PUERPERAL AERÓBIOS
A infecção puerperal é uma infecção polimicrobiana
observada no pós parto recente, que acomete Gram positivos
útero/anexos, parede abdominal, peritônio pélvico e Streptococcus beta hemolítico dos grupos A, B e D
trato genital inferior Enterococcus faecalis
Stahphylococcus aureus
Epidermidis
FEBRE PUERPERAL
Definida como temperatura >= 38ºC com duração Gram negativos
superior a 48h, que surge nos primeiros 10 dias de Escherichia coli
puerpério, excluindo as primeiras 24h Klebsiella sp
Proteus sp
OBS. O aumento da temperatura corporal nas primeiras Enterobacter sp
24h após o parto é fisiológico (se durar menos que 48h), Pseudômonas aeruginosa
sendo um achado comum no puerpério
Neisseria gonorrhoeae
OBS2. A ausência de febre não significa ausência de
infecção ANAERÓBIOS
Gram positivos
CAUSAS
Peptococcus sp
Peptostreptococcus sp
CAUSAS EXTRAGENITAIS DE FEBRE PÓS Clostridium perfringens ou welchii
PARTO
Gram negativos
Ingurgitamento mamário Bacterioides bivius/fragilis/disiens
Estase láctea repentina acompanhada de Fusobacterium sp
desconforto e hiperdistensão mamaria e
hipertermia local e sistêmica
Ocorre entre 48 e 72h pós parto OUTROS
Complicações respiratórias Mycoplasma hominis
Pielonefrite Ureaplasma urealyticum
Tromboflebite de membros inferiores Neisseria gonorrhoeae
Clamidia
CAUSAS GENITAIS DE FEBRE PÓS PARTO
OBS. Endometrite necrotizante quando ocorre
Endometrite/Endomiometrite associação de Clostridium, causa rara e potencialmente
Parametrite letal
Associada a endometrite
Há espessamento de paramétrios, FATORES DE RISCO
habitualmente unilateral
O toque genital é doloroso e há febre alta
Anexites ANTEPARTO
Pelviperitonite Baixo nível socioeconômico
Sepse Desnutrição
Apresenta fácies toxêmica, febre alta, Anemia materna
taquicardia, mialgia, irritabilidade, letargia e Obesidade
hipotensão Diabetes mellitus
A maioria dos casos é subsequente a infecção Terapia imunossupressora
por enterobacterias, principalmente Escherichia
Infecções do trato genital inferior
coli
Higiene pessoal
Infecções de episiotomia
Ausência de assistência pre natal
Infecções de parede abdominal
Apresenta febre alta, palidez, pulso rápido, dor
pélvica intensa (inicialmente em baixo ventre e INTRAPARTO E PÓS PARTO
depois em todo abdome) Cesariana
Sinal de Blumberg, diminuição do peristaltismo, Rotura prematura das membranas
ou distensão abdominal com íleo paralítico
Corioamnionite
Celulite
Multiplos exames vaginais
1
TP prolongado Febre 2 a 3 dias após o parto
Monitorização fetal interna Lóquios purulentos e fétidos
Perdas sanguíneas acentuadas no pós parto Tríade de BUM útero doloroso, amolecido e
Retenção placentária hipoinvoluído
Traumatismo de canal de parto Prostração
Fissuras mamarias Dor no andar inferior do abdome
Sangramento vaginal anormal
Disúria
OUTROS
Hipertermia
Parto vaginal operatório Taquicardia
Vaginose bacteriana Giordano +
Sonda vesical Colo entreaberto
Grande quantidade de mecônio no liquido amniótico Anexos empastados e dolorosos
Estreptococo do grupo B Sangramento excessivo
Gravidez prolongada
Retenção de fragmentos ovulares
EXAMES LABORATORIAIS
Cerclagem do colo uterino
Urina rotina e urocultura
PROFILAXIA Hemograma
Leucocitose quando superior a 20.000
As medidas profiláticas ancoram-se em uma Neutrofilia com desvio a esquerda
assistência obstétrica adequada PCR (inespecífico)
Investigação e correção de fatores predisponentes Ureia e creatinina
alterações nutricionais, anemia, infecções
Hemocultura positiva em +- 30% dos casos (3
genitais
amostras) nos acometimentos sistêmicos
Manutenção da integridade das membranas
Toque vaginal parcimonioso
Assistência ao parto com assepsia e antissepsia AVALIAÇÃO POR IMAGEM
rigorosas Em caso de não resposta a antibiótico em 48h
Correção de distócias e discinesias uterinas TC de abdome diagnostico diferencial:
impede o TP prolongado o Abcesso pélvico
Sutura de lacerações do trajeto o Tromboflebite pélvica
Uso de antibióticos no perioperatório a utilização séptica
de atb na cesariana imediatamente após o Ultrassonografua útil quando há restos ovulares
clampeamento do cordão umbilical diminui a ou coágulos dentro da cavidade uterina e coleção
ocorrência de infecção liquida na cavidade peritoneal
Achados:
TIPOS DE INFECÇÕES PUERPERAIS Aumento do volume uterino, indistinção de
seus contornos
1. Endometrite
Espessamento endometrial
2. Pelviperitonite
Liquido no interior da cavidade
3. Infecção da ferida operatória
Liquido livre na pelve
4. Infecção do períneo e vagina
5. Abcessos pélvicos
6. Tromboflebite pélvica séptica TRATAMENTO CLÍNICO
Clindamicina 600mg IV 6/6h ou 900mg IV 8/8h +
1. ENDOMETRITE Gentamicina 3 a 5mg/kg ou 240mg IV dose única
É a infecção do endométrio ou decídua. Quando diária
envolve miométrio é chamada de endomiometrite
CI:
Resulta da infecção ascendente do trato genital o Clindamicina: Insuficiência renal
inferior
Ceftriaxone 2g IV dose única diária
Pode estar associada retenção de produtos da o Gentamicina: Insuficiencia renal/diálise,
concepção ao aborto eletivo
miastenia grave, hipocalemia, condições de
Surge comumente entre o 4º e 5º dias após o parto
depressão muscular
PREVALENCIA MANEJO
Mais frequente pós cesárea aumento de 5 a 30 Observar reposta ao antibiótico em 48 a 72h
vezes em relação aos partos vaginais Manter o tratamento parenteral ate 24h após o
desaparecimento da febre
Não é necessário emprego complementar de
ANAMNESE
antibiótico oral
Quadro clinico
2
Se febre persistente, repetir exames A taxa média de infecção de ferida é 4% em
complementares e de imagem ginecologia e 6% após cesariana
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Não há indicação de cirurgia
Dilatação cervical e curetagem indicado na
presença de retenção de produtos da concepção,
após iniciado o antibiótico
Histerectomia indicada na gangrena gasosa
2. PELVIPERITONITE
Outros
Inflamação do peritônio pélvico como consequência Retenção de restos ovulares
da propagação de germes do trato genital Remoção de pelos com lâmina
Uso excessivo de eletro cautério
QUADRO CLÍNICO Amniorrexe
TRATAMENTO CLÍNICO
Clindamicina 600mg IV de 6 em 6h + Gentamicina
3 a 5mg ou 240mg IV, dose única diária