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Aula 08/03/2018
Aula 15/03
A síntese utópica
O paraíso do “laissez-faire”
O Darwinismo na política
A Harmonia Internacional
Todos teriam interesse pela paz e a nação que deseja perturba-la é irracional e
imoral;
“O interesse comum na paz mascara o fato de que algumas nações desejam
manter o status quo sem terem de lutar por ele, e outras, mudar o status quo
sem precisarem lutar para isso.”
A harmonia econômica internacional
“Nas relações econômicas, estabeleceu-se o pressuposto da harmonia geral
de interesses com uma segurança ainda maior” – laissez-faire;
Toda potência fez uso das “tendências de autossuficiência”;
“O laissez-faire, tanto nas relações comerciais internacionais, quanto nas entre
capital e trabalho, é o paraíso do economicamente forte. O controle estatal,
seja sob a forma de legislação protetora, ou de tarifas protecionistas, é a arma
de legítima defesa invocada pelo economicamente fraco. O choque de
interesses é real e inevitável e a natureza do problema é totalmente distorcida
por uma tentativa de esconder isto.”
A harmonia quebrada
A crítica realista
Os fundamentos do realismo
Aula 22/03
Objetivo: Abordagem sobre Edward Carr
Breve retomada: pontos centrais de Angell
1) Irracionalidade econômica da guerra;
2) Liberal não preso e não estimado;
3) Interdependência assimétrica;
4) Foco no indivíduo;
Sua tese central no livro “Vinte anos de crise”: os equívocos da política de orientação
excessivamente liberal e utopista dos Estados da Liga das Nações levaram à Segunda
Guerra Mundial. Na obra não há uma defesa explicita do realismo, seria equivocado
sustentarmos uma linha de argumento segundo qual o excesso de realismo seria
equivocado? Não, seria correto. Carr considera o excesso de realismo e utopismo
equivocado, para ele, tanto o excesso de utopismo quanto o de realismo levam a
políticas equivocadas, ineficientes. A política eficiente é marcada por um meio
termo entre utopismo e realismo.
Vários fatos relevantes exemplificam o traço excessivamente utopista do
período 1919-1939:
A) A ausência dos EUA a principal potência na Liga das Nações;
B) A inefetividade da Liga em função de não ser custeada pelos Estados e sim por
milionários que defendiam as ideias liberais. Este ponto trouxe sérios limites para a
Liga quando os recursos se tornaram mais escassos;
C) A enorme tolerância com as posturas agressoras e expansionistas da
Alemanha, Itália e do Japão;
D) A incapacidade de congregar todos os Estados: Brasil, Alemanha e Japão, por
exemplo, se retiraram da Liga. O Brasil pleiteava ser membro permanente no
Conselho Superior da Liga e, não atendido, retirou-se da organização;
E) A forma excessivamente tolerante como esse tratou as violações de não
intervenção da Alemanha e da Itália na Guerra Civil espanhola em favor do General
Franco;
F) O credo excessivo, sem base efetiva, no banimento e prevenção das guerras a
partir do Direito Internacional;
G) Etc.
É difícil encontrar um autor que demonstre a atenção com a complexidade
histórica no campo da teorização em RI tal como Carr.
Em suma, existe um enorme descompasso entre as ideias hegemônicas liberais
e utopistas e as condições históricas de 1919 – 1939 porque:
1) O comércio liberalizado antes de 1919 não mais existia: os Estados se
fecharam e criaram inúmeras medidas protecionistas;
2) Foi um período de forte crise econômica em que os Estados interviram,
tomando, portanto, medidas contrárias ao ideário liberal;
3) No contexto de crise, nacionalismo e temor à URSS, várias ideias autoritárias e
antiliberais ganham força como o nazismo e o fascismo.
Aula 05/04
Objetivo: Abordagem de Hans Morgenthau
Breve retomada tese central de Carr:
(Falar dos nazistas não é uma questão objetiva – observar e tomar conta do que
acontece diz respeito a interesse e poder – tudo remete a interesse e poder,
que trazem consequências à forma de análise das RI)
Vários autores realistas concordam com esta premissa. Isto leva a uma
segunda característica da teorização de Morgenthau:
2) Racionalidade: uma teorização da política foca naqueles elementos racionais.
A título de exemplo, elementos irracionais não poderiam ser consideradas
objetivas.
3) Equilíbrio de poder: antes de mais nada, o equilíbrio é uma lei da política em
geral. Por exemplo, nas disputas eleitorais, as alianças entre os partidos
buscam equilibrar-se, nas democracias, as instituições e poderes buscam
também o equilíbrio na política internacional de um sistema internacional
bipolar (como a Guerra Fria), além do equilíbrio entre EUA e URSS, o equilíbrio
regional derivado de tal disputa: Coreia do Norte e Coreia do Sul, Vietnã do
Norte e Vietnã do Sul, Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.