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ESCOLA POLITÉCNICA BRASILEIRA

CURSO TÉCNICO DE TURISMO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

BRUNO NASCIMENTO FERNANDES

IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO: UM ESTUDO COM ÊNFASE


NOS IMPACTOS OCASIONADOS EM ILHA GRANDE- RJ

ANGRA DOS REIS- RJ


2020
ESCOLA POLITÉCNICA BRASILEIRA
CURSO TÉCNICO DE TURISMO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

BRUNO NASCIMENTO FERNANDES

IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO: UM ESTUDO COM ÊNFASE


NOS IMPACTOS OCASIONADOS EM ILHA GRANDE- RJ

Artigo Científico Apresentado à Escola


Politécnica Brasileira, como requisito
parcial para a obtenção do título de
Técnico em Turismo.

Professor Orientador: “Nome do


Professor”

ANGRA DOS REIS- RJ


2020
Dedico este trabalho a todos que
acreditaram no meu desempenho
intelectual e profissional, em especial aos
meus pais, que me educaram e me
preparam no decorrer desta trajetória.
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu professor colocar nome do professor(a) pela constante


orientação e amizade durante todo o processo de execução deste trabalho.
E também aos demais professores, os quais me guiaram nessa trajetória
acadêmica sempre me proporcionando zelo e atenção.

RESUMO
Este trabalho apresenta ao leitor as consequências ambientais ocasionadas pelo
recorrente crescimento do turismo no país, com enfoque na região de Ilha Grande-
RJ. Os impactos ambientais, em sua maioria, são perceptíveis aos moradores das
regiões turísticas, no entanto, são ignorados em decorrência de fatores econômicos
que são proporcionados pelo turismo de uma determinada região. Todavia, ao
ignorar esses impactos ambientais, atrações turísticas naturais poderão ter sua
fauna e flora prejudicadas pelo constante fluxo humano, que não possuem
instruções básicas de preservação, ocasionando no declínio do ponto turístico,
assim como a diminuição do fluxo de turistas. O estudo apresentado, analisou
através de revisões bibliográficas, os impactos ambientais do turismo, assim como
expôs ao leitor, os danos ao ambiente em Ilha Grande. Logo, no decorrer deste
estudo, tornou-se evidente a necessidade de medidas preventivas para a
preservação ambiental dos pontos turísticos nacionais, mediante a efetivação de
medidas e ações de órgãos públicos e privados, com a finalidade de promover um
turismo sustentável, além de preservar o ambiente explorado pelo turista.

Palavras- Chave: Turismo Sustentável. Preservação Ambiental. Medidas


Preventivas.

ABSTRACT

This work presents the reader with the environmental consequences caused by the
recurrent growth of tourism in the country, focusing on the Ilha Grande-RJ region.
Most environmental impacts are perceptible to residents of tourist regions, however,
they are ignored due to economic factors that are provided by tourism in a given
region. However, by ignoring these environmental impacts, natural tourist attractions
may have their fauna and flora damaged by the constant human flow, which do not
have basic instructions for preservation, causing the decline of the tourist spot, as
well as a decrease in the flow of The study presented, through bibliographic reviews,
the environmental impacts of tourism, as well as exposed to the reader, the damage
to the environment in Ilha Grande. Therefore, in the course of this study, the need for
preventive measures for the environmental preservation of national tourist spots
became evident, through the implementation of measures and actions by public and
private bodies, with the purpose of promoting sustainable tourism, in addition to
preserving the environment explored by the tourist.

Key words: Sustainable tourism. Environmental Preservation. Preventive measures

LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Ilha Grande. Paraíso Ecológico..................................................................13
Figura 2- Acesso Descontrolado de Turistas em Ilha Grande...................................15
Figura 3- Superlotação em Ilha Grande....................................................................15
Figura 4- Excesso de Turistas em Cachoeiras..........................................................16
Figura 5- Esgoto Transbordando em Rios.................................................................17
Figura 6- Produção de Lixo em Excesso...................................................................17
Figura 7- Lixos Descartados Indevidamente.............................................................18
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................7

2 O TURISMO NACIONAL.....................................................................8

3 OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO NACIONAL................10

4 OS IMPACTOS AMBIENTAIS EM ILHA GRANDE- RJ.....................13

CONCLUSÃO........................................................................................19

REFERÊNCIAS.....................................................................................20
7

1 INTRODUÇÃO

O turismo no Brasil e no mundo, tornou-se uma espécie de negócio,


extremamente lucrativo, tanto para o governo do país em questão, quanto para
instituições privadas e até mesmo para os próprios moradores da região turística.
Mundialmente, o turismo caracteriza-se como uma das principais e mais eficazes
alternativas de desenvolvimento econômico, proporcionando empregos com
variados gêneros e finalidades, a fim de suprir as necessidades dos turistas
(SCHUSSEL, 2012).
Por conseguinte, um exemplo de expressiva rentabilidade associada ao
turismo nacional, pôde ser observada durante a copa do mundo de 2014, sediada no
Brasil. O evento supracitado, proporcionou grandes movimentações nos setores de
turismo nacional, além de medidas estabelecidas pelo Ministério do Turismo, para
promover melhor aproveitamento econômico do evento, assim como a comodidade
dos turistas. Ademais, além dos empregos formais, a realização da copa do mundo
em território nacional acarretou na adesão de inúmeros trabalhadores informais em
diversos setores da economia (SCHUSSEL, 2012).
No entanto, apesar da boa rentabilidade econômica proporcionada pelo
turismo, o mesmo pode acarretar em impactos ambientais prejudiciais e até mesmo
irreversíveis à fauna e flora de uma determinada região. Pois, sem a devida
instrução e conscientização necessária, alguns turistas podem prejudicar
consideravelmente um ambiente, tornando o turismo ecológico uma alternativa
necessária e efetiva para combater esse impasse e preservar um ambiente visitado.
Logo, a partir dessas considerações iniciais, o estudo referenciado tem como
objetivo apresentar dados qualitativos, com a finalidade de avaliar os impactos
ambientais ocasionados pelo turismo. Além disso, Ilha Grande no Rio de Janeiro,
apresentou-se como principal campo de análise deste estudo, haja vista o fluxo
contínuo de turistas e o interesse do autor pela região.

2 O TURISMO NACIONAL
8

O Brasil possui enorme potencial referente à indústria do turismo, podendo


obter um capital financeiro maior do que outros setores da economia nacional. Esse
fator está diretamente relacionado com as vastas e distintas regiões naturais
situadas no país, atraindo pessoas de diversos lugares do mundo, por conta das
inúmeras belezas naturais, além disso, o turismo interno também é recorrentemente
realizado e movimenta anualmente boa parte do turismo brasileiro. Além dos
empregos formais, o turismo no Brasil gera inúmeros empregos informais, como
vendedores ambulantes e vendas de produtos alimentícios, consequentemente,
aumentando o PIB nacional (FREITAS, 2018).
O desenvolvimento turístico oferece um potencial economicoambiental
muito positivo. O turismo de herança cultural tem papel importante na
justificativa da conservação, formando opiniões a favor de se manter os
lugares históricos. Por outro, lado um ponto negativo: há um preço a ser
pago quando se usa esses lugares como único recurso para atrair o turismo,
pois seu excesso pode danificar a malha histórica (GIIROTO,2004).

Segundo o Ministério do Turismo, o Brasil ocupa um dos três principais


destinos mais requisitados para viagens em 2020 entre viajantes internacionais
(dados relatados antes da quarentena proveniente do novo Coronovírus). Assim
como para viajantes internacionais, o Brasil também é uma das principais opções
para turistas nativos, chegando a 60 milhões de turistas internos, até o ano de 2020.
Esse número está relacionado com a maior acessibilidade de viagens em território,
assim como a expressiva supervalorização do dólar em relação ao real, fazendo
com que viagens internacionais, se tornem ainda mais caras (BRASIL, 2019).
O turismo além de promover inúmeros benefícios nos setores econômicos,
possibilita a inserção de novas culturas no ideário dos turistas, tanto internacionais,
quanto nativos. O Brasil possui uma pluralidade cultural em cada região do país,
além de um vasto território geográfico, tornando o turismo interno atraente para os
próprios brasileiros. Ademais, a região nordeste do país é uma das mais visitadas,
em decorrência do seu clima tropical quase o ano inteiro, assim como suas praias
paradisíacas (BRASIL, 2019).
O Brasil também é uma das principais opções de destinos em 2020 para os
viajantes brasileiros. Juazeiro do Norte registrou o maior crescimento nas
buscas, com 62%, seguido de Caxias do Sul, com 57%, Petrolina, com 53%,
João Pessoa (48%) e Macapá (38%). O Skyscanner também analisou os
locais mais populares nas pesquisas dos brasileiros. São Paulo e Rio de
Janeiro seguem na liderança. No entanto, em 2019, nenhum destino nos
Estados Unidos aparece entre os top 10 (Em 2018, Miami e Nova York
estavam na lista). Lisboa permanece em terceiro lugar e é o único europeu
na lista. Já Buenos Aires é a novidade neste ano. A região Nordeste
9

continua liderando com três cidades (Salvador, Recife e Fortaleza) e


Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte fecham o ranking (BRASIL, 2019).

Além das vantagens de ambientes ecológicos e tropicais encontrados nas


regiões turísticas brasileiras, o turismo nacional também é fomentado por questões
históricas. O Rio de Janeiro é uma das cidades mais visitadas por turistas
estrangeiros e nativos (além das situadas no nordeste brasileiro) em decorrência de
seus aspectos tropicais. Apesar das suas praias serem o atrativo principal, o Rio de
Janeiro possui ricos acervos históricos e artísticos, como o Museu Nacional
Histórico; Museu do Índio; Museu Nacional de Belas Artes; Centro Nacional de
Folclore e Cultura Popular e o Paço Imperial. Tudo isso, também é um dos principais
atrativos turísticos presentes no Rio de Janeiro, ocasionando em ganhos monetários
para a população da região e conhecimento cultural para os visitantes (DUÉK,2018).
Como exposto, o turismo nacional pode ser efetivado tanto por aspectos
biológicos do ambiente, quanto para questões culturais encontradas nos mesmos.
Em ambos os casos, a preservação física e cultura de tais, se torna fundamental
para a conservação ambiental e zelo pela identidade física e cultural dos referentes
(DUÉK,2018). “As paisagens e a cultura do lugar se transformam em produto
turístico. Na maioria dos casos, os recursos naturais e as baixas garantias
trabalhistas e sociais dos autóctones não são respeitados, principalmente quando os
destinos do turismo de massa estão nos países em desenvolvimento e
subdesenvolvidos” (BRASILEIRO, 2012).
No Brasil e em diversos outros países, o turismo é um dos mais relevantes
setores da atividade econômica. Sua contribuição para a criação de
riquezas e melhoria do bem-estar dos cidadãos pode ser sentida de
múltiplas maneiras: pela geração de emprego; pela distribuição e circulação
de renda; pela transferência de recursos de regiões mais ricas para regiões
menos favorecidas; pelos investimentos e inovações que promove; pelo
desenvolvimento de infraestruturas coletivas que estimula; pela preservação
do ambiente e recuperação do patrimônio histórico e cultural; pelas
oportunidades de desenvolvimento regional que representa; e, pelas
necessidades dos indivíduos viajantes que satisfaz. Esses efeitos interagem
em diversos domínios da sociedade e, de maneira geral, envolvem os
ambientes: cultural, ecológico, econômico, político e social
(OLIVEIRA,2007).

Analogamente a citação de Oliveira (2007), é necessário analisar os


aspectos que promovem a degradação ambiental dos ambientes explorados pelos
turistas. O turismo nacional abrange variados benefícios para o corpo social
brasileiro, como o avanço econômico, geração de rendas formais e informais, e a
10

preservação cultural de diversas regiões. Ademais, muitos malefícios também são


ocasionados em decorrência do turismo, tornando o turismo ecológico uma opção
cada vez mais atrativa (DUÉK,2018). Diversos setores da economia brasileira são
impulsionados em decorrência do turismo, como por exemplo, a hotelaria,
restaurantes, serviços de transportes e atrações turísticas relacionadas ao lazer.
Além disso, outro setor que cresce em cima desse ramo, é o setor industrial da
construção civil (SCHUSSEL, 2012).

3 OS IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO NACIONAL

“Considerando como impacto ambiental todas as alterações que ocorrem


propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente natural, causadas por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas”
(RUSCHMANN, 1992). O turismo como supracitado, promove o desenvolvimento
econômico regional, assim como o desenvolvimento cultural. “O exercício da
atividade turística provoca impactos ambientais positivos e negativos, envolvendo o
ambiente natural, o ambiente transformado e o ambiente sociocultural. No entanto, o
ambiente natural é mais vulnerável aos impactos ambientais negativos do turismo”
(FANDÉ, PEREIRA, 2014).
Através da citação dos autores, é perceptível os impactos proporcionados
pelo turismo, tanto impactos positivos, como a geração de capital e desenvolvimento
econômico regional, quanto negativos, ocasionados pela falta de preservação do
ambiente explorado.
Entretanto, segundo Beltrão (2001) apud Fandé e Pereira (2014), alguns
aspectos positivos podem ser observados quando relacionados com a preservação
ambiental e o turismo, como por exemplo, o subsidio dos custos de preservação do
ambiente explorado, bem como, a conservação de aspectos culturais e o cuidado
com a manutenção da identidade cultural do ambiente visitado (DIAS, 2005 apud
FANDÉ, PEREIRA, 2014).
Além disso, Fandé e Pereira (2014) relatam em seu estudo os aspectos
negativos do turismo, como sendo: poluição do ambiente; contaminação das águas;
poluição atmosférica, visual e sonora; afetação direta à biodiversidade;
congestionamentos, compactação, erosão e perda da qualidade do solo para plantio;
11

danos diretos a monumentos históricos, sítios arqueológicos, lugares e construções


históricas; choques culturais; transmissão de epidemias; mercantilização da cultural
do local (FERRETTI, 2002; DIAS, 2005 apud FANDÉ, PEREIRA, 2014).
A partir da citação dos autores referente aos aspectos negativos do turismo,
é importante salientar que os impactos ambientais negativos e positivos, poderão
variar conforme a localidade da região. Ademais, a identificação dos impactos
negativos, serão sempre incompletas, tornando a necessidade de um
monitoramento permanente nas regiões ambientais exploradas (DIAS, 2005 apud
FANDÉ, PEREIRA, 2014).
Em vista dos impactos negativos relatados pelos autores, torna-se evidente
a necessidade da aplicação de métodos e a execução de um planejamento turístico
eficaz para a preservação do ambiente explorado. Ademais, esse planejamento
precisa englobar a manutenção da visitação turística ao ambiente. A princípio, o
planejamento de um turismo ecológico pode gerar inúmeras insatisfações por parte
dos visitantes e moradores da região, pois a implementação de uma nova
metodologia pode impor regras, que precisarão ser cumpridas para a manutenção e
preservação ambiental a longo prazo, além disso, como consequência da
preservação ambiental da região, o crescimento econômico também poderá ser
efetivado conforme a preservação do espaço explorado (FANDÉ, PEREIRA, 2014).
O impacto a esses espaços naturais não se restringe apenas a natureza, a
comunidade local e sua cultura também sofrem estes impactos, desde
quando o cotidiano da cidade é modificado e novos valores são introduzidos
na comunidade. Quando esta cultura importada passa a predominar, a
cultural local perde seu valor, causando verdadeiros conflitos entre a
população nativa que não consegue se adequar aos novos costumes
(OLIVEIRA, 2007).

Conforme exposto por Oliveira (2007), além dos impactos ambientais


ocasionados pelo turismo, o mesmo pode proporcionar interferências diretas na
cultura da região, através das mudanças de costumes, para promover o acolhimento
e bem-estar do indivíduo. Consequentemente, novos valores são estabelecidos
inconscientemente pelos moradores da região, afetando a sua identidade cultural.
Por conseguinte, referente ao turismo ecológico, que é estimulado por órgãos
públicos dos estados brasileiros, por conta da sua grande capacidade de atrair
turistas e consequentemente, uma maior geração de renda para a indústria de
turismo da região. Todavia, o que parece ser inofensivo, poderá gerar inúmeras
consequências para a preservação de uma determinada região natural, pois
12

somente a presença humana, pode alterar e afetar o ambiente.Em um estudo


desenvolvido pela Universidade de São Paulo (2004), a qual analisou o turismo
ecológico no Estado do Mato Grosso do Sul, em específico, na Serra da Bodoquena,
foi possível observar alguns aspectos negativos provenientes do turismo ecológico
na região, exposto a seguir.
A iluminação que é colocada para receber os turistas, por exemplo, pode
ressecar as formações do interior da caverna, o chamado espeleotema.
Esse tipo de estrutura merece tanto cuidado, que a própria respiração do
visitante já é suficiente para causar danos. O gás carbônico expirado torna o
ar mais ácido, dissolvendo estruturas mais frágeis. Além do fato de o turista
trazer, pela respiração, microorganismos de fora para dentro da caverna,
que podem encontrar lá um ambiente propício para seu desenvolvimento,
desequilibrando a cadeia alimentar daquele lugar.

A partir do exposto, é notório que a presença humana em determinadas


regiões, mesmo com todas as metodologias, planejamentos e conscientização
ambiental ensinadas aos visitantes, unicamente a presença do indivíduo pode
prejudicar a região explorada, através de impactos até o momento deste estudo,
considerados irreversíveis. Além disso, o pesquisador responsável pela pesquisa
realizada pela USP (2004), alertou que o ambiente também pode ser prejudicial aos
visitantes, em decorrência de doenças adquiridas na região estudada. Logo, apesar
de todo planejamento necessário para promover o turismo ecológico através da
preservação ambiental, o ambiente poderá ser prejudicado unicamente pela
presença dos seres humanos (LOIOLA, 2004).
Assim sendo, além dos impactos positivos do turismo, como o
desenvolvimento econômico da indústria de turismo, hoteleira, alimentícia e a
geração de empregos formais e informais em uma determinada região, o turismo
tradicional e ecológico pode proporcionar ao ambiente explorado inúmeras
interferências externas que prejudicam a identidade cultural, assim como os seus
aspectos físicos (LOIOLA, 2004).
Outrossim, as consequências negativas dos impactos ambientais
ocasionados pelo turismo, podem ser observados não só no Brasil, mas em toda
região do mundo explorada para fins turísticos do planeta que não são devidamente
conservadas, tornando necessário a implementação de metodologias para garantir a
preservação do ambiente e manter o desenvolvimento econômico de uma
determinada região (OLIVEIRA, 2007).
13

4 OS IMPACTOS AMBIENTAIS EM ILHA GRANDE- RJ

Ilha Grande é considerada por estrangeiros e brasileiros a capital náutica do


país. Em decorrência disso, a indústria do turismo da região fatura diariamente
através de serviços relacionados ao atendimento à turistas, como: Spas; Resorts,
Hotéis e pousadas; Restaurantes; Atividades esportivas e o Ecoturismo. Ademais,
não foi incluso nos itens supracitados os serviços paralelos ofertados pelos
moradores da região, como às vendas ambulantes.
Em um contexto histórico, Ilha Grande foi descoberta em 1502 por Gonçalo
Coelho, após sua descoberta, até meados de 1904, funcionava uma prisão, somente
após o fechamento da mesma, o turismo na região foi instaurado (MELLO, 2015).
Desde então, após diversos acontecimentos ao longo dos anos, se tornou uma das
ilhas mais visitadas do Rio de Janeiro, atraindo turistas de diversas partes do mundo
e das variadas regiões do país, além de ser considerada um paraíso ecológico,
como apresentada na figura 1.
Figura 1: Ilha Grande. Paraíso Ecológico

Fonte: Compilação do Autor

Por conseguinte, será apresentado as consequências do aumento de turistas


na região de Ilha Grande, consequências essas que poderão ser observadas na
fauna e flora da região, pois a presença humana possui a capacidade de degradar,
poluir e desmatar inconscientemente um ambiente, além de ocasionar à perca de
identidade cultural do mesmo (OLIVEIRA, 2007).
Ademais, apesar do turismo proporcionar um aumento expressivo referente
ao desenvolvimento econômico da indústria do turismo de uma região, o mesmo
14

pode afetar negativamente o ambiente explorado, mesmo com o desenvolvimento


de medidas para conscientizar os turistas e moradores da região. Exemplo disso,
temos o Ecoturismo, que por definição, caracteriza-se como um turismo que respeita
o ambiente e promove o lazer e a educação ambiental (FARIA, 2018).
O Ecoturismo é uma forma de turismo bastante requisitada em Ilha Grande,
no entanto, como exposto nos capítulos anteriores, essa metodologia nem sempre é
eficaz, pois somente a presença humana pode afetar de forma irreversível alguns
ambientes naturais (LOIOLA, 2004). Todavia, até o momento é uma das formas
menos agressivas à natureza, e a sua adesão é crescente no país.
Apesar do Ecoturismo ser recorrentemente adotado em Ilha Grande, com a
finalidade de conservação ambiental, inúmeras formas de poluição e desmatamento
podem ser observadas diariamente na região. A seguir, serão apresentadas ao leitor
imagens que foram tiradas antes da pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus,
ou seja, com o turismo ainda ativo na região.
Como citado no início deste capítulo, em 1994, o governador Leonel Brizola
desativou o Instituto Penal Cândido Mendes, incluindo suas benfeitorias, que foi
transferido para a UERJ. Com o fim da penitenciária na região de Ilha Grande,
cresceram substancialmente as preocupações em relação a uma explosão do
turismo na ilha (INEA, 2013). Do mesmo modo, a preocupação devido a crescente
demanda de visitantes na região de Ilha Grande ultrapassou anos e perdura até o
presente momento. Na figura 1, 2 e 3, é possível observar o acesso descontrolado
de turistas na região.
15

Figura 2: Acesso Descontrolado de Turistas em Ilha Grande

Fonte: Compilação do Autor

Figura 3: Superlotação em Ilha Grande

Fonte: Compilação do Autor


16

Figura 4: Excesso de Turistas em Cachoeiras

Fonte: Compilação do Autor

Nas imagens acima, é possível observar o acesso desregrado à Ilha Grande.


A superlotação pode ocasionar problemas ambientais graves e até irreversíveis ao
ambiente explorado, além disso, a identidade cultural da região pode ser
completamente modificada para promover o acolhimento aos turistas, assim como,
doenças poderão ser transmitidas entre turistas e moradores, em decorrência dos
aglomerados (LOIOLA, 2004).
Levando em consideração a pandemia do novo Coronavírus, certamente
novas medidas precisarão ser adotadas por órgãos públicos, a fim de promover o
distanciamento social entre os indivíduos, garantindo a integridade física de tais,
consequentemente, a conservação ambiental da região.
A partir das imagens apresentadas, é possível observar que durante a alta
temporada não existe controle algum relativo ao número de visitantes. Além disso, a
rede de saneamento básico foi feita há 20 anos, quando praticamente não existia
turismo na região, logo, durante a alta temporada o esgoto chega a transbordar nas
ruas e rios, como exposto na figura 4.
17

Figura 5: Esgoto Transbordando em Rios

Fonte: Compilação do Autor

Por conseguinte, além dos problemas de poluição relacionados ao esgoto,


na alta temporada de turismo o excesso de lixo em Ilha Grande também é
observado, chegando a ser descartado indevidamente em cachoeiras e pelas ruas
da região, como expostos a seguir nas figuras 6 e 7.

Figura 6: Produção de Lixo em Excesso

Fonte: Compilação do Autor


18

Figura 7: Lixos Descartados Indevidamente

Fonte: Compilação do Autor

Como exposto, é notório a influência humana no processo de degradação da


biodiversidade de Ilha Grande, demonstrando que apesar da implementação da
metodologia do turismo ecológico, a poluição na região ainda é algo recorrente,
principalmente, em períodos de alta temporada, logo, enquanto a indústria do
turismo ganha robustos capitais, a natureza perde sua essência por conta da
exploração e poluição do ambiente.

Recentemente, no segundo semestre de 2019, Ilha Grande e Paraty, foram


reconhecidas pela Unesco como patrimônio mundial da humanidade, em
decorrência das suas reservas ecológicas, biodiversidades, manifestações culturais
e um conjunto histórico, além de evidências arqueológicas que podem contribuir
significativamente para o entendimento sobre a evolução humana no planeta
(ROMANO, 2019).
Esse título atribuído pela Unesco, é algo que atrai turistas de diversas
regiões do mundo (ROMANO, 2019). Todavia, para a manutenção do mesmo, é
necessário trabalhar nos setores referentes a preservação ambiental de Ilha Grande,
pois como exposto no decorrer deste estudo, inúmeras problemáticas ainda podem
ser observadas, provocadas pelo excesso desenfreado de turistas, com isso, a
necessidade de medidas de preservação precisam ser efetivadas por órgãos
públicos e privados da região analisada.
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CONCLUSÃO
A demanda da indústria do turismo em diversas regiões brasileiras é algo
consolidado, em decorrência das reservas naturais, biodiversidade e o clima tropical
do país, atraindo inúmeros visitantes internacionais e nacionais. Em Ilha Grande,
especificamente, o turismo iniciou-se em meados de1904, desde então, o turismo é
o principal percursor do desenvolvimento econômico da região, ofertando serviços
de maneira formal e informal pelos morados. No entanto, inúmeras consequências
negativas relacionadas ao turismo foram observadas no decorrer deste estudo.
A princípio, é necessário evidenciar que em Ilha Grande, o turismo ecológico
é utilizado com o objetivo de proporcionar ao turista uma exploração do ambiente de
maneira sustentável e consciente, todavia, a partir dos dados analisados neste
estudo foi possível observar que nem sempre essa metodologia é eficaz, pois como
apresentado por alguns autores, apenas o contato humano pode prejudicar um
ambiente natural.
Ademais, a partir das imagens apresentadas nesta pesquisa, foi possível
observar a superlotação de turistas em Ilha Grande durante o período de alta
temporada de visitação, assim como foi possível constatar a falta de infraestrutura
disponibilizada pela prefeitura da região para suportar a super capacidade de
pessoas, algo que se tornou visível pelas imagens. Do mesmo modo, apesar do
título de patrimônio mundial da humanidade, Ilha Grande não possui um sistema de
esgoto renovado há mais de 20 anos, promovendo a poluição de rios e esgotos à
céu aberto pelas ruas da região.
O sistema de coleta também é algo que necessita ser trabalhado
enfaticamente pelas autoridades, além da conscientização por parte dos turistas e
moradores da região. Pois, é notório que a preservação ambiental de Ilha Grande
ainda é extremamente precária, tanto por parte da super lotação de turistas, quanto
à negligência das autoridades, o que pode ocasionar em danos irreversíveis à
natureza.
Logo, é necessário a conscientização por parte do corpo social e das
autoridades, que Ilha Grande assim como outros pontos turísticos do país, são além
de um percursor econômico da indústria do turismo, um patrimônio nacional (e em
alguns casos mundiais). Com isso, a necessidade de medidas para conservar o
ambiente precisam ser efetivadas, promovendo a relação entre preservação
ambiental e desenvolvimento econômico das regiões turísticas brasileiras.
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REFERÊNCIAS
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paradigma econômico. Scielo, [s. l.], 2012. Disponível em:
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