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Unidade Orgânica Faculdade de

Ciências Sociais,
Humanas e Artes
Curso Filosofia, Política E Ano
Relações 2019/2020
Internacionais
Unidade Curricular OldCedI Semestre
Titulo Organizações
Regionais
Africanas (parte I
e II):
UA; SADEC;
CEDEAO;
ECCAS; EAC;
UMA
Docente Isaías Barreto
Discentes Joelma Mendes
Luciene Mendes
Wilson Alves
Data
Organizações Regionais Africanas
UA; CEDEAO; SADC; ECCAS; EAC; UMA
Sigla das organizações Regionais Africanas em Estudo
UA - União Africana
CEDEAO - Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental
SADC - Comunidade para Desenvolvimento Da África Austral
ECCAS - Comunidade Econômica dos Estados da África Central
EAC - Comunidade da África Oriental
UMA - União do Magrebe Árabe
1. Introdução
A Integração Regional constitui um fenómeno importantíssimo no processo de
desenvolvimento dos países. Através desse processo, países que enfrentam situações
problemáticas idênticas, unem-se com vista a, em conjunto, procurarem soluções para
os problemas em comum que possuem.
Para que se trate, portanto, de integração regional tem de levar em conta dois
aspetos importantes: primeiramente tem de existir um processo de unificação entre os
membros (países), de forma a constituírem parte de um todo; por outro lado, essa
integração terá que incluir países que fazem parte de uma mesma região geográfica.
Desta forma poderemos falar efetivamente de Integração Regional.
Esses processos de Integração Regional podem levar a formação de
Organizações regionais também. I.R podem ser do tipo: económico, político, social, do
âmbito ambiental, da segurança, etc.
Dentro da área econômica encontramos cooperações de quatro tipos
essencialmente: Área de livre-comércio; União Aduaneira; Mercado Comum e por fim
União Monetária.
Desde o fim das duas Grandes Guerras que se verifica crescentes avanços na
constituição de Integrações e Organizações Regionais. Doravante, desde esses períodos
constata-se criações e mesmo extinções de várias delas espalhadas pelos diversos
continentes. Entretanto, nesse nosso trabalho, ao pedido do docente desta disciplina,
focaremos exclusivamente nas Organizações regionais do continente africano.
Esse vasto continente possui várias organizações desse género, de naturezas
diversas, com a finalidade de tirar o máximo proveito das possibilidades que esses
processos facultam.
É nesse sentido que vamos falar de Organizações como: a União Africana (UA);
a Comunidade para Desenvolvimento Da África Austral (SADC); Comunidade
Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO); Comunidade Econômica dos
Estados da África Central (ECCAS); Comunidade da África Oriental (EAC) e por fim
vamos ver a União do Magrebe Árabe (UMA).
Nesse trabalho vamos abordar, em cada uma das Organizações, tópicos como: a
história dessas organizações, saber em que contextos surgiram; a sua estrutura
organizacional; o processo de suas tomadas de decisão; as instituições e agências
especializadas que as constituem; as suas principais áreas de intervenção e iniciativas;
os principais desafios que enfrentam e finalmente vamos apresentar as recomendações e
reflexões sobre como avançar com Integração Regional.

2. UNIÃO AFRICANA (UA)

2.1. Historial
Dentro deste primeiro ponto vai se tratar de dois assuntos em concreto:
primeiramente compreenderemos em que contexto nasceu a Organização União
Africana (OUA) e a razão da sua divisão, em segundo momento abordar-se-á sua
reconstrução como União Africana.
Para uma compreensão mais aprimorada de como foi nascimento da União
Africana (UA), é preciso compreender primeiramente uma outra entidade que a
precedeu e deu lugar a ela. Antes da UA, existia a Organização da Unidade Africana
(OUA), cujo objetivo maior era dar hospitalidade aos Estados Africanos recém-
independentes da colonização preparando-lhes para a integração continental. Esta
entidade, OUA, surgiu depois da segunda Guerra Mundial, dentro do contexto da guerra
fria. Esta guerra é marcada como a ordem da geopolítica bipolar entre as duas
superpotências: EUA e URSS, com seus respetivos aliados num contexto da guerra
desarmada. Fora neste contexto que a OUA, procurava construir uma África unida e
coesa no meio de competidores fortemente bipolarizados.
A decadência desta entidade foi fruto das divergências de ideias que levou a divisão
desta organização em dois grupos: a de Monróvia e Casablanca. Estas divergências são:
O Grupo de Monróvia, reunindo os doze Estados africanos francófonos
participantes na Conferência de Monróvia em Brazzaville em dezembro de
1960, a que se juntaram a Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Togo, Somália,
Tunísia, Etiópia e Líbia (reunidos pela primeira vez na Conferência de
Monróvia em Maio de 1961), propalava um modelo de construção da unidade
africana baseado na ideia de convivência de Estados plenamente
independentes e soberanos, enquadrados num fórum africano de debate e
concertação de ideias. Resultava desde modelo uma especial importância
atribuída à temática fronteiriça e ao principio da intangibilidade de fronteiras,
tidos como alicerces incontornáveis do processo, à época incompleto, de
redefinição da realidade política em África. O Grupo de Casablanca,
promovido pelo Gana, Guiné Conacri, Mali, Marrocos, Egipto e Argélia
(reunidos pela primeira vez num encontro realizado em Casablanca em
janeiro de 1960 e do qual resultou a Carta de Casablanca) era apologista de
um modelo pan-africanista apontado como maximalista. De acordo com este
modelo, o projeto unificador subjacente à OUA poderia tomar a forma de
verdadeira União de Estados com o forjar de uma nova entidade política
supra-Estados. A ideia de possibilidade de advento dos Estados Unidos de
África, radicando numa ideia ancestral de que “a união faz a força”, visava a
maximização das afinidades entre Estados africanos e o usufruto da
complementaridade de múltiplas realidades com um passado, apesar de tudo,
comum, a passar pelo domínio colonial e pela natureza incipiente dos
processos de construção e funcionamento dos Estados pós-independências
(Da Organização de Unidade Africana à União Africana, 2010, p. 122).

A União Africana teve a sua origem juridicamente e politicamente falando no


dia 22 de maio de 2002, quando entrou em vigência o seu Ato Constitutivo. Um dos
seus principais objetivos diferente do seu antecessor é a luta contra a segregação no
continente africano. A desagregação da OUA para a UA «(…) é imperativo que a
comunidade internacional mude seu comportamento, deixando de dar ao continente um
destino sinônimo de exploração e de não-desenvolvimento (MBAYE, 1995 apud
DIALLO, 2005, p. 14).
Examinando a fundo as aspirações que criaram ambas as organizações
internacionais regionais discutidas no texto, apercebe-se que a UA foi criada a imagem
do OUA e na sua carta. Razões que apontam para tal afirmação é pelo fato «(…) dos
três órgãos de base da OUA assim como da maioria dos seus objetivos e princípios
(MBAYE, 1995 apud DIALLO, 2005, p. 15), fazerem parte também do núcleo da UA.

2.2 Estrutura Organizativa


Segundo o Ato Constitutivo da União Africana, artigo 5, encontramos estes
seguintes órgãos que constitui a União Africana:
2.2.1. Conferência da União:
Reúne chefes de Estado e governo dos Estados membros e é o órgão
principal da União Africana. O seu presidente é eleito anualmente entre seus
membros. Entre as suas funções destacam-se: determinar as políticas comuns
da União; apreciar candidaturas de novos membros; aprovar o orçamento da
União; orientar a atividade da organização em matéria de Paz e Segurança e
nomear o presidente da Comissão (Da Organização de Unidade Africana à
União Africana, 2010, p. 122).
2.2.2. O Conselho Executivo é «composto pelo ministro dos Negócios Estrangeiros
(ou outros indicados) de cada Estado-membro. Reúne duas vezes por ano para dar
cumprimento às suas atribuições» (Da Organização de Unidade Africana à União
Africana, 2010, p. 122).
2.2.3. O Parlamento Pan-Africano:
Órgão consultivo com início de atividade em março de 2004, na Etiópia,
como um dos órgãos mais emblemáticos da UA, o PAP (Pan African
Parliament) possui a sua sede na África do Sul. Reúne duas vezes por ano e
constitui um fórum de debate e aprofundamento de reflexões sobre os mais
diversos temas a envolver a atividade da UA. Termina em 2009 o primeiro
período de atividade, que corresponde também à sua fase de implementação
(2004-2009), é debatida a sua continuação em atividade enquanto verdadeiro
órgão legislativo. Cada Estado membro da UA que tenha ratificado o Tratado
Constitutivo do PAP (neste momento 48 dos 53 Estados que integram a UA)
encontra-se representado por cinco elementos, eleitos para o efeito a nível das
estruturas parlamentares nacionais. O PAP possui um presidente que é
assessorado por quatro vice-presidentes em representação de cada uma das
cinco regiões consideradas na UA, estes compõem o Bureau do PAP (Da
Organização de Unidade Africana à União Africana, 2010, p. 122).
2.2.4. O Tribunal de Justiça:
Composto por 11 juízes. Atualmente integram o coletivo de juízes: Hamdi
Fanoush da Líbia, Kelello Mafoso-Gunni do Lesoto, El Hadji Guisse do
Senegal, Fatsah Ouguergouz da Argélia (commandatos de quatro anos
iniciados em Janeiro de 2006), Modibo Guindo do Mali, Jean Mutsinzi do
Ruanda, Gerard Niyungeko do Burundi (com mandatos de seis anos iniciados
em Janeiro de 2006), Ophia Akuffo do Gana, Githu Muigai do Quénia,
Joseph Mulenga do Uganda e Bernard Ngoepe da África do Sul (com
mandatos de seis anos iniciados em julho de 2008) (Da Organização de
Unidade Africana à União Africana, 2010, p. 122).

2.2.5. A Comissão:
Composta por um presidente, um vice-presidente e oito comissários. Estes
dez elementos deverão refletir uma representação de dois elementos por cada
uma das regiões africanas, sendo que um destes deverá ser uma mulher. O
presidente e o vice-presidente são eleitos por maioria de 2/3 pela Assembleia
de chefes de Estado e de governo. Os comissários encontram-se adstritos a
diversas áreas temáticas entre as quais se destaca: Paz e Segurança, Assuntos
Políticos, de Infraestruturas e Energia, Assuntos Sociais, Recursos Humanos,
Ciência e Tecnologia, Comércio e Indústria, Economia Rural e Agricultura,
Assuntos Económicos. Entendida como mais um passo no erguer do Governo
da União, na 12.ª Cimeira da União Africana, que decorreu em Addis Abeba
em janeiro de 2009, ficou decidida a transformação da Comissão em
Autoridade Africana cujo debate sobre o seu formato e modo de
operacionalização ficou agendado para a 13.ª Cimeira, em julho de 2009.
Esta Cimeira atribuiu à Comissão a missão de preparação da implementação
desta mudança. Com um mandato que se espera mais alargado daquele que
atualmente serve de base ao funcionamento da Comissão, espera-se que este
novo órgão venha a dispor de um presidente, um vice-presidente e vários
secretários (Da Organização de Unidade Africana à União Africana, 2010, p.
122).
2.2.6. O Comité de Representantes Permanentes é «composto por representantes de
cada Estado-membro. Encarregue da preparação do trabalho do Conselho Executivo,
atuando na sua dependência» (Da Organização de Unidade Africana à União Africana,
2010, p. 122).
2.2.7. Os Comités Técnicos Especializados, por ser um tópico a ser abordado em
particular mais a frente, por agora é apresentado apenas como um dos órgãos que
constitui a parte organizativa da UA.

2.2.8. O Conselho Económico, Social e Cultural:


congrega associações, grupos culturais e sociais, representações profissionais,
organizações comunitárias entre outros núcleos de associativismo em África.
Encontra-se organizado em: Assembleia Geral, Standing Committee,
Comités Sectoriais, Comité de Credenciais e um Secretariado (Da
Organização de Unidade Africana à União Africana, 2010, p. 122).
2.2.9. As instituições financeiras são os «Banco Central Africano, Banco Africano de
Investimento e Fundo Monetário Africano» (Da Organização de Unidade Africana à
União Africana, 2010, p. 122).

2.3. Processos de tomada de decisão


O que compreende este ponto são os processos que orientam a tomada da
decisão da UA.
2.3.1. A União Africana que responde por ser uma organização internacional e
regional, segundo o Ato Constitutivo Da União Africana artigo 11, o Conselho
Executivo é o responsável pela tomada das decisões do mesmo. Ainda no mesmo artigo
nos respetivos números, 1 afirma que:
O Conselho Executivo aprova as suas decisões por consenso, ou, na falta
deste, por maioria de dois terços dos Estados Membros da União. Contudo,
as questões de procedimento, incluindo a questão de se saber se uma questão
é ou não de procedimento são decididas por maioria simples (Ato
Constitutivo Da União Africana, 2000).
.
O numero 2 do artigo diz que «dois terços do total dos Membros da União constituem
oquórum em qualquer reunião do Conselho Executivo» (Ato Constitutivo Da União
Africana, 2000). O artigo 12 aparece com o intuito de corroborar esta ideia de que o
regulamento interno do conselho executivo deve ser o próprio a adotar o seu
regulamento interno. É neste sentido que se dá o processo da tomada das decisões da
União Africana.

2.4. Instituições e agencias especializadas


Segundo o Ato Constitucional de 2000, as instituições e as agencias
especializadas são da competência das Comités Técnicos Especializados que são
responsáveis perante o Conselho Executivo dos comités existentes na organização. No
artigo 14, nº 2 diz que «a Conferência pode, se considerar apropriado, reestruturar os
Comités existentes ou estabelecer outros» (Ato Constitutivo Da União Africana, 2000).
Para além dos sete comités que já existiam, constam mais sete, atualmente formando um
total de catorze (14), apresentado no anuário de relações exteriores (2010). Estas
comités são:
Economia Rural e Assuntos Agrícolas; Assuntos Monetários, Financeiros e
Planeamento Económico e Integração; Comércio, Indústria e Minerais;
Transportes, Infraestruturas Transcontinentais e Intraregionais, Energia e
Turismo; Género e Capacitação das Mulheres; Justiça e Assuntos Legais;
Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego; Serviço Público, Governo
Local, Desenvolvimento Urbano e Descentralização; Saúde População e
Controlo da Toxicodependência; Migração, Refugiados e Deslocados
Internos; Juventude, Cultura e Desporto; Educação, Ciência e Tecnologia;
Comunicações; Defesa e Segurança. Cada Comité funciona como órgão de
preparação dos programas e projetos da União e, numa fase posterior, como
órgão de acompanhamento e implementação dos mesmos (Ato Constitutivo
Da

União Africana, 2000).


Do que consta da mesma constituição no artigo nº 3, «Os Comités Técnicos
Especializados são compostos por Ministros ou Oficiais Séniores Responsáveis pelos
sectores que estão nas suas respetivas áreas de competência (Da Organização de
Unidade Africana à União Africana, 2010, p. 122). Por outro lado, o artigo 15,
apresenta as funções dos comités técnicos especializados que são:
prepara projetos e programas da União e submete-os ao Conselho Executivo;
garante a supervisão, seguimento e avaliação da implementação das decisões
adotadas pelos Órgãos da União; garante a coordenação e harmonização de
projetos e programas da União; submete ao Conselho Executivo, por sua
própria iniciativa ou a pedido do Conselho Executivo, relatórios e
recomendações sobre a implementação das disposições deste Ato; e realiza
quaisquer outras funções a ele atribuídas com o objetivo de garantir a
implementação das disposições deste Ato (Ato Constitutivo Da União
Africana, 2000).

2.5. Principais áreas de intervenção e iniciativas


As principais áreas de intervenção da União Africana encontram-se na
constituição da União Africana respetivamente afincadas nos artigos 3 e 4 que tratam
dos objetivos e dos princípios. Estes objetivos são:
realizar maior unidade e solidariedade entre os países e povos da África;
respeitar a soberania, integridade territorial e independência dos seus Estados
Membros; acelerar a integração política e socioeconómica do Continente;
promover e defender posições africanas comuns sobre as questões de
interesse para o Continente e os seus povos; encorajar a cooperação
internacional; tendo devidamente em conta a Carta das Nações Unidas e a
Declaração dos Direitos do Homem; promover a paz, a segurança e a
estabilidade no Continente; promover os princípios e as instituições
democráticas, a participação popular e a boa governação; promover e
proteger os direitos do homem e dos povos, em conformidade com a Carta
Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e outros instrumentos
pertinentes relativos aos direitos do homem; criar as necessárias condições
que permitam ao Continente desempenhar o papel que lhe compete na
economia mundial e nas negociações internacionais; promover o
desenvolvimento duradoiro nos planos; económico, social e cultural, assim
como a integração das economias africanas; promover a cooperação em todos
os domínios da atividade humana, com vista a elevar o nível de vida dos
povos africanos; coordenar e harmonizar as políticas entre as Comunidades
Económicas Regionais existentes e futuras, para a gradual realização dos
objetivos da União; fazer avançar o desenvolvimento do Continente através
da promoção da investigação em todos os domínios, em particular em ciência
e tecnologia; trabalhar em colaboração com os parceiros internacionais
relevantes na erradicação das doenças suscetíveis de prevenção e na
promoção da boa saúde no Continente (Ato Constitutivo Da União Africana,
2000).
Os princípios da União são:
igualdade soberana e interdependência entre os Estados Membros da União;
respeito das fronteiras existentes no momento da acessão à independência;
participação dos povos africanos nas atividades da União; estabelecimento de
uma política comum de defesa para o Continente Africano; resolução pacífica
dos conflitos entre Estados Membros da União através dos meios apropriados
que sejam decididos pela Conferência da União; proibição do uso da força ou
da ameaça do uso da força entre os Estados Membros da União, não
ingerência de qualquer Estado Membro da União nos assuntos internos de
outro; direito da União intervir num Estado Membro em conformidade com
uma decisão da Conferência em situações graves nomeadamente, crimes de
guerra, genocídio e crimes contra a humanidade; coexistência pacífica dos
Estados Membros da União e seu direito de viver em paz e em segurança e de
procurar ajuda, através da Conferência da União, assim como o direito de a
União intervir para restaurar a paz e a segurança; direito dos Estados
Membros de pedirem a intervenção da União, com vista à restauração da paz
e segurança; promoção da autonomia coletiva no quadro da União; promoção
da igualdade dos géneros; respeito pelos princípios democráticos, pelos
direitos humanos, pelo Estado de direito e pela boa governação; promoção da
justiça social para assegurar o desenvolvimento económico equilibrado;
respeito pela santidade da vida humana, condenação e rejeição da
impunidade, dos assassinatos políticos, e dos atos de terrorismo e atividades
subversivas; Condenação e rejeição de mudanças inconstitucionais de
governos Ato Constitutivo Da União Africana, 2000).
O cumprimento dos respetivos objetivos e princípios é de extrema importância
para a União Africana, pois, estas intervenções diretas da organização com o intuito de
fazer com que os Estados membros cumpram com seus objetivos fará com que a UA
tenha credibilidade para fazer diferença como organização na esfera internacional como
regional no continente africano.
2.6. Principais desafios que enfrenta
Os principais desafios que se enfrenta na UA, segundo alguns estudiosos
nomeadamente: Packer and Rukare (2002); Ibeike-Jonah (2001); Bekerie (2001), está
associado aos Estados africanos que emergiram depois da colonização e que entrarão
em contradições socioeconómicas e políticas, denominados de Estados frágeis ou
falhados devido a má gerência dos seus lideres políticos caraterizados por piratas e sem
escrúpulos que não implementaram políticas que traduz em oportunidades, mas, que
acabam quase sempre em «(…) resultados negativos, incluindo violência, colapso de
instituições, deslocamento, crises humanitárias ou outras emergências (OCDE 2016, 22,
tradução nossa apud NWOZOR, 2018, p. 70), pondo assim estes Estados em «(…)
último lugar na escala de desenvolvimento global e pobreza, com as condições humanas
retrocedendo amplamente» (Odukoya, 2018, 174, tradução nossa apud NWOZOR,
2018, p. 69).
Todas as crises, impasses e fragilidade que os Estados africanos apresentam
atualmente, são crises da própria experiencia colonial que apresentam seus reflexos
hodiernamente. «A contemporânea associada aos estados africanos originou-se da
cristalização evolutiva das contradições do Estado colonial e, portanto, apela ao
questionamento da decisão histórica da UA em 1964 de preservar as fronteiras
coloniais» (Okafor 2000 apud NWOZOR, 2018, p. 79). Isto p ara dizer que:
(…) esse fracasso político levou à consequência que a então liderança da
OUA pretendia evitar, ou seja, conflitos. Como Ahluwalia (2001, 69,
tradução nossa afirma, «a OAU, embora reconhecendo que as fronteiras
herdadas eram problemáticas, temia conflitos intermináveis sobre elas e
decidiu que essas fronteiras desenhadas pela Europa permaneceriam
incontestadas». Mas, tendo-se focado no medo dos conflitos interestaduais,
sua inação na territorialidade do Estado acidentalmente gerou um tipo
diferente de conflito - conflitos internos - com consequências devastadoras
para o estado (Gbenenye 2016; Manby 2009; Okafor 2000 apud NWOZOR,
2018, p. 79).
Como referido e apresentado, estes problemas do passado com repercussão na
contemporaneidade, fez com que, os Estados africanos sejam designados de «Estado
falido», «Estado colapsado» ou ainda, «Estado frágil», ou seja, são Estados que muita
das vezes são bandidos, pois, ambas designações são para afirmar ou «(…)
caracterizado pelo colapso da lei e da ordem, bem como pela perda de capacidade
política e administrativa para governar e supervisionar a distribuição eficiente de bens e
serviços públicos (Tusalem 2016 apud NWOZOR, 2018, p. 80), assim como:
Antes da transformação da OUA para a UA em 2001, a conclusão de
estudiosos e líderes foi que, embora tenha feito um trabalho louvável na
mobilização e defesa da causa anticolonial e anti-apartheid, ela fracassou
abismalmente na consolidação da independência política e econômica da
África (Ibeike- Jonah 2001 apud NWOZOR, 2018, p. 81). A desconexão
entre os objetivos declarados da OAU e o desempenho real levou Julius
Nyerere a descrevê-la como um fórum onde os líderes africanos se reuniam
uma vez por ano para aprovar resoluções ineficazes (citado em Bekerie 2001
apud NWOZOR, 2018, p. 81). A aparente ineficácia da OUA foi atribuída ao
“caráter personalista, materialista e oportunista da política Africana”
(Berman 1998, 305 apud NWOZOR, 2018, p. 81). Havia outras razões
também: a primeira era a primazia do poder político no cálculo da elite. O
fato de que o poder político era uma espécie de visto para o bem-estar
econômico por meio da acumulação dificultou a sua renúncia à unidade
continental (Ake 1981 apud NWOZOR, 2018, p. 81). Segundo, a maioria dos
líderes africanos não eram produtos do processo democrático e, portanto, não
podiam se importar menos com a unidade africana (Ibeike-Jonah 2001).
Terceiro, houve variadas pretensões e divisões políticas e ideológicas que
despertaram desconfiança e, assim, minaram as tentativas de construir uma
formidável organização continental. Por último, houve a influência tirânica
das antigas potências imperiais através da divisão da África em zonas
geoeconómicas e geopolíticas anglófonas e francófonas (Bekerie 2001 apud
NWOZOR, 2018, p. 81).
São estas fragilidades e crises que têm acompanhado os Estados africanos desde a sua
consepção à modernidade que tem sido os principais desafios que a UA enfrenta.

2.7. Recomendações e reflexões sobre como avançar com Integração Regional


Para uma melhor compreensão de como avançou a Integração regional, é preciso
compreender como era o continente, sobre tudo na África Subsariana, como eram vistas
as questões relacionadas com o direito dos povos.
A fase colonial pode ser caraterizada como ausência total de quaisquer que
sejam direitos: civis, políticos, econômicos, sociais e culturais que se traduz em direitos
humanos. Neste sentido, a barbárie colonial violou de forma massiva o continente
africano não concedendo os seus súbditos a dignidade da população da metrópole,
levando em conta que nesta época da escravatura na África subsariana, mesmo que
limitada já existia algum resquício de direito. Foi tao grave esta violação dos direitos
humanos na época colonial que deixou problemas tao graves que ainda hoje são visíveis
no continente africano.
Em resposta a este problema, no passado dia 21 de outubro de 1986, entrou em
vigor a Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos (CADHP), conhecida também
como Carta de Banjul, ou Banjul Charter. Esta «(…) Carta africana veio alicerçar a
promoção, proteção e o respeito dos direitos humanos tanto ao nível regional quanto
global» (BACIÃO, s/d, p. 2), ela é o principal documento normativo da África.
Ela divide-se em três partes: primeira parte dos direitos e dos deveres; segunda
parte das medidas de salvaguarda; terceira e última parte disposições diversas. Ela
também difere:
(…) das Convenções europeia e interamericanas de proteção de direitos
humanos. Só para ter uma ideia, a Carta africana prevê o direito dos povos,
estatui não só direitos, mas também deveres, de forma inédita, elenca,
conjuntamente no rol dos direitos protegidos, tanto os direitos civis e
políticos como também os direitos econômicos, sociais e culturais, ela
consagra valores tribais e tradições africanas, o que não acontece com as
convenções interamericana e europeia (BACIÃO, s/d, p. 3).
Para além destas particularidades diferenciadas das demais convenções regionais, ela
procura:
(…) preservar contornos característicos da cultura e da formação histórica
africana. Pode-se, neste sentido, destacar três principais aspetos: a
consagração dos valores tribais como corolário do espírito da Carta; a
disposição singular não só de direitos, mas também de deveres dos indivíduos
africanos para com seus grupos familiares8 e, finalmente, a afirmação
conceitual dos direitos dos povos como direitos humanos, em especial
aqueles concernentes ao direito à independência, à autodeterminação e à
autonomia dos Estados africanos. (CALDEIRA et al.,s/d , p. 6916-6917.
(…) a Carta africana de direitos humanos e dos povos (CADHP) constitui o
principal instrumento normativo do sistema africano. Ela está dividida em
três partes, quais sejam: dos direitos e dos deveres, parte primeira, das
medidas de salvaguarda, segunda parte, e disposições diversas, terceira e
última parte. Ela se difere sobremaneira das Convenções europeia e
interamericanas de proteção de direitos humanos. Só para ter uma ideia, a
Carta africana prevê o direito dos povos, estatui não só direitos, mas também
deveres, de forma inédita, elenca, conjuntamente no rol dos direitos
protegidos, tanto os direitos civis e políticos como também os direitos
econômicos, sociais e culturais, ela consagra valores tribais e tradições
africanas, o que não acontece com as convenções interamericana e europeia.
O sistema africano de proteção dos direitos humanos comporta dois órgãos
principais, quais sejam, a Comissão africana de Direitos Humanos e dos
Povos e o Tribunal Africano de Direitos Humanos e dos Povos. Importante
salientar que em 2008 foi criado o tribunal africano de justiça e direitos
humanos, uma fusão do tribunal africano de justiça com o tribunal africano
de direitos humanos e dos povos, porém, ainda não adentrou em vigor. A
Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos (CADHP) é
encarregada de promover os direitos humanos e dos povos e de assegurar a
respetiva proteção na África, assim como o tribunal africano de direitos
humanos e dos povos. (BACIÃO, 2019, p.68-69)
É importante realçar ainda que o sistema regional africano de proteção dos
direitos humanos contém dois órgãos essenciais: a Comissão africana de Direitos
Humanos e dos Povos e o Tribunal Africano de Direitos Humanos e dos Povos, com o
intuito de fazer cumprir os direitos dos povos africanos.
Com base no que já foi aludido, podemos dizer que a integração regional da UA,
foi para dar respostas às lacunas que advém desde a época colonial até o tempo
presente, mas também como organização internacional regional em cooperação com a
ONU, fazer valer o cumprimento dos direitos humanos no continente africano que vem
sido violado desde a tempo colonial, e hoje, pelos lideres africanos corruptos.

3.A COMUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA AUSTRAL


(SADC)

3.1 Historial
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral é um organismo
intergovernamental, ou também vista como um bloco de integração regional que
compartilha paridade de dissemelhantes crenças, culturas e valores, mas, com ideais de
comunidade. Estas nações são unidas nas variedades e compartilham objetivos
análogos.
A existência da SADC já vem desde os anos de 1980. Anteriormente, ela
denominava-se de Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral
(SADCC), «(…) fundada a 1 de abril de 1980, em Lusaka, Zâmbia, após a adoção da
Declaração de Lusaka» (Manual de Identidade Institucional da SADC, 2017, p. 6).
Neste período o seu principal objetivo era criação de políticas com objetivo de
promover o desenvolvimento e minorar a sujeição económica da África do Sul
construída pelo Apartheid. Nesta época a organização contava com os seguintes
Estados-membros que a criaram: Angola, Botswana, Lesoto, Malawi, Moçambique,
Suazilândia, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
A mudança desta organização de SADCC para SADC:
(…) teve lugar a 17 de agosto de 1992, em Windhoek, Namíbia, aquando da
assinatura da Declaração e do Tratado na Cimeira dos Chefes de Estado e de
Governo, conferindo assim à Organização um carácter legal. A SADC foi
criada ao abrigo do artigo 2. ° do Tratado da SADC por Estados-Membros
representados pelos respetivos Chefes de Estado e de Governo ou seus
representantes devidamente autorizados para liderarem o processo de
integração económica da África Austral (Manual de Identidade Institucional
da SADC, 2017, p. 6).
Nesta altura, o numero dos Estados-membros passaram para 16, e estes Estados
membros segundo a o Manual de Identidade Institucional da SADC (2017) são os
seguintes: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Reino
de Eswatini, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia,
Seychelles, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

2.8. Estrutura Organizativa


A organizão da SADEC é constituida por uma vasta e complexa estrutura de
orgãos que o compõem: a Cimeira, ou a Assembleia de Chefes de Estados; O Orgão de
Cooperação nas áreas de Poltica, Defesa e Segurança; Conselho de Minstros; Comité
permanente de Altos Funcionrios; O Secretarido; Tribunal; Comisssão Nacionais da
SADEC; Troika;

2.9. Processo de tomada de decisão

De acordo com o que é apresentado pelo Manual de Identidade Institucional da


SADC (2017, p. 13), o sistema de troika atribui autoridade aos do grupo da Cimeira Dos
Chefes De Estado E De Governo Da SADC, para tomarem decisões em nome da
SADC.
As decisões geralmente são tomadas em reuniões de políticas agendadas, com
interrupções frequentes, assim como orientação de políticas às Instituições da SADC
entre as Cimeiras regulares da SADC. Este processo determinado pela Cimeira de
tomada de decisões tem-se demonstrado eficiente desde a sua conceção, durante a
realização anual em agosto de 1999, em Maputo, Moçambique.

2.10. Instituições e agências especializadas


As instituições e agências especializadas de SADC são as seguintes:
3.4.1. Cimeira Dos Chefes De Estado E De Governo Da SADC, esta Cimeira tem a
responsabilidade da:
direção geral das políticas e pelo controlo das funções da comunidade,
tornando-se, por fim, a instituição de políticas da SADC. É composta por
todos os Chefes de Estado e de Governo da SADC e é gerida por um sistema
de Troika que inclui o Presidente da Cimeira da SADC, o próximo Presidente
(o Vice-Presidente na altura) e o Presidente imediatamente anterior (Manual
de Identidade Institucional da SADC, 2017, p. 13).
3.4.2. Cimeira Da Troika Do Órgão, este órgão da SADC serve para a:
(…) Cooperação das Áreas de Política, Defesa e Segurança é gerido com
base na Troika e é responsável pela promoção da paz e segurança na Região
da SADC. Compete-lhe orientar os Estados-Membros e proporcionar-lhes
uma direção em questões que ameacem a paz, a segurança e a estabilidade na
Região. É coordenado ao nível da Cimeira e integra o Presidente, o próximo
Presidente e o Presidente cessante e apresenta relatórios ao Presidente da
Cimeira da SADC (Manual de Identidade Institucional da SADC, 2017, p.
13).
3.4.3. Conselho De Ministros Da SADC, este é representado pelo:
(…) Conselho de Ministros supervisiona o funcionamento e o
desenvolvimento da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC), e garante que as políticas sejam implementadas adequadamente. O
Conselho é constituído por Ministros de cada Estado-Membro, geralmente
pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, Planificação Económica ou
Finanças. Reúne-se duas vezes por ano, em janeiro ou fevereiro e
imediatamente antes da Cimeira em agosto ou setembro (Manual de
Identidade Institucional da SADC, 2017, p. 14).
3.4.4. Comités Ministeriais Sectoriais E De Clusters, estes são:
(…) os Comités Ministeriais Sectoriais e de Clusters integram ministros de
cada Estado-Membro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC). Esses Comités são diretamente responsáveis pela supervisão das
atividades das áreas centrais de integração, monitorização e controlo da
execução do Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional nas
suas áreas de competência, bem como prestar assessoria política ao Conselho
(Manual de Identidade Institucional da SADC, 2017, p. 14).
segundo o Manual de Identidade Institucional da SADC (2017, p.14), os Comités de
Clusters são:
Ministros responsáveis pelo Comércio, Indústria, Finanças e Investimento;
Ministros responsáveis pelo Sector de Infraestruturas e Serviços; Ministros
responsáveis pela Alimentação, Recursos Naturais e Meio Ambiente;
Ministros responsáveis pelo Desenvolvimento Social e Humano e Programas
Especiais (VIH e SIDA; educação, trabalho, emprego e género); Ministros
responsáveis por Políticas, Defesa e Segurança; e Ministros responsáveis por
Assuntos Jurídicos e Judiciais; Por fim, Grupo de Trabalho Ministerial sobre
Integração Económica Regional.
3.4.5. Comité Permanente De Altos Funcionários, este é:
O Comité Permanente de Altos Funcionários, um comité técnico consultivo
do Conselho de Ministros, reúne-se duas vezes por ano. O órgão integra o
Secretário Permanente/ Principal/Geral ou um funcionário de categoria
equivalente de cada Estado-Membro, de preferência um ministério
responsável pela planificação económica ou financeira. O Presidente e o
Vice-Presidente do Comité Permanente são nomeadas pelos Estados-
Membros que assumem a Presidência e a Vice-Presidência do Conselho
(Manual de Identidade Institucional da SADC, 2017, p. 14).
3.4.6. Secretariado:
O Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC) é a principal instituição executiva da SADC, responsável pela
planificação estratégica, facilitação, coordenação e gestão de todos os
programas da SADC. É chefiado por um Secretário Executivo da SADC,
atualmente uma Secretária Executiva, que é coadjuvado por dois Secretários
Executivos Adjuntos. O Secretariado tem sede em Gaberone, Botswana. A
estrutura do Secretariado da SADC foi concebida para otimizar e apoiar a
facilitação de políticas e programas dos Estados-Membros de forma a melhor
contribuírem para os objetivos gerais da SADC, nomeadamente alcançar a
Integração Regional e o Alívio da Pobreza (Manual de Identidade
Institucional da SADC, 2017, p. 15).
Dentro do Secretariado encontramos os respetivos órgãos: Mandato do Secretariado e os
Valores do Secretariado.
a) O Mandato dos Secretariados são:
Planeamento e gestão estratégicos dos programas da SADC; Cumprimento
das decisões da Cimeira e do Conselho; Organização e gestão de Reuniões da
SADC; Administração financeira e geral; Representação e promoção da
SADC; Promoção e harmonização de políticas e estratégias dos Estados-
Membros (Manual de Identidade Institucional da SADC, 2017, p. 15);

b) Os valores que compõem os secretariados da SADC são os seguintes: Serviço de


qualidade de competência; Profissionalismo; Integridade; Empenho e entrega;
Espírito de equipa; Respeito e confiança mútua; Cortesia; Igualdade de
oportunidades; Transparência e franqueza; (Manual de Identidade Institucional
da SADC, 2017, p. 15);

2.11. Principais áreas de intervenção e iniciativas


Esta Organização atua em várias áreas nessa sua sub-região. Elas apresentam-se
como sendo um vasto campo de atuação e de grande interesse para os países dessas
regiões. Mediante isto, vemos a SADEC atuando no projeto do Turismo e a
Conservação Transfronteiriças dos recursos naturais das regiões, elaborando todo um
vasto projeto nessa área. Esses são, portanto, os principais projetos que estão sendo
levadas a cabo pela Organização. O projeto do turismo encontra-se intimamente ligado
ao projeto da Conservação da biosfera.

2.12. Principais desafios que enfrentam


Os desafios que encontramos dentro da SADC são: a manutenção da paz e da
segurança; um outro grande desafio enfrentado por essa Organização é a luta contra a
pobreza e as doenças, infeciosas como a SIDA; a luta contra o desemprego jovem e de
mulheres; uma outra preocupação também dessa organização nessa região é a luta para
o cumprimento dos principais direitos humanos.
A SADC tem sido criticada por sua falta de rigor no sentido de transformar o
cumprimento dos direitos humanos pelos países-membros em uma prioridade. Segundo
as três organizações de direitos humanos em referência, é importante abordar a questão
pela própria reputação da SADC. Sob a liderança do Zimbábue, a SADC deve exigir
melhorias na área de direitos humanos em toda a sub-região, em particular em Angola,
Malawi, Suazilândia e Zâmbia.

2.13. Recomendações e reflexões sobre como avançar com a Integração Regional


A integração da regional da SADC na África Austral é marcada pelo fim da
guerra fria diferentemente da SADCC que a antecedeu. Neste sentido:
O novo regionalismo está inserido em um contexto multipolar; compreende
múltiplos propósitos, abrangendo questões sociais, ambientais, econômicos e
políticos; engloba diversos atores além dos Estados - a sociedade civil,
empresas transnacionais; e, está ligado à globalização. (SOKO, s/d.;
SCHÜTZ, 2014 apud MEIRA, et al., s/d, p. 9)
Vários estudiosos da integração regional na África Austral como: Bach (2005);
Murapa (2002); Schiff e Winters (2003); Peters-Berries (s/d.); SOKO, (s/d.), dialogam
sobre a mesma, contudo, aquilo que se pretendeu demonstrar com este diálogo são as
mudanças no conceito do desenvolvimento ao longo das décadas com o intuito de
enquadra esta integração regional a uma a uma realidade global.
Como já se demonstrou, SADC erguer-se num contexto de novo regionalismo
marcado por importantes mudanças no contexto internacional e regional. Por
conseguinte, a noção de desenvolvimento adotada pela Comunidade abrange uma
agenda maior, que inclui direitos humanos, democracia, solidariedade, cultura, meio
ambiente, sustentabilidade, entre outros. Ademais, a Comunidade continua a expandir a
agenda de atuação para o desenvolvimento conforme demonstrado abaixo.

4.COMUNIDADE ECONOMMICA DOS ESTADOS DA ÁFICA


OCIDENTAL (CEDEAO)
4.1. Historial
Essa Organização Econômica Regional foi estabelecida oficialmente em 28 de
maio de 1975, pelo Tratado de Lagos. Nessa data, os 14 Estados-Membros dessa
Organização, sendo que Cabo Verde só veio a ingressar no ano seguinte, assinaram esse
Tratado de criação da Comunidade em Lago, na Nigéria.
Foi em 1976 que se deu o primeiro encontro entre os chefes de Estados dessa
Organização.
Entretanto, antes da criação efetiva dessa organização, várias outras tentativas de
integração regional tinham sido levadas ao cabo nessa região.
Portanto, em 1945, empenhou-se na criação do Franco CFA que reunia os países
francófonos da região numa União Monetária Única. De seguida, em 1964, o então
Presidente da Libéria, William Tubman, propôs uma União Econômica da África
Ocidental, e isso doravante, resultou num acordo assinado em 1965, entre Côte d'lvoire,
a Guiné, a Libéria e a Serra Leoa.
No entanto, depois desse acordo não se verificou nenhum resultado concreto até
a data de 1972, quando o Presidente nigeriano Yakubu Gowon, e o seu homólogo
togolês Gnassingbe Eyadema, fizeram uma digressão na região afim de promover a
ideia de integração. Dado a esses esforços empregados, foram elaborados projetos com
bases nos quais foi elaborado o Tratado de Lagos, em 1975, que resultou na CEDEAO.
Inicialmente, o Tratado de Lagos limitava-se à políticas econômicas, contudo, com o
tempo, e devido a problemas políticas que vieram a surgir, foi elaborado revisões, em
1993, que ampliou a área de atuação e as suas prerrogativas.
Essa Organização de integração regional que é constituído por quinze países
dessa região, que são: Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Cote d'lvoire, Gambia, Ghana,
Guiné, Guiné Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo; tem
como objetivo principal promover a cooperação econômica e política entre esses
Estados- Membros.
A Visão da CEDEAO é estabelecer uma região sem fronteiras, onde a
população acede aos recursos abundantes da região e demonstra a capacidade
de os explorar pela criação de oportunidades num ambiente sustentável. O
que a CEDEAO estabeleceu é uma Região integrada, onde a população goza
da livre circulação, tem acesso a sistemas educativos e de saúde eficientes e
se envolve nas atividades económicas e comerciais enquanto leva uma vida
condigna num ambiente de paz e segurança. Espera-se que a CEDEAO seja
uma Região governada em conformidade com os princípios da democracia,
do Estado de direito e da boa governação. (ECOWAS. Int. sobre CEDEAO,
2015).
O Estado de Cabo Verde ingressou-se nessa Organização no ano de 1976, um
ano após a sua tomada de independência. Enquanto isso, em dezembro do ano 2000, o
Estado da Mauritânia retirou-se da Organização.

4.2. Estrutura Organizativa


A CEDEAO possui uma agência especializada que atua como um órgão
independente dentro do âmbito jurídico, administrativo e financeiro das normas e
regulamentação da organização. Essa agência é a ECREEE_ Centro para as Energias
Renováveis e Eficiência Energética.
É no regulamento adotado pela CEDEAO em 2010, que encontramos o estatuto
jurídico, a estrutura de governação e a declaração de missão da organização. Esse
regulamento define a estrutura institucional do Centro, a gestão dos funcionários e dos
órgãos de decisão e também do Diretor Executivo do Centro. A estrutura institucional
do Centro inclui: o conselho Executivo (CE), o Comitê técnico (CT), as Instituições
Focais Nacionais nos seus quinze Estados membros (IFNs) e a Secretaria.
4.2.1. O Conselho Executivo (CE), este é o órgão máximo de tomada de decisões do
ECREEE, e fornece orientações estratégicas como: A aprovação dos seus planos de
trabalhos anuais, relatórios de progresso e de auditoria, demostrações financeiras; e a
estrutura organizacional do ECREEE; A revisão da composição do Conselho de
Administração e do Comité Técnico; Assegura a visibilidade do ECREEE e apoia a sua
missão a nível político, no seio da região da CEDEAO e da comunidade Internacional;
Acompanha o desempenho global do ECREEE em alinhamento com suas missões e
objetivos.
No Conselho Executivo encontramos nove membros da organização, e é
constituído por: três representantes da Comissão da CEDEAO, incluindo: comissário
responsável pela infraestrutura, o Comissário para os assuntos Administrativos e
Financeiros e o Diretor de Assuntos Jurídicos; Um representante dos Ministros da
Energia da CEDEAO; Um representante dos Ministros do Meio Ambiente da
CEDEAO; Três representantes dos parceiros doadores ou das agências multilaterais;
Um perito em energia da região da CEDEAO; O Diretor Executivo do ECREEE.
4.2.2. O Comité Técnico (CT), o Comité fornece orientação técnica ao CE ao
Secretariado do ECREEE, incluindo o seguinte: Fornece assessoria técnica e
recomendações aos membros do Conselho e ao Secretariado do ECREEE; Analisa o
relatório anual da situação (progressos), o plano de trabalho anual, o orçamento anual e
outros documentos estratégicos do ECREEE bem como formular recomendações ao
Conselho de Administração; Oferece um canal ao ECREEE facultando apoio aos
principais atores na promoção das energias renováveis e da eficiência energética na
região.
O Comité Técnico é constituído pelos seguintes representantes: Três representantes
da Comissão da CEDEAO (da Energia, Meio Ambiente, Departamento do Setor
Privado); Dois representantes dos Estados Membros da CEDEAO (Energia, Meio
Ambiente); Um representante de cada parceira doadora; Um representante de Empresas
do Setor da energia/ dos setores privados da região; Um representante de Formação em
energia/Instituições de pesquisa/ ONGs da região; Um representante do WAPP e da
ERERA; Um representante do CEDEAO (BIDC) ou da CEDEAO; Projeto da Unidade
de Preparação e de Desenvolvimento (PPDU); Equipe especializada do ECREEE.
4.2.3. O Secretariado, funciona com uma pequena equipe multinacional da Oeste
africana e com um grupo de funcionários internacionais. Ela é constituída da seguinte
maneira: Por um Departamento de Gestão e Desenvolvimento Organizacional (DGDO);
por um Departamento Técnico de Energia (DT); por um Departamento de
Administração e Finanças (DAF); E por Instituições Focais Nacionais de todos os
Estados membros da CEDEAO.
Faz parte de sua função implementar atividades e elaborar planos de trabalho
anuais, relatórios de status, assim como apresentar os documentos ao Comité Técnico e
à junta Executiva para análise e aprovação.
4.2.4. As Instituições Focais Nacionais (IFNs), estas instituições servem como elos de
ligação entre a Secretaria e os Ministros da CEDEAO.

4.3. Processo de Tomadas de decisão


A tomada de decisão nessa Organização pode passar por várias instancias: a
Conferência ou Assembleia; Secretariado Permanente responsável pelas negociações;
pode também passar por um corpo menor e restrito.
Antes de chegar a essas instancias, porém, são realizadas algumas reuniões
preliminares, e, nessas reuniões, os membros são todos representados (ou deveriam ser).
Portanto, primeiramente são realizadas reuniões entre os técnicos e especialistas
no assunto; A seguir, vão ser realizados reuniões dos ministros sectoriais;
posteriormente, realiza-se reunião do conselho de Ministro e, finalmente, o assunto é
levado à Cimeira dos chefes de Estado, ou, como vimos em cima, Conferência.
Deste modo, após todas essas fazes preliminares, já na Assembleia, o assunto é
apresentado, analisado, discutido até chagar a fase de resolução e voto e por fim os
Estados-Membros ratificam p tratado.

4.4. Instituições e Agências especializadas da CEDEAO


17.1. Dentro do corpo das Instituições da CEDEAO encontramos: Conferencia dos
Chefes de Estados e do Governo; Conselho de Ministros; Comissão; Parlamento;
Tribunal da Justiça; Comités Técnicos Especializados; Banco de Investimento e
Desenvolvimento da CEDEAO (BID).
17.2. Dentro do corpo das Agências Especializadas encontramos: Organização Oeste
Africana da Saúde (OOAS); Grupo Intergovernamental de Ação contra o
Branqueamento de Capitais e o Financiamento do Terrorismo; Centro de
Desenvolvimento do Género da CEDEAO; Centro do Desenvolvimento da Juventude e
dos Desportos; Centro da Coordenação dos Recursos Hídricos.

4.5. Principais áreas de intervenção e iniciativas


Cada Agência Especializada que vimos anteriormente corresponde a uma área de
atuação da comunidade da CEDEAO. Portanto, ela atua nas áreas da saúde; da
segurança, fazendo frente as ameaças regionais como o terrorismo, tráficos ilegais, etc.
Ela atua também na questão do género; da juventude; dos recursos naturais e
principalmente no comércio. Esse último corresponde a principal área de atuação dessa
Organização, pois é a área mais dinamizada da comunidade. E as iniciativas a esse
respeito pretendem dinamizar ainda mais essa área a nível regional e não só, também a
nível internacional.
Uma das principais e mais recente iniciativa levada ao cabo pela comunidade é a
da criação do Centro de Desenvolvimento do Género da CEDEAO. Esse centro pretende
transformar a África num continente justo e seguro na qual homens e mulheres tenham
as mesmas liberdades de oportunidades. Esse centro, portanto, tem a finalidade de
garantir e promover a igualdade de género.
A CCDG inicia e facilita o reforço das capacidades através de uma formação
baseado nos conhecimentos e transferências de competências, assim como a elaboração,
gestão e coordenação dos programas para mulheres e homens do sector público e
privado a fim de promover a integração da dimensão género em todas as políticas,
estratégias e programas de integração regional. (ECOWAS, 2015).

4.6. Principais desafios que a CEDEAO enfrenta


A Comunidade regional enfrenta desafios desde o nível estrutural até o nível financeiro.
Os Estados-Membros da CEDEAO, apesar das suas posições geográficas
circunvizinhas, são países que enfrentam realidades muitas vezes adversas. Desde as
suas anteriores histórias colónias diferentes, que veio a resultar em três línguas
estrangeiras diferentes na comunidade (inglês, francês e português), até as mais de umas
mil línguas nativas de cada país. Enfrenta também as diferenças culturais, geográficas,
políticas e económicas.
Entretanto, apesar dessas peculiaridades de cada país, isso tudo serviu tanto
como desafio como também oportunidades.
Além dessas questões, essa organização também enfrenta questões como:
Dificuldade de acesso ao financiamento, isto porque, sempre existem Estados-Membros
que têm contas em atraso; A segunda situação tem a ver com o que acontece também
frequentemente com outras organizações, o problema de coordenação entre agências e
diferentes organizações; Também a dificuldade em matéria de mecanismos de
legitimação, pois, sendo os Estados-Membros Estados soberanos a organização tem
sempre que depender do consentimento desses membros, algo que quase sempre não é
fácil.

4.7. Recomendações e reflexões sobre como avançar com a Integração Regional


Para concluir sobre essa Organização, cabe-nos agora, após essa longa jornada
de pesquisa e análise, debruçar sobre o que ainda pode-se fazer com vista a promover
ainda mais a integração nessa nossa região africana. Pois bem, de acordo com o que
vimos no decorrer do trabalho, apesar dos grandes ganhos alcançados por essa
organização regional- CEDEAO- ainda existe muito que fazer.
Principalmente quando analisamos ainda acerca das dificuldades que essa
organização ainda enfrenta. Portanto, o que é importante verificar é que a integração
Oeste africana ainda enfrenta muitas dificuldades e doravante tem ainda um longo
caminho pela frente com fim a efetivar ainda mais a integração.
Pois bem, nessa organização regional, provavelmente a maior dificuldade seja a
falta de integração efetivo dos países membros. Pois, se esses países membros,
efetivamente envolverem- se na organização e trabalharem individualmente por isso,
haverá sim uma maior aderência desses mesmos nas tomadas de decisão.
É necessário que esses Estados-Membros desenvolvam políticas que vão de
encontro com os objetivos e políticas da Organização. No entanto, esse mesmo trabalho
deve ser levado a caba pela própria organização, ou seja, ela terá que ser mais coesa na
elaboração das suas políticas e abordagens, afim de haver uma maior credibilidade e
interesse da parte dos países.
Outra grande dificuldade que vimos é em relação a dificuldade de encontrar os
mecanismos de legitimação. Esse consiste em uma grande dificuldade, pois, sendo os
países soberanos, a Organização encontra dificuldade em fazer cumprir as suas
diretrizes.
O problema da falta de supranacionalidade dificulta a integração
definitivamente.

5. COMUNIDADE ECONOMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA CENTRAL


(ECCAS)
5.1. Historial
A Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), pode ser
entendida como uma comunidade da África Central. Teve a sua genese no dia 18 de
outubro do ano de 1983, com sede em Libreville, Gabão, cujas motivações da sua
criação partiram da Comunidade Econômica dos Estados dos Grandes Lagos (CEPGL).
A motivação da criação da CEEAD, teve início na reunião da cúpula em
dezembro de 1981, cujos participantes que também eram os líderes da União
Econômica e Aduaneira da África Central (UDEAC), objetivavam a construção de uma
comunidade económica mais ampla da África central e dois anos mais tarde, entrou em
funcionamento.
 A CEEAC tornou-se operativo no ano de 1985, seus feitos são «(…) com a
missão de, por um lado, promover o desenvolvimento económico, social e cultural da
África Central e, por outro, criar o mercado comum Centro-Africano» (Diário Da
Assembleia Nacional, 2020, p.14) 
O plano desta organização regional da África Central não teve muito sucesso:
Devido a insuficiência dos mecanismos institucionais da CEEAC, bem como
a multi-adesão de alguns Estados-membros da CEEAC às Comunidades
Regionais de Integração Económica, o incumprimento de pagamento da
contribuição e a discrepância entre os textos fundadores e as decisões
comunitárias (Diário Da Assembleia Nacional, 2020, p.14) 
.
Ela é composta por onze países membros, nomedamente: Burundi, Camarões,
República Centro-Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, São Tomé e
Príncipe, República Democrática do Congo e Angola.

5.2. Estrutura Organizativa


Segundo Capítulo II, Artigo 11.º, do Diário Da Assembleia Nacional (2020,
p.20), os «Órgãos da Comunidade são: Conferência de Chefes de Estado e de Governo;
Conselho de Ministros; Comissão; Comités Técnicos Especializados; Comité dos
Representantes Permanentes; Comité Intraestatal de Peritos»

5.3. Processo de tomada de decisão


O processo de tomada das decisões da CEEAC, é feita a partid de cinco pontos
que passo a mencionar de acordo com o que se encontra prescrito no Capítulo II da do
Artigo 14 que diz:
1. Os atos da Conferência são denominados «decisões». 2. Salvo
disposições contrárias do presente Tratado ou de um Protocolo, as
decisões da Conferência são tomadas segundo as matérias por
unanimidade, por consenso, por maioria de dois terços dos Estados-
membros. 3. As matérias visadas no Parágrafo anterior são definidas no
Regulamento Interno da Conferência. As decisões da Conferência são
adotadas por consenso até a entrada em vigor do referido regulamento
interno. 4. As decisões da Conferência têm força obrigatória para os
Estados-membros, órgãos e instituições da Comunidade. 5. A
publicação das decisões será conforme as disposições previstas no artigo
5. °, ponto do presente Tratado (Diário Da Assembleia Nacional, 2020,
p.14).

5.4. Instituições e agências especializadas


Segundo Capítulo II, Artigo 11.º, do Diário Da Assembleia Nacional (2020,
p.20), «as Instituições da Comunidade são: Parlamento da Comunidade; Tribunal de
Justiça da Comunidade; Tribunal de Contas da Comunidade; Instituições Financeiras;
Instituições Especializadas».

5.5. Principais áreas de intervenção e iniciativas


As intervenções da CEEAC, podem ser observadas em diversa área comos: Paz
(uma das suas maiores preocupações), segurança e estabilidade, em particular o
funcionamento do Conselho para a Paz e Segurança na África Central (COPAX);
Integração Física, Econômica e Monetária; Infraestrutura incluindo transporte, energia,
água, tecnologias de informação e comunicação; Agricultura; Meio ambiente, incluindo
gestão dos ecossistemas da Bacia do Congo; Desenvolvimento Rural; Comércio;
Costumes; Capacitação e visibilidade da CEEAC.

5.6. Principais desafios que enfrenta


Apesar dos seus progressos em termos de realizações das atividades, que foram
reconhecidos pela União Africana (UA) a CEEAC enfrenta vários desafios que ameaça
as comunidades da UA. Desafios como por exemplo: As relações comerciais dos
Estados-membros intra-ECCAS permanecem muito baixas. As deficiências de
infraestruturas, restrições impostas pelos procedimentos aduaneiros e de imigração, os
conflitos persistentes (nomeadamente conflitos civis que envolvem os membros da
comunidade), a falta de coordenação política, bem como as enormes limitações de
capacidades financeiras e humanas. A integração económica das comunidades africanas
têm como objetivo a paz, a segurança estável e o desenvolvimento económico. Com os
conflitos principalmente os civis acabam por colocar os planos de desenvolvimento e
integração entre a ‘parede e a espada’, que não ajuda em nada na realização dos planos.

5.7. Recomendações e reflexões sobre como avançar com a Integração Regional


Para avançar com a integração regional no território da CEEAC é preciso:
Em termos das principais realizações, CEEAC fez alguns progressos na área
de reforço da integração regional mais próxima. Apesar do potencial não
explorado da riqueza de recursos naturais da região da CEEAC, as relações
comerciais dos Estados-membros intra-ECCAS permanecem muito baixas.
As deficiências de infraestruturas, restrições impostas pelos procedimentos
aduaneiros e de imigração, os conflitos persistentes, a falta de coordenação
política, bem como as enormes limitações de capacidades financeiras e
humanas, são alguns dos desafios que precisam ser resolvidos. Recomenda-se
que os Estados-membros da CEEAC adotem os progressos conquistados pela
CEDEAO na elaboração de mecanismos inovadores de autossuficiência, em
termos de financiamento. Para impulsionar o comércio intra-ECCAS, a
importância de colocar em prática as infraestruturas regionais necessárias, na
forma de estradas, ferrovias, telecomunicações e oleodutos não pode ser
subestimada (Relatório Sobre O Ponto De Situação Da Integração Regional
Em África, 2019, p.7).

6.COMUNIDADE DA ÁFRICA ORIENTAL (EAC)

6.1 Historial
A história da EAC, acontece nestes termos:
Após a dissolução da antiga Comunidade da África Oriental em 1977, os
Estados-Membros negociaram um Acordo de Mediação para a Pisão de
Ativos e Passivos, que assinaram em 1984. No entanto, como uma das
disposições do Acordo de Mediação, os três Estados Membros (Quênia,
Tanzânia e Uganda) concordaram em explorar áreas de cooperação futura e
em fazer arranjos concretos para essa cooperação. As reuniões subsequentes
dos três Chefes de Estado conduziram à assinatura do Acordo para o
Estabelecimento da Comissão Tripartida Permanente para a Cooperação da
África Oriental em 30 de novembro de 1993.As operações de cooperação
plena da África Oriental começaram em 14 de março de 1996, quando o
Secretariado da Comissão Tripartida Permanente foi lançado na Sede da EAC
em Arusha, na Tanzânia. Considerando a necessidade de consolidar a
cooperação regional, os Chefes de Estado da África Oriental, na sua 2ª
Cimeira em Arusha em 29 de abril de 1997, instruíram a Comissão Tripartida
Permanente a iniciar o processo de atualização do Acordo que cria a
Comissão Tripartida Permanente para a Cooperação da África Oriental.
Operação em um Tratado. O processo de elaboração do Tratado, que
envolveu negociações, foi concluído com êxito em 3 anos. O Tratado para o
Estabelecimento da Comunidade da África Oriental foi assinado em Arusha
em 30 de novembro de 1999.O Tratado entrou em vigor em 7 de julho de
2000 após a conclusão do processo de ratificação e depósito dos Instrumentos
de Ratificação junto ao Secretário-Geral por todos os três Estados Parceiros.
Após a entrada em vigor do Tratado, a Comunidade da África Oriental
passou a existir (História da EAC).
6.2 Estrutura Organizativa
A estrutura organizativa da comunidade da África Oriental é composta por:
6.2.1. Cúpula, esta junta-se no mínimo uma vez por ano, executando reuniões
extraordinárias solicitado por qualquer membro da Cúpula. A delegação do Presidente
da Cúpula é de um ano, o cargo do presidente é concretizado em rodízio entre Estados
Membros.
6.2.2. Conselhos de Ministros, é formado por Ministros com a responsabilidade
promover a cooperação regional de cada Estados parceiros, consoantes as suas
combinações. O concelho tem a incumbência de se juntar duas vezes por ano, antes da
reunião da Cúpula.
6.2.2. Assembleia Legislativa da EA, tratado assinado no dia 30 de novembro do ano
de 1999, cuja entrada em vigor foi no dia 7 de julho do ano 2000, pelos Estados
Membros da República da Uganda, República do Quénia; e a República Unida da
Tanzânia, com aderência de mais Estados pertencentes à Comunidade (Burundi,
Ruanda) no ano de 2007. Temos ainda a assembleia que é composta por nove membros
que são nomeados pelos Estados membros; Membros «ex-officio» são representados
por ministros, ou ministros adjuntos, que responsabilizam pelas demandas da respetiva
comunidade. Hodiernamente, assembleia contêm 45 membros eleitos, 7 membros ex-
officio, contando um total de 52 membros, contando 20 do sexo feminino.
6.2.3. Secretariado, é um órgão executivo da Comunidade comandado pelo Secretário-
Geral, este por sua vez é designado pela Cimeira mediante escolha do Chefe de Estado
pelo princípio da rotação com um mandato de cinco anos.
6.2.4. Presidência, a organização é governada pela Presidência rotatória dos países
membros.
6.2.4. Secretário-Geral, também tem um tempo estipulado para exercer o seu cargo.
atualmente.

6.3. Processo de tomada de decisão


Cada instância de informação contextual sobre agentes descreve uma única
entidade. O modelo fornece uma estrutura para registro leva a gama e profundidade de
informações contextuais sobre agentes e sugere um conjunto mínimo de elementos para
descrever uma entidade, mas deriva as recomendações para o uso apropriado de outros
elementos das diretrizes de aplicação desenvolvidas. para implementações específicas.
O modelo define um universo de elementos usados para descrever os agentes e a
estrutura das inter-relações entre esses elementos. Estes elementos e estrutura permitem
a descoberta, navegação e apresentação das informações contextuais sobre os agentes e
a vinculação dessas informações com descrições de registros ou com outras entidades
contextuais, especialmente aquelas codificadas com EAD, MARC e outros padrões
semelhantes. O modelo permite a vinculação de descrições de entidades contextuais
com representações digitais ou outros substitutos dessas entidades.

6.4. Instituição e Agências especializadas


As instituições e as agências especializadas da EAC são: a Agência de
Supervisão de Segurança e Segurança da Aviação Civil (CASSOA); a Autoridade de
Concorrência da África Oriental (EACA); o Banco de Desenvolvimento da África
Oriental (EADB); a Comissão de Pesquisa em Saúde da África Oriental (EAHRC) ; a
Comissão Kiswahili da África Oriental (EAKC); a Comissão de Ciência e Tecnologia
da África Oriental (EASTECO) ; o Conselho Interuniversitário para a África Oriental
(IUCEA) ; a Comissão da Bacia do Lago Vitória (LVBC); a Organização das Pescas do
Lago Vitória (LVFO).

6.5. Principais áreas de intervenção e iniciativas


A Estratégia de Agricultura e Desenvolvimento Rural descreve as
intervenções estratégicas identificadas para a aceleração do desenvolvimento
do setor agrícola. O seguinte sustenta essas intervenções: melhorando a
segurança alimentar, acelerando o desenvolvimento da irrigação,
fortalecendo os sistemas de alerta precoce, fortalecendo a pesquisa, extensão
e treinamento aumentando o comércio e comércio inter-regional,
Infraestrutura física e serviços. A EAC planeja intervir por meio dos
seguintes mecanismos: melhorando a segurança alimentar e acelerando o
desenvolvimento da irrigação por meio de: melhorar o desempenho e
aumentar a contribuição da agricultura como um importante ponto de entrada
do desenvolvimento, aumentar a disponibilidade de água em áreas agrícolas
alimentadas pela chuva para reduzir a pobreza, aumentando a segurança
alimentar, produtos de alto valor e melhores rendimentos dos pobres rurais,
fortalecendo os sistemas de alerta precoce e fortalecendo a pesquisa, extensão
e treinamento: Gerenciando a escassez de alimentos provocada por secas e
enchentes frequentes, aumento da produtividade agrícola e retornos para os
agricultores, aumento do comércio e comércio e inter-regional e
infraestrutura física e serviços públicos: Desenvolvendo uma rede eficiente
de serviços, infraestrutura em áreas rurais para alcançar altas taxas de
crescimento, aumentando a produtividade, o comércio e a cooperação.

6.6. Principais Desafios Que Enfrenta


Embora os dos progressos efetuados ao decorrer dos anos, são visíveis, os
desafios nascem na implementação da União Aduaneira da EAC. Também a
implementação da TEC se apresenta como desafio para os Estados Parceiros.
Os procedimentos de avaliação alfandegária têm variado, resultando em
diferentes valores calculados para tributação. Desde 2005, Uganda produziu
uma lista de produtos industriais isentos da TEC. Uma lista semelhante de
insumos industriais está em vigor para Ruanda e Burundi. Além disso, a
República Unida da Tanzânia, como membro da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da EAC, assumiu
compromissos de integração em ambos os contextos regionais, tendo assim
que implementar duas CET, sendo uma para EAC e outra para SADC. Da
mesma forma, os quatro membros restantes da EAC também são membros do
Mercado Comum para a África Oriental e Austral (COMESA), enfrentando
assim desafios semelhantes aos encontrados pela Tanzânia em termos de
múltiplos compromissos assumidos no contexto de várias agendas de
integração. A implementação das regras de origem tem sido amplamente
bem-sucedida na região, exceto por uma série de desafios onde surgiram
disputas e missões de verificação foram constituídas para resolver os
problemas. Na indústria do trigo, observamos, por exemplo, tendências
protecionistas que foram justificadas por meio de argumentos relacionados às
regras de origem. Além disso, os esforços de sensibilização / sensibilização
parecem ter sido muito limitados para permitir que as partes interessadas
relevantes percebam as oportunidades que poderiam tirar da integração da
EAC.

6.7. Recomendações e reflexões sobre como avançar com a Integração Regional


A integracao regional da EAC é feita dos seguintes modos:
Em termos das principais realizações, EAC continua a ser a região económica
mais avançada quanto ao nível de integração, tendo alcançado um mercado
comum, agora com o objetivo de atingir uma união monetária e, em última
fase, uma confederação política. Desde 2005, os Estados-membros da EAC
registaram importantes avanços na implementação da União Aduaneira,
levando a aumentos significativos no domínio de investimentos e comércio e
reduções de tarifas. Registaram-se várias realizações dignas de
reconhecimento na área de desenvolvimento de infraestruturas, com uma
particular ênfase nas estradas regionais, linhas ferroviárias; transporte aéreo e
transporte de navegação. No que diz respeito aos principais desafios, apesar
dos progressos realizados na implementação dos projetos e programas da
EAC, ainda persistem alguns desafios. Por exemplo, a união aduaneira e o
mercado comum ainda não estão totalmente operacionais. Apesar do
progresso alcançado pelos Estados membros, a EAC, como acontece com as
outras CER, enfrenta desafios significativos relacionados com
autofinanciamento dos seus próprios programas e de capacidade humana.
Além disso, ainda precisa de implementar totalmente a união aduaneira e o
mercado comum. Futuramente, recomenda-se que os Estados-membros da
EAC eliminem completamente as barreiras não-tarifárias que restam e
operacionalizem totalmente o Protocolo do Mercado Comum. Ademais, EAC
enfrenta sérios desafios 6 na implementação dos seus principais programas de
integração regional devido à exiguidade de recursos financeiros e da fraca
capacidade humana. Neste sentido, recomenda-se que se aprenda das lições
da CEDEAO (Relatório Sobre O Ponto De Situação Da Integração Regional
Em África, 2019, p.7).
7. UNIÃO DO MAGREBE ÁRABE (UMA)

7.1. Historial

A UMA (União do Magrebe Árabe), foi criada em 17 de fevereiro de 1989,


mediante o Tratado de Marraquexe, assinado em Marraquexe, em Marrocos. É
constituído por cinco Estados-membros que são: Argélia, Tunísia, Líbia, Marrocos e
Mauritânia.

As principais metas estabelecidas pela UMA, são: A consolidação das relações de


fraternidade que ligam os estados-membros e os seus povos; Livre-circulação de
pessoas, serviços, mercadorias e capitais entre os Estados-membros, ou seja,
implementar o mercado nico; Adoção de políticas comuns. Em matéria econômica, a
política comum visa assegurar o desenvolvimento industrial, agrícola, comercial e social
dos Estados-membros, ainda visando a implementação do mercado comum.

Para o alcance desses objetivos, deve se trabalhar com vista a implementar as


seguintes políticas económicas: Implementação de uma zona de comércio livre com o
desmantelamento dos obstáculos tarifários e não-tarifários ao comércio entre os países
membros; Uma união aduaneira, com o objetivo de adotar uma tarifa exterior comum
frente aos Estados terceiros; Um mercado comum, que deve integrar as economias do
Magrebe com o fim das restrições à circulação de fatores de produção através das
fronteiras nacionais dos países membros.

Como disse anteriormente, esta organização foi fundada em 17 de fevereiro 1989,


quando o Tratado de criação da União do Magrebe Árabe foi assinado pelos cinco
Chefes de Estado, na Cimeira de Marraquexe. Este evento foi precedido pela reunião
dos cinco chefes de estado do Magrebe, em Zeralda (Argélia), a 10 de junho de 1988,
durante o qual foi decidido constituir uma Grande Comissão, responsável por definir as
formas e meios que permitissem a realização de uma União entre os cinco estados do
Magrebe árabe. O trabalho desta Grande Comissão constituiu, a partir daí, o programa
de trabalho a curto e médio prazo da UMA.

Além da assinatura do Tratado, a Cimeira de Marraquexe aprovou uma Declaração


Solene relativa à criação da UMA e ao seu programa de trabalho.

De seguida, entre 1990 e 1994, foram realizadas seis Cimeiras, durante as quais a
Presidência do Conselho tomou várias resoluções, tais como: 1. Consolidação das
estruturas da UMA, tal como previsto pelo Tratado Constitutivo; 2. Adoção de
convenções magrebinas (36 no total) que envolvem vários setores; 3. Adoção de
programas de implementação do trabalho iniciado pelas autoridades da UMA.

A partir de 1994, a UMA ficou praticamente estagnada devido ao conflito entre o


Marrocos e a Argélia sobre a Sara Ocidental – Marrocos reivindica direitos históricos
sobre o Sara Ocidental, enquanto a Argélia, em apoio à Frente Polisário, defende a
independência do território. Assim sendo, a organização regional tem dificuldade, há
mais de 20 anos, em reunir os seus dirigentes. Ainda assim, a UMA continuou, ao longo
dos anos, a realizar reuniões pontuais.

7.2. Estrutura Organizativa

A UMA encontra-se estruturada da seguinte forma:

7.2.1. Conselho Presidencial: constitui a instância suprema da organização e é


composto pelos: Chefes de Estado dos países membros, possuindo o poder de decisão
política. Reúne-se em sessões ordinárias todos os seis meses – no entanto esta
periodicidade não vem sendo respeitada, assim têm sido realizadas anualmente. O
Conselho é presidido em sistema de rotatividade, com uma duração que, na prática, se
tornou anual. As decisões do Conselho são tomadas, em regra, por unanimidade, o que
significa que os Estados-membros possuem direito de veto. Em1991, foi introduzida
uma emenda que permite a vigência da regra da maioria, após ter sido submetida a
consenso, desde que não se tratem de questões de guerra ou outras consideradas vitais. 

7.2.2. Conselho dos Ministros Estrangeiros: Este órgão tem a incumbência de preparar
as sessões do Conselho Presidencial, de examinar az propostas da Comissão de
Acompanhamento e das Comissões especializadas. É também responsável pelas
relações externas da UMA com as Organizações homólogas.

7.2.3. Conferencia dos Primeiros Ministros: esta, portanto não se trata de um órgão
efetivo já que se trata de uma conferencia que é solicitada sempre que necessário pela
Comissão Presidencial.

7.2.4. Conselho Consultivo: O Conselho ou a Assembleia Consultivo é constituir por


vinte a trinta representantes dos países membros da Organização. Esses representantes
são escolhidos entre os deputados dos parlamentos nacionais de cada Estado-membro e
tem um mandato de cinco anos. Existe um órgão organizativo no âmbito interno desse
conselho que, portanto, tem a função de organizar as ações do conselho, a ordem dos
trabalhos, é o chamado Bureau.

Nesse conselho ainda existem sete comissões permanentes (Assuntos Políticos,


Jurídicos, Recursos humanos, Infraestruturas de base e Economia, finanças, planificação
e segurança alimentar), sendo, no entanto, possível a criação de outras comissões não
permanentes. 

7.2.5. Secretário-Geral: O Secretariado-Geral fica atualmente localizado em Rabat


(Marrocos). As principais funções do secretário geral são principalmente: colocar em
pártica as decisões tomadas pelo Conselho Presidencial em concertação com os outros
órgãos; elaborar programas de ação e estudos e também estabelecer ligações entre a
instituição e outras organizações tanto internas como externas. Esse secretário é
nomeado pelo Conselho Presidencial e desempenha o cargo por três anos.

7.2.6. Tribunal: Ele é, portanto, a instância jurídica da Organização; possui dez


juízes, dois de cada par de membro que são nomeados por um período de seis anos. Esta
instituição, portanto, cumpre a função consultiva e contenciosa.

7.2.7. Comité de Acompanhamento: esse comité foi criado com a finalidade de tratar
de assuntos variados juntamente com os restantes órgãos, particularmente com o
Secretariado-Geral e com as Comissões Ministeriais Especializadas, através de reuniões
plurianuais. É constituído por um membro de cada par que compõe a Organização. 

7.2.8 Comissões Ministeriais Especializadas: nesta organização existem quatro


comissões especializadas funcionais: Comissão da segurança alimentar; Comissão da
economia e das finanças; Comissão das infraestruturas de base e Comissão dos
Recursos Humanos. Esta comissão é formada, portanto por técnicos dos ministérios de
cada Estado-membro.

7.3. Processo De Tomada De Decisão

A dinâmica das reuniões se reflete em uma variedade de seminários, workshops,


conferências, grupos de especialistas, grupos de direção, comitês permanente, etc.
Reuniões ministeriais (a nível da Comissão dos conselhos setoriais ou temáticos mais
específicos) são precedidos de um grande número de trabalhos, estudos, relatórios e
recomendações produzidos por equipes regionais de especialistas. Durante essas
discussões e eventos, as estruturas técnicas das organizações internacionais, muitas
vezes, intervêm como colaboradores, observadores ou fornecedores de conhecimento.
As decisões tomadas pelos Ministros Magrebinos, após discutir as propostas feitas pelos
especialistas, o Comitê de Acompanhamento (integrado pelos Secretários de Estado da
Magrebe) que, por sua vez, os envia para o Comitê de Ministros do Magrebe das
Relações Exteriores, o órgão máximo que aprova as decisões é o Conselho Presidencial.
E, portanto, para que a decisão seja tomada, tem de haver o consenso absoluto, ou seja,
o voto tem de ser por unanimidade.

7.4. Instituições E Agencias Especializadas

A institucionalização dessa Organização aconteceu, portanto, na sequencia da


quarta cimeira extraordinária, realizada no Marrocos, Casablanca, em outubro de 1991.
Assim sendo, nesse encontro, ficou acordado o estabelecimento de estruturas
permanentes em diversas áreas dessa região. 

Deste modo, em Marrocos ficou situado o Secretariado- Geral, a Tunísia recebeu


o Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, o Comité de Acompanhamento, as
várias comissões especializadas e o Banco Magrebino de Investimentos e comércio
Externo. Em Argélia ficou o Conselho Consultivo. Em Mauritânia o aparelho judiciário
da Organização e o Tribunal da Justiça. Na Líbia, por ultimo, situar a Universidade do
Magrebe e a Academia das Ciências.

Nessa Organização existem quatro comissões especializadas: A Comissão da


segurança alimentar; Comissão da economia e finanças; Comissão das infraestruturas de
base; Comissão dos recursos humanos.

7.5. Principais Áreas De Intervenção E Iniciativas

As áreas de intervenções e iniciativas que encontramos presente na UMA são:


em julho de 1990 foi estabelecida a Iniciativa 5+5 entre os 5 países da Magrebe e 5
países da Europa, que ficam a norte de Magrebe: a França, Espanha, Itália, Portugal e
Malta. Essa iniciativa visava, portanto, o apoio a prestar aos países da UMA nas áreas
da gestão dos recursos naturais, do desenvolvimento de laços económicos e financeiros,
e também nos âmbitos da emigração e cultura, com vista a criar ali uma zona estável e
de boa cooperação; Parceria Euro -Mediterrânica- essa parceria foi proposta na
conferencia de Barcelona, que estabelece assim a parceria especial entre os países da
EU e os países do sul do mediterrâneo, que propõe promover a cooperação e reforçar a
paz, a estabilidade e a segurança da região; união para o Mediterrâneo - que consiste no
reforço das relações e cooperações euro-mediterrâneas, principalmente no assegurar a
suficiência política europeia nessa região;

7.6. Principais Desafios Que Enfrenta:

Os principais desafios da UMA são os seguintes: um dos principais desafios


enfrentados pela organização remota as relações conflituosas e fragilizadas entre o
Marrocos e a Argélia devido a questão do Sarra Ocidental; uma outra questão que
minou muito a integração nessa região diz respeito ao embargo das Nações Unidas,
Líbia, o isolamento internacional desta por suposto apoio ao terrorismo; temos também
a situação sociopolítica da Argélia; o terrorismo que assola a região; uma outro desafio
é o fato de os interesses e táticas entre os membros serem distintas um dos outros e
incompatíveis; proliferação de grupos de crime organizada na região e de armas de
destruição massiva; o narcotráfico.

7.7. Recomendações E Reflexões sobre Como Avançar Com A Integração


Regional Da UMA

Como pudemos deparar no decorrer desse trabalho, essa Organização, portanto,


enfrenta sérios desafios que condicionam a efetiva integração. Desses desafios, a que
mais determina o marasmo da região e da efetivação da integração são os
desentendimentos políticos. Como tínhamos mencionado anteriormente, a questão da
Sarra Ocidental, que resulta no desentendimento entre Marrocos e Argélia, que
constituem, portanto, dois dos cinco membros da Organização, constituiu um dos
principais desafios para essa integração e desenvolvimento cooperativo nessa área.
Assim sendo, torna-se indispensável um trabalho interno, ou seja, intra-magrebe, para
solucionar essa grande questão interna para assim se puder estar apto para a evolução da
Unidade. 

É necessário, portanto um maior engajamento entre os membros, e criação o de


políticas que concilie os diversos interesses dos membros. Pois, sendo que é uma
Organização que necessita de unanimidade para a tomada de decisão, necessita,
portanto, de unanimidade de interesses dos membros.

8. Análise Comparativo Sobre Funcionamento Das Diversas Organizações


Analisadas Nesse Trabalho

Nesta parte, portanto, debruçaremos numa análise comparativa entre as


diferentes instituições de integração regional que analisamos no decorrer dessa longa
jornada. Analisando toda a estrutura que compõe todas as organizações, embora os
desafios das mesmas sejam diferentes e uns melhores aavançados do que outros,
podemos concluir que possuem finalidades semelhantes: que é o desenvolvimento do
continente africano a nível económico, social, político, cultural, educacional, etc. Por
outro lado, ambas as organizações regionais trabalham num dado território específico
ajudando a ONU a colmatar as lacunas que ela não consegue abranger nas regiões que
possuem costumes e valores dissemelhantes dos ocidentais, mas também ambas velam
pelas causas humanitárias.

9. CONCLUSÃO

Concluímos assim essa longa e exaustiva jornada que foi a elaboração desse
trabalho de pesquisa. Entretanto foi uma jornada de bastante aprendizado, de adquirição
de novos conhecimentos e de perceção de diferentes realidades vividas nesse nosso
imenso continente africano. 

Com vista a promoção de um tipo de desenvolvimento equitativo e cooperativo,


tem-se investido, vez após vez, em praticamente todo globo, no tipo de integração
regional, de cooperação e de ajuda mutua. Pois, perante as novas realidades e desafios
que o novo século veio incrementar, adicionando-as aos desafios antigos, vê-se a
necessidade de maior contribuição e colaboração mutua com vista a fazer frente a essas
novas ameaças. A atualidade tem apresentado, portanto situações que um Estado
sozinho, a despeito do seu poder, não conseguir solucionar. Com isso, mostra-se
evidente a necessidade continua de efetuarem-se cooperações e não de Estados unirem-
se com propósito de enfrentarem esses problemas e arranjarem meios para os
solucionar.

É nessa sequência que são criadas diferentes Instituições Internacionais e


regionais, que unem entre si Estados das mesmas regiões que enfrentam desafios e
problemas semelhantes, com vista a juntos procurarem soluções melhores.

Deste modo, como vimos no decorrer desse trabalho, no continente africano,


portanto, existem muitas dessas instituições regionais. E aqui analisamos, portanto, as
Organizações de integração regional de cada parte do continente, o contexto em cada
um foi criado, a forma de organização e funcionamento de cada um, os desafios que
cada um enfrenta, os progressos conseguidos por cada um, entre outros pontos
essenciais que aqui abordamos.

Apesar das dificuldades em encontrarmos fontes que nos oferecessem


informações necessárias, elaboramos esse trabalho, que, portanto, traz informações
importantes e fundamentais que é necessário saber para um sucinto conhecimento de
cada uma dessas Organizações. Esperamos desta feita ter conseguido atingir os
objetivos propostos nesse trabalho, e ter contribuído um pouco para a análise dessas
organizações de integração regional do nosso continente africano.
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