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APRENDA A ARTE DE

Como falar
com clareza
e comunicar
exatamente
o que quer
CAMILALOIOLA

@CáMeDisse

O GUIA DEFINITIVO
Fale bem,
comunique-se
melhor!
Se você chegou até esse conteúdo é porque
deseja se comunicar melhor, não somente na
sua vida profissional como também em todos
os seus relacionamentos, trazendo mais
clareza à sua fala e mais identidade à sua voz.
Que bom ter você aqui! Eu posso te ajudar e
terei um grande prazer em nortear o seu
caminho para uma comunicação mais clara,
segura e competente. Vamos juntos?

Oiê!
Primeiramente, quero me apresentar a você.
Eu sou Camila Loiola, graduada em
Fonoaudiologia pela Universidade Estadual
Paulista (UNESP), mestre e doutora em
Fonoaudiologia pela PUC-SP na área de voz
profissional.  Tenho experiência clínica
especialmente nas áreas de Voz, Motricidade
Orofacial e Linguagem, realizando
atendimento clínico-terapêutico a  crianças,
jovens, adultos e idosos. No campo
acadêmico-científico, sou professora
conteudista e tutora de um programa de pós-
graduação EAD, sou docente do curso de
Fonoaudiologia em uma escola técnica de
formação de locutores, também sou
palestrante e pesquisadora na área de Voz e
Comunicação nos meios artístico,
educacional e corporativo. Além disso, tenho
formação em Mentoring e realizo
treinamentos e mentorias na área de
Comunicação e Oratória, oferecendo práticas
e estratégias para os mais diversos públicos:
desde empresários e palestrantes de alta
perfomance até os iniciantes na arte de falar
bem que desejam aprimorar as suas
habilidades comunicativas.
Tenho verdadeira paixão pelas artes vocais e
a comunicação humana, em todos os seus
aspectos. E foi justamente essa paixão que
me transformou. Já fui uma pessoa bastante
tímida, dessas de fugir de seminários,
apresentações e quaisquer situações de
exposição de fala em público. Mas, ao mesmo
tempo, sempre adorei vozes e toda a emoção
que elas carregam. Percorri o caminho da
música e do canto antes de minha formação
profissional como fonoaudióloga. Tive banda,
subi ao palco, cantei pra diferentes públicos,
fui deixando de lado a timidez à medida em
que descobri que ela estava muito mais
associada a uma falta de preparo e de
apropriação do meu instrumento de
comunicação: a VOZ. E, ao unir as duas áreas
– Canto e Fonoaudiologia – encontrei um
caminho para expandir meus conhecimentos
e ao mesmo tempo me desprender de vez
das amarras que me impediam de soltar a
minha voz para quem quer que fosse. Ao
compreender que a voz (seja falada ou
cantada) revela sentimentos e emoções,
expressa a nossa identidade e também gera
diferentes sensações no nosso interlocutor,
me permiti explorar esse vasto campo de
possibilidades, e comecei a me (re)construir
enquanto falante, comunicadora, dona de
minhas palavras e de tudo o que eu desejo
expressar. Isso só foi possível porque aprendi
que a comunicação é uma habilidade e,
portanto, é passível de treinamento e
aprimoramento. Sim! Falar bem e ter uma
linda voz não é dom, é treino! E você
também pode. É por isso que estou aqui. Há
mais de 15 anos auxilio as pessoas na
construção de suas vozes e na transformação
de sua comunicação para que possam
expressar suas ideias e falar com clareza e
segurança, sem deixar de lado a sua essência
e a sua identidade. Agora que você conhece
um pouco da minha história e já descobriu
como eu posso te ajudar, vamos começar
agora mesmo?

Então, aproveite muito esse conteúdo, faça as


suas anotações, realize os testes e exercícios
que ofereço ao longo dos temas abordados e
descubra uma nova e libertadora forma
de se comunicar. Solte a voz! Desenvolva a
sua comunicação! Fale bem!
Um passo além:
aproveite meus
conteúdos gratuitos
Eu já recebi milhares de mensagens de
pessoas que assistem a meus vídeos
diariamente e estão falando com mais
clareza, menos ansiedade e são levadas mais
a sério dentro de seus ciclos sociais. Então
quero te convidar a ser uma dessas pessoas,
que dá um passo além, acompanhando e
aproveitando todos os conteúdos gratuitos
que eu ofereço.

1. Me siga no Instagram (clique aqui)


Aqui você acompanha os bastidores do meu
dia a dia e dicas de valor.

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interessantes e ficará sabendo de alguns
convites para aulas exclusivas.
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Aqui você vai poder acompanhar as minhas
lives e conteúdos exclusivos!
Prepare-se! Você
vai se comunicar.
Quando abordamos o tema “Falar em
público”, geralmente pensamos em situações
de grande exposição ou em condições de uso
mais formal da fala, como palestras, eventos,
apresentações de seminários. Mas, o ato de
se comunicar está presente em todas as
nossas relações interpessoais, seja naquela
importante reunião de trabalho, seja numa
descontraída rodinha de amigos. A
comunicação é mais do que uma habilidade,
ela é uma necessidade e, vou além, um
direito de todo ser humano. Não há nada
mais libertador do que a sensação de dizer o
que precisa ser dito de forma clara,
organizada, segura e sem quebras ou
rupturas no diálogo. Quando eu me
comunico com assertividade, eu consigo me
posicionar com confiança, eu posso expor as
minhas ideias e sentimentos sem medo, eu
expresso a minha opinião e as minhas
necessidades em qualquer ambiente.
Quando eu me comunico bem, eu
conquisto o meu lugar no mundo.

Já que a comunicação é uma habilidade, uma


necessidade e um direito, vamos logo
quebrar essa que é uma das grandes crenças
que limitam as pessoas de se desenvolverem:
você pode se comunicar bem. Você não
precisa nascer com um “dom” ou um “talento”
para a oratória. Você pode aprender. E, com
os conteúdos desse e-book, você vai
aprender. Mas somente se aplicar os
conceitos e também assumir a
responsabilidade pela sua transformação. E
como fazer isso?
Existem três atitudes fundamentais que
precisam estar presentes durante o seu
processo de desenvolvimento comunicativo
para que você realmente alcance os
resultados que deseja. São elas:

1)    Consistência
2)    Consciência
3)    Paciência

1) A consistência é uma atitude muito


valorizada e realmente necessária no
processo de aprendizado de novas
competências, em qualquer área. Com a voz
e a comunicação não é diferente. Mudar
comportamentos vocais, assim como instalar
novas habilidades e recursos comunicativos
exige que você tenha uma regularidade de
treinos dessas novas informações que o seu
cérebro estão recebendo. Ter consistência é
ter rotina. Então, para todas as orientações
que você receber aqui neste e-book, saiba
que você precisa desenvolver uma rotina de
treinos dos exercícios propostos. É
necessário ter disciplina para garantir
resultados consistentes! Só assim você vai
conseguir mudar aqueles antigos hábitos e
instalar novos.

2) A consciência é o segundo aspecto que


você precisa estar atento durante todo o
desenvolvimento de sua comunicação. Muito
cuidado para não transformar os
seus treinos em uma ação mecânica, uma
simples repetição de atividades. Não
ligue o piloto automático! Aqui nesse material
você irá se deparar com propostas de
exercícios e práticas, leituras, gravações e ou-
outras estratégias. Faça tudo, não somente
para cumprir a atividade, mas dê a atenção
necessária para cada tarefa. Sinta-se.
Perceba-se. Tente compreender como o seu
corpo responde às práticas. E não limite esse
aprendizado somente para o momento do
seu treino comunicativo, mas leve as suas
percepções para outras atividades do dia a
dia. Tente observar conscientemente como
você está usando a sua voz, a sua postura,
todo o seu corpo a serviço da comunicação.
Avalie o que você já conseguiu mudar e o que
ainda precisa trabalhar. Observe as suas
relações com os diferentes públicos: seu
chefe, seus colegas de trabalho, seus amigos,
familiares, seu crush! Traga para a
consciência a maneira como você se
comunica nas diversas situações de
exposição da sua fala.
E isso também vale para as emoções geradas
em cada situação de comunicação. Sim, a
emoção pode influenciar o desenvolvimento
da fala, e quando você identifica isso, fica
mais fácil administrar. Avalie todos os sinais
que você emite! Quanto mais consciente você
fica de suas ações e emoções, mais
ferramentas você tem para mudar o que é
necessário.

3) Por fim, a paciência. Está aí uma atitude


cada vez mais escassa na nossa vida!
Queremos tudo “pra ontem” e até dá pra
entender, já que a velocidade da informação
e das mudanças está cada vez maior. Mas é
imprescindível ter em mente que trabalhar as
habilidades comunicativas envolve um
processo, assim como toda aquisição de
novos comportamentos.
É importante que você passe por ele e
perceba todas as suas pequenas conquistas
ao longo do trabalho. Se você não tem
paciência, fica muito difícil enxergar essas
evoluções. Mas as pequenas conquistas são
necessárias e são elas que irão garantir a sua
transformação. Porque você não vai
simplesmente acordar um belo dia e
perceber que tudo mudou, que a sua voz
está maravilhosa, a sua fala está segura e a
sua comunicação está excelente. Não! Temos
todo um caminho a percorrer e é nele que
você irá encontrar as ferramentas que
necessita para a mudança. Aprimorar a
comunicação envolve mudanças de
comportamentos, atitudes e hábitos, além de
mudanças físicas (corporais, musculares,
neuronais...) e tudo isso está muito atrelado a
aspectos da nossa personalidade.
Durante toda a sua vida você carregou esses
comportamentos na sua voz e na sua fala e
isso te definiu como pessoa. E por mais que
sejam comportamentos que você queira
abandonar, mudar é difícil porque mexe com
quem somos, mexe também com as nossas
emoções e com a nossa forma de nos
colocarmos diante do outro e do mundo.
Então, respeite o tempo do seu corpo,
procure passar pelo processo com mais
leveza, sem exagerar nas cobranças de
resultados imediatos, mas sem deixar de
aproveitar cada parte do processo de
evolução na sua forma de se expressar.

Agora que você já conhece as três atitudes


necessárias para você alcançar os resultados
desejados no desenvolvimento da sua
comunicação, anote as Dicas da Fono para
você aproveitar ao máximo esse processo:

Foque nos seus objetivos e nos


resultados que você busca

Faça essas duas perguntas a você mesmo:

1) “Por que eu quero melhorar?”


2) “O que essa melhora pode trazer de
benefícios para o meu futuro?”

Comece aos poucos


  
Assim você consegue alcançar pequenas
metas ao longo do seu processo.

Pratique a sua disciplina

Tenha regularidade nos seus treinos, mude


suas atitudes, assuma novas posturas
estabeleça horários para trabalhar a sua
comunicação. Mas encare tudo de um jeito
leve.

Cuidado com as cobranças e desculpas

Você está começando um processo de


transformação da sua maneira de se
relacionar com você mesmo e com os outros.
Isso envolve acertar, falhar, recomeçar,
refazer... mas nunca desistir. Sendo assim,
não se cobre exageradamente, e deixe de
lado qualquer tipo de autojulgamento. Mas
também não dê desculpas para você mesmo.
Encare o desafio e vá em frente!

Assuma a responsabilidade pelo seu


progresso
Aqui eu mostro os caminhos. Mas quem
precisa trilhá-los é só você.

Faça registro das suas evoluções

Você pode gravar, em áudio e/ou vídeo, as


atividades propostas, realizando leituras e
simulações de exposição de sua fala. Assim
você pode, depois de um tempo, retomar
esses materiais e assim perceber o quanto
você já caminhou e o que ainda é preciso
aprimorar.
Atitudes de um
bom comunicador
O objetivo desse material é fornecer
ferramentas para que você se comunique
melhor em qualquer situação de
relacionamento pessoal ou profissional, sem
medo de expor suas ideias de forma clara e
organizada. Para tanto, é importante que
você conheça algumas atitudes e
características de um bom comunicador.
Analise se você já possui esses atributos e
procure trabalhar o que ainda não está bem
desenvolvido em suas atitudes como falante.

1) Saber ouvir

Quando o assunto é comunicação, preocupa-


se muito em aprender a “falar bonito”, a usar
todas as ferramentas e estratégias para ter a
melhor voz, a mais harmoniosa melodia da
fala e expressar-se com clareza, mas quase
ninguém pensa na qualidade da escuta.
Esse é fator fundamental para o sucesso da
comunicação, já que, para que o processo
comunicativo se complete, é preciso
considerar não somente o emissor da
mensagem, como também o receptor. Saber
ouvir não significa somente ficar em silêncio
para deixar o outro falar. A pessoa que
realmente sabe ouvir respeita sim, o turno do
diálogo, mas também absorve o que o
interlocutor está dizendo, reconhecendo as
suas necessidades, e assim aumenta-se
muito a probabilidade de estabelecer uma
comunicação de sucesso, sem quebras ou
falhas de interpretação.

2) Fazer perguntas

A habilidade de fazer perguntas durante uma


conversação pode deixar o relacionamento
mais saudável e a comunicação mais clara.
Porque, se no diálogo existe alguma lacuna
ou ambiguidade de informações, em vez de
simplesmente supor uma interpretação, o
bom comunicador faz perguntas de forma
assertiva e adequada para cada situação, e
assim obtém mais ferramentas para a
interpretação do assunto discutido. Fazer
perguntas pode diminuir muitos conflitos
gerados por suposições errôneas. Importante
destacar que essas perguntas devem ser
feitas de forma assertiva, natural, sem
intimidação, já que o objetivo é esclarecer e
promover um diálogo saudável, e não rebater
a fala do outro.

#DicaDaFono: fazer boas perguntas é uma


excelente estratégia em situações em que
você precisa conversar com desconhecidos.
Se você se sente inseguro diante de uma
primeira conversa, incentive o seu
interlocutor a falar, fazendo algumas
perguntas-chave sobre trabalho, família e
temas de interesse. Essa medida pode lhe
trazer mais informações sobre ele e, juntos,
vocês encontram assuntos em comum para,
então, trocar experiências. Fazendo isso você
fica mais seguro e mais preparado para essa
conversa inicial.

3)  Ter atenção genuína

Em toda situação de comunicação, seja no


trabalho ou na vida pessoal, nós queremos
ser ouvidos. De verdade! Não há nada mais
desagradável do que a sensação de que o
nosso interlocutor não está atento à nossa
fala. A pessoa que sabe se comunicar bem
tem essa característica bastante evidente: ela
realmente está presente no diálogo e presta
atenção nas informações que lhe são
fornecidas na conversa. Esse é um ato de
respeito ao outro e gera vínculo na relação
interpessoal.

#DicaDaFono: não “finja” atenção durante


uma conversa. Esteja realmente atento! E
demonstre essa atenção ao seu interlocutor
por meio de manutenção de contato visual,
evite distrações e barreiras na sua
comunicação não verbal (por exemplo, olhar
para os lados, olhar todo o tempo para o
relógio, checar notificações no celular, bater
repetidamente o pé no chão etc), demonstre
entendimento com meneios de cabeça e
expressões de feedback.
4) Reconhecer sinais

O bom comunicador, por estar sempre


atento ao seu público, tem também a
capacidade de reconhecer sinais que podem
indicar se a sua fala está de acordo com as
suas necessidades, ele consegue perceber se
o entendimento da mensagem está
acontecendo ou se está gerando dúvidas, se
o público está mantendo a atenção ou
perdendo o interesse. Isso o ajuda a avaliar a
sua própria estratégia de comunicação e
mudar, caso seja necessário. Essa habilidade
é muito importante em situações de
comunicação para grupos, como em
palestras, por exemplo. Se o palestrante,
durante a sua exposição, consegue identificar
sinais de desinteresse (sono, conversas
paralelas, mexer no celular, expressões facia-
faciais etc), ele pode mudar a forma de falar,
usar outros recursos de ênfases, propor
outras atividades e assim ele se reconecta
com a sua audiência.   

5) Simplificar

A comunicação evoluiu! Já caiu por terra a


ideia do bom orador como sendo aquele
indivíduo que possui o dom da retórica, que
tem uma voz impostada e uma fala
estritamente formal, com vocabulário difícil.
Comunicar é criar laços e fazer vínculos com
o outro. Portanto, para nos conectarmos
enquanto comunicadores, precisamos
simplificar, usar palavras de fácil
entendimento sem deixar de ter um rico
vocabulário, adaptar a fala a todo tipo de
público, ter objetividade na comunicação.
Tudo isso nos aproxima do outro e evita que
sejamos interpretados como pessoas
pedantes ou exibicionistas. Mas não se
engane! Para ser simples, você precisa ser
uma pessoa bem elaborada! Então, invista no
seu vocabulário, nos seus conteúdos,
conheça as necessidades do seu público e se
mantenha em constante atualização. É uma
delícia conversar com alguém que é capaz de
transmitir informações muitas vezes densas
ou complexas de uma forma que você
consegue entender. Busque ser essa pessoa,
para o sucesso da sua comunicação e para a
saúde dos seus relacionamentos.
Agora vamos para
a ação!
Até aqui, eu já te apresentei estratégias que
podem auxiliar nos seus treinos para que
você aproveite ao máximo as minhas dicas
sobre como aprimorar a comunicação e falar
bem, com segurança e personalidade. Você
também já aprendeu a identificar algumas
atitudes que devem estar presentes em um
bom comunicador, e se ainda não as possui,
poderá trabalhar esses aspectos em si
mesmo. Agora, com todas essas ferramentas,
você já está pronto para as orientações.
Aproveite todo o material, procure realizar os
exercícios e técnicas com empenho e
disciplina e assim você alcançará melhores e
mais consistentes resultados.
Recursos vocais e
comunicativos
Falar bem nos conecta com o outro. Para
essa conexão acontecer, privilegiam-se a
espontaneidade e a naturalidade do
comunicador em quaisquer relacionamentos
interpessoais. É preciso também ser flexível
para transmitir a mensagem e atrair a
atenção e o interesse de qualquer
interlocutor, seja no trabalho, em um
seminário, em entrevista de emprego, seja
entre os amigos e outras pessoas de nossa
convivência social. Falamos para sermos
entendidos e ouvidos, mas falar também é
uma troca constante com quem ouve. Por
isso, precisamos ter domínio de uma série de
habilidades comunicativas para que essa
troca aconteça da melhor forma possível.

Nessa direção, irei agora apresentar os


principais recursos comunicativos e expressi-
vos que devemos trabalhar em nossa fala,
para que assim possamos ter um bom
desempenho e domínio da nossa
comunicação. As explicações teóricas serão
sempre acompanhadas de atividades práticas
para o desenvolvimento de tais habilidades e
dinâmicas de exercícios que aproximem
favoreçam a exposição da fala em diferentes
contextos.

Aticulação da fala

A articulação influencia no entendimento da


mensagem que transmitimos. O que
entendemos como uma boa dicção refere-se
ao uso adequado dos movimentos
articulatórios de boca, abertura e fechamento
de mandíbula, posicionamento de língua, que
são responsáveis por uma fala bem articula-
da. É preciso ter uma boa pronúncia, sem
alterações e/ou distorções de sons da fala,
que podem aparecer ainda com mais
evidência durante uma conversação e, desta
forma, trazer uma percepção negativa do
ouvinte.

#DicaDaFono: aqui trabalharemos uma série


de exercícios para aprimorar a sua dicção.
Essas práticas podem ser realizadas
diariamente como treino dos pontos
articulatórios, e você também como
preparação antes de uma exposição de fala
em público. Mas, se você tem queixa ou
percebe qualquer alteração ou dificuldade
específica na sua dicção, procure uma
avaliação profissional formal com um
fonoaudiólogo. Nenhuma dessas práticas
aqui propostas substitui um trabalho de rea-
bilitação dessas estruturas.

1) Articulação da fala vs Impressões no


ouvinte

A maneira como articulamos as palavras gera


sensações e diferentes interpretações do
interlocutor. Uma fala mal articulada, travada,
com a boca muito fechada ou com
movimentos imprecisos dá a impressão de
dúvida e insegurança, também podendo
remeter a um estado de tensão. No outro
extremo, excesso de articulação gera no
outro a sensação de esnobismo, falsidade e
soa caricato. Ambas as situações não geram
credibilidade na fala, portanto é preciso
trabalhar a precisão articulatória, sem que
haja exageros, mas também sem restrições
nos movimentos dos articuladores.
2) Trabalho com os fonemas “S”, “R”, “L”
e grupos consonantais.

O som do “S”, se não for pronunciado


adequadamente, pode gerar muito ruído,
especialmente quando falamos ao microfone,
pois pode ficar sibilante, ou seja, gerar aquele
“assobio” ao pronunciar palavras com “S”, ou
mesmo os casos de distorção deste som.

3) Padrão de articulação x Velocidade de


fala

O padrão de articulação também pode estar


associado à velocidade de fala. Se você fala
muito rápido, pode apresentar uma
articulação imprecisa, pouca modulação
(melodia da fala), pouco uso de pausas,
gerando incoordenação entre respiração e
fala. Para evitar isso, abuse de recursos de
ênfase, uso de pausas, articulação mais
definida, que irá ajudar na velocidade de fala
e uma melhor fluência e inteligibilidade da
mensagem.
Vamos praticar?
1. Pronuncie as sílabas a seguir,
aumentando aos poucos da velocidade, e
capriche na articulação!

BRA PLA GRA FRA


PRE BRE CRE FLE
DRI CLI BLI FLI
GRA PRA TRA CRA
GLO BLO TRO VRO
CLU BLU GRU GLU
BLA CLA FLA GLA

2. Leia as frases abaixo e procure


identificar se há alguma distorção ou
dificuldade nos sons articulados. Você
pode gravar essa leitura e avaliar depois!
      
Celeste tem satisfação em assistir
televisão.
Timóteo prendeu o dedo no cadeado.
           
A atendente se assustou com o silêncio do
soldado.
          
Salete sujou o sapato cinza.
          
Os jacarés são répteis ovíparos e ferozes.
    
O casaco de Selma é azulado.

Nós, sozinhos, nada podemos realizar.

Dizem que a chácara do Chico só tem


mesmo chuchu.

O braço é o barco, o barco é o berço, o


barco e abraço, o berço e o barco.
3. Vamos fazer um pouco de trava
línguas?
      
Casa suja, chão sujo.
     
Lalá, Lelé e Lili e suas filhas Lalalá, Lelelé e
Lilili e suas netas Lalelá, Lelalé e Lileli e
suas bisnetas Lilelá, Lalilé e Lelali e suas
tataranetas Laleli, Lilalé e Lelilá cantavam
em coro lalalala.
           
Um prato de trigo integral para um tigre e
uma volta no tricô francês de Adriana.
          
O original nunca se desoriginou e nem
nunca se desoriginalizará.

          
Há quatro quadros três e três quadros
quatro. Sendo que quatro destes quadros
são quadrados, um dos quadros quatro e
três dos quadros três. Os três quadros
que não são quadrados, são dois dos
quadros quatro e um dos quadros três.

Eu tagarelaria
Tu tagarelarias
Ele tagarelaria
Nós tagarelaríamos
Vós tagarelaríeis
Eles tagarelariam

          
Tom de voz

A nossa voz se altera de acordo com a


postura corporal, a emoção do momento,
com aspectos de saúde, também muda de
acordo com o tipo de relação interpessoal e o
ambiente, e dá indícios da nossa
personalidade. É importante trabalhar todas
as nuances e entender que variar as
características da voz não só é natural como
também necessário, pois assim somos
capazes de adequar a nossa fala às diversas
situações de comunicação e os diferentes
públicos.

O tom de voz está relacionado à emissão de


um som mais grave ou mais agudo. Vozes
muito agudas ou muito graves podem não
combinar com o tipo físico do falante, ou com
o conteúdo da mensagem, podendo tirar o
foco de atenção do ouvinte.

O tom de voz também remete a diferentes


impressões. Vozes mais graves geralmente
dão a sensação de maior firmeza e seriedade.
Vozes mais agudas podem caracterizar uma
pessoa mais alegre e solta, mas também
indica fragilidade, despreparo e infantilidade,
dependendo do contexto. Os tons médios
são os mais agradáveis ao ouvinte.

#DicaDaFono: faça gravações da sua voz em


diferentes contextos: em conversas mais
sérias, em situações de maior descontração,
em algumas leituras e verifique como a sua
voz se comporta. Analise se essa voz combina
com você, com a sua estrutura física, com as
atividades que você exerce, com o contexto
de comunicação. Pense também em como o
tom da sua voz está influenciando na sua
mensagem. Faça essa autoanálise e também
escolha alguém de sua confiança que possa
dar uma opinião. Essa prática auxilia muito na
percepção das características da sua própria
voz.

Velocidade da fala

Como já vimos anteriormente, a velocidade


de fala interfere no entendimento da
mensagem, porque interfere na articulação
dos sons. Além disso, falar mais rápido ou
mais devagar também gera impressões a
respeito do conteúdo da fala, interfere na
atenção do ouvinte e pode afetar a
credibilidade do que estamos dizendo.
Falar em velocidade lenta pode transmitir
calma e tranquilidade. Por outro lado, torna a
fala mais arrastada, longa e cansativa. Ao
contrário, pessoas que falam muito rápido
transmitem a ideia de objetividade, mas
também de pressa ou afobamento. E
dependendo da velocidade, pode atrapalhar
a inteligibilidade. Em situações de exposição
da fala em público, o ideal é manter uma
velocidade de média para um pouco mais
acelerada, assim gera equilíbrio e uma boa
dinâmica para manter o seu público atento à
sua fala.

#DicaDaFono: Você pode treinar a sua


velocidade de fala com leituras de poesias,
pois elas apresentam uma métrica que
garante manter o ritmo da fala mais
constante, o que facilita o treino.
Vamos praticar?
1. Treine a sua velocidade de fala, lendo
a seguinte poesia em diferentes
andamentos. Comece mais lentamente e
depois aumente a velocidade, mantendo
a articulação precisa.

A chácara do Chico
Bolacha (Cecília Meireles)
 
Na chácara do Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha!
 
Quando chove muito,
o Chico brinca de barco,
porque a chácara vira charco.
 
Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo semachuca
e fica de mão inchada.

Por isso, com o Chico Bolacha


o que se procura
nunca se acha!

Dizem que a
chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorro coxo
que se chama Caxambu.

Outras coisas ninguém procura,


porque não acha,
coitado do Chico Bolacha!
Intensidade vocal

Um bom comunicador sabe adaptar o


volume da sua voz em diferentes ambientes,
quando precisa falar. Essa é uma habilidade
muito importante para quem deseja se
comunicar com excelência. O som da fala
ocupa um espaço e ele tanto não pode
invadir o espaço do outro como também não
deve ser ineficiente a ponto do interlocutor
ter que se esforçar para compreender o que
está sendo dito. Assim, a intensidade vocal
também gera interpretações no ouvinte.
Volume de voz muito elevado incomoda os
nossos ouvidos, invade o nosso espaço e dá
uma sensação de agressividade na
comunicação. Já o volume muito reduzido
indica falta de vitalidade, falta de segurança e
gera dúvidas no público.
#DicaDaFono: Procure adaptar o volume da
sua voz às necessidades do espaço e do
público para o qual você se comunica. Você
não precisa, por exemplo, falar com muita
intensidade em ambientes pequenos,
fechados e com poucas pessoas. Treine essa
percepção de espaço e ficará muito mais fácil
variar o volume da voz.

Modulação da Fala

A modulação representa a melodia da nossa


fala e é um recurso da comunicação que dá
sentido à mensagem. Modular a voz é variar
as suas características, alterando o tom,
intensidade, a velocidade e até mesmo o
timbre. Geralmente já fazemos isso na fala
habitual, sem nem percebermos. Por
exemplo, a maneira como eu modulo a mi-
nha fala para fazer uma pergunta é diferente
de uma afirmação. Ou, quando conto alguma
história triste eu modulo a fala de forma
diferente do que quando o tema é alegre.
Isso é natural! Mas, em diversas situações de
exposição mais formal de fala, muitas vezes o
grau de estresse que a própria atividade
exerce pode deixar esse recurso mais
artificial, podem ocorrer vícios de modulação,
padrões repetitivos que não geram
segurança e credibilidade no discurso. Então,
é importante conhecer os padrões de
modulação para que se possa treinar e
dominar a melodia feita na nossa fala, e
assim transmitirmos adequadamente a
mensagem, com toda a carga emocional que
ela pode conter.
Existem basicamente três padrões de
modulação:

1) Um padrão ascendente
2) Um mais descendente
3) Modulação neutra ou linear

Quando utilizamos uma entonação mais


ascendente, estamos falando de algo mais
alegre, descontraído, ou mesmo
surpreendente. No caso das finalizações de
frases no sentido descendente, ou seja, com
agravamento da voz, provavelmente estamos
nos referindo a algo de conteúdo mais triste
ou sério. Quando o conteúdo da mensagem
não está tão atrelado ao emocional e é mais
objetivo, utilizamos uma modulação mais
linear. Desta forma, observamos que as dife-
rentes entonações geram diferentes
impactos no ouvinte. Por isso, devemos
trabalhar com esses recursos em harmonia
com o conteúdo que pretendemos transmitir.
Frequentemente, encontramos alguns vícios
no padrão de modulação, e isso pode
prejudicar a transmissão da mensagem e até
mesmo o interesse do interlocutor. Repetir
um mesmo padrão de modulação (seja
ascendente, descendente, ou linear) em toda
a fala tira a atenção do conteúdo da
mensagem. Sem contar que fica muito chato,
não é mesmo?
Vamos praticar?
3. Leia as seguintes frases, modulando a
sua fala de acordo com a emoção que se
pretende transmitir, indicada entre
parênteses:
      
Não esperava te encontrar hoje nessa
festa. (alegria/surpresa)    

Não esperava te encontrar hoje nessa


festa. (desagrado)

Você não faz ideia do que eu tenho pra te


contar. (tristeza)
 
Você não faz ideia do que eu tenho pra te
contar. (indignação)

O tema da palestra de hoje é como falar


bem. (neutro)
O tema dapalestra de hoje é como falar
bem. (satisfação)

Nós precisamos conversar sobre aquele


assunto. (neutro)

Nós precisamos conversar sobre aquele


assunto. (decepção)

#DicaDaFono: Ao treinar a modulação,


procure perceber as variações que você faz
no tom e no volume da voz, na velocidade da
fala e valorize também algumas palavras que
você considera importantes na frase,
colocando ênfases nelas para que assim você
chame a atenção do seu ouvinte para esse
ponto específico da frase. Essa é uma forma
de deixar a sua fala mais rica, clara e
dinâmica.
          
Mãos à obra: os
dois próximos
passos
Lembra que eu contei para você que eu era
muito tímida? O processo de eu chegar onde
estou levou um bom tempo até adquirir a
arte de me comunicar bem e definitivamente
perder a timidez. A grande sacada é você
fazer uso das ferramentas que te passei aqui
para que você não passe ou continue
passando pelas mesmas dificuldades que eu
passei.

Tenho certeza de que, se você se dedicar ao


conteúdo aqui apresentado, irá conseguir
melhorar aspectos e moldar hábitos que
talvez estivessem prejudicando a sua
comunicação. Acredite, existem inúmeras
outras práticas e técnicas que podem ser
utilizadas para se obter uma fala mais segura
e assertiva, além de métodos para cativar o
seu interlocutor e tornar a sua mensagem
mais clara e impactante.

O importante é você dar os passos certos até


conquistar a arte de se comunicar bem.

Primeiro passo – você já deu, foi baixar e ler


esse material. Parabéns! Você é uma pessoa
que faz acontecer!

Segundo passo – colocar em prática os


exercícios que eu te ensinei aqui para
melhorar cada vez mais a sua comunicação.

Terceiro passo – para que cada vez mais,


você seja uma pessoa prazerosa de se
relacionar, sugiro que você filtre o conteúdo
que você vai consumir na internet. Sugiro
fortemente que você continue
acompanhando os conteúdos gratuitos que
eu tenho para te oferecer e colocando eles
em prática.

Se você chegou até aqui, vai no meu


Instagram e manda um direct assim: "eu sou
uma das pessoas que fazem acontecer" e
comenta o que você achou desse material,
assim posso conhecer você melhor e ainda
melhorar este material.
Mais uma vez, te convido a continuar
evoluindo comigo:

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dia a dia e dicas de valor.

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