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Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO

Departamento de Medicina Veterinária – DEVET


Tecnologia de Produtos de Origem Animal

Acadêmica: Maria Eduarda Cozechen Seller


Professor: David Chacon Alvarez

Apicultura e Beneficiamento de Mel

No Brasil a apicultura foi introduzida em 1838 pelo padre Antônio Carneiro que
importou de Portugal colônias de abelhas de espécie Apis melífera, que foram instaladas em
Formosa, RJ. Em torno de uma década imigrantes alemães e italianos introduziram
subespécies de A. melífera na região sul e sudeste do país. Nesta época as abelhas melíferas
eram principalmente exploradas como hobby e para a produção de cera, sendo bem
rudimentar e com poucas técnicas de manejo e colmeias mantidas nos quintais, pois as
abelhas não apresentavam grande agressividade, logo não criavam problemas com as
criações animais. Passados quase um século da introdução da abelhas no território nacional,
em 1950 o Brasil ocupava o 27° lugar na produção mundial, não ultrapassando 8 mil
toneladas/ano, provavelmente a falta de adaptação destas espécies as condições climáticas
tropicais, além de grande parte das colmeias terem sido dizimadas devido a doenças como
acariose e nosemose.
Devido a isso em 1956 o professor Warwich Estevan Kerr, com o apoio do ministério
da Agricultura foi até a África em busca de novas abelhas rainhas, sendo que ele trouxe 49
rainhas que foram instaladas no apiário experimental de Rio Claro, SP. E com estes animais
começou a realizar estudos comparando as abelhas africanas com as europeias, avaliando
produtividade e resistência para uma melhor escolha de espécie as condições brasileiras.
Porem devido a uma falha de manejo foram libertadas 26 colmeias que acabarão cruzando
coma as europeias que aqui estavam, dando origem as abelhas africanizadas, e devido ao
seu temperamento mais agressivo ocorreram diversos acidentes, e de salvadoras da
apicultura, passavam a ser tratadas como pragas. E como solução para este problema se
iniciou em larga escala a pulverização de inseticidas, acarretando numa queda produção de
mel no país, não avanço nos conhecimentos de manejo, ocorrência de diversos acidentes,
levando a diversos apicultores a abandonar a atividade. Porém os produtores que restaram
começaram a adaptar as técnicas de manejo das abelhas europeias para as africanizadas,
que são muito mais agressivas. Mas tem maior produção e resistentes.
O processo de beneficiamento se inicia com a desoperculação, ou seja, retirada dos
opérculos, em seguida os quadros com o mel são levados a centrifuga, para centrifugação,
após o mel é filtrado e decantado por 72 horas e está pronto para o envasamento e
comercialização. O mel para ser considerado de qualidade quando apresenta sanidade e
umidade ideal de 17%, mas que pode chegar até no máximo de 20%, e a coloração do mel
irá depender da florada da qual se origina. O processo de beneficiamento é de extrema
importância para os produtores apícolas, primeiramente por ser o produto de maior
comercialização, e segundamente pelo valor agregado ao produto, isso é muito facilmente
visualizado com valor, pensando que o custo médio de produção é de 4 reais o quilo do mel
e para a exportação o valor está em media de 5 a 6 reais/kg, se demonstra a baixa
lucratividade do produtor, além de que para a exportação é necessária a venda de grandes
quantidade de mel para se valer a pena, porém com o beneficiamento o preço de venda se
eleva para em torno de 15 reais o quilo, tornando muito mais rentável, e isso é ainda mais
vantajoso quando as indústrias de beneficiamento são criadas por uma junção de produtores,
reduzindo ainda mais os gastos de produção.

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