A Guerra Da Arte Steven

Você também pode gostar

Você está na página 1de 164
ALYY VO VEU ID V G1d1dSSaud NYAALS SUPERE OS BLOQUEIOS E VENCA SUAS BATALHAS INTERIORES DE CRIATIVIDADE STEVEN PRESSFIELD Ediouro STE LIVRO E SOBRE 0 TALENTO QUE VOCE SABE QUE POSSUI E QUER DIVIDIR COM A HUMANIDADE, SOBRE PROJETOS HA MUITO ACALENTADOS, SEJAM ELES ESCREVER UM LIVRO, COMECAR UMA OBRA SOCIAL OU UM NEGOCIO. NO ENTANTO, 0 PRIMEIRO PASSO PARECE SEMPRE IMPOSSIVEL. ENTRE VOCE E SEU OBJETIVO, EXISTE UMA MONTANHA DE OBSTACULOS. E'MESMO QUE NA MAIORIA DAS VEZES ELES SEJAM IMAGINARIOS, PARECEM, AQUI E AGORA, INTRANSPONIVEIS. ASSIM COMO DE NADA VALE TODO 0 ESFORCO DO MUNDO SEM TALENTO E UM POUCO DE SORTE, TALENTO E SORTE NAO BASTAM PARA QUEM NAO SE ESFORCA. STEVEN) PRESSFIELD ENSINA O LEITOR A BUSCAR SUAS MUSAS ONDE ESTAO ESCONDIDAS, E A CHAMAR OS ANJOS DE MANEIRA QUE ELES RESPONDAM, LEIA COMO © PRIMEIRO PASSO PARA UMA VIDA DIFERENTE, NA QUAL VOCE TOMA A ATITUDE. Der antes, The Har of Art Gorvinsnt @ 2002 wy STEVEN PRESSFIELD COPLRIGUT py TRIDLCKE © Eprovno PurLiecscors Lena. IAPA E DHOIETO GRAFICO — PIMENTA DESIGS Prope gin koIToRiAL SULIANA ROMERO Rivisie ripounsrics GRATIA DOMINGUES Wace Da cars @XAZUFOMO KAWAL/PHOTONICA CIP-BRASIL. CATALOGAGAG Na FONTE SINDIGATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RI POS; Presale, Stoven, Guerra da arte / Steven Pressfield ; tradugio de Geni Hirata. Rio de Jancieo : Edlouro, 2005 ‘Tradugio de: War of art ISBN €5-00-01534-9 4. Pressfield, Seoven. 2. Cringtio (Literéria, arsisdea, ete.). 5, Pensamento criative, 4. Resisténeia (Psicanlises 3, Proceastinagio. 6. Ini 0546650. - PD 153.58 coy 39.9544 Tseeorns B75 432 Todas os direitos reservados a EDIOURO PUBLICAGOES LTDA Rua Nova Jerusalém, 345 - Bonsuces Buc de Janeiro — RJ — CEP 21042-236 = (21) 3882-8200 Fax: (21) 3882-8212 /3882.8513 SUMARIO PREFACIO x © QUE EU FACO rs © QUE EU SEI 17 AVIDA NAQ-VIMIDA 18 Livao uM R Defininds o inimigo 14 atencia O5 MAIORES SUCESSO8 Da BESISTENCIA 36 A RESISTENGIA E INVISIVEL 28 \RESISTENGIA £ INTERNA 29 a RESE ENGIA £INSIDIOSA 30 ARESISTENCIA EIMPLACAVEL 36 A RESISTENUIA EIMPESSDAL 32 ARE STERCIA 6 INFALIVEL 33 3 RES JETENCTA E UNIVERSAL 34 A RESISTRENCTA NUNCA DORME 35 A RESISTENGIA JOGA PABA CANIAR 36 A RESISTENCTA ALIMENT: DO MEDO 37 \ RESISTENGIA ATUA EM UMA ENICA DIREGAO 38 A RISE ENCLA E MAIS FOIPE NA RETA FINAL 39 ARE: JATENCIA REGRUTA ALJADOS ye RESISTENCLA © PROGRASTINACIO 42 | RESISTE: Ristst RESESTENCEN E RESESTE E RESISTR RESISTENCIA E RESISTENCIA F RESISTENCIA E, BESISTENCIA E. TENGIA E STENCTA E RESISTENGEA F RESISTENCIA E RESISTENCTA FE RESISTENCIA E RESISTENCIA E KESISTENCIA E F ISTENGTA FE RESISTENGIA E RESISTENCIA E RESISTENCIA E A RESISTENCIA ; PROCRASTINAG 0. PARTE HOES 45 SENO 44 PROBLEMAZ a5, DBAMATIZAGAD 46 E AUTOMEDICAGRO 43 YITIMIZACAO 48 A ESCOLIA DE EM PARCTIRO 49 ESTE LIYRO 50 INFELICIDADE 54 FUNDAMENTALISHO 53 CRITICS 57 VALTA DE CONFIANGA EM ST 58 MEDO 50 AMOR 61 SER EMS ESTRELA 62 ISOLAMENTO 63 TSOLAMENTO, PARTE BOIS 65 CORA 67 APOIO 69. RACIONALY? RACIONALIZAG IO. paRTE BOIS 72 PODE SEK YENCIDA 73 LIVRO DOIS Combatendo a Resisténecia Tornaudo-se win profissional 35 PROFISSIONSIS E AMADORES 78 UM PROFISSIONAT 80 0 DIA-A-DIA DE CM ESGRITOR sr COMO $e SENTIR EM POBRE COITADO 83 TODOS NGS Ji SOMOS PROFISSIONAIS 4 POR AMOR AO 10G0 88 UM PROFISSINAL E PACIENTE go UM PROFISSIONAL BUSCA A ORDEM 3 UM PROFS TONAL DESMISTIFICA 93 PIANTE DD MEBO, UM PROFISSIONAL REAGE. 94 UM PROFISSIONAL N30 4 ITA DESCULPAS 95 EM PROFISSIONAL ENFRENTA AS CONDIGOES COM QUE SE DEPARA 96 UM PROFIS SIONAL E PREPARADO 97 UM PROFISSIONAL NAG SE ENIBE 98 EM PROPISSONAL DEDICA-SE A DOMINAR A TECNICA 99 UM PROFESSIONAL NAG HEESITA EAL PEDIR AJLDA 100 EM PROFISSIONAL SE DISTANGIA DE SEL INSTREMENTO. rer UM PROFISSIONAL NAO LEVA O FRACASSO (OU 0 SUCESSO) PARA O LADO PESSDAL coz UM PROFISSIONAL SUPORTA 4 ADVERS DADE cog. UM PROFISSIONAL HOMOLOG A AST PROPRIO 106 UM PROFISSIONAL y SUAS LIMITAGOES 10g UM PROFISSIONAL BEINVENTA AST PROPRUD 160 UM PROTISSIONAL E RECONHEGIDO. POR OUTROE PROFISSIONATS ne vou BAL aa UMA CRIATURA QUE NAO DESISTE uy NENT 16 LivRO TRES Além da Resisté O reine superior uy neia ANIOS NO ARSTRATO 122 ABORDANDO © MIRTERIO 924, INVOCANDO A MUSA 126 INYOCANDO \ MUSA. Pane DOLS 429 TESTAMENTO DE UM WASIONARTO 13 ANSOCANDO 4 MUSA, PARTE TRES 133 A MAGIA DE GOMEGAR 135 AMSGIA DE CONTINUAR 137 LARGO 140 VIDA HORTE 143 O RGD EOS F146 ENPERIMENTANDO O EU 4g MEDO gt O SELF AUTENTICO 155, TERRITORIO FERSUS MIEBARQUIA 555 A ORIENTAGLO HIERARQUICA 156 O ARTISTA EA HIERAROLIA 168 A DEFINIGAO DE UM ESCREVINIADOR 160 A ORJENTAGAO TERRITORIAL 562 © ARTISTA £9 TERRITORIO 164 NTRE 8 DIFERENGS ERRITORIO BE MLERARQUIA 166 A VIRTUDE SUPREMA 568 O8 FRUTOS DE NOSKO TRABALHO 169 RETRATO DO ARTISTA 191 A VIDA DO ARTISTA 192 AGRADECIMENTOS 173 PREFACIO de Robert McKee Steven Presstield escreveu A guerra da arte para mim. Certa- mente, também o escreveu para vocé, mas sei que ele o fez expressamente para mim porque sou detentor de recordes olim- picos de procrastinagio. Sou capaz de procrastinar o ato de pen- sar sobre meu problema de procrastinag%io. Sou capaz de pro- crastinar a iniciativa de lidar com men problema de procrastinar © ato de pensar sobre meu problema de procrastinacio. Assim, Pressficld, esse deménio, pedi-me para escrever 0 preficio ¢ estabelecen um prazo de enuega, sebendo que, por mais que eu protelasse, por fim teria que me dar por vencido e fazer o tra- balho, Em cima da hora, finalmente me debrucei sobre a tare- fa e, enquanto folheava 0 Livro Um, “Definindo o inimigo”. me vi refletindo, com ar de culpa, a cada pagina, Entreranro, © Livro Dois me deu um plano de batalha; o Livro Trés, uma visio da vitéria; ¢ a0 fechar A guerra da arte, senti uma onda de calma positiva, Agora sei que posso vencer esta guerra. E se cu posso, voc’ também pode. No inicio do Livro Um, Presstield rotula de Resistén- cia o inimigo da criati que Freud denominou “pulsio de morte”’,aquela forea destru- idade — um terrno abrangente para 0 tiva que habita 0 Amago da natureza humana e que aflora sempre que consideramos wma a¢io de longo prazo que pode fazer algo de realmente bom para nés ou para outrem, Em seguida, ele apresenta uma galeria das muitas manifestagdes da A GUERRA O48 ARTE Resisténcia. Vocé reconhecera cada uma delas, porque esta fora reside no intimo de todos nés — auto-sabotagem, auto- engano, autocorrupeao. Nos escritores a conhecemos por “bloqueio”, uma paralisia cujos sintomas podem provocar um comportamento espanteso. Hi alguns anos, eu estava tio bloqueado quanto o esgo- to de Calcutd, entio o que fiz? Resolvi experimentar todas as minhas roupas. Para mostrar até que ponto posso chezar, vesti cada camnisa, calga, suéter, paletd e meia, separando-as em pilhas: primavera, vero, outono, inverno, Exército da Salvagio. Em fi cando-as em primavera informal, primavera formal, verio seguida, experimentei todas elas novamente, desta vez class informal... Depois de dois dias assim, pensei que estava enlouquecendo. Quer saber como curar um bioqueio de escti- tor? Nao é com uma visita 20 psiquiatra, pois como Pressfield *& a mais sedutora forma de Resistén- cia, Nao, a cura encontra-se no Livro Dois: “Tornando-se um destaca, buscar “apoio’ profissional”, Steven Pressfield € a prépria definigao de um profis- sional. Sei disso porque ja perdi a conta do niimero de vezes que convidei o autor de The legend of Bagger Vance para uma pattida de golfé e, embora tentade, ele recusou. Por qué? Por que estava wabalhando e¢, como qualquer escritor que ja deu uma tacada sabe, o golfe é uma forma particularmente viru- lenta de procrastinagio, Em outras palavras, Resisténcia. Steve concentra uma disciplina forjada em aco. Li Portes de fogo ¢ Tentpos de guerra, de Steve, de ponta a ponta enquanto viajava pela Europa. Veja bem, nic sou um sujeito lacrimoso; eu no chorava com um livro desde The Red Pony, nas esses romances me emocionaram, Vi-me sen- tado em cafés, contendo as lagrimas por causa da coragem altruista daqueles gregos que moldaram ¢ salvaram a civilizacio ocidental. Ao olhar sob sua prosa fluida e sentir a profundi- dade da pesquisa, do conhecimento da sociedade e da natureza PREFACIO humana, dos detalhes vividamente imaginados da narrativa, fui tomado de uma admiracio teverente pela obra, por todo o trabalho que consteuia as bases de suas fascinantes criagdes, E niio estou sozinho nesta avaliagic, Quando comprei os livros em Londres, contaram-me que os romances de Steve agora so recomendados pelos professores de bistéria de Oxford, os quais dizem a seus alunos que, se quiserem conhecer a vida na Grécia classica, leiam Pressfield. Como um artista alcanca esse poder? No segundo livro, Pressfield expde a campanha do profissional, dia a dia, passo a passo: preparacdo, ordem, paciéncia, perseveranca, atitude dian- te do medo € do fracasso — nada de desculpas, nada de toli- ces. E o methor é o brilhante insight de Steve de que, antes de tudo @ sempre, o profissional dave se concentrar no perteito dominio de seu oficio. © Livro Trés,“O reino superior”, aborda a Inspiracio, esse resultado sublime que viceja nos suleos do profissional que coloca os arreios ¢ ara os campos de sua arte. Nas palavras de Pressfield: “Quando diariamente nos sentamos e fazemos nosso trabalho, o poder se concentra ao nosso redor... tor- namo-nos um bastio magnetizado que atrai limalhas de ferro. As idéias vém. Os insights acumulam-se.” A esse respeito, o efeito da Inspiragio, Steve ¢ eu concordamos plenamente. De fato, imagens e idéias surpreendentes surgem como se saissem do nada. Na realidade, esses lampejos aparentemente esponti- neos sio tio formidaveis que é dificil ecreditar que nosso insignificante eu os tenha criado. De onde, entdo, vem nosso melhor material? E sobre este ponto, entretanto, 2 causa da Inspiragao. que temos visdes diferentes. No Livro Um, Steve remonta as raizes evolutivas da Resistencia aos genes. Concordo. A causa & genética. Essa forca negativa, esse sombrio antagonismo a criatividade, est4 profundamente imbuida em nossa condigio humana. Mas no Livro Trés, ele muda de dirego € procura a A DLERRA DA ARTE causa da Inspiragio nao na natureza humana, mas em um “seine superior”. Em seguida, com um fogo poético. expoe sua crenga em musas ¢ anjos. A fonte maxima da criatividade, argumenta, é divina. Muitos, talvez a maioria dos leitores, achario o Livro Trés profandamente emocionante. Eu, por outro lado, acredito que a fonte da criatividade encontra-se no mesmo plano de realidade da Resisténcia. Ela, cambém, é genética. Chama-se talento: 0 poder inato de descobrir a conexic oculta entre duas coisas — imagens, idéias, palavras — que ninguém nunca associou antes, criando para o mundo uma terecira obra, absolutamente unica. Como nosso QI, o talento é um dom de nossos ancestrais. Se tiver- mos sorte, nés o herdamos. Nos poucos ¢ afortunados talen- tosos, a sombria dimensio de suas naturezas primeiro resiste ao trabalho que a criatividade impde, mas assim que se dedicam 4 tarefa, seu lado talentoso comega a agir e os recom- pensa com feiros surpreendentes, Esses lampejos de geniali~ dade criativa parecem surgir do nada pela razdo Sbyia: vém do inconsciente. Em resumo, s¢ a Musa existe, ela nao sussurra aos ouvides dos desprovidos de ralento. Assim, embora Steve e eu possamos discordar quanto 4 causa, concordaimos quanto ao efeito: quando a inspiracao toca 0 talento, produz verdade e beleza. E quando Steven Presstield escrevia A guerra da arte, ela sem ditvida tinha as maos sobre ele. O QUE EU FACO Eu me levanto, entro no chuveiro, tomo o café da manhi. Leio o jornal, escovo os dentes. Se tiver telefonemas a dar, telefono. Pego uma caneca de café. Calgo minhas botas da sorte que uso para erabalhar e amarro os cadarcos da sorte que minha sobrinha Meredith me deu. Dirijo-me ao meu escritério, ligo 0 computador. Mea moletom da sorte. de capuz, esta dobrado sobre a cadeira, com o talisma’ da sorte que comprei de uma cigana em Saintes Maries de la Mer pelo equivalente a apenas oito délares, ¢ minha etiqueta da sorte com 0 nome LARGO, que veio de um sonho que tive uma vez. Coloco tudo. Sobre o meu thesaurus esta o canhao da sorte do Castelo de Morro, Cuba, que meu amigo Bob Ver- sandi me deu. Aponto-o na dinegio de minha cadeira, para que possa disparar inspiracdo em mim. Faco minha oragio, que € a“Invocagado da Musa”, da Odiss¢ia de Homero, traducio de TE. Lawrence, Lawrence da Aribia, que meu querido par- ceiro Paul Rink me deu ¢ que fice perto da prateleita com as abotoaduras que pertenceram ao meu pai e com meu fruto do carvalho, cambém um amuleto da sorte, do campo de batalha de Termépilas. Sio aproximadamente deze meia agora. Sen- to-me ¢ mergalho no trabalho. Quando comesa a cometer erros de digitagYo, sei que estou ficando cansado, Passaram-se cerca de quatro horas. Cheguei ao ponto em que as respostas do corpo e da mente vio se reduzindo, Encerto 0 dia de trabalho. A CEERRA DA ARTI Faco uma cépia do que fo! feito em um disquete © guardo-o no porta-luvas do mea caminhio para o caso de haver um incéndio ¢ eu ter que sair correndo, Desligo 0 computador. Sdo trés, trés € meia. Fecho o escritério. Quantas paginas pro- duzi? Nao me importa. Serio boas? Nem sequer pense nisso. Tudo que conta é que cumpri minhas horas de trabalho € 0 fiz com toda a concentragao. Tudo que importa é que, para este dia, para esta sessio de crabalho, eu superei a Resisténcia. O QUE EU SEI Ha um segredo que os verdadeiros escritores conhecem ¢ que 05 aspirantes a escritor nao sabem, ¢ o segredo € 0 seguinte_o_ dificil ngo é escrever. O dificil & sentar-se para escrever. G que nos impede de Sentar pare Creer oa REEcia. A VIDA NAO-VIVIDA A maioria de nés possui duas vidas. A vida que vivemos e a vida nio-vivida que ¢: enconia-se a Resisténcia. siste dentro de nds. Entre as duas. Vocé jé levou para casa umta esteira ergométrica ¢ dei- sou-a acumulndo poeira no s6téo? Ja abandonon uma dieta, uum curso de yoga, uma prética de meditagio? Ja se esquivou de um chamado para envolver-se numa pratica espiritual, para dedicar-se a uma vocacio humanitiria, para consagrar sua vida ao servico de outros? JA quis ser mie, médico, advogado dos fracos ¢ desamparados? Concorrer a um cargo pubblico, tomar parte numa cruzada para salvar o planeta, fazer cam- panha pela paz mundial ou pela preservacio do meio ambien- te? Tarde da noite, j§ experimentou uma visio da pessoa que vocé poderia se tornar, da obra que conseguiria realizar, do ser realizado que vocé deveria ser? Voc$ € um eseritor que no esereve, um pintor que ndo pinta, um empresério que nunca se aventurou num empreendimento de risco? Entao vocé sabe o que é Resisténcia. A VIDA NAG-vivipn Uma noite, quando eu estava deitado, Ouvi papai conversando com mamae, Ouvi papai dizer para deixar o garoto tocar 0 boogie-woogie Poigue isso esta dentro dele e ele tem gue colocar para fora. * John Lee Hooker, letra da cang3o Boogic Chitien A Resisténeia é a forca mais txica do planeta. B fonte de mais infelicidade do que pobreza, doenca ¢ distuncio erétil. Ceder 4 Resisténcia deforma nosso espirito. Atrofia-nos € nos torna menores do que nascemos para ser. Se voc’ acredita em Deus (e eu acredito), deve considerar a Resisténcia um mal, pois nos impede de alcancar 2 vida que Deus planejou para nés ao dotar cada ser humano de seu préprio ¢ tinico génio ctiativo. A palavra génio vem do latim genfus. Os romanos usavamena para designar um espirito interior, sagrado e invio~ lavel, que nos protege, guiando-nos para nossa vocacio. Um eseritor escreve com seu génie; tm artista pinta com o seu: todo aquele que cria o faz a partir deste centro sagrado. B a morada de nossa alma, 0 recepticulo que abriga nosso ser potencial, é 9 nosso farol, nossa estrela polar. ‘Todo sol janca uma sombra ¢ a sombra do génio é Resisténcia. Por mais forte que seja o chamado de nossa alma para a realizacdo, igualmente potentes sio as forcas da Resis- téncia reunidas contra ele. A Resisténcia é mais ripida do que © projétil de uma arma, mais poderosa do que uma locomo~ tiva, mais dificil de cenegar do que cocaina. Nao estaremos sozinhos se formos dizimados pela Resist&ncia; milhdes de mulheres e homens bons foram derrubados antes de nés. E 0 pior € que nem ficamos sabendo o que nos atingin. Eu nunca * No original cm inglés: “One aight 1 was layin’ down, / 1 heard Papa callin’ to Mame. I heard Papa say. 0 lec that boy boogie~ do) woogie. / “Cause it’s in him and ies sit to came out. (N

Você também pode gostar