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SIMONE ARAÚJO A ESTRATÉGIA CRIATIVA NOS ANÚNCIOS DE TELEVISÃO
Resumo
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SIMONE ARAÚJO A ESTRATÉGIA CRIATIVA NOS ANÚNCIOS DE TELEVISÃO
Abstract
The methodology chosen for its development was the quantitative method of
Analysis of Content. Writings of video in the main televising canals of these
countries, during the period of the week of the Passover of 2005, had been one
of the main instruments of retraction of data, as well as the use of a grate of
analysis for classification and ascertainment of the announcements.
With the research presented here one became possible to discover that,
through the televising advertising, too much similar and interesting aspects
between the two countries meet, although some important particularisations
also not to pass unobserved.
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Resume
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Dedicatória
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Agradecimentos
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Índice
RESUMO....................................................................................................................................... V
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 1
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Índice de Quadros
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Índice de Figuras
Figura 1 – Anúncio Jogo Santa Casa – Portugal.............................................................. 87
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Introdução
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Sem dúvida, por detrás de toda a criação publicitária deverá existir uma
estratégia de marketing: “não a formular previamente é por em perigo a eficácia
da criação” (Joannis, 1998, p.16).
Dentro deste campo, o termo “estratégia criativa” tem sido definido de vários
modos na literatura especializada. Para chegarmos a um bom entendimento do
termo em questão, é necessário compreender inicialmente os principais
conceitos que lhe dão origem.
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Sob outro ponto de vista apresentado em Frazer (1983) Laskey, Day, Crask
(1989) e Albright (1992), a estratégia criativa consiste na indicação de uma
direcção ao nível criativo sem contemplar os recursos ao nível do texto e da
imagem que serão utilizados.
Desse modo, pode-se dizer que implícita a toda a criação publicitária está uma
estratégia, isto é, um esforço de influenciar uma parte do mercado numa
determinada direcção. Portanto, não há criação publicitária sem definir primeiro
uma estratégia que estará subjacente ao trabalho. Uma vez desenvolvida a
estratégia criativa, mesmo que ainda não se saiba como será o trabalho criativo
– os títulos, o texto e imagem – já se tem o primeiro passo essencial para esta
criação: “creative strategy is the ‘ideia’ behind the advertising campaign”
(Albright, 1992, p.26).
Nos últimos anos, o consumidor passou a ser visto como um indivíduo com
motivações próprias e particularidades especiais, em que o seu comportamento
de compra está sujeita as suas necessidades mais profundas.
Uma outra classificação é a defendida por Laskey, Day e Crask (1989) e define
dois tipos de elementos motivadores: racionais ou emocionais. Dois termos são
igualmente utilizados para designar esta divisão: Publicidade Informativa e
Publicidade Transformativa.
Todavia, esta classificação não pretende sugerir que cada uma destas
tipologias – informativa e transformativa - sejam sempre utilizadas de forma
exclusiva. É possível classificar um anúncio como “principalmente informativo
ou transformativo”, uma vez que os dois elementos característicos podem
coexistir em cada anúncio (Puto e Wells, 1984, p.642).
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A Imitação é retratada por um testemunhal que pode ser apresentado por uma
celebridade ou por um desconhecido, com o qual os consumidores possam se
identificar e, por conseqüência, imitar. Ou seja, usar o mesmo produto que esta
pessoa esteja a anunciar.
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A única razão pela qual a PVU não é usada com mais frequência é porque as
marcas, na maioria das categorias de produto, são bastante homogéneas. Elas
não têm benefícios físicos para anunciar e, assim, são compelidas a utilizar
estratégias que favoreçam a posição mais peculiar e psicológica (Shimp, 2002,
p.262).
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Embora essa estratégia possa ser usada para anunciar literalmente qualquer
produto, ela parece funcionar especialmente bem com produtos que são
naturalmente associados às emoções. Por exemplo, alimentos, jóias,
cosméticos, roupas, refrigerantes e telefonia.
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O Uso da Emoção
Desse modo, à medida que um número cada vez maior de marcas aparece
numa mesma categoria de produtos e à medida que essas marcas são cada
vez mais semelhantes, torna-se mais indispensável que os anunciantes se
voltem para a emoção como a principal maneira de incentivar o público
consumidor a comprarem as suas marcas (Thorson, 2002, p.232).
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Utilizar a emoção como estratégia de venda é uma técnica que o criativo tem
que estar habilitado fazer, visto que a publicidade pretende provocar, de uma
forma ou de outra, esse tipo de emoções no receptor da mensagem. “Así,
consideramos la emoción como una etapa predisponente para el éxito del
mensaje publicitaria” (Cairrão, 2005, p.99).
Uma outra razão sugerida por Ming-Hui Huang (1998) para os aspectos
emocionais da publicidade global resulta de um estudo de emoções, em
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O Uso do Humor
O humor é uma técnica de criação da qual se fala muito e que tem grande
visibilidade televisiva. Em geral, o humor na publicidade é considerado
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Outro homem lendário do sector, David Ogilvy, também é um dos que se opõe
ao uso do humor na publicidade. ”As donas de casa não compram um novo
detergente porque o fabricante fez uma gracinha na televisão no dia anterior, e
sim porque ele promete um benefício” (Ogilvy, cit in Pierce, 2002, p.194).
Portanto, a questão é que o humor não tem valores universais, nem objectivos.
No entanto, há uma característica que todas as formas de humor parecem ter
em comum, que é a capacidade de revelação. Ou seja, quando funciona, o
humor proporciona reflexão e familiaridade nas pessoas e, por fim, faz as
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pessoas pensarem não só sem dificuldade, mas com prazer (Bullmore, 2002,
p.188).
O Uso do Sexo
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Em geral, o conteúdo sexual tem pouca chance de ser eficaz, porém quando
usado de forma apropriada, o conteúdo sexual é capaz de despertar atenção,
aumentar a recordação e criar uma associação favorável com o produto
anunciado (Ibidem, 2002, p.284).
O Uso do Medo
O Uso da Culpa
“The big Idea is the creative concept behind an advertisement that attracts
attention and creates a distinctive impression for the advertised brand in the
mind of receivers” (O’Guinn, Allen e Richard, 1997, p.274).
Ou seja, o conceito criativo é a chave que abre as portas das vendas das
campanhas publicitárias. É a sua mensagem que atrai a atenção e cria uma
memorização positiva da marca perante o consumidor.
A fase da criação de um conceito para uma campanha está envolvida por uma
grande carga de criatividade. O método de trabalho depende
fundamentalmente do tipo de profissionais, do tipo de organização e do tipo de
projecto que se está a desenvolver.
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Este último tipo de testemunho merece uma atenção especial, pois anunciantes
de todo o mundo pagam milhões de euros a celebridades na esperança de que
astros e estrelas contagiem, com seus encantos, os produtos e serviços que
recomendam, tornando-os mais atraentes e bem-sucedidos. Será que é uma
verba bem investida? Ao que tudo indica, nem sempre.
De acordo com esta análise, os dois factores mais importantes que parecem
influenciar a capacidade de chamar a atenção e memorização são a
popularidade da entidade usada e a facilidade com que ele é reconhecido nos
anúncios.
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Desse modo, existe até a tendência para recorrer àqueles que nunca irão criar
problemas: as celebridades mortas. A Diet Coke, a Hershey e a Levi Strauss,
entre outros, usaram várias vezes as imagens de Marilyn Monroe e James
Dean (Mehta, 1990, p.219).
Está bem claro que nem toda a celebridade que reluz é ouro, mas o seu poder,
sim. Se for bem usada, a publicidade com celebridades pode compensar em
termos de impacto e memorização.
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Contudo, não basta que a celebridade que aparece no anúncio seja lembrada,
é mais importante que a marca seja lembrada. Ao usar celebridades como
endossantes, os anunciantes precisam não só de as saber escolher, mas
também de como usá-las nos anúncios.
Dar força à mensagem é função dos elementos verbais e visuais que o criativo
escolhe para expressar a satisfação ou a promessa a comunicar ao leitor. E
esta força torna-se presente no momento da execução da mensagem
publicitária.
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O texto publicitário tem duas formas básicas: o texto racional e o texto emotivo.
O racional é o que se dirige à inteligência, isto é, ao conteúdo racional da
mente. Age pela persuasão, pela lógica dos factos. Informa, descreve o
produto, enumera as suas vantagens, justifica as razões por que deve ser
comprado (Sant’anna, 1998, p.162 e 163).
• Voz Off
• Música e Jingles
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Desde a sua origem até os dias de hoje, a publicidade brasileira sofreu grandes
mudanças, acompanhando as necessidades mercadológicas que
revolucionaram o mercado publicitário.
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Este processo foi financiado por cinco empresas: Sul América Seguros,
Antarctica, Moinho Santista e empresas Pignatari. Em troca deste
financiamento, foram cedidos espaços para a divulgação de produtos e marcas
destas empresas. Foi neste cenário de dependência de patrocínio que a
televisão brasileira nasceu e sobrevive até hoje (Cavalcanti, 2000).
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Diante disto, era preciso vender, antes de tudo, a ideia de que a publicidade é
um trabalho sério, honesto e útil à sociedade. No Brasil, este trabalho de auto
convencimento iniciou-se na década de 70, quando se multiplicou,
principalmente na região centro-sul, o número de agências de publicidade. As
associações profissionais passaram a oferecer, por sua vez, prémios para os
publicitários mais criativos (Soares, 1988, p.54).
ganha o primeiro Leão de Ouro brasileiro, com o anúncio ‘Homem com mais de
40 anos’, inaugurando uma tradição brasileira (Cavalcanti, 2000).
Até o final dos anos 80, a publicidade brasileira passa por várias
transformações: as duplas de criação que surgiram nos anos 70 passaram a
trabalhar em equipa, numa espécie de agência sem paredes, que integrou
Media, Planeamento e Criação.
A partir do final dos anos 80, a publicidade é bombardeada por todos os lados
com as novas tecnologias existentes e divide a sua importância com o
Merchandising, a Promoção, Assessorias de Comunicação, Bureaus gráficos e
Bureaus de media. A Internet conquista o seu espaço como media e as TVs
por assinatura tiram o espectador dos canais abertos. O consumidor brasileiro
conquista os seus direitos através do Código de Defesa do Consumidor, que
pode ser accionado, entre outras coisas, para denunciar a publicidade
enganosa de produtos.
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Deve ter sido caso raro, senão único na media mundial, um veículo adoptar
essa postura, que, invariavelmente, na sua implantação, contrariava grandes
interesses (Ibidem, 1999, p.110).
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Ninguém pode duvidar que a televisão promove eventos, cria e difunde modas.
No Brasil, a simples menção de um produto dentro de uma novela de sucesso -
o conhecido merchandising - pode acelerar as vendas além do previsto (Moran,
1984).
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O uso das cores na televisão, já uma realidade noutros países, realizou a sua
entrada em Portugal em 1976, com as emissões regulares a ter início a 7 de
Março de 1980, com o 17º Festival RTP da Canção (Traquina, 1997, p.57).
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Apesar de nos últimos anos ter se verificado uma evolução positiva, ainda há
gestores e empresários com uma postura visada ao retorno imediato em
detrimento do investimento em estratégias de longo prazo e, sendo assim,
sempre que surgem crises, a primeira medida tomada é reduzir as pessoas e a
publicidade (Brochand et al., 1999, p.69).
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Já no que diz respeito ao uso de celebridades, apesar de serem cada vez mais
pessoas do mundo do entretenimento e do desporto ligados a marcas e
produtos, essas ausências na publicidade portuguesa poderá estar ligada ao
elevado custo que implica a contratação de uma pessoa famosa e à não
comprovada rentabilidade desse investimento em termo de retorno de eficácia
(Ibidem, 2004, p.84).
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No seu estudo, Brown (2001) realizou uma análise comparativa para verificar
as possíveis diferenças nos anúncios publicitários destinados ao público infantil
e ao público adulto, veiculadas aos sábados pela manhã e à noite nos EUA. A
metodologia escolhida foi à análise de conteúdo em 20 spots televisivos, sendo
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uma semana, correspondente a uma data comercial forte nos dois países,
neste caso, a semana da Páscoa do ano de 2005.
A opção pela gravação dos anúncios durante este período justifica-se por ser,
em geral, uma época de ofertas e de comemorações de cariz familiar,
momentos propícios ao consumo e, portanto, à veiculação de mensagens
publicitárias na televisão. Trata-se, além disso, de uma ocasião festiva que
acontece nos dois países simultaneamente.
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Após esta selecção a amostra ficou constituída por 964 anúncios publicitários,
dos quais 659 eram repetidos, reduzindo assim a amostra para 305 anúncios
de conteúdos diferentes. Destes, 143 eram brasileiros e 162 eram portugueses.
1
Após a recolha dos dados, estes foram tratados na aplicação informática SPSS.14 (Statistical
Package for the Social Sciences).
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Ou seja, podemos dizer que Portugal mostrou uma tendência mais comercial
nos seus anúncios publicitários, divulgando mais produtos e serviços a serem
utilizados nesta época festiva, enquanto no Brasil os anúncios demonstram que
marcas procuraram reforçar a sua imagem institucional junto do consumidor.
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A duração média dos anúncios foi de 30 segundos, nos dois países. O Brasil
apresentou 69,9% dos seus anúncios incluídos nesta duração,
comparativamente a 34,6% dos anúncios portugueses.
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Nº de Nº de
Portugal Percent. Brasil Percent.
Anúncios Anúncios
Seguros
municipais gastam por volta de 400 milhões e a maior parte das campanhas
publicitárias oficiais de fundo social destinam-se ao esclarecimento da
população, como o programa de vacinação infantil e a prevenção da SIDA. De
uma forma geral, os órgãos governamentais dão preferência à TV para
veiculação das suas campanhas devido à cobertura massificada deste meio em
todo o país.
Outra categoria que apresentou uma diferença relativa foi a dos produtos
farmacêuticos. No Brasil, a percentagem foi de 4,2%, enquanto em Portugal
apresentou o valor de 1,2%. Uma explicação para tal, poderá estar na forma
como cada país aborda o tema da publicidade a medicamentos.
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3º - Fiat 11 3º - Continente 16
8º - Danone 8 8º - BES 12
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2- Lux
3- Renault
4- Nivea
5- Coca-cola
Entre as marcas mais divulgadas nos dois países durante o período analisado,
destacam-se a Colgate, Sabonete Lux, Renault, Nivea e Coca-Cola.
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Nº de Nº de
Portugal Percent. Brasil Percent.
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Entretenimento 10 6,2% 10 7%
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Conforto Material
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Bem-estar da família
Neste apelo, questões como saúde, harmonia e limpeza do lar são vistas como
as principais aspirações familiares do consumidor. O elemento identificador
deste tipo de apelo publicitário foi à presença constante das imagens em
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A banda sonora nestes anúncios foi sempre instrumental, num ritmo bastante
leve e animado, o que reforçava o tom de boa disposição familiar.
Eficácia do produto
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Este é um tipo de apelo que está ligado às questões financeiras que envolvem
o consumidor, assim como o conforto material. O principal elemento que
identificou este tipo de apelo nos anúncios portugueses foi, sem dúvida, o
discurso apresentado. Seja em voz off ou falado pelos protagonistas, no texto
percebe-se claramente as informações sobre os descontos ou como fazer
economia através do uso do produto.
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Nos dois países, o texto teve um papel fundamental nos anúncios, com as
imagens a funcionar apenas como um complemento visual. O uso do produto
nas imagens, por exemplo, foi percebido apenas uma vez nos anúncios
portugueses.
O anúncio brasileiro recorreu a efeitos especiais nas suas imagens, o que não
foi percebido, em nenhum momento, nos anúncios de Portugal.
Promoção
Em Portugal, pouco mais de metade dos anúncios com este apelo não recorreu
ao uso de protagonistas, utilizando neste caso o próprio produto. No Brasil
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Romance
Em Portugal, apenas um dos anúncios com este tipo de apelo não utilizou
protagonistas, fazendo do próprio produto o seu personagem principal. Os
restantes anúncios, inclusive os brasileiros, utilizaram um casal como
protagonista, o que contribui para reforçar a vertente emocional dos anúncios.
Sentir-se sedutor
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Apresentação do produto/
2 1,2% 3 2,1% 5 1,6%
serviço com assinatura
Apresentação do produto/
18 11,1% 10 7,0% 28 9,2%
serviço em utilização
Apresentação explicativa/
39 24,1% 37 25,9% 76 24,9%
descritiva do prod./serv.
Analogia entre o produto
2 1,2% 1 ,7% 3 1,0%
e uma referência remota
Solução de problemas -
2 1,2% 0 ,0% 2 ,7%
“antes e depois"
Solução de problemas -
11 6,8% 6 4,2% 17 5,6%
probl. menc. sol. apres.
Comparação sem
1 ,6% 1 ,7% 2 ,7%
mencionar marcas
Testemunhal – figura
0 ,0% 1 ,7% 1 ,3%
pública especial.prod.
Testemunhal – figura
0 ,0% 8 5,6% 8 2,6%
pública não espec. prod.
Testemunhal - especialista
2 1,2% 1 ,7% 3 1,0%
do produto não conhecido
Testemunhal –
3 1,9% 5 3,5% 8 2,6%
consumidor vulgar
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Nª de Nº de
Portugal Percent. Brasil Percent.
Anúncios Anúncios
9,9% Apresentação 7%
Videoclip 16 10
do prod. em util.
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Solução de Problemas -
Problema mencionado/ 11 6,8% 6 4,2%
solução apresentada
Portugal Brasil
Conceitos
Nº de Nº de
Percent. Percent.
Anúncios Anúncios
Apresentação do Produto
18 11,1% 10 7%
em utilização
Testemunhal –
3 1,9% 5 3,5%
Consumidor Comum
Testemunhal – Figura Pública
0 0% 8 5,6%
não especialista no produto
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Fantasia
Observamos que uma boa parte dos anúncios fez do uso da música,
especialmente do jingle. Verifica-se então que o jingle reforça a concepção de
um mundo imaginário e faz com que o espectador ingresse no interior desse
universo.
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Show Musical
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Um outro detalhe semelhante observado nos anúncios foi a forte presença dos
recursos sonoros. Seja através de uma banda sonora instrumental animada ou
da própria música dos cantores envolvidos, a ideia é transmitir o apelo de
diversão , reforçados com o uso dos recursos sonoros.
Videoclip
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Narração
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Boa
76 46,9% 53 37,1% 129 42,3%
disposição
Drama 3 1,9% 0 ,0% 3 1,0%
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O recurso de voz off foi usado em 89,5% dos anúncios brasileiros e 96,3% dos
portugueses, enquanto que o recurso voz real a presença foi de 44,8% dos
brasileiros e 37,7% dos portugueses.
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Uma possível explicação para estes dados poderá ser uma maior percentagem
de anúncios de higiene pessoal e alimentação em Portugal que, geralmente,
utilizam protagonistas de género feminino.
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Nº de Nº de Nº de
Percent. Percent. Percent.
anúncios anúncios anúncios
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Conclusão
Como ponto de partida para o trabalho empírico realizado foram lançadas duas
questões de pesquisa. Pretendia-se descobrir informação sobre as principais
semelhanças e diferenças encontradas nos apelos publicitários e nos conceitos
criativos utilizados nas mensagens publicitárias televisivas do Brasil e de
Portugal.
Portugal Brasil
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Para finalizar, há que se referir que esta pesquisa não deve ser considerada
como o fim de um processo, mas sim como uma etapa de desenvolvimento de
investigação que pretendemos aprofundar em futuros trabalhos.
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Bibliografia
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GAZETA MERCANTIL. (2004). Coluna de Ismael Pfeifer. p.34. Ano 212. Edição
Nº103. [Consultado em 07/10/ 2004].
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ANEXOS
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Número
1 - País 2 – Tipo
1 Portugal 1 Anúncio
2 Brasil 2 Teaser
Freqüência: Duração:
3 – Categoria
1 Alimentação 13 Perfumaria e cosmética
2 Audio e video 14 Político/social
3 Automóveis 15 Produtos de limpeza de casa
4 Banca e Seguros 16 Produtos para animais
5 Bebidas alcoólicas 17 Retalho
6 Bebidas não-alcoólicas 18 Serviços
7 Computadores e tecnologia 19 Snacks
8 Entretenimento 20 Telecomunicações
9 Produtos farmacêuticos 21 Turismo e Lazer
10 Higiene pessoal 22 Vestuário e Acessórios
11 Media 23 Outros
12 Mobiliário e decoração
4 – Marca
6 - Racional / emocional
1 Racional
2 Emocional
7 – Apelo
1 Alívio para a dor 17 Fazer economia/Poupança
2 Aventura 18 Fuga à Rotina
3 Bem-estar da família 19 Novidade
4 Bem-estar Espiritual 20 Pertencer a um grupo
5 Busca pelo poder econômico 21 Poupar tempo
6 Confiança na Marca 22 Preço
7 Conforto material 23 Promoção
8 Conveniência 24 Qualidade do produto
9 Cuidado com a aparência 25 Romance
10 Cuidado com a saúde 26 Sentir-se sedutor
11 Cuidar da Higiene pessoal 27 Ser admirado pelos outros
12 Diversão 28 Solidariedade
13 Eficácia do Produto 29 Tecnologia Avançada
14 Entretenimento 30 Ter Segurança
15 Estar na Moda 31 Ter Status
16 Facilidade de Pagamento 32 Outro
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SIMONE ARAÚJO A ESTRATÉGIA CRIATIVA NOS ANÚNCIOS DE TELEVISÃO
8 - Estratégia Criativa
1 Apresentação do produto/serviço com a assinatura
2 Apresentação do produto/serviço em utilização
3 Apresentação explicativa do produto/serviço
4 Apresentação descritiva do produto/serviço
5 Analogia entre o produto e uma referência remota
6 Solução de problemas “antes e depois”
7 Solução de problemas - “problema mencionado/ solução apresentada”
8 Comparação com um produto anterior da própria marca
9 Comparação com um produto sem mencionar marcas, mas induzindo a um ou vários
concorrentes
10 Comparação com um produto - menção explicita do produto concorrente
11 Testemunhal - Figuras públicas especialistas no produto
12 Testemunhal - Figuras públicas não especialistas no produto
13 Testemunhal - Especialistas do produto não conhecidos
14 Testemunhal - Consumidor Vulgar
15 Mascotes
16 Cenas do quotidiano
17 Narração
18 Personagem da marca
19 Insólito/ Inesperado
20 Utilizador tipificado ou dramatizado
21 Utilizador em caricatura
22 All Type
23 Show Musical
24 Fantasia
25 Videoclipe
26 Outro
10 - Som
9 - Tom
Sim Não
1 Humor 1 2 Banda Sonora
2 Boa disposição 1 2 Jingle
3 Drama 1 2 Voz off
4 Informativo 1 2 Voz Real
5 Suave
6 Outro
11 - Protagonista – Nº
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SIMONE ARAÚJO A ESTRATÉGIA CRIATIVA NOS ANÚNCIOS DE TELEVISÃO
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