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Código de Processo Civil de 1973 estabelece em seu art. 100, I, bem como no


art. 94, a competência do foro da residência da mulher nas ações fundadas em
direito pessoal, a ex. Do divórcio. Como já se sabe, tais dispositivos são tidos
pela técnica como normas não cogentes, ou seja, facilmente alteráveis, bastando
haver razões e relação de causalidade para tanto, sendo nomeclaturadas de
normas de competência relativa.
A temática não merece maiores considerações, eis inexistir qualquer tipo de
discussão acerca da relatividade das competências territoriais vitrinadas em
nossa legislação subjetiva civil, tais como as mencionadas nos arts. 94 e 100, I,
do CPC.
Ante a manifesta atecnia de tais dispositivos, o legislador hodierno extirpou
do novo Código de Processo Civil/2015 a regra contida no artigo 100 do CPCde
1973, deixando de existir, com isso, o foro privilegiado da mulher casada.
Mais que isso: o CPC/2015 fixou nova orientação quanto às regras de
determinação do foro competente em ações desse jaez, deixando evidente em
seu art. 53 e incisos que: primeiro, é competente o foro do domicílio daquele
que é guardião de filho incapaz; e, segundo, não havendo filho incapaz, o
último domicílio do casal.
Art. 53. É competente o foro:

I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento


ou dissolução de união estável:

a) de domicílio do guardião de filho incapaz;

b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;

c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do


casal;

Percebe-se que, ao confeccionar o novo Código Subjetivo Civil/2015, o


legislador fez valer a evidente discussão acerca do Princípio da Igualdade de
Gêneros, máxima que infirma distinções de tratamento entre homens e
mulheres. Esse mandamento de ordem genérica estabelece que homens e
mulheres devam ser tratados de forma igualitária, resguardadas a devidas
particularidades, mormente no âmbito jurídico-processual. Foi seguindo essa
orientação, dentre outras, é bem verdade, que o novo CPC acabou com a regra
de foro especial para mulheres casadas.

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