DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS
SUBMETIDOS À FLEXÃO SIMPLES
Prof. Harley Francisco Viana
DCCTIM – CEFET/MG
Introdução
• Dentre os esforços solicitantes, o momento fletor M, é em condições normais, o esforço
preponderante no dimensionamento de peças estruturais como lajes e vigas.
• Quando o momento fletor atua segundo um plano que contenha um dos eixos principais da
seção transversal, a flexão é dita normal. Se este momento atua isoladamente tem-se a flexão
normal simples.
Introdução
• Normalmente o momento fletor atua em conjunto com a força cortante V (Trechos AC e BD).
• No entanto em situações especiais, o momento fletor pode ser o único esforço solicitante. Nesse
caso tem-se a flexão pura (Trecho CD).
(distância da borda mais comprimida da seção até o centro da armadura mais tracionada As)
Estimativa da altura da laje (h)
• Com a altura útil d e supondo armadura em apenas uma camada, a altura
h é:
• Como altura final da laje deve-se aproximar o valor dado pela Equação
acima para o número inteiro mais próximo, obedecendo-se a espessura
mínima prescrita para as lajes.
• Nos cálculos de dimensionamento a altura útil d deve ser conhecida, de
modo que deve ser recalculada em função da altura h escolhida:
• onde o bw é a largura da laje, d é a altura útil do elemento e Md é momento fletor de cálculo (já
majorado).
• Para as lajes, bw é assumido como 100 (constante), pois se assume que, para as lajes, sempre o
cálculo é realizado para uma faixa de 100 cm (1,0 m) de largura de laje.
Dimensionamento das armaduras
• Após o cálculo do coeficiente Kc, deve-se verificar o limite para redistribuição dos esforços e
condições de ductilidade (item 14.6.4.3 da NBR 6118).
• Para proporcionar o adequado comportamento dúctil em vigas e lajes, o coeficiente βx no ELU
deve obedecer aos seguintes limites:
βx = x/d 0,45 para concretos com fck 50 Mpa
βx = x/d 0,35 para concretos com 50 < fck ≤ 90 MPa.
onde x é a posição da Linha Neutra e d é a altura útil das lajes.
• Esse coeficiente está relacionado com a posição da Linha Neutra (LN) no elemento estrutural.
• Lembrete: A linha neutra (LN) é compreendida como um plano que separa duas regiões – a
comprimida e a tracionada.
Dimensionamento das armaduras
• Após essa verificação, determina-se o coeficiente tabelado Ks por meio de tabelas previamente
produzidas (Tabela – Valores K). Deve-se conhecer previamente Kc.
Dimensionamento das armaduras
• Logo após determinação de ks, calcula-se a armadura necessária, para 1m de laje:
- Espaçamentos das barras: para as barras de armadura principal de flexão, deve-se adotar como
espaçamento (s) máximo entre barras o valor de 20 cm ou duas vezes a espessura da laje (o que
for menor).
Detalhamento das armaduras
- A armadura secundária de flexão deve corresponder à porcentagem de armadura igual ou
superior a 20% da percentagem da armadura principal (Ver Tabela 1 – anterior);
- Para as barras da armadura secundária, o espaçamento (s) máximo não deve superar 33 cm entre
barras.
Armadura secundária (ou de
distribuição): serve para distribuir as
tensões que surgem de cargas
concentradas e também para
controlar a fissuração.
- A emenda dessas barras deve respeitar os mesmos critérios de emenda das barras da armadura
principal.
Detalhamento das armaduras
• Armaduras positivas: são aquelas que
absorvem os esforços dos momentos
positivos da laje e, por esse motivo, são
posicionadas na face inferior do elemento.
- Comprimento das barras: A armadura
positiva é estendida, a favor da segurança
até os apoios, penetrando no mínimo 10 ou
6 cm no apoio mais o comprimento de
ancoragem, sendo uma prática bastante
usual pelos calculistas. Na Figura ao lado
detalha-se o comprimento total das barras e
suas respectivas dobras (ancoragem).
Detalhamento das armaduras
• Armaduras positivas
- Alguns projetistas optam por barras alternadas para lajes contínuas utilizando o comprimento reduzido de
0,2 x.
Detalhamento das armaduras
• Armaduras negativas: são as armaduras que combatem os esforços provenientes de momento
negativo e que são posicionadas na face superior das lajes, geralmente posicionadas nas regiões
de apoios engastados desses elementos (sobre as vigas).
- Comprimento das barras: A NBR 6118 não especifica o comprimento das barras da armadura
negativa. Por este motivo será adotado o critério recomendado na versão da norma NB-1 de
1978.
Detalhamento das armaduras
• Armaduras negativas
- O triângulo tem a base com comprimento igual a (2 x 0,25x), onde
x é o maior vão entre os vãos menores das duas lajes.
- A armadura negativa deve estender-se o comprimento de
ancoragem básico (b) além da seção de momento fletor nulo, como
indicado na Figura.
- Nas extremidades, para garantir a perfeita ancoragem, as barras
deverão ser dobradas com um comprimento igual a h – 2c.
- Quando a laje for em balanço, a armadura negativa deve ter o
comprimento no mínimo igual a duas vezes o vão do balanço.
- Na Tabela 1 e Tabela 2 encontram-se os comprimentos de
ancoragem para os aços CA-50 e CA-60 em função da resistência do
concreto.
Detalhamento das armaduras
• Ancoragem
Bitolas Aço CA-50
Detalhamento das armaduras
• Ancoragem
Bitolas Aço CA-60
Exemplo
Calcular as armaduras (As) e fazer o
detalhamento das lajes. Laje maciça em concreto
armado apoiada sobre vigas.
• Aço CA-50.
• Concreto C30.
• Obra em São Paulo (SP)
• Cargas permanentes sobre a laje (peso próprio
+ acabamentos ): 3,50 kN/m².
• Cargas acidentais : uso das lajes Residencial
(área de serviço): 2,00 kN/m².
• Esforços
- Laje LM1
ma = 19,9; mb = 44,7; na = 9,3
Ma = pa²/ma = 5,5x2,1²/19,9 = 1,22 kN.m
Mb = pa²/mb = 5,5x2,1²/44,7 = 0,54 kN.m
X = 5,5x2,1²/9,3 = 2,61 kN.m
Exemplo
- Laje LM2
Ma = pa²/14,22 = 5,5*2,1²/14,22 = 1,71 kN.m
X = pa²/8 = 5,5*2,1²/8 = 3,03 kN.m
- Compensação de momentos
X = 0,8x3,03 = 2,42 kN.m
X = (2,61+3,03)/2 = 2,82 kN.m
Correção do momento positivo da laje LM2
∆M = 0,3x(3,03 – 2,82) = 0,06 kN.m
Ma = 1,71 + 0,06 = 1,77 kN.m
Exemplo
• Armação positiva na direção x – Laje LM1
Ma = 1,22 kN.m
h = 9 cm
d = h – c - /2 = 9 – 2,5 – 1/2 = 6 cm
Md = 1,4.Mk = 1,4 x 1,22 = 1,708 kN.m = 170,80 kN.cm
- Verificar pela tabela de coeficientes tipo K, para concreto C30 qual o coeficiente Ks.
- Para proporcionar um adequado comportamento dúctil nas lajes, o coeficiente βx = x/d deve ser
menor ou igual a 0,45.
Exemplo
• Armação positiva na direção x – Laje LM1
Pela tabela de coeficientes tipo K, para concreto C30, temos o coeficiente Kc=34,6 cm²/kN, βx = 0,02
e Ks=0,023 cm²/kN.
𝟐
Exemplo
• Armação positiva na direção x – Laje LM2
Md = 1,4.Mk = 1,4 x 1,77 = 2,478 kN.m = 247,80 kN.cm
Pela tabela de coeficientes tipo K, para concreto C30, temos o coeficiente Kc=14,0 cm²/kN, βx = 0,05
e Ks=0,023 cm²/kN.
𝟐
Exemplo
• Armação negativa na direção x
Md = 1,4.Mk = 1,4 x 2,82 = 3,948 kN.m = 394,80 kN.cm
Pela tabela de coeficientes tipo K, para concreto C30, temos o coeficiente Kc=10,1 cm²/kN, βx = 0,07
e Ks=0,024 cm²/kN.
Exemplo
• Verificação da armadura mínima
- Para concreto C30: ρmin = 0,150 % (tabelado)
- Armaduras positivas para Laje armada em uma direção e Armadura negativa (ρs ≥ ρmin): Laje LM2
- Armaduras positivas para Laje armada em duas direções (ρs ≥ 0,67.ρmin): Laje LM1
Todas as áreas de aço calculadas que resultaram em valores menores que devem ser adotadas
como sendo .
Exemplo
• Armação positiva (secundária) na direção y – Laje LM2
- = 0,27 cm²/m
- cm²/m
VER TABELA – SLIDE 17
- (ρs ≥ 0,5ρmin)
Exemplo
• Diâmetro máximo da bitola de aço a ser adotada
mm
• Espaçamento
S = Min (20 cm ou 2h) = 18 cm
Exemplo
• Diâmetro máximo da bitola de aço a ser adotada
ℎ 90
φ≤ = = 11,25
8 8
• Espaçamento
• Armação positiva na direção x – Laje LM1
𝐴 = 𝟎, 𝟔𝟓 𝒄𝒎𝟐 /𝒎 0,91 cm²/m (6,3 c/18)
• Armação positiva na direção y – Laje LM1
𝐴 = 𝟎, 𝟐𝟗 𝒄𝒎𝟐 /𝒎 0,91 cm²/m (6,3 c/18) Armação positiva (secundária) na direção y – Laje LM2
• Armação positiva na direção x – Laje LM2 𝐴 = 𝟎, 𝟗𝟎 𝒄𝒎𝟐 /𝒎 (5 c/18)
• 𝐴 = 𝟎, 𝟗𝟒 𝒄𝒎𝟐 /𝒎 1,35 cm²/m (6,3 c/18) Adotei o Aço CA-60
x o w1 w2 nom
y o w1 w2 nom
x o w1 w2 nom
y o w1 w2 nom
x b
Exemplo
• Detalhamento Fazer a Lista de Ferros!
Comp.
Barra Φ Qtde
(cm)
N1 6,3 16 225
N2 6,3 11 315
N3 6,3 16 155
285 cm
N4 5,0 7 315
N5 6,3 16 139