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2 de Dez de 2019
1. Estruturas e Ideias
Econômicas - Da Revolução
Industrial ao Capitalismo
Organizado: Séculos XVIII
-> Entre 1400 e 1700 a civilização moderna atravessou a sua primeira revolução
econômica, conhecida como Revolução Comercial. A principal característica desse
período estava no capitalismo dinâmico dominado por comerciantes, banqueiros e
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07/12/2020 1. Estruturas e Ideias Econômicas - Da Revolução Industrial ao Capitalismo Organizado: Séculos XVIII
A Revolução Industrial foi um processo que se iniciou no século XVIII (1760) na Inglaterra
(mas só adquire ímpeto no século XIX, tendo o ano de 1860 como marco divisório) e
teve como principal característica a (1) substituição do trabalho artesanal e manual e de
produção de alimentos de subsistência pelo trabalho assalariado e o uso de máquinas
(mecanização da indústria e da agricultura). O artesão perde o controle sobre o
processo produtivo, que era feito em casa, e passa a trabalhar sob supervisão e a gerar
lucros para outra pessoa. A (2) inovação tecnológica (aplicação da força motriz à
indústria) foi responsável por transformar radicalmente a forma de produção de
mercadorias. O surgimento da máquina à vapor permitiu a desenvolvimento mais
rápido da industrialização, deu uma nova importância para o carvão e o ferro,
revolucionou os transportes (manufatura do ferro) e acelerou as manufaturas. É o início
da ‘era da força motriz’. O (3) sistema fabril mecanizado implicou na aceleração da
produção de mercadorias, que passaram a ser produzidas em larga escala. Como
consequência direta desse processo, a necessidade por matéria-prima, mão-de-obra e
mercado também acelerou-se, desenvolvendo, assim, (4) os meios de transporte e de
comunicação com o objetivo de encurtar as distâncias e o tempo. Com o grande êxodo
rural as cidades precisaram se adequar a esse contingente que migrava em busca de
emprego nas fábricas, desenvolvendo, assim, uma nova classe chamada de proletariado
e o (5) sistema capitalista será responsável por controlar quase todos os ramos de
atividade econômica.
A Inglaterra foi a pioneira nesse processo (“A Oficina do Mundo”) devido a algumas
características, especialmente por já ter passado pela revolução liberal burguesa
consolidada na Bill of Rights de 1689, decorrente da Revolução Gloriosa de 1688-89. Isso
permitiu a ascensão da burguesia na política (a mais poderosa do mundo) a partir do
século XVII (Revolução Inglesa) e, consequentemente, o Estado beneficiando o
desenvolvimento industrial. Além disso, um governo estável estimulava
empreendedores comerciais e industriais a desenvolver seu negócio sem o medo de
uma bancarrota nacional ou uma inflação ruinosa. A política de cercamentos no modelo
agrícola capitalista forçou o êxodo rural (transformando essa mão-de-obra, nas cidades,
no proletariado) e a institucionalização da propriedade privada, sendo um dos fatores
mais importantes para o desenvolvimento do capitalismo burguês. Esse processo
permitiu um acúmulo de capitais que seria reinvestido na sua própria industrialização
com o passar do tempo. As políticas protecionistas dos Atos de Navegação (Navigation
Acts) permitiram que a Inglaterra acumulasse capital na ilha britânica, permitindo ao
país uma posição mercantil muito forte. Esse processo também contribuiu para o
investimento de capital na indústria. A revolução liberal também contribui para a
criação do Banco Central (1694), responsável por financiar essa industrialização porque
operava intimamente com o governo e constituía importante fator de estabilização das
finanças públicas (em 1698 é fundada a Bolsa de Fundos Públicos de Londres e por
volta de 1700 a Inglaterra já estava apta a competir com Amsterdã como principal
centro financeiro do mundo). Apesar do governo britânico não ser muito democrático,
era mais liberal do que a maioria dos governos da época. Outras características
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importantes foram a indústria têxtil avançada e as reservas naturais de ferro e de
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carvão(o carvão foi explorado para a fundição do ferro), além das florestas (que foram
exauridas). Vale ressaltar que, pelo fato da Inglaterra ser uma ilha e estar distante dos
conflitos que assolaram a Europa por mais de 300 anos, o país preservou seus bens
materiais e a sua população se compararmos aos demais países europeus, permitindo,
assim, que a Primeira Revolução Industrial se iniciasse em solo britânico, transformando
a Inglaterra, já no século XIX, na nova hegemonia mundial.
-> A primeira Revolução Industrial ficou restrita à Inglaterra, entre 1760 e 1860,
caracterizada pelo uso da máquina à vapor (usada na mineração) e da indústria têxtil
(desenvolvimento da máquina de fiar e do tear hidráulico - inaugura a era da máquina,
além do clima úmido que permitia a fabricação de tecidos de algodão). Esse movimento
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permite a substituição das manufaturas, o aumento da produção, a redução dos preços
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e o aumento do consumo dos produtos. Os fabricantes puderam se dedicar à produção
em larga escala de produtos baratos e comuns ao invés de se dedicarem a pequenas
quantidades de mercadorias de luxo, permitindo, assim, uma distribuição mais
uniforme da riqueza e na adoção de métodos fabris para aumentar o rendimento
(diferente da França, que consumia produtos de luxo que exigiam uma mão-de-obra
qualificada e pouco incentivo à invenção de máquinas).
A Inglaterra não possuía uma grande variedade de produtos dentro de suas fronteiras e
os recursos agrícolas não satisfaziam as necessidades. No entanto, a Inglaterra foi o
país que mais lucrou com a Revolução Comercial. A França, por exemplo, em 1750, tinha
um comércio exterior maior do que a Inglaterra, mas também possuía uma população
muito maior, além de alcançar seu limite na expansão imperial e desviar seus lucros do
comércio exterior para empréstimos e impostos para manter seu exército oneroso e
sua corte frívola e extravagante. A Inglaterra, por outro lado, (1) conquista suas colônias
no Hemisfério Ocidental e (2) supera a supremacia francesa ao derrota-los na Guerra
dos 7 anos (1756-1763). O (3) lucro do comércio ultramarino ficou disponível para
investimentos produtivos (investidos mais tarde na indústria) e o (4) governo era
relativamente livre de corrupção e gastos perdulários (a nobreza britânica, após a
Revolução Gloriosa, se converte rapidamente em uma aristocracia de riqueza: quem
fazia fortuna tinha possibilidade de ascensão social). Além disso, o (5) efetivo militar
custava menos que o francês, (6) as rendas eram coletadas com mais eficiência e (7) os
comerciantes e armadores dispunham de uma margem mais ampla de lucros
excedentes. Por essas razões, a Inglaterra ascende como principal nação capitalista no
século XVIII.
-> A segunda Revolução Industrial, ocorreu entre 1860 e 1900 e envolveu vários países
da Europa, Estados Unidos e Japão (pós restauração Meiji em 1868), caracterizando-se
pelo uso da energia elétrica, da locomotiva à vapor, da indústria química, do motor de
explosão, do emprego do aço (metalurgia pesada) e do petróleo e seus derivados. Isso
permitiu um aumento e uma maior variação na produção, em mercados maiores e mais
abrangentes. É o início de uma nova fase no mundo com a invenção do processo da
siderurgia (1856), do aperfeiçoamento do dínamo (1873) e da invenção do motor de
combustão interna (1876). É importante ressaltar que nesse período o pensamento
científico foi levado ao modo de produção (supremacia da ciência sobre a indústria),
com a racionalização dos modos de produção e o desenvolvimento de novos e
melhores meios de produção (taylorismo e fordismo). Essa fase também marca o
período do neocolonialismo (imperialismo ou domínio das potências capitalistas sobre
regiões mais atrasadas do globo) graças a expansão econômica e militar.
-> A Terceira Revolução Industrial ocorreu no século XX e vai até os dias atuais, com o
desenvolvimento da tecnologia de massa.
-> O Fordismo foi criado por Henry Ford nos EUA e amplamente difundido pelo mundo
ao longo século XX (predominante entre 1920 e 1960/70, quando foi substituído pelo
Toyotismo). O Fordismo é chamado de sistema de produção (ou modelo de produção) e
caracteriza-se pela produção em massa, produzindo mais por um preço menor;
produtos que antes eram considerados de luxo (como o carro) tornam-se mais baratos
e acessíveis. Uma linha de montagem automatizada será estabelecida com a introdução
da esteira rolante que irá dar ritmo mais acelerado ao operário. Com isso, Ford
conseguiu perceber que o processo de produção tinha começo, meio e fim e conseguia
organizar o processo de forma mais coerente. Ford também introduziu os princípios
Tayloristas nas suas indústrias (Taylor pensa e Ford aplica), especialmente a divisão de
tarefas, onde o trabalhador irá se especializar em uma única atividade. Mas de nada
adiantava uma produção em massa se não houvesse um consumo em massa. É por isso
que Ford irá se apropriar de outros conceitos e irá desenvolver outras formas de
produção. E para que seus carros pudessem ser consumidos, o trabalhador precisava
ganhar um salário proporcional que o permitisse consumir esse produto. Ford foi um
dos grandes defensores de salários mais altos e do crédito bancário. Também fazia
muito uso da propaganda para divulgação dos seus produtos. Assim, Henry Ford
conseguia vender uma grande quantidade de carros baratos (Modelo T) com uma
pequena margem de lucro para uma população mediana. Não foi por acaso que a partir
de 1928 a indústria automobilística tornou-se, nos EUA, o mais importante ramo de
produção, transformando o país na grande potência industrial no século XX.
A principal crítica ao Fordismo é pela sua falta de flexibilidade (“O cliente pode ter o
carro da cor que quiser, contando que seja preto”), o que caracterizava em poucas
opções para o consumo.
Na contramão desse processo temos o surgimento de uma nova classe urbana, pobre e
industrial: o proletariado. O operário era muito explorado, especialmente mulheres
(salário menor) e crianças (trabalho nas minas de carvão), viviam em condições
precárias tanto nas cidades (surgimento dos bairros industriais e cidades se
desenvolvendo de maneira desordenada, com condições de habitação abominável para
os mais pobres) quanto nas fábricas (muitas fábricas eram piores do que prisões). A
carga horária do trabalho era alta (em média 16 horas/dia), a remuneração irrisória e
não existiam direitos garantidos por lei. Essa tensão entre a classe operária e a
burguesia industrial (composta por proprietários de fábricas, minas, estradas de ferro,
classe média de comerciantes, banqueiros e advogados - os dirigentes da sociedade)
gerou diversas revoltas, como o cartismo e o ludismo. Derivada dessa realidade,
teremos o surgimento dos sindicatos, os primeiros movimentos anarquistas e
socialistas - o proletariado vai se tornando forte o suficiente para desafiar a supremacia
burguesa (o direito à greve, por exemplo, é cedido após 1850). Como exemplo
importante podemos destacar, durante a Segunda Revolução Industrial, a magnum
opus (obra-prima) de Karl Marx: O Capital. Para Marx, a Revolução Industrial integrou as
chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo
Regime e da passagem do capitalismo comercial para o industrial. Para Marx, o
capitalismo seria produto da Revolução Industrial e não a sua causa.
No final do século XIX, com os trabalhadores mais organizados, foi possível exercerem
uma influência ponderável na política dos seus governos. Os salários passaram a subir
consideravelmente, assim como o padrão de vida.
-> O movimento Ludista, ocorrido entre 1811 e 1816, teve um caráter insurgente e
violento contra as alterações nas relações de produção trazidas pela Revolução
Industrial e ficou conhecido por causa das invasões às fábricas inglesas e a destruição
dos meios de produção, em forma de protesto por acreditarem que elas eram as
responsáveis pelo desemprego e pela queda dos salários dos trabalhadores, além
destes estarem insatisfeitos com as péssimas condições de trabalho e com a introdução
da economia de livre mercado, ou seja, os protestos também eram contra os patrões
(que passaram a temer pela sua vida e pela sua propriedade privada). Os luditas ficaram
conhecidos como “os quebradores de máquinas”, mas para Engel era o início efetivo da
rebelião da classe operária. O ludismo não tinha o intuito de reforma ou de revolução
do sistema capitalista. Seu objetivo era o (1) aumento dos salários, (2) melhorias das
condições de trabalho e o (3) fim do uso das máquinas (porque causavam o
desemprego em um período de recessão). Defendiam um modo de vida comunitário e
o fim do liberalismo econômico. Por isso, o marxismo ortodoxo acredita que o
movimento ludista agiu de forma equivocada: não era contra as máquinas que eles
deveriam lutar, mas contra a burguesia. Mas para Hobsbawm, o ludismo não foi
irracional, mas uma forma inteligente de pressionar os empregadores para lograr
melhores condições de trabalho em negociações coletivas, além de propiciar
solidariedade política aos trabalhadores. O movimento ludista acabou, em muitos
casos, obrigando os empregadores a adiar projetos de mecanização e até mesmo
desistir de implementá-los. Os empregadores tinham consciência de que se exigissem
algo intolerável abririam margem para ataques que acarretariam a perda dos lucros
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07/12/2020 1. Estruturas e Ideias Econômicas - Da Revolução Industrial ao Capitalismo Organizado: Séculos XVIII
temporários. Hobsbawm afirmava, ainda, que a destruição das máquinas não era uma
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Muitos ludistas foram presos, mortos e até mesmo enviados para as colônias, um
processo que teve a Inglaterra como foco, mas que também foi observado em outros
países da Europa.
-> Diversas teorias econômicas surgem para justificar a nova ordem. A primeira delas,
conhecida como Teoria Liberal (ou Clássica), que teve como grande nome Adam Smith,
trouxe alguns preceitos importantes para aquele momento, como o individualismo
econômico (as nações seriam cada vez mais prósperas quanto mais permitissem que os
indivíduos vivessem de acordo com a sua própria iniciativa), a laissez-faire (a função do
Estado deve ser mínima, apenas para manter a ordem e proteger a propriedade), a
obediência à lei natural (existem leis econômicas que são imutáveis e precisam ser
respeitadas), a liberdade de contrato (patrão - empregado), a livre concorrência (a
concorrência é importante para manter os preços baixos, eliminar produtores ineptos e
assegurar a máxima produção. Monopólios não devem ser tolerados e tarifas
protetoras devem ser abolidas) e o livre câmbio.
A contribuição de Thomas Malthus veio com seu estudo sobre a população. Para ele, a
população tende a aumentar mais depressa do que os meios de subsistência e a
solução para a escassez seria o controle populacional.
A Teoria Clássica encontra seu berço na Inglaterra por conta do liberalismo político que
o país vivia em detrimento de outras nações. Um outro motivo revela-se no fato dos
industriais britânicos perceberem vantagens numa política de livre-câmbio com o
mundo.
Também irão surgir teóricos preocupados com a justiça social: os socialistas utópicos,
herdeiros do Iluminismo, nas figuras de Charles Marie Fourier e Robert Owen. Mas com
certeza o nome mais importante desse movimento foi Karl Marx através do socialismo
científico. Em 1867 Marx publicou ‘O Capital’, transformando, assim, a teoria marxista
em uma das filosofias mais influentes ainda na atualidade. De acordo com a sua
interpretação econômica da história, todos os grandes movimentos políticos, sociais e
intelectuais têm sido determinados pelo ambiente em que surgiram e, portanto, o
motivo econômico não era o único fator para explicar o comportamento humano.
Conceitos como materialismo dialético e mais-valia passaram a influenciar a luta de
classes entre capitalistas e proletariados: de um lado, os capitalistas tendo como
principal renda a posse dos meios de produção e da exploração do trabalho alheio; do
outro, o proletariado, cuja subsistência dependia de um salário e que, portanto,
vendiam a sua força braçal para sobreviver.
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Fonte:
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Edital Esquematizado
de HISTÓRIA MUNDIAL -…
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