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Curso Filosofia, Política E Ano
Relações 2019/2020
Internacionais
Unidade Curricular OldCedI Semestre
Titulo Organizações
Regionais
Africanas (parte I
e II):
UA; SADEC;
CEDEAO;
ECCAS; EAC;
UMA
Docente Isaías Barreto
Discentes Joelma Mendes
Luciene Mendes
Wilson Alves
Data
Organizações Regionais Africanas
UA; CEDEAO; SADC; ECCAS; EAC; UMA
Sigla das organizações Regionais Africanas em Estudo
UA - União Africana
CEDEAO - Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental
SADC - Comunidade para Desenvolvimento Da África Austral
ECCAS - Comunidade Econômica dos Estados da África Central
EAC - Comunidade da África Oriental
UMA - União do Magrebe Árabe
1. Introdução
A Integração Regional constitui um fenómeno importantíssimo no processo de
desenvolvimento dos países. Através desse processo, países que enfrentam situações
problemáticas idênticas, unem-se com vista a, em conjunto, procurarem soluções para
os problemas em comum que possuem.
Para que se trate, portanto, de integração regional tem de levar em conta dois
aspetos importantes: primeiramente tem de existir um processo de unificação entre os
membros (países), de forma a constituírem parte de um todo; por outro lado, essa
integração terá que incluir países que fazem parte de uma mesma região geográfica.
Desta forma poderemos falar efetivamente de Integração Regional.
Esses processos de Integração Regional podem levar a formação de
Organizações regionais também. I.R podem ser do tipo: económico, político, social, do
âmbito ambiental, da segurança, etc.
Dentro da área econômica encontramos cooperações de quatro tipos
essencialmente: Área de livre-comércio; União Aduaneira; Mercado Comum e por fim
União Monetária.
Desde o fim das duas Grandes Guerras que se verifica crescentes avanços na
constituição de Integrações e Organizações Regionais. Doravante, desde esses períodos
constata-se criações e mesmo extinções de várias delas espalhadas pelos diversos
continentes. Entretanto, nesse nosso trabalho, ao pedido do docente desta disciplina,
focaremos exclusivamente nas Organizações regionais do continente africano.
Esse vasto continente possui várias organizações desse género, de naturezas
diversas, com a finalidade de tirar o máximo proveito das possibilidades que esses
processos facultam.
É nesse sentido que vamos falar de Organizações como: a União Africana (UA);
a Comunidade para Desenvolvimento Da África Austral (SADC); Comunidade
Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO); Comunidade Econômica dos
Estados da África Central (ECCAS); Comunidade da África Oriental (EAC) e por fim
vamos ver a União do Magrebe Árabe (UMA).
Nesse trabalho vamos abordar, em cada uma das Organizações, tópicos como: a
história dessas organizações, saber em que contextos surgiram; a sua estrutura
organizacional; o processo de suas tomadas de decisão; as instituições e agências
especializadas que as constituem; as suas principais áreas de intervenção e iniciativas;
os principais desafios que enfrentam e finalmente vamos apresentar as recomendações e
reflexões sobre como avançar com Integração Regional.
2.1. Historial
Dentro deste primeiro ponto vai se tratar de dois assuntos em concreto:
primeiramente compreenderemos em que contexto nasceu a Organização União
Africana (OUA) e a razão da sua divisão, em segundo momento abordar-se-á sua
reconstrução como União Africana.
Para uma compreensão mais aprimorada de como foi nascimento da União
Africana (UA), é preciso compreender primeiramente uma outra entidade que a
precedeu e deu lugar a ela. Antes da UA, existia a Organização da Unidade Africana
(OUA), cujo objetivo maior era dar hospitalidade aos Estados Africanos recém-
independentes da colonização preparando-lhes para a integração continental. Esta
entidade, OUA, surgiu depois da segunda Guerra Mundial, dentro do contexto da guerra
fria. Esta guerra é marcada como a ordem da geopolítica bipolar entre as duas
superpotências: EUA e URSS, com seus respetivos aliados num contexto da guerra
desarmada. Fora neste contexto que a OUA, procurava construir uma África unida e
coesa no meio de competidores fortemente bipolarizados.
A decadência desta entidade foi fruto das divergências de ideias que levou a divisão
desta organização em dois grupos: a de Monróvia e Casablanca. Estas divergências são:
O Grupo de Monróvia, reunindo os doze Estados africanos francófonos
participantes na Conferência de Monróvia em Brazzaville em dezembro de
1960, a que se juntaram a Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Togo, Somália,
Tunísia, Etiópia e Líbia (reunidos pela primeira vez na Conferência de
Monróvia em Maio de 1961), propalava um modelo de construção da unidade
africana baseado na ideia de convivência de Estados plenamente
independentes e soberanos, enquadrados num fórum africano de debate e
concertação de ideias. Resultava desde modelo uma especial importância
atribuída à temática fronteiriça e ao principio da intangibilidade de fronteiras,
tidos como alicerces incontornáveis do processo, à época incompleto, de
redefinição da realidade política em África. O Grupo de Casablanca,
promovido pelo Gana, Guiné Conacri, Mali, Marrocos, Egipto e Argélia
(reunidos pela primeira vez num encontro realizado em Casablanca em
janeiro de 1960 e do qual resultou a Carta de Casablanca) era apologista de
um modelo pan-africanista apontado como maximalista. De acordo com este
modelo, o projeto unificador subjacente à OUA poderia tomar a forma de
verdadeira União de Estados com o forjar de uma nova entidade política
supra-Estados. A ideia de possibilidade de advento dos Estados Unidos de
África, radicando numa ideia ancestral de que “a união faz a força”, visava a
maximização das afinidades entre Estados africanos e o usufruto da
complementaridade de múltiplas realidades com um passado, apesar de tudo,
comum, a passar pelo domínio colonial e pela natureza incipiente dos
processos de construção e funcionamento dos Estados pós-independências
(Da Organização de Unidade Africana à União Africana, 2010, p. 122).
2.2.5. A Comissão:
Composta por um presidente, um vice-presidente e oito comissários. Estes
dez elementos deverão refletir uma representação de dois elementos por cada
uma das regiões africanas, sendo que um destes deverá ser uma mulher. O
presidente e o vice-presidente são eleitos por maioria de 2/3 pela Assembleia
de chefes de Estado e de governo. Os comissários encontram-se adstritos a
diversas áreas temáticas entre as quais se destaca: Paz e Segurança, Assuntos
Políticos, de Infraestruturas e Energia, Assuntos Sociais, Recursos Humanos,
Ciência e Tecnologia, Comércio e Indústria, Economia Rural e Agricultura,
Assuntos Económicos. Entendida como mais um passo no erguer do Governo
da União, na 12.ª Cimeira da União Africana, que decorreu em Addis Abeba
em janeiro de 2009, ficou decidida a transformação da Comissão em
Autoridade Africana cujo debate sobre o seu formato e modo de
operacionalização ficou agendado para a 13.ª Cimeira, em julho de 2009.
Esta Cimeira atribuiu à Comissão a missão de preparação da implementação
desta mudança. Com um mandato que se espera mais alargado daquele que
atualmente serve de base ao funcionamento da Comissão, espera-se que este
novo órgão venha a dispor de um presidente, um vice-presidente e vários
secretários (Da Organização de Unidade Africana à União Africana, 2010, p.
122).
2.2.6. O Comité de Representantes Permanentes é «composto por representantes de
cada Estado-membro. Encarregue da preparação do trabalho do Conselho Executivo,
atuando na sua dependência» (Da Organização de Unidade Africana à União Africana,
2010, p. 122).
2.2.7. Os Comités Técnicos Especializados, por ser um tópico a ser abordado em
particular mais a frente, por agora é apresentado apenas como um dos órgãos que
constitui a parte organizativa da UA.
3.1 Historial
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral é um organismo
intergovernamental, ou também vista como um bloco de integração regional que
compartilha paridade de dissemelhantes crenças, culturas e valores, mas, com ideais de
comunidade. Estas nações são unidas nas variedades e compartilham objetivos
análogos.
A existência da SADC já vem desde os anos de 1980. Anteriormente, ela
denominava-se de Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral
(SADCC), «(…) fundada a 1 de abril de 1980, em Lusaka, Zâmbia, após a adoção da
Declaração de Lusaka» (Manual de Identidade Institucional da SADC, 2017, p. 6).
Neste período o seu principal objetivo era criação de políticas com objetivo de
promover o desenvolvimento e minorar a sujeição económica da África do Sul
construída pelo Apartheid. Nesta época a organização contava com os seguintes
Estados-membros que a criaram: Angola, Botswana, Lesoto, Malawi, Moçambique,
Suazilândia, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
A mudança desta organização de SADCC para SADC:
(…) teve lugar a 17 de agosto de 1992, em Windhoek, Namíbia, aquando da
assinatura da Declaração e do Tratado na Cimeira dos Chefes de Estado e de
Governo, conferindo assim à Organização um carácter legal. A SADC foi
criada ao abrigo do artigo 2. ° do Tratado da SADC por Estados-Membros
representados pelos respetivos Chefes de Estado e de Governo ou seus
representantes devidamente autorizados para liderarem o processo de
integração económica da África Austral (Manual de Identidade Institucional
da SADC, 2017, p. 6).
Nesta altura, o numero dos Estados-membros passaram para 16, e estes Estados
membros segundo a o Manual de Identidade Institucional da SADC (2017) são os
seguintes: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Reino
de Eswatini, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia,
Seychelles, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
6.1 Historial
A história da EAC, acontece nestes termos:
Após a dissolução da antiga Comunidade da África Oriental em 1977, os
Estados-Membros negociaram um Acordo de Mediação para a Pisão de
Ativos e Passivos, que assinaram em 1984. No entanto, como uma das
disposições do Acordo de Mediação, os três Estados Membros (Quênia,
Tanzânia e Uganda) concordaram em explorar áreas de cooperação futura e
em fazer arranjos concretos para essa cooperação. As reuniões subsequentes
dos três Chefes de Estado conduziram à assinatura do Acordo para o
Estabelecimento da Comissão Tripartida Permanente para a Cooperação da
África Oriental em 30 de novembro de 1993.As operações de cooperação
plena da África Oriental começaram em 14 de março de 1996, quando o
Secretariado da Comissão Tripartida Permanente foi lançado na Sede da EAC
em Arusha, na Tanzânia. Considerando a necessidade de consolidar a
cooperação regional, os Chefes de Estado da África Oriental, na sua 2ª
Cimeira em Arusha em 29 de abril de 1997, instruíram a Comissão Tripartida
Permanente a iniciar o processo de atualização do Acordo que cria a
Comissão Tripartida Permanente para a Cooperação da África Oriental.
Operação em um Tratado. O processo de elaboração do Tratado, que
envolveu negociações, foi concluído com êxito em 3 anos. O Tratado para o
Estabelecimento da Comunidade da África Oriental foi assinado em Arusha
em 30 de novembro de 1999.O Tratado entrou em vigor em 7 de julho de
2000 após a conclusão do processo de ratificação e depósito dos Instrumentos
de Ratificação junto ao Secretário-Geral por todos os três Estados Parceiros.
Após a entrada em vigor do Tratado, a Comunidade da África Oriental
passou a existir (História da EAC).
6.2 Estrutura Organizativa
A estrutura organizativa da comunidade da África Oriental é composta por:
6.2.1. Cúpula, esta junta-se no mínimo uma vez por ano, executando reuniões
extraordinárias solicitado por qualquer membro da Cúpula. A delegação do Presidente
da Cúpula é de um ano, o cargo do presidente é concretizado em rodízio entre Estados
Membros.
6.2.2. Conselhos de Ministros, é formado por Ministros com a responsabilidade
promover a cooperação regional de cada Estados parceiros, consoantes as suas
combinações. O concelho tem a incumbência de se juntar duas vezes por ano, antes da
reunião da Cúpula.
6.2.2. Assembleia Legislativa da EA, tratado assinado no dia 30 de novembro do ano
de 1999, cuja entrada em vigor foi no dia 7 de julho do ano 2000, pelos Estados
Membros da República da Uganda, República do Quénia; e a República Unida da
Tanzânia, com aderência de mais Estados pertencentes à Comunidade (Burundi,
Ruanda) no ano de 2007. Temos ainda a assembleia que é composta por nove membros
que são nomeados pelos Estados membros; Membros «ex-officio» são representados
por ministros, ou ministros adjuntos, que responsabilizam pelas demandas da respetiva
comunidade. Hodiernamente, assembleia contêm 45 membros eleitos, 7 membros ex-
officio, contando um total de 52 membros, contando 20 do sexo feminino.
6.2.3. Secretariado, é um órgão executivo da Comunidade comandado pelo Secretário-
Geral, este por sua vez é designado pela Cimeira mediante escolha do Chefe de Estado
pelo princípio da rotação com um mandato de cinco anos.
6.2.4. Presidência, a organização é governada pela Presidência rotatória dos países
membros.
6.2.4. Secretário-Geral, também tem um tempo estipulado para exercer o seu cargo.
atualmente.
7.1. Historial
De seguida, entre 1990 e 1994, foram realizadas seis Cimeiras, durante as quais a
Presidência do Conselho tomou várias resoluções, tais como: 1. Consolidação das
estruturas da UMA, tal como previsto pelo Tratado Constitutivo; 2. Adoção de
convenções magrebinas (36 no total) que envolvem vários setores; 3. Adoção de
programas de implementação do trabalho iniciado pelas autoridades da UMA.
7.2.2. Conselho dos Ministros Estrangeiros: Este órgão tem a incumbência de preparar
as sessões do Conselho Presidencial, de examinar az propostas da Comissão de
Acompanhamento e das Comissões especializadas. É também responsável pelas
relações externas da UMA com as Organizações homólogas.
7.2.3. Conferencia dos Primeiros Ministros: esta, portanto não se trata de um órgão
efetivo já que se trata de uma conferencia que é solicitada sempre que necessário pela
Comissão Presidencial.
7.2.7. Comité de Acompanhamento: esse comité foi criado com a finalidade de tratar
de assuntos variados juntamente com os restantes órgãos, particularmente com o
Secretariado-Geral e com as Comissões Ministeriais Especializadas, através de reuniões
plurianuais. É constituído por um membro de cada par que compõe a Organização.
9. CONCLUSÃO
Concluímos assim essa longa e exaustiva jornada que foi a elaboração desse
trabalho de pesquisa. Entretanto foi uma jornada de bastante aprendizado, de adquirição
de novos conhecimentos e de perceção de diferentes realidades vividas nesse nosso
imenso continente africano.