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ACIDENTE DO TRABALHO - CONCEITO E CARACTERIZAÇÃO

Equipe Guia Trabalhista

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da


empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente,
bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.

O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do


INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.

Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se


verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a
entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação
Internacional de Doenças (CID). 

Considera-se agravo para fins de caracterização técnica pela perícia médica do


INSS a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome
de evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica,
inclusive morte, independentemente do tempo de latência. 

Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o


nexo entre o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a
que o beneficiário tenha direito, caso contrário, não serão devidas as
prestações.

OBRIGAÇÕES DA EMPRESA – ENVIO DE CAT

A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e


individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, sendo também
seu dever prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a
executar e do produto a manipular. 

Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de


cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. 

Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho


indicadas para a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá
ação regressiva contra os responsáveis. 

O pagamento pela Previdência Social das prestações decorrentes do acidente


do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros. 
Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de
classe, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho, órgãos públicos e outros meios, serão promovidas regularmente
instrução e formação com vistas a incrementar costumes e atitudes
prevencionistas em matéria de acidentes, especialmente os acidentes de
trabalho. 

A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o


primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o
limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Desta comunicação
receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato
a que corresponda a sua categoria. Deverá ser comunicado os acidentes
ocorridos com o segurado empregado (exceto o doméstico), o trabalhador
avulso, o segurado especial e o médico-residente. 

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio


acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o
assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo
de apenas um dia útil. Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável
pela falta de cumprimento da legislação. Caberá ao setor de benefícios do
INSS comunicar a ocorrência ao setor de fiscalização, para a aplicação e
cobrança da multa devida.

Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a


cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas para o
descumprimento desta obrigatoriedade.

Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do


trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da
atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for
realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.

ESTABILIDADE PROVISÓRIA DO ACIDENTADO

O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo
de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de
auxílio-acidente.

http://www.guiatrabalhista.com.br/noticias/trabalhista210306.htm
Riscos de Acidentes são todos os fatores que colocam em perigo o trabalhador
ou afetam sua integridade física ou moral. São considerados como riscos
geradores de acidentes: arranjo físico deficiente; máquinas e equipamentos
sem proteção; ferramentas inadequadas; ou defeituosas; eletricidade; incêndio
ou explosão; animais peçonhentos; armazenamento inadequado.

Arranjo físico deficiente - É resultante de: prédios com área insuficiente;


localização imprópria de máquinas e equipamentos; má arrumação e limpeza;
sinalização incorreta ou inexistente; pisos fracos e/ou irregulares.

Máquinas e equipamentos sem proteção - Máquinas obsoletas; máquinas sem


proteção em pontos de transmissão e de operação; comando de liga/desliga
fora do alcance do operador; máquinas e equipamentos com defeitos ou
inadequados; EPI inadequado ou não fornecido.

Ferramentas inadequadas ou defeituosas - Ferramentas usadas de forma


incorreta; falta de fornecimento de ferramentas adequadas; falta de
manutenção.

Eletricidade - Instalação elétrica imprópria, com defeito ou exposta; fios


desencapados; falta de aterramento elétrico; falta de manutenção.

Incêndio ou explosão - Armazenamento inadequado de inflamáveis e/ou gases;


manipulação e transporte inadequado de produtos inflamáveis e perigosos;
sobrecarga em rede elétrica; falta de sinalização; falta de equipamentos de
combate ou equipamentos defeituosos.

Referências Bibliográficas:

Apostila do componente curricular Segurança do Trabalho I. Professor Hélio


Menezes. Escola Técnica Estadual Santa Cruz. 2001.

Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Oda, Leila, Ávila, Suzana.


Et al. Brasília. Ministério da Saúde, 1998.

http://www.fundeci.com.br/
http://www.btu.unesp.br/mapaderisco.htm

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/riscos_de_acidentes.html
Comunicação de Acidente de Trabalho
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para
reconhecer um acidente de trabalho ou uma doença ocupacional. Deve ser emitida pela
empresa no prazo de 1 dia util, ou, se ocorreu óbito, imediatamente. Pode também ser
emitida - mesmo fora do prazo - pelo médico, pelo familiar, por um dependente do
segurado, pelo sindicato ou por uma autoridade pública; nesse caso o INSS enviará uma
carta à empresa para que emita sua 
CAT
.
Mesmo sem a CAT empresarial, o perito médico do INSS pode reconhecer o nexo técnico,
ou seja, que a lesão ou doença foi causada no ambiente de trabalho. Para tanto, pode
solicitar outros documentos (atestado de saúde ocupacional, perfil profissiográfico
previdenciário etc.) ou vistoriar o posto de trabalho na empresa. O segurado especial
(pequeno agricultor e pescador) não é empregado, logo não pode apresentar CAT
empresarial e o trabalhador avulso apresenta CAT emitida pela empresa tomadora de
serviço. Os outros segurados não possuem direito a benefícios acidentários.
A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT, preenchido em 4
(quatro) vias, 
com
 a seguinte destinação (Artigo 357 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/2010):

a) 1ª via, ao INSS;
b) 2ª via, ao segurado ou dependente;
c) 3ª via, ao sindicato dos trabalhadores;
d) 4ª via, à empresa.

Observação: uma 5ª via, poderá se fazer necessária quando houver solicitação de


Autoridade Pública. As autoridades públicas reconhecidas para esse fim são: Magistrados
em geral, Membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos Estados.
Comandantes do Exército, Marinha, Aeronáutica, Bombeiros, Polícia Militar e Forças
Auxiliares.
A CAT é inicial para novas doenças ou acidentes e de reabertura para agravamento de
condição anterior.
Ocorrendo agravamento da lesão ou doença, a empresa deverá emitir uma CAT de
reabertura. Se emitir uma CAT inicial (para negar continuidade de exposição a riscos), esta
poderá ser desqualificada pelo médico-perito, que tomará as medidas acima para o nexo
técnico. A empresa fica sujeita a multa se o segurado continuou exposto aos agentes
nocivos mesmo após o acidente ou a doença.
O nexo causal difere do técnico porque representa apenas a constatação de que a doença
é ocupacional, sem ligá-la ao posto de trabalho atual.

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