Você está na página 1de 26

Processos de Usinagem

Existem muitos tipos de processos de usinagem, os mais comuns são apresentados a seguir:

1. Torneamento

Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfícies de revolução com o


auxílio de uma ou mais ferramentas monocortantes. Para tanto, a peça gira em torno do eixo
principal de rotação da máquina e a ferramenta se desloca simultaneamente segundo uma
trajetória coplanar com o referido eixo.

Figura 1 – Torneamento (Fonte: WITTE, 1998)

Quanto à trajetória que a ferramenta descreve no seu deslocamento, o torneamento


pode ser classificado como retilíneo ou curvilíneo.

1.1. Torneamento Retilíneo

Como o próprio nome sugere, é o processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca


segundo uma trajetória retilínea. O torneamento retilíneo pode ser:

• Torneamento Cilíndrico
Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória paralela
ao eixo principal de rotação da máquina. Pode ser externo (figura 2) ou interno (figura 3).
Figura 2 – Torneamento cilíndrico externo (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 3 – Torneamento cilíndrico interno (Fonte: FERRARESI, 1977)

Quando o torneamento cilíndrico visa obter na peça um entalhe circular, na face


perpendicular ao eixo principal de rotação da máquina, o torneamento é denominado
sangramento axial (figura 4).

Figura 4 – Sangramento axial (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Torneamento Cônico
Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilínea
inclinada em relação ao eixo principal de rotação da máquina. O torneamento cilíndrico, pode
ser externo (figura 5) ou interno (figura 6).
Figura 5 – Torneamento cônico externo (Fonte:FERRARESI, 1977)

Figura 6 – Torneamento cônico interno (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Torneamento Radial
Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilínea,
perpendicular ao eixo principal de rotação da máquina.
Quando o torneamento radial visa a obtenção de uma superfície plana, o torneamento é
denominado torneamento de faceamento (figura 7). Quando o torneamento radial visa a
obtenção de um entalhe circular, o torneamento é denominado sangramento radial (figura 8)

Figura 7 – Torneamento de faceamento (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 8 – Sangramento radial (Fonte: FERRARESI, 1977)


• Perfilamento
Processo de torneamento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilínea
radial (figura 9) ou axial (figura 10), visando a obtenção de uma forma definida, determinada
pelo perfil da ferramenta.

Figura 9 – Perfilamento radial (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 10 – Perfilamento axial (Fonte: FERRARESI, 1977)

1.2. Torneamento Curvilíneo

Processo de torneamento no qual a ferramenta se deslocasegundo uma trajetória curvilínea.

Figura 11 – Torneamento curvilíneo (Fonte: FERRARESI, 1977)

Quanto à finalidade, as operações de torneamento podem ser classificadas ainda em


torneamento de desbaste e torneamento de acabamento. Entende-se por acabamento a
operação de usinagem destinada a obter na peça as dimensões finais, ou um acabamento
superficial especificado, ou ambos. O desbaste é a operação de usinagem, anterior ao
acabamento, visando a obter na peça a forma e dimensões próximas das finais.

2. Furação

Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de um furo, geralmente cilíndrico,


numa peça, com o auxílio de uma ferramenta geralmente multicortante. Para tanto, a
ferramenta ou a peça giram e, simultaneamente, a ferramenta ou a peça se deslocam
segundo uma trajetória retilínea, coincidente ou paralela ao eixo principal da máquina.

A furação se divide nas seguintes operações:

• Furação em Cheio
Processo de furação destinado à abertura de um furo cilíndrico em uma peça, removendo
todo o material compreendido no volume do furo final, na forma de cavaco (figura 12). No
caso de furos de grande profundidade há necessidade de ferramenta especial (figura 13).

Figura 12 – Furação em cheio (Fonte: WITTE, 1998)

Figura 13 – Furação profunda em cheio (Fonte: FERRARESI, 1977)


• Escareamento
Processo de furação destinado à abertura de um furo cilíndrico em uma peça pré-furada
(figura 14)

Figura 14 – Furação com pré-furação (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Furação Escalonada
Processo de furação destinado à abertura de um furo com dois ou mais diâmetros,
simultaneamente (figura 15).

Figura 15 – Furação escalonada (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Furação de Centros
Processo de furação destinado à obtenção de furos de centro, visando uma operação
posterior na peça (figura 16).
Figura 16 – Furação de centros (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Trepanação
Processo de furação em que apenas uma parte do material compreendido no volume do furo
final é reduzida a cavaco, permanecendo um núcleo maciço (figura 17).

Figura 17 – Trepanação (Fonte: FERRARESI, 1977)

3. Fresamento

Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfícies quaisquer com o


auxílio de ferramentas geralmente multicortantes. Para tanto, a ferramenta gira e a peça ou a
ferramenta se deslocam segundo uma trajetória qualquer.

Figura 18 – Fresamento (Fonte: WITTE, 1998)


Distinguem-se dois tipos básicos de fresamento:

• Fresamento Cilíndrico Tangencial


Processo de fresamento destinado à obtenção de superfície paralela ao eixo de rotação da
ferramenta (figuras 19, 20 e 21). Quando a superfície obtida não for plana ou o eixo de
rotação da ferramenta for inclinado em relação à superfície originada na peça, será
considerado um processo especial de fresamento tangencial (figuras 22 e 23).

Figura 19 – Fresamento cilíndrico tangencial concordante (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 20 – Fresamento cilíndrico tangencial discordante (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 21 – Fresamento cilíndrico tangencial (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 22 – Fresamento tangencial de encaixe “rabo de andorinha” (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 23 – Fresamento tangencial de perfil (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Fresamento Frontal
Processo de fresamento destinado à obtenção de superfície plana perpendicular ao eixo de
rotação da ferramenta (figuras 24 e 25). O caso de fresamento indicado na figura 26 é
considerado como um caso especial de fresamento frontal.

Figura 24 – Fresamento frontal (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 25 – Fresamento frontal de canaletas com fresa de topo (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 26 – Fresamento frontal (caso especial) (Fonte: FERRARESI, 1977)

Há casos em que os dois tipos básicos de fresamento comparecem simultaneamente,


podendo haver ou não predominância de um sobre o outro (figura 27). O caso de fresamento
indicado na figura 28 pode ser considerado como um fresamento composto.

Figura 27 – Fresamento de duas superfícies ortogonais (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 28 – Fresamento composto (Fonte: FERRARESI, 1977)

4. Brochamento

Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfícies quaisquer com auxílio


de ferramentas multicortantes. Para tanto, a ferramenta ou a peça se deslocam segundo uma
trajetória retilínea, coincidente ou paralela ao eixo da ferramenta.

Figura 29 – Brochamento (Fonte: WITTE, 1998)

O brochamento pode ser:

• Brochamento interno
Processo de brochamento executado num furo da peça (figura 30).
Figura 30 – Brochamento interno (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Brochamento externo
Processo de brochamento executado em uma superfície externa da peça (figura 31).

Figura 31 – Brochamento externo (Fonte: FERRARESI, 1977)

5. Serramento

Processo mecânico de usinagem destinado ao seccionamento ou recorte com auxílio de


ferramentas multicortantes de pequena espessura. Para tanto, a ferramenta gira ou se
desloca, ou executa ambos os movimentos e a peça se desloca ou se mantém parada.
Figura 32 – Serramento (Fonte: WITTE, 1998)

O serramento pode ser:


• Serramento retilíneo
Processo de serramento no qual a ferramenta se desloca segundo uma trajetória retilínea,
com movimento alternativo ou não. No primeiro caso, o serramento é retilíneo alternativo,
figura 33, no segundo caso, o serramento é retilíneo contínuo, figuras 34 e 35.

Figura 33 – Serramento retilíneo alternativo (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 34 – Serramento retilíneo contínuo (secconamento) (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 35 – Serramento retilíneo contínuo (recorte) (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Serramento circular
Processo de serramento no qual a ferramenta gira ao redor de seu eixo e a peça ou
ferramenta se desloca (figuras 36 a 38).

Figura 36 – Serramento circular (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 37 – Serramento circular (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 38 – Serramento circular (Fonte: FERRARESI, 1977)

6. Aplainamento

Processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfícies regradas, geradas por


um movimento retilíneo alternativo da peça ou da ferramenta.

Figura 39 – Aplainamento (Fonte: WITTE, 1998)

O aplainamento pode ser horizontal ou vertical (figuras 40 a 47). Quanto à finalidade, as


operações de aplainamento podem ser classificadas ainda em aplainamento de acabamento
ou aplainamento de desbaste.

Figura 40 – Aplainamento de guias (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 41 – Aplainamento de superfícies (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 42 – Aplainamento de perfis (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 43 – Aplainamento de rasgo de chaveta (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 44 – Aplainamento de rasgos (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 45 – Aplainamento de ranhuras em “T” (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 46 – Aplainamento de superfícies cilíndricas de revolução (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 47 – Aplainamento de superfícies cilíndricas (Fonte: FERRARESI, 1977)

7. Retificação

Processo de usinagem por abrasão destinado à obtenção de superfícies com auxílio de


ferramenta abrasiva de revolução. Para tanto, a ferramenta gira e a peça ou a ferramenta se
desloca segundo uma trajetória determinada, podendo a peça girar ou não.

A retificação pode ser tangencial ou frontal.

7.1. Retificação Tangencial

Processo de retificação executado com a superfície de revolução da ferramenta. Pode ser:


• Retificação Cilíndrica
Processo de retificação tangencial no qual a superfície usinada é uma superfície cilíndrica
(figuras 48 a 51). Esta superfície pode ser externa ou interna, de revolução ou não.

Figura 48 – Retificação cilíndrica externa com avanço longitudinal (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 49 – Retificação cilíndrica interna com avanço longitudinal (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 50 – Retificação cilíndrica externa com avanço radial (Fonte: FERRARESI, 1977)
Figura 51 – Retificação cilíndrica interna com avanço circular (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Retificação Cônica
Processo de retificação tangencial no qual a superfície usinada é uma superfície cônica. Esta
superfície pode ser interna ou externa.
Quanto ao avanço da ferramenta ou da peça, a retificação pode ser com avanço longitudinal
da peça (figura 52), com avanço radial do rebolo, com avanço circular do rebolo ou com
avanço longitudinal do rebolo.

Figura 52 – Retificação cônica com avanço longitudinal da peça (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Retificação de Perfis
Processo de retificação tangencial no qual a superfície usinada é uma superfície qualquer
gerada pelo perfil do rebolo (figuras 53 e 54).

Figura 53 – Retificação de perfil com avanço radial (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 54 – Retificação de perfil com avanço longitudinal (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Retificação Tangencial Plana


Processo de retificação tangencial no qual a superfície usinada é uma superfície plana (figura
55).

Figura 55 – Retificação tangencial plana com movimento retilíneo da peça (Fonte: FERRARESI, 1977)

• Retificação Cilíndrica sem Centros


Processo de retificação cilíndrica no qual a peça sem fixação axial é usinada por ferramentas
abrasivas de revolução, com ou sem movimento longitudinal da peça (figuras 56 a 59).
A retificação sem centros pode ser com avanço longitudinal da peça (retificação de
passagem) ou com avanço radial do rebolo (retificação em mergulho) (figuras 57 a 59).
Figura 56 – Retificação cilíndrica sem centros (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 57 – Retífica cilíndrica sem centros com avanço longitudinal da peça (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 58 – Retificação cilíndrica sem centros com avanço em “fileira de peças” (Fonte: FERRARESI, 1977)
Figura 59 – Retificação cilíndrica sem centros com avanço radial (Fonte: FERRARESI, 1977)

7.2. Retificação Frontal

Processo de retificação executado com a face do rebolo. É geralmente executada na


superfície plana da peça, perpendicularmente ao eixo do rebolo.
A retificação frontal pode ser com avanço retilíneo da peça (figura 60) ou com avanço circular
da peça (figura 61).

Figura 60 – Retificação plana com avanço retilíneo da peça (Fonte: FERRARESI, 1977)
Figura 61 – Retificação frontal com avanço circular da peça (Fonte: FERRARESI, 1977)

8. Brunimento

Processo mecânico de usinagem por abrasão empregado no acabamento de furos cilíndricos


de revolução, no qual todos os grãos ativos da ferramenta abrasiva estão em contato
constante com a superfície da peça e descrevem trajetórias helicoidais (figura 62). Para
tanto, a ferramenta ou a peça gira e se desloca axialmente com movimento alternativo.

Figura 62 – Brunimento (Fonte: FERRARESI, 1977)

9. Superacabamento

Processo mecânico de usinagem por abrasão empregada no acabamento de peças, no qual


os grãos ativos da ferramenta abrasiva estão em constante contato com a superfície da
peça. Para tanto, a peça gira lentamente e a ferramenta se desloca com movimento
alternativo de pequena amplitude e freqüência relativamente grande (figuras 63 e 64).

Figura 63 – Superacabamento cilíndrico (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 64 – Superacabamento plano (Fonte: FERRARESI, 1977)

10. Lapidação

Processo mecânico de usinagem por abrasão executado com abrasivo aplicado por porta-
ferramenta adequado, com objetivo de se obter dimensões especificadas da peça (figura 65).

Figura 65 – Lapidação (Fonte: FERRARESI, 1977)


11. Polimento
Processo mecânico de usinagem por abrasão no qual a ferramenta é constituída por um
disco ou conglomerado de discos revestidos de substâncias abrasivas (figuras 66 e 67).

Figura 66 – Polimento (Fonte: FERRARESI, 1977)

Figura 67 – Polimento (Fonte: FERRARESI, 1977)

12. Lixamento

Processo mecânico de usinagem por abrasão executado por abrasivo aderido a uma tela e
movimentado com pressão contra a peça (figuras 68 e 69).

Figura 68 – Lixamento com folhas abrasiva (Fonte: FERRARESI, 1977)


Figura 69 – Lixamento com fita abrasiva (Fonte: FERRARESI, 1977)

13. Jateamento

Processo mecânico de usinagem por abrasão no qual as peças são submetidas a um jato
abrasivo, para serem rebarbadas, asperizadas ou receberem um acabamanto (figura 70).

Figura 70 – Jateamento (Fonte: FERRARESI, 1977)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Apostila de Usinagem – Professor Leonardo Haerter dos Santos Eng. Mecânica Ulbra.

Fundamentos da Usinagem dos Metais – Dino Ferraresi.

Você também pode gostar