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07/12/2020 21 filmes de História do Brasil Colonial

21 lmes de História do Brasil


Colonial
7 de julho de 2015

O lme de tema histórico é uma representação artística da História e não um documento histórico. Como recurso
didático ele é útil para promover debates pós-exibição e confrontar o lme com o tema estudado em sala de aula.

Mas a obra cinematográ ca não é somente recurso didático. Ela se constitui, também, em suporte para a divulgação da
narrativa histórica e, no dizer de Pierre Nora, em “lugar da memória” onde diretores, roteiristas, atores e produtores, bem
como o próprio público, retomam e monumentalizam certos acontecimentos da História do Brasil. Assim como a
memória nacional foi expressa em prosa, verso, tinta e bronze, hoje ela se expressa em lmes, documentários, vídeos.

A lista abaixo traz um breve comentário de cada lme e seu endereço eletrônico. Lembre: o lme não substitui a aula
nem a leitura sobre o tema. Sua exibição em classe deve ser precedida por uma ampla explicação do acontecimento
lmado e seguida de um debate.

01– Raoni
Documentário sobre o cacique Kaiapó e sua luta pela preservação dos povos e da
oresta Amazônica.  O cacique indígena cou conhecido internacionalmente após
viagem pela Europa como o cantor Sting. Em sua luta, Raoni foi recebido por reis e
chefes de Estado como o rei Juan Carlos, da Espanha, e o presidente francês François
Mitterrand. Vencedor de quatro Kikitos no Festival de Gramado de 1979: Melhor
Fotogra a, Melhor Montagem, Melhor Filme e Melhor Trilha Sonora. – Indicado ao
Oscar de Melhor Documentário em 1979.

Direção de Jean-Pierre Dutilleux e Luiz Carlos Saldanha. Brasil, 1978. Clique aqui

02 – Desmundo
Baseado no livro homônimo de Ana Miranda, narra a história das órfãs portuguesas que,
em 1570, foram enviadas ao Brasil para se casarem com os colonizadores. Inteiramente
falado em português arcaico, o lme é apresentado com legendas para ajudar na
compreensão. Veja análise do lme aqui.

Direção de Alain Fresnot. Brasil, 2003. Clique aqui

03 – Hans Staden
A saga do alemão Hans Staden que, em 1554, caiu prisioneiro dos tupinambás, inimigos dos portugueses, vivendo
como cativo por quase dez meses na aldeia de Ubatuba.

Direção de Luis Alberto Pereira. Brasil, 1999. Clique aqui

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04 – O descobrimento do Brasil
Realizado com o apoio do Instituto Nacional de Cinema (INCE),
vinculado ao MEC, o lme se enquadra na política nacionalista de
Getúlio Vargas. Contou com a colaboração de Afonso de Taunay,
diretor do Museu Paulista, e de Edgar Roquette Pinto, dois
intelectuais reconhecidos em seu período. Buscando dar delidade
ao fato histórico, o lme cita trechos extraídos da Carta de Pero Vaz
de Caminha. Para a cena da primeira missa no Brasil, o diretor
reproduziu o famoso quadro de Victor Meirelles. A trilha sonora foi composta por Heitor Villa-Lobos mas, na versão em
vídeo, lançada em 1997 pela Funarte, foi completamente adulterada.

Direção de Humberto Mauro, Brasil, 1936. Clique aqui

05 – Anchieta, José do Brasil


Superprodução do Cinema Novo, o lme narra a vida de José de Anchieta desde criança,
passando pela fundação do Colégio de São Paulo, sua convivência com o padre Manuel da
Nóbrega até sua morte no Espírito Santo destacando sua luta em favor dos indígenas.

Direção de Paulo Cezar Sarraceni. Brasil, 1977.C  Clique aqui

06 – Pindorama
Uma grande alegoria sobre a colonização do Brasil mostrando guerras, índios,
negros, colonos e aventureiros. Passado numa cidade imaginária do século
XVI, o lme faz uma grande paródia do Brasil da época da ditadura militar.
Primeiro longa-metragem de cção de Arnaldo Jabor.

Direção de Arnaldo Jabor. Brasil, 1970. (102 min). Clique aqui

07 – Como era gostoso o meu francês


No Brasil de 1594, um aventureiro francês cai prisioneiro dos Tupinambás. Enquanto
aguarda ser executado, o francês aprende os hábitos dos indígenas e se une a uma
índia que lhe fala sobre um tesouro enterrado. Após a batalha com a tribo inimiga, o
chefe Cunhambebe marca a execução e o ritual antropofágico para comemorar a vitória.

Direção de Nelson Pereira dos Santos. Brasil, 1971. Clique aqui

08– Xica da Silva


Baseado no livro homônimo de João Felício dos Santos, conta a história da escrava
Francisca da Silva (Zezé Motta) e seu relacionamento com João Fernandes de Oliveira
(Walmor Chagas), seu senhor, nomeado contratador de diamantes pelo rei de Portugal.
No lme, sexo e escravidão são pretextos para falar de relações de poder: submissão e
subversão da ordem. Xica subverte a ordem colonial e escravista assim como o
espectador que, vivendo em plena ditadura (1976), busca, no lme, viver a possibilidade
de subverter a ordem do regime militar.

Direção de Cacá Diegues. Brasil, 1976. Clique aqui  (trailer)

09 – Ganga Zumba, rei dos Palmares

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Baseado no livro homônimo de João Felício dos Santos, conta a história de Ganga Zumba (Antônio Pitanga), primeiro
líder do quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga. Inicia mostrando os escravos na fazenda de cana-de-açúcar e
seus planos de fuga e a perseguição que sofrem do capitão do mato Tolentino Rosa. As danças e
rituais africanos mostrados pelo lmo foram realizados pelos Filhos de Gandhi e teve ainda a
participação do músico Cartola e de Dona Zica da Mangueira.

Direção de Cacá Diegues. Brasil, 1964. Clique aqui

10 – Quilombo
Em meados do século XVII, escravos fugidos das plantações
canavieiras do Nordeste, organizam uma república livre, o
quilombo de Palmares. O lme conta com a brilhante atuação do
ator Toni Tornado no papel de Ganga Zumba e de Zezé Motta
como Dandara, um papel desa ador para quem estava marcada
pela inesquecível Xica da Silva. O lme foi premiado no Festival
do Cinema de Cartagena, Colômbia, e no de Miami, Estados
Unidos. Indicado para a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, de 1984.

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Direção de Cacá Diegues. Brasil/França, 1984. Clique aqui

11 – O caçador de esmeraldas
No século XVII, o bandeirante Fernão Dias Paes Leme (Jofre Soares), montou uma
bandeira e saiu à procura do legendário Eldorado. Durante sete anos percorreu os
sertões, enfrentando ataques de índios, doenças, animais selvagens, deserções. Dos
800 homens que levara consigo, apenas quinze retornaram a São Paulo, trazendo
turmalinas que julgavam ser esmeraldas. O lme peca pelos gurinos, mobiliário e
construções – exuberantes e limpos demais considerando a pobreza e miséria da
capitania de São Paulo.

Direção de Oswaldo de Oliveira. Brasil,  1979. Clique aqui

12 – A Muralha
Baseada no romance homônimo de Dinah Silveira de Queiróz, esta minisérie foi
escrita por Maria Adelaide Amaral e exibida em 51 capítulos pela Rede Globo, de
janeiro a março de 2000.  Ambientada no século XVII, conta a saga dos bandeirantes
e suas mulheres nas cercanias da vila de São Paulo.  Elenco formado por grandes
atores entre eles, Tarcisio Meira, Alessandra Negrini, Mauro Mendonça, Vera Holtz,
Leandra Leal, Leonardo Brício, Mateus Nachtergaele, Stênio Garcia e Letícia Sabatella.

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Direção de Denise Saraceni. Brasil, 1999. Clique aqui

13– República Guarani


Documentário que reúne depoimentos de pesquisadores do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e
extensa iconogra a sobre os índios guaranis organizados em missões pelos jesuítas entre 1610 e
1767, na região da Bacia do Prata. Aborda o processo de evangelização dos índios, os con itos com
os bandeirantes, a cultura desenvolvida nas missões, as peculiaridades de seu modo de produção e
as causas de sua destruição. Imagens das ruínas das construções jesuíticas, de obras de arte
sacras, trechos de lmes e iconogra a da época são exibidos entre os depoimentos.

Direção de Sylvio Back. Brasil, 1981. Clique aqui.

14 – Yndio do Brasil
Trata-se de uma colagem de trechos de lmes brasileiros e estrangeiros com o objetivo de
mostrar como o cinema vê o índio brasileiro. Inclui documentários, lmes de cção, cinejornais,
desenhos animados, comerciais e lmes de propaganda governamental, produzidas entre 1912
e 1983. Cenas de “Como era gostoso meu francês” (1971), “O descobrimento do Brasil” (1937),
“Tabu” (1949), “Eine Brasilianische Rapsodie” (Alemanha, 1935), “Jungle Head Hunters” (EUA,
1950) “The Last of rhe bororos” (EUA, 1930), “Curumin” (1978) entre outros,  exibindo imagens
ora estereotipadas, ora realistas, idílicas, cômicas ou trágicas.

Direção de Sylvio Back. Brasil, 1995. Clique aqui

15 – A Missão (The Mission)


No nal do século XVIII Mendoza, um tra cante de escravos, com remorso por ter matado seu
irmão num duelo, torna-se um jesuíta. Junto com Gabriel, também um jesuíta contra os colonos
que querem escravizar os indígenas. Ótima fotogra a e bela trilha sonora. Vencedor da Palma
de Ouro em Cannes.

Direção de Roland Joffé. Reino Unido, 1986. Clique aqui

16 – Brava gente brasileira


Diogo de Castro e Albuquerque, cartógrafo português a serviço da Coroa, viaja pela região do
Pantanal, MS, no ano de 1778. No caminho do Forte Coimbra, os soldados que o acompanham
estupram e matam um grupo de índias Kadiwéus. O português também participa mas, com
remorso, salva a mulher que violentou e a leva até o forte, que está em guerra com os índios. Os
dois iniciam um romance e ela engravida. A pintura de corpo dos Kadiwéus, que tanto
impressionou Lévi-Strauss, com sua complexidade e simetria, é bem destacada no lme, quando
o personagem Diogo, iluminista in uenciado por Rousseau, escreve um livro, ilustrado com as
pinturas.

Direção de Lúcia Murat. Brasil, 2000. Clique aqui

17 – Vermelho Brasil
A história da expedição de Villegagnon ao Brasil por volta de 1555 e sua luta para criar uma colônia, a chamada França
Antártica, nas terras conquistadas pelos portugueses. Filmado em Paraty, no Rio de Janeiro, o lme comete deslizes
entre eles, ser falado em inglês (e não em francês, a língua dos invasores). A brasileira Giselle Motta vive a índia
Paraguaçu e Pietro Mário, brasileiro de origem italiana, aparece em dois papéis: o de um marinheiro e o de um francês
que vive entre os índios.  O ator português Joaquim de Almeida interpreta João da Silva, um lusitano já perfeitamente
integrado com os indígenas e que representa o seu país colonizador.

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Direção de Sylvain Archambault. Brasil, França, Canadá, Portugal, 2014. Clique aqui

18 – Batalha de Guararapes, o Príncipe de Nassau


Uma superprodução nacional com a participação de 120 atores
e mais de 3 mil gurantes. Teve um forte impacto no meio
cultural pernambucano chegando a se discutir sobre um
possível polo de cinema. Filmado em Igarassu, Itamaracá e no
próprio Monte Guararapes contou com a colaboração do
Exército em pleno governo militar. No elenco: José Wilker (João
Fernandes Vieira), Jardel Filho (Maurício de Nassau), Roberto
Bon m (Felipe Camarão), José Pimentel (Henrique Dias), Tamara Taxman (Sara Hendricks) entre outros.

Direção de Paulo Thiago. Brasil, 1978. Clique aqui

19 – Os incon dentes
Realizado durante a ditadura militar, o lme é repleto de cenas e diálogos com duplo
sentido, que fazem uma crítica à ditadura. Os diálogos foram baseados nos Autos da
Devassa e nos versos de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga
Peixoto e Cecília Meireles. Tiradentes (José Wilker) é mostrado como um herói que teria
manipulado os demais companheiros, sendo o único do grupo com um sentido prático
e que realmente queria fazer a revolução.

Direção de Joaquim Pedro de Andrade. Brasil, 1972. Clique aqui

20 – Tiradentes
Segundo o lme, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Humberto Martins), foi condenado à
morte por ser o único dos revoltosos que não tinha grandes posses. Por outro lado, grande parte
da elite de  Ouro Preto estava envolvida no levante, inclusive o próprio visconde de Barbacena,
mas a maioria não foi processada e nem sequer presa.

Direção de Oswaldo Caldeira. Brasil, 1998. Clique aqui

21 – Uma história de amor e fúria


Uma animação com linguagem de HQ, que retrata o amor entre Abeguar, um herói Tupinambá
imortal e Janaína em um espaço temporal de seis séculos que passa por quatro momentos da
história do Brasil: em 1566, o confronto com os colonizadores; em 1825, durante a Balaiada (em
que o herói é o próprio Balaio); 1968, a luta contra o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando o
país enfrenta sérios problemas com a falta de água. Selton Mello e Camila Pitanga dublam os
protagonistas, e Rodrigo Santoro, o chefe indígena e um guerrilheiro.

Direção de Luiz Bolognesi. Brasil, 2013. Clique aqui

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