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INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

LIDERANÇA 1 - GESTÃO PESSOAL

CAPÍTULO 1

TOPICO 1 - O PERFIL DO LÍDER QUE A IGREJA PRECISA

Um líder precisa ter, obviamente, o poder de liderar, de atrair outros para


acompanhá-lo, tanto pelo que diz e faz como pelo que ele é, como os
fundadores de nossas congregações religiosas. Isso por si só, porém, não é o
suficiente, porque o poder pode corromper e um líder pode tornar-se como
nossos ditadores modernos ou chefes de seitas, que levam os seus seguidores
à destruição e até mesmo ao suicídio em massa. Mas um líder deve ter também
a humildade de um seguidor, suficientemente gentil para reunir pessoas ao redor
dele, fazendo-as sentir seu valor e motivando-as a trabalhar juntas, delegando-
lhes seu poder.

Isso é bem diferente de muitos grupos cristãos que continuam se multiplicando


feito cogumelos, por causa de uma luta interior de poder e da falta de coerência
interior. Acima de tudo, um líder precisa ser uma pessoa de visão e
discernimento, que não apenas tem seus “seguidores” atrás dele e com ele, mas
que também os conduz confiante e alegremente para o que está à frente dele: o
Reino de Deus e Sua Glória, pois “por falta de visão o povo vive sem freios”
(Prov 29,18).

CARACTERÍSTICAS DE ALGUEM QUE VALE A PENA INVESTIR A VIDA

· Uma formação Espiritual básica

· Um bom caráter

· Integrado na vida da Igreja local

· Disposição para abrir mãos de seus direitos.

TÓPICO 2 - SENDO TREINADO ENQUANTO CAMINHA


Mentor é alguem que você mantém relaionamento e confia.

O mentoreamento é trabalho intencional. Dez características de um mentor:

1. Parece ter o que você precisa

2. Cultiva relacionamentos

3. Está disposto a dar uma oportunidade a você.

4. É respeitado por outros cristãos.

5. Tem uma rede de recursos.

6. É consultado por outros.

7. Fale e ouve

8. É coerente no seu estilo de vida

9. É capaz de diagnosticar seuas necessidades.

10. Está preocupado com os interesses do mentoreado.

TÓPICO 3 - OUVINDO A DEUS JUNTOS E PRATICANDO A


INTERDEPENDÊNCIA

Uma vez que estamos buscando as pegadas de Deus, cabe a nós buscar a
vontade de Deus, as palavras de Deus, as declarações de Deus, pois onde há
novas palavras de Deus, a voz de Deus está ali, e onde há os passos de Deus,
os feitos de Deus estão ali. Onde quer que haja a expressão de Deus, ali, Deus
aparece, e onde quer que Deus apareça, ali, existem o caminho, a verdade e a
vida. Na busca pelas pegadas de Deus vocês ignoraram as palavras de que
“Deus é o caminho, a verdade e a vida”. Assim, mesmo quando recebem a
verdade, muitas pessoas não acreditam que tenham encontrado as pegadas de
Deus e muito menos reconhecem a aparição de Deus.

Aqueles que não entendem a verdade sempre seguem os outros: se as pessoas


dizem que essa é a obra do Espírito Santo, você também diz que essa é a obra
do Espírito Santo; se as pessoas dizem que é a obra de um espírito maligno,
você também fica em dúvida ou diz que essa é a obra de um espírito maligno.
Você sempre papagueia as palavras dos outros e é incapaz de distinguir
qualquer coisa por si mesmo, e nem é capaz de pensar por si mesmo. Isso é
alguém sem uma posição, que é incapaz de diferenciar as coisas — essa
pessoa é um miserável sem valor! Você sempre repete as palavras dos outros:
diz-se hoje que essa é a obra do Espírito Santo, mas é provável que um dia
alguém diga que não é a obra do Espírito Santo, mas nada exceto atos do
homem — mas você não pode discernir isso, e quando testemunha isso ser dito
por outros, você diz a mesma coisa. Na verdade, é a obra do Espírito Santo,
mas você diz que é a obra do homem; será que você não se tornou uma
daquelas pessoas que blasfemam contra a obra do Espírito Santo? Dessa
forma, você não se opôs a Deus porque não consegue diferenciar as coisas?
Quem sabe, talvez, um dia apareça um tolo dizendo que “essa é a obra de um
espírito maligno” e, quando você ouvir essas palavras, você ficará perplexo e
mais uma vez preso pelas palavras dos outros. Toda vez que alguém gera
distúrbios, você é incapaz de manter sua posição e isso tudo porque você não
tem a verdade. Acreditar em Deus e perseguir o conhecimento de Deus não é
uma questão simples. Essas coisas não podem ser alcançadas simplesmente
reunindo-se e ouvindo a pregação, e você não pode ser aperfeiçoado apenas
pela paixão. Você deve experimentar, conhecer, e ter princípios em suas ações,
e ganhar a obra do Espírito Santo. Quando você tiver passado por essas
experiências, poderá diferenciar muitas coisas — você poderá distinguir entre o
bem e o mal, entre a justiça e a maldade, entre o que é da carne, do sangue e o
que é da verdade. Você deve ser capaz de distinguir entre todas essas coisas e,
ao fazê-lo, independentemente das circunstâncias, você nunca se perderá.
Apenas essa é a sua verdadeira estatura.

TÓPICO 4 - EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS QUE LEVAM À MATURIDADE DE UM


LÍDER
· Experiências Inéditas

Essas são as atitudes fundamentais que qualquer pessoa poderá dar em


resposta à graça oferecida por Deus para reconciliar o homem consigo mesmo
(2 Coríntios 5:18-19). Assim, ao aceitar a dádiva gratuita de Deus em Jesus
Cristo, passará da condição de morte espiritual para a de vida abundante com
Ele.

· Experiências Diversificadas

A vida plena que o homem tinha com Deus foi perdida no Éden, na queda pela
desobediência de Adão. E foi restabelecida completamente por meio da vida,
morte e ressurreição de Jesus Cristo. Por isso, todos que se aproximam de
Deus precisam crer Nele, e pela fé podem chegar à vida em Jesus Cristo
(Efésios 2:5). Essa nova vida se caracteriza por um relacionamento pessoal com
Deus, pela fé em Jesus.

CAPÍTULO 2

TÓPICO 1 - ETAPAS DE UMA REPRODUÇÃO SAUDÁVEL

Timóteo acompanha Paulo e Silas

Depois, Paulo chegou à região das cidades de Derbe e Listra, onde encontrou
certo discípulo chamado Timóteo. Ele era filho de uma mulher judia e que
também era uma discípula e o seu pai era grego. Os irmãos das cidades de
Listra e de Icônio falavam muito bem dele. Então Paulo, querendo levá-lo
consigo, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares
(pois todos sabiam que o pai dele era grego). E conforme passavam pelas
cidades, eles entregavam as decisões tomadas pelos apóstolos e pelos
presbíteros em Jerusalém, aconselhando-os a obedecerem a essas decisões.
Dessa forma as igrejas se fortaleciam na fé e cresciam em número a cada dia.
Eles passaram pelas regiões da Frígia e da Galácia, mas foram impedidos pelo
Espírito Santo de proclamar a mensagem na Ásia. Quando chegaram perto da
fronteira da Mísia, eles tentaram ir para a cidade de Bitínia, mas o Espírito de
Jesus não deixou que eles fossem lá. Então eles atravessaram Mísia e
chegaram a Trôade. Durante a noite, Paulo teve uma visão. Ele viu um homem
da Macedônia de pé que lhe implorava:

—Venha para a Macedônia e ajude-nos.

Logo depois de Paulo ter tido a visão, nós[a] imediatamente procuramos partir
para a Macedônia, pois concluímos que Deus nos tinha chamado para
proclamar as Boas Novas ao povo de lá.

TÓPICO 2 -TIMÓTEO MINISTRANDO SOZINHO

Primeira Experiencia de Timóteo ministrando sozinho

Consiste na terceira etapa de ima reprodução saudável. E a sua primeira


experiência é na cidade de Tessalônica.

A fundação da comunidade de Tessalônica se dará na “segunda viagem


missionária”, conforme o esquema do livro dos Atos. Pode ser chamada de
“primeira viagem missionária sob a responsabilidade de São Paulo”, porque foi
esta que ele empreendeu por responsabilidade pessoal, como membro enviado
pela comunidade de Antioquia da Síria. E seu roteiro não é diverso daquele
indicado pelos Atos 16-18. Depois de passar por Tarso, por Derbe, Listra, Icônio
e provavelmente por Antioquia da Pisídia, adoeceu, e por este motivo
evangelizou os gálatas. Somente depois é que viajou para noroeste em direção
de Troas, para embarcar para o território europeu, onde iniciou sua missão, com
a fundação de Filipos.

Assim diz o livro dos Atos, 16:

v. 11: “Tendo embarcado em Troas, rumamos direto para Samotrácia; depois, no


dia seguinte, chegamos a Neápolis;

v. 12: e de lá fomos para Filipos, cidade importante do distrito de Macedônia e


colônia romana. Nesta cidade passamos algum tempo”.
Este “algum tempo” está descrito em At 16,13-40.

Muitas coisas aconteceram em Filipos: São Paulo e companheiros conheceram


os futuros cristãos reunidos na beira do rio e houve a conversão de Lídia. Por ter
São Paulo expulso o espírito da jovem possessa que dava lucro a seu patrão,
ele e Silas foram presos e açoitados com varas. Este fato marcou São Paulo e
Silvano, que não o esqueceram, devido ao trauma, a humilhação, apesar dos
efeitos positivos na conversão do carcereiro e sua família, além de provocar a
compaixão da comunidade, que sentirá necessidade de apoiar sempre São
Paulo com ajudas posteriores, como também a comunidade de Tessalônica terá
conhecimento disto (1Ts 2,2). Finalmente libertados, partindo da cidade depois
de saudar Lídia e a comunidade.

CAPÍTULO 3

NOVOS LÍDERES, PARA UMA NOVA REALIDADE

TÓPICO 1 - A NECESSIDADE DE UM PAI ESPIRITUAL

Assim como em nosso viver natural os pais desempenham (ou deveriam


desempenhar) um papel de nos ajudar a crescer e amadurecer, a vida cristã tem
uma característica de maturidade semelhante.

Em 1 João 2.12-14, podemos perceber um roteiro de crescimento e


amadurecimento natural:

“Filhinhos, eu escrevo a vocês porque os seus pecados foram perdoados,


graças ao nome de Jesus. Pais, eu escrevo a vocês porque conhecem aquele
que é desde o princípio. Jovens, eu escrevo a vocês porque venceram o
Maligno. Filhinhos, eu escrevi a vocês porque conhecem o Pai. Pais, eu escrevi
a vocês porque conhecem aquele que é desde o princípio. Jovens, eu escrevi a
vocês, porque são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece, e vocês
venceram o Maligno.”

Aqui, o apóstolo João se dirige a três tipos de pessoas e torna-se evidente que
se tratam de três fases naturais da vida. De modo semelhante, vamos ver como
a mesma sequência pode ser aplicada na vida espiritual.

Começamos como filhinhos: ao compreender o evangelho e conhecer o Pai,


somos perdoados, redimidos, amados e entramos numa família cristã chamada
igreja. Depois nos tornamos jovens na fé, aprendemos a enfrentar provações e
ser fortes pela Palavra que permanece em nós. Por fim, caso perseveremos na
caminhada da fé, com mais maturidade, poderemos ser pais espirituais. Neste
sentido, é importante ressaltar que não se trata de idade física, ou de tempo de
conversão, mas sim de maturidade espiritual.

Na carta aos Coríntios, Paulo trata os membros da igreja como filhos amados e
apresenta-se como pai espiritual exemplar. Você pode não ter filhos naturais,
mas pode ser um pai espiritual, que revela a Paternidade de Deus.

· O pai espiritual é aquele que gera filhos em Cristo (1 Co 4:15)

a) Paulo diz: “Vocês podem ter muitos mestres que os ensinam, porém, não têm
muitos pais”. É uma relação estreita, sentimental, familiar e íntima. “Eu sou o pai
de vocês! Eu gerei vocês!”.

b) Há pais que não geraram filhos biologicamente, mas geraram no coração. Os


filhos espirituais também são gerados no coração. Essa relação é tão profunda e
gloriosa que o próprio Deus, como exemplo da Paternidade perfeita,
predestinou-nos para sermos Seus filhos maduros (Rm 8:14-16).

c) Aqueles que são pais naturais (biológicos ou não) devem gerar filhos duas
vezes. Esta segunda se refere à gerá-los espiritualmente. Devem conduzir os
filhos naturais à salvação em Cristo Jesus para que eles recebam a vida divina e
nasçam espiritualmente.

d) Aqueles que não têm filhos naturais não devem usar isso como desculpa para
não serem pais espirituais. A Bíblia não relata que Paulo tenha gerado filhos
biológicos, mas mostra que ele gerou muitos filhos espirituais para a glória de
Deus.
· O pai espiritual é aquele que dá exemplo aos filhos (1 Co 4:16)

a) Pais ensinam aos filhos não apenas pelo que dizem, mas, sobretudo, pelo
que fazem. Os filhos aprendem primeiro pelo exemplo, depois pelo que ouvem.

b) O exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas uma forma muito eficaz
de fazê-lo. Paulo era exemplo para seus filhos, eles poderiam imitá-lo porque ele
imitava a Cristo. (1 Co 4:15-16; 11:1). Pais espirituais são imitadores de Cristo e,
como um espelho, refletem e revelam-No aos filhos na fé.

c) Os pais espirituais ensinam enquanto praticam, enquanto vivem a vida divina.


Oram, santificam-se, são humildes, servem, guardam as Escrituras no coração
e as ensinam a todo momento enquanto caminham com Deus e com os filhos
espirituais. Ensinar no caminho é andar junto, ensinar enquanto faz, ser
referencial de maturidade (Dt 6:4-9).

Um pai espiritual é aquele que corrige os filhos (1 Co 4:14, 15, 21)

• Pais espirituais têm autoridade para confrontar e corrigir os filhos – foi o


que Paulo fez diversas vezes.

• Pais espirituais são conselheiros, amigos íntimos, companheiros de


oração, desenvolvem comunhão e discipulado.

• Pais espirituais precisam conhecer bem a Palavra de Deus, para ensiná-


la com segurança e para vivê-la de tal modo que influenciem seus filhos
na fé.

• País espirituais querem o bem de seus filhos, não que eles se percam.
Por isso os corrigem, a fim de aprendam e não permaneçam nos erros ou
pecados.

• Pais espirituais não expõem seus filhos de forma humilhante, seja em


particular, seja em público; antes, ensinam com firmeza e corrigem com
discernimento e temperança.
O pai espiritual é aquele que ama e cuida bem de seus filhos (1 Co 4:19,21)

• Pais espirituais cuidam com afeto dos filhos. Disciplinam, mas consolam.
Usam a vara, mas abraçam. Celebram com os filhos as vitórias e choram
com eles as tristezas. Sabem o momento de exortar e o momento de
encorajar.

• Pais espirituais são equilibrados em seu cuidado. Numa relação de


paternidade natural, quando há disciplina sem afeto, cria-se filhos
revoltados e amargurados; quando há afeto sem disciplina, cria-se filhos
mimados e imaturos. Do mesmo modo ocorre com os pais e filhos
espirituais. Disciplina sem afeto é brutalidade, afeto sem disciplina é
irresponsabilidade. Há momento para tudo.

• Pais espirituais demonstram amor em palavras, ações e no uso do tempo.


Eles se alegram quando veem os filhos espirituais e têm oportunidade de
estar perto; verbalizam o amor que possuem, mas não de forma natural,
carnal, pelo contrário, mostram que seu amor procede de Deus; dedicam
tempo a ouvir e conhecer as dificuldades dos filhos espirituais e
perseveram em oração para que permaneçam em Cristo, cresçam e
amadureçam.

TÓPICO 2 - OS DESAFIOS DA LIDERANÇA ESPIRITUAL

Quem é suficiente para a tarefa de líder espiritual? O homem que lidera o


rebanho de Cristo precisa de pelo menos duas qualidades raras: um coração
compassivo e também nervos de aço. Ninguém está bem equipado para guiar
os santos de Deus na terra, a menos que ele tenha dois lados aparentemente
contraditórios em seu caráter. Ele precisa ser pleno ao amar todos aqueles que
são o povo de Cristo, e imutável em sua adesão aos princípios da Palavra de
Deus.

Que tenha compaixão

Uma boa liderança exige sabedoria para saber o que é importante e o que é
insignificante. Os fariseus eram firmes em criticar a oposição a qualquer
mudança em suas tradições. Mas suas tradições eram feitas pelo homem e não
dadas por Deus. Eles estavam mais preocupados com a hortelã, o anis e outras
ervas do que com os assuntos maiores exigidos por Deus, como justiça,
misericórdia e fé (Mt 23.23). Eles transformaram marolinhas em tsunâmis, e
tsunâmis em marolinhas. Esta é sempre uma marca de má liderança.

Piedade

A boa liderança começa quando as pessoas aprendem a liderar a si mesmas. O


bom líder ordena primeiro sua própria vida nos caminhos de Deus e piedade. O
segredo de um homem piedoso é que ele passa um tempo com Deus em
secreto. O líder fraco é responsável por coisas menores. O bom líder está antes
de tudo preocupado em conhecer, entender e fazer a vontade de Deus, em vez
de se conformar às opiniões do povo. Como Moisés, o bom líder passa um
tempo no topo da montanha, mantendo comunhão com Deus.

O primeiro dever do líder espiritual é ver se aqueles que o seguem são


adequadamente ensinados na Palavra de Deus. A teologia é a rainha das
ciências e a essência de todo conhecimento verdadeiro. Portanto, a maior
preocupação do homem espiritual é garantir que seu rebanho esteja bem
fundamentado na Verdade. Coisas difíceis devem ser explicadas em linguagem
simples. As verdades profundas devem ser esclarecidas o máximo que
pudermos. Nosso povo é santificado pela Verdade (Jo 17.17). Portanto,
devemos procurar abrir a verdade da maneira mais clara possível.

Que suporte sozinho

Bons líderes são homens solitários nesta vida. Eles devem aprender a andar
com Deus e a não serem populares entre todos. Essa é uma disciplina dolorosa,
na qual não se pode confiar. Alguns líderes na igreja terão um círculo de
admiradores que os apoiarão ao longo do caminho. O conforto é que eles
podem desfrutar do sorriso ou de seu círculo interno. Mas há um preço a pagar.
Eles sabem que deverão manter o sorriso no rosto de seus seguidores, mesmo
que isso vai ser feito à custa da verdade e da justiça. O sábio líder cristão deve
ter amigos e conselheiros, mas nunca devem ter favoritos. Um favorito é aquele
que é mais respeitado do que o resto, porque recebe um status mais alto na
congregação. Mas não somos daqueles que estão atrás da “honra das pessoas”
(Tg 2.1).

Que seja de coração inteiro

Um verdadeiro líder espiritual se dedica inteiramente ao seu trabalho como


servo de Deus. O líder fraco trabalha apenas até onde for conveniente. Todo
homem deve ter um tempo ou descanso. Mas há uma diferença aqui também. O
líder fraco descansa para desfrutar de seus próprios prazeres. O verdadeiro líder
continua sendo apenas mais eficiente em seu trabalho. Ele descansa, para que
ele possa renovar suas forças e subir mais alto nas asas de uma águia (Is
40.31).

A marca de um líder é que ele deve liderar. A medida de um líder é calculada na


extensão em que leva seus liderados na direção certa. Se todos os que afirmam
pregar o evangelho liderassem suas congregações da maneira correta, a
Escócia seria um lugar diferente. A tarefa do líder espiritual é mostrar sua
miséria antes que ela mostre conforto. Pregar é apenas uma verdadeira
pregação quando começa contando que as pessoas estão arruinadas, perdidas
e desamparadas. Nenhum pregador tem liberdade para dar segurança ou
conforto àqueles que não creem em Cristo. É traição à Palavra de Cristo dar
esperança do céu a quem não se arrependeu e veio até Jesus de coração
partido. Dizer isso não é algo popular; mas nosso dever como líderes espirituais
não é cortejar popularidade.

Que fale a verdade

Nenhuma bênção maior poderia chegar à nossa nação do que uma nova
geração de líderes espirituais que deveria ser levantada por Deus. Eles não
precisam ser necessariamente especialistas acadêmicos. Nem todos os
apóstolos vêm desta categoria de acadêmicos. Eles precisaram ter a coragem
de falar a verdade para aquela geração.

CAPÍTULO 4

CONSTRUINDO UMA LIDERANÇA EXCELENTE

TÓPICO 1 - PADRÕES DE CONDUTA PARA OS LÍDERES NUMA IGREJA


LOCAL

Um líder oferece uma nova perspectiva, inspirando-nos a abandonar nosso


estreito campo de visão. Quando estamos preocupados com os nossos
interesses pessoais – seja eles pequenos ou grandes -, um líder envia um
despertador, alertando-nos para buscar as verdadeiras prioridades da vida.

A liderança genuína deve oferecer às pessoas uma visão de longo prazo que
impele suas vidas com significado; deve apontá-los em uma nova direção e
mostrar como todas as suas ações são uma parte indispensável de um todo
maior.

Não basta que nossos líderes nos ensinem a ser produtivos ou eficientes; eles
precisam nos inspirar a mudar ou melhorar o mundo de uma maneira produtiva e
significativa (se você almeja a liderança, precisa ser essa pessoa). E isso cria
um senso de urgência convincente: para cumprir essa visão da vida.

O RETRATO DO VERDADEIRO LÍDER

· UMA VIDA PESSOAL SAUDÁVEL NOS RELACIONAMENTOS


DEFINIDOS DA IGREJA (v.2a-3).

· UMA VIDA FAMILIAR SAUDÁVEL E FIRMEZA NA ADMINISTTRAÇÃO


DA SUA PRÓPRIA CASA (vv.2, 4 e 5)

· MATURIDADE ESPIRITUAL - O LÍDER NÃO PODE SER UM NOVO


CONVERTIDO OU BEBÊ ESPIRITUAL (v.6)

· BOM TESTEMUNHO DOS DE FORA (v.7)

TÓPICO 2 - QUALIFICAÇÕES DOS LIDERES AUXILIARES DA IGREJA


Seja qual for o ministério, a Palavra de Deus sempre é e será necessária! Ela
sempre deve estar lá nos ensinando a viver e como fazer qualquer coisa!

Ela é o nosso princípio, nossa regra de fé e de prática!

Ao ver as necessidades do povo de Deus, o sacerdote Esdras dispõe seu


coração a ensinar a lei do Seu Deus (que antes dedicou-se a aprendê-la).

Aqueles líderes cristãos que tem conhecimento da lei de Deus e praticam o que
sabem, tem autoridade para ensinar também (Mt 7: 28-29; Lc 6: 46-49).

Esdras não foi um sacerdote omisso e nem desleixado com sua missão e seu
ministério (Lc 9:62). Esdras teve zelo e atenção, valorizou tanto seu aprendizado
quanto o ensino da Palavra de Deus.

Tudo o que Esdras recebeu, isto também praticou, amando a Deus, praticando
suas leis, e depois ensinando ao povo da mesma forma (Ed 7:10; Ne 8: 1-3).

Nós também somos sacerdotes de Deus e desfrutamos do privilégio de


conhecer Sua rica Palavra e de também praticá-la e ensiná-la (1Pe 2: 9,10).

Tenha zelo e amor para com Deus e Sua Palavra, e assim então, por meio da
mesma Palavra, aprenda a desenvolver o perfil de um líder evangélico dentro do
ministério para o qual você foi chamado, assim como Esdras foi para cumprir a
missão à ele confiada.

CAPÍTULO 5

O DESENVOLVIMENTO PESSOAL DO LÍDER

TÓPICO 1 - O CAMINHO DA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE

O caminho da verdadeira espiritualidade é um processo de libertação interior, no


qual tudo está debaixo do poder da nossa liberdade e nada mais poderá nos
impedir de sermos livres no nosso agir. Na espiritualidade, então, percebemos
que é necessário superar as ideologias mágicas que não realizam nada em nós.
Por exemplo, a espiritualidade dos perfumes, das cores, do incenso queimado
ou das novenas feitas somente pelo intuito de receber a graça e nada mais. São
espiritualidades vazias e sem fundamento. É preciso que o Espírito encontre em
nós uma resposta e se faça carne.

Deus nos dá um espaço de tempo para vivermos a nossa espiritualidade, e


somente nesse espaço de vida que somos chamados a realizar o seu projeto de
amor. Não há nada de reencarnação e de caminhos de volta para nos purificar e
chegar assim à iluminação. É aqui e agora que a nossa vida deve se realizar.
Não há outras vidas nem outra existência, a não ser a vida eterna que se
conquista no dia a dia duro e difícil do nosso carregar a cruz, e na luta sem
trégua contra o mal que está dentro e fora de nós.

TÓPICO 2 - ÁREAS CHAVES NAS QUAIS O LÍDER CRISTÃO DEVE


CRESCER

Esdras dispôs o seu coração a buscar a lei do SENHOR.

O sacerdote Esdras vivia em um tempo de crise em Israel.

Esdras sabia o motivo pelo qual o povo israelita havia sofrido este cativeiro, que
era devido ao seu desprezo a Deus e consequente inclinação de seu coração à
idolatrias e práticas pecaminosas. Esdras então dispõe o seu coração a voltar-se
para Deus, e então começa a estudar Sua lei, a fim de consagrar sua vida ao
Deus de Israel. Esdras entende que, ao voltar seu coração para amar a Deus e
estudar Sua Palavra, acha uma coisa muito boa. Então começa a se preparar
para também transmitir isso aos israelitas que voltavam do cativeiro.

CAPÍTULO 6

O DESENVOLVIMENTO RELACIONAL DO LÍDER

TÓPICO 1 - DIRETRIZES PARA TRATAMENTOS ADEQUADOS

Em 1 Tm 5: 1-2, Paulo orienta como deve ser o tratamento que Timóteo deve ter
em relação a exortação dos membros da congregação. Paulo estabelece a
figura da família como modelo de relacionamento que orienta o convívio no
contexto comunitário. Quando a igreja local não é encarada como uma grande
família, ela falha em sua missão.

Assim, Paulo apresenta categorias de pessoas, dividindo-as em faixas etárias:


anciãos, senhoras, rapazes e moças. Depois, separa as viúvas em um grupo e
os líderes em outro, pois para cada categoria de pessoas, Timóteo deveria trata-
los com caridade, sem segundas intenções.

Assim é hoje o trabalho do líder espiritual, continuar seguindo as orientações de


Paulo no seguinte ao aconselhamento e discipulado:

Ancião: ao corrigir o homem idoso, a orientação é não ser áspero, mas gentil,
como se falasse ao próprio pai. Quando preciso aplicar uma correção, a pessoa
deve ser chamada a parte e tratada com tato, pois a base para um
relacionamento saudável na casa de Deus é o amor recíproco. Na família de
Deus, aquele que instrui não está acima nem abaixo de quem é instruído;

Rapazes: devem ser exortados como irmãos, de forma gentil e com mansidão;

Senhoras: aqui, a prudência é importante; requer sabedoria, graça, respeito e


afeição;

Moças: devem ser corrigidas como irmãs. Quando o líder vê as mulheres da


igreja como membros da família, irá trata-las com pureza, respeitando-as,
protegendo e auxiliando em seu desenvolvimento espiritual.

TÓPICO 2 - TRATAMENTO AOS LÍDERES

Paulo ensina a Timóteo que o trabalho dos presbíteros (líderes principais da


congregação) deve ser reconhecido, pois são dignos de dupla honra (1 Tm 5:
17-25), que significa o respeito por governar bem a casa de Deus e o reembolso
financeiro adequado por cuidar com diligência da casa de Deus. Por isso,
deveriam ter crédito de confiança, a não ser que alguma acusação fosse
comprovada por diversos depoimentos.

Quando uma acusação ao líder é comprovada e o mesmo persiste em seu


pecado, o líder deve ser repreendido publicamente, para que os outros também
tenham temor. Quando os líderes da igreja pecam e ficam impunes, os membros
da igreja podem erroneamente querer justificar seus próprios pecados.

Outro motivo é porque quando o pecado é acobertado, tira a possibilidade da


pessoa se arrepender genuinamente.

A Bíblia ordena a exposição pública para levar a todos os cristãos a refletir sobre
a seriedade do pecado em relação ao serviço cristão.

Convém ressaltar que este ato não deve ser para exclusão, mas para
restauração.

Nossa postura como homens de Deus deve ser marcada pela ética. Devemos
agir com cautela, sem julgamentos ou opiniões pré-formadas. Quando o pecado
de alguém se mostra evidente, torna-o inapto para a liderança. Paulo instrui a
escolher os líderes cuidadosamente, pois a avaliação apressada pode significar
um exame superficial, tanto dos pecados quanto das boas qualidades. É muito
melhor para a igreja quando os líderes são escolhidos com cuidado e oração.

TÓPICO 3 - O CONTRASTE ENTRE PIEDADE E GANANCIA

Em 1Tm 6: 3-10 Paulo reforça o tema dos falsos mestres, orientando Timóteo
acerca deles.

O principal ensino de Paulo aos líderes é uma conscienciosa atenção quanto ao


dinheiro e a prioridade.

Os falsos mestres são fascinados por controvérsias, invejosos, provocadores,


motivados pela facilidade de ganho financeiro e interesse comercial da fé. O
problema dos falsos mestres é que queriam mesmo ser ricos, transformando a
vocação espiritual em um mero negócio. O dinheiro em si não é mau, o
problema é quando se torna objeto de desejo; o amor ao dinheiro traz o
afastamento da fé genuína. Devemos nos concentrar naquilo que Deus já
permitiu que tenhamos, nos recusar a cobiçar o que os outros podem ter e dar
graças a Deus por cada uma de suas dádivas. Aos líderes que pensam que a
piedade é fonte de lucro e bens materiais, Jesus os exorta ao contrário,
ensinando que a verdadeira espiritualidade só é possível quando somos livres
do sentimento de querer levar vantagem em nome do sagrado.

TÓPICO 4 - COMEÇANDO BEM, CORRENDO BEM, TERMINANDO BEM

Paulo sabia que Timóteo havia começado bem, e precisava ter boas ações
práticas no presente, mas com seu olhar voltado para o futuro ( 1Tm 6:11-16 e
20-21), fugindo do desejo por bens materiais, do amor ao dinheiro e cultivando a
justiça, piedade, fé, amor, perseverança e mansidão. Esses elementos resumem
o caráter cristão, do qual Timóteo como líder, deveria ser exemplo.

O fato de Timóteo fugir da obsessão por bens materiais e desenvolver as


virtudes de caráter, mostra que o caminho do discipulado não é de acomodação,
mas de consagração, compromisso e dedicação.

Assim como Timóteo, os líderes da casa de Deus devem manter a


perseverança, com discernimento e sabedoria em relação ao chamado de Deus.
Se assim fazem, estão correndo bem e terminando bem.

Deus procura homens e mulheres cuja vida seja caracterizada por


contentamento e coração sincero. Ter uma vida pura não é opcional, mas sim
uma ordem a ser obedecida. A busca por uma vida santa e irrepreensível deve
ser uma jornada por toda a vida.

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