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PABLO CÂNOVAS

DIÁRIO DE BORDO
FUNDAMENTOS DA DIDÁTICA

Diário de Bordo apresentado para a disciplina


de Fundamentos da Didática do curso de Letras,
da Universidade Federal do Mato Grosso do
Sul, Campus de Três Lagoas, ministrado pelo
Professor Fontoura Santos.

(UFMS-CPTL)
2020
Diaro de Fundamentos da Didática

Introdução:

Essa talvez seja uma introdução incomum, por não ser tão “formal”, mas sinto-me na
necessidade de expor algo da minha vida para professores que expõem-se tanto por nós.
Minha mãe, por mais que nunca tenha atuado na área, cursou pedagogia e se orgulha muito
disso. Adquiriu vários livros e nunca se desfez deles. Eu, desde pequeno, via a grande prateleira
com certo tom heróico, pensando “apenas um grande homem pode lê-la! Apenas os dignos as
possuem!”, uma verdadeira aventura homérica para… livros. E bom, mesmo quando era um
pequenino, aos 10 anos, comecei a me aventurar em livros, testar se eu era realmente digno daquela
prateleira.
Claro que, no começo, lia sem entender nada, mas, com o tempo, criei gosto, melhorei, e me
apaixonei. Hoje, me sinto até viciado quimicamente por filosofia. Com a chegada de meus 17 anos
e o adventício dever de escolher um caminho para o futuro, pensei: “O que quero ser? Já sei! Quero
ser como aquela prateleira”.
Estranho que o que o decidir ser é uma prateleira, um objeto inanimado, sem vida e sem
alma, porém, para mim, aquilo tinha vida, ou até mais, aquilo trouxe a mim o verdadeiro “gostinho”
de viver. Quero ser isso, quero trazer às pessoas esse gostinho, essa paixão pelo saber, essa vontade
de se afogar nas infinitas letras miúdas inscritas em um monte de papel. Razão pela qual a escolhe é
obvia: Letras.
Mas, como sabemos, nem tudo é mar de rosas… Como em todo épico, todo herói tem seu
vilão, e há uma infinita batalha entre bem e mal.
Nos dias atuais, para todo lugar que olhamos, vemos só o caos, só lutas, sem nenhuma
perspectiva de melhora. Os espíritos mais ansiosos podem se perguntar “que será de nós?”, os mais
depressivos podem responder que “nada será, já estamos perdidos”, porém, cabe ao educador não
cair nas paixões desse romantismo moderno, e cabe a ele e principalmente ele, lutar. Não ficar se
remoendo eternamente sob a porta trancafiada de um quarto, mas justamente, de usar dos mais
pacíficos instrumentos: A educação. É a educação e somente ela que livrará a humanidade da aurora
negra de autoritarismo e semelhantes dogmas, rumo à época dourada de libertarianismo.
Desde Hegel, sabemos que a luta incessante dos contrários, da afirmação e da negação, da
composição e da divisão, não surge só o Caos, não surge só luta, mas surge sua resolução: a síntese,
a unidade. Esse Uno que vêm da luta dos contrários é o sonho de todo que luta, de todo que ensina,
de todo aquele que, por fim, aprende. Esse é o ensinamento que foi passado por Marx e Engels, que
ainda olhavam apenas para o problema econômico, até chegar em Bakhtin e Vigotsky, que
verdadeiramente olharam para o problema educacional.
É essa a verdadeira didática: Ensinar é também um tipo de lutar, é buscar a superação dos
contrários por meio da unidade adventícia, é revolução e superação. Essa é talvez a forma teórica e
até artística de se falar sobre a a verdade da vida, a verdade de que o homem é explorado pelo
homem e, nosso dever enquanto estudiosos desse fato, é não ficarmos calados e gritarmos o brado
de igualdade.
Nesse semestre, não aprendi só a ser didático, mas aprendi a humanizar, a respeitar e a
entender. Aprendi verdadeiramente a ser humano. Humanização essa que não é sonho idealista
trancafiado nos submundos do Eu, mas humanização real, que luta e tem coragem e, por fim,
atingindo seu ápice dialético, ensina ao outro.
Tudo o que posso fazer aos professores desse semestre é agradecer, mesmo que de forma um
tanto informal para um trabalho avaliativo, mas agradecer: Obrigado professores, todos vocês
participam para quem um dia serei! Inúmeras matérias maravilhosas como Políticas Educacionais,
Fundamentos de Didática e Educação Especial que, não são só o olhar científico e objeto, como que
robótico, de outras matérias, mas são verdadeiramente humanos. Humanidade essa um tanto
necessária para a época de isolação e desolação que vivemos.
Com Odisseu e outros épicos heróis, lutamos, mas, ao contrário deles, nossa luta contra o
mal não é eterna, senão que temos a mais vívida fé de que nossa luta chegará à sua síntese, seu fim,
sua resolução. E o que é a resolução de uma luta? Não é quando um ganha, pois ao ganhar, só se
gera inimizado com aquele que perde, senão que é equalizar as partes, torná-los iguais. É esse o fim
da luta que lutamos, a Igualdade.

Com o mais agradecido coração,

Pablo Cânovas.

Proposta:

Este trabalho logra registrar as atividades, leituras e aulas de Fundamentos da Didática, ministrada
pelo professor Fontoura Santos, no curso de Letras, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul –
CPTL. A finalidade desse registro não é a criação de um mero relatório tecnicista, mas um reflexo
da concreta senciência do material estudado pela perspectiva do aluno que o escreve, já
relacionando com a prática de ministrar uma aula, que será o futuro para o estudante de Letras.
Semana II

Na aurora de nossa matéria, o professor nos dá a opção para que pudéssemos iniciar o plano
de ensino, de forma a que, cada aluno, cônscio de sua situação sociocultural, elenca para si mesmo,
dentro das possibilidades, aquilo que mais lhe é adequado segundo sua realidade. Não só isso, como
também tivemos a chance de, dentro da matéria também, ver filmes listados pelo professor. Eu
particularmente preferi ler “A pedagogia do Oprimido”, porque já tinha lido um texto de Paulo
Freire no semestre anterior, primeiro semestre de Letras, e essa experiência prévia me confirmou o
que todos dizem: Grande patrono da educação brasileira! Sinceramente, não esperava tanto, pois
sempre fico de “pé atrás” com autores tão famosos, mas me confirmou que Paulo Freire é realmente
tudo (senão até mais) que dizem, empreende e teoriza uma verdadeira educação igualitária e
inclusiva, que prega apenas o amor e não a obediência, contra a pedagogia maquiavélica.
O primeiro trabalho foi um tanto inesperado, afinal, quem espera fazer um desenho em uma
faculdade Letras? Parece-me importante causar, do ponto de vista do professor, essa contradição no
âmago do aluno, para mostrá-lo que não há barreiras na educação, e a educação chega até onde
quisermos que chega. Além do mais, principalmente depois de ter conhecido autores como Bakhtin
e Vigotsky, por onde sabemos que nossa própria individualidade é social, acredito que o ato de
desenhar a si próprio desencadeie algum processo de criação da própria individualidade, da própria
personalidade.
Senti-me, enquanto desenhava, como um filósofo, que divaga sobre o Eu e sua natureza,
sobre o que nos subjaz. Claro que não tivera escrito nada do que pensei, mas tentei desenhar o que
pensei, e acho que isso é uma tarefa ainda mais árdua que a do filósofo. Nesse segundo momento,
ao desenhar, não mais me via só como filósofo, mas como artista, nem só artista, senão também
como filósofo. Confuso, não? Poisé, era essa a confusão que sentia. Era um artista, não artista
plástico com técnicas, mas artista de eu mesmo, como se eu pudesse, com o instrumento da
educação, criar o Eu futuro, o Eu que irá ensinar língua portugesa para crianças, jovens e adultos.
Com o fim da atividade, senti como se parte do oceano profundo fosse menos desconhecido
para mim. Creio que, ao conhecermos um pouco de nós, conhecemos um pouco dos outros, afinal,
toda nossa relação com objetos ou pessoas passa por nossas “lentes” mentais, isto é, nossa
personalidade é como que um termo médio entre toda relação que o homem estabelece em sua vida,
e ao representarmos a nós mesmos, você conhece um pouco mais sobre toda relação que você já
estabeleceu. Todos os amores, paixões, ódios, tristezas, alegrias, indiferenças. Tudo que um dia eu
considerei que “Eu penso” ou “Eu sinto”, foi revisitado naquela atividade. Realmente,
inesperadíssimo. Só tenho a agradecer ao professor por me ajudar a conhecer um pouco de mim
mesmo.
Além da atividade, tivemos a leitura do texto Didática: Momentos Históricos. Abaixo
encontra-se breve resumo que produzi sobre o texto, de tanto que me apaixonei por ele.

Nos ultimos 35 anos a didática tem sido inquirida sobre se sua função está na
educação e no ensino. Os momentos em que isso se deu, principalmente,
foram estes:

1) Pós 1964 a educação passa a ser vista como plano de desenvolvimento


individual e social. Tal visão da educação forma novos esquemas sociais,
como diferenças no salário pra quem teve educação de primeiro e segundo
grau completos. Tal mudança gera o debate entre os pedagogos se há a
necessidade de um novo professor, um técnico ápto para realizar o trabalho.

O Encontro Nacional de Professores de Didática (1974) estabeleceu que é


necessário a criação de um novo professor que é tecnico e perito na aplicação
do conhecimento científico produzido por outros e convertido em regras de
atuação. Um bom professor é apenas um executor, um robô algorítimico. Há
também uma subordinação do professor ao pedagogo e ao psicólogo, pois
estes são a base da aplicação. Por fim, tal encontro só reforça uma razão
técnica e instrumental.

2) Em 1982 houvera um seminário chamado Didática em Questão. Advindo


da época de abertura política, de cisânia entre classes e outros problemas, é
mister que se dedique um espaço aos problemas sociais. O ponto fulcral desse
seminário são os mais novos integrantes da educação que ao mesmo tempo
são excluídos dela: os das classes menos favorecidas. Tal contradição, de
alguém que é postulado como parte da educação ao mesmo tempo que é
negado da participação dela (p.19) é o princípio de toda discussão. Disso
resulta-se na criação de um novo professor, mas não o novo professor de
1974, mas o novo professor que se compromete politicamente com a melhora
das classes menos favorecidas.
Tal empreendimento, segundo o autor, fez a didática passar por mudanças
grandiosas, procurando as melhores condições para a aprendizagem e o
pensamento da didática se torna prática dela mesma. É importante notar que,
por essa razão mesma, a didática é partidária, é não-neutro, não é pura
técnica. Ora, é claro que uma ação, uma prática, é intencionada em nossa
mente e nossas intenções são nada mais que interesses, e resta ao didático
fazer de seu interesse o interesse mesmo do povo, e não o interesse de alguma
classe dominante. A didática fundamental, a didática crítica e o novo
professor politicamente comprometido com as classes menores, nada mais é
que o pontapé para o grande martírio e sacrifício que é dar aula.

Quando crianças, imaginávamos os professores como heróis, ou até como vilões quando
chegava até nós alguma nota desagradável, mas hoje, hoje na faculdade de Letras, vejo o professor
como uma espécie de lutador, mas não um lutador comum. Ele não é um herói idealizado, nem um
vilão malvado, mas é humano, sofre, sacrifica-se e se esforça.
O vídeo/documentário que o professor Fontoura passou, tivera feito eu pensar sobre isso. O
lutador comum luta, ora porque ele gosta, ora porque ganha a vida assim. O professor não graduou-
se para lutar, certamente não. Nem parece ser do feitio do professor que goste de uma briga. Não,
não, deve ser outra coisa. Abstraindo-me então no conceito de luta, acabei de encontrando no filme
Clube da Luta, se me permite certa intertextualidade, foi nele que encontrei o tipo de luta que o
professor trava.
Por mais que este filme trate de luta física, creio que a principal luta do filme é contra o
sistema bancário e até contra si mesmo. Acredito que esse caso é mais parecido com o professor. O
professor luta contra o sistema de educação neo-liberal e tecnicista, robotizado, e luta contra si
mesmo para não deixar que, por meio dele, se transpareça algum preconceito cristalizado
socialmente.
Além das atividades e leituras, houveram aulas online pelo facebook (que aliás, devo notar
que é muito mais cômodo acessar o facebook que google classroom ou qualquer outra plataforma).

Semana III

Nesta semana, o professor pediu-nos que levássemos dúvidas a ele do texto lido.
Sinceramente, por mais que não esteja nem perto de estar douto no assunto, devo tê-lo lido tantas
vezes que nem senti a necessidade de questionar nada. Prosseguindo, com a matéria, tivemos
também o vídeo D-15 – Didática Geral: O Ensino e o Aprendizado. Nele, mostra-se casos reais da
interação na sala de aula, junto com apontamentos teóricos.
Primeiramente, por certa paixão pessoa pelo assunto, gostaria de trazer alguns apontamentos
sobre as observações mais teóricas do vídeo. Com a Zona de desenvolvimento próximo de Vigotsky,
podemos dizer com certeza que o professor é uma revolução. Por que digo isso? Ora, se todo
humano precisa aprender com outro aquilo que não aprenderia aprender por si mesmo, o que é o
professor se não a súbita atualização de uma potência, uma verdadeira revolução interna, produzida
na própria alma do aluno.
Basta observar também, como notado no vídeo, que quando um aluno diz que “não sabe”,
em verdade, ele só não sabe que sabe, e cabe ao professor fazer o aluno refletir sobre si mesmo,
tornar sua consciência retroflexa sobre si mesma, para então, saber que sabe.
Saindo das áreas mais abstratas, indo para a concretude real da educação, sabemos que
vamos encontrar inúmeras dificuldades. E cabe ao professor, de forma dinâmica e inclusiva,
entender que cada situação é uma situação, e não existe formula universal para acabar com o
problema (afinal, se assim o fosse, com certeza o problema da educação sequer existiria), e cabe ao
professor fazer a análise de sua situação, de sua escola, de sua instituição, de seu espaço-tempo
ideológicamente considerado e da vida de seus alunos, para descobrir qual a solução para aquela
escola concreta X, tendo ainda a consciência que ela pode não ser aplicável para outra escola Y.

Semana IV

Durante a quarta semana de letras, houve um seminário de dúvidas. Novamente, reitero que
não sou douto, mas não fiz nenhum questionamento. Ainda sim, observei as dúvidas de outros
alunos e assim sanei minhas próprias. Ainda mais porque grande parte das perguntas foram sobre a
história de educação, assunto tão amado por mim.

Semana V

Neste semana, têm sido oferecido a nós o texto Aprender e ensinar, ensinar e aprender, onde
nós não só lêmos-no como também organizamos seu conteúdo em um mapa mental.
O texto de Libâneo, isto é, o texto recomendado pelo professor para essa semana, procura
determinar qual é o objeto próprio da pedagogia e da didática, bem como qual a área de atuação
destas matérias. Com a clara distinção que o livro faz, é possível, à nós, separarmos bem as áreas
em que devemos evoluir. Claro que um bom pedagogo deve ter uma boa didática, e um bom
didático não o é se não for também bom pedagogo.
Ao meu ver, lembrando do vídeo que foi passado em alguma das últimas semanas, lembro
que parte do problema da escola pública é a diferença enorme que há entre alunos, onde um aluno
de periferia compartilha a mesma sala que um filho de magnata. Esta criança, por sua vez, o vê com
as melhores roubas, melhores brinquedos, e desde criança, se faz cônscio de sua situação social com
certo tom depressivo. E cabe ao professor, ou melhor, o didático professor, manter o diálogo
intercultural, com atividades que façam o socialmente elevado e o socialmente excluídos.
Além do mais, novamente voltando para Vigotsky (já devo ter deixado claro que gosto dele,
não?), adorei como o texto fala da natureza do didático, onde a aprendizagem é a apropriação da
experiência social e histórica expressa nos conhecimentos e modos de ação, que com orientação
devida, leva a superação afetiva, cognitiva e moral. Conclui-se, portanto, que a boa instituição de
ensino é a que atualiza o que está potencialmente na zona de desenvolvimento próximo.
Por fim, o professor, após a criação do mapa mental, disponibilizou um seminário de
dúvidas.

Semana VI

Essa semana ocorreu o encerramento do módulo de Epistemologia da Didática, e forneceu,


no facebook, aulas explicando sumariamente o módulo e apontando qual seria o próximo.
Uma vez já apontado e direcionado o próximo módulo, tivemos de realizar a leitura de um
projeto didático nomeado Bibliotecando o Saber, cujo autor é Valdeci Luiz Fontoura dos Santos,
que empreende uma pesquisa circunscrita no contexto mais marginalizado da cidade de Andradina.
Não só devíamos lê-lo, como devíamos analisá-lo de forma crítica, para que seja possível
esquematizar os degraus pedagógicos que precisamos pisar atentamente para que haja um
verdadeiro comprometimento com a educação.
Ademais, gostaria de dizer que um ponto importante da didática, tendo em vista esse texto, é
que o professor não tem só um papel técnico, mas como realizador de atividades teóricas e práticas,
pois o pensar é um agir, e o agir depende do pensar. Há de se pensar a prática, para agir mediante a
prática pensada.

Semana VII

Nesta semana, foi-nos incumbido a leitura d’Os Projetos de trabalho: um mapa para
navegantes em mares de incerteza livro escrito por Fernando Hernández. Novamente, devemos
esquematizar um mapa mental sobre a leitura.
Meus corolários pessoais do texto, enquanto vislumbre de como fazer um trabalho dinâmico
e inclusivo, é que, para que sejamos bons educadores é mister que estendamos o nosso trabalho para
além da mera transferência de conhecimento, indo para as esferas morais e emocionais,
transportando o aluno para a matéria e a matéria sendo transitada para o aluno. Dessa forma, há uma
inclusão no sentido ais essencial do termo: O próprio aluno, independente de sua condição, é parte
da matéria está livre para usá-la como instrumento em sua vida concreta e real, para além de toda
idiossincrasia idealista.
Portanto, um conteúdo não é útil só pelo conteúdo em e por si mesmo, mas pelo modo que
ele se apresenta àquele que o conhece, isto é, enquanto instrumento de libertação. E isso eu poderia
dizer deste artigo mesmo, que me ajuda a transcender meus preconceitos e dogmas que adquiri
dessa sociedade hodierna que cristalizou inúmeros erros.
Em suma, devo, enquanto professor, priorizar a inclusão e a dinamicidade dessa inclusão.
Incluir é pensar na vida de cada um e, repensar, isto é, questionar a si mesmo sobre de qual a forma
minar as desigualdades por mio da matéria ministrada.

Semana VIII

Para a oitava semana de Fundamentos da Didática tivemos algo um tanto diferente das aulas
passadas, visto que não teremos contato com um texto, mas com vídeos.
Em primo lugar, houvera a palestra Organização e Planejamento Educacional, ministrada
pelo próprio professor dessa disciplina. Posteriormente tivemos contato com o curta, da UNIVESP,
Psicologia da Aprendizagem – Aula 8 – Estratégias e Projetos.
Essa primeira palestra, dividida em dois vídeos, atraiu minha atenção no tocante da
metodologia educacional, o modo de ser didático, de planejar a didática, etc. Entrando em diálogo
com toda a disciplina, o professor precisa olhar para toda a situacionalidade histórico-cultural,
socio-econômica e tantos outras variáveis de seus alunos, instituição ou de si mesmo, para que de
fato haja uma aula integrativa. Isso nos mostra também que o professor precisa ter certa consciência
espaço temporal, isto é, não ser idealista ou ingênuo, de pensar poder fazer algo que as condições
materiais não permitem. Claro que um professor deve lutar para que as condições de educação
melhorem, mas não deve extrapolar seus limites, pois o faz tão ingênuo como qualquer outro
tecnicista, que crê ser educador enquanto transmite meras técnicas.
No curta da UNIVESP, o segundo video supramencionado, temos novamente a abordagem
mais metodológica, sobre como formular ou planejar projetos de aula. É um imenso prazer ver, da
boca de grandes especialistas, como que um reflexo do que um dia eu serei: professor (ou melhor,
como o professor Fontoura gosta de dizer, já somos professores).
Semana IX
Nesta semana, por mais que não tivemos muito conteúdo propriamente dito, o professor nos
mostrou duas plataformas, a plataforma da base do CAPES e a base de dados da Britannica. Desde
já, deixo salvo os links para fazer uso tanto no projeto final desta presente disciplina como em
qualquer outro projeto de meu futuro. Gostei de pesquisar sobre a crase, tema que acredito ser
importantíssimo para nós.

Semana X

Na décima semana de nossa matéria (quanto tempo, não?) fora iniciado o que preconizará o
trabalho final da disciplina de Didática, a saber, um projeto didático que terá que sair de nossas
próprias cabeças. Como já está exposto no grupo do facebook, elegemos o representante, o
conteúdo (a crase e seus problemas) e a série que vamos aplicar o estudo (primeira série do Ensino
Médio).
Para finalizar o módulo atual, foi-nos passado outro curta da UNIVESP, nesse caso, o D-15.
Este oferece um vislumbre do que é didática em sua universalidade e sobre sua prática nos campos
de ensino. Este curta contém como que um diário do dia a dia dos professores, enfrentando
problemas e usando deles mesmos (os problemas), para superar a situação atual e atingir a síntese
educacional.

Semana XI

Nesta semana, foi-nos dado outro video da UNIVESP, desta vez, o D-29 – Avaliação da
Aprendizagem: Formativa ou Somativa?
Além disso, o professor elencou vários textos para escolhermos, segundo nossas finalidades
e preferências. Eu optei pelo texto O que é avaliação? De José Eustáquio Romão, do qual já
produzi também um mapa mental, o quarto mapa. Preferi este texto pois, por mais que goste da
teoria, acredito que uma abordagem que leve em conta a prática escolar seja sumamente necessária
para um estudante de Letras.

Semana XII
Nesta semana, temos outro vídeo sobre avaliação da aprendizagem, a Aula 3 de Processos
de Avaliação – Avaliação da aprendizagem. Também vimos, além deste, outro vídeo sobre quais
seriam os instrumentos que temos que nos valer para praticar a avaliação, por fim, tivemos de ler o
texto Avalia-se para melhor e a consequente produção do mapa mental.
Em geral, o que gostei do primeiro vídeo, é que há certo tom esperançoso nele. Não de
forma explícita, não, mas na forma um corolário. Ora, se em 1930 sequer haviam leis sobre
avaliação e a pesquisa era extremamente metrificado, enquanto hoje, pelo contrário, há contextos
boníssimos para a avaliação e sua legislação subjacente, nos mostra que de certa forma marchamos
rumo ao progresso.
Quanto ao vídeo sobre instrumentos, o que mais me chamou a atenção foi a visão da prova
como interpretação. É necessário interpretar os dados observáveis pela prova e então replanejar todo
o ensino.
Por fim, no texto Avalia-se Para Melhorar, gostei da crítica que ele faz à avaliação enquanto
processo, pois, por mais que de fato a avaliação seja um processo e não meramente final ou
periódica, sem noções de aptidão natural ou meritocracia, a avaliação como processo não deve só
avaliar, mas nos reavaliar e reavaliar a própria aula, ajustando a aula aos déficits ou superavits dos
alunos.
Semana XIII

Na semana décima terceira temos a palestra de Cipriano Carlos Luckese para assistir. É uma
palestra imensa, e duplamente interessante. Ele comenta desde a história da educação do século
XVI até os séculos atuais, como também comenta metodologias de ensino, técnicas e uma série de
outros assuntos.
Mas o mais interessante, ao meu ver, é que o “ato de avaliar tem um pano de fundo”
segundo as palavras dele, e esse pano de fundo é justamente educar, trazer resultado, o que é obvio,
não? Luckese comenta que é justamente o obvio que estamos deixando de fazer, pois estamos
exaltando a falha, o castigo, e não o sucesso e a aprendizagem. Devemos então procurar ao máximo
educar, passar, trazer resultados, e não se orgulhar por ser o mais difícil.

Semana XIV

Neste semana, minha ultima semana que irei anotar no diário de bordo, o professor postou
um seminário de dúvidas. Como sempre, olhando as dúvidas feitas eu consumi minhas próprias
dúvidas, razão pelo qual devo também agradecer não só ao professor Fontoura como aos alunos
que, direta ou indiretamente, ajudaram em meu processo de aprendizagem.
Conclusão:

Bom, a minha conclusão não poderia ser outra senão que essa: Profundo agradecimento.
Com essa matéria, não aprendi só uma matéria, a didática enquanto campo do conhecimento, nem
aprendi só técnicas, ou seja, ser didático, mas aprendi inúmeras coisas, seja na própria praxis do
professor Fontoura que nos mostra, tácitamente, modos de lidarmos com nossos alunos enquanto
ele lida com nós mesmos.
Por exemplo, o sempre bom humor do professor me fez questionar se o modelo de professor
sério, semelhante a um advogado, é realmente um bom modelo.
Em suma, enquanto na introdução eu via a esperança de uma síntese, de uma resolução para
os problemas pedagógicos e sociais do Brasil (e quiçá do mundo), agora, na conclusão, eu vejo os
instrumentos para essa resolução de conflitos. Os meios para atingir a diversidade, a igualdade e a
inclusão.
ANEXO
MAPAS MENTAIS

Mapa Mental 1:
PURA. Momentos Históricos. Dia 28 do 08.
Mapa Mental 2
LIBANEO. Aprender a ensinsar e ensinar a aprender. Dia 18 do 09.

Mapa Mental 3
HERNANDEZ. Os projetos de um trabalho. Dia 02 do 10.
Mapa Mental 4
ROMÃO. O que é avaliação? Dia 06 do 11

Mapa Mental 5
CATANI. Avalia-se para melhorar. Dia 13 do 11.

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