procede do Pai e do Filho (Filioque). Ela o afirma "de forma legítima e
racional" (Cc. de Florença, 1439: DS 1302), pois a ordem eterna das pessoas divinas
na sua comunhão consubstancial implica não só que o Pai seja a origem primeira do
Espírito enquanto "princípio sem princípio" (DS 1331), mas também, enquanto Pai do
Filho Único, que seja com ele "o único princípio do qual procede o Espírito Santo" (Cc.
de Lyon II, 1274: DS 850). Esta legítima complementaridade, se não for radicalizada,
não afeta a identidade da fé na realidade do mesmo mistério confessado.
38
Filioque é uma expressão latina que significa “e do Filho” e representa a doutrina que
afirma a procedência do Espírito Santo do Pai «e do Filho». Assim, o Pai é o Princípio
da Santíssima Trindade e dEle procede, por geração, o Filho. Do enlace entre o Pai e o
Filho procede, por espiração, o Espírito Santo. O Pai e o Filho são o único princípio do
Espírito Santo, que de Ambos procede.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
250 No decurso dos primeiros séculos, a Igreja procurou formular mais explicitamente
a sua fé trinitária, tanto para aprofundar a sua própria compreensão da fé, quanto para
defendê-la contra erros que a estavam deformando. Isso foi obra dos Concílios antigos,
ajudados pelo trabalho teológico dos Padres da Igreja e apoiados pelo senso da fé do
povo cristão.
252 A Igreja utiliza o termo "substância" (traduzido também, às vezes, por "essência" ou
por "natureza") para designar o ser divino em sua unidade; o termo "pessoa" ou
"hipóstase" para designar o Pai, o Filho e o Espírito Santo na sua distinção real entre si,
e o termo "relação" para designar o fato de a distinção entre eles residir na referência
de uns aos outros.
253 A Trindade é Una. Não confessamos três deuses, mas um só Deus em três
pessoas: "a Trindade consubstancial" (Cc. Constantinopla II, ano 553: DS 421). As
pessoas divinas não se dividem entre si a única divindade, mas cada uma delas é Deus
por inteiro: "O Pai é aquilo que é o Filho, o Filho é aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é
aquilo que são o Pai e o Filho, isto é, um só Deus quanto à natureza” (Cc. de Toledo XI,
ano 675: DS 530). "Cada uma das três pessoas é esta realidade, isto é, a substância, a
essência ou a natureza divina" (Cc. de Latrão IV, ano 1215: DS 804).
254 As pessoas divinas são realmente distintas entre si. "Deus é único, mas não
solitário" (Fides Damasi: DS 71). "Pai", "Filho”, Espírito Santo" não são simplesmente
nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si:
"Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito
Santo é aquele que é o Pai ou o Filho" (Cc. de Toledo XI, ano 675: DS 530). São distintos
entre si pelas suas relações de origem: "É o Pai que gera, o Filho que é gerado, o
Espírito Santo que procede" (Cc. Latrão IV, ano 1215: DS 804). A Unidade divina é
Trina.
255 As pessoas divinas são relativas umas às outras. Por não dividir a unidade divina,
a distinção real das pessoas entre si reside unicamente nas relações que as referem
108
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
umas às outras; "Nos nomes relativos das pessoas, o Pai é referido ao Filho, o Filho ao
Pai, o Espírito Santo aos dois; quando se fala destas três pessoas considerando as
relações, crê-se todavia em uma só natureza ou substância" (Cc. de Toledo XI, ano 675:
DS 528). Pois "todo é uno (neles) lá onde não se encontra a oposição de relação" (Cc.
de Florença, ano 1442: DS 1330). "Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no
Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no
Espírito Santo; o Espírito Santo está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" (Cc. de
Florença 1442: DS 1331).
Antes de todas as coisas, conservai-me este bom depósito, pelo qual vivo e combato,
com o qual quero morrer, que me faz suportar todo os males e desprezar todos os
prazeres; refiro-me à profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Eu vo-la
confio hoje. É por ela que daqui a pouco vou mergulhar-vos na água e vos tirar dela.
Eu vo-la dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma só
Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de uma maneira
distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem grau superior que
eleve ou grau inferior que rebaixe... A infinita conaturalidade é de três infinitos. Cada um
considerado em si mesmo é Deus todo inteiro... Deus é os Três considerados juntos.
Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade me banha em seu esplendor. Nem
comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma conta de mim (0r. 40,41: PG 36,417).
257 "O lux beata Trinitas et principalis Unitas!" ("Ó luz, Trindade bendita. Ó primordial
Unidade!") (LH, hino de vésperas) Deus é beatitude eterna, vida imortal, luz sem ocaso.
Deus é amor: Pai, Filho e Espírito Santo. Livremente Deus quer comunicar a glória da
sua vida bem-aventurada. Este é o "desígnio” de benevolência (Ef 1,9) que ele concebeu
desde antes da criação do mundo no seu Filho bem-amado, "predestinando-nos à
adoção filial neste" (Ef 1,4-5), isto é, "a reproduzir a imagem de seu Filho" (Rm 8,29)
graças ao "Espírito de adoção filial" (Rm 8,15). Esta decisão prévia é uma "graça
concedida antes de todos os séculos" (2 Tm 1,9-10), proveniente diretamente do amor
trinitário. Ele se desdobra na obra da criação, em toda a história da salvação após a
queda, nas missões do Filho e do Espírito, prolongadas pela missão da Igreja (cf. AG 2-
9).
258 Toda a economia divina é a obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma
forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não
tem senão uma única e mesma operação (cf. Cc. de Constantinopla, ano 553: DS 421).
"O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um só
princípio" (Cc. de Florença, ano 1442: DS 1331). Contudo, cada pessoa divina opera a
obra comum segundo a sua propriedade pessoal. Assim a Igreja confessa, na linha do
Novo Testamento (cf. 1 Co 8,6): "Um Deus e Pai do qual são todas as coisas, um Senhor
Jesus Cristo para quem são todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as
coisas (Cc. de Constantinopla II: DS 421). São, sobretudo as missões divinas da
109
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
259 Obra ao mesmo tempo comum e pessoal, toda a Economia divina dá a conhecer
tanto a propriedade das pessoas divinas como a sua única natureza. Outrossim, toda a
vida cristã é comunhão com cada uma das pessoas divinas, sem de modo algum
separá-las. Quem rende glória ao Pai o faz pelo Filho no Espírito Santo; quem segue a
Cristo, o faz porque o Pai o atrai (cf. Jo 6,44) e o Espírito o impulsiona (cf. Rm 8,14).
260 O fim último de toda a Economia divina é a entrada das criaturas na unidade perfeita
da Santíssima Trindade (cf. Jo 17,21-23). Mas desde já somos chamados a ser
habitados pela Santíssima Trindade: "Se alguém me ama –diz o Senhor- guardará a
minha Palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo
14,23).
Ó meu Deus, Trindade que adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para firmar-
me em Vós, imóvel e pacífico, como se a minha alma já estivesse na eternidade: que
nada consiga perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas
que cada minuto me leve mais longe na profundidade do vosso Mistério. Pacificai a
minha alma. Fazei dela o vosso céu, vossa amada morada e o lugar do vosso repouso.
Que nela eu nunca vos deixe só, mas que eu esteja aí, toda inteira, completamente
vigilante na minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa ação criadora (Oração da
Beata Isabel da Trindade).
Resumo
262 A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é
consubstancial ao Pai, isto é, que ele é o no Pai e com o Pai o mesmo Deus único.
263 A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho (cf. Jo 14,26) e pelo
Filho "de junto do Pai" (Jo 15,26), revela que o Espírito é com ele o mesmo Deus único.
"Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado".
264 "O Espírito Santo procede do Pai enquanto fonte primeira e, pela doação eterna
deste último ao filho, do Pai e do Filho em comunhão" (S. Agostinho, Trin. 15,26,47).
265 Pela graça do Batismo "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" somos
chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aquí na terra na obscuridade
da fé, e para além da morte, na luz eterna (cf. Pablo VI, SPF 9).
266 "A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade e a Trinidade na
unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância; pois uma é a
pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do
Pai e do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade" (Symbolum
"Quicumque").
110
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
267 Inseparáveis naquilo que são, as pessoas divinas são também inseparáveis naquilo
que fazem. Mas na única operação divina cada uma delas manifesta o que lhe é próprio
na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do
Espírito Santo.
Reflexão 39
Se não compreendemos o mistério da Trindade, não é porque ele é contra mas, acima
da razão.
No fogo há luz e calor, e essas três coisas são inseparáveis na unidade do fogo. Não
é possível separar o fogo da luz e do calor. A luz permite que vejamos as coisas, e por
isso a luz é símbolo da verdade que permite que conheçamos as coisas abstratamente
pela verdade. Daí que digamos ao compreender algo: "agora está claro"; Porque a
verdade esclarece. A verdade é luz intelectual. E o calor do fogo é símbolo do amor,
enquanto a frieza é símbolo da falta de amizade.
Assim como no fogo há fogo, luz e calor, assim em Deus há o Pai, o Filho que é a luz
de Deus, a Verdade, e o Espírito Santo, que é o Amor de Deus.
Lúcifer conheceu a luz de Deus, mas não a amou. Ele separou a luz da Verdade e do
Amor (calor). Por isso , Lúcifer é punido eternamente no inferno com o calor do fogo,
mas sem a luz, já que ele separou o calor da luz.
Numa comparação grosseira, podemos dizer que também num triângulo eqüilátero
cada um dos três ângulos abrange o triângulo todo, e eles não são três triângulos, mas
um só triângulo, com três ângulos. E quando você diz: " Isto é um copo" você afirma que
ele é um, que é copo, e que tem uma finalidade boa. O Um como símbolo do Pai. É
Copo como símbolo do Filho, forma da Trindade. E que tem um fim bom, símbolo da
Bondade de Deus, o Espírito Santo, Amor de Deus.
Até Platão, que era um pagão, percebeu que "o três é um, e o um é três", como ele
afirma no diálogo República.
Nesse diálogo espetacular, Platão, descrevendo o homem justo diz que o homem
justo tem três virtudes fundamentais: a Temperança, a Fortaleza e a Prudência. E
quando os discípulos lhe perguntam, onde estaria a Justiça, eles lhes responde: não
compreendeis que o homem que tem Temperança, Fortaleza e Prudência esse tem
necessariamente a Justiça ? Porque essas três virtudes formam a Justiça, e o três é um
e o um é três".
Na Bíblia
A TRINDADE NO VELHO TESTAMENTO
39
http://www.montfort.org.br/bra/cartas/doutrina/20050103034858/
111
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
ao Deus de Israel certa “pluralidade” para assim, aceitar que antes da vinda de Jesus,
Iahweh era de fato, o Senhor trino cultuado pelos cristãos. Uma das obras fortemente
usadas para comprovar a existência da consubstancialidade das três essências é o livro
de Gênesis, onde no ato da criação, ao que tudo indica, Deus não está só e sim,
relacionando-se com o “Verbo” (Jo 1,1) e o “Espírito Santo” (Gn 1,2).
“Façamos”
“Um de nós”
Após a queda, o homem torna-se igual a Deus por obter para si o conhecimento do “bem
e do mal” e neste verso, mais uma vez, lemos Deus utilizar-se de um pluralismo para
indicar a manifestação de que não está só em sua obra: “o homem já é como um de
nós”.
“Vinde! Desçamos!”
Gn 11,6-7 – “E Iahweh disse: ‘Eis que todos constituem um só povo e falam uma só
língua. Isso é o começo de suas iniciativas! Agora, nenhum desígnio será irrealizável
para eles. Vinde! Desçamos! Confundamos a sua linguagem para que não mais se
entendam uns aos outros’”.
A torre de babel foi um evento onde o povo de forma errônea, desafiou a soberania de
Deus ao acreditar que poderiam realizar uma construção que chegasse ao céu (Gn 11,4)
e assim, todas as nações seriam reunidos ao seu redor. A fim de eliminar as obras
humanas, Iahweh confunde as línguas de toda a face da terra e assim, dispersa-os.
Nesta passagem, notamos que há novamente a pluralidade das pessoas e embora o
verso seis apenas diga que “Iahweh” ordenou a ação, lemos que no verso sete, ao
descer para confundir as línguas, os dois verbos escritos (vir e descer) são mencionados
no plural. Nestes versos, conseguimos visualizar ainda que primitivamente, a comunhão
trinitária.
Jesus Cristo ao nascer da virgem Maria, consumiu a promessa pregada pelos antigos
profetas. Ao dizer que o salvador de Israel viria ao mundo para endireitar os caminhos
112
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
de seu povo (Is 7,14-17; Mq 5,1-3), os homens do antigo testamento já testificavam que
um grande rei surgiria para a salvação do gênero humano e esse rei foi encontrado na
pessoa de Jesus. É esse Jesus que foi revelando-se como o único Deus. Com a exceção
de Pedro, que declarou a sua divindade (Mt 16,16), os demais escritores passaram a
entender que após a ressurreição, o próprio Senhor crucificado era de fato o Deus de
Israel.
“Deus conosco”
Mt 1,23 – “Eis que a virgem conceber e dará à luz um filho e o chamarão com o nome
de Emanuel, o que traduzido significa: ‘Deus está conosco’”.
Mt 28,19 – “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-
as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
A fórmula batismal que hoje é realizada na Igreja tem a sua origem nos evangelhos.
Esse registro que afirma que devemos ser batizados em nome do “Pai, Filho e Espírito
Santo”, reflete o pensamento primitivo das primeiras comunidades que já entendiam,
mesmo que de forma tímida, a unidade das três pessoas que compõem a trindade. O
primeiro sacramento que inicia-nos na fé é o batismo e é através da trindade, anunciada
sobre o nosso corpo e mediante a água derramada é que podemos assumir sobre si o
nome de cristãos.
Jo 1,1 – “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”.
“Somos um”
Jo 10,29-30 – “Meu Pai, que me deu tudo, é maior que todos e ninguém pode arrebatar
da mão do Pai. Eu e o Pai somos um”.
113
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
“A benção apostólica”
O apóstolo Paulo ao finalizar a sua segunda carta aos cristãos de Corinto, usa uma
fórmula trinitária para abençoar todos os crentes. Essa benção estendeu-se a toda
Igreja, fazendo dela, uma grande fonte da base argumentativa ao afirmar a doutrina da
trindade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo atuam em toda a comunidade com um poder
único (1 Pd 1,2).
CONCLUSÃO
Não há uma meia verdade, há apenas uma. A Igreja Católica, a quem Deus confiou à
fé universal (Mt 16,18 – Rm 1,8 – I Tm 3,15) na intenção de afirmar aquilo que é real,
defendeu o mistério da trindade como verdade irrefutável.
Assim como a Tradição Apostólica, as Santas Escrituras dão o testemunho daquilo que
cremos e daquilo que adoramos.
114
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
O MARTÍRIO DE POLICARPO
O PASTOR DE HERMAS
Classificado como um dos escritos dos Padres Apostólicos ainda que - como
assinala Quasten - pertença ao grupo dos Apocalipses apócrifos. Contém as
revelações feitas por duas figuras celestiais a Hermas:
"O Espírito Santo, que é preexistente, que criou todas as coisas, Deus o fez
habitar no corpo de carne que Ele quis. Pois bem. Esta carne em que o Espírito
Santo habitou serviu bem ao Espírito, caminhando em santidade e pureza, sem
macular absolutamente nada o mesmo Espírito. Como [essa carne] tinha, pois,
levado uma conduta excelente e pura, e tomado parte em todo trabalho do
Espírito e cooperado com Ele em todo negócio, portando-se sempre forte e
valorosamente, Deus a tornou partícipe juntamente com o Espírito Santo. Com
efeito, a conduta desta carne agradou a Deus, por não ter se maculado sobre a
terra enquanto teve consigo o Espírito Santo. Assim, pois, tomou por conselheiro
a seu Filho e os anjos gloriosos para que esta carne, que tinha servido sem
reprovação ao Espírito, alcançasse também algum lugar de repouso e não
parecesse ter perdido a recompensa pelo seu serviço, porque toda a carne em
que habitou o Espírito Santo, se encontrada pura e sem mancha, receberá sua
recompensa" (5ª Parábola, 6,5-7).42
40
Padres Apostólicos, Daniel Ruiz Bueno, (BAC 65), Pág. 84.
41
Ibid. Pág. 688.
42
Ibid. Pág. 1020
115
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Foi consagrado bispo da Antioquia pelas próprias mãos de São Pedro e São
Paulo, segundo afirma São João Crisóstomo (embora as Constituições
Apostólicas afirmem que Pedro consagrou Evódio e Paulo a Inácio). Eusébio
de Cesaréia afirma (Hist. Ecles. 3,22) que [Inácio] sucedeu a Evódio (primeiro
bispo de Antioquia) e em sua "Crônica" aponta o tempo de seu episcopado
entre o 1º ano de Vespasiano (70 d.C.) e o 10º de Trajano (107 d.C.).
"Inácio, por sobrenome Téoforo [=portador de Deus], à abençoada em grandeza
de Deus com plenitude; à predestinada desde antes dos séculos para servir para
sempre, para glória duradoura e imutável, glória unida e eleita pela graça da
verdadeira Paixão e por vontade de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Deus; à
Igreja digna de toda bem-aventurança, que está em Éfeso, na Ásia, minha
cordialíssima saudação em Jesus Cristo e na alegria imaculada" (Epístola aos
Efésios 1).43
"A verdade é que nosso Deus Jesus, o Ungido, foi levado por Maria em seu seio
conforme a dispensação de Deus, certamente da descendência de Davi, mas
por obra do Espírito Santo. Ele nasceu e foi batizado a fim de purificar a água
com a sua Paixão" (Epístola aos Efésios 18,2).45
"Permitam que eu seja imitador da Paixão do meu Deus" (Epístola aos Romanos
4,3).
"Eu glorifico a Jesus Cristo, Deus, que é quem os tem feito sábios até tal ponto,
pois percebi muito bem de quão mergulhados estais da fé imutável, como se
estivésseis pregados, em carne e espírito, na cruz de Jesus Cristo" (Epístola aos
Esmirniotas 1,1).47
Para Santo Inácio, Cristo está acima do tempo e é atemporal, o que é uma forma
de dizer que existe desde toda a eternidade:
43
Ibid. Pág. 447.
44
Ibid. Pág. 451.
45
Ibid. Pág. 457.
46
Ibid. Pág. 474.
47
Ibid. Pág. 488.
116
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
"Aguardai Aquele que está acima do tempo, o Intemporal; o Invisível, que por
nós se tornou visível; o Impalpável, o Impassível, que por nós se fez passível;
aquele que, por todos os modos, sofreu por nós" (Carta a Policarpo 3,2). 48
48
Ibid. Pág. 498-499.
49
Retirado de Padres Apologetas Griegos, Daniel Ruiz Bueno (BAC 116), Pág.
130.
50
Ibid. Pág. 660-661.
117
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
51
Ibid. Pág. 661.
52
Ibid. Pág. 602.
53
Patrología I, Johannes Quasten (BAC 206), Pág. 240.
118
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
primeira base, que suspendeu a terra em seu lugar, que secou os abismos, que
estendeu o firmamento, que pôs ordem no mundo" (Homilia sobre a Paixão 82). 54
Bispo de Esmirna e mártir, teve contato com a Era Apostólica por ser discípulo
de São Policarpo que, por sua vez, tinha sido discípulo do Apóstolo São João.
Célebre por seu tratado "Contra as Heresias", em que combate as heresias de
seu tempo, especialmente os gnósticos, expressa com clareza, nessa obra, a
fé trinitária da Igreja em um só Deus Pai, um só Senhor Jesus Cristo e no
Espírito Santo. Para o bispo, Jesus Cristo é para os cristãos "Senhor, Deus,
Salvador e Rei". Particularmente importante é seu testemunho sobre como
essa doutrina é pregada e professada por todas as Igrejas do orbe, como se
tivessem uma só boca e um só coração. Este testemunho é bem anterior ao
Concílio de Nicéia:
"A Igreja, estendida pelo orbe do universo até os confins da terra, recebeu dos
Apóstolos e de seus discípulos a fé em um só Deus Pai soberano universal 'que
fez os céus e a terra e o mar e tudo quanto neles existe'; e em um só Jesus Cristo
Filho de Deus, que se encarnou para a nossa salvação; e no Espírito Santo, que
pelos profetas proclamou as economias e o advento, a geração por meio da
Virgem, a Paixão, a ressurreição dentre os mortos e a ascensão aos céus do
amado Jesus Cristo nosso Senhor; e seu [novo] advento dos céus, na glória do
Pai, para recapitular todas as coisas e para ressuscitar toda carne do gênero
humano, de forma que diante de Jesus Cristo, nosso Senhor, Deus, Salvador e
Rei, segundo o beneplácito do Pai invisível, 'todo joelho se dobre no céu, na terra
e nos infernos, e toda língua o confesse'. Ele julgará todos justamente: os
'espíritos do mal', os anjos que caíram, os homens apóstatas, ímpios, injustos e
blasfemos, para enviá-los para o fogo eterno; e para dar como prêmio, aos justos
e santos que observam os seus mandamentos e perseveram no seu amor,
54
Ibid Pág. 241.
Retirado de The Faith of the Early Fathers, Vol. I, William A. Jurgens, Pág.
55
81.
119
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Ireneu interpreta que quando Deus diz: "Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança", está falando ao Filho e ao Espírito Santo. Afirma que Cristo é
gerado, porém ninguém conhece os mistérios desta geração, razão pela qual é
em vão que os hereges gnósticos tentam explicá-la.
"Assim pois, se alguém nos pergunta: 'Como o Pai emitiu o Filho?', respondemos
que esta produção, ou geração, ou pronúncia, ou parto, ou qualquer outro nome
que se queira dar a esta origem, é inefável. Não a conhecem nem Valentim, nem
Marcião, nem Saturnino, nem Basílides, nem os anjos, nem os poderes, nem as
potestades, mas apenas o Pai que O gerou e o Filho que Dele nasceu. Sendo,
pois, inefável esta geração, quem quer que se atreva a narrar as gerações e
emanações não está em seu são juízo quando promete descrever o indescritível"
(Contra as Heresias 2,28,6).
Mais claro ainda encontra-se no livro 3, quando volta a declarar que Cristo é
Deus, Senhor, sempre Rei, Unigênito e Verbo encarnado:
"Que ninguém entre todos os filhos de Adão seja chamado Deus por si mesmo
ou proclamado Senhor o demonstramos pelas Escrituras. E que apenas Ele
[Jesus], entre todos os homens de seu tempo, seja proclamado Deus, Senhor,
sempre Rei, Unigênito e Verbo encarnado, por todos os Profetas e Apóstolos e
ainda pelo próprio Espírito, é algo que podem constatar todos aqueles que
aceitam um mínimo de verdade" (Contra as Heresias 3,19,2).
Ensina que Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem:
"As Escrituras não dariam todos estes testemunhos a respeito Dele se fosse
apenas um homem semelhante a todos [nós]. Porém, como teve uma geração
sobretudo iluminada do Pai Altíssimo e também por ter sido concebido da
Virgem, as divinas Escrituras testemunham ambas as coisas sobre Ele: que é
homem sem beleza e passível, que se sentou sobre o dorso de uma asna, que
ingeriu fel e vinagre, que foi desprezado pelo povo e que desceu até a morte;
porém, que é também Senhor Santo e Conselheiro admirável, formoso à vista,
Deus forte, que vem sobre as nuvens como Juiz de todos. Isto é o que as
Escrituras profetizam acerca Dele.
Enquanto homem, o era para ser tentado; enquanto Verbo, para ser glorificado.
O Verbo repousou para que pudesse ser tentado, desonrado, crucificado e
morto, habitando naquele Homem que vence e suporta [o sofrimento], que se
comporta como homem de bem, ressuscita e é elevado ao céu. Este é o Filho
de Deus, Senhor nosso, Verbo existente do Pai e filho do homem porque nasceu
da Virgem Maria, que teve sua origem nos homens, pois ela mesma era um ser
humano; teve gestação enquanto homem e assim chegou a ser filho do homem"
(Contra as Heresias 3,19,2-3).
"O Pai sustenta ao mesmo tempo toda a sua criação e o seu Verbo; e o Verbo,
que o Pai sustenta, concede a todos o Espírito segundo a vontade do Pai: a uns,
na própria Criação, lhes dá [o espírito] da criação, que é criado; a outros, o da
adoção, isto é, o que provém do Pai, que é obra de sua geração. Assim se revela
como único o Deus e Pai que está acima de tudo, através de todas [as coisas] e
em todas as coisas. O Pai está sobre todos os seres e é a cabeça de Cristo
(1Coríntios 11,3); através de todas as coisas, age o Verbo, que é Cabeça da
121
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Igreja; e em todas as coisas porque o Espírito está em nós, o qual é água viva
(João 7,38-39) que Deus outorga àqueles que crêem retamente Nele e O amam,
sabendo que 'um só é o Pai que está sobre todas, por todas e em todas as
coisas'" (Contra as Heresias 5,18,2).
CLEMENTE DE ALEXANDRIA (MEADOS DO SÉC. II - ANTERIOR A 215)
Nasceu por volta do ano 150, provavelmente em Atenas, de pais pagãos. Após
se tornar cristão, viajou pelo sul da Itália, Síria e Palestina à procura de mestres
cristãos, até que chegou em Alexandria. Os ensinamentos de Panteno (chefe da
escola catequética de Alexandria, no Egito) fizeram com que fixasse residência
ali. No ano 202, a perseguição de Sétimo Severo o obrigou a abandonar o Egito
e a se refugiar na Capadócia, onde faleceu pouco antes de 215. Seu
conhecimento dos escritos pagãos e da literatura cristã é notável. Segundo
Quasten, em suas obras se encontram cerca de 360 citações dos clássicos, 1500
do Antigo Testamento e 2000 do Novo Testamento. Por isso, é considerado
cronologicamente como o primeiro sábio cristão conhecedor profundo não
apenas da Sagrada Escritura como também das obras cristãs anteriores a ele e,
inclusive, obras da literatura profana. Em sua obra "O Protréptico" ou "Exortação
aos Gregos", escreve:
"A Palavra, então, o Cristo, é a causa de nosso antigo princípio - porque Ele
estava com Deus - de nosso bem-estar. E agora esta mesma Palavra apareceu
como homem. Apenas Ele é Deus e Homem, e fonte de todas as coisas boas. É
por Ele que nos ensina a viver bem e, então, somos mandados para a vida eterna
(...) Ele é o cântico novo, a manifestação que agora nos foi feita, da Palavra que
existiu no princípio e antes do princípio. O Salvador, que existiu antes, apareceu
apenas posteriormente. Ele, que apareceu, está Nele que é, pela Palavra que
estava com Deus, a Palavra pela qual todas as coisas foram feitas; apareceu
como nosso Mestre e Ele, que nos concedeu a vida no princípio quando, como
nosso Criador, Ele nos formou; agora que Ele apareceu como nosso Mestre, nos
ensinou a viver bem de modo que, logo, como Deus, poderá nos dar abundância
na vida eterna" (Exortação aos Gregos 1,7,1).57
Mais adiante, na mesma obra, continua aprofundando sua teologia do Logos,
afirmando que a Palavra divina é "evidentemente verdadeiro Deus",
acrescentando ainda que estava "no mesmo nível" do Pai, o que provaria que
não tinha inclinações subordinacionistas:
"Desdenhado na sua aparência, porém, na verdade adorado, o Expiador, o
Salvador (...), a Palavra divina, Ele que é absolutamente e evidentemente Deus
verdadeiro, Ele que está no mesmo nível do Senhor do universo porque era seu
Filho e a Palavra estava com Deus" (Exortação aos Gregos 10,110,1).[20]
57
The Faith of the Early Fathers, Vol. I, William A. Jurgens, Pág. 176.
122
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
inoxidável; o ministro de seu Pai, a Palavra que é Deus; que está no Pai, que é
a mão direita do Pai; e, com a forma de Deus, é Deus. Ele é para nós uma
imagem irrepreensível..." (O Pedagogo 1,2).58
Em seu comentário sobre 1João, escreve:
"O Filho de Deus, sendo, por igualdade de substância, um com o Pai, é eterno e
não-criado".
"Tendo, pois, Deus o seu Verbo imanente em suas próprias entranhas, o gerou
com sua própria sabedoria, emitindo-o antes de todas as coisas. Ele teve este
Verbo por ministro de sua criação e através Dele fez todas as coisas (...) Isto se
chama 'princípio', pois é Príncipe e Senhor de todas as coisas por Ele criadas"
(A Autólico 2,10).60
58
New Advent Encyclopedia,
http://www.newadvent.org/fathers/02091.htm.
59
Patrología I, Johannes Quasten (BAC 206), Pág. 236.
60
Padres Apologetas Griegos, Daniel Ruiz Bueno (BAC 116), Pág. 796.
61
Ibid. Pág. 813.
123
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
62
Retirado de New Advent Encyclopedia,
http://www.newadvent.org/fathers/0407.htm.
63
Ibid. http://www.newadvent.org/fathers/0317.htm.
124
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
do Pai": "Filium non aliunde deduco, sed de substantia Patris"; e o Espírito é "do
Pai pelo Filho": "Spiritum non aliunde deduco quam a Patre per Filium":
"Se a pluralidade na Trindade te escandaliza, como se não estivesse ligada na
simplicidade da união, te pergunto: como é possível que um ser, que é pura e
absolutamente um e singular, fale no plural: 'Façamos o homem à nossa imagem
e semelhança'? Não deveria, antes, ter dito: 'Eu faço o homem à minha imagem
e semelhança', já que é um Ser único e singular? No entanto, na passagem que
segue, lemos: 'Eis que o homem foi feito como um de nós'. Ou Deus nos engana
ou goza de nós ao falar no plural, já que Ele é único e singular. Ou será que se
dirigia aos anjos, como interpretam os judeus, já que não reconhecem o Filho?
Ou será que Ele, sendo Pai, Filho e Espírito, falava no plural, considerando-se
múltiplo? Certamente, a razão é porque tinha ao seu lado uma segunda Pessoa,
seu Filho e Verbo, e uma terceira Pessoa, o Espírito no Verbo. Por isso,
empregou deliberadamente o plural: 'Façamos - nossa imagem - um de nós'.
Com efeito, com quem criava o homem? À semelhança de quem o criava?
Falava, por um lado, com o Filho, que deveria um dia se revestir da carne
humana; por outro lado, [falava] com o Espírito, que devia um dia santificar o
homem, como se falasse com outros tantos ministros e testemunhas" (Contra
Praxéas 12).
Continua, posteriormente, no mesmo capítulo:
"Agora se Ele também é Deus, conforme João, [que diz] 'E a Palavra era Deus',
então você tem dois seres: um que ordena que as coisas sejam feitas e outro
que executa a ordem e cria. Nesse sentido, no entanto, você deve entender que
Ele é outro, como já expliquei, quanto à personalidade, não quanto a substância;
nesse modo de distinção, não de divisão. Assim devo manter que há uma só
substância em três [Pessoas] coerentes e inseparáveis" (Contra Praxéas 12).
125
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
bíblico. Viveu em Alexandria até o ano 231, passando seus últimos 20 anos de
vida em Cesaréia Marítima (Palestina) ou viajando pelo Império Romano. Foi o
maior mestre da doutrina cristã de sua época e exerceu uma extraordinária
influência como intérprete bíblico. Cabe ressaltar que alguns de seus
ensinamentos não foram ortodoxos. Muito interessante para o tema que
abordamos foi o debate de Orígenes com Heráclides, descoberto em alguns
papiros encontrados em Toura, localidade próxima do Cairo, em 1941. Ali se
apresenta um debate completo que teve origem nas opiniões de Heráclides
sobre a doutrina trinitária, que preocupavam seus irmãos no episcopado. Estes
chamam Orígenes para discutir a questão. Este debate foi realizado na
presença do povo e dos bispos por volta do ano 245. A este respeito, comenta
Quasten:
"Heráclides não gostava da fórmula de Orígenes 'dois Deuses' (δ?ο θεο?) como
a única maneira para se expressar claramente a distinção entre o Pai e o Filho.
Implicava em perigo demasiadamente grave de politeísmo. No debate, Orígenes
faz esta observação: 'Já que nossos irmãos se escandalizam ao ouvir que
existem dois deuses, este assunto merece ser tratado com delicadeza'. Recorre
a seguir à Bíblia para demonstrar em qual sentido os dois podem ser um. Adão
e Eva eram dois, no entanto, formavam uma só carne (Gênese 2,24). Cita depois
São Paulo, o qual, falando da união do homem justo com Deus, diz: 'Aquele que
se achega ao Senhor se torna um espírito com Ele' (1Coríntios 6,17). Finalmente,
invoca como testemunho o próprio Cristo, porque disse: 'Eu e meu Pai somos
um'. No primeiro exemplo, havia unidade de 'carne'; no segundo, 'de espírito'; no
terceiro, de 'divindade'. Observa Orígenes: 'Nosso Senhor e Salvador, em sua
relação com o Pai e Deus do universo, não é uma só carne, nem apenas um só
espírito, mas algo muito mais elevado que a carne e o espírito: um só Deus".
Assim, Orígenes defende que o Pai e o Filho são divinos, contra [as heresias do]
Monarquianismo e Modalismo. Termina o interrogatório de Orígenes a
Heráclides com o seguinte acordo:
"Orígenes disse: O Pai é Deus?
Respondeu Heráclides: Sim.
Orígenes disse: O Filho é distinto do Pai?
Respondeu Heráclides: Como poderia ser simultaneamente Filho e Pai?
Orígenes disse: O Filho, que é distinto do Pai, é também Deus?
Respondeu Heráclides: Também Ele é Deus.
Orígenes disse: Deste modo, os dois Deuses formam um só?
Respondeu Heráclides: Sim.
Orígenes disse: Por conseguinte, afirmamos que existem dois Deuses?
Respondeu Heráclides: Sim, porém o poder é único (δ?ναμη μ?α εστ?ν)".
Definição esta bem anterior a Nicéia e que, ainda sem precisar a terminologia,
serve para expressar o próprio sentir. Assim, com este acordo diante do povo e
dos bispos, Cristo foi proclamado como Deus, embora sendo uma Pessoa
distinta do Pai. Defendia-se desta forma a individualidade das Pessoas divinas
contra o Modalismo e se esclareciam os temores de que, ao se reconhecer Cristo
e o Pai como Deus, caía-se no Politeísmo.
126
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Porém, Orígenes possui alguns textos confusos, a ponto de parecer tender para
o Subordinacionismo. Entre os que o acusam de ter professado este erro
encontra-se São Jerônimo; mas outros Padres da Igreja, como Santo Atanásio
e São Gregório Taumaturgo o negam. Um dos textos em que parece ser
subordinacionista é este:
"Nós, que cremos no Salvador quando diz: 'O Pai que me enviou é maior do que
eu', e por essa mesma razão não permite que lhe seja aplicado o apelativo de
'bom' em seu sentido pleno, verdadeiro e perfeito, atribuindo-o ao Pai, dando
graças e condenando quem glorificasse o Filho em demasia, nós dizemos que o
Salvador e o Espírito Santo estão muito acima de todas as coisas criadas, por
uma superioridade absoluta, sem comparação possível; porém, dizemos
também que o Pai está acima Deles tanto ou até mais do que Eles estão acima
das criaturas mais perfeitas (In Ioh. 13,25).65
SÃO JUSTINO (165 D.C.)
Mártir da fé cristã por volta do ano 165 (foi decapitado), é considerado o maior
apologista do século II. No Diálogo com Trifão, refere-se a Cristo como 'Deus
64
Patrología I, Johannes Quasten (BAC 206), Pág. 389.
65
Ibid. Pág. 390.
127
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
66
Retirado de Padres Apologetas Griegos, Daniel Ruiz Bueno (BAC 116), Pág.
409-412.
67
Ibid. Pág. 526.
128
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Nascido por volta do ano 213, foi bispo de sua cidade natal, Neocesaréia.
Compôs um breve símbolo de fé, sobre o qual Quasten comenta: "embora se
limite ao dogma da Trindade, é notável por sua exatidão de conceitos e afirma
que nenhuma das Pessoas divinas nunca ficaram uma sem as outras e que
existiram sempre sem mudanças".
"Há um só Deus, Pai do Verbo vivente, da Sabedoria subsistente, do Poder e da
Imagem eterna; gerador perfeito do gerado perfeito, Pai do Filho Unigênito. Há
um só Senhor, Único do Único, Deus de Deus, Figura e Imagem da Divindade,
Verbo Eficiente, Sabedoria que abraça todo o universo e Poder que cria o mundo
inteiro, Filho verdadeiro do Pai verdadeiro, Invisível do Invisível, Incorruptível do
Incorruptível, Imortal do Imortal, Eterno do Eterno. E há um só Espírito Santo,
que tem sua subsistência de Deus e foi manifestado aos homens pelo Filho:
Imagem do Filho, Imagem Perfeita do Perfeito, Vida, Causa dos viventes,
Manancial Sagrado, Santidade que comunica a santificação, em quem se
manifestam Deus Pai - que está acima de todos e em todos - e Deus Filho - que
é através de todos. Há uma Trindade perfeita, em glória, em eternidade e em
majestade, que não está dividida nem separada. Não há, conseqüentemente,
nada criado nem escravo da Trindade, nem tampouco nada sobre-acrescentado,
como se não tivesse existido em algum tempo anterior e fosse introduzido
depois. E, assim, nem nunca o Filho falou ao Pai, nem o Espírito Santo ao Filho;
68
Ibid. Pág. 194.
129
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
69
Retirado de Patrología I, Johannes Quasten (BAC 206), Pág. 433.
70
Ibid. Pág. 529.
71
Ibid. Pág. 531.
130
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
"Se alguém pudesse ser batizado pelos hereges, poderia certamente receber
também o perdão de seus pecados. Se recebesse o perdão dos pecados,
poderia ser santificado. Se fosse santificado, poderia se tornar um templo de
Deus. Se fosse um templo de Deus, então eu te pergunto: De qual Deus? Do
Criador? Porém, isso não é possível, porque ele não crê Nele. De Cristo? Quem
nega que Cristo seja Deus não pode se transformar em Seu templo. Do Espírito
Santo? A partir do momento em que os Três são Um, como seria possível ao
Espírito Santo ser reconciliado com aquele que é um inimigo do Filho ou do Pai?"
(Epístola 73,12).[36]
72
Retirado de The Faith of the Early Fathers, Vol. I, William A. Jurgens, Pág.
81.
73
Ibid. Pág. 232-233.
131
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Também declara que o Arianismo é uma blasfêmia pois afirma que Cristo é um
ser criado e que, por ser Cristo a Palavra, Sabedoria e poder de Deus, pode ter
havido um tempo em que o Pai existisse sem Ele:
"É blasfêmia, portanto, e até pior, dizer que o Senhor foi de alguma forma
criado. Porém, se veio a ser Filho, então Ele não foi [criado], como Ele diz de si
mesmo; Ele está no Pai e se você conhece a Divina Escritura, ela diz que
Cristo é a Palavra, a Sabedoria e o Poder; e esses atributos são poderes de
Deus. Então Ele sempre existiu. Ora, se Ele veio a ser [criado], houve uma
época em que esses atributos não existiam e, conseqüentemente, nesse tempo
Deus estava sem eles; isso é um completo absurdo" (Carta de Dionísio de
Roma a Dionísio de Alexandria 1).
"É necessário, no entanto, que a Palavra divina [Jesus Cristo] esteja unida ao
Deus do universo; e o Espírito Santo deve respeitar e habitar em Deus.
Portanto, a Trindade Divina deve ser reunida em Uma, como se fosse um
ápice, quero dizer, o Deus onipotente do universo" (Carta de Dionísio de Roma
a Dionísio de Alexandria 2).
74
Ibid. Pág. 249.
132
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
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Arca da Aliança
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Santo Agostinho dizia que os corpos dos Santos são instrumentos dos quais se serve o
Espírito Santo para realizar suas obras. Por isto os seus restos mortais são honrados
desde o início da Igreja. Por exemplo, as Atas do Martírio de S. Policarpo (+156) de
Esmirna, como já vimos, dizem que após a morte do mártir, entregue ao fogo, os fiéis
foram recolher as suas cinzas.
A veneração é confirmada pela convicção de que os corpos dos Santos foram templos
do Espírito Santo e instrumentos por Este utilizados para produzir boas obras. A certeza
de que os homens e as mulheres ressuscitarão no fim dos tempos, incutiu nos cristãos,
desde os primeiros séculos, o grande apreço aos despojos mortais dos Santos, pela
dignidade de terem sidos templos do Espírito Santo durante a vida presente:
“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros
de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum!… Ou não sabeis que
75
O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área
pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é
Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da
Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento
XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova,
apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o
programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em
todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola
e Canção Nova.
138
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus
e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (1Cor 6,15-20).
Isto não significa que “Deus recolherá as cinzas espalhadas de cada cadáver para
realizar a ressurreição, mas a matéria primeira (no sentido aristotélico-tomista) unida à
alma do indivíduo assumirá as feições do respectivo corpo, tornando-se a carne gloriosa
correspondente a tal alma”. (D. Estevão Bettencourt, P.R. Nº 336 – Ano: 1990 – pág.
226)
O culto das relíquias está ligado ao culto de veneração (não adoração) dos santos; e é
algo espontâneo e faz parte dos sentimentos humanos. Toda família respeita e guarda
com carinho as lembranças e os pertences de seus queridos falecidos. Seria injusto e
até maldoso impedir que a viúva guardasse com carinho as fotos, o Terço, um lenço,
etc., do seu amado esposo falecido.
Uma relíquia é um fragmento de osso ou um objeto que tenha alguma relação com
um(a) Santo(a), aos quais os católicos prestam veneração ou reverência.
Tal atitude é tão natural que se encontra também fora do Catolicismo. Assim os
muçulmanos guardam na mesquita de El Jazzar em Akko (Israel) alguns pelos da barba
de Maomé, que todos os anos são apresentados aos devotos durante o mês do
Ramadã. Em 1988 as autoridades soviéticas (comunistas), para comemorar o
aniversário do Batismo da Rússia, devolveram ao Patriarca de Moscou as relíquias
conservadas no Kremlin.
O costume das relíquias dos santos vem desde o início do cristianismo. Primeiramente
os mártires foram cultuados; o povo de Deus recolhia seus corpos e os sepultava com
reverência. As sepulturas dos mártires eram visitadas por peregrinos; muitos queriam
ser sepultados junto a um mártir pois julgavam que este mais intercederia por eles no
Céu.
“Ensinem os Bispos diligentemente que devem ser venerados pelos fiéis os sagrados
corpos dos santos mártires e dos outros que vivem com Cristo, [corpos] que foram
139
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
membros vivos de Cristo e templos do Espírito Santo (cf. 1Cor 3, 16; 6, 15.17.19; 2Cor
6,16) e que por Ele hão de ser ressuscitados para a vida eterna e glorificados e pelos
quais concede Deus aos homens muitos benefícios. Por isso, aqueles que afirmam que
às relíquias dos santos não se deve prestar veneração e honra, ou que elas e outros
sagrados restos mortais são inutilmente venerados pelos fiéis, ou que em vão se cultua
a memória deles para lhes pedir ajuda: [aqueles que tais coisas afirmam] devem ser de
todo condenados, como já antigamente os condenou e agora também os condena a
Igreja” (Collantes, FC nº 7255).
“Quando o rei Senaquerib, fugindo da Judéia ao castigo com que Deus o ferira por suas
blasfêmias, mandou assassinar, na sua ira, um grande número de israelitas, Tobit
sepultou os seus cadáveres. (Tb 1, 21)
“Quando o sol se pôs, ele foi e o sepultou. Seus vizinhos criticavam-no unanimemente.
Já uma vez ordenaram que te matassem, precisamente por isso, e mal escapaste dessa
sentença de morte, recomeças a enterrar os cadáveres! Mas Tobit temia mais a Deus
que ao rei, e continuava a levar para a sua casa os corpos daqueles que eram
assassinados, onde os escondia e os sepultava durante a noite. (Tb 2,3-9)
A Bíblia mostra também como Deus, mediante o manto de Elias, se dignou realizar um
milagre: Eliseu, ferindo as águas do Jordão com essa relíquia do grande profeta,
conseguiu separá-las em duas bandas:
“Apanhou o manto que Elias deixara cair, e voltando até o Jordão, parou à beira do rio.
Tomou o manto que Elias deixara cair, feriu com ele as águas, dizendo: Onde está o
Senhor, o Deus de Elias? Onde está ele? Tendo ferido as águas, estas separaram-se
para um e outro lado, e Eliseu passou.” (2Rs 2,14)
Lemos também que os ossos de Eliseu, postos em contato com um cadáver, tornaram-
se instrumentos para a ressurreição do mesmo:
“Eliseu morreu e foi sepultado. Guerrilheiros moabitas faziam cada ano incursões na
terra. Ora, aconteceu que um grupo de pessoas, estando a enterrar um homem, viu uma
turma desses guerrilheiros e jogou o cadáver no túmulo de Eliseu. O morto, ao tocar os
ossos de Eliseu, voltou à vida, e pôs-se de pé.” ( 2Rs 13,21).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
No Novo Testamento há também muitas passagens que dão base sólida à veneração
das relíquias.
Nos Atos dos Apóstolos São Lucas narra milagres e exorcismos ocorridos com relíquias
de São Paulo ainda em vida:
“Deus realizava milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços
e outros panos que haviam tocado o seu corpo, eram aplicados aos doentes; então
afastavam-se destes as moléstias e eram expulsos os espíritos malignos”. (At 19,11s)
Os fiéis estimavam e guardavam tais objetos com profunda veneração. Mas depois do
episódio acima, São Lucas faz questão de dissipar a impressão de que os milagres
efetuados por intermédio de Paulo tenham tido algo de comum com as artes mágicas
de judeus ou pagãos:
“Muitos dos que haviam acreditado (em Cristo), iam confessar e declarar as suas obras.
Muitos também, que tinham exercido artes mágicas, ajuntaram os seus livros e
queimaram-nos em presença de todos. Calculou-se o seu valor, e achou-se que
montava a cinquenta mil moedas de prata.” (At 19, 18-20).
O Evangelho de São Mateus conta o caso daquela mulher hemorroísa que foi curada
tocando o manto de Cristo:
“Eis que uma mulher que, havia doze anos, sofria de um fluxo de sangue, se aproximou
dele por trás e Lhe tocou a orla do manto. Dizia consigo: “Se eu tocar ainda que seja
apenas as suas vestes, serei curada”. Jesus voltou-se então e, vendo-a, lhe disse: “Tem
confiança, minha filha, a tua fé te salvou”. (Mt 9,20ss)
Chama de modo particular a nossa atenção Jesus ter permitido que a mulher tocasse
seu manto; ela acreditava que o Senhor poderia curá-la pelo toque do seu manto.
O apologista Quadrato, afirma que no séc. II, em Nazaré, onde Jesus foi criado, a
população ainda conservava relhas de arado confeccionadas por Jesus. Nas
comunidades visitadas ou catequizadas por São Pedro, São Paulo, São João ou fiéis
guardavam tudo que lhes pudesse lembrá-los (suas cartas e os seus despojos mortais,
os objetos de uso).
“Ela me fez uma obra; …embalsamou antecipadamente o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo: onde quer que for pregado no mundo este Evangelho, será
narrado o que ela acaba de fazer para se conservar a lembrança dessa mulher” (Mc
14,6-9; Mt 26, 9-12; Jo 12,7).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Com este elogio Jesus aprovava solenemente a veneração do seu corpo sagrado após
a morte. Então, os cristãos viam ai um convite a que se tratasse de modo semelhante
os corpos de todos os justos inseridos no mesmo Corpo de Cristo pelo Batismo.
Esta reverência que vem dos primeiros séculos, e recomenda que os cadáveres sejam
sepultados e não cremados. Nos séculos XVIII a XX a Igreja se opôs formalmente à
cremação, porque a Maçonaria a praticava para afirmar que o cadáver humano é lixo e
deveria ser tratado como lixo. Mas, a partir de 1964 a Igreja passou a aceitar a
incineração, por razões de urbanismo, higiene, economia, mas desde que isto não seja
para desprezar o corpo humano ou a fé na ressurreição. Cada um pode decidir o destino
a ser dado a seu corpo após a morte. O Catecismo da Igreja diz:
Em 1587 o Papa Sixto V confiou o controle do culto das relíquias à “Congregação dos
Ritos”, que em 1969 passou a ser a “Congregação para as Causas dos Santos”.
Depois que um servo de Deus é beatificado, é lícito expor suas relíquias à veneração
dos fiéis.
Algumas relíquias que se referem a Cristo são conhecidas e veneradas desde o século
IV; outras foram trazidas para o Ocidente pelos Cruzados no século XII (muitas sem
documentação sólida). Podemos considerar algumas com um certo fundamento.
A Cruz de Cristo
Segundo São Cirilo de Jerusalém, em 348 havia ali um grande fragmento da Santa Cruz,
como atesta ele em suas Catequeses Batismais (4, 10; 10, 19; 13, 4):
“Até a presente data pode ser visto entre nós… mas, em virtude dos extratos que a fé
multiplicou, foi distribuído em pequenos fragmentos por toda a terra”.
Pode-se acreditar que Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, no século IV, após
pesquisas na Terra Santa, encontrou a Cruz de Cristo e depositou um pedaço
relativamente grande da Cruz em seu palácio “Sessorianum”, que veio a ser
posteriormente a basílica da Santa Cruz em Roma. É desse fragmento grande que
provavelmente tenham saído os pedacinhos da Cruz existentes na basílica do Latrão e
no Vaticano.
142
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Em Paris o rei Qcldeberto mandou construir a basílica da Santa Cruz para guardar um
fragmento da mesma, local hoje dito “Saint Germain-des-Prés”. Pouco depois Santa
Radegunda recebia em Poitiers (França) a relíquia da Cruz que o Imperador bizantino
Justino II lhe enviava (569).
Entre as outras relíquias da Paixão de Jesus, algumas são atestadas desde os séculos
V e VI, como o título da Cruz de Cristo, a coluna da flagelação, a coroa de espinhos e
os cravos, que várias comunidades reivindicaram para si.
O Santo Sudário de Turim, que revestiu o corpo de Cristo é certamente a relíquia mais
importante da Paixão do Senhor, e tem sido estudado pelos cientistas. Cada vez mais
vai ficando provada a sua autenticidade, embora a Igreja ainda não tenha dado uma
palavra final sobre o assunto. Ele é tido como autêntico por pesquisadores de renome.
Sobre o Santo Sudário há muitos livros e artigos em várias revistas.
O Presépio de Jesus em Belém era conhecido pelos cristãos do século III, como
testemunha Orígenes (+250) (Contra Celsum 1.31). A partir do século VII só existem
fragmentos, dos quais os mais notáveis são os da basílica de Santa Maria Maior em
Roma.
Os dois mais antigos documentos relativos á pratica das relíquias dos mártires a Ata do
“Martírio de Santo Bispo Inácio de Antioquia”, redigida em 110 (três anos após a sua
morte em Roma no Coliseu, jogado aos leões) e a do “Martírio de São Policarpo”, bispo
de Esmirna (Àsia menor), escrita logo após sua morte (ano 156 ou 157).
Observe os termos com que se encerra o relato do “Martírio de S. Inácio”, o qual foi
publicamente devorado pelas feras:
“Unicamente as partes mais duras de seus santos despojos haviam escapado (aos
dentes das feras): foram recolhidas, levadas para Antioquia e depositadas num cofre, à
guisa de inestimável tesouro; assim foram elas entregues à santa assembleia dos fiéis
por causa da graça que reside no mártir” (Funk, Patres Apostolici II 284).
“Sou o trigo de Deus, pelos dentes das feras serei moído, para que me torne pão puro
de Cristo” (Aos Romanos 4,1).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Mais claro ainda é o testemunho do “Martírio de S. Policarpo” (carta circular dos cristãos
de Esmirna), que assim descreve o seu martírio:
“Os judeus da cidade imaginaram que os cristãos foram fazer de Policarpo (já
martirizado) um outro Cristo. Vendo então que os judeus se agitavam, o centurião
(romano) mandou colocar o corpo (de Policarpo) no meio da praça e, de acordo com o
costume, fê-lo queimar. Em seguida, nós, tomando os ossos, mais preciosos do que
pérolas de grande valor e mais puros do que o ouro acrisolado, colocamo-los em lugar
conveniente.
Esse texto supõe que logo após o martírio do Santo na cidade de Esmirna, os cristãos
se dispunham a usar do seu direito legal de sepultar com honras seus restos mortais,
contra o que se insurgiram os judeus, o que mostra o caráter profundamente religioso
que os discípulos de Cristo atribuíam ao sepultamento dos mártires; por isto o oficial
romano resolveu mandar queimar os restos mortais de S. Policarpo. Feito isto, os
cristãos, não se dando por vencidos, ainda recolheram as preciosas cinzas, levaram-
nas para lugar oculto, onde as depositaram; e daí em diante propuseram a reunir-se lá
anualmente a fim de celebrar religiosamente o aniversário do martírio (o natalício para
a vida eterna) de Policarpo.
Então, para cultuar o Cristo em um de seus justos já consumado pela Redenção, é que
os cristãos deram início à celebração anual do martírio (ou do natalício) de São
Policarpo. Como se vê, este culto se dirige ao Filho de Deus, pela obra realizada por
Cristo em seu discípulo e mártir. Isto nada tem a ver com as apoteoses pagãs. Quando
a Igreja cultua o Santo, glorifica o Senhor.
Note que as datas desses martírios narrados, 110 e 157, são de uma época em que os
cristãos, perseguidos como eram pelo Império pagão, tinham aversão para com os usos
pagãos; davam a vida justamente para não pactuar com os seus costumes politeístas e
de prestar culto a incenso aos Césares. Os dois documentos se referem à veneração
das relíquias em termos tão claros e espontâneos que mostram que isto não era uma
inovação, mas algo já comum e aprovado na Igreja no primeiro século.
144
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Não se esqueça que os discípulos de João Batista foram buscar o seu corpo e sepultá-
lo com carinho depois que Herodes o mandou degolar:
“Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi,
decapitou João no cárcere… Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo
e o depositaram num sepulcro.” (Mc 6, 27-29)
O mesmo se deu com Santo Estevão: ”Entretanto, alguns homens piedosos trataram de
enterrar Estêvão e fizeram grande pranto a seu respeito.” (At 8,2)
Nos séculos seguintes a devoção aos mártires e aos santos e às suas relíquias foi
crescendo em toda a Igreja, sem qualquer impedimento dos bispos e dos papas. No
séc. III, Tertuliano, famoso escritor, enunciava em poucas palavras a causa mais remota
de tal devoção: “Christus in martyre est. – Cristo está no mártir” (De pudicitia 22). Esta
frase confirma bem que o culto dos heróis cristãos era tido como um culto prestado ao
Senhor Jesus.
No início do séc. V houve a primeira contestação ao culto das relíquias por parte de um
herege Vigilâncio, da Aquitânia, que também atacava a virgindade e o celibato, a vida
monástica, assim como diversos pontos da sagrada Liturgia. São Jerônimo (? 421),
doutor da Igreja, escreveu-lhe uma resposta que é assim resumido por D. Estevão
Bettencourt:
Não obstante, julgam poder tributar veneração (o que não é adoração) a membros
humanos santificados pelo serviço de Deus… Invocando os mártires, os fiéis se inspiram
da mais pura intenção religiosa: quem admite que a oração de um Moisés, de um
Estêvão, de um Paulo, teve valor durante a vida terrestre desses homens de Deus, como
não reconhecerá que ela ainda tem maior valor, agora que estão na glória celeste?
Vigilâncio alegava desordens verificadas junto aos túmulos dos mártires nas noites da
vigília sagrada. São Jerônimo, lhe respondeu dizendo que esses inconvenientes eram
acidentais e não bastavam para se condenar a própria instituição da vigília. Vigilâncio
ainda afirmava que os milagres registrados junto ás sepulturas dos mártires serviam aos
incrédulos, não, porém, a quem já tinha fé.
São Jerônimo lhe responde que não importa tanto saber em favor de quem são
realizados os milagres como saber por que poder são eles efetuados; ora era evidente
que a Onipotência divina se manifestaria em tais portentos, confirmando a fé a devoção
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
dos que a Ela recorriam por intercessão dos mártires. (Revista PR, Nº 509, Ano 2004,
Pg. 513)
Assim, o grande São Jerônimo concebia a defesa do culto das relíquias. Os autores
posteriores, tanto medievais como modernos, só confirmaram e desenvolveram as
ideias do S. Doutor. S. Tomás de Aquino (1274), por exemplo, assim escreveu:
“É evidente que devemos venerar os Santos de Deus como membros de Cristo, filhos e
amigos de Deus e intercessores nossos. Por isto havemos de venerar as suas relíquias
em memória deles; principalmente há de ser venerados os seus corpos, templos e
órgãos do Espírito Santo, que os habitava e por esses corpos agia; aliás, serão
configurados ao Corpo de Cristo pela ressurreição gloriosa. Por isto também o próprio
Deus honra tais relíquias realizando milagres em presença das mesmas” (Suma
Teológica III, qu. 25, art. 6).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
foi lá com muita frequência quase todos os anos, sobretudo por ocasião da festa
solene dos Santos Apóstolos [Pedro e Paulo]. Livre de empecilhos, as
catacumbas tornaram-se um grande centro de devoção, são restauradas e
ornamentadas com novos afrescos. O papa Dâmaso compõe, para muitos
túmulos de mártires, pequenas inscrições em verso, (…) que são excelentes
para se fixar a historicidade dos santos ali sepultados. Não é menos viva a
corrente que arrasta os viajantes para o Oriente. Os Lugares Santos [em
Jerusalém], purificados por Santa Helena dos ultrajes idólatras e adornados com
prestigiosas basílicas, atraem inúmeros peregrinos. (ROPS, Daniel. A Igreja dos
Apóstolos e dos Mártires, Vol I, Quadrante: São Paulo, 1988, p.501).
Assim, já nos primeiros tempos se havia notado certos sinais precursores deste culto
[veneração dos santos]. Os fiéis de Esmirna tinham recolhido as ossadas do seu Bispo
Policarpo, martirizado em 155, e cem anos mais tarde (258), quando São Cipriano [de
Catargo] for decapitado na áfrica, os fiéis estenderão panos sobre o solo para que
fiquem embebidos no sangue do mártir. No século IV, a devoção pelas relíquias torna-
se um hábito quase unânime (…) A descoberta dos corpos dos mártires (…) o achado
de túmulos e ossadas de santos, era tido por um sinal inequívoco de favor divino”
(ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, Vol I, Quadrante: São Paulo,
1988, p.502).
São Jerônimo será obrigado a precisar que as relíquias dos santos não devem ser
‘adoradas’, mas simplesmente ‘honradas como testemunho daquele que é o único que
deve ser adorado’” (ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, Vol I,
Quadrante: São Paulo, 1988, p.503).
(…) Os principais sinais [símbolos usados pelos cristãos] eram: a âncora, o navio, o
Bom Pastor, o Cordeiro com um T ou uma Cruz no dorso, e a cruz em cima da Arca.
(…) O mais célebre é o peixe, muito usado em toda cristandade primitiva; vemo-lo
reproduzido muitas vezes nos ‘grafitti’ e na decoração. Era uma alusão a Cristo – que
disse aos seus fiéis que eles seriam ‘pescadores de homens’ –, e fazia pensar nos
peixes multiplicados por milagre, juntamente com o pão. Mas, num tempo em que o
grego era a língua oficial, esse sinal [o peixe] permitia principalmente um jogo de
palavras (…). A palavra ‘Ichthys’, em grego ‘peixe’, era formada das cinco palavras que
designam Jesus Cristo como Deus, Filho e Salvador: ‘Iesous Chistos Theou Yios Sôtér’.
Assim, nas catacumbas, vê-se frequentemente representado um peixe que tem sobre o
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
dorso o cesto de pães eucarísticos” (ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e dos
Mártires, Vol I, Quadrante: São Paulo, 1988, p.197, Nota nº4).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
A Bíblia conta que a mulher com hemorragia tocou as vestes de Jesus enquanto
ele estava a caminho de realizar outro milagre (a cura da filha de Jairo).
Imediatamente o sangramento da mulher foi curado e ela sentiu que seu corpo
estava livre da enfermidade. De acordo com o evangelho de Marcos, foi quando
Jesus disse: "Filha, a tua fé te curou; vai-te em paz, e fica livre do teu mal".
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Segundo o historiador bizantino Eusébio de Cesareia, após ter sido curada por
Jesus de uma hemorragia crônica que durou 12 anos, a mulher mandou erguer
uma estátua em uma igreja perto das fontes de Cesareia de Filipe para celebrar
o milagre. O local ficaria em frente à casa onde ela morava. Segundo o jornal
Daily Mail, os arqueólogos acreditam que as ruínas encontradas agora sejam
desse templo.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Introdução
Pelo fato dos primeiros cristãos terem vindo do judaísmo, desde os tempos
apostólicos houve uma certa controvérsia no seio da Igreja Antiga, sobre quais
normas dadas por Deus no AT deveriam ou não ser abolidas. A questão torna-
se ainda mais grave pelo fato de que os cristãos oriundos do paganismo
(gentilidade) são evangelizados sem tomarem conhecimento das observâncias
mosaicas. Os primeiros conflitos tornaram-se inevitáveis, obrigando os apóstolos
a se reunirem em Jerusalém para tratar de tal questão (At 15).
Neste contexto qual deveria ser o Dia de Adoração a Deus? O Sábado conforme
fora transmitido por Moisés e os Profetas, ou o Domingo, dia da Ressurreição?
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Todos sabem que no AT, o Senhor instituiu o Sábado como o Seu dia de
adoração. Mas resta a pergunta: por que? Para entendermos o motivo deste
mandamento divino, devemos responder às seguintes perguntas: 1) Por que
Deus instituiu um dia para o Seu culto? 2) Por que o Sábado (Shabath) foi
escolhido para ser este dia?
A resposta para a primeira pergunta encontramos no livro do Deuteronômio,
onde lemos: “Lembra-te de que foste escravo no Egito, de onde a mão forte e o
braço poderoso do teu Senhor te tirou. É por isso que o Senhor, teu Deus, te
ordenou observasses o dia do sábado” (Dt 5,15).
Como vemos a observância de um dia de adoração está relacionada à libertação
que o Senhor proporcionou ao povo Hebreu, quando o tirou do cativeiro no Egito.
Deus manifesta-se como o libertador de Seu povo, manifestando todo o Seu
Poder e Glória, como verificamos no envio das pragas (cf. Ex 8;9;10;11) e depois
ao separar o Mar Vermelho (cf. Ex 14,21-31) para que Israel pudesse finalmente
se ver livre do julgo do Faraó.
O Deus libertador é aquele que guia o Seu Povo à Terra Prometida. Devemos
perceber aqui que a libertação promovida pelo Senhor da escravidão do Egito é
prenúncio da libertação que Cristo posteriormente promoverá da escravidão do
pecado, nos conduzindo à Jerusalém Celestial.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
É o próprio Deus que através dos Profetas do AT anuncia que Seu Acordo se
dará de uma nova forma: “Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um
pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto
que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra
do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver
desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel
depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a
escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E
não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo:
Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o
maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei
mais dos seus pecados” (Jr.31:31-34) (grifos meus).
O pacto da Antiga Aliança seria substituído por um Novo, onde o primeiro foi
apenas uma figura do segundo que é Eterno (cf. Hb 9 ). Neste Novo pacto, o
Senhor instituiria um novo dia para Sua Adoração, pois em um novo dia Ele iria
salvar o seu Povo para sempre, conforme profetizou Oséias: “Farei em favor dela
[Sua nova nação, a Igreja], naquele dia, uma aliança, com os animais
selvagens, com as aves do céu e com os répteis da terra: farei desaparecer da
terra o arco, a espada e a guerra e os farei repousar em segurança. Então
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Na Antiga Aliança, o Sábado foi estabelecido como o Dia de Adoração, pois foi
o Dia da Libertação (cf. Deut 5,15) e o Dia da Plenitude da Criação (cf. Ex 20,11).
Na Nova e Eterna Aliança, o Domingo é estabelecido como o Novo Dia de
Adoração, pelas mesmas razões: é o Dia em que o Senhor nos salvou do
cativeiro do pecado e o Dia em que ressurgindo da Mansão dos Mortos, cessou
o trabalho em Sua nova Criação (a natureza humana incorruptível). Desta forma,
o Domingo também é o Dia da Libertação e da Plenitude da Criação.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
pela aceitação da fé? Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado pelo
Espírito, quereis agora acabar pela carne?” (Gl 3,1-3).
Quem ainda duvidar de que São Paulo também estava se referindo à
observância do Sábado, então veja o que ele escreveu aos Colossenses: “Que
ninguém vos critique por questões de comida ou bebida, pelas festas, luas novas
ou sábados. Tudo isso nada mais é que uma sombra do que haveria de vir, pois
a realidade é Cristo” (Cl 2,16-17) (grifos meus).
São Paulo confirma que o Antigo acordo (que incluía a observância do Sábado)
foi substituído pelo Novo acordo cumprido pela Morte e Ressurreição do Senhor
Jesus (que inclui agora o Domingo como o Dia do Senhor).
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Podemos verificar aqui mais uma vez que a “Ceia do Senhor” não era uma mera
reunião de confraternização, mas uma celebração de culto a Deus.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Conclusão
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
25 de dezembro foi identificado pela primeira vez como a data do nascimento de Jesus
por Sexto Júlio Africano, em 221 e mais tarde tornou-se a data universalmente aceita.
Uma explicação generalizada da origem desta data é que 25 de dezembro foi a
cristianização do dies solis invicti nati ("dia do nascimento do Sol invicto"), uma festa
popular no Império Romano que celebrava o solstício de inverno como um símbolo do
ressurgimento do sol, a chamada Saturnália [palavra derivada de Saturno] celebrada em
Roma, , a festa mitraica que celebrava o Natalis Invicti Solis [Nascimento do Sol Invicto]
que foi criada em 274 d.C pelo imperador Aureliano, e os cultos solares entre os celtas
e os germânicos. (Enciclopédia Barsa 1994 e Dicionário Patrístico e de Antiguidades
Cristãs, p. 979) Na verdade a Saturnália terminava no dia 23 de dezembro e não no dia
25 de dezembro.
Belém no inverno
159
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Nos dias de hoje, graças aos documentos de Qumran*, podemos estabelecer o dia 25
de Dezembro como o dia preciso do nascimento de Jesus. Essa é, de fato, uma
descoberta extraordinária feita por Shemarjahu Talmon, docente judeu, da Universidade
Hebraica de Jerusalém.
2)- Mas sabemos pelo próprio Evangelho de S. Lucas que, precisamente seis meses
antes, tinha sido concebido por Isabel, João, o precursor, que será chamado o Baptista.
A Igreja Católica não tem uma festa litúrgica para esta concepção, mas a Igreja do
Oriente celebra-a solenemente entre os dias 23 e 25 de Setembro; ou seja, seis meses
antes da Anunciação a Maria.
5)- Lucas teve o cuidado de precisar que Zacarias pertencia à classe sacerdotal de
Abias e que quando teve a aparição «desempenhava as funções sacerdotais no turno
da sua classe». Com efeito, no antigo Israel, os que pertenciam à casta sacerdotal
estavam divididos em 24 classes, as quais, alternando-se segundo uma ordem fixa e
imutável, deviam prestar o serviço litúrgico no Templo, por uma semana, duas vezes
por ano. Já se sabia que a classe de Zacarias – a classe de Abias – era a oitava no
elenco oficial. Mas quando é que ocorriam os seus turnos de serviço?
6)- Ora bem, o enigma foi desvendado pelo professor Shemarjahu Talmon, docente na
Universidade Hebraica de Jerusalém, utilizando investigações desenvolvidas também
por outros especialistas e trabalhando, sobretudo, com textos encontrados na Biblioteca
essena de Qumran.
76
FONTE: TOLLEY, Thomas J. The origins of the liturgical year, 2nd ed., Liturgical Press,
Collegeville, MN, 1991 (tradução italiana: Le origini dell’anno liturgico, Queriniana,
Brescia, 1991).
160
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
9)- Eis, portanto, como aquilo que parecia mítico assume, improvisamente, uma nova
feição apodítica – Uma cadeia de acontecimentos que se estende ao longo de 15
meses: em Setembro o anúncio a Zacarias e no dia seguinte a concepção de João; seis
meses depois, em Março, o anúncio a Maria; três meses depois, em Junho, o
nascimento de João; seis meses depois, o nascimento de Jesus. Com este último
acontecimento, chegamos precisamente ao dia 25 de Dezembro; dia que não foi,
portanto, fixado ao acaso.
161
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
77
77
Celebradas pelos judeus
162
A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
Conclusão
Diante dos dados aqui revelados a Igreja primitiva, sem dúvida nenhuma
só pode ser a católica. Pois como bem coloca Alessandro Lima78 em 18
questões.
78
O autor é arquiteto de software, professor, escritor, articulista e fundador do
Apostolado Veritatis Splendor.
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A Igreja Primitiva era católica ou protestante? - Claudio Campos
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79"Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos
os dias, até o fim do mundo”. (São Mateus 28, 20)"
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A maioria dos protestantes não tem bispos, uma hierarquia Cristã que é
bíblica (1 Tm 3,1- 2) e que existiu na história dos primeiros Cristãos e na
Tradição. O Protestantismo se apóia muito em meras tradições de homens
(toda denominação origina da visão de um fundador. Assim que dois ou mais
destes se contradizem um ao outro, o erro está presente). O Protestantismo
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Dave Armstrong (nascido em 1958) é um apologista católico americano , autor
e blogueiro, convertido ao catolicismo em 1990, em grande parte como resultado
da leitura John Henry Cardinal Newman ' s Ensaio sobre o desenvolvimento da
doutrina cristã .. Seu blog , que inclui material de seu site anterior, contém mais
de 2500 artigos em defesa do cristianismo. É premiado e já teve mais de dois
milhões de visitantes. Ele escreveu mais de 18 livros, incluindo The Catholic
Answer Bible .
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Primeira carta de São Clemente ao Corintios CAPÍTULO VII, 2
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Referências bibliográficas:
A.T. ROBERTSON, Volume I, 155,47 — Robertson, Archibald T., Word Pictures
in the New Testament, Nashville: Broadman Press, 1930, 6 volumes.
ORR, Volume II, 866; Volume III, 1999 — Orr, James, editor, The International
Standard Bible Encyclopedia, Grand Rapids, Michigan: Wm. B. Eerdmans
Publishing Co., 5 volumes, 1956.
http://www.theveritasproject.org/confirmation---early-church-fathers.html
http://lonelypilgrim.com/2012/10/21/confirmation-in-scripture-and-church-fathers/
http://www.cin.org/users/jgallegos/confirm.htm
http://www.crossroadsinitiative.com/library_article/41/sacrament_of_confirmation__its_imp
ortance_and_meaning_to_the_early_church_fathers.html
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Mapa da Catacumba de Via Anapo, uma demonstração da extensão das
passagens e túneis nas catacumbas romanas.
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