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PROF.DR.

JENALDO ALVES DE ARAÚJO

DISCIPLINA: LINGAUGEM E REDAÇÃO


JURÍDICA
DA DISSERTAÇÃO
TÓPICO FRASAL

Definição: É a ideia central do parágrafo é


enunciada por meio de um período
denominado tópico frasal (também chamado
de frase-síntese ou período tópico). Esse
período, em provas e concursos, deve ser escrito
no começo do parágrafo a fim de orientar ou
governar o conteúdo global do parágrafo, afinal,
dele nascem outros períodos secundários ou
periféricos.
Como a tese, o tópico frasal é enunciação
argumentável, afirmação ou negação que
leva o leitor a esperar mais do escritor (uma
explicação, uma prova, detalhes, exemplos)
para completar o parágrafo ou apresentar um
raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é
enunciação que pressupõe desdobramento ou
explicação.
Os textos são produzidos em formas de
parágrafos e estes possuem uma ideia
principal, central ou nuclear, as quais se
agregam as ideias secundárias que serão
desenvolvidas no decorrer de sua produção,
servindo para completar, explicar, comentar e
rever a ideia-núcleo.
A ideia central de um parágrafo é
denominada tópico frasal. Assim sendo, o
tópico frasal é a oração que introduz a
ideia central que será desenvolvida no
parágrafo, seja em texto dissertativo,
descritivo ou narrativo.
É uma maneira prática e eficiente de
estruturar um parágrafo, por expor, já de
início, a ideia que o autor do texto quer
passar, sendo reforçada pelos períodos
subsequentes. O tópico frasal geralmente
vem no início do parágrafo e pode aparecer
sob diferentes formas.
OS DIFERENTES TIPOS DE TÓPICO
FRASAL
Existem diversas possibilidades para iniciar
um texto dissertativo, por isso, há várias
formas de organização de tópico frasal.
Os modos de iniciar um parágrafo dependem
de vários fatores, tais como a ordem das
ideias, a ênfase que o autor quer dar, a sua
intenção, os questionamentos que pretende
suscitar, etc. Acompanhe alguns exemplos de
tipos de tópico de frasal a seguir:
DECLARAÇÃO INICIAL
O autor do texto faz uma declaração forte, capaz
de surpreender o leitor, afirmando ou negando
algo de início e, em seguida, justifica e comprova
a afirmação com os seus argumentos, sejam
estes comparações, exemplos, testemunhos de
autores, dentre outros. Exemplo:
“É um grave erro a liberação da maconha.
Provocará de imediato violenta elevação do
consumo. O Estado perderá o precário
controle que ainda exerce sobre as drogas
psicotrópicas e nossas instituições de
recuperação de viciados não terão estrutura
suficiente para atender à demanda.”
DEFINIÇÃO
Uma forma simples e muito usada, a definição
possui característica didática. Exemplo: “O mito,
entre os povos primitivos, é uma forma de
se situar no mundo, isto é, de encontrar o
seu lugar entre os demais seres da
natureza.
É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a
toda reflexão e não-crítico de estabelecer
algumas verdades que não só explicam
parte dos fenômenos naturais ou mesmo a
construção cultural, mas que dão, também,
as formas da ação humana.”
CONTRASTE
Apresentação de elementos que formam uma
oposição. Exemplo: “De um lado,
professores mal pagos, desestimulados,
esquecidos pelo governo. De outro,
gastos excessivos com computadores,
antenas parabólicas, aparelhos de
videocassete. É este o paradoxo que vive
hoje a educação no Brasil.”
INTERROGAÇÃO
A pergunta serve para despertar a atenção do
leitor para o tema, sendo respondida ao longo da
argumentação. Exemplo: “Será que é com
novos impostos que a saúde melhorará no
Brasil? Os contribuintes já estão cansados
de tirar dinheiro do bolso para tapar um
buraco que parece não ter fim[…]”.
Podemos dizer que a dissertação é um tipo de
texto. Ela é a base estrutural de vários gêneros
discursivos que têm, entre outras finalidades,
refletir e informar alguém a respeito de um
assunto.
COMO ESCREVER UM BOM TÓPICO FRASAL
1.) DECLARE A IDEIA PRINCIPAL COM CLAREZA.
Como o tópico frasal provavelmente será a primeira
frase do parágrafo, ele deverá indicar claramente o
assunto a ser abordado a seguir e não pode ser
prolixo ou difícil de entender. Ele deverá incluir o
tema do parágrafo e uma opinião ou ideia central.

2) MANTENHA O TÓPICO FRASAL EQUILIBRADO


ENTRE IDEIAS ESPECÍFICAS E GERAIS. O tópico
frasal deverá conectar o parágrafo à declaração de
tese da dissertação. No entanto, você precisará
garantir que tal frase não seja muito ampla nem
limitada demais: é necessário equilíbrio.
3.) PRENDA A ATENÇÃO DO LEITOR. Um
dos muitos papéis do tópico frasal é atrair os
leitores. Levante questões na cabeça do leitor
que você pretenda responder em seguida.
Uma forma eficaz de colocar isso em prática é
situando o leitor diretamente na ação. Isso
vale tanto para as dissertações de ficção
quanto para as de não ficção, e pode ser
realizado de diversas formas.
4.) MANTENHA A FRASE CURTA E
AGRADÁVEL. O tópico frasal deverá
apresentar sua intenção, sem fazer com que
o leitor precise tentar descobri-la.
Manter a frase curta(até cinco linhas) ajudará
a deixar clara a intenção do parágrafo. Ele
deverá agir como um meio-termo: ser um
pouco mais específico do que a tese, mas não
abranger todas as informações do parágrafo.
Uma frase curta também contribuirá para o
fluxo do parágrafo.
5.) DÊ UMA OPINIÃO RAZOÁVEL. O corpo do
parágrafo deve comprovar o tópico frasal. Portanto, o
tópico frasal precisará indicar algo em que você
pense ou acredite e que possa ser sustentado por
ideias concretas. Você poderá incluir uma opinião,
mas faça isso apenas se for capaz de sustentá-la no
decorrer do parágrafo.
Por exemplo: "O cultivo de ervas aumentará seu
apreço pelos ingredientes frescos". O termo
"aumentará seu apreço" afirma algo em que você
acredita, e agora você deverá passar o restante do
parágrafo explicando o porquê de acreditar em tal
coisa.

 
6.) USE O TÓPICO FRASAL COMO UMA
TRANSIÇÃO. Essas frases também
funcionam como transições que ajudam a
orientar os leitores por meio da
argumentação, evitando que se percam no
texto. Pense nelas como uma "ponte" entre a
ideia principal do parágrafo anterior e a ideia
principal do próximo parágrafo
DA DISSERTAÇÃO
A dissertação é redigida em prosa, ou seja,
estruturada por períodos e parágrafos
(diferentemente de um poema ou de uma música,
por exemplo, os quais são estruturados em
versos e estrofes). A estrutura da
dissertação deve apresentar, no mínimo, três
parágrafos: introdução, desenvolvimento e
conclusão.

O objetivo da dissertação é informar o leitor


a respeito de um assunto, expor dados,
pesquisas e a opinião de profissionais que
possam esclarecer os leitores sobre o tema na
sociedade.
O autor da dissertação tem condições de
analisar o eixo temático, expondo pontos
positivos e negativos a respeito do
assunto para que, assim, o leitor informe-se e
posicione-se individualmente.
Isso significa que não há opinião pessoal
do autor na Dissertação, mas, sim,
elementos que possam contribuir para que o
leitor reflita criticamente e formule seus
pontos de vista.
ESTRUTURA DO TEXTO
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
A apresentação e defesa da tese desenvolvem-se por
meio da estrutura textual típica de introdução,
desenvolvimento e conclusão.

INTRODUÇÃO 
Na introdução ocorre a apresentação de um assunto e
de uma tese que será defendida sobre esse assunto.
Assim, após a identificação de um problema num
determinado assunto, é apresentada a tese de forma
clara e objetiva, sendo essencial que esta esteja bem
definida e delimitada. A reflexão crítica sobre a tese
e sua argumentação serão feitas no desenvolvimento
do texto.
Os diversos argumentos deverão ser
sustentados com exemplos e provas que
os validem, tornando-os indiscutíveis,
como:
Fatos comprovados;
Conhecimentos consensuais;
Dados estatísticos;
Pesquisas e estudos;
Citações de autores renomados;
Depoimentos de personalidades renomadas;
Alusões históricas;
Fatores sociais, culturais e econômicos.
Essas estratégias argumentativas validam os
argumentos, dotando-os de autoridade,
consenso, lógica, competência e veridicidade.
Assim, os leitores não só refletem sobre
estes, como ficam obrigados a concordar com
os argumentos, sem hipótese de os rebater.
Além disso, diversos recursos de linguagem
podem ser usados para captar a atenção do
leitor e convencê-lo da correção da tese,
como a utilização de uma linguagem formal,
de perguntas retóricas, de repetições, de
ironia, de exclamações,…
CONCLUSÃO
Na conclusão há a retoma e reafirmação da
tese inicial, já defendida pelos diversos
argumentos apresentados no
desenvolvimento. Pode ocorrer a
apresentação de soluções viáveis ou de
propostas de intervenção.
A conclusão aparece como um
desfecho natural e inevitável visto
o pensamento do leitor já ter sido
direcionado para a mesma
durante a apresentação dos
argumentos.
MODELO DE UMA ESTRUTURA DE
DISSERTAÇÃO
1. LEIA O TEMA COM ATENÇÃO:
O tema é oferecido por todos os vestibulares
concursos , e você deve ficar muito atento àquilo
que é solicitado. Quando o candidato é bem
informado e possui conhecimento prévio sobre o
assunto, certamente terá muito mais facilidade
para escrever. Mas quando pego de surpresa, a
coletânea pode ser uma verdadeira “tábua de
salvação”, assim como o cuidado com o tema
proposto.
2. ATENÇÃO AOS SENTIDOS DO TEMA:
Leia o tema não apenas de maneira
denotativa, mas também de maneira
conotativa, isto é, vá além dos significados
que pretensamente estão contidos na
superfície do tema. Leia nas entrelinhas, tente
extrair o máximo possível do tema proposto.
3. DELIMITE O TEMA: Esse é um passo
importante para a compreensão do tema.
Reestruture-o com suas próprias palavras,
essa é uma técnica que pode ajudar você a
interpretar aquilo que é solicitado. Delimitar
significa também não extrapolar aquilo que é
pedido, erro que muitos candidatos cometem
e, por isso, acabam por cometer exageros de
interpretação.
4. SAIBA COM ANTECEDÊNCIA QUAL É O
OBJETIVO FINAL DE SEU TEXTO: Para
saber o objetivo final de seu texto, faça um
breve esquema hierarquizando suas ideias,
pois essa técnica ajudará na definição do
propósito de seus argumentos previamente
elencados.
5. REFLITA SOBRE OS ARGUMENTOS
ENUMERADOS NO ESQUEMA: Ao refletir
sobre os argumentos com antecedência, você
poderá escolher aqueles que mais condizem
com o tema, evitando assim a fuga ao
assunto, erro que pode descontar muitos
pontos de sua redação.
Então, seja cauteloso em sua dissertação quanto
aos seguintes pontos:

a) VERBOS: os verbos devem estar em terceira


pessoa, ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas.

b) LINGUAGEM: é formal, logo, obedece às


normas gramaticais. Dessa forma, empregos de
expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e
gírias estão excluídas, tais como: tá boa, o bofe
lá, tampá o sol com a peneira, ninguém merece,
isso está cheirando mal, sem noção, camarada,
etc.
c) PALAVRAS: devem ser usadas no seu sentido
denotativo, literal, ou melhor, no que consta no
dicionário. Deixe o sentido figurado para as
poesias e outros tipos de textos.
d) EXPRESSÕES: é comum lermos: eu acho, na
minha opinião, de acordo com que penso a esse
respeito, em redações dissertativas. No entanto,
essas colocações são redundantes, pois é um
texto que mostra o ponto de vista do autor em
relação a um fato. Então, é redundante usar tais
expressões, mesmo porque deve-se manter a
terceira pessoa do discurso.
e) PERÍODOS: devem ser objetivos e claros.
De preferência, mais breves, pois períodos
muito longos geram confusão. Aproveite e
verifique se a pontuação está correta: se o
ponto final está presente em cada ideia
finalizada! Estará errada se as orações
estiverem emendadas por vírgulas,
ocasionando o período longo e confuso.
f) ESTRUTURA: observe aqui a
paragrafação, ou seja, a divisão
por parágrafos e também se há
introdução, desenvolvimento e
uma boa conclusão. Muitas vezes,
esta última parte é esquecida!
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA A
ALABORAÇÃO DE UMA BOA
DISSERTAÇÃO
1.Só abordar na introdução e na conclusão o
que realmente estiver no desenvolvimento;
2. Evitar períodos muitos longos ou
sequências de frases muito curtas;
3. Evitar, nas dissertações tradicionais,
dirigir-se ao leitor;
4. Evitar as repetições exageradas e umas
próximas das outras, tanto de palavras,
quanto de informações;
5. Manter-se rigorosamente dentro do tema;
6. Evitar expressões desgastadas, "batidas";
7. Utilizar exemplos e citações relevantes;
8. Não usar religião como argumento;
9. Fugir das palavras muito "fortes";
10. Evitar gírias e termos coloquiais;
11. Evitar linguagem muito rebuscada;
12. Evitar a argumentação generalizadora e
baseada no senso comum;
13. Não ser radical;
14. Ter cuidado com palavras duvidosas
como coisa e algo, por terem sentido vago;
preferir elemento, fator, tópico, índice, item,
etc.
15. Após o titulo de uma redação não colocar
ponto;
16. Não usar chavões, provérbios, ditos
populares ou frases feitas;
17. Não usar questionamentos no texto,
sobretudo na conclusão;
18. Jamais usar a primeira pessoa do singular ou
plural, a menos que haja uma solicitação do
tema;
19. Repetir muitas vezes as mesmas palavras
empobrece o texto; lançar mão de sinônimos e
expressões que representem a ideia em questão;
20. Somente citar exemplos de domínio público,
sem narrar seu desenrolar, fazendo somente uma
breve menção;
21. Ser direto e objetivo;
22. Nunca usar palavrões;
23. Não usar itens pessoais na sua
dissertação.
MAIS DICAS DE REDAÇÃO - DETALHES
QUE FARÃO DIFERENÇA NA SUA
REDAÇÃO
1.) ABREVIAÇÕES - Escreva as palavras por
extenso. As abreviações são consideradas
incorretas. Portanto, não use abreviações
quando no corpo do textode sua redação.
,populaçãoFone, cine Telefone, cinema.
2.). ACENTOS- Coloque-os com clareza e
corretamente, e não simples traços
displicentes (em pé ou deitados). O acento
grave (crase),levemente voltado para a
esquerda; o agudo, levemente inclinadopara a
direita.
Tanto o acento grave, quanto o agudo e o
circunflexo, devem sercolocados bem
próximos das respectivas letras e bem
centralizados (e não distantes e de lado).
O acento não pode ser um risquinho qualquer,
torto, deformado, ilegível. Tem que ser escrito de
maneira correta, clara e precisa. Faça-os de
tamanho normal, nem demasiado grandes,
nemdemasiado pequenos.
3.) AMBIGUIDADE- Evite frases ambíguas
(confusas) ou de duplo sentido. Ocorrem
emconsequência da má pontuação ou da má
colocação das palavras. A ambiguidade deve ser
evitada com a utilização de termos
queexpressem clara e objetivamente o que se
pretende mostrar.
4.)ANULADA - A redação poderá ser anulada,
ou receber nota zero, se: Estiver ilegível.
Fugir do assunto. For escrita a lápis. For
escrita com rasuras e sem título. For
apresentada sob a forma de verso.Não
obedecer ao espaço e ao número de
parágrafos determinados.Não seguir as
instruções relativas ao tema escolhido.
Tiver menos ou mais linhas do que a
quantidade preestabelecida. Contiver cópias
das ideias do texto de motivação, quando
este for dado.
5.)ASPECTO VISUAL - Qualidade da letra,
margem, espaços entre as
palavras,,legibilidade,, limpeza, pontuação,
facilidade de leitura,parágrafos (espaços),
períodos (se não deixou períodoslongos).
6.) BARBARISMO OU ESTRANGEIRISMO - É
a utilização de palavras ou construções
estranhas à língua portuguesa. Evite usá-lo.
7.) CACOFONIA OU CACÓFATO - É o
encontro de sílabas que formam palavras de
sentido ridículo ouobsceno, com a produção
de som desagradável.
8.) CALIGRAFIA- Escreva com capricho e
nitidez, procurando tornar sua grafia
clara,uniforme e bem legível. Se possuir
grafia ruim, faça de tudo para melhorá-la,
porqueuma redação escrita com capricho e
grafia bonita impressionafavoravelmente. Não
invente traços novos nas letras e não enfeite
demais asmaiúsculas, pois o leitor do texto
pode não compreender o quevocê está
escrevendo.
9.) CLICHÊS¬ E expressão idiomática que de
tão utilizada, se torna previsível.Desgastou-se
e perdeu o sentido ou se tornou algo que
gera umareação ruim, algo cansativo, por ser
previsível e repetitivo.• "Tem que sair de
cabeça erguida"• "A maldade está nos olhos
de quem vê”.
10.) JARGÕES - Expressões ou palavras comuns
para um ou alguns grupos profissionais. Ex. Para
os advogados peticionar significa o que os leigos
conhecem por entrar com a ação ou pedir para o
juiz.

11.) FRASES FEITAS e MODISMOS - Evite-os,


pois empobrecem o texto e demonstram a
ausência deoriginalidade, falta de imaginação e
de bom gosto. A inflação galopante, rigoroso
inquérito, vitória esmagadora,astro-rei.
Caixinha de surpresas, nos píncaros da
glória, encerrarcom chave de ouro, nos
primórdios da humanidade.
Não é fácil falar a respeito de… Bem, eu acho
que… A esperança éa última que morre. …um
dos problemas mais discutidos daatualidade.
12.) CLAREZA - Redija frases curtas e,
portanto, use ponto à vontade. Escreva com
toda a simplicidade e clareza, sem embolar
oassunto. Ser claro é ser coerente, conciso,
não se contradizer. São inimigos da clareza: a
desobediência às normas da língua,
osperíodos longos e o vocabulário difícil,
rebuscado ou impreciso.
O segredo está em não deixar nada
subentendido, nem imaginarque o leitor sabe
o que se quer dizer. Evidencie todo o
conteúdo da escrita. Lembre-se de que está
dando uma opinião, desenvolvendo ideias,
narrando um fato. O mais importante
éfazer-se entender.
13.) COERÊNCIA - A coerência entre todas as
partes do texto constitui fator primordial para se
escrever bem. Énecessário que elas formem um
todo, ou seja, que estabeleçam uma ordem para
as ideias se completem e formem o corpo da
narrativa. Explique, mostre as causas e
asconsequências.
Em muitas redações fica patente a falta de
coerência. O candidato apresenta um argumento
e o contradiz mais adiante. As ideias contidas no
texto devem estar interligadas de maneira lógica.
14.) COESÃO - A ausência de coesão provoca a
redundância. Com relações semânticas
discordantes; Contradição lógica entre as partes
do texto; Relações semânticas ilógicas
provocadas por frases de nonsense;Termos
redundantes ou circulares
EX.: Hoje dezoito anos. Como uma data pode
mudar tanto a vidade uma pessoa, apesar de que
quando a situação aperta pedimosconselhos aos
nossos tutores; Em lugar de: Comprei sorvetes.
Dei os sorvetes a meus filhos. Deve-se usar:
Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos.
15.) COLOQUIALISMO. Uso da língua na
forma como é falada, ou seja, é uma
armadilha para oaluno o emprego de termos
coloquiais, gíria e jargão. Expressões
coloquiais somente são aceitas na reprodução
dediálogos. Isso não significa que o texto
tenha de ser empolado, dedifícil
entendimento. Evite usar as expressões: só
que, que nem, é o seguinte, entre outros.
16.) CONCISÃO. Elimine palavras ou
expressões desnecessárias. Escreva com
clareza e, na medida do possível, diga muito
com poucas palavras.Concisão, clareza,
coesão e elegância: palavras-chaves que
definemum texto competente num exame
vestibular.
Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso.
Use frases curtas e eviteintercalações
excessivas ou ordens inversas
desnecessárias.
O aluno deve expressar o pensamento com o
menor número depalavras possível. Aquilo
que é desnecessário deve ser eliminado.
Aconcisão dá ênfase ao estilo. O prolixo
prejudica e enfraquece o texto,além de tirar o
brilho de suas ideias.
17.)CONCLUSÃO - Não conclua sua redação,
jamais, com as seguintes
terminologias:concluindo, em resumo, nada mais
havendo, poderia ter feitomelhor, como o tempo
foi curto, etc.• Termine-a, sim, com conclusões
consistentes (e não com evasivas).

18.)CONCORDÂNCIA - Cuidado para não


cometer erros gramaticais, como de
concordância. Lembre-se de que o verbo sempre
concordará com o sujeito, e os nomes devem
estar concordando entre si.
19.) CONTEÚDO - Um bom texto não é
apenas o texto correto, sem erros
gramaticais. Ele deve terconteúdo. O
conteúdo não pode ser ridículo, nem infantil,
mas deve ser simples. Faça sempre uma
análise crítica do que escreveu, como, por
exemplo, por meio das seguintes perguntas:
Sua redação é interessante?
A leitura do texto é agradável?
Tem boas ideias?
O texto dá uma boa ideia daquilo que foi
descrito? O texto está bemorganizado?
Presume-se que o candidato prestes a
ingressar numa universidade tenha
certacultura. Assim sendo, não pode encarar
o tema da redação de modo infantil
ourasteiro.
É por meio do conteúdo, especialmente, que
o professor irá avaliar acapacidade ou o grau
de conhecimento do aluno.
20.)DESENVOLVIMENTO - Consiste no
corpo da redação. No desenvolvimento, o
alunodeverá discutir os argumentos
apresentados na introdução. Em cada
parágrafo, escreve-se sobre um
argumento.Tenha sempre em mente que o
examinador de sua dissertaçãolê bons jornais
e revistas e tem bastante conhecimento
geral,portanto não generalize.
21.) EVITE RADICALISMOS, ofensas
pessoais, nacionalismos piegas e “achismos”
(eu acho). O desenvolvimento é a parte mais
importante em qualquer texto. É quando
podemosaprofundar nas ideias que, por
enquanto, foram apenas mencionadas na
introdução.
.
Os argumentos devem ser apresentados em
função da ideia e organizados com
clarezapara não confundir o leitor. Devemos
ser cuidadosos para que o texto não se torne
inconsistente e imaturo por faltade
informação de nossa parte.
Para isso, é preciso que nos ilustremos, lendo
revistas, jornais e livros; assistindo a
noticiários na televisão; frequentando o maior
númeropossível de produções culturais a que
tivermos acesso - teatro, “shows”, exposições,
etc.
Em qualquer uma dessas atividades, assuma
uma posição crítica questionadora
queresultará em análises objetivas e,
consequentemente, em julgamentos
coerentes.
23.) ESPAÇOS ENTRE PALAVRA - Utilize
espaços normais entre as palavras, de modo
queestas se posicionem nem muito
distanciadas nem muitopróximas umas das
outras.
24.) ESQUEMA - Antes de iniciar a redação
(antes mesmo do rascunho), façaum esquema
de um roteiro de ideias. O esquema é um
mapa e um guia, que evitará desvios
ouretrocessos quando da elaboração do
texto. Esquematizar é planejar. É caminhar
com os olhos abertos. Ésaber o terreno onde
pisa. É dar à redação um destino, umsentido,
um fim.
22.) EMBROMAÇÃO –CUIDADO - É o famoso
“enchimento de linguiça”. Fica-se dando
voltas no mesmo lugar, usando-se palavras
vazias e embromatórias, ou seja,
embromation.A vida, única e exclusivamente,
é tão complexa que, apesar detudo, não
obstante o que possam dizer, torna-se
altamenteproblemática.
25) ETC - Evite escrever o termo “ETC”, pois,
por ser incompleto pode soarcomo ausência
de conhecimento do vestibulando acerca do
assuntotratado.
26.) EUFEMISMO - É o mesmo que
suavização ou abrandamento. Trata-se do uso
deuma expressão menos áspera, rude e
chocante com relação à umarealidade. Ele
deu seu último suspiro.Você faltou com a
verdade a um homem.José desviou recursos
dos cofres públicos.
27.) GENERALIZAR - Evite empregar os
seguintes vocábulos genéricos: coisa, dar,
fazer,ninguém, nunca, sempre, ser, ter, todo
mundo, qualquer, algo, etc. Em se tratando
de dissertação, é sempre pecado mortal
generalizarconceitos, pois acabam soando
como preconceitos. Ideias muitoampliadas
nada significam.
Não generalize. Seja específico, utilize
argumentos concretos, fatosimportantes.
Uma redação repleta de generalizações
demonstra falta decultura e de
conhecimentos gerais de seu autor.
Uma maneira prática para solucionar o
problema é a leitura de qualquer gênero,
como jornais, revistas e livros.
28.)GENERALIZAÇÕES QUE PECAM PELA
IMPRECISÃO - As crianças são inocentes.Todo
político é ladrão.Os velhos são sábios.
29.) GÍRIA - As gírias consistem em um meio de
expressão aceitável para algunstextos narrativos, em
especial nos diálogos travados por
algunspersonagens. Tornam-se, entretanto,
completamente inadequadasquando usadas em uma
dissertação. Jamais use gírias ou qualquer outra
variação linguística que limite oentendimento do
texto.
Somente utilize gírias se o assunto e suas
personagens exigirem nasituação apresentada. Com
isso, poderá aumentar o realismo danarração.
30.) FRASES COM GÍRIAS PREFIRA:O marmanjo
bolou um jeito maneiro de sepirulitar.O homem
criou uma forma inteligente defugir da
situação.O cara deve procurar sacar se a lei está
comele ou não.
O cidadão deve procurar certificar-se deque está
agindo dentro da lei.Fiquei gamado naquele
broto porque ela ébacana pra
chuchu.Apaixonei-me por aquela garota,
porqueela é muito simpática e atraente.
O deputado pisou na bola e deu a maior bandeira
no seu depoimento.O deputado cometeu um erro
e acabou se comprometendo no seu depoimento.
31.) GRAFIA - Prefira as palavras de grafias
fáceis (mais fáceis de seremescritas).
Lembre-se de que a língua portuguesa é
muito rica emsinônimos. Tome cuidado com
a grafia de palavras que não conheça.Quando
tiver dúvidas, consulte o dicionário. Se não
for possível,substitua a palavra por outra cuja
grafia você conheça bem.Portanto, descarte
palavras de grafia duvidosa.
32.) INTRODUÇÃO - É o início da redação e
deve conter um resumo, em
poucaspinceladas, daquilo que abordaremos
no restante do texto. A introdução precisa ser
rápida. Evidentemente, nunca terá
tamanhoigual ao do desenvolvimento. Em
uma redação de 20 linhas, por exemplo, não
deve exceder 4 linhas.
A Introdução apresenta a ideia que será
discutida nodesenvolvimento. É nessa parte
que se dá ao leitor uma informaçãosobre o
assunto que será tratado.
Deve ser pequena, porque, se aalongarmos
demais, correremos o risco de esgotarmos o
assunto noprimeiro parágrafo.
33.)PROCURE EVITAR, NA INTRODUÇÃO,
FRASES COMO: Meu caro leitor,...Bem,
atualmente, no mundo em que vivemos...Não
tenho palavras para exprimir o que sinto,
mas...Vou tentar falar sobre o tema, embora
não seja fácil abordar este assunto.Sei que
não sou a pessoa mais indicada para falar
sobre esse assunto. Entretanto...Embora
sabendo que a minha opinião é uma gota d’
água no oceano, tentareiexterná-la.
34.)LETRAS DE FORMA OU DE IMPRENSA -
Não faça letra de forma, porque algumas letras
de forma minúsculasparecem maiúsculas (como
o “j”, por exemplo), o que poderáprejudicá-lo na
correção de sua redação, tirando-lhe pontos
preciosos.
Quem usar letra de forma, em vestibular ou
concurso, poderá ter suaprova anulada ou tirar
nota 0 (zero).
A letra de forma dificulta a distinção entre
maiúsculas e minúsculas.Uma boa grafia - legível
e sem floreios - e limpeza são fundamentais.Não
se esqueça dos pingos (e não bolinhas) nos "i".
35.) LINHAS - Não exceda o número de linhas
pedidas como limites máximos emínimos.
A tolerância máxima é de aproximadamente
cinco linhas aquém oualém dos limites.
36.)NEOLOGISMOS - O candidato a uma
vaga nas universidades precisa fazer uso
dalíngua portuguesa de maneira adequada e
se utilizar de termossemanticamente precisos
e corretos. Jamais escreva uma palavracujo
sentido real não conheça.
Norma culta não quer dizer termos
sofisticados, mas palavrassimples e precisas
no contexto da redação. Preciosismos
(palavrascomplicadas)?
Nem pensar! Portanto, nunca use os
neologismos incultos do tipo windsurfar”,
“inconstitucionalizável,” “presidenciaável”,
etc.
37.) PARÁGRAFOS - Utilize parágrafos diferentes
para ideias (assuntos) diferentes. Uma
redaçãosobre o carnaval atual, por exemplo, você
poderá subdividi-la em trêsparágrafos, a saber:

DIVISÃO DO TEXTO
PRIMEIRO PARÁGRAFO
Carnaval de clube, mencionando a grande beleza
na sua decoração, a presença dedois conjuntos
tocando, quando for o caso, para que o folião
pule o tempo todo, semparar, com mais conforto,
pelo fato de o ambiente ser fechado, etc.
SEGUNDO PARÁGRAFO
Carnaval de rua, dando especial destaque ao
desfile dos blocos, das escolas desamba e
aos trios elétricos.
TERCEIRO PARÁGRAFO
Conclusão, citando a ressaca (o cansaço), o
dinheiro gasto, as noites semdormir, etc.
O texto deve ter parágrafos bem distribuídos,
articulados e interligados umao outro
coerentemente. Não construa parágrafos
longos, constituídos de um só período
composto,recheado de orações e de relações
sintáticas. Não faça parágrafos muito curtos
nem muito longos.
O ideal seria que contivessem, no mínimo, 4
linhas e, no máximo, 7 linhas.
Não deixe parágrafos soltos. Faça uma
ligação entre eles, pois a ausência de
elementos coesivos entre orações, períodos e
parágrafos constitui erro grave. Obedeça ao
parágrafo ao iniciar a redação, isto é, não
comece a escrever logo no início da linha.
O parágrafo é marcado por um ligeiro
afastamentocom relação à margem esquerda
da folha (três centímetros aproximadamente).
E sempre que houver outros parágrafos no
decorrer daredação, siga o alinhamento do
parágrafo inicial.
39.) PONTUAÇÃO - Uma pontuação errada
pode comprometer toda a assimilação
doconteúdo textual.
A pontuação existe para facilitar a leitura do
texto.
Distribua com harmonia e adequação as pausas
ao longo da frase.
Empregue a pontuação corretamente, pois uma
simples vírgula, fora dolugar adequado, pode
mudar profundamente o sentido da frase.
A pontuação deve obedecer às regras
gramaticais, o que pressupõeconhecimento de
sintaxe e de morfossintaxe.
40.) PRIMEIRA PESSOA - A redação deve ter
caráter impessoal (3ª PESSOA), evitando-se a
1ªpessoa.
Não utilize a primeira pessoa em sua redação,
principalmente quando for determinado texto
objetivo.
Sua opinião deverá ser dada por um sujeito
indeterminado.
Evite expressões do tipo: “Na minha opinião”, “Ao
meu ver”, etc. Em vez de: “Eu acho que a
privatização deveria acontecer...”,escreva: “A
privatização deve ocorrer...”
41.) PRONOME - Cuidado com o emprego
ambíguo dos pronomes seu, sua, dele, dela.
Não comece frase com pronome. Evite usar
pronomes a todo o momento.
Não empregue pronomes pessoais do caso
reto no lugar do pronome oblíquo. Escreva
sempre “julgá-lo”, nunca “julgar ele”.ERRADO
CERTO.
42.)PROVÉRBIO OU DITO POPULAR - Não utilize
provérbios, ditos populares, frases feitas, pois
elesempobrecem a redação. Faz parecer que o autor
não temcriatividade ao lançar mão de formas já gastas
pelo uso frequente. Portanto, jamais utilize de
expressões, como:
“A palavra é de prata e o silêncio de ouro” .”Quem com
o ferro fere, com o ferro será ferido”.Entretanto, “como
já diziam os sábios: depois da tempestade semprevem
a bonança”.
43.) QUEÍSMO - É o uso excessivo do “que”, cuja
consequência é produzir períodoslongos.
Evite-o.ERRADO CERTO Aquele que diz que faz
que é forte eque tudo pode é que teme que
sediga dele que é fraco e que nadapode.Quem
diz ser forte e tudo poder temeque se revele sua
fraqueza eimpotência.Este é o apartamento que
comprei deJoão, que tinha outros seis imóveisque
estavam todos à venda.Este é o apartamento que
comprei deJoão, dono também de outros
seisimóveis. Estavam todos à venda.
43.) RADICALISMO - Não afirme o que não
pode provar.Evite análises radicais e posições
extremistas, injustas e levianas.
Nada como um texto equilibrado.
Posicione-se, mas sem exagero.
Todos os deputados são corruptos.
A bem da verdade, nem todos o são, não é
mesmo?Esse tipo de gente merece ser
exterminado.Radical demais, não lhe parece?
E até grosseiro, inclusive!
44.) RASCUNHO - Para evitar rasuras no
texto definitivo, releia o rascunho com
muitaatenção.
Não tenha preguiça nem pressa em passá-lo a
limpo.
O sucessodo seu texto depende, muitas
vezes, de uma leitura atenta e cuidadosa
dorascunho.
Ao reler o rascunho, você se torna um leitor
crítico do próprio texto.
Revise-o com muita atenção: elimine, acrescente,
substitua.
Questione oseu texto. Esse trabalho irá,
certamente, contribuir para a qualidade deseu
texto definitivo.
Jamais deixe de fazer o rascunho. Ele é a primeira
versão do texto.
Os escritores fazem várias versões de seus livros
antes de publicá-los.
Não seja você, um iniciante, a querer dispensá-lo.
Nele há apossibilidade de melhorar sua redação,
alterar palavras, construir melhor os períodos,
mudar a posição dos parágrafos, etc.
45.) RASURAS, BORRÕES - Não use
borracha; Não apresente as questões
desarrumadas e riscadas;
Não faça rasuras, marcas, sinais e borrões no
corpo da redação;
Em caso de erro na redação já passada a
limpo, risque o que estivererrado e escreva
adiante de modo correto.
46.) RETICÊNCIAS - Nas dissertações
objetivas, evite as reticências. A clareza na
exposiçãoé preferível a esperar que o leitor
adivinhe o que você quis dizer.
As reticências marcam uma interrupção da
sequência lógica doenunciado, com a
consequente suspensão da melodia. É
utilizada parapermitir que o leitor
complemente o pensamento suspenso.
Como já falamos alhures, a língua escrita
apresenta muitas diferenças em relação à
língua falada.Observe como as reticências às
vezes são utilizadas para criar o clima de
mistério: “era sexta-feira[...]”
47.)TEMA - Leia o tema que vai desenvolver
com atenção, analisando com profundidadeas
ideias nele contidas.
Fácil ou difícil, agradável ou não, o tema terá
que ser enfrentado.
A melhoratitude será recebê-lo com simpatia,
disposição e otimismo. Redija utilizando
argumentos fortes e consistentes.
O floreio e o encherlingüiça nada acrescentam à
qualidade do texto de uma redação.
O tema é o assunto sobre o qual se escreve, ou
seja, a ideia que serádefendida ao longo da
dissertação.
Deve tê-lo como um elemento abstrato.
Nunca se refira a ele como parte do texto.
Não fuja do tema proposto, nem invente títulos,
escolhendo outro argumentocom o qual tenha
maior afinidade.
O distanciamento do assunto pode custarpontos
importantes ao avaliar a redação.
48.)NÃO FUGIR DO TEMA significa abordá-lo da
maneira como foi proposto, isto é,
nemrestringindo demais a abordagem nem
extrapolando para assuntos que não
tenhamrelação direta com ele.
Se o seu objetivo é ser favorável à privatização
das estradas, use argumentos sólidos
quejustifiquem o porquê de sua posição.
Tente convencer o leitor e mantenha clara a sua
opção.
Se o tema for “O clima do Brasil”, não adiantará
fazer uma obra-prima versando sobre “Oclima de
Minas Gerais”, porquanto o seu trabalho resultará
inútil.
Os corretores vãoconsiderar que houve fuga
ao tema proposto. Sabe qual a nota que terá
nesse caso? ZERO! Quais os temas que podem
cair nas provas de Redação?
A tendência das bancas examinadoras tem
sido solicitar dois tipos de temas: objetivos,
os relacionados aosproblemas atuais,
presentes na mídia (sociais, tecnológicos,
econômicos, etc.); subjetivos, os que
envolvem o comportamento e o sentimento
das pessoas.
49.)TÍTULO - Evite o uso das aspas no título;
Evite iniciar a redação com as mesmas palavras
do título;
Os títulos devem ser escritos de forma
resumida;Não há pontuação após o título, a não
ser que seja frase ou citação; Coloque o título
centralizado (no centro da folha), antes do início
da redação;
É uma expressão, geralmente curta e sem verbo,
colocada antes dadissertação;
Em títulos de redação, por questão de ênfase,
usam-se iniciais maiúsculas;Não coloque a
palavra título antes do TÍTULO nem o termo FIM
ao terminar aredação. O óbvio não precisa ser
explicado.
50.)VÍRGULA - Coloque-a bem próxima da
última letra da palavra (e não distante). Leia
os bons autores e faça como eles: utilize a
vírgula de modo preciso. Jamais coloque
vírgula entre o sujeito e o verbo, nem entre o
verbo e o seu complemento. A leitura
intensiva fará com que se aprimore o uso da
vírgula.
É o sinal de pontuação mais importante e que
tem maior variedade de uso.
Por essa razão, éo que também oferece mais
oportunidade de erro.
Coloque a vírgula com clareza, a saber, um
pontinho com uma perninha levemente
voltadapara a esquerda, e não um tracinho ou um
risquinho qualquer.
As vírgulas, quando bem empregadas,
contribuem para dar clareza, precisão e elegância
àsfrases.
Em excesso, provocam confusão e cansaço. Frase
cheia de vírgulas está pedindo umponto.
Essas recomendações apresentam técnicas
que podem ajudar você a estruturar sua
redação, mas não farão muito sentido se você
não for um leitor ativo e capaz de extrair
significados daquilo que lê.
Portanto, ter o hábito da leitura é
imprescindível na hora de elaborar seus
argumentos.
Caros acadêmicos ,sigam essas dicas à risca e
bons estudos.
Agora, imagine que você precise expor um
assunto, por exemplo, fazer o seu TCC
(Trabalho de Conclusão de Curso). Se for esse
o caso, usualmente já há padrões
estabelecidos pela faculdade. Mas, há outras
circunstâncias em que é necessário dissertar.
Eis um modelo de estrutura para fazê-lo:
MODELO DE UMA ESTRUTURA DE
ARGUMENTAÇÃO
Argumentar – defender uma ideia ou ponto
de vista – é necessário em todos os campos
da vida.
A argumentação pode estar presente na carta
de vendas, no texto científico, no texto
jurídico, na proposta de implantação de um
projeto, etc.
Há modelos adaptáveis aos vários casos. Eis
um modelo geral:
ESTRUTURA DE ARGUMENTAÇÃO
Checklist para a argumentação (use o que for relevante):
Descrição do argumento;
Teses contrárias;
Teses favoráveis;
Autoridades que se manifestaram sobre o tópico;
Histórico da discussão;
Exemplos;
Casos;
Experimentos científicos;
Estatísticas;
Resultados práticos documentados;
Abrangência das propostas;
Analogias, entre outros.
Exemplo de texto
dissertativo-argumentativo:

“Não é de hoje que a sociedade


brasileira sofre com os tormentos ocasionados
pela disseminação da violência. Esse fato
estarrecedor gera debates e mais debates, na
tentativa de sanar, ou ao menos coibir, os sérios
impactos sociais que as ações violentas
representam para a coletividade. Para esse fim,
seria a redução da maioridade penal um
componente de primeira grandeza?
Constata-se que o envolvimento de jovens
infratores em graves delitos pode não ser
uma exclusividade dos tempos modernos; no
entanto, é inegável o aumento de casos
envolvendo crianças e adolescentes em
situações deploráveis, como furtos, roubos e,
em muitos contextos, homicídios.
Com esse cenário, parece irrefutável a tese
que defende o declínio de dois anos nas
contas da maioridade penal. Para os mais
inconformados com a realidade, aqueles
tomados pelo afã do “justiceiro implacável”,
não parecem existir outras saídas. Todavia,
nem sempre o que se revela aparentemente
óbvio o é.
Há fatores envolvidos nas estatísticas da
criminalidade covardemente camuflados por
alguns setores governamentais, bem como
por áreas específicas da sociedade civil.
Se reduzir a idade mínima penal tivesse
consequências positivas imediatas para a
diminuição dos índices criminais, essa
certamente já seria uma medida adotada por
todas as nações.
Fatores bem mais importantes como
priorização efetiva dos investimentos em
educação e cultura, bem como distribuição de
emprego e renda, inserindo o jovem no
universo acadêmico ou técnico,
indubitavelmente aplacariam com mais
rapidez e eficácia os deploráveis números.
A participação de menores infratores em
crimes hediondos não deve ser ignorada, é
inegável; diminuir a idade base para a
criminalização de seus atos pode ser uma
saída, mas necessita, ainda, de discussões e
argumentos mais convincentes.
De concreto, fica a certeza de que só um
programa capaz de incluir crianças,
adolescentes e jovens nos interesses mais
prioritários do país terá a força suficiente
para contornar quadro tão desfavorável.
PENA DE MORTE
Cada aplicação da pena capital nos EUA
ressalta o paradoxo entre uma sociedade tida
como uma das mais democráticas do planeta
e a preservação de um instituto
marcadamente cruel e incivilizado.

Com a morte de um prisioneiro


anteontem na Califórnia, subiu pra 167 o
número de execuções nos EUA desde 1976,
data da reimplantação da pena de morte.
Nem se quer como medida exemplar o dispositivo pode
ser justificado. São inúmeros os estudos a mostrar que a
aplicação da pena de morte não diminui a criminalidade . Na
medida em que toda sanção tem como um de seus adjetivos
coibir a reprodução de comportamentos antissociais . Só esta
constatação bastaria para desautorizar o uso de método
bárbaro e sinistro.

O direito moderno dispõe de meios de dissuasão muito


mais eficazes e contingentes para combater a delinquência ,
sem precisar recorrer a procedimentos que atentam contra a
inviolabilidade da vida humana . Por tudo isso, é
extremamente lamentável que num país como os EUA os
emocionalismos prevaleçam sobre os argumentos da razão.(
Folha de São Paulo, 23/4/92, adaptado )
 

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