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SENAC – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM

COMERCIAL

Curso Técnico em Enfermagem

Jenifer Giovani do Couto


ESQUIZOFRENIA E SUAS DEFINIÇÕES PERANTE A SOCIEDADE

Gravatai, março de 2020.


Jenifer Giovani do Couto

ESQUIZOFRENIA E SUAS DEFINIÇÕES PERANTE A SOCIEDADE


Trabalho apresentado ao SENAC como
requisito para a aprovação na Unidade Curricular
9, Módulo B do Curso Técnico em Enfermagem.

Orientador

Ronaldo Bastos Brunch

Gravatai, março de 2020.


Sumário

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................6

2. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................7

3. OBJETIVOS.............................................................................................................8

3.1 Objetivo Geral............................................................................................8

3.2 Objetivo especifico....................................................................................8


4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................9

4.1 Instituições de longa permanência para o doente mental........................9

4.2 Esquizofrenia...........................................................................................11

4.2.1 Tipos de esquizofrenia.......................................................................12

4.2.2 Depressão..........................................................................................13

4.2.3 Tratamento.........................................................................................13
5. ESTUDO DE CASO...............................................................................................16

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................19

7. REFERÊNCIAS......................................................................................................20
1. INTRODUÇÃO

Na área da saúde os profissionais se deparam cotidianamente com diferentes


casos de distúrbios e doenças psiquiátricas ao lidar com os pacientes. Muitas vezes,
podendo avaliar equivocadamente a situação vivenciada, devido à falta conhecimento
sobre o assunto. Entre as doenças psiquiátricas, está a esquizofrenia que será
abordada neste trabalho. Debateremos aqui seu conceito, história, como acomete
homens e mulheres, quais seus diferentes tipos, como é a forma que a sociedade lida
com isso, dificuldades enfrentadas pelos familiares desse indivíduo. Tambem será
apresentado um estudo de caso, com dois portadores de esquizofrenia que residem
em um Residencial Terapêutico.

Atualmente no Brasil os pacientes esquizofrênicos são maioria em número de


leitos de hospitais psiquiátricos aparecem cerca de 75.000 novos casos por ano,
representando 50 casos para 100.000 habitantes.

A esquizofrenia é uma doença mental crônica degenerativa, na qual os


indivíduos portadores, tem problema para identificar a realidade, de se portar dentro
dos paramentos sociais de normalidade impostos pela sociedade, causando alguns
desconfortos tanto para os pacientes quanto para os familiares, acomete indivíduos
homens em torno dos 18 a 25 anos e mulheres de 25 a 35 anos. A esquizofrenia tem
dois subtipos: subtipo I ou positivo que inclui alucinações e delírios e subtipo II ou
negativo que inclui pouca afetividade e exposição de ideias, juntamente classificada
com seus tipos e características determinantes, como a paranóide, catatônica,
indiferenciado, residual, desorganizado, que possuem sinais e sintomas
indispensáveis para o diagnóstico clínico. O tratamento tem relação com
medicamentos antipsicóticos, contribuindo para corrigir o desiquilíbrio bioquímico do
cérebro, que também é uma das causas dos sinais. Lembrando que os mesmos levam
alguns dias ou semanas, para gerar efeito terapêutico máximo. Em relação a uma
assistência psicológica, oferece um suporte tanto para o portador quanto para o
familiar assim melhorando o convívio social e mental do indivíduo que possui
esquizofrenia.

Diante da sociedade o portador da esquizofrenia é tachado, como doente e sem


condições de convívio social, quando muitas vezes isso não é a maneira certa de se
observar a situação.
2. JUSTIFICATIVA

Faz-se extremamente necessário, por parte dos profissionais da saúde, o


conhecimento de uma forma mais abrangente sobre a esquizofrenia e os seus reais
tormentos. Pela difícil convivência, que os profissionais da saúde reflitam sobre sua
prática no cotidiano, pois, independente da área de atuação, haverá eventualmente o
contato com este tipo de paciente.

Essa doença tem, com tudo, suas curiosidades e teorias, trazendo assim muitas
questões a serem pesquisadas e descobertas, sempre mostrando as maneiras
corretas de se relacionar entre o indivíduo, o profissional e o familiar. A importância de
relacionar as três maneiras de cuidado com o paciente, que será a forma afetiva,
cuidadosa e pratica entre esses sujeitos. A objetividade é abrigar o indivíduo que
possui essa patologia, conduzindo à uma qualidade de vida melhor e com mais
expectativas de uma autonomia nas atividades de vida diárias. É relevante que a
equipe não esteja somente presente no momento de pior crise, mas, também, ajudar o
familiar a conhecer melhor a doença, para se ter uma compreensão, isso é importante
para se ter um melhor entendimento do portador e suas particularidades, seguindo
assim com o tratamento adequado. A maior relevância é quebrar o estigma que a
sociedade criou sobre o portador da esquizofrenia. Se torna significativo que o
indivíduo consiga se reestabelecer dentro dos parâmetros consideráveis normais
perante a coletividade.
3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Compreender o que é esquizofrenia e seus parâmetros dentro da sociedade.

3.2 Objetivo especifico

 Indentificar e compreender um esquizofrenico.

 Especificar os tipos de esquizofrenia.

 Relatar como se torna o ambiente familiar.

 Evidenciar as dificuldades encontradas no cotidiano do portador.


4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 Instituições de longa permanência para o doente mental

As instituições devem possuir documento atualizado que descreva suas


finalidades e atividades administrativas, técnicas e assistenciais, abrangidas por esta
Resolução deverão manter responsável técnico de nível superior legalmente
habilitado, bem como um substituto com a mesma qualificação devem possuir também
profissional que responda pelas questões operacionais durante o seu período de
funcionamento, podendo ser o próprio responsável técnico ou pessoa designada para
tal fim. Cada residente das instituições abrangidas por esta Resolução deverá possuir
ficha individual em que se registre periodicamente o atendimento dispensado, bem
como as eventuais intercorrências clínicas observadas. As instituições devem possuir
mecanismos de encaminhamento à rede de saúde dos residentes que apresentarem
intercorrências clínicas decorrentes ou associadas ao uso ou privação de SPA, como
também para os casos em que apresentarem outros agravos à saúde, devem manter
as instalações físicas dos ambientes externos e internos em boas condições de
conservação, segurança, organização, conforto e limpeza. (Ministério da saúde RDC
29 de 30 de junho de 2011).

O alojamento deve conter, quarto coletivo com acomodações individuais e


espaço para guarda de roupas e de pertences com dimensionamento compatível com
o número de residentes e com área que permita livre circulação e banheiro para
residentes dotado de bacia, lavatório e chuveiro com dimensionamento compatível
com o número de residentes, setor de reabilitação e convivência, sala de atendimento
individual, sala de atendimento coletivo, área para realização de oficinas de trabalho,
área para realização de atividades laborais, área para prática de atividades
desportivas, setor administrativo, sala de acolhimento de residentes, familiares e
visitantes, sala administrativa, área para arquivo das fichas dos residentes, sanitários
para funcionários (ambos os sexos), setor de apoio logístico, cozinha coletiva,
refeitório, lavanderia coletiva, almoxarifado, área para depósito de material de limpeza,
área para abrigo de resíduos sólidos.

Durante a permanência do residente, as instituições devem garantir o cuidado


com o bem-estar físico e psíquico da pessoa, proporcionando um ambiente livre de
SPA e violência, a observância do direito à cidadania do residente a alimentação
nutritiva, cuidados de higiene e alojamentos adequados, a proibição de castigos
físicos, psíquicos ou morais, manutenção de tratamento de saúde do residente. As
instituições devem definir e adotar critérios quanto a alta terapêutica, desistência (alta
a pedido), desligamento (alta administrativa), desligamento em caso de mandado
judicial e evasão (fuga). (RDC Nº 29, DE 30 DE JUNHO DE 2011)

Compete à Equipe de Desinstitucionalização: Apoiar as equipes profissionais de


hospital psiquiátrico e realizar, quando necessária, a avaliação clínica, psiquiátrica e
psicossocial das pessoas em situação de internação de longa permanência em
hospitais psiquiátricos, objetivando a elaboração de Projeto Terapêutico Singular
(PTS), orientado para a desinstitucionalização e reabilitação psicossocial no
território, desenvolver ações nos contextos dos projetos terapêuticos singulares, que
viabilizem a obtenção de documentação e o acesso a benefícios previdenciários e
assistenciais, assim como o auxílio-reabilitação psicossocial do Programa De Volta
Para Casa.

São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:

a) Internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;

b) Internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do


usuário e a pedido de terceiro; e

c) Internação compulsória: aquela determinada pela Justiça;

d) A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a


consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por
esse regime de tratamento;

e) A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por


médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado
onde se localize o estabelecimento;

f) A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas


horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do
estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser
adotado quando da respectiva alta;

g) A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação


vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do
estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e
funcionários. (LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.)
4.2 Esquizofrenia

Na área da saúde os profissionais se deparam cotidianamente com diferentes


casos de distúrbios e doenças psiquiátricas ao lidar com os pacientes. Muitas vezes,
podendo avaliar equivocadamente a situação vivenciada, devido à falta conhecimento
sobre o assunto. Entre as doenças psiquiátricas, está a esquizofrenia que será
abordada neste trabalho.

A esquizofrenia é uma doença mental crônica degenerativa, na qual os ínvidos


portadores, tem problema para identificar a realidade, de se portar-se dentro dos
paramentos sociais de normalidade ou até mesmo de concluir atividades de
autocuidado e higiene privativa. É a mais grave das doenças mentais, afeta dois
milhões de brasileiros e é seguida por tabus e preconceitos em razão da falta de
conhecimento da maioria da população sobre essa doença. (art 7)

Segundo (Silva) no final do século XIX, a doença era chamada de “demência


precoce” o qual a distinguia em três tipos: “Hebefrênica, catatônica e paranoide” de
acordo com os sintomas apresentados como alucinações, falta de atenção, afetividade
entre outras coisas. Posteriormente, houveram modificações no nome da doença
devido as contribuições do cientista Eugen Bleurer que criou o termo esquizofrenia.

Nesse sentido, houve uma junção dos termos que culminaram no “grupo
esquizofrenias de Bleuler. Que dividiu a esquizofrenia em dois subtipos: I ou positivo
que inclui alucinações e delírios e II ou negativo que inclui pouca afetividade e
exposição de ideias. Que apresentam os primeiros sinais durante o período da
adolescência ou início da fase adulta. (silva)

Sintomas positivos são aqueles que acontecem uma conduta adicional no ápice
da crise psiquiátrica como, delírios, alucinações, mudança na fala e no comportamento
(catatônico, transtorno de mobilidade, entre outros). Considera-se que o aparecimento
dos sintomas positivos, principalmente os delírios e as alucinações, tem ligação
pessoal com as peculiaridades de cada sujeito, com suas experiências de vida e com
os vínculos determinados com os fatos ao seu redor, sendo capaz de ser considerada
uma forma de o sujeito transmitir seus medos e impulsos. (art8)

Sintomas negativos, são aqueles em que acontece perda da função, definido


por pouca atividade motora e psíquica, bem como das demonstrações emocionais,
como afeto plano e anedonia. Esses sinais podem acontecer também devido a causas
segundarias da doença como, privação ambiental, depressão, ansiedade, também dos
efeitos colaterais dos medicamentos antipsicóticos. Um dos maiores problemas da
esquizofrenia é sua cronicidade (sintomas negativos) e no acontecimento dos sinais
agudos (sintomas positivos), a presença desses dois tipos de sinais é responsável
pelas sequelas pessoais do convívio com a doença que são retratadas na vida social,
afetiva, familiar e financeira, como arrasamento de sonhos, desconsideração do
indivíduo como ser humano, sentimentos de menor valor e de incompreensão dos
familiares. (art 8)

4.2.1 Tipos de esquizofrenia

a) Paranoide

A principal característica dos portadores são delírios e alucinações auditivas, se


inicia mais tarde que os outros tipos, mas, tem um melhor prognóstico no tratamento,
principalmente na vida autônoma. (art 11)

b) Catatônica

Os sintomas específicos são: movimentação excessiva, negatividade, pouco


expressão verbal, paralisia corporal momentânea, repetição de uma palavra em que
acabou de ouvir, sem fazer sentido algum. Precisa de atenção dedicada pois ocorre
risco de desnutrição, cansaço e pode se alto infligir. Considerado um tratamento difícil.
(art11)

c) Indiferenciado

Se encaixa nos sintomas da esquizofrenia, porém, não se encaixa em nenhum


dos tipos falados anteriormente. (art11)

d) Residual

Esse tipo apresenta inexistência de sintomas como, delírios, alucinações,


comportamento desorganizado ou catatônico. Presença de sinais negativos e alguns
sintomas positivos, como: comportamento estranho, fala desorganizada e crenças
incomuns. (art11)

e) Desorganizado

A principal característica é o discurso desorganizado, acompanhado de um


comportamento bagunçado. Isso pode causar uma quebra na capacidade de fazer as
atividades cotidianas e o afeto indevido. É considerado o tratamento mais difícil.
(art11)

4.2.2 Depressão

Embora o diagnóstico da esquizofrenia esteja fundamentado nos sintomas


positivos e negativos, sintomas depressivos são bastante frequentes é são de grande
valia para os pacientes. Estão vinculados aos aspectos negativos da conclusão clinica
abrangendo maiores taxas de recaída, pior qualidade de vida e suicídio. (art 5)

4.2.3 Tratamento

O tratamento segundo Vale e Vale (2006) maior parte dos indivíduos com
esquizofrenia necessita ser hospitalizado durante a duração de seus sintomas
particularmente graves. Quando a medicação se apresenta eficiente, é viável os
portadores serem tratados em centros dia, centros de reabilitação e outros serviços de
ambulatório. Caso esses indivíduos tenham uma recaída precisam outra vez ser
hospitalizado. (art11)

Em relação a farmacologia, as drogas principais para a esquizofrenia são os


antipsicóticos. Contribuindo para corrigir o desiquilíbrio bioquímico do cérebro, que
também é uma das causas dos sinais. (art11)

Os antipsicóticos levam alguns dias a semanas para gerar seus efeitos


terapêuticos máximos. Sua principal ação consiste no bloqueio de receptores
dopaminérgicos no sistema nervoso central.(arti silva)

Segundo (art silva) vários estudos apresentam uma ligação direta entre a
potência terapêutica desses medicamentos e suas competências em bloquear
receptores, por bloquearem os receptores dopaminérgicos estriatais , os antipsicóticos
comuns podem gerar o surgimento de efeitos adversos extrapiramidais. Incluindo a
síndrome de Parkinson, reações distônicas agudas, acatisia e síndrome neuroléptica
maligna. A ocorrência desses efeitos é bastante alta, de 90℅ em alguns estudos,
normalmente acontece nas primeiras semanas do tratamento. (art silva)

Em relação a psicoterapia, a recomendação individual e em grupo, e a


informação sobre a doença pode oferecer suporte, progresso de competências tanto
para os portadores, quanto para seus familiares. (art 11)

Foi feita uma análise de que os homens desenvolvem a doença mais


precocemente que as mulheres, estimasse que em torno dos 18 a 25 anos se tem os
primeiros sintomas do início da doença, já as mulheres a faixa etária é de 25 a 35
anos. O estrogênio seria a resposta pela qual as mulheres desenvolvem a
esquizofrenia em uma idade mais avançada, pois ele agiria como antidopaminérgicos
assim aumentando a resposta dos neurolépticos. (art 1)

Com a doença mental fica mais difícil trabalhar, por causa dos fatores que o
acometem prejudicando assim seu desenvolvimento nas atividades, frente as
dificuldades, é essencial valorizar as práticas que o portador ainda consegue cumprir,
sendo uma delas o autocuidado. O autocuidado pode ser visto como incentivo da
preservação da competência de cuidar do seu tratamento, afinidades sociais e
familiares determinadas. É relevante fazer com que eles se sintam ativos na criação de
sua própria vida. (art8)

Segundo (art 3) foi significativo estudos que identificam o clima afetivo familiar
como grande carga emocional afetando o desenvolvimento da doença, assim o
familiar tem participação importante em relação a doença. A esquizofrenia pode se
apresentar em pessoas biologicamente vulneráveis, o ciclo familiar afetivo pode
contribuir para o começo da doença ou até mesmo recaídas.

A família do portador sente bastante o impacto em ter que compor as


necessidades do doente mental, deixando de lado sua própria vida e seus projetos
para cuidar do indivíduo que possui esquizofrenia, que necessita de uma forte atenção
por conta da sua condição de limitação de governar seus bens e vida pessoal. O
familiar se sente inseguro em relação a qualidade do tratamento prestado ao indivíduo,
medo em relação a segurança física, porque no instante de desiquilíbrio, há um
aumento de movimentos corporais, intensa preocupação com a saúde e com o futuro
do portador. (art7)

O peso para os familiares pode estar relacionado aos sinais e sintomas da


doença, especialmente os delírios e agressividade, também pelas dificuldades
financeiras, descriminação, estigmatização, sensação de culpa responsabilidade dos
familiares para auxilio continuo ao filho. (art 6)

Diante da sociedade o portador da esquizofrenia é tachado, tendo isso em vista


esquecem que cada portador possui sua particularidade, assim a doença procede de
forma diferente em cada pessoa. A maneira de se mencionar aos indivíduos é uma
investida de faze-los ser vistos como pessoas com um inconveniente não pessoas
inconvenientes. (art8)
Ainda há uma omissão de uma rede efetiva de apoio na comunidade e
programas de reabilitação amplos, para que os familiares tenham um alicerce reduzir
os danos causados pela incapacidade e pelos prejuízos resultantes dessa complicada
série de problemas. Desse modo as famílias se sentem excluídos da mesma forma
que seus doentes. (art 6)
5. ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso foi realizado em uma instituição de longa


permanência para pacientes de saúde mental, localizado em Gravataí- RS. O estágio
foi referente à disciplina prática de Higiene e Conforto e ocorreu no período entre o dia
três de fevereiro e o dia 28 de fevereiro. Composto por um grupo de cinco estagiários,
alunos do curso técnico de Enfermagem do Senac-RS, em Gravataí, supervisionados
por um orientador, presente em tempo integral.

A estrutura do local, era dividida em dois ambientes, separados por um pátio.


Na parte da frente situavam-se os pacientes com maior necessidade de atendimento e
observação. Este prédio era composto por um posto de enfermagem com banheiro
exclusivo para os funcionários, havia cozinha e refeitório para os pacientes, sala de
estar de convivência coletiva, um banheiro para uso dos pacientes, três quartos, nos
quais dois deles eram destinados para mulheres, com a capacidade de cinco pessoas
e um deles duas camas para os homens que necessitavam de maior assistência. O
prédio localizado ao fundo do pátio era destinado somente aos dormitórios masculinos,
banheiro e lavanderia coletiva, juntamente com área de lazer da casa, onde os
pacientes se reuniam para tomar chimarrão. A instituição dispunha de uma técnica em
Enfermagem e uma auxiliar de serviços gerais, que também era a cozinheira, durante
o dia e de um técnico em Enfermagem a noite. Durante o dia fazia-se presente,
eventualmente, da dona do local, uma vez na semana, a nutricionista e, raramente, a
Enfermeira RT. Totalizando em doze pacientes residentes na instituição e cinco
funcionários ao todo.

O presente estudo de caso foi elaborado com base nos seguintes pacientes que
aqui serão chamados de J.L.A, 50 anos e N.M.B 69 anos, portadores de esquizofrenia.
O paciente J.L.A possui DST, faz uso frequente de cigarros, fuma entorno de 8
cigarros por dia, não possui alergias, residia com os pais, é natural de Alvorada-RS,
estudou até a terceira série, iniciou no mercado de trabalho aos dezessete anos, logo
em seguida apresentou as primeiras características da doença, aos dezoito anos. Não
aceitava a medicação e tinha relatos de agressividade e tentativa de suicídio. Foi
internado no Hospital psiquiátrico São Pedro, quando ganharia alta medica, paciente
sofreu com o falecimento do seu pai. J.L.A foi comunicado, ouve uma grande piora no
quadro, agravando os sintomas. Foi encaminhado para um residencial em
Cachoerinha-RS, o qual foi fechado pelo MP, sendo transferido para o Residencial
Terapêutico Grande Família LTDA, onde se encontra em tratamento desde então. Faz
uso de Haldol 5mg (manhã e noite) biperideno 2mg (manhã), carbamazepina 100mg
(manhã, tarde e noite), clonazepam 2mg (noite) . J.L.A, apresenta sintomas da
esquizofrenia catatônica, os sintomas específicos são: movimentação excessiva,
negatividade, pouco expressão verbal, paralisia corporal momentânea, repetição de
uma palavra em que acabou de ouvir, sem fazer sentido algum. Precisa de atenção
dedicada pois ocorre risco de desnutrição, cansaço e pode se alto infligir. Considerado
um tratamento difícil. é um paciente extremamente prestativo, agitado, se relaciona
bem com os demais moradores e funcionários, havendo períodos de instabilidade e
agressividade, demonstra necessidade de efetividade, querendo beijos, apertos de
mão o tempo inteiro, sendo as vezes inapropriado, tem um quadro de hiperatividade
pois caminha durante o dia inteiro, trocando de roupa várias vezes ao dia. Negasse a
participar de atividades recreativas, como jogos, pintura e entre outras coisas que são
oferecidas pela instituição, não tem uma noção de higiene pessoal, pois, durante a
noite faz suas necessidades no leito e espalha pelo local, tem dias que pela manhã se
encontra agitado e não colabora com a rotina da casa, tais como, fazer a barba ou
tomar banho.

A paciente N.M.B de 69 anos, naturalidade Gramado-RS, morava com a mãe,


onde apresentou um quadro de agressividade. Trancou-se com a mãe em casa e não
aceitava ninguém como visita. Foi encontrada em casa com a familiar sem vida, mas,
sem que se fizesse constar que a filha a havia agredido. N.M.B não tinha sinais de
maus tratos. Após o ocorrido ficou internada no Hospital Ana Reck, depois
encaminhada para uma ILPI, mas, não se adaptou, continuava agressiva, sendo assim
foi encaminhada para o residencial Nossa Senhora da Conceição que foi interditado
pelo município de Cachoerinha-RS. N.M.B se encontra em tratamento na instituição
Residencial Terapêutico Grande Família LTDA, totalmente independente, ajuda em
tarefas simples da casa, mantem um discurso logico, tranquila. Apresenta sinais de
uma esquizofrenia Paranoide, as principais características dos portadores são delírios
e alucinações auditivas, se inicia mais tarde que os outros tipos, mas, tem um melhor
prognóstico no tratamento, principalmente na vida autônoma. N.M.B faz uso de
Clorpromazipina 25mg uma vez ao dia, realiza atividades propostas pela instituição, se
comunica de uma forma clara e lucida, sempre bem calma, não é uma paciente
agressiva ou agitada, se questionada o por que de estar ali refere que o motivo seria
não ter com quem morar, pois necessita de cuidados, mas, que tem sua casa própria
em Gramado-RS, relata também ter sido casado durante um bom tempo, mas, que
nunca gostou de seu casamento e que ele faleceu faz alguns anos, idosa sempre
muito calma, tem sua higiene preservada, realiza o autocuidado e se relaciona muito
bem com os demais moradores, sendo sempre bem estável. No que diz respeito a
instituição diz estar bem feliz e satisfeita. Portanto podemos observar a diferença entre
os sexos na esquizofrenia, da mesma forma como o comportamento de cada tipo de
esquizofrenia é desigual, de maneira que a vida autonoma de cada portador será
vivenciada de uma forma em que consiga permanecer o autocuidado, o tratamento
será adequado conforme a necessidade de casa paciente.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho demonstrou que devemos estar preparados para ajudar os


individuos que adoecem mentalmente da melhor forma possivel e quebrar o estigma
que a sociedade criou sobre o esquizofrenico. Porcurar compreender o que é
esquizofrenia e como acomete cada individuo, como os diferentes tipos interferem na
vida autonoma e no autocuidado. Demonstrou que a compreensão, apoio familiar e da
equipe multidisciplinar oferecerão uma sustentação sólida e assim, proporcionar sua
recapacitação, com essa base dirigir o esquizofrenico para vias menos dolorosas.
Verifica se que com o familiar não deve ser diferente frente a esse problema, pois
sabe se que nem todos estão preparados para lidar com esse tipo de situação.
Contudo espera se que a situação familiar venha a se modificar juntamente com os
profissionais inteiramente propicios a enfrentar essas situações. Analisando os dados
presentes neste estudo, relacionado ao estereotipo , essa patologia ainda é fortemente
tachada como incapaz de se relacionar com a sociedade concluindo que ainda há uma
longa jornada para ser implementada no cotidiano desses individuos trazendo assim
estrategias de reabilitação na vida desse portador. Espera se, ainda, que sejam
encontradas novas oportunidades para aprofundar o assunto, e que seja incentivado o
desenvolvimento desse tema em trabalhos futuros de novos alunos e que as idéias de
se evoluir e ter como aprendizado esta desconstrução do portador de esquizofrenia
sejam sempre enfatizadas.
7. REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão


abrangente da moderna administração das organizações / Idalberto Chiavenato.
– 7. Ed. revisada e atualizada. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

CAMPOS, Vicente Falconi. O gerenciamento da Rotina do Dia-a-Dia / Vicente


Falconi. - São Paulo: EDG, 2004.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração / Antonio Cesar


Amaru Maximiano. – Ed. Compacta, 1. Ed. – 5. Reimpr. – São Paulo: Atlas, 2010.

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