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Introdução
Nem tudo que está escrito num contrato é plenamente válido, afinal de contas o papel aceita tudo. Por isso
nos contratos de consumo há previsão de forma e conteúdo das cláusulas contratuais, pelo Código de
Defesa do Consumidor e outra leis especiais.
Os contratos de plano de saúde e seguro saúde, além de estarem de acordo como oCódigo de Defesa do
Consumidor, conforme determina a Súmula 469 do STJ, também devem obedecer ao estabelecido na Lei
nº. 9.656/98 e nas normas regulamentadoras da ANS.
O art. 51 do Código de Defesa do Consumidor é claro sobre a nulidade de pleno direito das cláusulas
contratuais consideradas abusivas. E a jurisprudência tem entendido que a negativa de cobertura baseada
em cláusula nula gera direito à indenização por danos morais ao consumidor que tem frustrada uma
legítima expectativa. Podendo o consumidor se socorrer do Poder Judiciário a qualquer tempo visando a
declaração de nulidade de cláusulas contratuais abusivas.
Fizemos aqui uma relação das principais cláusulas contratuais dos planos de saúde e seguro saúde, tidas
como abusivas pela jurisprudência:
Também é vedada a exclusão de cobertura de próteses, que são essenciais para o êxito de procedimento
clínico ou cirúrgico coberto. Sendo, possível vedar contratualmente apenas procedimentos e próteses para
fins exclusivamente estéticos, conforme, art. 10, II da Lei nº. 9.656/98
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro chegou a editar súmula a respeito, estando em sintonia com atual
jurisprudência do STJ: “Súmula 112: É nula, por abusiva, a cláusula que exclui de cobertura a órtese
que integre, necessariamente, cirurgia ou procedimento coberto por plano ou seguro de saúde, tais como
"stent" e marcapasso.".
(...) 2. A suspensão do atendimento do plano de saúde em razão do simples atraso da prestação mensal,
ainda que restabelecido o pagamento, com os respectivos acréscimos, configura-se, por si só, ato
abusivo. Precedentes do STJ. 3. Indevida a cláusula contratual que impõe o cumprimento de novo prazo
de carência, equivalente ao período em que o consumidor restou inadimplente, para o restabelecimento
do atendimento. (...)
(STJ - REsp: 285618 SP 2000/0112252-5, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de
Julgamento: 18/12/2008, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/02/2009)
(STJ, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 17/12/2009, T3 - TERCEIRA TURMA)
(STJ - REsp: 952144 SP 2006/0266313-8, Relator: Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Data
de Julgamento: 17/03/2008, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/05/2008 LEXSTJ vol.
227 p. 187)
Considerações finais
Estas são as principais cláusulas nulas de acordo com a jurisprudência, não se esgotando o rol de
possibilidades de anulação das cláusulas contratuais, tratando-se somente dos casos mais corriqueiros.
Devendo cada caso concreto ser analisado de acordo com sua peculiaridade.
Para mais informações consulta nosso artigo “Cláusulas abusivas nos contratos de plano de saúde e
seguro saúde”
Fonte