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1 Am-nOPOLOCIA significa "falar sobre o homem", assim como
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)1 Psicologia quer dher "falar S'Jbrc a mcntc', O chavií1} "lnte
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reS50~mo por pessoas" c fi exclamação 4'OS cstràngciros são
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extraordináriosl" devem tcr sido comuns, de uma fonna ou do
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maior l,arte de todo o raciocínio humuno diz respeito ao que
': I volta dos meados do século XI,'i:, quando a idéia de uma "ci
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ência do homem" começou a tomar forma - Antropologia Fí
sica, Antropologia Social (ou Cultural), Arqueologia e Lin'
gtiíst:ca. Uma perspectiva alternativa é que a Antropologia
SoeiaI é um ramo da Sodologia. sentlo as outras Ciências So
ciais os $eus vizinhos mais p=õximos, Este é o ponto de vista ',~
I
adotado por este livro.
Li· .t.
o Coverno alemão, ou o Partido Comullistll de .Moscou, ou um
porta} em relação aos nossos iguais e, quando já estamos cres· .1.; .
motorista negro do Ônibus fez algo que nos julgamos incapa
II cidos, tomamos 'por certo que existe apenas um modo de se zes de ter feito em seu lugar (ou algo que não gostamos) ex·
comportar. EnlÕo talvez viajemos para O estrangeiro, durante
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as férias ou por um perlodo mais l,?-ngo, e logo descobrimos
que, nos outros palscs, as regras são diferentes. Alguns de nós
plicamo·lo pelo caraler peculiar que associamos a esta íma,
gcm mental.
Muitas vozes OU"h'CltlOS pessoas dizerem, a respeito de
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· tomam isso apellns como prova de inferioridade das outras
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,; nações, e poucos de' nós alguma vez aprendem que aos olhos
estrangeiros dos quais não goslam, que caracterlsUcas como
ucrucldade'~ ou "preguiça" estão uno seu snngue"; e se' um
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I .~,. . destas, que tomam por certo regras diferentes, n6s somos in homem ou mulher é muito bom em alguma coisa, talvez ouça
feriores. ,.:.
j:i} "- Nenhum outro Pais - diz Nlr. Podsllap -, o persona
mos dizer que a Iluvegação ou a música cstava "no san~ue dele
(ou dela)". Na verdade, se descobrimos que um gêmo musi
',i, gem de Díckells, é tão favorecido como Este Pais. cal é criado numa família de músicos, há milito muis proba
;.:,:: ~ "- E outros palses? - perguntou um hóspede estrangei bilidade de que isso se deva ao fato de ler ele começado fi
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ro à Sua mesa. Como Se portam eles? praticar aos três anos de idade do que a qualquer coisa que
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.; "- Eles se portam, senhor - respondeu Mr. Podsnap -, tenha herdado. A questão da relação entre as capacidades com .' .
eles se portam, sinto·me obrigado a dizê-lo, como. se portam. que nascemos e o tipo de pmõsoa em que nos tornamos é mlúto
l A Antropologia Social se tem preocupado, em grande par complicada, e terá de ser abordada mais integralmente num
;r
r le, com as pessoas que "se portam" de modo muito diferente
do "Deste 1'"ls" e de qualquer outra das nações industrializa
capítulo posterior. Mas lodo estudunte de Alltl'bpologia de
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das quc são chamadas (com admirável desconsIderação pela
veria) de início~ ser prcvenído quanto a duns coisas. Primeiro,
.~i as qualidades físicas que herdamos 'lão eslão contidas em nos
Ccografia) "ocidentais". Seu centro de interesse sempre foi os so sangue, embora se tenha acreditado nisso durante tanto
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povos chamados "primitivos" ou, quando 1", tempo para se tempo que às vezes é diHcíl evitar o uso da expressão popular
falar mais longamente, "povos de tecnologia simples" - povos
~, I que t6m de dispensar nosso rol de artefatos, não só o mdar e
"parcntes consangüíneos". Segundo, fi questiio de como as
pessoas, indivlduálmente, se comportam c 11 de como as dife-'
..~ i o transporte medlnico, mas também o dinheiro e a escrita. rentes sociedades slio org,mizadas são bastante diferentes; não'
Faltando-lhes estes meios de gerir seus assuntos, têm de orga se pode explicnr diferenças eulre sociedades dizendo que se
nizar a vida deles de maneira muito diferente da nossa. Mas compõem de diferentes tipos de ?cssoas. Algumas diferenças
se estudamos o tipo de sociedades em que vivem, comparan entre SOciedades refletem diferenças de lecnologia; existem
do·as com as do mundo ocidental, podemos ver que certos grandes contrastes entre as sociedatles industrializadas, que
princIpias fundamentais da vida em sociedade são encontra usam energia mecânira em gra'nde cs(.~alaJ e as que, tÔln de
dos tanto entre"eles" como entre "nós". É comparando muitos passar sem as máquinas. MllS dentro de cada uma dessas gran·
tipos diferentes de sociedade que as pessoas encontram os des classes existeln todos os tipos de di(erel1ças as quais sim
princlpios comuns. plesmente não podem ser ,,"pllccdas pOI' diferenças em com
As sociedades "primitivas" ou "simples" diferem muito entre posição hereditária. .
si - talvez mais do que acontece com as sociedades industria· E que dizer da explicação em Icrmos de Geografia? As
., lizadas. Podemos explicar essas diferenças? Às vezes julga-se pessoas que vivem em países O1li1e a águ~ é desesperadamente
que elas se devem ao caráter dos diferentes povos - às quali escassa têm de se organizar de modo a lirar partido da água
'.:; dades congênitas ou que têm "em seu sangue", que todos her existente - tangendo seu gado em busca de pastagem ou cons
j
I dam dos seus pais. Ou haverá alguma influência delenninan truímlo suas casas perto de mUilanciais perml1ll\l.lltes de água.
te 110 ambiente, nas fontes da sua subsistência, por exemplo,
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! ou no clima?
A explicação das diferenças entre os povos - e às vezes
e mandando seus jovens com o gado para longe. As pessoas
que vivem em palses infestados pelas· n}()scas tsé·tsé têm de
passo r sem gado. Os povos que viV<Hil em ilhas gerdmente' ..'
até mesmo entre indivíduos - como manifestações do "caráter
constroem canoas de longo curso e ap..endem a navegar pelas :/-"
nacionar é extremamente popular. A maioria de n6s tem
estrelas; mas existem pessoas na bacia do Nilo que jamais .,
uma imagem mental de um alemão t!pico, de um russo ou
~'()nstrujram canoas. Pessoas que produzem seu alimento em .,
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de Ull1 habitante das Indias Ocidentais e, quando ouvimos. que
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f'" ANTIlOl'OLOCIA SOCI!>L O QUE E ANmOPOLOGIA 'SOCIAL ' .
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lireas limitadas de terra precisam ter regras estipulando quem
n:~J tem o direito lia uso desta.
diari'ámente, mas, oculta pelo comportamento quotidiano, a
! ::.i' , Mas descobrimos que llem todos os criadores de gado ou c não apenas muita gente que por aCaso ~c encontra na mesma
de, e militas das diferenças cntre eles de modo algum ];'odem ,As regras _de"comporhlmcn,t<?q':l? ,c<1!!!l'<i.em,,~s~,!r~lml
ser cofl'elacionadas com o ambiente. Um ambiente mUIto di zação1 os latos sociai,s, são a mntéria (lfJ estudioso aa~s9ê1(~aa.
fícil limita o que as pessoas podem fnzer. Um exemplo extre de." 'l'odéní'ser .êxplicadas' por'algo oculto' e Independentê- dà~
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mo de um povo reprimido pelo seu ambiente são os Turkana '. sõêiedade li qual essas regras pertencem - pela qualidade pe.
do Quênia setentrional. Em seu árido pais, têm de se locomo culiar das mentes de alguns homens ou pela duração da esta
ver constantemente com seu gado à procura de pastagem e ção chm'osa em diferentes parles do, mundo? Não, disse
Ilgua. Meia dúzia de pessoas, mais ou Dlcno~, muda-se jun Durkheim, o grandc sociólogo fmnc!!s em qnem os antropélo-'
tas. ~!esmo o que consideramos C0l110 a população de uma gos ingleses elll bon parte se' inspiraram .....QJaci!lJ._disse ele, só v
'. pequcna aldeia - digamos, cem pessoas - não poderia enCon pode ser explicado pelo social. Em outra.' palavras, põôêiiiôs -
','i trar subsistência para si própria e seus rebanhos ao mesmo -'ver'que 'cerlôs' tipos-dê-oisposlção süo ~':Irac\erlsticos de po"os
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tempo e no mesmo lugar. Assim, os TurkmUl não têm aldeias, de tecnologia simples, 011 que certas regras de hcrnnça e certns
.;: ~ chefes de aldeia nem assembléias onde as pessoas possam dis regras de casamento muitas vezes são encontradas juntas; mas
cutir c solucionar suas disputas; são quase que totalmente des é inútil procurar fora da sociedade as cxplicações, pura o que
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tituldos de organização política. Mas, de todos os povos do
mundo, apenas uma pequena minoria tem de enfrentar difl.
acontece dentro dcla.
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:':':j iL cuLdades tão extremas. A maioria é càpaz de viver em aldeias
permanentes ou em concentrações maiores, onde as gerações o campo da Antropologia Social
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:'~ r. se sucedem umas às outras no mesmo local. Os povos não são,
de modo algum, todos Iguais e, onde diferem, essas diferenças . Os primeiros antrop610gos tcriam dito que estavam illl.,,
..•.:";~ nota que alguns povos ,comem queijo no desjejum, que alguns dominar todo o selar. Atualmenle, existem diferentes pontos
".tl' prefeririam levá-lo a um restaurante a con\'idá-lo a 'sua casa; de vista ~'Jbre a melhor mane.i<a <lc agrupar essas várias maté
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alguns parecem gostar de falar ao llleSmO tempo em altos
brados, enquanto outros arengam uns após outros, sem que os
rias. Alguns acreditam na "integração dos estudos antropo!ó
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; .. ciais. Qualquer pessoa que passe mais de uma quinzena de ção do Real Instituto Antropol6gico, em 1843.' Para os se
::: férias provavelmente ficará ciente de características mais sig guidores dessa escola fi AnlropoloEia Social deveria ser li ada
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;i nificativas dos estrangeiros entre os quais está vivendo. Obser
..:: vará que eles têm regras diferentes sobre corri quem podem em !!:'Lªs. com a Argucol(l~,,- Ou ó estudo das relí!;!!.!Íl1unteé.
:::~ casar e o que deve ser feito para legalizar um enlace; sobre ~~!l:s..dllL rimeiras soci~dadcs, 9..J;o!ll_iillngi.i.Últino, o estllrlQ
quem tem direito em relação à propriedade de uma pessoa _floJLprinclp.~s a mguagem. COl!lt.i~b:iJ:ktS. esses estudos se de.
., q1le morre; sobre quem tem, direito a dar ordens que devem ~oh'el1'!" eme;p~ía!idll;r~sisoladas, ~:lfrgO toda um,a
'::f, ser obedeCidas ~ de como esses dirigentes s110 escolhidos; e nouaJgnllha dti1lll1CIUS SOCIais, alg11!!s tem u "do prefen
":':i ~déias diferentes subre a natureza do mundo e dos séres invi vel ligar a Antropologii' Social com essas _ú timas e a,,.Antr.o
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".'. síveis que se preocupam COm os assuntos humanos, pologia Física com as ",Judas bíoIOglcos. De qualquer moc!o,
po, nela e em qualquer dos outros ramos da Antropologia no sobre a cOlltribuiç~o da ,nossa matéria ao estudo da sociedade
sentido mais amplo. Todo antropólogo social deve fular a hindu. deu uma descrição da ubordagem especial do social.
IIngua do povo com o qual trabalha, mas poucos podem fazer Ele se refere à nossa téçJWa de "Qbservpção longa.....e. paciento,
Muitos antropólog:>s sociais Mualmente_descreveriam ,su~ ê ideias surjam do que se vê e ouve", e comenta que esta é
~.Iér~ _C9!!!º.J!!ll-f~,lTlC>_ da ~o!:!ol?gi'!,. ~!lÀçI.!!!!:Br.'?~_.ch~ íruiis adaptada ao estudo de uma unidade multo peq\lena,
mó'!:." de Sociologia CO?1parad~.p~rª .indlcar. que,ãss1Ill ,como assim como uma aldeia. Contudo, somos forçados a sair da.
0L~?.'?i6!óg~,Ü!,óricos, .es~iimôs ProcU"l~?do , g!,llernliza,Ões. so aldeia, ainda que seja apenas porque as questões que hoje nos
lire todos os tipos de socIedade human~. Extstem' ulllvemda illterCSS'dm dizem respeito à relação entre " aldeia e o mundo
d~s onde'êspeciaJistas nó estudo dá 'sociedade industrial, que maior. Que contribuição podemos fazer aqui? Podemos ~r
sempre foram cJl.1mados de soci?logós,' e os antropólogos so uma p.!l.qJlcna_área_dCLuma -grandO,J'.ociedade - umll [.\brica,
eiais, são membros do mesmo departamento, e onde os eshl ünlsindicato 0P~!,~ri().. ,?u_-,,!!,!_p."!tido Ilollficõ.- Se.._f1~~QS
dantes procurando alcançar o mesmo titulo acadêmico assis i,~s?-;:::§larem'!.$_i!)y.~.9i!lª2.~. c,,!!,f'Q_().e~\lgQ.$. eSp'ecialistas ~ ~,
para trabalhar - porque se supõe que os antropólogos se inte fLnlropó12go.._ ful1 nos leva illl.._W!lll!L®sJllas...c.u!re as r.ela:
!~ pendente; é a isso que às vezes se dá o nome de reíficação da bros da sua sociedade. Mas status, cumo tal, é uma palavra
~ ;: cultura, Mas, na América" uma escola' de antropólogos tem neutra; q\l~ndo usada para descrever algo l'F.lo qual as pessoas
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.; procurado uma linha de estudo que traz as pessoas para o lutam, esse uso é incerto, O ~tatus pode ~cr atribuído, comO
.~ quadro, o estudo da cultura e personalidade. De modo muito peja regra de que a Raillha Elisabete Ir deve ser Rainha da
j , aproximado, isso subentende a suposição de que uma cultura Inglaterra pOI' ser a filha mais velha dO'lI"i Jorge VI; ou adqui.
';:: reflete ". cria uma personalidade típica nas pessoas que dela 1'láo, come l,cla carreira poJlü.ca. que 10'1'1)1\ 101m Kcnnedy à
.<' compartilham. Esta orientaçliQ. aiuda não encontrou muitos se· posiÇão de Presidente dos Est~dos Unidos. Para cada staim
.'. guidores na Grã·Bretanha. , existe um 'papel apropriado. Espera"se que aS pessoas se com
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Quando os_,.mt~op6,og~s,ülg!e,sl,',s d.ízem.Elstar ,lIl~is inte~,s· portell't como se amassem suas cspos~s e respeHassem os elire
sad.?s~\os·fati:>s SOCIais ~o, que !,OS cullurals, querem .d~~~jj~_e tores escolares, quaisquer' que 'p(lss~m ser os sentimentos reais;
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estao IIlteressados nas IIlteraçoes das pessoas que ,ivem em
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e,. embora os psicólogos possalll~ estar interessados pelas razões
• Primitivo Cullura, 5.' '«l., 1~13. vvl I, páa. 1. li" Strt;ct~r~ ond Functloll '!~. Fri~lítíll~ SodetY. 1952t ~g. lG3.
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t· d QUE É ANTaorór:;;~~;S·o~~r-. 19 h' ; :.(EJ~
~. gem deveres de Iídw-ança, comando, proteçãO, obediência, Os escritores do século XIX usavam-lia para. descrever uma ',,'.,
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f~í; cooperação, o ato de se fazer presentes ou pagamentos nas condiçúo de humanidade que, de cerlo modo, era infantil em
: ~.;., ocasiões certas etc. Na linguagem comum, um papel signIfi comparação com a idade adulta deles_ Não é ele espantar que
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ca a parte numa peça, senao exatamente isso °ql1e o tOrna as novas nações se ofendam com o termo. DurkllCim usOU-Q .:.; ~:
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.;~ apropriado aqui. As falas são escritas para o ator, mas ele para demonstrar n mais rudimentar forma de qualquer insti 's;
'-'-.i' . pode dizê-las bem ou mal, esquecê-las ou gaguejar, oferecer tuição que sc pudessc encontrar; assim; em seu estudo da re ·: ~:
...
;1 à platéia uma nova concepção do personagem que está inter ligião, deu razões pelas quais o cult.) dos antepassados não ..,
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pretando ou uma tão diferente do que ela julga que ele deveria podia ser realmente chamado de primitivo.
; ser que o recompensam com vaias em vez de aplausos. Da Se usamos a palavra atuálmente, não estamos pensalldo · ;"1
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• ;1
mesma fonna, fazemos tudo o que podemos para desempe
nhar nossos papéis menos espetaculares, e a mudança social
ocorre em boa parte quando aS pessoas têm novas idéias de
em qualidadt's mentais ou morais, mas em técnicas pouco de,
scnvolvidlls. Alguns antropóloóos referem-se a sociedades de
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tecnologia sim/,[es, mas esta é UUla expressão !ncôl!,oda se tiver
como desempenhá-los. ~.~s regras que definem os papéis são de ser freqiientemcntc repetida. . Uma expressão que ainda não "
chamadas de eXl'ectatioosao"rl/Tpel. O conlrÓle $Ociàlal:ir((n~-'" ofendeu é de 1)(ul!/(m(l escala, dellotando o limbilo estreito das
': l' ge toda a gama de pressões sociais dirigidas para fazer quc' relações sociais ao qual as sociedades de tecnologia simples
';l as pessoas desempenhem seus papéis de acordo com es~as estão limitadas. As pessoas muitas ,-e7.es referem-se a ,uma
expectativas. sociedade face a: face, termo que significa que todos os seus
,;
.. --De--êerto medo, ó ator tem de ater-se o máximo posslvel membros estão em coutato constante ou pelo lnenos sc conhe
'
d.. às suas falas - no sentido de que cada sociedade tem suas cem mutuamente. Isto descreveria apcnas a menor das uni
',' maneiras Teconhaddas de expressar as relações nas quais os dades' sociais que interessam ao Illltrop6Iogo,'
papéis devem ser desempenhados. Para os hindus, tomando li: evidente que as sociedades que s6 recentemente come
se um exemplo muito simples, li maneira polida de se cum çaram fi ingressar na era da máquina não estão todas no mes
primentar é unir as mãos na atitude que os cristãos associam mO nível tecnol6gico. Ninguém poderia aplicar o termo l,ri
à oração; para os chineses, é inclinar-se enquanto oculta as mitivas às antigas civilizações do Extremo Oriente. Mas elas
mãos nas amplas mangas das roupas que se traja; para os euro têm algumas das características das sociedades de pequena
peus ocidentais, é o aperto de mão. Estas são diferenças escnh e, de qualquer modo, ósan~rop6logos consideram-nas
culturais. ,Çu!tu!a.é. al1lJlJlejr1L!'.~lnE..~as, relações. .s..09J!';!s_..são matéria apropriada de estudo. Portanto, alguns antores dis
el\P~~~_~Imboolizadas;. é O que o'antropólogo no campo vê tinguem entre sociedade primiUoa: e carn/'olwsa. Para eles, so
primeiro, .e ela deve constituir grande parte da sua descriçã.o. ciedade primitiva é aqucla praticamente !luto-suficiente e na
Nas"palavras de NadeI, cnltura e sociedade são dnas dimen qual as peSsoas obtêlU seu alimento e outras necessidades di
sões de toda a vida social. Não obstante, Radcliffe-Brown retamente do seu pr6prio trabrilho, e sociedade camponesa, a
disse, com razão, que as duas definições dc AntropologIa, 110 composta de agricultores 'que \lÍvem. em pequcnas comunida
'1
".
(
que conccrne à cultura e à sociedade (ou estrutura social), des, ainda em grande parte auto-suficieútes, mas tendo algu
conduzem a dois tipos diferentes de estudo entre os quais é mas rcJaçõescom' uma' socleclndé. maior, particularmente na · ',"
. '~
,: :1.
:
1
quase imposslvel chegar-se a .. um acordo na fonnulação de venda dos seus exccdéntes num mercado e !la aceitação de
problemas.' uma autoridade política externa. Aljluns fazem a mesma dis ","
i,' Já se disse algo a respeito do tipo de sociedade que os tinção entre sociedades "tribais'" e .camponesas".
i!i .~::"I' astrop61ogos estudam. Enquanto de fato considerarem determi . T 0.5 estudantes preocupados com' p~~ntD.5 de 6xa.mo· DnO devem
.,' d .
,:!. \
,'" nado tipo de socieda~e como sua principal matéria, terão de nS$ustar~$G com o uso de.~sas diferentes palavrns como alternativas: todas ';.):,~,
elas se rof{\:em ao mesmo tipo db sOciedade-; :} ::.~
\ :,~ • . Dp. cll., pág. 189.
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" XN·j:l~2~UÇ.;':O À i\N7I10l::0LC"~U.. SOCIAL o QUE: É A~,.nOl·m~OçIA C(\clAi.· 21 ..
"..I~:~ ~,
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;i!'.s a pll!a'lra "tribal" mmbPm: tem sido usada parn ter acesso à terra. Numa organiza\'ão triual louos t&rn ·dircltQ f
fcrençar os campones~s 'dos cit:adinos, como nO tItulo de um à terra em virtude da sua filiação ao clã, e todos os clüs são
estudo de Philil' Mayer, Townmum or Tribesmen (1961), so iguais em $Iattls. li: exatamente isso o que Durkheim' querill
bre uma população de bantos sul·africanos que vão trabalhar
em emprego urbano, mas que tentam ao máximo, enquanto ali
estão, manter Seus pr6prios costumes. Também a. palavra "des
tribalização", que subentende a perda de earacterfsticas des·
critas como "tribais", é freqUentemente usada, às vezes por
dizer com a ·solidariedade lIleclnica" de uma sociedade na
qual todas as divisões são iguais, Num slstcma de castas, u
casta dominante possui a terra, c n vida econômica é o:gani·
znda atf<lvés de prestação de serviços por parle das outras
cllstas em troca dos direitos de cultivo ou de uma cota de CQ
"
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pessoas que julgam estar falando de al),'1:l bom c, às veze" por Iheitn. A isso Durkhcim deu o nome <.le "solidariedade orgâ
outras que julgam estar falando de algo ruim; contudo, con nica" baseada lia divisão do lrubalho. As sociedade, tribais são
i:; forme é geralmentc adotada hof~ em dia, "destribalízaçno" rc idcahncntc igualitárias; as sociedades de' casta, idealmente llÍe
fere-se à adoção de maneiras u::-banas de vida nas cidades, c nírquicas_ As sociedadcs reais combinam ambos 05 elementos.
V
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não ;\ rejeição das maneiras tradicionais do campo. ~las C.t;l exposição muito interessante certame"t" não dá, Ilell1 .,
Mas, llIesmo quc haja um:!. idéia gcral do que seja uma pretendc dar, uma definição universalmcnte aplicável das pa·
sociedade tribal, não há concord.iància alguma $Obre o que seja lavras "tribo" e "tribal".
uma tribo. Esta palavra tem sico usadn, por dois antropólogos O tenHO grupo tem um significado especial na Iínguagem
contemporâneos com um significado definido, mas que, infe dos antrop61ogos sociais. Não quer dizcr, como pa conversa
lizmente, não é O mesmo. Eva:ls·Pritchard, escrevendo sobro ção diária, qualquer reunião de pessoas. Significa urnfl cO/ml'
os Nuar do Sudão meridiano I, observa que essa população de nidada corporatioo com. existência 1JCrmanente; uma rC·,lnião
i aproximadamente 200.000 pessoas, com um nome, uma UngrU! de peEsoas recrutadas de acordo COm 05 princípios ~econheci ~
e uma cultura em comum, está dividida Crn unidades poHtiens dos, com interesses e regras (norm•.s) comuns que fixam os
'i: distintas. A estas divisões, ele d.á o nome de tribo. Se alguém direitos e deveres dos membros em rdação uns aos outros 'it~
,.'
· l' usa o tenuo dessa maneira, poder-se.ia defini·lo dizendo-se que c a eSi)CS interesses. Os interesses COlnuns pod~nl ser chama.
i~
uma tribo é Uma subdivisão pollticamente organizada de uma dos de interesses de propried"de, Se esta for definida de modo
unidade étnica (ou cultural) maior. Isso csto";a de acordo muito amplo. Como Leach di~Sê recentemente, eles podem
com o uso segundo o qual sc diz que os Tswana da Beehua incluir «não s6 os bons materiais e direitos sobre tcrra~ mas .~
;!-;
nalândia estilo divididos cm oilo tribos, cada uma com seu pró também direitos sobre pessoas, títulos, cargos, nomes, ri,uais,
\ prio chefe. A palavra poderia S.cr aplicada às subdivisões dos formas de magia, técnicas. cans,õ~.s, danças ... e assim por dian·
:!
" seis milhões de 1/;0, na Nigéria. e em muitos outros casos. te"Y> Em muit::\s sociedades simples, os glUpOS corpor&Uvos ,~
" ,'1
Mas F. G. Bailey, escrevendo sobre a. lndia, usa-a num mais im[!ortantes consistem em pessoas ligadas pela descell
sentido bastante diferente. ·Também ele tem de levar em con· dência,a
:1'
· :'~ sideração o uso corrente, que e o de classificar a população Não é difícil reconhecer a qualidade de um grupo de des·
da India em PO\'OS tribais e os que são organizados conforme cendência; isto pode ser facilmente exporimentado pelos cri·
!F'
o sistema hindu dc castas. Existe uma lista oHcial de popula. b:\rlos de Leach que acabônlos de citar. Mas existem agrega· I,
ir ções tribais com direito a vári-:>s tipos dc proteção especial. dos de pessoas que têm algo em comum, embora l1ão s"ja o
·Íf~ l\-!as quando se procura dizer quais são as características que s\.ficiente para que assegur:emos quo eles sejam grupos cor
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r;' todas elas têm em comum e que' os povos do casta não pos porativos. O que está em dúvida aq'Ji é certo tipo de com\\
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suem, isso se torna impossível. Bailcy' afirma que "casta" c nidade tle sentimcnto ou inter~sse, algo mais do que uma ca
"tribo" não descrevem tipos de sociedades que são totalmente racterÍ,tica em comum. que os estrangeiros percebem.. As pes
(~iferentes, e sim mrulcÍXas de, Olrganízar as pessoas pata certos soas que emigraram do mesnio pais para o mesmo país
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elá. COIllO grupc étnico, embora não sejam, certamente, um
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bastallte grande de autores julga ter de agir éom cautela es
crevendo sohre "grupos c categorias", como se este fosse um
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modo de não deixar escanar , nada.
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D. Fordo, Habitat, Economy aml Socie!y (lS3.1), descre
:l ve inúmeras sociedades em ambientes bastante diferentes e
mostra q'Je, a de,speito das Iimitaçõe.1 que o .ambiento 17'ossa
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