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Aug.·.e Resp.·. Loj.·. Simb.·. Caminhos da Liberdade, N.

º 263
Or.·. Conselheiro Lafaiete, MG
Rito Brasileiro Supremo Conclave de Cataguases
GOMG

EVOLUÇÃO DA MAÇONARIA OPERATIVA PARA A MAÇONARIA ESPECULATIVA

A história da maçonaria vem sendo contada no mundo profano desde sua origem, mas a maçonaria tem
sua história verdadeira conhecida por quem dela participa.

A maçonaria evoluiu de forma significativa e crescente nestes séculos de sua existência, como um
organismo vivo e evolutivo, no entanto, sem perder a consciência de seu propósito original. Ao longo de
sua existência a maçonaria passou de Operativa para Especulativa.

Não se pode contar a história de sua transição sem considerar o contexto histórico, político e os aspectos
socioeconômicos que foram decisivos nessa mudança.

A mudança da Maçonaria Operativa pra Especulativa não ocorreu por um simples processo de evolução
interna dentro da Maçonaria, que teria então evoluído para Especulativa.

Não foi um movimento interno, impulsionado pelos membros “aceitos”, que assumiram a liderança da
instituição e promoveram seu desenvolvimento por uma via mais intelectual e elitista. Na verdade, foi
um movimento estritamente externo e independente da própria Maçonaria.

A Maçonaria, sendo antiga e ocidental, teve logicamente origem no Velho Mundo: a Europa.
Documentos históricos como a “Carta de Bolonha” (Século XIII), o “Poema Regius” (Século XIV), os
Manuscritos de “Cooke” e “Estrasburgo” (Século XV) e alguns outros confirmam essa ideia,
apresentando a Maçonaria Operativa, com suas cerimônias e Antigos Costumes, antes mesmo do
descobrimento do Novo Mundo. Assim sendo, nada mais natural do que as primeiras Grandes Lojas
terem surgido na Europa, nas primeiras décadas do Século XVIII.

Sendo o documento mais antigo citado, a “Carta de Bolonha” evidencia que, já no século XIII, maçons
especulativos conviviam com os operativos. Quando do surgimento da primeira Grande Loja, na
Inglaterra de 1717, das quatro Lojas fundadoras, três eram compostas predominantemente por maçons
operativos. Durante quase todo o século XVIII, Lojas Operativas conviveram com Lojas Especulativas
em boa parte da Europa. Isso significa que, por pelo menos 500 anos, meio milênio, os maçons
operativos conviveram com os especulativos, sendo os operativos maioria.

O que extinguiu a Maçonaria Operativa não foi a existência da Especulativa, nem mesmo um processo
de evolução cultural. O que pôs fim à Maçonaria Operativa foi a Revolução Industrial. A mudança no
processo produtivo, originada pelas invenções de máquinas e impulsionada pelo surgimento das
indústrias, pôs fim à era de produção manual baseada nas guildas.

A maçonaria especulativa já existia e convivia com a operativa desde meados do séc. XVII. Alguns
fidalgos de classe mais baixa, mas ainda assim acima da média dos trabalhadores, se interessaram por
técnicas e aprendizados comuns aos maçons operativos. Principalmente por alguns destes “pequenos
nobres” virem de classe baixa, se tornado homens de valor social por alcançarem posses com seus
trabalhos e comércios. As Guildas maçônicas foram se tornando muito ativas também em encontros que
discutiam técnicas operacionais, ao mesmo tempo que aprendizado filosófico e teórico. Pessoas de
conhecimento forneciam aos maçons operativos instrução (leitura, matemática, ciências, etc.) enquanto
estes retornavam com ensinamentos práticos operacionais. Contudo, para participar destas lojas, alguns
“contratos” formais eram realizados. Aquilo que hoje, nós maçons fazemos por “juramentos”.

No final do século XVII e início do século XVIII irrompeu o auge da revolução industrial, assim, o
trabalho estritamente manual foi sendo substituído pelo trabalho de controle de máquinas. A iniciativa
inglesa rapidamente se espalhou pela Europa, promovendo um êxodo rural e o abandono dos ofícios
artesanais e manuais para atender a demanda por mão-de-obra industrial.

Ao fim, então, do século XVIII, o maçom operativo não teve outra escolha a não ser se tornar operário
fabril e trabalhar uma média de 80 horas por semana.

Muitos dos países europeus, preocupados em consolidar o novo modelo econômico, chegaram a adotar
leis proibindo a Maçonaria Operativa. Esse foi o caso do famoso Ministro Turgot, da França, que
determinou que:

“Proíbem-se todos os mestres e companheiros, operários e aprendizes do direito de formar


associações, ou mesmo assembleias entre eles, sob qualquer pretexto. Em consequência,
suprimimos todas as confrarias que possam ter sido estabelecidas tanto pelos mestres dos
corpos e comunidades, como pelos companheiros e operários, das artes e ofícios”. Fonte:
Recueil Général des Anciennes Lois Françaises (1774-1776).

Leis como essa foram o tiro de misericórdia para as poucas Lojas Operativas que ainda tentavam
sobreviver aos primeiros anos da Revolução Industrial. Dessa forma, a Maçonaria Operativa
desapareceu de vez, ficando a Maçonaria Especulativa como única e legítima herdeira de sua essência,
responsável por preservar e passar adiante seus ensinamentos.

Com o tempo, evolução do conhecimento, maior esclarecimento acessível à faixas sociais mais simples,
o nivelamento do raciocínio levou a uma postura mais acessível e democrática dentro da sociedade e da
visão dos membros da maçonaria.

A maçonaria deixou de ser considerada “secreta” para passar para ser considerada “discreta”. Seus
membros são conhecidos socialmente, suas lojas e dias de reunião são sabidas ao mundo profano. A
maçonaria cresceu como uma entidade “viva”, com pensamentos fraternos ao mundo profano inclusive.
Sendo umas das maiores entidades filantrópicas.

A origem do nome Maçonaria vem do francês "maçom" (pedreiro). Aqui no Brasil, a Maçonaria foi uma
Sociedade Secreta até o século 19, e mesmo assim, mistérios e segredos ainda rondam a organização,
que teve seu primeiro registro oficial em 1717. Pelo fato da organização ter alguns costumes e
perseguições do passado, existem algumas histórias curiosas sobre a irmandade, mas a maioria delas não
passam de lendas.

Como em toda organização, a Maçonaria também teve suas mudanças conforme o tempo foi passando,
principalmente sobre o anonimato dos integrantes. No mundo existem cerca de 2,3 milhões de maçons, e
segundo um artigo do maçom Fabio Pedro-Cyrino (secretário estadual de orientação ritualística de uma
das maiores organizações maçônicas do Brasil), o GOSP (Grande Oriente de São Paulo) tem cerca de
214 mil maçons brasileiros.
Embora se diga que a maçonaria é “secreta”, na verdade, ela nem é tão secreta assim. O historiador Pilar
Gomez, da USP, que estuda a Maçonaria a quatro anos, Pilar afirmou o seguinte: "Hoje várias
informações são públicas. Se você perguntar para um maçom, ele não vai dizer que é secreto, mas que é
discreto".

Uma pesquisa feita por Tania Andrade Lima e Marília Nogueira da Silva do departamento de
antropologia do Museu Nacional, e publicada pela USP, diz que as bases da Maçonaria moderna foram
fundadas ainda em 1717. Nesse tempo, os pedreiros da época formaram a ordem, e por terem
conhecimento da construção de edifícios de igrejas e castelos, eles eram os arquitetos e os engenheiros.
Por isso, seus segredos sobre o trabalho eram transmitidos apenas para os aprendizes, pois assim evitava
que qualquer pessoa roubasse as técnicas.

Mas corporações de ofício, eles se reuniam e guardavam suas técnicas. Após o final da Idade Média, a
irmandade começou a aceitar outras pessoas, além de pedreiros. Depois disso, a Maçonaria se tornou
uma organização que se dedica a liberdade de pensamento e expressão, religiosa, política, e contra
qualquer tipo de absolutismo.

Inclusive, a irmandade teve muita influência na Revolução Francesa e na Independência dos EUA. Aqui
no Brasil, a Maçonaria teve uma forte participação na abolição da escravatura, da Independência e da
proclamação da República.

O fato da Maçonaria não ser mais secreta vai de encontro com o livro de Martin Short, “Inside the
Brotherhood”, que diz que os maçons já foram secretos, mas que ao longo do século 20, redefiniram-se
como discretos. Pilar Gomez destaca que na internet existem informações oficiais sobre as reuniões da
irmandade. “As lojas do Rio de Janeiro informam os horários de todas as reuniões, a própria maçonaria
divulga essas informações”, afirma Pilar.

Fazer parte da Maçonaria no século XVIII era completamente diferente da Maçonaria do século XXI.
Para se ter uma ideia, no século XVIII, a prática era vista como sociedade secreta, e sendo assim, nem
podia existir. Na época, todas as organizações eram obrigadas a entregar listas com os nomes dos
participantes. E como a Maçonaria não entregava a lista par as autoridades, foi considerada secreta, e
consequentemente, proibida. Talvez isso também tenha aumentado o mistério em volta da irmandade.

Ao longo da história a maçonaria foi fundamental na evolução das condições sociais, culturais, políticas
e humanas. Grandes maçons estiveram presentes em toda as nações, na melhoria social, tecnológica,
cultural, politica, etc.

E até hoje em dia a maçonaria se posiciona ativa e abrangente. Os maçons não são perfeitos, mas a
maçonaria prega a busca pelo perfeito equilíbrio. Respeitando todos os credos, com um credo ativo no
Supremo Arquiteto do Universo.

Um maçom é irmão de outro maçom, sem distinção de credo, cor, idade, posição social, política e
nacionalidade. Um maçom cresce em sua loja por mérito maçônico. “Malhando em Pedra Bruta” o
maçom faz de sua jornada, um caminhar de cultura, hombridade e vida. Crescendo a si, e aos seus
irmãos maçônicos.

Um maçom jamais abandona outro irmão maçom em sua necessidade, mas a maçonaria jamais
abandona seus valores mais sagrados e morais para proteger quem os corrompe. Um maçom está, acima
de tudo, de pé e à ordem para os valores sagrados da maçonaria.

Ir.·. Erivelto Luís de Souza


Apr.·. – CIM: 21063
Aug.·.e Resp.·. Loj.·. Simb.·. Caminhos da Liberdade – 263
GOMG – Or.·. Conselheiro Lafaiete, MG

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