3
4
● Célula Fotovoltaica Policristalina: Como o próprio nome sugere, é uma célula formada
por múltiplos cristais de Silício. O processo de fabricação deste tipo de célula é muito
mais simples (portanto mais barato) do que o processo de fabricação da célula
monocristalina. Seu formato é sempre quadrado. Apresenta uma coloração azulada e
com manchas. Além disso, tem uma estrutura atômica mais desorganizada, provinda
da formação de múltiplos cristais de Silício.
5
a) Classificação do Silício
Tipo Porcentagem de Pureza
Silício Grau Metalúrgico (SiGM) 99,5%.
Silício Grau Solar (SiGS) 99,9999%.
Silício Grau Eletrônico (SiGE) 99,9999999%.
Triclorossilano).
Na etapa 1, o silício usado é de grau metalúrgico, geralmente produzido no Brasil. E no final
da etapa 2, o silício resultante é de grau altamente puro, o qual será usado para a produção
de células fotovoltaicas.
Figura 1.8: Dopagem por Fósforo de Células Fotovoltaicas Colocadas Face a Face.
Fonte: BlueSun Solar.
Na etapa final de fabricação, a célula já fica azul, pois é adicionado uma camada de
cerâmica de um material anti reflexivo, constituída por Nitreto de Silício, que dá essa cor
azulada à célula policristalina. Ele vem para complementar o processo de texturização,
diminuindo ainda mais a reflexão da célula, e aumentar sua eficiência entre 3 a 4%.
Lembrando que uma célula monocristalina tem uma eficiência que fica em torno de 17% e
uma policristalina está em 15,4% em um painel de 250 W, por exemplo. O Nitreto também é
resistente ao choque térmico e ajuda a proteger as células, assim como é resistente a
choques mecânicos também.
Logo depois, as células passam por processo de “Silk Screen”, onde é adicionado
trilhas metálicas (centenas menores) e trilhas principais (maiores) que vão captar toda a
energia por centímetro/milímetro quadrado que essa célula gerar.
Depois do Silk Screen, a célula passa por um forno para que as trilhas metálicas se
fixam por inteiro sobre as células. Em seguida, as células são passadas por um “Flash”,
processo capaz de determinar qual a potência e a capacidade de cada célula.
Figura 1.11: Desestabilização da ligação lacuna-elétron do Boro e do Fósforo por Fótons de Luz.
Fonte: BlueSun Solar.
Os elétrons acumulados na camada N serão capturados por trilhas metálicas inseridas
no processo de “Silk Screen”, para levarem os elétrons até a carga que queremos alimentar.
A mesma quantidade de elétrons que vai para a carga, retorna para o painel fotovoltaico, o
que garante a durabilidade de muitos anos de vida da célula solar.
11
São diodos que servem para evitar os pontos quentes em células fotovoltaicas. No
mundo real, uma folha pode obstruir uma das células de um painel fotovoltaico. E pelo
fato de cada célula ser um semicondutor, o painel vai gerar energia. Porém, no momento
em que ele é obstruído, a célula naturalmente se transforma numa carga e começa a
aquecer. Ela vai absorver toda a energia do restante do painel e vai transformar em calor.
Nesse caso, usam-se diodos de By Pass Schottky. Dessa forma, se a folha obstruir
uma célula, a sua resistência aumenta, e o diodo paralelo às células com a obstrução
será polarizado diretamente, fazendo com que a corrente percorra o caminho das setas
vermelhas mostradas na figura abaixo. Desse modo, evitaremos um “Hot Spot”. Uma
câmera termográfica é usada para visualizar os pontos quentes nas células fotovoltaicas.
Drones podem ser usados para pré-projetos, como em usinas fotovoltaicas, por exemplo.
b) Longitude
É o ângulo formado entre o meridiano de Greenwich (marco zero) e qualquer outro
ponto da esfera terrestre (longitude leste e longitude Oeste).
1.7 Solarimetria
Dizer que o verão ocorre quando a Terra está mais próxima do Sol ou o inverno ocorre
quando está mais afastada do Sol é um mito. O que temos é uma inclinação do eixo de
rotação da Terra em relação ao plano de translação ao redor do Sol. É esse ângulo de
inclinação que irá definir as estações do ano.
● 21 de junho (Solstício de inverno): É o ponto da trajetória da Terra em relação ao Sol em
que os raios solares estão com maior incidência no hemisfério norte, fazendo com que no
hemisfério sul tenha baixa incidência de raios solares e, por consequência, apresenta
noites mais longas.
● 21 de dezembro (Solstício de verão): É o ponto da trajetória da Terra em relação ao Sol
em que no hemisfério sul os raios solares estão com maior incidência, o que faz o dia ser
mais longo e noites mais curtas. O contrário acontece no hemisfério norte.
● 22/23 de setembro (Equinócio da primavera): Marca o início da primavera. Nessa data, o
intervalo de tempo do dia e da noite tornam-se praticamente iguais.
● 20/21 de março (Equinócio de outono): Marca o início do outono. Nessa data, o intervalo
de tempo do dia e da noite tornam-se praticamente iguais.
No solstício de verão é possível produzir muito mais energia elétrica do que no
inverno, em se tratando do hemisfério Sul, pois o dia será mais longo e a noite mais curta. O
solstício de verão é o dia em que o Sol estará “à pino” ao meio-dia sobre nossas cabeças
(raios solares perpendiculares ao hemisfério sul). E no solstício de inverno, o Sol estará “mais
baixo” no céu ao meio-dia, em relação ao hemisfério sul.
Além disso, vale lembrar também que o Sol nasce aproximadamente no Leste e se
põe no Oeste. Porém, nos equinócios, o Sol nasce exatamente no Leste e se põe no Oeste,
literalmente nos pontos cardeais. Assim, de março até setembro, o Sol nasce ao leste “mais
ao norte”, e de setembro até março, o Sol nasce ao leste “mais ao sul”. Para nós do hemisfério
sul, o Sol apenas vai estar sobre nossas cabeças em 21 de dezembro, no solstício de verão.
Fora dessa data, o Sol sempre vai estar apontado para o norte. Dessa forma, nossas placas
solares sempre devem ser direcionadas e inclinadas para o norte.
15
Irradiação Solar → Energia por unidade área por determinado tempo (KWh/m²∙dia)
Após isso, você irá clicar em Potencial energético → Potencial Solar, presentes na
coluna esquerda:
Feito isto, você será redirecionado a uma página, vá até o final dela e irá se deparar
com esses campos da imagem, onde será necessário colocar as coordenadas geográficas
(disponíveis no Google Maps, por exemplo) onde o projeto será instalado, e clique em buscar.
Obs: É aconselhável utilizar a opção de “graus, minutos e segundos (00°00'00")”, visto
que garante uma maior especificidade ao banco de dados do CRESESB.
2º método → Fórmulas
SF On-Grid → 3,7 + (0,69 × Latitude do local)
SF Off-Grid → Latitude do local + Latitude do local4
7°17' 6°28'
19
Obs: em off grid (sistema isolado) precisa-se projetar o sistema de forma que ele produza
energia no PIOR DIA DO ANO, por isso que ele fica geralmente mais inclinado que o On-
Grid.
Usamos como referência a data de 21 de junho por ser o início do solstício de inverno
e, portanto, o dia em que o sol estará mais rebaixado às 12:00, assim, criando a maior sombra
possível no ano.
EX2: Peguemos como referência o ângulo do EX1 de painéis On-Grid (7°), e adotemos como
L = 1,8 m. Sendo assim:
d=L× cos θ + sin θ tan θ =
d=1,8× cos 7° + sin 7° tan 7° =
d=1,8× 0,992+ 0,1210,122 =
d=1,8× 0,992+0,991 =
d=1,8× 1,983 =
d=3,56 m
outra por um separador de material isolante, porém poroso de modo que deixasse passar os
íons H e SO , e consequentemente a corrente elétrica. A dissimetria química entre as duas
+
4
-
corrente diminui até parar: nesse ponto, vamos dizer que a bateria está completamente
descarregada.
descarga da bateria, ou seja, o PbSO determina o nível de descarga de bateria. Além disso,
4
esse processo químico (migração de elétrons da placa negativa para a positiva) ocorre
independentemente da existência de uma carga externa, e é chamado de autodescarga.
É válido considerar que as Baterias Estacionárias, usadas nos sistemas fotovoltaicos,
têm uma menor taxa de Autodescarga que as Baterias Automotivas. Ademais, outro fator
importante é o envelhecimento delas, considerando que ele é afetado pelo aumento de
sulfatação dentro dela. A sulfatação é a formação de sulfato de chumbo nas placas de uma
bateria. Normalmente, acaba resultando em baixos níveis de carga (devido a diminuição da
capacidade de armazenamento), sobrecarga (ocasionado pelo menor armazenamento de
energia) ou descarga profunda (por armazenar menos energia, descarrega mais rápido).
● Não recarregar a bateria após uma descarga, deixando-a neste estado por longos
períodos;
● Armazenar a bateria em locais com temperaturas altas;
● Deixar a bateria por longos intervalos de tempo com a carga baixa;
● Profundidade de descarga (Pd) elevadas.
Vale ressaltar, ainda, que as baterias irão trabalhar sempre muito próximo de 12V,
oscilando apenas cerca de 1V. Isso promove uma estabilidade de tensões ao inversor, que
não consegue trabalhar com variações muitos grandes. Além disso, em caso de corrente de
surto, a bateria envia corrente para o aparelho que utiliza motores se o controlador de carga
não conseguir suprir inteiramente a demanda (situação que provocaria o surto).
1. Painéis Fotovoltaicos: o painel precisa entregar uma tensão pelo menos 50% maior que
a tensão de trabalho do banco de baterias, isso antes de passar pelo controlador de
carga. Ex: tensão do banco de bateria é 12V, os painéis precisam fornecer uma tensão
de 18V (ou seja, um painel de 36 células).
2. Controlador de Carga: especificamente, do tipo PWM, com ou sem a função MPPT
Função MPPT: do inglês, Maximum Power Point Tracker, ou em português, seguidor do
ponto de máxima potência, é um algoritmo que otimiza a quantidade de energia
transmitida do painel fotovoltaico para a bateria (será abordado posteriormente).
1. Banco de Baterias: (chumbo-ácido selada ou aberta)
2. Inversor Senoidal: pode ser com ou sem MPPT, de onda puro ou modificada, sendo o
puro mais utilizado, devido a não ter limitações de uso.
a) Controlador de Carga:
1) Impedir a corrente reversa da bateria para o painel solar durante a noite (Durante
a noite, o semicondutor não gera energia, podendo, desse modo, se transformar em
uma carga.)
b) Bateria
c) Inversor Autônomo:
220V, na entrada do inversor em torno de 24V CC e na saída 220V CA. Existem dois tipos
de inversores mais utilizados, os de ondas senoidais puras e de ondas modificadas (existe
também o de onda quadrada, que está obsoleto). O mais recomendável é o de onda
senoidal pura, porque pode trabalhar com qualquer tipo de equipamento.
Novidade: Inversores híbridos, tanto para sistemas off grid, como para backup em
sistemas conectados à rede. Para sistemas conectados à rede, quando falta energia, ele
automaticamente conecta determinados eletrodomésticos diretamente ao banco de
baterias. Inversores híbridos possuem controlador de carga inclusos. Possuem conexões
para os painéis fotovoltaicos, para o banco de baterias e para a corrente alternada, de modo
que quando faltar a CA da rede, a energia do banco de baterias será utilizada para
abastecimento.
Potência Nominal: é a potência total, somatória de todos os aparelhos que se utilizará. Para
projeto, aumenta-se um pouco: a potência consumida pelos equipamentos deve estar entre
50% e 70% da potência nominal do inversor.
a) Conexão em Série:
Para conectar painéis fotovoltaicos em série, conecta-se o positivo (macho) com o
negativo (fêmea). Nesse tipo de conexão, as correntes de entrada e saída serão iguais e a
tensão total é a soma das tensões de cada painel. Uma série de baterias, painéis ou células
são chamadas de uma string. O inversor interativo, que interage com a rede, não suporta
correntes altas, por isso priorizam-se conexões em série para sistemas conectados à rede.
Os inversores de strings suportam grandes tensões, mas não suportam grandes correntes.
Ressalta-se, ainda, que se deve utilizar componentes idênticos ao se conectar em série, pois
aquele que tiver, no caso de painéis, menor potência, isso será fator limitador para toda a
string. A conexão procede-se do mesmo modo para baterias.
27
Fonte: VC Solar.
b) Conexão em Paralelo:
Para conectar painéis fotovoltaicos em paralelo, conecta-se o negativo com o negativo
e o positivo com positivo. Faz-se necessário a utilização de conectores Multibranch, do tipo
MC4, que permite a conexão de dois pólos de mesmo sinal. Na conexão em paralelo, a
corrente total é a soma das correntes que passam por cada componente, e a tensão total é a
mesma de a de um único componente. Conexões em paralelo são muito utilizados em
sistemas isolados.
Fonte: VC Solar.
Fonte: VC Solar.
28
c) Conexão em série-paralelo:
Outro tipo de arranjo de conexão é a que envolve ambos: série-paralelo. A
configuração é ilustrada na imagem abaixo. Observar que sempre primeiro se conecta em
série e depois em paralelo.
As conexões em série são mais utilizadas em sistemas conectados à rede, uma vez
que os inversores são projetados para este fim. Já em sistemas isolados, costuma-se utilizar
mais as conexões em paralelo ou série-paralelo.
A conexão direta dos painéis fotovoltaicos às baterias pode causar sérios problemas
a rede de armazenamento de energia. Assim, o não uso do Controlador de Cargas pode gerar
um superaquecimento e até mesmo a explosão das baterias, já que as cargas estariam sendo
enviadas para esse sistema sem o controle específico que é pré-determinado pelo fabricante.
A partir disso, faz-se necessário descobrir qual a Corrente Consumida por dia, já que
as baterias são dimensionadas por essa unidade de medida.
Sabendo-se que:
carregamento desse sistema é efetivamente usada pela bateria. Nesse caso, estima-
se que 10% da energia que chega na bateria é perdida.
● Eficiência do Inversor Autônomo → 85%. Esse valor estimado demonstra uma perda
aproximada de 15% da energia ao transformar a Corrente Contínua em Corrente
Alternada. Tal cálculo será feito somente para cargas que não forem conectadas
diretamente ao Controlador de Carga, ou seja, que não usam CC.
Exemplo:
Estimando uma lâmpada que tem o consumo de 10Ah/dia, corrigimos ele para a
eficiência da bateria e depois, para a do inversor. Logo, temos:
Portanto, observa-se que a lâmpada consome na verdade 13,07A. Sem esse cálculo
de correção, o SF seria subdimensionado.
Fator de Correção para CA: 0,9*0,9 = 0,81 (bateria e inversor com 90% de
eficiência)
E =I *A
PD D Painel * Ef P
Onde:
N =V BS Banco/V Bateria
Onde:
Onde:
anteriormente. Assim:
E = E /P
A C D
34
Onde:
Onde:
N =C
BP Banco /CBateria
Onde:
N = N *C
Total BS BP
Onde:
N Painéis = E /E
CD PD
Onde:
● E e E já foram calculados.
CD PD
OBS.: Note que esse valor pode ser fracionário (por exemplo, N = 4,56). Neste Painéis
caso, faz-se uma análise da tensão do banco de baterias e da tensão dos painéis: os
painéis devem fornecer uma tensão necessária para o carregamento destas baterias.
35
Isto significa que devemos arredondar o número de painéis de forma que supra a
geração dimensionada e que possamos conectá-los de modo que gerem tensão igual
à necessária para o carregamento do banco de baterias.
E =I *A
PD D Painel * Ef * 0,7
P
Onde:
Ie=Isc* 1,25
Obs: A tensão nominal do controlador de carga deve ser a tensão do banco de baterias.
1. Máximo de painéis
Nm= Pm / Pp
Ns=Vf / Vs
Vs= Tensão máxima por string - Fonte: Cálculo de tensão dos painéis
em série
Np=Cn/Cc
Obs: A tensão mínima do painel fotovoltaico deverá ser ao menos 25% maior do que
a tensão do banco de baterias
Tais dados podem ser usados com somente um Controlador de Carga, ou com dois
deles. Nesse segundo caso, onde o uso de dois Controladores de Carga menores é
financeiramente mais viável que o uso de um maior, os aparelhos utilizados devem ser
idênticos (quanto a marca e modelo) e o fabricante deve autorizar o uso em paralelo.
Figura 2.14: Conexão ao controlador de carga. Figura 2.15: Controladores de carga em paralelo.
Pode-se ainda dividir em dois sistemas, onde cada banco de baterias envia corrente
para um determinado inversor, que alimenta determinados aparelhos da unidade
consumidora.
37
Outra parte dessa energia, o excedente da demanda energética que a unidade necessita,
será injetada na Rede Elétrica Local sendo contabilizada pelo Medidor Bidirecional, o qual
também medirá a quantidade de energia consumida. Já no período da noite, em que não há
captação de energia solar pelos módulos, todo o excedente de energia injetado na rede será
destinado para suprir cargas utilizadas por essa unidade, assim representado pela figura
abaixo.
O inversor tem como principal função converter a energia gerada pelos painéis de
Corrente Contínua (CC) para a energia utilizada pelas cargas e equipamentos desta unidade,
que é de Corrente Alternada (CA). Além disso, é papel do inversor On Grid fazer a interligação
com a rede de concessionária local, sincronizando a frequência (Hz) e tensão de saída(V)
para garantir que a energia esteja coerente com a fornecida pela rede de distribuição local.
Com isso, como requisito de segurança internacional, ele também garantirá que todo sistema
seja desligado em casos de falhas ou desligamento de energia da rede elétrica, até para que
a mesma seja reparada sem sofrer riscos no momento da manutenção.
Seu funcionamento se dá em captar a energia produzida pelos módulos fotovoltaicos
e protegida pela String Box CC para a devida conversão, ele também sincroniza a energia
para a frequência utilizada pela rede elétrica de 60Hz e adequando a tensão dentro de uma
margem para que ela não esteja nem acima nem abaixo da tensão fornecida pela
concessionária, variando essa margem de acordo com a estabelecida pelo local, isso tudo
com a ajuda de um oscilador interno. Além disso, ele injeta na rede a energia extra produzida
pelos módulos durante o período de atuação do sistema, para que posteriormente seja
consumida pela unidade.
41
Observação:
- Não é recomendável utilizar um inversor monofásico para um projeto de sistema fotovoltaico
de grande geração com o tipo de rede trifásica, pois em vez de conectar com mais de uma
fase, característica de uma rede trifásica, o inversor apenas se conectará com uma fase da
rede, que nem sempre estará balanceada, apesar do ideal dessa rede é de ter as fases
equilibradas.
- Sempre é preciso realizar o aterramento, não se deve confundi-lo com a conexão neutra já
que ambos são diferentes. O terra garantirá que em caso de descargas, protegerá tanto os
equipamentos ligados como os residentes da unidade, enquanto que o neutro não possui
tensão, é utilizado como referência para definir a tensão do circuito e equilibrar a instalação.
Figura 3.13: DataSheet do inversor modelo Fronius Primo 3.0-1 até o 4.6-1.
Fonte: Fronius.
A String Box é um equipamento de proteção para garantir que o sistema não tenha surtos
elétricos ou curtos circuitos, ele possui dois tipos em um sistema fotovoltaico, um para cada
tipo de alimentação, String Box CC ou caixa de junção e String Box CA, também chamado
de quadro de distribuição. Esse tipo de equipamento pode ser encontrado com dois tipos de
alimentação em um só, String Box CC+CA porém não é recomendável tendo em vista a
norma NBR 5410 de item 4.2.5.7, a qual impõe que cada alimentação deve ser especificada
separadamente e diferentemente das demais, salvo em algumas exceções.
Figura 3.18: Conexão entre o inversor e o quadro de distribuição com a String Box CA.
Fonte: BlueSun Solar.
OBS: Não confunda o fusível com o disjuntor. O disjuntor é um dispositivo de chave magnética
que tem como função de realizar a proteção de uma instalação elétrica contra danos como
sobrecargas e curto circuitos, ele irá desligar automaticamente quando a intensidade da
corrente for maior que a capacidade do circuito.Já o fusível, é um dispositivo que apesar de
possuir a mesma função do disjuntor, ele irá atuar de forma diferente, a energia passará por
ele fazendo-o queimar, isso em caso de sobrecarga ou curto circuito, e possibilitando que o
sistema não seja interferido.
-No caso do disjuntor na String Box CA, não é necessário fazer o dimensionamento para a
escolha dele, a escolha será especificada no datasheet do inversor que será utilizado no
48
sistema. Até em casos de vistoria, esse é um dos pontos importantes a serem analisados no
sistema.
-O DPS é um componente importante em ambos os strings box, mais especificamente para
a de corrente alternada, já que esse dispositivo irá desviar surtos de sobretensão que poderão
vir da rede e destiná-los ao aterramento e não para o inversor.
fusíveis fotovoltaicos precisam realizar essa função, mas estando de acordo com os requisitos
de instalações fotovoltaicas. Esses tipos de fusíveis, denominados fusíveis gPV, são
desenvolvidos em conformidade, principalmente, pela norma internacional IEC 60269, mas
existem ainda normas alemãs que especificam a fabricação desse equipamento.
Ainda assim, deve-se ter bastante cuidado com a utilização desse equipamento e
apesar do seu funcionamento ser simples, alguns detalhes fundamentais são exigidos na
escolha dele, são eles:
-É necessário possuir a característica gPV, a qual dá nome a ele, pois possui uma adequação
no disparo de proteção dos circuitos em um sistema fotovoltaico;
-Eles devem ser dimensionados para valores de corrente mínima de 1,25 A e máxima
correspondente ao valor indicado pelo fabricante do módulo solar;
-Sua instalação deve ser de preferência em chaves seccionadoras para serem capazes de
dissipar a energia nas piores situações.
Dito isso, é necessário realizar o devido dimensionamento do fusível gPV para o
sistema. Informações como a corrente de curto circuito do modelo de painel utilizado,a
corrente mínima de atuação padrão de um fusível e a corrente máxima suportada pelo módulo
são determinantes na escolha do fusível, como mostra a equação abaixo:
𝐼𝑓 = 1,25 𝑥 𝐼𝑠𝑐 (3.1)
Sendo, 𝐼𝑓 a intensidade de corrente do fusível, 1,25 a mínima corrente de atuação do fusível
especificada pela norma e 𝐼𝑠𝑐a corrente de curto circuito do painel. Por exemplo, se estamos
trabalhando com um painel que tem uma corrente de curto circuito 8,81 A e uma corrente
máxima de 15 A, então fazendo os cálculos, o sistema necessitará de um fusível com corrente
entre 11A e 15A.
A, resultando numa corrente da chave de 13,2 A. Nesse caso, deve-se escolher uma chave
que suporte uma corrente de 13,2 A e uma tensão de 338,4V.
Figura 3.20: Exemplo de uma fatura de energia elétrica com destaque nas informações necessárias.
Fonte: Equatorial Energia.
Feito a anotação das informações necessárias, o dimensionamento deverá seguir da
seguinte forma:
1) Calcular o consumo médio mensal de energia em KWh da unidade (no caso a
especificada na fatura de energia);
2) Determinar a potência de geração necessária para suprir 100% do consumo
energético;
3) Escolher um inversor;
4) Analisar a área do telhado e sua orientação;
5) Escolher o modelo de painel que será utilizado;
6) Definir a quantidade de painéis que serão utilizados no projeto.
𝐶𝑚𝑚
𝑃𝑛 = (3.3)
𝐼𝑚 𝑥 30 𝑥 𝐹𝑒𝑓
Sendo 𝑃𝑛 a potência de geração necessária para esse sistema, 𝐶𝑚𝑚 o consumo médio
mensal, 𝐼𝑚 a irradiação solar em KWh/m²dia, 30 com relação ao número de dias e 𝐹𝑒𝑓 o fator
de eficiência do painel em porcentagem. Então, considerando que a irradiação média de
Teresina é de 5,54 KWh/m²dia e que a eficiência de um painel é em média de 80%, temos
que a potência necessária para o projeto é de 7,06 KWh/mês, o qual convertendo para KWp,
resulta em 7,06KWp. Feito isso, a escolha do inversor se dará por meio desse valor de
potência, já que ele será o mínimo de potência de saída que o inversor deve proporcionar.
Para o passo 4, é necessário analisar o telhado da residência, a sua área e sua
orientação, pois só assim vai interferir na escolha de painéis e disposição da(s) string(s) além
de buscar a melhor orientação dos módulos. Entende-se que o exemplo em questão não há
entendimento sobre a área do telhado dessa residência nem a sua orientação, mas para essa
localidade, cidade de Teresina, o ideal é dispor os painéis com orientação para o norte, caso
não seja possível, a segunda opção seria de orientá-los para o leste.
A escolha de painel é feita com base na área do telhado, quanto maior ela for, maior
será a possibilidade de escolha do modelo já que as dimensões serão especificadas pelo
fabricante que irão basear o estudo em onde serão instaladas. Além disso, é necessário
atentar-se à quantidade de painéis necessárias, cuja cálculo é feito por meio da seguinte
equação:
𝑃𝑛
𝑄𝑝 = (3.4)
𝑃𝑝
Na fórmula, 𝑄𝑝é a quantidade de painéis fotovoltaicos, 𝑃𝑛 é a potência de geração necessária
e 𝑃𝑝 é a potência máxima que o painel escolhido pode produzir. Tal equação poderá ser feita
em diversos modelos de painéis solares para determinar qual deles será a melhor escolha,
pois irá depender do modelo que irá interferir no tamanho da área de painéis que estarão
dispostos no telhado, na quantidade de módulos utilizados e também no valor total da
instalação.
Por exemplo, se utilizarmos um modelo de painel Poli Module CS3W-395 da
fabricante HiKu do tipo policristalino com potência máxima de 395 W, a quantidade de painéis
seria de, aproximadamente, 18 painéis. Dessa forma, a disposição dos painéis poderia ser
de duas strings com 9 painéis cada, supondo que dessa forma se adequaria melhor ao
telhado, mas ainda deve-se atentar ao fato que o modelo de inversor precisaria ter duas
entradas MPPts, uma para cada string além de que ele precisaria suportar a tensão máxima
gerada por esses painéis dispostos em strings, como mostra as figuras e tabelas a seguir.
Módulo Fotovoltaico
Fusível
DPS
Inversor
Disjuntor unipolar
Disjuntor tripolar
Medidor bidirecional
Haste de aterramento
Chave seccionadora
B) Módulo 1 – Introdução
Critério Sistema
Potência ≤ 75 kW Microgeração
A) Ao entrar em contato com o cliente deve ser estabelecido se a geração será de consumo
individual, autoconsumo remoto, geração compartilhada ou empreendimento com múltiplas
unidades consumidoras.
b) Diagrama Multifilar
O diagrama multifilar traz as mesmas informações do unifilar, porém com mais detalhes
dos componentes e ligações entre eles. Geralmente são necessários em projetos de
sistemas com maior potência. A figura a seguir exemplifica o diagrama multifilar do mesmo
projeto do diagrama acima.
Após envio de todos os documentos exigidos acima, a concessionária tem 15 dias para a
emissão do Parecer de Acesso, caso não haja nenhuma inconformidade. Em seguida, a
empresa instaladora tem um prazo de 120 dias para realizar a instalação do sistema e solicitar
a vistoria. Uma vez que a vistoria é solicitada, a concessionária tem 7 dias para realizá-la e
em caso de aprovação, tem mais 7 dias para efetuar a troca do medidor. Mas caso esteja
tudo ok, a equipe da concessionária irá trocar logo o medidor unidirecional por um bidirecional
nessa etapa da vistoria, permitindo que o cliente comece a utilizar o sistema de compensação.
𝑃𝐷 = 𝐼 ∗ 𝑉 ∗ √3 ∗ 𝐹𝑃 (4.6)
Sendo:
● 𝑃𝐷 a potência disponibilizada;
● 𝐼 a corrente de acionamento de disjuntor;
● 𝑉 a tensão da rede, 220 V sendo monofásica e 380 V sendo trifásica;
● 𝐹𝑃 o fator de potência médio da rede estimado em 0,92.
63
Dados como carga declarada, disjuntor de entrada, tensão de atendimento e tipo de ramal
são obtidos em uma visita técnica para conhecer o local de instalação.
6. Depois clicar “Adicionar atividade” para cada atividade escolhida (ex: elaboração, execução
e etc.);
a) ICMS
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS é um tributo Estadual
aplicável à energia elétrica. Com respeito à micro e minigeração distribuída, é importante
esclarecer que o Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ aprovou o Convênio
ICMS 6, de 5 de abril de 2013, estabelecendo que o ICMS apurado teria como base de cálculo
toda energia que chega à unidade consumidora proveniente da distribuidora, sem considerar
qualquer compensação de energia produzida pelo microgerador. Com isso, a alíquota
aplicável do ICMS incidirá sobre toda a energia consumida no mês.
Após interações da Agência com o Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, Ministério de Minas e Energia e com o Congresso Nacional, o Conselho
Nacional de Política Fazendária - CONFAZ publicou o Convênio ICMS 16, de 22/4/2015, que
revogou o Convênio ICMS 6/2013 e autorizou as unidades federadas a conceder isenção nas
operações internas relativas à circulação de energia elétrica, sujeitas a faturamento sob o
sistema de compensação de energia. Dessa forma, nos Estados que aderiram ao Convênio
ICMS 16/2015, o ICMS incide somente sobre a diferença entre a energia consumida e a
energia injetada na rede no mês. O Piauí encontra-se entre os Estados que aderiram a essa
permissão, o que torna a conta de luz ainda mais barata.
Para aqueles Estados que não aderiram ao novo Convênio, mantém-se a regra
anterior, na qual o ICMS é cobrado sobre todo o consumo, desconsiderando assim a energia
injetada na rede pela microgeração ou minigeração.
70
b) PIS/COFINS
Com relação à apuração do Programa de Integração Social - PIS e da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, não existia até outubro de 2015 uma
legislação ou orientação da Receita Federal esclarecendo como deveria ser realizada a
cobrança para os casos de micro e minigeração distribuída.
No entanto, com a publicação da Lei nº 13.169/2015, de 6/10/2015, resultado de várias
gestões da ANEEL junto ao Ministério de Minas e Energia e ao Ministério de Planejamento,
Orçamento e Gestão, a incidência do PIS e COFINS passou a acontecer apenas sobre a
diferença positiva entre a energia consumida e a energia injetada pela unidade consumidora
com micro ou minigeração distribuída. Tendo em vista que o PIS e a COFINS são tributos
federais, a regra estabelecida pela lei vale igualmente para todos os Estados do país.
5.3 Modalidades Tarifárias
5.3.1 Grupo A
Composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior
a 2,3 kV, ou atendidas a partir de sistema subterrâneo de distribuição em tensão secundária,
caracterizado pela tarifa binômia e subdividido nos seguintes subgrupos:
Nesta modalidade, tanto o consumo como a demanda terão tarifas diferenciadas por
posto horário, sendo necessária a contratação de uma demanda para o posto horário de
ponta e uma demanda para o posto horário fora de ponta. Disponível para todos os subgrupos
do grupo A.
Observação:
● A demanda ativa constitui-se das médias das potências elétricas ativas solicitadas
ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade
71
5.3.2 Grupo B
Unidades consumidoras da Baixa Tensão, das Classes Residencial (Subgrupo B1), Rural
(B2), Demais Classes (B3) e Iluminação Pública (B4)
a) Horário de Ponta
Caracterizado por 3 (três) horas consecutivas definidas por cada Distribuidora. No
Piauí, o horário de ponta se inicia às 17h30 e se estende até as 20h30, com exceção feita
aos sábados, domingos e feriados definidos na Resolução Normativa nº 414/2010 da Aneel.
contínuo de 8h30 (oito horas e trinta minutos) compreendido entre o horário das 21h30 às 6h
do dia seguinte, não se aplicando as exceções definidas no posto horário ponta.
Resposta: Basta analisar a tabela acima, como temos uma vazão de 8m /h, a 3
Repita o mesmo passo para os demais acessórios e depois some as perdas para encontrar
a perda localizada total.
Perda de Carga Distribuída: Esse tipo de perda de carga ocorre em trechos de
tubulação retilíneos e de diâmetro constante. Ela se dá porque a parede dos dutos retilíneos
causa uma perda de pressão distribuída ao longo de seu comprimento que faz com que a
pressão total vá diminuindo gradativamente, daí o nome perda de carga distribuída.
A perda distribuída é calculada pela seguinte fórmula:
PD = CT × FPD
CT : Comprimento do Tubo (m)
FPD : Fator de perda de carga (%)
perda distribuída?
Resposta: Ao analisar a Figura 6.7, encontramos que o fator de perda de carga será
de 4.2%. Aplicando esse valor na equação da perda distribuída, encontramos:
PD = CT × FPD
PD = 84 × 4.2% = 84 × 0.042
PD = 3.53 m
● Altura de Recalque (AR): Altura do solo até o ponto mais alto em que haverá o
despejamento da água.
● Nível Dinâmico (ND) ou: É a altura do nível da água do poço até o solo quando a
bomba está ligada.
Observação: Para um valor mais preciso, existe uma pequena diferença no cálculo
da altura manométrica para bombas helicoidais e centrífugas:
● Bomba helicoidal, vibratória e diafragma: considera-se a altura desde a saída de
água da bomba até o ponto de entrega;
● Bomba centrífuga: considera-se a altura desde o nível dinâmico do poço ou
reservatório até o ponto de entrega.
Fonte: Samking.
Analisando a Tabela 6.1, percebe-se que quanto maior for a AMT, menor será a
vazão e maior será a potência necessária para o funcionamento da bomba.
Algumas marcas possuem uma Tabela que relaciona o tipo de Bomba, a Altura
Manométrica Total e a Vazão da bomba, possibilitando um direcionamento na escolha da
bomba, entretanto, ainda é necessário fazer a análise do documento anterior.
Fonte: Up Solar.
Esse painel possui uma voltagem de máxima potência de 31.6V e voltagem de circuito
aberto de 40.1V. De acordo com a Tabela 6.1, serão necessários 2 painéis, levando em
consideração a tensão da bomba, podemos dispor esses painéis em série. Nos painéis
solares dispostos em série, soma-se as tensões de cada painel, e a corrente permanecerá a
mesma, portanto:
Painéis em Série
Vmp: 31.6 * 2 = 63.2V
Voc: 40.1 * 2 = 80.2V
Comparando os valores de Vmp e Voc do arranjo com os valores de Vmp e Voc da
bomba conclui-se que os dispositivos são compatíveis.
Além da irrigação por aspersão, existe também a irrigação por gotejamento que vem
crescendo nos últimos anos. Algumas de suas vantagens são a menor perda de água por
evaporação e a menor utilização de água.
Perda Localizada: Temos duas curvas de 90º e dois T’s de saída bilateral. As perdas
localizadas são encontradas nas Tabelas 6.2 e 6.3, e vão variar dependendo do material da
encanação. Por ser de PVC, os valores serão obtidos da Tabela 6.2.
Perda Localizada das curvas de 90º = 0,6 metros
Perda Localizada do T de saída bilateral = 3,1 metros
PL(total) = 0,6 * 2 + 3,1 * 2 = 7,4 metros
Nesse esquema, tem-se o inversor híbrido que possui como fontes energéticas os
painéis fotovoltaicos e a rede elétrica. Em situações de falha da rede elétrica, os painéis
fotovoltaicos e a energia armazenada no banco de dados são responsáveis por alimentar as
cargas prioritárias no tempo estipulado no projeto.
Uma das principais vantagens desse sistema é o fato de que o banco de baterias ter
a possibilidade de ser carregado tanto pelos painéis fotovoltaicos quanto pela rede. Além
disso, consumidores que optam por sistemas híbridos possuem uma independência
energética mais abrangente, pois a energia continua sendo usada mesmo em casos de falhas
da rede elétrica.
Quando a rede elétrica e os painéis fotovoltaicos estão funcionando simultaneamente,
a energia vinda da rede elétrica ao chegar no inversor é monitorada e verificada e, após isso,
90
ela carrega as cargas prioritárias e a reserva energética. O mesmo ocorre com os painéis,
por isso, em alguns inversores, é necessário escolher qual é a fonte de energia prioritária.
7.2 All in One
All in one significa “todos em um”, isto é, conectar nos inversores híbridos apenas uma
fonte de energia. Isso acontece em muitos casos de sistemas off-grid: em vez de utilizar
inversor e controlador de carga separadamente, optou-se por utilizar o inversor híbrido, para
isso basta escolher a prioridade do inversor para energia solar. Há outros casos em que
sistemas solares híbridos All in One contam com um inversor interativo* e outro autônomo,
além de um sistema de banco de baterias, indicado para casos em que as baterias devem ter
autonomia de até 8 horas. Esse sistema possui arquitetura modular e permitem ampliações
para melhor se adaptar às diferentes situações.
a) O inversor interativo funciona como nos sistemas on-grid. Já o inversor autônomo está
conectado apenas a rede para alimentar as baterias e atender as cargas prioritárias
em caso de necessidade.
b) No Brasil, não há regulamentação para um inversor interagir com a rede e ser
conectado também ao banco de baterias. Dessa forma, o inversor autônomo não
interage com a rede, apenas verificar sua frequência.
Como os demais sistemas, os híbridos apresentam algumas desvantagens como o
custo elevado em comparação a inversores que não são híbridos e, também, do elevado
custo do banco de baterias. Além disso, como os sistemas híbridos possuem mais
equipamentos, sua instalação é mais complexa, necessitando um espaço físico maior. Assim,
cabe ao projetista avaliar qual sistema oferece um maior custo benefício.
Exercício Resolvido:
Lâmpada 5 5W 6h 150 Wh CA
Roteador 1 10 W 6h 60 Wh CA
Fonte: Autoria própria.
91
Observações importantes:
a) Note que 1.3 é o fator de segurança de 30%.
b) Como o inversor não tem uma eficiência 100%, utiliza-se o fator de correção 0.9.
Nesse caso, o inversor precisa de uma potência acima de 787W. Um fato interessante dos
inversores híbridos é que a potência de surto de inversores híbridos é até 3 vezes maior que
a sua potência nominal. Para dimensionar o banco de bateria o consumo total deve estar em
Ah. Assim, dividimos o consumo total por 12V.
Corrente Total corrigida (Ah) = 2845/12 = 154Ah
Ao dividir o consumo total pelo número de horas, obtemos o consumo por hora:
Corrente média drenada da bateria (Ah) = 154 Ah/6 = 26Ah
Agora, basta consultar o quadro produzido empiricamente pela fabricante de baterias que
relaciona o número de horas de autonomia com a corrente. O quadro abaixo é das baterias
da fabricante Freedom. É importante consultar essa tabela porque a relação entre esses
números não é proporcional, é obtida por experimentação e exclusivo de cada fabricante.
Figura 7.2: Tabela com modelos de bateria com a relação de número de horas com a corrente.
Fonte: BlueSun Solar.
Note que esse rendimento da bateria é para 25°C, se essa temperatura for maior ela vai
disponibilizar uma corrente um pouco menor. Dessa forma, observa-se que a bateria mais
adequada é a DF4001, uma vez que ela possui uma corrente de descarga de 30 A durante 6
horas.
Exercícios Propostos
1. Qual a função de um inversor híbrido?
2. Marque verdadeiro ou falso.
( ) Sistemas off-grid podem ser projetados com inversores híbridos.
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3. Dimensione o inversor e a bateria para manter as cargas para um sistema híbrido all
in one que possui um inversor interativo (conectado ao sistema on-grid), um inversor
autônomo e um banco de baterias. Escolha o inversor autônomo e a bateria mais
adequada para manter as cargas por 4,5 horas. Utilize a planilha de corrente de
descarga fornecida pelo fabricante do exercício resolvido. Os equipamentos com
carga prioritária estão apresentados no quadro abaixo.
Lâmpada 5 5W 4,5 h CA
Roteador 1 10 W 4,5 h CA
Referências
• BlueSol: www.bluesol.com.br
• Grugeen: www.grugeen.eng.br
• NeoSolar: www.neosolar.com.br
• Omel: https://www.omel.com.br
• WebArCondicionado: www.webarcondicionado.com.br
5. EXEMPLOS DE FATURAMENTO PELO SISTEMA DE CONPENSAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA
Para efeitos de cálculo, foi utilizada a tarifa de 0,51 R$/kWh da Cemig, sem a
incidência de impostos federais e estaduais (PIS/COFINS e ICMS).
Com base nos níveis mensais de irradiação solar na localidade, foi estimada para
a unidade consumidora (UC) a geração de energia (injetada), conforme
apresentado na tabela a seguir.
19
rede (353 kWh), resultando disso um crédito (23 kWh) a ser utilizado em
faturamento posterior. No mês de janeiro, portanto, o faturamento será apenas
pelo custo de disponibilidade. Como esse custo é o valor em reais equivalente a
100 kWh, para uma tarifa de 0,51 R$/kWh, o custo de disponibilidade será de R$
51,00.
No mês de fevereiro, a energia ativa injetada na rede (360 kWh) foi igual ao
consumo medido. Dessa forma, o crédito do mês anterior não foi aproveitado (e,
novamente, a UC foi faturada pelo custo de disponibilidade).
Em março, o consumo (460 kWh) foi maior do que a energia ativa injetada na
rede (335 kWh), circunstância que propiciou a utilização do crédito de 23 kWh
gerados no mês de janeiro.
Nota-se que, no mês de julho, novamente o consumo (350 kWh) foi menor do que
a energia ativa injetada na rede (360 kWh), o que gerou um crédito de 10 kWh.
20
Já no faturamento de agosto, a energia injetada foi de 370 kWh e o consumo foi
maior (476 kWh). A diferença entre o consumo e a geração (106 kWh) seria,
portanto, o valor a faturar naquele mês. Todavia, há 10 kWh de créditos gerados
no mês anterior (julho) e, assim sendo, eles podem ser utilizados para abater o
valor a faturar.
Nesse caso, no entanto, basta que sejam utilizados 6 kWh (dos 10 kWh de crédito)
para que a quantidade de kWh a faturar seja igual à quantidade mínima que deve
ser faturada (100 kWh – custo de disponibilidade). Logo, sobrariam ainda 4 kWh
de créditos que o consumidor utilizará no mês em que necessitar (no exemplo, em
setembro).
Em resumo, nos meses em que o consumo for igual ou inferior à energia injetada
na rede (janeiro, fevereiro e julho, no exemplo), ou quando, embora maior o
consumo, a diferença for menor ou igual a 100 kWh (abril, junho, agosto,
setembro, novembro e dezembro, no exemplo), a UC será faturada apenas pelo
custo de disponibilidade.
?
Tensão: 13,8 kV;
?
Tarifa: Azul;
?
Demanda na Ponta: 100 kW;
?
Demanda Fora da Ponta: 400 kW;
?
Potência instalada de minigeração: 350 kW (pico).
21
Para as unidades consumidoras que dispõem de tarifa horária, a energia injetada
deve ser utilizada, prioritariamente, para abater o consumo mensal no mesmo
período (ponta ou fora ponta). Caso haja sobra, esse saldo será utilizado para
reduzir o consumo no outro posto tarifário, após a aplicação de um fator de ajuste.
Consumo Ponta Injetado Ponta Consumo fora Ponta Injetado fora Ponta
Mês (kWh) (kWh) (kWh) (kWh)
Crédito Ponta
22
Tabela 4 - Aplicação do fator de ajuste no mês de janeiro
TE - Coelce
Fator Subgrupo Ponta (P) Fora de Ponta (FP) Relação
(Líquido ponta x Tarifa ponta) + (Líquido fora ponta x Tarifa fora ponta) =
(6.096 x 0,37588) + (0 x 0,24282) = R$ 2.291,36
23
Tabela 6 - Líquido na ponta e Líquido fora de ponta
Consideremos, ainda, que tal consumidor optou por instalar uma microgeração
com potência maior, equivalente a 10 kW (pico), com o intuito de utilizar os
créditos remanescentes da unidade com microgeração (UC1) em suas outras
unidades (UC2 e UC3).
24
Para este exemplo, o consumidor indicou para a distribuidora o percentual da
energia excedente da UC1 que será utilizado para compensar o consumo da UC2
(70%) e da UC3 (30%).
Jan 330 1.764 1.434 100 990 1.004 890 114 100
Fev 360 1.863 1.503 100 1.080 1.052 980 186 100
Da Tabela 7 pode-se observar que, para o mês de janeiro, a injeção na UC1 (1764
kWh) foi maior que seu consumo (330 kWh); portanto, a energia excedente nesse
mês foi de 1434 kWh (1764-330), a qual será alocada para demais unidades
conforme os percentuais pré-estabelecido pelo consumidor (70% para UC2 e 30%
para UC3). Assim, o consumo a ser faturado na UC1 será de 100 kWh, referente ao
custo de disponibilidade.
Para a UC2, como foi alocada maior quantidade de energia em janeiro (1004 kWh)
do que o consumo medido (990 kWh), utilizaram-se 890 kWh dos créditos de
forma a faturar apenas o valor do custo de disponibilidade e o restante foi
acumulado para uso nos meses seguintes (1004- 890 = 114 kWh).
25
A Tabela 8 ilustra o faturamento para a UC3 e, para janeiro, o consumo (495 kWh)
foi ligeiramente superior ao crédito alocado (430 kWh), resultando na utilização
de parte desse crédito (395 kWh), acúmulo de 35 kWh para uso nos meses
seguintes e pagamento de 100 kWh, equivalente ao custo de disponibilidade.
Conforme ilustrado nas Tabelas 7 e 8, o consumo a ser faturado para a UC1 será
igual ao custo de disponibilidade (100 kWh x 0,51 R$/kWh = R$ 51,00) para os
meses de janeiro a março, uma vez que a injeção de energia supera o consumo.
Para a UC2, após a alocação dos créditos, o consumo a ser faturado é o custo de
disponibilidade para janeiro e fevereiro, uma vez que havia mais crédito (alocado
+ acumulado) que consumo medido nesses meses, e, para março, como o
consumo medido foi superior aos créditos, o consumo a ser faturado pode ser
calculado da seguinte forma:
Consumo faturado março UC2 = 1380 kWh (consumo medido) – 1008 kWh
(crédito alocado) – 186 kWh (crédito acumulado até fevereiro) = 186 kWh
Consumo faturado março UC3 = 690 kWh (consumo medido) – 432 kWh (crédito
alocado) – 46 kWh (crédito acumulado até fevereiro) = 212 kWh
26
5.4 Condomínio com geração distribuída
?
Tensão: 13,8 kV;
?
Tarifa: Azul;
?
Demanda na Ponta: 100 kW;
?
Demanda Fora da Ponta: 400 kW;
?
Potência instalada de minigeração: 350 kW (pico).
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Esta alternativa é interessante para os condomínios, pois a carga da área comum
pode ser superior à energia gerada e, nesse caso, não haveria injeção de energia
na rede, inviabilizando a alocação dos créditos entre os condôminos.
28
Encerrada a compensação de energia dentro do mesmo ciclo de faturamento, os
créditos remanescentes devem permanecer na unidade consumidora a que
foram destinados.
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