Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Indicações de intubação
Hipoxemia refratária
Hipercapnia refratária
Pós-parada cardíaca
Reversão de atelectasia
Esforço respiratório intenso ou prolongado (risco de falência muscular)
Redução do nível de consciência ou do drive respiratório
Necessidade de redução do consumo de oxigênio em casos de choque
Permitir a sedação para realização de procedimentos
01
A intubação em sequência rápida se tornou a técnica padrão de acesso à via aérea
na emergência, por reduzir complicações relacionadas à intubação. As contrain-
dicações à intubação em sequência rápida são relativas. A principal situação em
que se deve evitar o uso do bloqueador neuromuscular é quando se antecipa uma
via aérea difícil (VAD). Assim, a anamnese e o exame físico breve, direcionados
para a predição de dificuldade de acesso à via aérea, são essenciais para o uso
dessa técnica. Quando se antecipa uma via aérea difícil, deve ser utilizada uma
técnica alternativa de acesso à via aérea.
02
OS 7 “PS” DA INTUBAÇÃO EM SEQUÊNCIA RÁPIDA
1. Preparo
2. Posicionamento
3. Pré-oxigenação
5. Paralisia Muscular
PASSO 1: PREPARO
03
Materiais auxiliares e de resgate
Máscaras laríngeas de diferentes Tubo esôfago traqueal
tamanhos (Combitube)
Bougie Cânulas orofaríngeas e nasofarín-
geas
Gel lubrificante Lidocaína em spray
PASSO 2: POSICIONAMENTO
04
PASSO 3: PRÉ-OXIGENAÇÃO
05
PASSO 4: PRÉ-TRATAMENTO
(ANALGÉSICOS, SEDATIVOS E ADJUVANTES)
Ao final da seção de paralisia muscular existe uma tabela com as doses, forma de
administração, latência, duração e situações que devem ser escolhidos e evitados
cada analgésico, adjuvante, sedativo e bloqueador neuromuscular.
06
A Succinilcolina é o único bloqueador neuromuscular despolarizante com amplo
uso clínico. É um análogo da acetilcolina, que estimula receptores colinérgicos
simpáticos e parassimpáticos. Ela se liga diretamente aos receptores pós-
sinápticos da placa motora, causando estimulação contínua com consequente
fasciculação seguida de paralisia muscular. A maior parte da droga é hidrolisada
por pseudocolinesterases plasmáticas. A Succinilcolina possui curta latência (45-
60 segundos) e duração de ação (6-10 minutos). A Succinilcolina é superior ao
Rocurônio para técnica de intubação em sequência rápida, devendo ser a droga
de escolha para esse procedimento. O Rocurônio deve ser utilizado nos casos
de contraindicação relativa ou absoluta à Succinilcolina. As contraindicações à
Succinilcolina são:
Quando
Fármaco Dose Como fazer Latência Duração Quando utilizar
evitar
Adjuvantes
07
Analgésicos
Hipnóticos
Etomidato 0,2-0,3 Utilizar 1 ml para 30-60 3-10 Instabilidade Sepse (?)
mg/kg cada 10Kg de segundos minutos hemodinâmica;
peso da ampola Pacientes
de 20 mg sem neurocríticos;
diluir. Síndrome
coronariana
aguda
Cetamina 1-3 mg/ Calcular dose 45-60 10-20 Sepse; Síndrome cor-
kg de acordo com segundos minutos Instabilidade onariana agu-
o peso e admin- hemodinâmica; da; Pacientes
istrar sem diluir. Broncoespasmo hipertensos;
Apresentação: (?) Pacientes neuro-
50 mg/ml críticos (?)
Propofol 2 mg/kg Utilizar 1 ml para 45 5-10 Status Instabilidade
cada 10 Kg de segundos minutos epilepticus; hemodinâmica;
peso da ampola Lesões de Insuficiência
com 20 mg/ml sistema nervoso cardíaca
sem diluir central
Mida- 0,2-0,3 Várias apre- 2-5 15-30 Status Instabilidade he-
zolam mg/Kg sentações. Cal- minutos minutos epilepticus modinâmica
cular dose.
Bloqueadores neuromusculares
08
Os fármacos devem ser administrados em momento adequado, respeitando a
latência de cada droga, para que tenham pico de ação simultâneo no momento
da laringoscopia. Vê-se na figura a seguir um exemplo dos momentos de adminis-
tração dos fármacos em uma intubação com Fentanil, Etomidato e Succinilcolina.
LARINGOSCOPIA
09
7. Confirmação: O método considerado padrão-ouro para a confirmação da intu-
bação orotraqueal é a capnografia com forma de onda, por possuir sensibilidade
e especificidades próximas de 100%. A ausculta pulmonar possui sensibilidade
de cerca de 94% e especificidade de 83%.
10
Bougie: O Bougie é um dispositivo auxiliar para intubação que é útil em casos de
via aérea difícil não antecipada. Deve ser utilizado em situações em que a glote
é visualizada parcialmente ou em que se visualiza apenas a epiglote
(Cormack II ou III). Ele deve ser introduzido próximo à epiglote e o médico deve
sentir que sua extremidade está tocando os anéis traqueais durante a introdução
(Sensação de “clicks” ou saltos). Caso não se perceba esses saltos, pode ser que
o dispositivo tenha sido inserido no esôfago. Quando o dispositivo estiver na
traqueia, deve-se introduzir o tubo endotraqueal por meio do Bougie e retirá-lo
em seguida. Esse dispositivo é extremamente útil e aumenta as taxas de sucesso
na intubação. O Bougie também pode ser utilizado para realização de troca de
tubos endotraqueais.
Vale ressaltar que os dispositivos extraglóticos não são considerados vias aéreas
definitivas, por não protegerem a traqueia de obstrução ou aspiração de conteúdo
gástrico. Um dispositivo extraglótico ideal deve ser fácil de ser utilizado, capaz
de permitir oxigenação e ventilação efetivas, além de, preferencialmente, permitir
a intubação traqueal com seu auxílio. Os dispositivos extraglóticos de segunda
geração possuem essas características. Os principais dispositivos disponíveis são:
11
Cricotireoidostomia
PASSO 7: PÓS-INTUBAÇÃO
Após a intubação, o tubo deve ser fixado. Para isso, podem ser utilizados
dispositivos próprios ou fitas de fixação. Deve ser realizada radiografia de tórax
para verificar o posicionamento do tubo. O tubo deve estar cerca de 4 cm acima da
carina em adultos e 1,5-2 cm em crianças. Também devem ser observadas possíveis
complicações, como pneumotórax. Pode ocorrer hipotensão devido à redução do
retorno venoso decorrente da pressão positiva ou pela vasodilatação provocada
pelos fármacos. Caso a hipotensão seja grave, também deve ser considerada a
possibilidade de pneumotórax. A hipotensão deve ser tratada com expansão
volêmica e vasopressores em caso de ausência de resposta.
O fluxograma abaixo traz um resumo das etapas para acesso a via aérea:
Sucesso na intubação
NÃO SIM
NÃO SIM
Cricotireoídostomia
12
REFERÊNCIAS
BRAGANÇA, RD. PROCEM - Procedimentos médicos na emergência. CUREM. 3a edição. Belo Horizonte. 2019.
KONRAD, C. et al. Learning manual skills in anesthesiology: Is there a recommended number of cases for
anesthetic procedures? Anesth Analg, v. 86, n. 3, p. 635-9, Mar 1998. ISSN 0003-2999 (Print) 0003-2999.
HASEGAWA, K. et al. Emergency airway management in Japan: Interim analysis of a multi-center prospective
observational study. Resuscitation, v. 83, n. 4, p. 428-33, Apr 2012. ISSN 0300-9572.
STEPT, W. J.; SAFAR, P. Rapid induction-intubation for prevention of gastric-content aspiration. Anesth Analg,
v. 49, n. 4, p. 633-6, Jul-Aug 1970. ISSN 0003-2999 (Print) 0003-2999.
BAIR, A. E. Rapid sequence intubation for adults outside the operating room. UpToDate, 2019.
LAVERY, G. G.; MCCLOSKEY, B. V. The difficult airway in adult critical care. Crit Care Med, v. 36, n. 7, p. 2163-
73, Jul 2008. ISSN 0090-3493.
DE JONG, A. et al. Difficult intubation in obese patients: incidence, risk factors, and complications in the
operating theatre and in intensive care units. Br J Anaesth, v. 114, n. 2, p. 297-306, Feb 2015. ISSN 0007-0912.
HAGIWARA, Y. et al. Prospective validation of the modified LEMON criteria to predict difficult intubation in
the ED. Am J Emerg Med, v. 33, n. 10, p. 1492-6, Oct 2015. ISSN 0735-6757.
ELLIS, D. Y.; HARRIS, T.; ZIDEMAN, D. Cricoid pressure in emergency department rapid sequence tracheal
intubations: a risk-benefit analysis. Ann Emerg Med, v. 50, n. 6, p. 653-65, Dec 2007. ISSN 0196-0644.
KULKARNI, A. P.; TIRMANWAR, A. S. Comparison of glottic visualisation and ease of intubation with different
laryngoscope blades. Indian J Anaesth, v. 57, n. 2, p. 170-4, Mar-Apr 2013. ISSN 0019-5049 (Print).
EL-ORBANY, M.; WOEHLCK, H.; SALEM, M. R. Head and neck position for direct laryngoscopy. Anesth Analg,
v. 113, n. 1, p. 103-9, Jul 2011. ISSN 0003-2999.
JOFFE, A. M.; HETZEL, S.; LIEW, E. C. A two-handed jaw-thrust technique is superior to the one-handed
“EC-clamp” technique for mask ventilation in the apneic unconscious person. Anesthesiology, v. 113, n. 4, p.
873-9, Oct 2010. ISSN 0003-3022.
LANE, S. et al. A prospective, randomised controlled trial comparing the efficacy of pre-oxygenation in
the 20 degrees head-up vs supine position. Anaesthesia, v. 60, n. 11, p. 1064-7, Nov 2005. ISSN 0003-2409
(Print) 0003-2409.
ALTERMATT, F. R. et al. Pre-oxygenation in the obese patient: effects of position on tolerance to apnoea.
BJA: British Journal of Anaesthesia, v. 95, n. 5, p. 706-709, 2005. ISSN 0007-0912. Disponível em: < http://
dx.doi.org/10.1093/bja/aei231 >.
13
BENUMOF, M. D. JONATHAN L.; DAGG, M. S. R.; BENUMOF, P. R. Critical Hemoglobin Desaturation Will Occur
before Return to an Unparalyzed State following 1 mg/kg Intravenous Succinylcholine Anesthesiology, v. 87,
n. 4, p. 979-982, 1997. ISSN 0003-3022. Disponível em: < http://dx.doi.org/ >.
SAKLES, J. C. et al. First Pass Success Without Hypoxemia Is Increased With the Use of Apneic Oxygenation
During Rapid Sequence Intubation in the Emergency Department. Acad Emerg Med, v. 23, n. 6, p. 703-10,
Jun 2016. ISSN 1069-6563.
MIGUEL-MONTANES, R. et al. Use of high-flow nasal cannula oxygen therapy to prevent desaturation during
tracheal intubation of intensive care patients with mild-to-moderate hypoxemia. Crit Care Med, v. 43, n. 3,
p. 574-83, Mar 2015. ISSN 0090-3493.
BERGEN, J. M.; SMITH, D. C. A review of etomidate for rapid sequence intubation in the emergency department.
J Emerg Med, v. 15, n. 2, p. 221-30, Mar-Apr 1997. ISSN 0736-4679 (Print) 0736-4679.
GU, W. J. et al. Single-dose etomidate does not increase mortality in patients with sepsis: a systematic review
and meta-analysis of randomized controlled trials and observational studies. Chest, v. 147, n. 2, p. 335-46,
Feb 2015. ISSN 0012-3692.
LANGSJO, J. W. et al. Effects of subanesthetic doses of ketamine on regional cerebral blood flow, oxygen
consumption, and blood volume in humans. Anesthesiology, v. 99, n. 3, p. 614-23, Sep 2003. ISSN 0003-
3022 (Print) 0003-3022.
COHEN, L. et al. The effect of ketamine on intracranial and cerebral perfusion pressure and health outcomes:
a systematic review. Ann Emerg Med, v. 65, n. 1, p. 43-51.e2, Jan 2015. ISSN 0196-0644.
GOYAL, S.; AGRAWAL, A. Ketamine in status asthmaticus: A review. Indian J Crit Care Med, v. 17, n. 3, p. 154-
61, May-Jun 2013. ISSN 0972-5229 (Print).
ALLEN, J. Y.; MACIAS, C. G. The efficacy of ketamine in pediatric emergency department patients who present
with acute severe asthma. Ann Emerg Med, v. 46, n. 1, p. 43-50, Jul 2005. ISSN 0196-0644.
EBERT, T. J. Sympathetic and hemodynamic effects of moderate and deep sedation with propofol in humans.
Anesthesiology, v. 103, n. 1, p. 20-4, Jul 2005. ISSN 0003-3022 (Print) 0003-3022.
DAVIS, D. P.; KIMBRO, T. A.; VILKE, G. M. The use of midazolam for prehospital rapid-sequence intubation may
be associated with a dose-related increase in hypotension. Prehosp Emerg Care, v. 5, n. 2, p. 163-8, Apr-Jun
2001. ISSN 1090-3127 (Print) 1090-3127.
CHOI, Y.; WONG, T.; LAU, C. Midazolam is more likely to cause hypotension than etomidate in emergency
department rapid sequence intubation. Emerg Med J, v. 21, n. 6, p. 700-2, Nov 2004. ISSN 1472-0205 (Print).
ROBINSON, N.; CLANCY, M. In patients with head injury undergoing rapid sequence intubation, does
pretreatment with intravenous lignocaine/lidocaine lead to an improved neurological outcome? A review of
the literature. Emerg Med J, v. 18, n. 6, p. 453-7, Nov 2001. ISSN 1472-0205 (Print) 1472-0205.
14
MASLOW, A. D. et al. Inhaled albuterol, but not intravenous lidocaine, protects against intubation-in-
duced bronchoconstriction in asthma. Anesthesiology, v. 93, n. 5, p. 1198-204, Nov 2000. ISSN 0003-3022
(Print)0003-3022.
BOZEMAN, W. P.; KLEINER, D. M.; HUGGETT, V. A comparison of rapid-sequence intubation and etomi-
date-only intubation in the prehospital air medical setting. Prehosp Emerg Care, v. 10, n. 1, p. 8-13, Jan-Mar
2006. ISSN 1090-3127 (Print) 1090-3127.
LI, J. et al. Complications of emergency intubation with and without paralysis. Am J Emerg Med, v. 17, n. 2,
p. 141-3, Mar 1999. ISSN 0735-6757 (Print) 0735-6757.
TRAN, D. T. et al. Rocuronium versus succinylcholine for rapid sequence induction intubation. Cochrane
Database Syst Rev, n. 10, p. Cd002788, Oct 29 2015. ISSN 1361-6137.
MALLON, W. K. et al. Rocuronium vs. succinylcholine in the emergency department: a critical appraisal. J
Emerg Med, v. 37, n. 2, p. 183-8, Aug 2009. ISSN 0736-4679 (Print) 0736-4679.
PATON, F. et al. Sugammadex compared with neostigmine/glycopyrrolate for routine reversal of neuromus-
cular block: a systematic review and economic evaluation. Br J Anaesth, v. 105, n. 5, p. 558-67, Nov 2010.
ISSN 0007-0912.
GRMEC, S. Comparison of three different methods to confirm tracheal tube placement in emergency intu-
bation. Intensive Care Med, v. 28, n. 6, p. 701-4, Jun 2002. ISSN 0342-4642 (Print) 0342-4642.
LEVITAN, R. M. et al. Laryngeal view during laryngoscopy: a randomized trial comparing cricoid pressure,
backward-upward-rightward pressure, and bimanual laryngoscopy. Ann Emerg Med, v. 47, n. 6, p. 548-55,
Jun 2006. ISSN 0196-0644.
LEVITAN, R. M.; MICKLER, T.; HOLLANDER, J. E. Bimanual laryngoscopy: a videographic study of external
laryngeal manipulation by novice intubators. Ann Emerg Med, v. 40, n. 1, p. 30-7, Jul 2002. ISSN 0196-0644
(Print) 0196-0644.
KNILL, R. L. Difficult laryngoscopy made easy with a “BURP”. Can J Anaesth, v. 40, n. 3, p. 279-82, Mar 1993.
ISSN 0832-610X (Print) 0832-610x.
SIME, J.; BAILITZ, J.; MOSKOFF, J. The bougie: an inexpensive lifesaving airway device. J Emerg Med, v. 43,
n. 6, p. e393-5, Dec 2012. ISSN 0736-4679 (Print) 0736-4679.
LAW, J. A. et al. The difficult airway with recommendations for management--part 1--difficult tracheal intu-
bation encountered in an unconscious/induced patient. Can J Anaesth, v. 60, n. 11, p. 1089-118, Nov 2013.
ISSN 0832-610x.
CARLEY, S. et al. Rapid sequence induction in the emergency department: a strategy for failure. Emerg Med
J, v. 19, n. 2, p. 109-13, Mar 2002. ISSN 1472-0205 (Print).
RAMAIAH, R. et al. Extraglottic airway devices: A review. Int J Crit Illn Inj Sci, v. 4, n. 1, p. 77-87, Jan-Mar
2014. ISSN 2229-5151 (Print).
COOK, T. M.; WOODALL, N.; FRERK, C. Major complications of airway management in the UK: results of the
Fourth National Audit Project of the Royal College of Anaesthetists and the Difficult Airway Society. Part 1:
anaesthesia. Br J Anaesth, v. 106, n. 5, p. 617-31, May 2011. ISSN 0007-0912.
BROFELDT, B. T.; PANACEK, E. A.; RICHARDS, J. R. An easy cricothyrotomy approach: the rapid four-step
technique. Acad Emerg Med, v. 3, n. 11, p. 1060-3, Nov 1996. ISSN 1069-6563 (Print) 1069-6563.
LANGVAD, S. et al. Emergency cricothyrotomy – a systematic review. Scand J Trauma Resusc Emerg Med,
v. 21, p. 43, 2013.
15