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INSTITUTO IDD

Curso: Gerenciamento e Execução de Obras

Fundações e Geotecnia

Alessander Kormann

Maio/2011
Estrutura do Curso
 Investigações geotécnicas
 Aspectos executivos de fundações
profundas
 Critérios usuais de dimensionamento
geotécnico
 Controle de qualidade e verificação de
desempenho: casos de obras
 Interação Fundação-Estrutura
Investigações
Geotécnicas
Incertezas em Obras de
Solos e Fundações
• Investigação do sub-solo
• Parâmetros de projeto
• Métodos de cálculo
• Cargas
• Qualidade da execução
Investigação Geotécnica -
Objetivos
• Identificar a disposição e o tipo dos
solos envolvidos no problema
• Identificar a posição do nível d’água
• Avaliar a resistência, compressibilidade
e permeabilidade dos solos
• Estabelecer um perfil geológico-
geotécnico para o terreno
Métodos Usuais de
Investigação
• Coleta de amostras em poços ou com
trados
• Sondagem a percussão (SPT)
• Ensaio de cone (CPT / CPTU)
• Ensaio de palheta (Vane Test)
• Sondagem rotativa
Sondagem a percussão – SPT
(Standard Penetration Test)
45 cm

15 cm 15 cm 15 cm

15 cm 15 cm

15 cm
Resultado  N  5 + 7 = 12 golpes

3 golpes 3 + 5 golpes 3 + 5 + 7 golpes


Ensaio de Cone - Objetivos
• Determinação estratigráfica de perfis de
solos
• Determinação das propriedades dos
materiais prospectados, particularmente em
depósitos de argilas moles
• Previsão da capacidade de carga de
fundações profundas e superficiais
• Obtenção do coeficiente de adensamento
(Ch) – ensaio de dissipação
• Outros parâmetros obtidos por correlações:
Su, ’vm, OCR, ’, M, G, E, Dr, .
Ensaio de Cone - CPTU

• Cravação contínua de uma ponteira cônica,


com uma velocidade constante de 2 cm/s

• Medições envolvem o uso de instrumentação,


com um sistema de aquisição de dados
CPTU - Ponteira
Haste

Luva de atrito
(150 cm2)

fs Ponteira
instrumentada
(células de
carga,
Elemento poroso
u2 transdutores)

Ponta cônica (10 cm2)


qc
Ensaio de Cone
Resistência de ponta qt (MPa) Atrito Lateral fs (MPa) Razão de Atrito FR (%) Poro-pressão (MPa)

0 4 8 12 16 20 0 20 40 60 80 100 0 2 4 6 8 10 -200 0 200 400 600 800


0 0 0 0

4 4 4 4

8 8 8 8

12 12 12 12

16 16 16 16

20 20 20 20

24 24 24 24

28 28 28 28

32 32 32 32

36 36 36 36

40 40 40 40
Ensaio de Palheta – Vane Test

• Objetivo: determinar a resistência não-


drenada in situ (Su), de argilas moles a
médias
• Utiliza uma palheta de seção
cruciforme
• Torque produz rotação com velocidade
de 0,1 a 0,2 graus / segundo
Outros: pressiômetro, dilatômetro
“Ilhas” de Investigação
• “ILHA” DE INVESTIGAÇÃO – conjunto de sondagens,
coletas e ensaios (de campo e laboratório) necessário
para caracterização de um ponto na área / sítio a ser
investigada
• Objetivo: melhorar a campanha de investigações com
objetividade e qualidade, podendo minimizar seu custo
• Consiste em:
• Escolher um grupo de sondagens e ensaios adequados Ex.: SPT,
CPTu, Palheta e Coleta de Amostras para Ensaios de
Adensamento e Resistência
• Identificar os locais e as camadas , representativos e característicos,
onde serão executados os ensaios escolhidos
• Determinar a sondagem padrão que servirá para extrapolação de
resultados
• O cruzamento de informações no mesmo ponto permite:
• Estabelecer correlações locais
• Avaliar a qualidade dos ensaios, identificar erros ou
divergências de comportamento
• Estabelecer uma maior confiabilidade nas
informações diretas e parâmetros correlacionados
• Extrapolação dos dados
• Após a caracterização de diversas áreas/camadas, procura-
se extrapolar os resultados para o todo em estudo
• Utilização do tipo de ensaio / sondagem com a melhor
relação custo / benefício
Caso de Obra: Ponte – Natal/RN
REGIÃO COMPORTAMENTO DO SOLO
100
1 Solo fino sensível
10
2 Material orgânico
Resistência de Ponta - qc (MPa)

12

3 Argila
11
9
10 4 Argila siltosa – argila

8 5 Silte argiloso – argila siltosa

6 Silte arenoso – silte argiloso


7

7 Areia siltosa – silte arenoso


6
1 5 8 Areia – areia siltosa
4
9 Areia

1
3 10 Areia grossa – areia

2
11 Solo fino duro*
0
0,1 12 Areia – areia argilosa*
0 1 2 3 4 5 6 7 8 * Sobre-adensado ou cimentado
Razão de Atrito - FR (%)

Robertson et al (1986) apud Schnaid (2000)


Robertson et al (1986) apud Schnaid (2000)
Caso de Obra: Siderúrgica - RJ
CSA
Companhia
Siderúrgica
do Atlântico
Ensaio CPTu
Ensaio de Palheta Elétrica
Investigações - Interpretação
Aterro Experimental
Conclusões
• A tecnologia é usada principalmente nos projetos
mais importantes
• Ainda é necessária sua incorporação a atividades
rotineiras
• Ferramentas de investigação: evolução rápida e
constante
Fundações
Profundas
Fundação Profunda

Camadas superficiais solo: desempenho não


suficiente  fundação profunda

 Estacas:
elementos estruturais esbeltos, instalados por
cravação ou perfuração, com a finalidade de
transmitir cargas ao terreno pelo fuste e/ou pela
ponta.
Mecanismos de Funcionamento

Atrito+ponta Ponta Atrito


Classificações Usuais
 Execução
– Pré-Fabricadas
 Percussão
 Prensagem

 Vibração

– Moldadas in loco
 Escavadas sem revestimento
 Escavadas com revestimento

 Escavadas com injeção

 Hélice-contínua

 Estacas apiloadas
Estacas Pré-Fabricadas –
Estacas de Concreto
 Desafios Executivos:
 Tempo de cura
– Variações locais do comprimento dos elementos –
arrasamento ou prolongamento
– Quebras durante a manipulação e cravação
– Problemas em solos com matacões ou pedregulhos;
solos com alternância de camadas moles e duras
– Produção de vibração
– Custo e tempo para emendas
– Cravação insuficiente (cuidados com a nega, eficiência
do martelo)
– Solos mais resistentes: “levantamento”
Estacas Pré-Fabricadas -
Metálicas
Estacas Pré-Fabricadas -
Metálicas

 Vantagens: facilidade de cravação, qualquer tipo de


terreno, pouca vibração, trabalham bem à flexão, fácil
manipulação e emenda, longos comprimentos, pouca
perda, uso em divisas, não há riscos de
“levantamento”
 Desvantagens: custo, drapejamento em solos moles
Estaca Broca
 Vantagens: baixo custo, pouca vibração,
execução no comprimento desejado.
 Desvantagens: dificuldade em manter a
verticalidade, qualidade da concretagem (podem
ocorrer problemas de integridade)
Estacas Strauss

 Escavação efetuada com um tubo


metálico (sonda ou piteira), cravado
com golpes de um soquete
 O furo é revestido com tubos
metálicos
 Durante a concretagem, os tubos são
retirados gradualmente
Aspectos Construtivos:

 Riscos:
– estrangulamento do fuste, por
“invasão” de solo
– formação de vazios durante a
retirada do tubo

 Manter sempre um certo nível de concreto dentro do


tubo. Essa altura de concreto não pode ser excessiva.
Estacas Franki
Aspectos Construtivos

 Vantagens:

– Ponta fechada isola o interior do tubo da água


do subsolo
– Cravação do tubo com a ponta fechada
compacta o terreno
– Base alargada aumenta a resistência de ponta
– Apiloamento do concreto compacta o solo ao
longo do fuste
– Comprimento da estaca pode ser ajustado
durante a cravação
– Capacidade de suporte elevada
Aspectos Construtivos
 Desvantagens:

– Camadas resistentes podem dificultar a penetração.


Alternativa: cravar tubo aberto, pré-furo, anel
redutor de atrito
– Concreto pode absorver água do subsolo
– Vibrações
– Solos moles: risco de estrangulamento do fuste,
devido à invasão de solo e/ou água.
– “Encurtamento” repentino da armação pode
danificar o fuste
– Risco de “levantamento” de estacas vizinhas:
ruptura do fuste e perda de contato da base
Estacas Escavadas com
Lama Bentonítica
 Vantagens:
– Execução com vibrações e ruídos inferiores aos de
cravação
– Possibilidade de atravessar camadas de grande
resistência
– Redução nos blocos de grupos de estacas (cada
elemento pode suportar grandes cargas com grandes
comprimentos).
 Desvantagens:
– Mais viáveis para pequenas cargas;
– Necessitam de equipamentos grandes, pesados;
– Necessário espaço específico no canteiro de obras
(equipamentos, centrais de preparo de lama,
armazenagem)
– A concretagem deve ser cuidadosa, pois sendo
submersa ela deve ser contínua e com tubo tremonha
sempre imerso no concreto (1,5 m).
Estacas Escavadas
Injetadas

Aplicações:
• estacas com atrito lateral elevado presença
de obstáculos, entulho
• pouco espaço em “planta” e “pé-direito”
• grandes esforços horizontais
• reforço de fundações
• estruturas off-shore
Estacas Hélice Contínua
 Vantagens:
- Produtividade elevada (250 m/dia)
- Processo executivo não expõe o solo a “céu aberto”
- Possibilidade de monitoração da execução
- Adaptável à maioria dos solos, exceto matacões e
rocha
- Ausência de vibrações

 Desvantagens:
- Custo de mobilização
- Equipamento de grande porte
- Armadura: colocação problemática
- Central de concreto próxima
- Necessária limpeza do solo extraído
- Riscos de estrangulamento do fuste em solos moles
- Rapidez na execução pode dificultar a identificação de
falhas
Dimensionamento
de Fundações
Profundas
Capacidade de Suporte do
Terreno
P P
R

d
PR
P 
Rl cs

PR = capacidade de suporte da estaca


Rp
RP = resistência de ponta
RL = Atrito lateral
PR = RP + RL SP = seção transversal da ponta
RP = SP x qP qp = resistência de ponta unitária
RL = SL x qL SL = superfície lateral da estaca
qL = atrito lateral unitário
Fundações Profundas
Prof. NSPT
(m)
Aoki-Velloso 1 6
LCPC Aoki-Velloso
fs 2 8

Atrito 3 13
lateral qc 4 17
5 9
6 18
Décourt-Quaresma
Atrito lateral (tf/m2) = NSPT Médio / 3 + 1 7 15

8 17
Resistência de ponta
Tipo de solo k (MPa)  (%)
Areia 1,00 1,4
Areia siltosa 0,80 2,0
Areia silto-argilosa 0,70 2,4
Areia argilosa 0,60 3,0
Areia argilo-siltosa 0,50 2,8 - fs =  qc
Silte 0,40 3,0
Silte arenoso 0,55 2,2
- Quando não se
Silte areno-argiloso 0,45 2,8 dispõe do ensaio de
Silte argiloso 0,23 3,4 cone  qc = K N
Silte argilo-arenoso 0,25 3,0
Argila 0,20 6,0
Argila arenosa 0,35 2,4
Argila areno-siltosa 0,30 2,8
Argila siltosa 0,22 4,0
Argila silto-arenosa 0,33 3,0
12

10

Área 1 - SPT-1 - CPTu-3


8
Área 1 - SPT-2 - CPTu-5
q c = 0,23 N SPT
Área 1 - SPTT-1 - CPT-2
R 2 = 0,54
qc (MPa)

Área 1 - SPTT-2 - CPTu-1


6
Área 2 - SPT-1 - CPTu-2

Área 2 - SPT-4 - CPTu-3

Área 2 - SPT-7 - CPTu-1


4
Área 2 - SPT-8 - CPTu-4

Área 2 - SPT-11 - CPTu-7

2 Área 2 - SPT-14 - CPTu-8

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
N SPT
Controle de
Qualidade de
Fundações
Técnicas usuais

 Escavação / inspeção de fustes


 Ensaio de integridade
 Ensaio cross-hole (tomografia)
 Registros de cravação
 Prova de carga estática
 Ensaio de carregamento dinâmico
 Statnamic
Verificação da Integridade
de Fundações Profundas

 Não é uma tarefa fácil → acesso apenas


a porções limitadas dos elementos
 Avaliação do estado físico de estacas ou
tubulões constitui-se em um desafio:
 geometria (área transversal e comprimento)
 uniformidade e continuidade
Fundações Moldadas In Loco -
Dificuldades Construtivas

 Concretagem de pilares, lajes e vigas:


fôrmas bem delimitadas e livres da
interferência de água
 Estacas moldadas in loco e tubulões: o
terreno interfere no contorno dos
elementos
 Dificuldades no lançamento e
adensamento do concreto
SOLO (conjunto de partículas) + ÁGUA
SUBTERRÂNEA podem levar a:
– contaminação do concreto
– reduções de seção
– interrupção do fuste
Estacas Pré-Fabricadas -
Dificuldades Construtivas

 A cravação gera esforços que podem


exceder largamente as tensões de
trabalho
 Tensões de compressão ou tração não
previstas podem “quebrar” a estaca
Problemas Posteriores à
Execução das Fundações
 Exemplos:

 Arrasamento das estacas


 Tráfego de veículos pesados no canteiro
de obras
 Movimentações do terreno devido a
escavações ou instabilidade de taludes
Evolução Tecnológica
 Aperfeiçoamento dos métodos de
execução de fundações e controle
durante a instalação
 Desenvolvimento de técnicas para a
verificação da qualidade após a
implantação dos elementos
Avaliação da Integridade
Estrutural de Estacas
 Escavações
 Sondagens rotativas
 Registros de cravação
 Provas de carga estáticas ou dinâmicas
 Tendência internacional: métodos indiretos,
baseados na emissão/recepção de ondas acústicas:
 Cross Hole Sonic Logging - CSL
 Pile Integrity Test - PIT
Ensaio de
Integridade
PIT – Ensaio de Integridade de Estacas
Tornou-se disponível na Europa, a partir da década
de 1980 → estacas escavadas

UNIDADE PORTÁTIL:
AQUISIÇÃO E
VISUALIZAÇÃO DOS
SINAIS

ACELERÔMETRO

MARTELO
PIT - Princípio Físico

ESTACA ESTACA COM


ÍNTEGRA DEFEITO
PIT – Execução do Ensaio
 É recomendável que o concreto das estacas a
ensaiar esteja “curado”
 Inicialmente, deve-se remover todo o concreto
de má qualidade eventualmente existente, com
o máximo cuidado
PIT – Execução do Ensaio

 Alguns pontos do topo são tratados com uma


lixadeira elétrica, para se obter superfícies lisas
e planas

 Objetivo → permitir a fixação do acelerômetro


(usa-se uma cera apropriada) e a aplicação dos
golpes em regiões lisas e limpas
PIT – Execução do Ensaio

 Nunca utilizar argamassa para a regularização


 Presença de umidade não inviabiliza a
execução do ensaio → secar a região em que
o acelerômetro será posicionado
 Seleção dos pontos → evitar a periferia da
estaca ou interferências com a armadura
 Estacas de grandes dimensões, ensaiar todos
os quadrantes do elemento
PIT - Execução do Ensaio

 Dados da estaca são digitados (número da


estaca, comprimento ensaiado e seção
transversal efetiva no topo)
 Com o acelerômetro posicionado, são
desferidos alguns golpes do martelo →
cálculo de um sinal médio
 Desloca-se o acelerômetro e o martelo para
outras posições, repetindo-se o processo
PIT - Execução do Ensaio

 O procedimento de aquisição dos sinais é, em


geral, bastante rápido
 Os dados das estacas podem ser interpretados
preliminarmente na unidade de aquisição
 Normalmente os sinais são transferidos para um
computador, empregando-se programas
específicos para a análise:
 Amplificação
 Filtros (alta e baixa freqüência)
 Análises no domínio da freqüência, esboço de perfil
Interpretação
 A onda gerada no impacto do martelo se
propaga na estaca com uma velocidade c:

E
c

E - módulo de elasticidade dinâmico


 - massa específica

 Estacas de concreto → velocidades de


propagação de onda entre 3500 e 4300 m/s
Interpretação

 Conhecendo-se o comprimento L da estaca e o


tempo T que o pulso leva para alcançar a ponta
e retornar ao topo:
2L
c
T
 Sempre que a onda encontra mudanças de
seção transversal (A) ou de propriedades do
material, aparecem reflexões
 As reflexões ocorrem quando a estaca apresenta
variações de impedância Z:
EA
Z
c
Interpretação – Resultado típico do ensaio
v (cm/s)

T c T (s)
v (cm/s) L
2

ESTACA L (m)
Interpretação

ESTACA
ÍNTEGRA
Exemplo – Estaca Hélice-Contínua
Íntegra
cm/s 6: # 89 MA: 5.00
0.30
MD: 1.80
LE: 9.10
W S: 4000
0.15 LO: 0.53
HI: 0.00
PV: 0
T1: 32
0.00

T1 Toe
-0.15
Vel
F/Z
0 5m
Interpretação

ESTACA COM
REDUÇÃO DE
IMPEDÂNCIA
Interpretação

ESTACA COM REDUÇÃO DE IMPEDÂNCIA

ESTACA COM AUMENTO DE IMPEDÂNCIA


PIT - Exemplos de
Aplicação
1. Obra industrial com estacas
escavadas (broca mecânica)
 Não havia indícios de má execução – PIT
prescrito como parte do processo de
controle de qualidade
 A totalidade do estaqueamento deveria ser
ensaiada
PIT - Exemplos de Aplicação

 Sinais do PIT indicaram a presença de anomalias


próximo ao topo, em 1/3 do estaqueamento
cm/s 6: # 66 MA: 2.00
1.00
MD: 1.20
LE: 6.00
W S: 3800
0.50 LO: 0.00
H I: 0.00
PV: 0
T1: 32
0.00

T1 Toe
-0.50
Vel
F/Z
0 5m

 Escavações foram realizadas para investigar


o problema
PIT - Exemplos de Aplicação

 Danos foram atribuídos ao tráfego de caminhões


sobre o estaqueamento
 Ensaio refeito após a remoção das porções danificadas
cm/s 6: # 275 MA: 5.00
0.30
MD: 1.10
LE: 5.40
WS: 3585
0.15 LO: 0.00
HI: 0.00
PV: 0
T1: 27
0.00

T1 Toe
-0.15
Vel
F/Z
0 5m

 Novos ensaios mostraram que as porções


remanescentes das estacas estavam íntegras
 Solução: execução de prolongamentos de concreto
armado
PIT - Exemplos de Aplicação

2. Obra portuária com estacas pré-


fabricadas
 Colisão de embarcação com as estacas: suspeita
de danos
Sinal de estaca íntegra
Estaca danificada a 3,5 m do topo

Mergulhadores confirmaram o diagnóstico


PIT - Exemplos de Aplicação

3. Obra com estacas hélice-contínua


 Diâmetro nominal: 30 cm
 Comprimento: 9,10 m
 Ensaios prescritos como parte do processo
de controle de qualidade indicaram
anomalias em um grupo de quatro estacas
 Escavações foram realizadas
cm/s 6: # 68 MA: 10.00 cm/s 6: # 73 MA: 20.00
0.60 0.60
MD: 1.80 MD: 1.80
LE: 9.10 LE: 9.10
W S: 3800 W S: 3600
0.30 LO: 0.50 0.30 LO: 0.47
HI: 0.00 HI: 0.00
PV: 0 PV: 30
T1: 32 T1: 32
0.00 0.00

T1 Toe T1 Toe
-0.30 -0.30
Vel Vel
F/Z F/Z
0 5m 0 5m

cm/s 6: # 77 MA: 10.00 cm/s


0.60 0.60
6: # 80 MA: 10.00
MD: 1.80 MD: 1.80
LE: 9.10 LE: 9.10
W S: 3700 W S: 3720
0.30 LO: 0.49 0.30 LO: 0.54
HI: 0.00 HI: 0.00
PV: 0 PV: 0
T1: 32 T1: 32
0.00 0.00

T1 Toe T1 Toe
-0.30 -0.30
Vel Vel
F/Z F/Z
0 5m 0 5m
Estacas com
alargamentos, concreto
em bom estado
Perfil geotécnico simplificado
0,0 m

Aterro silto-argiloso variegado,


consistência média
0,6 m

Solo orgânico, consistência mole

1,8 m
PIT - Vantagens
 Simplicidade de execução → muitas vezes o PIT é a
única alternativa prática de verificar a integridade
 Estando as estacas preparadas, pode-se ensaiar mais de
50 elementos em um dia → custo reduzido
 Qualquer estaca pode ser selecionada para ensaio
 Ensaio não-destrutivo → a totalidade de um
estaqueamento pode ser avaliada
 A execução do PIT interfere pouco com os demais
serviços do canteiro de obras
 Facilidade de operação em condições desfavoráveis
 Aplicações especiais: pesquisa do comprimento de
fundações antigas ou confirmação de comprimentos
PIT - Limitações
 Energia do golpe se dissipa (atrito lateral) →
comprimento que pode ser avaliado limitado a ~ 30
diâmetros
 Arrasamento inadequado produz anomalias nos sinais
 Presença de emendas gera interferências, podendo
impedir a avaliação de todos os segmentos
 Variações bruscas de impedância dificultam a análise →
exemplo típico: estacas raiz
 Aplicação limitada em estacas metálicas
 O PIT pode não detectar:
 danos de pequena extensão em relação ao
comprimento do pulso
 variações graduais de impedância
 danos próximos à ponta da estaca
Limitações
 O ensaio identifica variações de impedância (não é
possível dissociar seção transversal de módulo)
 Apesar de sua simplicidade operacional, a
interpretação dos sinais pode se tornar bastante
complexa
 Variações de atrito lateral produzem reflexões → é
importante comparar a tendência dos sinais com o
perfil geotécnico
 O PIT não permite uma quantificação precisa das
variações de impedância
 A análise dos sinais pode indicar “danos” que, na
realidade”, não comprometem a utilização da
estaca → é importante considerar o padrão dos
sinais da obra e o “histórico” da execução
Conclusões
 A verificação da integridade de uma
fundação profunda não é uma tarefa
simples
 Muitas vezes o PIT se constitui na única
maneira prática de se avaliar o estado
físico de um estaqueamento
 O entendimento das vantagens e
limitações da ferramenta é fundamental
para que seu potencial seja
devidamente explorado
Conclusões

 Na realidade, o processo de qualidade


das fundações é bastante amplo:
 Investigações e projeto
 Controle de materiais
 Controle dos processos executivos
 Controle do elemento acabado:
 Escavação
 Ensaio de Integridade
 Prova de Carga Estática e Dinâmica
 Avaliação final de desempenho:
 Monitoramento de Deslocamentos
Caso de Obra
Tomografia
Ponte Estaiada, Aracaju-SE
Areia Solo Residual

Argila Arenito / Rochas calcárias


Controle de Qualidade

• Ensaios Cross-Hole /
Tomografia: 26 estacas

• Ensaios de integridade (PIT):


14 estacas
Ensaio Cross Hole
Tomografia

Transmissor Receptor
Calcula-se a velocidade de
propagação da onda no concreto
Depth encoder

CHA – Cross Hole Analyzer


Interpretation

D E F E I T O !!!

Tubos não-
paralelos
In Situ Geotecnia
barra dos coqueiros
E31-M02 E31-M02 E31-M02 E31-M02 E31-M02 E31-M02
1-2 1-2 2-3 2-3 3-4 3-4
L=34,40,34,37 meters L=34,40,34,37 meters L=34,40,34,37 meters L=34,40,34,37 meters L=34,40,34,33 meters L=34,40,34,33 meters
Spacing=0,710 m Spacing=0,710 m Spacing=0,680 m Spacing=0,680 m Spacing=0,660 m Spacing=0,660 m
Gain=1215 Gain=1215 (x1) Gain=1215 Gain=1215 (x1) Gain=1215 Gain=1215 (x1)
26/05/2005 14:24 26/05/2005 14:24 26/05/2005 14:35 26/05/2005 14:35 26/05/2005 14:43 26/05/2005 14:43

W avespeed (m/sec) Time (ms) W avespeed (m/sec) Time (ms) W avespeed (m/sec) Time (ms)
0 4000 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0 4000 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0 4000 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
0

0
5

5
10

10

10

10

10

10
15

15

15

15

15

15
Depth (meters)

Depth (meters)

Depth (meters)

Depth (meters)

Depth (meters)

Depth (meters)
20

20

20

20

20

20
25

25

25

25

25

25
30

30

30

30

30

30
34,20 34,22 34,21

high low high low high low


Energy (log) Energy (log) Energy (log)

P ile Dynamics, Inc.


1 / 2
Cross-Hole Analyzer
Tomografia - Exemplo
Verificação de
Desempenho
Provas de Carga -
Objetivos
• Determinação direta das características de
deformação e resistência do terreno ou do
elemento de fundação
• Obter o comportamento carga x recalque
da fundação
• Conhecer a carga de ruptura
• Conhecer o recalque associado à carga de
trabalho
• Avaliar a integridade estrutural do
elemento de fundação
Tipos de Provas de Carga

• Estática
• Dinâmica
Prova de Carga
Estática
Provas de Carga Estáticas
Caso de obra – Estaca cravada  50 cm
Pr ova de Car ga Ver t ical - Compr essão
Est aca T EST E E3 / 2 - Ár ea 0 2
PCV-0 2

Car ga Apl i cada ( kN )


0 500 1000 1500 2000 2500 3000
0

10
D esl ocam en t o ( m m )

15

20

25

30

35

"1 ciclo" "2 ciclo" "3 ciclo"


Pr ova de Car ga Hor izont al
Est aca T est e E1 / 2 - Ár ea 2
PCH-0 3

250
Car ga Ap l i cada ( kN)

200

150

100

50

0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

Ro t ação n o T o p o ( º )
Ponte Rio Negro

Ponte

Rio Negro

Rio Solimões

128
129
 Execução: Consórcio Rio Negro (Camargo
Correa e Construbase)
 Extensão Total: 3,6 km
 Vão Central: 2 x 200 m
 Quantidade de pilares: 74
 Quantidade de estacas: 261
 Estacas escavadas com diâmetros de 220 /
200 cm diameter, comprimento 75 m
 Cargas de Trabalho: 18 MN

130
131
132
133
Load (kN)
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
0,0

20,0

40,0

60,0

Pile Test - A41


80,0
Settlement (mm)

100,0
Pile Test - A39
120,0

140,0

160,0

180,0

200,0

220,0

134
135
Ensaio de
Carregamento
Dinâmico
Ensaio de Carregamento Dinâmico (PDA)

 Ensaio de alta deformação


 Baseia-se nos princípios da propagação de ondas
elásticas em meio contínuo
 Regulamentado pela norma brasileira NBR
13.208
Furação de estaca pré-moldada
Em seguida, 4 sensores são parafusados
(2 a 2 diametralmente opostos)
Transdutor de força (ou deformação) e
acelerômetro já instalados
Visão do bate-estacas pronto para o ensaio
Exemplo de equipamento (PDA)
O ensaio tem como objetivos

 Medir tensões de compressão e tração durante a


cravação dinâmica das estacas
 Obter a eficiência do sistema de cravação
 Obter informações sobre danos estruturais e sua
localização
 Analisar a interação estaca-solo
 Avaliar a capacidade de carga
Caso de obra – broca mecânica
Estacas Escavadas – Sítio
Experimental da UFPR
Estacas Escavadas – Sítio Experimental da UFPR
Provas de Carga Dinâmicas - Resultados

6000

5000
Resistência total (kN)

Resistência não-drenada
4000
Décourt e Quaresma (1978), Décourt (1996)
Bustamante e Gianeselli (1982)
BP-1A
3000 BP-1B
BP-2A
BP-2B
2000 BP-3B

1000

0
20 30 40 50 60 70
Diâmetro real médio (cm)

Kormann (2002)
Estacas Hélice Contínua

Carga (kN) Carga (kN)


0 500 1000 1500 0 500 1000 1500 2000 2500
0 0

10 10
Deslocamento (mm)

20 20

30 30
Prova de Carga
Estática
40 40 CAPWAP

(a) (b)
50 50

Figura 6. Resultados das provas de carga estáticas e das simulações do programa CAPWAP, para as estacas
CFA-1 (a) e CFA-2 (b). Kormann et al. (2000)
Limitações do Ensaio de Carregamento Dinâmico

 Resistências mobilizadas podem experimentar


limitações devido à energia/eficiência do sistema de
cravação
 A capacidade de carga é interpretada, ou seja,
obtida indiretamente
 Sua execução requer atualização constante dos
profissionais e amplo conhecimento do assunto
 Utilização de tecnologia “importada” e
instrumentação que requer calibração específica
 Os serviços de campo e de escritório requerem a
trabalho especializado para a obtenção de sinais de
qualidade e a correta análise dos mesmos
Vantagens do Ensaio de Carregamento Dinâmico

 Ensaio rápido e econômico. Um grande número de


estacas pode ser ensaiado com o mesmo custo de uma
prova de carga estática.
 Correlação satisfatória com resultados de provas de
carga estáticas
 Ferramenta adequada para o controle da qualidade do
estaqueamento durante a cravação
 Permite avaliar o desempenho do sistema de cravação de
modo a otimizar a eficiência do mesmo (por exemplo,
limitando o nível de tensões induzidas, melhorando a
energia transferida, etc.)
Interação
Fundação-Estrutura
EQUILÍBRIO DA SUPERESTRUTURA

CARGA (Força Ativa)


F

SUPERESTRUTURA

Superfície Terreno

S=F
SOLICITAÇÃO (Força Reativa) Fonte: Prof. Aoki
SOLICITAÇÃO

40 20 40

Fonte: Prof. Aoki


15
70 15

SOLICITAÇÃO DEPENDE DA
INTERAÇÃO SOLO ESTRUTURA
Fonte: Prof. Aoki
EQUILÍBRIO DA FUNDAÇÃO

S=F
elemento isolado SUPERESTRUTURA
fundação superfície terreno

maciço superfície indeslocável


FUNDAÇÃO solo
superfície resistente

maciço
R=F indeformável
(reação de apoio)
Fonte: Prof. Aoki
SOLICITAÇÃO E RESISTÊNCIA ELEMENTO ISOLADO

Q1 Q2Ri
Q Si

Ri
Cs,i = R i / S i > 1 ( coef. segurança elemento isolado )
Fonte: Prof. Aoki
SOLICITAÇÃO E RESISTÊNCIA DA FUNDAÇÃO
Si Sn
S3 S4
S1
S2

R1 R2 R3 Ri
R4 Rn
Grupo elementos isolados
ESTATÍSTICA DE SOLICITAÇÕES E RESISTÊNCIAS
Fonte: Prof. Aoki
Interação Solo x Estrutura

COMPORTAMENTO CARGA x RECALQUE

COMPORTAMENTO TENSÃO x DEFORMAÇÃO

TEORIA DA ELASTICIDADE: MÓDULO DE


ELASTICIDADE (E), COEF. POISSON

ABORDAGEM USUAL: INTERPRETAÇÃO


DIRETA DE ENSAIOS DE CAMPO,
CORRELAÇÕES COM SONDAGENS
Fonte: Prof. Alessander
Obtenção de E – Algumas
Alternativas
 SPT – Stroud (1989), de Mello (1971)
 CPT – Duncan e Buchignani (1976), Baldi
(1981), Robertson e Campanella (1983),
Meigh (1987)
 Pressiômetro – curva p x c
 Dilatômetro – Lutenegger (1988)
 Ensaio de placa – teoria da elasticidade,
retroanálise
Fonte: Prof. Alessander
SPT x CPT
12

10

Área 1 - SPT-1 - CPTu-3


8
Área 1 - SPT-2 - CPTu-5
q c = 0,23 N SPT
Área 1 - SPTT-1 - CPT-2
R 2 = 0,54
qc (MPa)

Área 1 - SPTT-2 - CPTu-1


6
Área 2 - SPT-1 - CPTu-2

Área 2 - SPT-4 - CPTu-3

Área 2 - SPT-7 - CPTu-1


4
Área 2 - SPT-8 - CPTu-4

Área 2 - SPT-11 - CPTu-7

Área 2 - SPT-14 - CPTu-8


2

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
N SPT

Fonte: Prof. Alessander


Módulo cisalhante - G 0,1 (MPa) E U (MPa)
0 50 100 150 200 250 0 200 400 600 800
0 0

2 2

4 4
Profundidade (m)

Profundidade (m)
6 6

8 8

10 10

12 12
Fonte: Prof. Alessander
350

300 B25T4
Loop1
Loop2
250
Gsec (MPa)

200
Carga (kN)

150 0 200 400 600 800 1000 1200

100
0

50 2

0 4
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45

Recalque
6

(cm)
2.5
8
2
10

1.5
12
G/G0,1

14
1

0.5

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45
Deformação de cavidade (%)

Fonte: Prof. Alessander


Conclusões

 Caracterização adequada do perfil


geológico-geotécnico importante para a
consideração de efeitos de interação solo-
estrutura
 A gama de ferramentas de investigação
disponível atualmente permite refinar a
estimativa de módulos de deformabilidade

Fonte: Prof. Alessander


Obrigado!

alessander@fugroinsitu.com.br

alessander@ufpr.br

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